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CONFECÇÃO-DE-INSTRUMENTOS-MUSICAIS-ARTESANAIS-1

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1 
 
 
CONFECÇÃO DE INSTRUMENTOS MUSICAIS 
ARTESANAIS 
1 
 
 
Sumário 
 
Confecção de Instrumentos Musicais Artesanais ............................................ 3 
Classificação e breve história dos instrumentos .......................................... 6 
Instrumentos de cordas ............................................................................ 8 
Instrumentos de percussão .................................................................... 31 
Instrumentos Musicais Artesanais .............................................................. 36 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Confecção de Instrumentos Musicais Artesanais 
A música normalmente está presente em diversas manifestações da cultura 
popular, envolvendo seus participantes, seja por meio dos cantos entoados pela 
coletividade dos participantes, seja pelo acompanhamento com instrumentos de 
percussão. O musicoterapeuta trabalha em cima do repertório musical do paciente. 
Se ele não tiver nada da história da pessoa, mas souber pelo menos onde ela nasceu, 
ele tenta fazer um resgate da cultura dela através da música. 
Produtos artesanais estão associados à cultura da humanidade. A maioria dos 
objetos contemporâneos são versões transformadas de objetos antigos. No entanto, 
continuamente sofrem alterações devido à diversos fatores. O artesanato, por 
exemplo, tem sido modificado pelas implicações das tecnologias, pelos conceitos de 
vendas e iniciativas de Designers. 
Conforme Cardoso (2004) cabia ao artesão e ao artista a função da concepção 
e execução de objetos únicos. Com estilo próprio e habilidade manual 
confeccionavam-se peças exclusivas. A partir do século XVIII, onde a lógica de 
acumulação de capital passou a ser desempenhada pela indústria, a arte passou a 
ser vista como retrógrada, já que não se implicava o uso da máquina na composição 
artística. 
Com a Revolução Industrial, surgiram novas indústrias e, consequentemente, 
novos processos mecanizados de produção. Os produtos passaram a ser produzidos 
em larga escala, com outros tipos de materiais, utilizando inovações técnicas, 
passando a produzir em série as decorações e ornamentações dos produtos, tarefa 
que era vista até então como sinal de perícia dos artesãos (CARDOSO, 2004). 
Assim, em virtude de sua origem e função, Bigal (2001) sugere que, o desenho 
de produtos industriais surge sob a ocorrência de muitas polêmicas envolvendo arte 
e técnica, atravessando o período contemporâneo. Porém, a passagem de um tipo 
específico de fabricação, em que o individuo tem a responsabilidade de conceber e 
executar o objeto, para outro, existindo uma divisão entre projetar e executar, constitui 
um marco fundamental para a caracterização do Design. O Design é a atividade que 
promove mudanças no produto. 
4 
 
 
Todos os instrumentos tem o som gerado a partir de princípios simples de 
toque, com exceção dos teclados, e os primeiros instrumentos começaram a surgir 
em épocas remotas da humanidade, de uma forma muito rústica. Um exemplo é uma 
flauta feita de osso, descoberta na Alemanha a cerca de 36 mil anos atrás (FIGURA 
1) (BERKLEY et al., 2009). 
Flauta de osso encontrada na Alemanha 
 
 
 
 
 
Os instrumentos de cordas têm vários antepassados que ao longo da história 
foram dando origem a mais tipos e estilos, como pode ser visto na Figura a seguir, o 
alaúde, vihuela espanhola, violino, Cigar Box Guitar, violão, guitarra, contrabaixo 
dentre outros (TOURINHO; WESTERMANN; MOREIRA, 2009). 
Exemplos de diferentes instrumentos: alaúde (1), vihuela espanhola (2), violino (3), Cigar 
Box Guitar (4), violão (5), guitarra (6), contrabaixo (7) 
 
 
 
Entretanto, as atividades artesãs, resistiram a todo processo de produção 
industrializada e se mantêm entre as formas de geração de renda e de preservação 
da cultura. 
5 
 
 
Os fazeres artesanais são práticas culturais, sendo configurados por e 
configurando símbolos, representações, rituais, valores, etc. A cultura é o ponto de 
partida e o resultado da materialização das obras artesanais. Por conseguinte, essas 
ganham valor simbólico pela sua originalidade cultural, seu enraizamento em um 
cotidiano cultural específico. 
As obras e fazeres artesanais traduzem valores culturais em objetos materiais, 
em técnicas, em sentimentos e em habilidades, mas também contribuem para 
regenerar a cultura com a produção de novas referências, experiências e registros 
simbólicos. 
Com base na aprendizagem artesanal, Ladkin (2011) propõe três práticas para 
explicar a disciplina corporalizada do gestor: ‘permanecer com os sentidos’, 
‘engajamento desprendido’ e ‘brincadeira imaginativa’. O gestor artífice é aquele que: 
 Se atenta para o fluxo de informações sensórias como sendo altamente 
relevantes para as tomadas de decisão estratégica (a prática do permanecer com os 
sentidos); 
 Se concentra no processo de trabalho ao mesmo tempo em que se descola 
dele para ser capaz de inovar e se adaptar a novos fatores imponderáveis (a prática 
de engajamento desprendido); 
 Exerce o poder de imaginar novos cenários, novas possibilidades, novas 
orientações, novas potencialidades, se perguntando “e se” e desenvolvendo a 
capacidade de brincar para criar (MAINEMELIS; RONSON, 2006) (a prática da 
brincadeira imaginativa). 
 
 
 
6 
 
 
Classificação e breve história dos instrumentos 
A origem dos instrumentos musicais é remota e controversa e sua evolução 
acompanha a própria história das civilizações. Não há povo da Antiguidade que não 
tenha feito uso de instrumentos musicais mais ou menos rudimentares, já que a 
música é uma linguagem espontânea e inerente ao próprio homem, sendo provável 
que tenha aparecido antes da linguagem verbal. 
Difícil precisar com rigor a época e o lugar em que surgiu o primeiro 
instrumento. Muitos existiram em mais de uma civilização antiga. Além disso, diversos 
instrumentos surgiram, praticamente ao mesmo tempo, em lugares distintos. O certo 
é que seu uso como entretenimento puro e simples é uma conquista recente, que 
remonta à Idade Moderna. 
As culturas primitivas atribuíam a criação dos instrumentos aos deuses, pois 
acreditavam que a música tinha origem divina. Assim, de acordo com a mitologia 
grega, a flauta tinha sido inventada por Pan, a cítara por Apolo, a harpa por Narada, 
o alaúde por Pólux e a lira por Mercúrio. 
Os antigos chineses, por sua vez, acreditavam que a gênese dos instrumentos 
musicais estava na tentativa de imitar os sons da natureza. Quando se trata de uma 
explicação racional, porém, chega-se à conclusão de que a origem dos instrumentos 
deve estar intimamente relacionadacom a dança, o trabalho e as atividades 
guerreiras ou os ritos mágico-religiosos. A música seria um importante meio de 
reforço no desempenho dessas atividades básicas do homem antigo. 
Nessas situações, o emprego de material com potencial sonoro, como armas, 
ferramentas, joias e adornos levou provavelmente à necessidade de “musicá-los”, isto 
é, desenvolver esse potencial. Essa tese nos fornece as bases para reconstruir sua 
evolução. A princípio, lançou-se mão de materiais da natureza ou objetos usados para 
outros fins. Posteriormente, as conquistas da técnica foram sendo gradualmente 
utilizadas na exploração de novos corpos sonoros. 
É muito provável que os instrumentos rítmicos, chamados de percussão, 
tenham precedido, no tempo, os tonais e melódicos. Embora isso não, possa ser 
comprovado, por falta de documentos dos povos antigos, pode-se chegar facilmente 
7 
 
 
a essa conclusão, observando-se a música das sociedades primitivas atuais da 
Oceania e África Central. Nelas, os instrumentos são basicamente rítmicos. 
Pesquisas arqueológicas revelaram que, no período Paleolítico, instrumentos 
de pedra ou osso já eram utilizados como formas rudimentares de chocalhos, apitos, 
matracas ou mesmo trompas. No Neolítico, surgiram os primeiros tambores e flautas 
de osso e de bambu, bem como um primitivo instrumento, constituído de uma corda 
presa a um arco, em cuja extremidade se colocava a boca e, mais tarde, se fixava um 
objeto côncavo (um pote, por exemplo), que servia como caixa de ressonância. Este 
foi, sem dúvida, o precursor dos instrumentos de cordas. No 3º milênio antes de 
Cristo, apareceram as liras, na Suméria e sabe-se também da existência de harpas e 
alaúdes no Egito. 
A criação de instrumentos musicais entre as civilizações da Antiguidade parece 
ter sido mais significativa na Ásia e no norte da África. Devemos nos lembrar, no 
entanto, de que não é fácil afirmar com certeza se um instrumento é originário de uma 
determinada região ou país, na medida em que eles podem ter sido transportados 
para as mais diferentes áreas, levados pelo homem em suas conquistas e invasões. 
Numa visão de conjunto da música dos povos da Antiguidade, sabe-se, através 
do testemunho deixado por documentos – arte ou escrita -, que os egípcios, assírios, 
babilônios, hebreus, chineses, gregos e romanos conheceram muitas espécies de 
instrumentos musicais, como harpa, lira, alaúde, flauta, cítara, trompa, trompete, 
gaita, órgão, xilofone, além de inúmeros instrumentos de percussão: tambores, 
pandeiros, sistros, címbalos, castanholas e campainhas. Embora se encontrem, 
desde a Antiguidade, formas rudimentares de instrumentos de palheta, foi só na Idade 
Moderna que seu fabrico passou a ser aprimorado. 
O crescimento da arte instrumental durante o século XVI, estimulado pela 
invenção dos tipos móveis de Gutemberg, que tornou possível a divulgação das 
partituras, provocou grande desenvolvimento na música e, consequentemente, o 
aparecimento de novos instrumentos e o aperfeiçoamento dos já existentes. 
Nessa época, começaram a surgir os primeiros fabricantes, como os Andrea 
Amati, construtor de violinos em Cremona; Hans Ruckers, fabricante de cravos na 
Antuérpia; Hans Neuschel e sua manufatura de trombones em Nuremberg; e Jean 
8 
 
