Buscar

RESUMO EXPANDIDO USUCAPIAO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A PREVISÃO LEGAL MATERIAL A PROCESSUAL DA USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA
FERNANDO BATISTA ¹
RESUMO: Usucapião é o modo de aquisição da propriedade de bem móveis ou imóveis pelo exercíci da posse mansa e pacífica no prazo determinado em lei. Surgiu no Direito Romano, o qual objetivava regularizar a situação daqueles que tinham irregularidades na aquisição de determinado bem e desejavam regularizar conforme as normas vigentes. Foi regularizado pela primeira vez na Lei das XII Tábuas, em 445 a.C., a qual estabelecida o prazo de um ano para bens móveis e de 02 anos para imóveis. Na legislação brasileira a Lei nº601/19850 foi a primeira a dispor sobre propriedade imobiliária. Através da usucapião, preenchidas as condições de tempo, continuidade e incontestabilidade, o possuidor pode requerer ao juiz que declare, por sentença, sua posse ad usucapionem, servindo o julgado como título para transcrição no registro de imóveis.
PALAVRAS-CHAVE: Usucapião - Código Civil - Propriedade - Processo Civil.
INTRODUÇÃO
 A usucapião extraordinária está prevista no artigo 1.238 do Código Civil, tem como requisitos a posse ininterrupta de 15 (quinze) anos, exercida de forma mansa e pacífica com ânimo de dono, que poderá ser reduzida para 10 (dez) anos nos casos em que o possuidor estabelecer no imóvel a sua moradia habitual ou nele tiver realizado obras e serviços de caráter produtivo. 
PRESSUPOSTOS PARA A CONCESSÃO DE USUCAPIÃO
O Código Civil Brasileiro estabelece requisitos rígidos para que a pessoa possa adquirir a propriedade de um bem por usucapião, uma vez que se trata de um modo originário de aquisição de domínimo, onde não há transmissão da propriedade do propritetário anterior para um novo. Ressalta-se queno mesmo modo em que há aquisição do domínimo em razão da prescrição aquisitiva, há ainda, por parte daquele que sofre a ação de usucapião, perda da propriedade, justificando a preocupação do legislador em criar requisitos para a aquisição da propriedade através da usucapião.
Primeiramente, tem-se como requisito indispensável a posse e que ainda ela seja mansa e pacífica, com o animus domini, ou intenção de dono, é a intenção do possuidor em relação ao bem tratando-o como seu fosse. Quanto à posse mansa e pacífica, acontece quando o proprietário não demonstra o interesse de defender o seu bem, permitindo que o possuidor fique tranquilamente no imóvel. Por fim, o requisito de a posse ser continua, requer que esta seja ininterrupta, ou seja, se mantenha de forma única, sem intervalos ou frações no tempo. Observa-se, que caso seja a posse interrompida, seja por interrupção natural ou interrupção civil, esta terá seu prazo reiniciado, não podendo ser contado o tempo anterior para o ajuizamento da ação de usucapião. Ademais, ressalta-se que além da posse ser pacífica ela precisa preencher o lapso temporal exigido em lei, sendo assim, a posse precisa ser ininterrupta. Destaca-se que cada modalidade de usucapião tem seu espaço temporal determinado no Código Civil. 
Destaca-se também que para ser objeto de usucapião o bem deve ser ainda coisa hábil, ou seja, é preciso que o bem seja passível de prescrição aquisitiva, sendo aqueles que não são impedidos de ser usucapido como é o caso dos bens públicos e os fora do comércio. Os bens titulados como fora do comércio podem ser divididos em quatro tipos: bens naturalmente indisponíveis (ar atmosférico, a água, ou seja, bens coletivos que não se cabem apropriação, pois estão em favor de todos), bens legalmente indisponíveis (de uso especial, uso comum, de uso de incapazes, órgãos do corpo humano) e também, os indisponíveis pela vontade humana, como o caso da adoção e testamentos.
E por fim, tem-se ainda como pressuposto o justo título, o qual refere-se a um título que transfere de uma pessoa para outra, domínio e posse e a boa-fé que está instituída no artigo 1201 do Código Civil que esclarece que é de boa-fé a posse, se o possuidor ignora vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Assim, aquele possuidor que crê realmente que é sua a coisa possuída, esta agindo de boa-fé.
O USUCAPIÃO EXTRAORDINÀRIA NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO 
Até o Código Civil de 1916 não havia previsãio legal de usucapião sem boa-fé do possuidor, qualquer que fosse o tempo da sua posse. O código de 1916 permitiu a aquisição do domínimo por usucapião independente de título e de boa-fé, instituindo a modalidade de usucapião extraordinária, a qual é a mais comum. O artigo 550 do Código Civil de 1916 disciplinava tal espécie e tinha como pressupostos, inicialmente, a posse, por 30 anos, sem interrupção ou oposição, com ânimo de dono. Em 1955 a Lei nº 2.437 reduziu o lapso temporal para 20 anos e mantendo os demais requisitios para aquisição do domínimo. 