 
Hottetere, especialista no fabrico de flautas e oboés. Dois séculos mais tarde, com a 
Revolução Industrial, a mecanização tornou possível a construção, em larga escala, 
de todos os tipos de instrumentos, o que barateou os custos e popularizou os 
instrumentos e a própria execução musical. 
A evolução dos instrumentos se processou lenta e gradualmente através dos 
séculos. Foi na primeira metade do século XIX, com o grande desenvolvimento da 
música orquestral, sobretudo entre 1810 e 1850, que os instrumentos musicais 
adquiriram, em sua essência, as formas que ainda hoje apresentam. 
Colocada a serviço da música, a tecnologia permitiu o aperfeiçoamento dos 
instrumentos, possibilitando a execução de qualquer som sugerido pelo compositor. 
A partir de então, os instrumentos passaram a existir em função da música e não mais 
o contrário. Não é exagero, portanto, afirmar que os modelos criados por volta de 
1850 equiparam a orquestra para a execução da música do século XX, exceção feita 
aos instrumentos eletroacústicos e aos geradores de frequência. 
Existem vários critérios de classificação. Em geral, os instrumentos são 
ordenados de acordo com o material empregado, o modo de produção do som, de 
execução, formato, mecanismo, etc… Todos são válidos, mas o que nos parece mais 
satisfatório é o que considera a maneira de produção do som, em essência, a 
finalidade da música. 
Este critério foi proposto inicialmente pelo filósofo e matemático francês Marin 
Mersenne, em seu ensaio “Harmonia Universal” (1636/37). De acordo com essa 
classificação, os instrumentos se agrupam, grosso modo, em 3 grandes categorias: 
cordas, sopros e percussão. De cada uma delas, só serão abordados aqui os 
instrumentos que integram a orquestra sinfônica tradicional. 
 
Instrumentos de cordas 
 
Os instrumentos de cordas constituem a estrutura da orquestra ocidental 
moderna. Feitas de aço, latão, tripa ou nylon, as cordas são presas pelas 
9 
 
 
extremidades, geralmente sobre uma superfície de madeira. Obtém-se o som, quando 
vibradas e, conforme o modo pelo qual se produz esta vibração classificam-se em: 
– cordas friccionadas – por meio de um arco (violino, viola, violoncelo e 
contrabaixo); 
– cordas dedilhadas – por meio de um plectro ou pua, ou os próprios dedos do 
instrumentista (harpa, alaúde e guitarra); 
– cordas percutidas – por meio de um martelo (piano) ou por um mecanismo 
próprio (cravos e espinetas). 
Há alguns efeitos que são comuns aos instrumentos de cordas friccionadas, 
que são: 
– pizzicato – quando se beliscam as cordas com os dedos sem usar o arco; 
– com legno – isto é com a madeira do arco, roçando ou batendo; 
– surdina – uma espécie de grampo ou pente que limita a ressonância, 
diminuindo ou emudecendo a intensidade do som. 
A altura e a frequência do som variam de acordo com a espessura e o 
comprimento das cordas. A amplitude das vibrações depende da estrutura do 
instrumento. 
Instrumentos de cordas friccionadas 
Violino 
Desenvolvido no século XVI pelos italianos Andrea 
Amati, de Cremona, e Gasparo da Salò, de Brescia, a partir 
do aperfeiçoamento do primitivo instrumento de 3 cordas, 
parece, à primeira vista, que, dessa época até os dias de 
hoje, o violino não sofreu transformações em sua estrutura. 
No século XVI, eram comuns violinos menores, como os chamados “pochette”, 
usados pelos mestres de dança e que eram guardados nos bolsos (poches) de suas 
casacas. 
10 
 
 
Na verdade, porém, a partir das inovações introduzidas por Antonio 
Stradivarius, por volta de 1700, o instrumento passou por pequenas, mas 
significativas mudanças estruturais, para que pudesse atender às necessidades das 
sucessivas gerações de compositores e intérpretes. No século XIX, o surgimento das 
grandes salas de concerto e o aparecimento da figura do “virtuose” levaram às 
alterações que lhe deram a feição definitiva e que redundaram num timbre mais 
volumoso e brilhante. 
De aparência simples, é um instrumento de extraordinária complexidade, 
composto de quase 70 peças diferentes. Constitui-se basicamente de 4 cordas, 
afinadas em quintas (mi4, lá3, ré3 e sol2) e que atingem mais de 4 oitavas e meia, 
uma caixa de ressonância em forma de oito e um braço preso à caixa por um cepo. 
No interior da caixa, há uma prancheta chamada “cadeira” e um pequeno cilindro 
vertical denominado “alma”. Ambos têm por finalidade melhorar a sonoridade, além 
de dar mais solidez à parte superior da caixa de ressonância, o “tampo harmônico”, 
em cuja parte central encontra-se o “cavalete”, por onde passam as cordas. 
O violino, o mais agudo e versátil instrumentode cordas, é indispensável na 
orquestra sinfônica e no quarteto de câmara. 
Viola 
Estruturalmente idêntica ao violino, embora 
de dimensões um pouco maiores, a viola, derivada 
da chamada “viola de braço”, integra regularmente 
a orquestra sinfônica e o quarteto de câmara. Seu 
timbre é ligeiramente mais grave que o do violino 
(uma quinta abaixo) e suas 4 cordas são, como no 
violino, afinadas em quintas (dó2, sol2, ré3 e lá3). 
Suas origens parecem remontar ao século XVI na Itália. As primeiras violas 
modernas de que se tem conhecimento foram fabricadas por Andre Amati e Gasparo 
da Salò e possuíam dimensões um pouco maiores do que as atuais. No século 
seguinte, Stradivarius e Andrea Guarnerius criaram modelos de tamanho mais 
reduzido, que se firmaram através dos séculos. 
11 
 
 
A partir de Haydn e Mozart, a viola ganhou importância como instrumento de 
câmara e sinfônico. No século XIX, foi valorizada por Berlioz e Richard Strauss, que 
compuseram solos do instrumento. No século XX, no entanto, é que surgiram as 
primeiras obras para viola desacompanhada, como as sonatas de Paul Hindemith. 
Violoncelo 
Construído no século XVI, à maneira do violino e 
para ser tocado como a viola da gamba, pelos mestres 
italianos Andres Amati, Gasparo da Salò, Maggini e 
outros, esse instrumento de timbre grava e aveludado 
tinha a função de reforçar os baixos da orquestra. 
Em seus primórdios, exercia papel secundário, 
sendo utilizado ora como baixo contínuo, juntamente 
com o cravo, ora como simples pedal da orquestra. 
Somente a partir do final do século XVII é que se firmou como instrumento solista, 
substituindo a “viola da gamba”. 
De estrutura semelhante à do violino e à da viola, diferencia-se destes pelo 
comprimento (1,19 m.), como também pela caixa de ressonância, proporcionalmente 
mais funda. Possui 4 cordas afinadas uma oitava abaixo das cordas da viola, também 
em quintas (dó1, sol1, ré2 e lá2), e seu registro médio é de 3 oitavas e meia. 
A princípio, o corpo do violoncelo variava de dimensões. O comprimento atual 
foi fixado no século XVII, por Stradivarius. Assim como o violino e a viola, é 
indispensável na orquestra sinfônica e no quarteto de cordas. 
12 
 
 
Contrabaixo 
O mais grave e maior instrumento de cordas e arco, o 
contrabaixo surgiu também no século XVI, na Itália, 
modelado a partir do “violone”, instrumento de cordas 
medieval. No decorrer dos séculos, foram feitas várias 
experiências no tocante a suas dimensões, estrutura da 
caixa de ressonância e número de cordas. 
O contrabaixo usado atualmente mede 1,82 m. de 
comprimento e possui 4 cordas afinadas em Quarta (mi, lá, 
ré e sol). Seu registro médio é de pouco mais de duas oitavas, começando pelo “mi” 
mais grave da escala. Para solos, utiliza-se, muitas vezes, um instrumento um pouco 
menor, que apareceu no século XVII. Às vezes, podem ter uma Quinta corda, afinada 
em Dó superior. 
Para sua execução, empregam-se dois tipos de arco: o francês, mais comum, 
e o Simandl ou Dragonetti, de empunhadura especial, que proporciona maior peso do 
arco sobre as cordas do instrumento, extraindo delas um som mais forte e 
homogêneo. Em geral, na música popular e, com menos frequência, na erudita, é 
executado sem o uso do arco, com as cordas sendo dedilhadas ( “pizzicato” ). 
Indispensável na música sinfônica, o contrabaixo tem por função básica 
reforçar os baixos da orquestra. Raramente funciona como solista. 
Viola da gamba 
Surgiu na Península Ibérica em meados do século XV e 
ganhou toda a Europa. Na Itália, recebeu seu atual nome pois 
“gamba”, em italiano, significa perna — instrumento que para 
ser tocado é sustentado entre as pernas. 
No século XVI, surgem violas de vários tamanhos como 
a soprano, tenor e a viola contrabaixo ou violone, constituindo 
uma verdadeira família. O Consort of Viols — conjunto de violas 
— foi a formação instrumental mais popular da Renascença. No 
século XVII, a tendência por uma música com sonoridade mais forte e cantante no 
13 
 
 
registro agudo levou à preferência pelo violino, fazendo com que as violas soprano e 
tenor perdessem o seu favoritismo. Até o final do século XVIII, a viola da gamba baixo 
era muito estimada e conheceu um período glorioso nas cortes europeias, 
principalmente na França, com um repertório extremamente virtuoso. Aos poucos foi 
perdendo a sua predileção para o violoncelo, até cair em desuso. 
Não há registros históricos da chegada da “viola da gamba” ao Brasil. Sabe-se 
que a bagagem dos nobres, que aqui desembarcaram à época do descobrimento, 
incluía objetos que lhes permitissem, de certo modo, manter os laços culturais com 
as cortes europeias. Acompanhando a nobreza desde final do século XV até o final 
do século XVIII, é provável que a “viola da gamba” estivesse entre eles. Em contato 
com o clima tropical, muitos desses instrumentos, inclusive a viola, não resistiam às 
altas temperaturas e à umidade e se deterioravam. Talvez por isso, não haja registro 
de uma sequência da “viola da gamba” na história da música no Brasil. 
Com o movimento de resgate da Música Antiga, os instrumentos utilizados para 
fazer música entre os séculos X e XVIII voltaram a despertar o interesse do público, 
entre eles a “viola da gamba”, atualmente bastante requisitada nas salas de 
concertos. No Brasil, vem sendo muito utilizada na música renascentista e, 
principalmente, na música de câmara, reforçando a linha do baixo. O rico repertório 
solista ainda é pouco explorado. 
Instrumentos de cordas dedilhadas 
 Alaúde 
Alaúde, na realidade, é o nome genérico de um 
instrumento de cordas dedilhadas, integrado por uma caixa de 
ressonância e um braço, sobre o qual passam as cordas, desde 
o extremo, onde se encontra a cravelha que serva para as 
retesar, até o fim da tábua da caixa. O número de cordas foi 
variando com as épocas e os países e, a partir do século XVI, 
ficou estabelecido que seriam 5. 
 
14 
 
 
Bandolim 
É um instrumento de cordas dedilhadas e teve sua origem 
no alaúde ou, mais provavelmente, na mandola. Apareceu no 
fim do Renascimento e seu uso se generalizou no século XVIII, 
primeiro na Itália e depois no resto da Europa. 
Constitui-se de uma caixa de ressonância com a tábua do 
fundo abombada e um braço curto com trastes, que termina 
numa cravelha. Apareceram vários tipos de bandolim, mas o mais difundido é o 
napolitano que tem 4 cordas duplas, afinadas como no violino. 
Guitarra Espanhola / Violão 
Também chamada “violão” é um instrumento de cordas dedilhadas, sobre cuja 
origem não acordam os pesquisadores, embora sua presença e difusão na Espanha 
tenha a ver com a invasão dos árabes na Península Ibérica. 
Consta de uma caixa de ressonância, de um braço 
com 19 trastes, que termina numa cravelha. Tem seis 
cordas, tocadas com a ponta dos dedos ou arranhadas 
com as unhas. À parte de um enorme repertório 
especialmente escrito para ela, sua enorme difusão 
deve-se à sua presença constante em obras para 
pequenos conjuntos e muito especialmente, como instrumento solista em inúmeros 
concertos. 
Harpa 
Um dos instrumentos de corda mais antigos, a harpa 
já era usada pelos egípcios no século II antes de Cristo, em 
forma semelhante à atual. Trazida para o Ocidente na Idade 
Média, foi introduzida no século XV nas cortes reais 
europeias. Em meados do século XVII, fabricantes tiroleses 
acrescentaram à harpa um dispositivo mecânico que, acionado pelas mãos do 
intérprete, elevava a altura das notas em meio-tom. 
15 
 
 
Por volta de 1720, o alemão G. Hochbruker construiu um modelo com pedais 
acoplados à base do instrumento, permitindo a alteração das notas em meio ou um 
tom. O moderno mecanismo com 7 pedais, correspondentes às sete notas, foi criado 
pelo francês Sébastien Érard e recebeu seus últimos retoques em 1820. 
A harpa utilizada nas orquestras sinfônicas atuais contém cerca de 46 cordas 
presasa uma armação triangular. Seu registro abrange seis oitavas e meia (dó 
bemol1 a sol bemol6). Usada como instrumento solista por alguns compositores, foi 
amplamente empregada na orquestra sinfônica por uma gama interessante de 
compositores. 
Instrumentos de cordas percutidas 
Cravo 
O clavicêmbalo ou cravo também pertence a esta 
epígrafe. Trata-se de um instrumento de teclas, cujas cordas são 
premidas por puas, mediante um mecanismo que é acionado no 
teclado pelo intérprete. Cada tecla está unida a uma peça de 
madeira, chamada martinete, na qual há fixa uma pua, que 
oprime a corda correspondente, ao ser acionada pela tecla. 
O clavicêmbalo italiano aparece nos fins do século XV e estende-se por toda a 
Europa, com ligeiras variantes. Sua presença habitual na música prolonga-se até 
depois de entrado o século XVIII, quando é, pouco a pouco, substituído pelo piano. 
Com a tendência surgida há alguns anos de se recuperarem os instrumentos 
originais, voltou a ocupar seu posto de solista nos concertos com orquestra e, desde 
o princípio do século XX, mereceu a atenção dos compositores para obras concretas. 
16 
 
 
Piano 
Muito utilizado por alguns compositores 
contemporâneos como instrumento de percussão. O 
piano (o mais versátil dos instrumentos) e, na verdade, 
um instrumento de cordas percutidas, munido de um 
maquinismo e de uma grande caixa de ressonância. O 
maquinismo é o complexo aparelho que faz vibrar as 
cordas e se compõe, basicamente, de teclas, escapes, martelos, abafadores e pedais. 
O som é produzido pela pressão das teclas, que acionam martelos de madeira 
recobertos com feltro, que, por sua vez, percutem as cordas. 
O princípio essencial do mecanismo do piano é a independência do martelo 
em relação às teclas. Depois de percutir a corda, o martelo afasta-se, para que ela 
possa vibrar, mesmo que a tecla continue a ser pressionada. Esse dispositivo é 
denominado “duplo escapa” e permite a repetição de uma mesma nota quantas vezes 
for necessário. Os abafadores (feltros que recobrem os martelos) servem para impedir 
a mistura dos sons. 
O piano é dotado de dois pedais 
– o direito, mais importante, quando pressionado, 
permite que as cordas permaneçam vibrando, mesmo 
que se retirem os dedos que pressionam as teclas; 
– o esquerdo, denominado “surdina”, tem por função diminuir o brilho da 
sonoridade. 
Um dos instrumentos de maior alcance (só é excedido pelo órgão), seu registro 
estende-se por 7 oitavas e um quarto. Indo de lá2 a dó7. Atualmente, existem dois 
modelos básicos: o piano de armário, com cordas verticais e 85 teclas e o de cauda, 
com cordas horizontais e 88 teclas. 
O antecedente do piano é o clavicórdio, que apareceu no século XV, mas a 
primeira referência ao piano foi publicada em 1711, por motivo de sua apresentação 
a público por seu inventor Bartolomeu Cristofori, em Florença. Neste mesmo século, 
foi aperfeiçoado por Silberman e Stein, na Alemanha, que introduziram os pedais e o 
17 
 
 
mecanismo de escape. No século XIX, com o aparecimento das grandes salas de 
concerto, que exigiam ampliação da sonoridade, o instrumento adquiriu sua forma 
definitiva. 
A literatura propriamente pianística se iniciou com Muzio Clementi, em 1773, 
com algumas sonatas. Mozart e Beethoven ampliaram as potencialidades do piano, 
abrindo caminho para os expoentes do Romantismo. No século XIX, atingiu o apogeu 
de sua popularidade, com Schubert, Schumann, Chopin e Liszt. 
Tratado geralmente como instrumento solista, também foi empregado em 
música de câmara e, mais raramente, integrou a massa orquestral. 
Instrumentos de sopro 
Assim denominados porque, nestes instrumentos, o som é produzido pela 
emissão de ar dentro de um tubo. A altura do som depende do tamanho e da 
temperatura do tubo e pode ser regulada pela abertura ou pelo fechamento dos 
orifícios existentes ao longo do tubo. 
Podem ser feitos de madeira ou de metal. Entre os primeiros, temos a flauta e 
o flautim, tradicionalmente incluídos no grupo das madeiras, embora atualmente 
sejam fabricados em metal, o oboé, o clarinete, o clarinete-baixo, o corne-inglês, o 
fagote e o contrafagote. 
Entre os metais, incluem-se o trompete, o saxofone, a trompa, o trombone e a 
tuba. Numa classificação à parte, está o órgão, instrumento de sopro e teclado, com 
uma estrutura muito complexa. 
 Flauta transversal 
Um dos instrumentos mais antigos, a flauta 
transversal, utilizada regularmente na moderna orquestra 
sinfônica, surgiu no século IX, antes de Cristo, 
provavelmente na Ásia. Introduzida na Europa Ocidental 
através da cultura bizantina, no século XII depois de Cristo, 
era geralmente associada à música militar. 
 