 No Código Civil de 2002 a usucapião extraordinária teve sua previsão no artigo 1.238 tendo como requisitos a posse ininterrupta de 15 (quinze) anos, exercida de forma mansa e pacífica com ânimo de dono. O paragráfo único do referido artigo prevê a possibilidade de reduzir o tempo para 10 (dez) anos nos casos em que o possuidor estabelecer no imóvel a sua moradia habitual ou nele tiver realizado obras e serviços de caráter produtivo. 
PROCEDIMENTO PARA A AÇÃO DECLARATÓRIA DE USUCAPIÃO EXTRAORIDNÁRIO 
O Código De Processo Civil Brasileiro não prevê um procedimento especial para a ação de usucapião, apesar dela estar referida nos artigos 246 a 259 do Código. Sendo assim, 
passa a referida ação a se inserindo dentre as ações de procedimento comum. A ação se inicia com o requerimento do usucapiente da citação da pessoa em cujo nome o imóvel estiver registrado, dos vizinhos confinantes e de todos os demais interessados, estes por edital. Embora o novo Código de Processo Civil não mencione estes últimos, entende-se ser necessário citá-los, tendo em vista o procedimento administrativo da Lei de Registros Públicos. Os vizinhos confinantes, a seu turno, serão citados pessoalmente, a não ser que se trate de imóvel em condomínio, quando se dispensa essa citação, de acordo com o parágrafo 3º do artigo 246 do Código de Processo Civil. Serão, outrossim, cientificados por carta os representantes da União, do estado, do Distrito Federal e do município, para que manifestem, se for o caso, interesse na causa. No que tange ao prazo, vez que omisso o novo CPC, deverá ser fixado pelo juiz, nos limites do razoável. De acordo com o parágrafo 1º do artigo 218, quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade do ato. Quando a lei ou o juiz não determinarem prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento, depois de decorridas quarenta e oito horas. Em todos os atos do processo deverá intervir o representante do Ministério Público. Embora o Código de Processo não mencione especificamente a exigência de intervenção do MP na ação de usucapião, ela deverá ocorrer por cuidar-se de matéria de interesse social relevante, a teor do artigo 178, I.
Por fim, a sentença que reconhecer o usucapião continua tendo natureza meramente declaratória. Vale dizer que o juiz apenas reconhece e declara ter havido aquisição por usucapião. Não é a sentença que torna o requerente proprietário do imóvel. Ela tão somente declara a existência deste direito. Prolatada que seja a sentença, deverá ser transcrita no Registro de Imóveis, a fim de dar ao ato publicidade e garantia contra terceiros. O registro terá, pois, efeito meramente declaratório e natureza administrativa, diferentemente do registro da escritura de compra e venda, que tem efeito constitutivo e natureza real.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O usucapião extraordinário é a modalidade de usucapião prevista no artigo 1238 do Código Civil Brasileiro, a qual exige o tempo de posse ininterrupta, mansa de pacífica pelo prazo de 15 anos, podendo este prazo ser reduzido para 15 anos se cumprido os requisitos legais. No que tange ao procedimento da ação para declaração de usucapião verifica-se que trata de procedimento especial previsto nos artigos 246 a 259 do Código de Processo Civil. Destaca-seque cumprindo os requisitos exigidos pela legislaçãoo usucapião é um importante meio de aquisição originária de propriedade de um bem, uma vez que como elencada na Constituição Federal, a propriedade é um direito fundamental, portanto, a possibilidade de usucapir um bem é uma forma diversa de se garantir esse direito.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Planalto. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. 
BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília-DF, 11 de janeiro de 2002. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. 
BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Diário Oficial da União, Brasília-DF, 16 de março de 2015. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
FIUZA, César. Procedimentos para ação de usucapião ficam claros no novo CPC. Revista Consultor Jurídico. 17 de agosto de 2015. Disponível em: 
https://www.conjur.com.br/2015-ago-17/direito-civil-atual-procedimentos-acao-usucapiao-fica-claro-cpc
OLIVEIRA, Joana Câmara Fernandes de. O instituto do usucapião nas modalidades ordinária e extraordinária e o Registro de Imóveis. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XI, n. 56, ago 2008. 
Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site /index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=5081>. 
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: direito das coisas. 26. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012. v. 4.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direitos reais, v.12 – 6 ed. São Paulo: Atlas. 2016. 
¹ Acadêmico do curso de bacharel em Direito do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais- CESCAGE
¹ Acadêmic
o
 
do curso de bacharel em Direito do Centro de Ensi
no Superior dos Campos 
G
erais
-
 