18 
 
 
Somente na segunda metade do século XVII é que passou a integrar a 
orquestra. 
A moderna flauta transversal nasceu das transformações operadas no antigo 
instrumento pelo alemão Theobald Boehm, por volta de 1840. Feita em metal, 
geralmente prata, constitui-se de um tubo cilíndrico de 67 cm. de comprimento por 19 
mm. de diâmetro. Divide-se em 3 partes: cabeça ou bocal, corpo e pé. 
O bocal tem por função manter rigorosamente o equilíbrio da afinação; o corpo 
e o pé contêm orifícios e chaves, cuja finalidade é diminuir ou aumentar o 
comprimento da coluna de ar no interior do tubo. Soprada lateralmente, seu alcance 
é de 3 oitavas (dó3 a dó6). Tem sido tratada como instrumento solista e como 
instrumento da orquestra, sendo o mais agudo entre os membros regulares do grupo 
das madeiras. 
Existiram na Antiguidade diversos outros tipos de flauta. No entanto, a única 
que coexistiu com a flauta transversal foi a flauta doce, soprada pela ponta, muito 
usada pelos músicos renascentistas e barrocos. 
O flautim ou piccolo, versão menor da flauta transversal, cujo tubo tem 
aproximadamente metade do comprimento da flauta. É o instrumento mais agudo da 
orquestra, da qual não é, entretanto, um elemento essencial. Alcança quase 3 oitavas 
(ré4 a dó7). 
Há ainda a flauta baixa, que se usa para sons mais graves. Prolonga-se o 
comprimento do tubo ou em alguns casos, constrói-se com um cotovelo pelo qual o 
tubo se aproxima, no outro extremo, à posição da boquilha. 
 Flauta doce 
Com frequência, é conhecida como flauta de bico, por 
tradução direta de seu nome francês: flût a bèc. Bastante 
utilizada em orquestras que utilizam os chamados instrumentos 
originais, com a recuperação da música do passado, em 
especial do período barroco. 
São construídas de madeira, como no passado, com a 
sua forma ligeiramente cônica e a sua parte mais estreita para o final. No extremo 
19 
 
 
superior, têm um corte chanfrado reto, pelo qual o intérprete sopra através da 
boquilha, com o instrumento colocado na posição vertical. O corpo sonoro tem uma 
série de orifícios que o intérprete pode obturar ou deixar abertos, para encurtar ou 
alongar o comprimento da coluna de ar. 
As flautas doces estão formadas por uma ampla família, conforme o seu 
tamanho, isto é, conforme o comprimento do tubo sonoro, que vai desde a sopranino, 
no agudo, até a grave ou baixa, que tem alcance muito amplo. 
Oboé 
Instrumento antiquíssimo, o tipo utilizado hoje nas orquestras sinfônicas surgiu 
na França, na segunda metade do século XVII, a partir do 
desenvolvimento das charamelas medievais e 
renascentistas. Os primeiros modelos foram fabricados 
pelos franceses Jean Hotteterre e Michel Philidor, e eram 
usados pelos músicos da corte de Luís XIV. 
A forma do moderno oboé, data do período de 
Haydn e Mozart, embora tenha sofrido algumas 
importantes modificações no decorrer dos séculos XVIII e 
XIX, como, por exemplo, o aumento de sua extensão. 
Constitui-se de um tubo cônico e palheta dupla, sendo o som controlado por 
orifícios e chaves. De timbre anasalado, distingue-se perfeitamente dentro da massa 
orquestral. Seu alcance é de 2 oitavas e meia, começando no si, uma oitava abaixo 
do dó médio.Utilizado sobretudo como integrante da orquestra sinfônica, onde é 
indispensável, há também considerável literatura para solo do instrumento. 
Corne inglês 
De estrutura semelhante à do oboé, distingue-
se deste pelo tubo mais longo e por um esférico 
pavilhão em forma de pera. Desenvolveu-se a partir do 
oboé de caça, no século XVII. A origem do nome é 
desconhecida. 
20 
 
 
De timbre suave, soa uma quinta abaixo do oboé e é próprio para melodias 
tristes e melancólicas. Embora Haydn e Beethoven tenham escrito obras para este 
instrumento, suas potencialidades só foram amplamente desenvolvidas por Berlioz, 
Wagner eDvorák. O corne-inglês não é utilizado com muita frequência na orquestra 
sinfônica. 
Clarinete 
Surgiu no final do século XVII, a partir do 
aperfeiçoamento da charamela, levado a cabo por 
Johann Christopher Denner, conhecido fabricante de 
flautas de Niremberg. No século seguinte, passou a 
integrar a orquestra sinfônica. Por volta de 1840, atingiu 
sua estrutura definitiva, com a introdução do sistema de chaves de Theobald Boehm, 
que já havia sido aplicado com sucesso na flauta. 
Ao logo dos tempos, foram criados clarinetes de dimensões e timbres variados. 
Há cinco modelos ainda em uso: 
– em mi bemol – o soprano da família, também denominado “requinta”; 
– em dó – de timbre brilhante; 
– em si bemol – o mais usado na atualidade; 
– em lá – de pouco uso; 
– clarinete-baixo em si bemol – uma oitava abaixo do outro de mesma 
tonalidade. 
Constitui-se de um tubo cilíndrico dividido em 4 partes: pavilhão, corpo inferior, 
corpo superior e barrilete. Neste está embutida a boquilha, na qual se adapta uma 
palheta simples. 
Mozart foi um dos primeiros compositores a explorar o clarinete como 
instrumento solista, compondo um concerto e várias peças de câmara. A sua escrita 
para o clarinete, favorecendo a beleza do registro grave do instrumento e um 
equilíbrio e fluência em toda a sua ampla tessitura, faz-nos pensar na escrita vocal e 
21 
 
 
não é difícil imaginar tratar-se por vezes de uma voz de soprano. O uso do clarinete 
obbligato como “dramatis persona” em La Clemenza di Tito encontra-se na linha de 
uma tradição vienense do início do séc. XVIII, na qual se inscrevem múltiplas óperas, 
evidenciando uma relação estreita entre a voz e o chalumeau que, tomado como 
objeto significante, é associado a sentimentos específicos de caráter amoroso ou 
pastoral. 
Criado em 1810, o clarinete-baixo ou clarone também é utilizado na orquestra 
sinfônica, embora com menor frequência. Distingue-se do clarinete propriamente dito, 
pelo pavilhão recurvado e pelo diapasão mais grave. 
Fagote 
Uma pessoa que vá assistir a uma orquestra 
sinfônica se depara com um grande número de 
instrumentos diferentes entre si. Mesmo o frequentador 
mais assíduo tem, por vezes, dificuldades em identificar 
alguns deles, devido à diversidade de tamanhos, formas 
e nuances. Um desses instrumentos que chama a 
atenção (fica muitas vezes escondido no meio da 
orquestra) é o FAGOTE: um instrumento de forma um 
tanto exótica, na maioria das vezes vermelho, 
parecendo-se com um enorme tubo revestido de chaves 
prateadas. 
Refazer a “história genealógica” do fagote é voltar à época do Renascimento e 
se perder um pouco em documentos imprecisos e desfeitos pela história. À essa 
época não havia uma música instrumental propriamente dita, mas tão somente 
instrumentos que, com poucas exceções (fanfarras militares, música de dança e 
algum folclore) repetiam aquilo que já era cantado pela voz humana. O canto a quatro 
vozes era então a regra e, para que os instrumentos pudessem atender à tessitura de 
cada uma das vozes humanas (soprano, contralto, tenor, baixo), eles eram 
construídos em diferentes tamanhos, constituindo-se assim em “famílias de 
instrumentos”: instrumentos menores tinham som mais agudo, os maiores, mais 
grave. Existiam, entre outras, famílias de violas, de flautas, de cornamusas… Até aqui 
a história do fagote se confunde em parte com a de outros instrumentos. 
22 
 
 
É bem provável que o fagote tenha tido sua origem em um instrumento grave 
de uma dessas famílias de instrumentos de palhetas duplas: as bombardas. A 
bombarda-baixo era de um tamanho quase descomunal, necessitando por vezes de 
uma pessoa que a segurasse para que outra a pudesse tocar. Como a criatividade 
humana não conhece fronteiras, o problema logo se resolveu. Assim, a solução 
encontrada foi a de dobrar ao meio um instrumento que tinha mais de dois metros de 
comprimento! Este procedimento reduziu por certo suas dimensões, mas teve 
também como consequência uma alteração da sonoridade, e a bombarda, 
inicialmente de som áspero e até agressivo, passou a ter um som mais suave, mais 
“dolce”, a tal ponto que tomou daí o seu novo nome: DULCIANA. 
Com o acréscimo de algumas chaves necessárias para que os dedos 
pudessem operar os orifícios mais distantes e algumas alterações de perfuração e 
dimensões, este passou a ser o fagote barroco. Existe uma certa crença de que o 
nome fagote venha do italiano “il fagotto”, o que significa um amontoado de coisas, 
como por exemplo, um feixe de lenha, numa alusão ao formato que o instrumento 
assumiu com sua dobra ao meio. Em francês o fagote atende pelo nome de basson 
(uma alusão ao seu “som de baixo”?). A nomenclatura inglesa é bassoon. 
A passagem para o século XIX, uma época acentuadamente progressista, 
baseando suas pesquisas na acústica, ressaltou a preocupação pela afinação e 
sonoridade do instrumento, fazendo o fagote passar por uma série de inovações e 
melhoramentos. É a partir de então que ficam mais diferenciados os sistemas hoje 
conhecidos como alemão e francês. 
O sistema francês se firmou através de construtores como Savary e Triébert, 
que seguiam uma linha de construção mais conservadora. Atualmente o fagote 
sistema francês é tido como um instrumento que executa com mais facilidade 
passagens no agudo e tem como característica um som mais ou menos anasalado. 
Buffet-Crampon é o nome que, em nossos dias, se tornou praticamente sinônimo do 
fagote construído no sistema francês. 
Na Alemanha, Carl Almenräder (1786-1843), com sua criatividade e muitas 
inovações, é de fundamental importância no desenvolvimento do fagote sistema 
alemão. Aliando-se a Johann Adam Heckel (1812-1877), um jovem e talentoso 
23 
 
 
construtor de instrumentos, Carl desenvolveu o fagote, dotando-o de um novo 
mecanismo, alterando-lhe também as dimensões de perfuração. Esse novo 
instrumento é a base do fagote moderno alemão, que atualmente também é 
conhecido como “sistema Heckel”. 
Para o ouvinte a diferença de sistemas se faz sentir sobretudo através da 
sonoridade e do aspecto visual do instrumento; para o fagotista, além destas, existe 
a grande diferença do mecanismo das chaves, que faz com que o dedilhado usado 
em um instrumento não seja aplicável a outro. 
Independentemente do fagote ser baseado no sistema francês ou alemão, ele 
se compõe de uma parte construída de metal (bocal) e de quatro partes construídas 
de madeira (asa, culatra, baixo e campana), que se encaixam uma na outra e que, 
quando montadas, perfazem um tubo cônico de 235cm, tendo um diâmetro inicial de 
4mm. e finalizando em 4 cm. 
No tocante às partes de madeira, quando o sistema é alemão, o fagote é quase 
sempre construído em ácer (em alemão: Ahorn; em inglês: maple wood); quando seu 
sistema é francês, a madeira usada é tradicionalmente o jacarandá. Como o ácer é 
uma madeira muito clara, quase branca, o fagote é normalmente tingido com alguma 
coloração que lembre a nobreza da cor do mogno. O jacarandá, por ser já de natureza 
mais escuro, não recebe corante e tende automaticamente ao marrom. Mas não é a 
cor que importa; ela é um acessório meramente estético. 
O fagote é o baixo do grupo das madeiras (flauta, oboé, clarineta, fagote) e, 
dentre esses instrumentos, é aquele que tema mais ampla tessitura. São três oitavas 
e meia, abrangendo do sib –1 até o mi 4 (tomando-se como base o dó central = dó 
3). Atualmente instrumentos mais apurados, instrumentistas mais ousados e uma 
literatura mais exigente estão fazendo extrapolar essa tessitura, forçando o fagotista 
a tocar, em certos casos, até o sol 4. O som do fagote é produzido, tal como na 
bombarda renascentista, por uma palheta dupla aplicada a um bocal em forma de “S” 
e feita vibrar pela boca do instrumentista através do sopro. 
As exigências de sonoridade da orquestra moderna e o desenvolvimento dos 
instrumentos fazem com que cada um dos instrumentos das madeiras tenha um ou 
mais “parentes” próximos: flauta – flautim; oboé – corne inglês; clarineta – clarone. 
24 
 
 
No caso do fagote o parente próximo é o contrafagote, que soa uma oitava abaixo do 
fagote. 
O fagote é de construção bastante complexa, sobretudo em função da dobra 
do instrumento, onde, em uma só peça, na chamada culatra, existem dois furos: um 
descendente e outro ascendente unidos por uma válvula em forma de “U”. Por isso, 
contam-se quase que literalmente nos dedos os fabricantes de fagote pelo mundo 
afora, estando os principais representantes na Alemanha, França, Estados Unidos e 
Japão. 
O Brasil está modesta mas orgulhosamente representado neste seleto rol de 
fabricantes com o autor deste pequeno histórico do fagote, que, há cerca de 10 anos, 
se aventura com sucesso nesse campo, usando para isso madeiras brasileiras. 
Contrafagote 
Este instrumento soa uma oitava abaixo do 
fagote. Surgiu em 1714, criado por Andreas 
Eichentopf, em Leipzig, sendo ocasionalmente 
utilizado pelos compositores clássicos. 
O moderno contrafagote segue o desenho 
idealizado, em 1870, pelo alemão Johann Heckel. De estrutura semelhante ao fagote, 
seu tubo, no entanto, se curva 4 vezes sobre si mesmo. Distingue-se também por um 
pavilhão de metal voltado para baixo. 
O instrumento alcança 3 oitavas, sendo o si bemol a sua nota mais grave. Nas 
raras vezes em que aparece como solo dentro da massa orquestral, tem por função 
criar atmosferas lúgubres ou grotescas. 
 
25 
 
 
Trompete 
O mais agudo entre os metais, o trompete se 
originou, provavelmente, no Egito Antigo, no II milênio 
antes de Cristo, tendo adquirido importância como 
instrumento musical a partir do século XVII, ao ser 
introduzido na orquestra. 
Sua forma atual data da primeira metade do século XIX, quando os fabricantes 
alemães Blühmel e Stölzel criaram o sistema de 3 pistões, que tornou o instrumento 
mais versátil, aumentando seu registro e tornando sua execução menos difícil. Pode 
ser afinado em ré ou, mais comumente, em si bemol ou dó. 
Trompete pocket 
Consiste num tubo cilíndrico recurvado sobre si 
mesmo, em cujas extremidades ficam o pavilhão e o bocal. 
A qualidade do som pode ser modificada com a surdina, peça 
de madeira introduzida no pavilhão. Alcança 2 oitavas e 
meia, começando do fá abaixo do dó médio. 
Tem sonoridade brilhante e penetrante. É muito usado pelos compositores em 
uníssono com as cordas e as madeiras da orquestra, como também em solos. 
Saxofone 
Criado em 1840 pelo belga Adolphe Sax, o saxofone é o 
único entre os sopros de metal que possui palheta. Constitui-se 
de um tubo cônico com cerca de 24 orifícios controlados por 
chaves, que permitem a produção dos diferentes sons do registro 
do instrumento. Esse tubo termina num pavilhão largo, voltado 
para cima. 
Existem 7 tipos: 
– sopranino – afinado em mi bemol; 
– soprano – afinado em si bemol; 
– contralto – afinado em mi bemol; 
26 
 
 
– tenor – afinado em si bemol; 
– barítono – afinado em mi bemol; 
– baixo – afinado em si bemol; 
– contrabaixo – afinado em mi bemol. 
Somente o soprano, contralto, tenor e barítono são usados com frequência, 
formando o quarteto comum dos grupos instrumentais de dança e jazz. 
Introduzido na orquestra sinfônica no final do século XIX, popularizou-se entre 
os compositores eruditos como Rossini, Berlioz e Meyerbeer, com preferência para o 
sax contralto. Seu registro alcança 2 oitavas e uma Sexta, começando do si bemol 
abaixo do dó médio. 
Não é membro permanente da orquestra sinfônica, mas seu repertório é 
vastíssimo, com muitas obras para solo. 
Trompa 
Surgiu na França, por volta de 1650. Como um 
desenvolvimento da trompa de caça, que, por sua vez, se 
originou dos primitivos instrumentos feitos com chifres de 
animais. Já no final do século XVII foi integrada à orquestra. 
Consiste num longo tubo cilíndrico de 2 metros, 
recurvado sobre si mesmo numa espiral de duas voltas. Na 
extremidade mais estreita, localiza-se o bocal, em forma de funil, e, na outra, o 
pavilhão. O som é controlado por 3 válvulas, incorporadas ao instrumento no início do 
século XIX pelos fabricantes Blühmel e Stölzel (alemães) e Leopold Uhlmann 
(austríaco). Esse mecanismo permitiu a execução de todos os sons cromáticos da 
escala. 
A trompa emite um som aveludado e suave e sua afinação é em fá ou si bemol. 
Alcança 2 oitavas e uma Quinta (si3 a fá4). Considerada indispensável na orquestra 
a partir de 1830, foi utilizada também como solista por inúmeros compositores. Um 
27 
 
 
dos efeitos utilizados na trompa é a “surdina”, que se consegue quando o intérprete 
coloca a mão ou uma peça de madeira no pavilhão, obtendo um apagamento do som. 
Trombone 
Surgiu provavelmente na França quinhentista, 
a partir de modificações introduzidas no trompete. 
Sua principal característica são as varas corrediças, 
cuja função é controlar a emissão e a altura do som. 
O corpo principal do instrumento, 
extremamente simples, é formado por dois tubos paralelos, presos um ao outro. Numa 
extremidade está o bocal e na outra o pavilhão. Atualmente, é construído em 3 
tamanhos: tenor, contralto e baixo. O primeiro é o mais utilizado em orquestras 
sinfônicas e é afinado em si bemol, soando uma oitava abaixo do trompete. No 
registro baixo, também pode ser afinado em Sol. 
Indispensável à orquestra, na qual foi introduzido por Beethoven, foi tratado 
como solista por muitos outros compositores também. 
No século XIX, um outro tipo de trombone, denominado de êmbolos, com 3 
válvulas, era muito empregado nas orquestras, mas acabou perdendo seu lugar para 
o trombone de vara. 
Tuba 
O mais grave entre os metais, a tuba surgiu por 
volta de 1835, em Berlim, inventada por Wilhelm 
Wieprecht e construída por Johann G. Moritz. No entanto, 
o modelo mais comumente empregado na orquestra foi 
desenvolvido, por volta de 1845, pelo belga Adolphe Sax. 
Consiste num tubo cilíndrico, recurvado sobre si 
mesmo, e que termina num pavilhão em forma de sino. O 
som é controlado por válvulas ou pistões, cujo número 
varia de 3 a 5. De timbre suave e surpreendentemente ágil, apesar de seu grande 
porte, a tuba foi introduzida na orquestra por volta de 1850. É afinada em fá e alcança 
3 oitavas (fá1 a fá3). 
28 
 