CESCAGE
 
 
A PREVISÃO LEGAL MATERIAL A PROCESSUAL DA USUCAPIÃO 
EXTRAORDINÁRIA
 
 
FERNANDO BATISTA
 
¹
 
RESUMO
: 
Usucapião é o modo de aquisição da propriedade de bem móveis ou imóveis pelo 
exercíci da po
sse mansa e pacífica no prazo determinado em lei. Surgiu no Direito Romano, o 
qual objetivava regularizar a situação daqueles que 
tinham irregularidades na aquisição de 
determinado bem e desejavam regularizar conforme as normas vigentes. Foi regularizado pela 
primeira vez na 
Lei das XII Tábuas, em 445 a.C., a qual estabelecida o prazo de um ano para 
be
ns móveis e de 02 anos para imóveis. Na legislação brasileira a Lei nº601/19850 foi a 
primeira a dispor sobre propriedade imobiliária. 
Através da usucapião, preenchidas as 
condições de tempo, continuidade e incontestabilidade, o possuidor pode requerer ao juiz que 
declare, por sentença, sua posse 
ad usucapionem
, servindo o julgado como título 
para 
transcrição no registro de imóveis
.
 
PALAVRAS
-
CHAVE
: 
Usucapião 
-
 
Código Civil
 
-
 
Propriedade
 
-
 
Processo Civil.
 
INTRODUÇÃO
 
 
 
A 
usucapião extraordinária
 
está prevista no artigo 1.238 do Código Civil, tem como 
requisitos a posse ininterrupta de 15 (quinze) anos, exercida de forma mansa e pacífica com 
ânimo de dono, que poderá ser reduzida para 10 (dez) anos nos casos em que o possuidor 
estabelecer no imóve
l a sua moradia habitual ou nele tiver realizado obras e serviços de caráter 
produtivo. 
 
PRESSUPOSTOS 
 
PARA A CON
C
ESSÃO DE USUCAPIÃO
 
O Código Civil Brasileiro estabelece requisitos rígidos pa
ra que a pessoa possa 
adquirir a propriedade de um bem por usucapião, uma vez que se trata de um modo originário 
de aquisição de domínimo, onde não há transmissão 
da propriedade do propritetário anterior 
para um novo. Ressalta
-
se queno mesmo modo em que h
á aquisição do domínimo em razão 
da prescrição aquisitiva, há ain
da, por parte daquele que sofre a ação de usucapião, perda da 
proprie
dade, justificando a preocupação do legislador em criar requisitos 
para a aquisição da 
propriedade através da usucapião.
 
Primeiramente, tem
-
se como requisito indispensável a posse e que ainda ela seja 
mansa e pacífica, com o 
animus domini
, ou
 
intenção de dono, é a intenção do possuidor em 
relação ao bem tratando
-
o como seu fosse. 
Quanto à posse mansa e pacífica, acontece quando 
o proprietário não demonstra o interesse de defender o seu bem, permitindo que o possuidor 
fique tranquilamente no imóvel. Por fim, o requisito de a posse ser continua, requer que esta 
seja 
ininterrupta, ou seja, se mantenha de forma única, sem intervalos ou frações no tempo. 
Observa
-
se, que caso seja a posse interrompida, seja por interrupção natural ou interrupção 
civil, esta terá seu prazo reiniciado, não podendo ser contado o tempo anteri
or para o 
ajuizamento da ação de usucapião.
 
A
demais, 
ressalta
-
se que além da posse ser pacífica ela 
precisa preencher o lapso temporal exigido em lei
, sendo assim, a posse precisa ser 
ininterrupta. Destaca
-
se que cada modalidade de usucapião tem se
u espaço tempor
al 
determinado no Código Civil. 
 
Destaca
-
se também que para ser objeto de usucapião o bem deve ser ainda coisa

Continue navegando