 
Indispensável na orquestra sinfônica, foi por vezes utilizada em solos 
orquestrais. É muito usada também nas bandas militares. 
A “tuba wagneriana”, idealizada por Wagner para a sua tetralogia O anel dos 
Nibelungos, possui estrutura semelhante à da trompa ( bocal e pavil!ão recurvado). É 
afinada em si bemol e em fá e sua extensão vai do mi bemol1 ao ré4. Além de Wagner, 
Bruckner, R. Staruss e Stravinsky utilizaram-na em algumas de suas obras. 
Órgão de tubos 
O maior e talvez o mais versátil entre 
todos os instrumentos, o órgão, apesar de 
incluir-se entre os sopros, distingue-se destes 
por sua estrutura especial, que reúne tubos, 
teclados e pedais. Os principais estágios da 
evolução do primitivo órgão hidráulico grego 
para o órgão moderno incluem a introdução de 
teclas, registros e mecanismo de acionamento. 
Atualmente, o órgão constitui-se de 3 
partes principais: 
– tubos – sua característica básica; 
– console – que abriga os teclados, geralmenteem número de dois, pedais, 
botões para mudança de timbres e outros acessórios; 
– mecanismo de acionamento – são os foles. 
Cada tubo corresponde a uma nota e são agrupados em séries, denominadas 
registros, que produzem sons de alturas variadas. Quanto maior o tubo, mais grave o 
timbre. 
Há 3 tipos de registros, de cuja combinação resulta a imensa variedade de 
timbres e a grandiosidade sonora, característica do órgão, a saber: 
– os de fundo ou flautados – produzem os sons principais de flauta e de 
gambas; 
29 
 
 
– os de mistura – enriquecem o som dos registros de fundo; 
– os de palheta – conferem a sonoridade brilhante do trompete, clarim, etc… 
Entre todos os instrumentos, o órgão é o que possui maior alcance: sete 
oitavas e meia. Instrumento solista por excelência, o repertório abrange obras de 
inúmeros compositores. Pode integrar também a massa orquestral. 
Harmônica 
A harmônica de boca cromática (quiçá o instrumento 
de sopro mais completo da modernidade). O que a história 
registra é que um fabricante de órgãos, o alemão Christian 
Friedrich Ludwig retém para si o direito maior de ser o 
inventor da Harmônica. Tudo ocorreu por volta de 1820, quando Ludwig viajava pelos 
diversos países da Europa como afinador de órgãos e pianos. Para realizar o seu 
trabalho necessitava de um diapasão prático e de fácil transporte. Chistian então 
idealizou um pequeno instrumento composto por uma placa metálica onde estavam 
aplicadas 12 palhetas metálicas de diferentes comprimentos e afinadas de maneira 
que pudessem reproduzir os 12 sons da escala cromática. 
Esta placa de vozes foi aplicada sobre um cavalete de madeira dotado de 12 
canais que permitiam conduzir o sopro diretamente a cada uma das palhetas. Ele 
chamou seu instrumento de aura. Christian ficou maravilhado ao perceber que havia 
criado um instrumento exótico, pois além da reprodução da escala cromática ele 
conseguia com alguma habilidade também produzir música. Com algumas alterações 
na distribuição das vozes e permitindo altenativa de emitir sons soprados e aspirados 
foi finalmente inventada a Harmônica, em razão da possibilidade de reproduzir 
também grupos de 2, 3 ou 4 vozes simultaneamente, formando acordes. No Brasil, 
pela falta de conhecimento, o instrumento é conhecido, também, como “gaita”. 
Conhecida como eolina, a harmônica popularizou-se na Europa. Durante muito 
tempo este instrumento foi moda em Viena, onde senhoras o usavam como pingente 
no pescoço e os cavalheiros adaptavam-no ao castão (cabo) da bengala. Mas a 
verdadeira paixão pela harmônica teve início quando um viajante levou um destes 
instrumentos de Buschmann para a pequena cidade de Trossingen na orla da Floresta 
Negra, na Alemanha. 
30 
 
 
Matthias Hohner, um modesto, mas hábil relojoeiro ficou entusiasmado com o 
timbre sonoro daquela “gaita” e resolveu fabricar artesanalmente alguns 
instrumentos. Em 1857 conseguiu produzir 650 unidades e, em poucos anos, 
conseguiu exportar as primeiras gaitas para os Estados Unidos. Vinte anos depois, a 
produção da fábrica hohner atingiu um milhão de harmônicas e, em 1887 a fábrica 
empregava 400 operários. 
Em 1902, quando morreu, Mathias Hohner legou a seus filhos uma indústria 
com produção anual de sete milhões de harmônicas. Matthias Hohner nunca se 
interessou em tocar Harmônica, mas dedicava-se em produzir instrumentos de alta 
qualidade, e orgulhava-se de ser chamado “stradivarius da harmônica”. através dos 
anos a hohner já produziu mais de 1.500 diferentes tipos de harmônicas, sendo a 
mais cara uma especialmente fabricada para o papa pio xi, na qual todas as peças 
metálicas, com exceção das palhetas, foram feitas em ouro. 
Um dos modelos mais exóticos trazia um cordão transpassado num “ilhós” 
especialmente para uso dos africanos, os quais não usavam bolsos, e podiam levá-
la pendurada no pescoço. 
A Harmônica de Boca foi criada na condição de um instrumento diatônico, sem 
a possibilidade de reproduzir a escala cromática. A harmônica cromática é um 
instrumento muito recente, desenvolvido em 1918 pelo harmonicista russo Borrah 
Minevitch, líder da famosa orquestra de HARMÔNICAS de nome “Harmônica 
Rascal’s”. 
Por muito anos, a Harmônica foi negligenciada como instrumento musical, até 
mesmo tratada como um brinquedo musical, conhecida popularmente como Gaitinha 
de boca ou simplesmente Gaitinha, como ainda ocorre em muitas regiões como norte 
e nordeste, onde ela é chamada de Realejo. Em Portugal, é chamada de Harmônica 
de Beiço e em outras regiões da Europa, particularmente na França, é 
tradicionalmente tratada como Harmônica. Superados alguns preconceitos, 
atualmente a harmônica tem conseguido algum reconhecimento entre o grande 
público e até mesmo entre conceituados músicos, tendo adentrado as salas de 
concerto. 
31 
 
 
Entre os grandes músicos e renomados maestros alguns já compuseram 
peças musicais para este instrumento, até mesmo sob a forma clássica do concerto, 
como, por exemplo, Radamés Gnattali e Heitor Villa-Lobos, pioneiros no Brasil no que 
se refere à composição de concertos para Harmônica de Boca e Orquestra. Na 
verdade, muitos entre os músicos mais conceituados não conhecem muito bem as 
potencialidades da Harmônica de Boca. 
Uma curiosa passagem ocorreu certa vez, quando diante de um seleto 
auditório de músicos europeus, o consagrado virtuose da Harmônica, Johnn 
Sebastian, pôs a tocar uma gravação e pediu para que identificassem o instrumento 
solista. As opiniões foram as mais diversas: um Oboé, diziam alguns; outros 
identificaram como uma viola do período de Bach; outros sugeriram ser uma 
cornamusa; e assim as opiniões se sucederam. Ficaram todos surpresos ao saber 
que se tratava da Harmônica de Sebastian. 
Instrumentos de percussão 
São instrumentos basicamente rítmicos. O som é produzido por vibrações 
transversais numa membrana estendida sobre uma cavidade ressoante ou em corpos 
sólidos. 
Podem ser divididos em dois grupos: 
– os de som determinado – aqueles capazes de produzir alturas precisas (as 
notas musicais); 
– os de som indeterminado – de altura indefinida, isto é, ruídos. 
Entre os primeiros estão: tímpanos, carrilhão, xilofone, celesta, glockenspiel, 
marimba e vibrafone. No segundo grupo estão: triângulo, pratos, caixa, bombo e 
outros menos frequentemente usados na orquestra sinfônica, como o pandeiro, o 
tantã, as castanholas, o agogô, o chicote, etc… 
32 
 
 
Instrumentos de som determinado 
Tímpanos 
Indispensáveis à orquestra, na qual foram 
introduzidos em 1670, pelo compositor francês Lully, 
os tímpanos se originaram dos “naqqara” árabes, por 
volta do século XII. 
Constituem-se de uma caixa de ressonância 
feita de madeira ou metal, de formato semi-esférico, 
com cerca de 60 cm. de diâmetro e coberta por uma pele estendida sobre um arco. 
São percutidos por meio de baquetas denominadas “bilros”, cuja extremidade, 
arredondada, é revestida de feltro. 
Em geral, a orquestra possui de dois a quatro tímpanos, executados por um 
mesmo instrumentista. São afinados em quartas ou quintas. 
Carrilhão 
Conjunto de lâminas ou tubos dispostos numa 
armação e percutidos por uma espécie de martelo, o 
carrilhão aperfeiçoou-se e difundiu-se no século XVI. A 
extensão das notas varia muito, não chegando, entretanto, 
a alcançar mais de 2 oitavas. Possui sons diatônicos e 
cromáticos. 
A percussão também pode ser feita por mecanismo de teclado, recebendo 
então o nome de celesta. Nesta, as teclas acionam martelos que percutem lâminas 
metálicas, produzindo um som límpido. Alcança 5 oitavas (dó1 a dó6). 
33 
 
 
Xilofone 
Formado por lâminas de madeira de tamanhos 
variados, dispostas em fileiras horizontais, seu 
alcance varia de modelo para modelo. Os maiores 
atingem 4 oitavas, a partir do dó médio. É percutido 
por meio de 2 baquetas, obtendo-se trinados, 
trêmulos, arpejos e repetição rápida de uma mesmanota. 
Formas variantes do xilofone são o glockenspiel, o vibrafone e a marimba. O 
glockenspiel constitui-se de lâminas de aço dispostas em duas fileiras horizontais, 
percutidas por uma baqueta, denominada “maceta”. Alcança duas oitavas e meia 
(sol3 a dó6 ou sol2 a dó5). 
Derivado, provavelmente, do glockenspiel, o vibrafone surgiu por volta de 
1920. Possui lâminas de aço vibradas por martelos também de metal. Sob cada 
lâmina, há um ressonador operado eletricamente, que amplia e confere maior nitidez 
ao som. Possui timbre doce e aveludado. 
A marimba, de origem africana e desenvolvida na América Central, é um 
instrumento usado sobretudo pelas orquestras típicas populares de alguns países 
centro-africanos. Integra, por vezes, o aparato percussivo das orquestrações de 
alguns compositores contemporâneos. Seu timbre é um pouco mais grave que o do 
xilofone. Alcança 4 oitavas, começando no dó abaixo do dó médio. 
Instrumentos de som indeterminado 
Triângulo 
O menor dos instrumentos de orquestra, consiste numa 
vareta de ferro dobrada em formato de triângulo. É percutido com 
uma baqueta também de ferro. Os sons emitidos, sempre agudos, 
podem ser curtos e isolados ou formar uma cadeia semelhante à do 
trinado, provocada por batidas rápidas e sucessivas. 
34 
 
 
Conhecido na Europa no século XIV, só foi empregado na orquestra a partir do 
século XVIII, por Mozart. 
Pratos 
Derivados dos címbalos, discos metálicos usados 
no Egito Antigo, foram introduzidos na Europa durante a 
Idade Média. Medem cerca de 50 cm. de diâmetro e são 
percutidos com uma vareta ou chocados um contra o 
outro, podendo então produzir uma sonoridade que se 
sobrepõe a toda a orquestra. 
Quando executados pelo mesmo instrumentista que toca os tímpanos, um dos 
pratos pode ser fixado a um suporte, fazendo-se que o outro caia sobre ele, por meio 
de um pedal. Os pratos foram introduzidos na orquestra sinfônica no século XVIII, por 
Cluck. Entre os românticos, o seu uso se popularizou. 
Caixa 
Assim como os tímpanos e o bombo, a caixa é um 
instrumento da família dos tambores. Surgiu no século XV, 
como um desenvolvimento do tamborim, muito utilizado 
nos regimentos medievais de infantaria. 
De formato cilíndrico, feita de latão ou madeira, é revestida de pele de vitela, 
geralmente apertada por parafusos que regulam o som. Há dois tamanhos: 
– um maior e mais fundo, com sonoridade mais opaca; 
– outro, menor, é circundado por cordas metálicas, que lhe dão sonoridade 
mais viva e brilhante. 
Ambos são percutidos com uma ou duas baquetas de madeira ou com uma 
escova de arame, quando se quer obter algum efeito especial. Instrumento 
característicos das bandas militares, a caixa passou a integrar efetivamente a 
orquestra sinfônica, a partir do Romantismo. 
35 
 
 
Bombo 
Conhecido também como grande tambor, constitui-se de 
uma caixa circular de madeira ou folha de ferro, coberta na parte 
superior e inferior por uma pele esticada, apertada nas 
extremidades por parafusos de pressão. 
Distingue-se da caixa pelo tamanho, pois é muito maior, 
e por ser executado em posição horizontal. É percutido por uma baqueta denominada 
“maceta”. Característico das bandas militares, foi introduzido na orquestra sinfônica 
por Mozart, em meados do século XVIII. 
Pandeiro 
Originário do Oriente Médio, constitui-se de um arco de 
madeira, com ou sem guizos, tendo uma pele esticada na 
parte central. É agitado com uma das mãos ou percutido. 
Muito utilizado na músicas folclórica de alguns países. 
Também chamado de “pandeireta”. 
Tantã 
De origem oriental, constitui-se de um disco metálico, geralmente de bronze, 
suspenso, que se faz vibrar, batendo-se com uma baqueta ou 
martelo, sobre as extremidades ou no centro. Produz som forte 
e de altura indefinida. Foi introduzido na orquestra sinfônica 
em fins do século XVIII. Sendo mais utilizado pelos 
compositores contemporâneos, geralmente em momento de clímax ou para sugerir 
desespero. 
Castanholas 
Também de origem oriental, provavelmente fenícia, as 
castanholas se disseminaram pela Espanha, transformando-
se em instrumento típico do país. Constitui-se de duas peças 
de madeira, marfim ou ébano, em formato de concha, unidas 
36 
 
 
por uma fita ou cordão, que o instrumentista enrola entre os dedos. 
O som é produzido, percutindo-se uma contra a outra. Comum nas 
orquestrações de compositores espanhóis. 
 
Instrumentos Musicais Artesanais 
É possível construir uma variedade de instrumentos musicais muito grande a 
partir de materiais simples, que usualmente encaminhamos para a reciclagem. Trata-
se de uma forma de aproveitar e reutilizar materiais do nosso dia a dia, mas, 
essencialmente de dar asas à nossa imaginação, no sentido de conseguir produzir 
verdadeiras obras de arte que, entre muitas outras vantagens são peças únicas. 
Essa construção é uma forma divertida de cativar os alunos para este tema do 
som, aproveitando as aulas experimentais para uma abordagem diferente, mas 
motivadora. Segue abaixo algumas sugestões para a construção de alguns 
instrumentos musicais e aproveite para pesquisar mais instrumentos musicais que 
possam ser construídos como materiais simbólicos, divirta-se! 
 
Chocalho 
Materiais necessários 
1 Lata de refrigerante 
Pequenas pedrinhas (ou então outras 
coisas, como milho, feijão, grão, etc.) 
Fita adesiva 
Como fazer 
Lavar e secar a lata de refrigerante. Cuidado para não te cortares na sua 
abertura. 
37 
 
 
Introduzir as pedrinhas pela abertura, até encher cerca de um terço da lata. 
Tapar a entrada da lata com fita adesiva. 
Podes usar fitas de cores diferentes para decorar a tua lata. Outra alternativa 
será recortar figuras em cartolinas de diferentes cores, para colares na tua lata. 
Como tocar 
Abana a lata ao ritmo da música. Inventa 
os teus próprios ritmos. 
Poderás acompanhar outros instrumentos 
musicais. 
Se utilizares materiais diferentes para 
encher a tua lata, irás obter sons diferentes. 
Podes pois construir chocalhos com sons 
diferentes. 
 
Adufe 
O Adufe é um instrumento musical 
português. É um pandeiro membranofone 
quadrangular. No seu interior são colocadas 
sementes ou pequenas soalhas a fim de 
enriquecer a sonoridade. Os lados do caixilho 
medem aproximadamente 45 centímetros. O 
adufe é segurado pelos polegares de ambas 
as mãos e pelo indicador da mão direita, 
deixando deste modo os outros dedos livres 
para percutir o instrumento. 
Foi introduzido pelos árabes na península Ibérica entre os séculos VIII e 
XII.Hoje, encontra-se essencialmente concentrado no centro-leste de Portugal 
38 
 
 
(distrito de Castelo Branco), onde é executado exclusivamente por mulheres, 
acompanhando o canto sobretudo por ocasião das festas e romarias. 
O Adufe aparece em três zonas de Portugal: Alentejo, Beira Baixa e Trás-os-
Montes, onde é conhecido por Pandeiro. A técnica de fabrico é diferente. Por 
exemplo, no Alentejo utilizam a bexiga de porco curtida para fazerem a pele e em 
Trás-os-Montes utilizam pele de cabra a que chamam de "samarra" 
Materiais necessários 
-Caixa de cartão quadrada. Em alternativa, 
duas superfícies planas de cartão que 
possas transformar numa caixa 
quadrangular. 
-Fitas para decoração. 
 
Ferramentas e acessórios 
-Tesoura. 
-Cola de contato. 
Como fazer 
Colas, bem colado as duas tampas de cartão, colocas à volta uma tira de pano 
também bem colada e apertada para lhe aumentar a resistência. Introduz no seu 
interior algumas sementes, grãos de milho ou pequenas pedras para obteres um som 
original. 
Como tocar 
O Adufe toca-se ao alto, com um bico voltado para cima, à altura da tua cabeça. 
A mão direita dá o andamento da cantoria e a esquerda tamborila, dando um colorido 
especial à música. 
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Cítara 
 A cítara é um instrumento histórico. Em Portugal foi muito tocado por 
senhoras, no século passado. Tem a sua origemna 
lira de Apolo, que segundo a mitologia foi inventada 
por Anfião, meio-irmão de Apolo, para o acalmar. A 
caixa de ressonância da Lira de Apolo era uma 
carapaça de tartaruga. Mas, não precisas fazer mal 
a nenhum animal, porque a tua CÍTARA, tem como 
caixa de ressonância uma embalagem de cartão 
dos sapatos. Modernamente as CÍTARAS utilizam 
uma caixa acústica de madeira, são baixas e têm 
muitas cordas. Mas como a vida está cara, a tua , só 
vai ter oito cordas : DÓ, RÉ, MI, FÁ, SOL, LÁ, SI, 
DÓ. 
 
Material de construção 
Caixa de sapatos de cartão forte, 2 ripas de pinho (30 x 3 x 1 cm), 8 camarões, 
3 ripas de pinho (30 x 1 x 1 cm), 8 parafusos de 2 cm de comprimento, 60 cm de 
arame e fio de nylon de 1mm e 0,5 mm (2 metros de cada -pode ser fio de pesca). 
Ferramentas e acessórios 
Serrote cabo de faca, tesoura, furador, cola de contacto e berbequim com 
broca de 1,5 mm. 
Modo fazer 
Faz um orifício redondo na tampa da caixa de sapatos (a boca ou abertura 
musical). Reforça a parte debaixo da caixa de cartão, com as ripas maiores. Podes 
colá-las ou pregá-las. Estas servem de reforço aos furos que vais fazer para aplicares 
os parafusos e camarões. Para aumentar a resistência da estrutura cola a tampa à 
parte de baixo. Fazes agora 8 furos equidistantes nos topos da caixa de cartão, que 
40 
 
 
devem furar também a madeira. Neles enroscas, dum lado os parafusos e do outro 
os camarões. 
Na parte superior da cítara, o tampo nos cordofones, tens de colocar dois 
apoios de cordas e um cavalete móvel, que fica no meio destes. Os pontos de apoio 
de uma corda devem ser finos e duros. Por esse facto, deves colocar sobre estes, um 
arame. A técnica é simples: com um serrote, fazes um rasgo ao correr da madeira, 
que serve de sulco para que o arame não se desloque. Finalmente vais colocar as 
cordas de nylon. As mais grossas, para as notas mais graves e as mais finas para as 
outras. O cavalete do meio deve ter uma inclinação de cerca de 60 graus e ficar o 
mais próximo possível dos carrilhões (os camarões). Deves afinar a tua cítara, 
comparando as notas com as de outro instrumento, como um Orgão Electrónico ou 
uma Flauta de Bisel. 
 
Como tocar 
As cordas na cítara são beliscadas com uma palheta, igual à das violas 
eléctricas. A palheta, normalmente, é um pequeno triângulo de plástico. Procura no 
teu livro de música, modinhas simples, que tenham a extensão de uma oitava. Não te 
esquecendo de tocar todos os dias. Os grandes músicos, quando começaram, 
precisaram de trabalhar muito, para conseguirem a precisão desejada. Trabalha e 
vencerás. 
 Pandeiro 
Materiais necessários 
1 Prato de vaso de plástico. 
8 tampinhas achatadas (caricas de garrafa). 
Arame. 
Ferramentas e acessórios 
Martelo. 
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Prego para furar. 
Serra manual 
 
 
 
 
 
 
 
Como fazer 
Abrir quatro fendas nas laterais do prato de vaso, usando uma serra manual 
(dando um espaço de 8 a 10 cm entre uma fenda e outra). 
Com um prego fazer um furo por cima e outro por baixo de cada uma das 
fendas. 
Fixar um pedaço de arame nos furos de baixo. Perfurar as tampinhas (depois 
de achatadas) no meio e enfiar no pedaço de arame. Colocar duas tampinhas em 
cada arame. 
Prender o arame nos furos de cima, fixando bem as tampinhas. 
Como tocar 
Toca na sequência que mostra a figura: primeiro bate com o polegar, depois 
com a ponta do dedo médio, depois o punho e finalmente a palma da mão. 
Inventa os teus próprios ritmos. Poderás acompanhar outros instrumentos 
musicais. 
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Órgão de garrafas 
Materiais necessários 
7 Garrafas de vidro iguais 
1 recipiente com água 
Corantes alimentares de várias cores 
1 Colher de sopa de metal ou outro objeto de metal 
Como fazer 
A primeira coisa que vais fazer é alinhar as 7 garrafas em cima de uma mesa. 
Poderás fixá-las numa base de madeira 
Deixa a primeira garrafa vazia. Depois vais colocar apenas um pouco de água 
no fundo da segunda garrafa, colocar um pouco mais na garrafa que se segue, um 
pouco mais na outra e assim sucessivamente até à sétima garrafa. 
Podes colocar algumas gotas de corante só para que as tuas garrafas fiquem 
mais coloridas e bonitas. 
Com a colher toca ao de leve em cada uma das garrafas. 
Como tocar 
Bate levemente em cada uma das garrafas 
com a colher de metal. 
Os sons produzidos nas garrafas são todos 
diferentes, apesar das garrafas serem todas iguais! 
O que varia são as diferentes quantidades 
de água. 
Quando bates nas garrafas com a colher, a 
superfície da água treme. A esse tremer chamamos vibração. Essa vibração depende 
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da quantidade de ar e porque a quantidade de ar em cada garrafa é diferente, temos 
vibrações diferentes e sons diferentes. 
O som mais alto é o som agudo e o som mais baixo corresponde ao som grave. 
Se cada garrafa corresponder a uma nota musical, o som mais agudo corresponderá 
ao Si e o som mais grave ao Dó. Desta forma deverás ser capaz de tocar as músicas 
que quiseres. 
Flauta de pã 
A flauta de pã ou flauta de amolador é um 
instrumento com grandes tradições em Portugal. 
Ainda hoje, os poucos amoladores que existem 
fazem-se anunciar ao som da sua flauta, correndo a escala musical, do grave para o 
agudo e vice-versa, com uns floreados pelo meio. É uma forma de se anunciarem. 
Para além de amolar facas e tesouras, também arranjam guarda-chuvas. Costumam 
andar pelas ruas, segurando uma bicicleta a pedal. Era usual o povo da aldeia, 
quando ouvia ao longe o som da sua flauta de pã dizer:... vai chover! 
Esta flauta é um instrumento muito antigo. Já os Romanos e os Gregos o 
fabricavam e tocavam. Ainda hoje esta flauta é conhecida em todo o Mundo. Na 
Birmânia é um dos instrumentos populares mais importantes, onde é conhecido por 
"Naúre" e no Peru existem flautas de pã com 2 metros de altura. 
Para que não tenhas de comprar um escadote, aquela que vais construir é 
muito mais pequena. 
Materiais necessários 
1 metro de tubo PVC. Também podes fazer a tua flauta de cana, se as 
conseguires encontrar. 
8 rolhas de cortiça. 
Cerca de 20 cm de cana. 
2 metros de fio de lã. 
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Ferramentas e acessórios 
Construção de uma flauta de pã 
Serrote para ferro. 
Lima paralela para ferro. 
Canivete. 
1 folha de lixa fina. 
Como fazer 
As canas, são geralmente o material escolhido para o fabrico deste 
instrumento. Em Portugal, não é fácil encontrar boas canas, para a sua construção. 
A alternativa pode ser o tubo de plástico. 
Para iniciares a construção, vais cortar o tubo em 8 bocados com alturas 
diferentes. Caso tenhas alguma dificuldade em fazê-lo, não hesites em pedir ajuda a 
um adulto. As serras podem ser muito perigosas. 
Os tubos maiores produzem um som mais grave e os menores mais agudo. 
Para que tenham uma sonoridade bonita e cristalina, eles devem ser bem fechados 
num dos lados. A altura dos oito tubos em centímetros é: 16,5 ; 15 ; 14 ; 13 ; 12 ; 11 ; 
10 e 9. 
A operação de corte deve ser seguida do bolear do tubo, com a lima e depois 
com a lixa, uma vez que para tocares esta flauta vais ter de encostar o tubo, aos 
lábios e se o tubo estiver rugoso podes aleijar-te. 
Agora coloca uma rolha em cada um dos tubos. Pede auxílio ao teu professor 
de música para afinares corretamente estas notas. A afinação faz-se subindo ou 
descendo a rolha no interior do tubo. 
Depois de teres as 8 notas afinadas vais juntá-los, com o auxílio de tiras de 
cana e corda ou fio de lã. 
O atar dos tubos com lã de várias cores dá um aspeto alegre à flauta de pã. 
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Como tocar 
Ao princípio pode parecer-te complicado, mas logo lhe apanhas o jeito. 
Encosta os lábios a um só tubo e sopra com força. Primeiro começa por fazer 
escalas ascendentes (dó,ré,mi,fá,sol,lá,si,dó) e depois descendentes (do agudo para 
o grave). Passados poucos dias, vais ser capaz de tocar algumas músicas. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
CARDOSO, R. Uma introduçãoà história do Design. 2. ed. São Paulo: Edgard 
Blucher, 2004. 
BERKLEY, Rebecca et al. Manual ilustrado dos instrumentos musicais. 
Traduzido por Denis Koishi e Danica Zigic. São Paulo: Irmãos Vitale, 2009. Tradução 
de: The illustrated musical intruments handbook. 
BAXTER, Mike. Projeto de produto: guia prático para o Design de novos 
produtos. São Paulo: Edgard Blucher, 2011. 
BIGAL, S. O Design e o desenho industrial. São Paulo: Annablume, 2001. 
LADKIN, D.; TAYLOR, S.; STATLER, M. The Ethical Possibilites of Managing 
as a Craft Discipline. Academy of Management Annual Meeting, Proceedings, 2012. 
MAINEMELIS, C.; RONSON, S. Ideas are Born in Fields of Play: Towards a 
Theory of Play and Creativity in Organizational Settings. Research in Organizational 
Behavior, vol.27, p.81-131, 20016. 
RODRIGUES, Antônio. A história dos instrumentos. Movimento.com, 2011. 
TOURINHO, Cristina; WESTERMANN, Bruno; MOREIRA, João G. S..Unidade 
9- Ensino de violão. Material de apoio ao Curso de Licenciatura em Música da UFRGS 
e universidades parceiras, do Programa de Pós-Licenciaturas II da SEED/MEC. 2009. 
Disponível em:. Acesso em: 04 jun. 2015.

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