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ATIVIDADE - GRUPOTERAPIA

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UMA VISÃO HSTÓRICO EVOLUTIVA DAS GRUPOTERAPIAS: PRINCIPAIS REFERENCIAIS TEÓRICO-TÉCNICO – CAPITULO 5
 A psicologia grupal é resultante da confluência das contribuições provindas da teoria psicanalítica e das Ciências Sociais, através dos ramos da Sociologia, Antropologia Social e da Psicologia Social. Uma completa revisão da história a evolutiva do movimento grupal seria por demais longa, fastidiosa e até confusa, tal é a sua abrangência conceitual, a multiplicidade de suas raízes e a diversidade nas concepções teóricas e aplicações práticas. Não nos ocuparemos dos macrogrupos, e em relação à evolução dos grupos pequenos vamos nos limitar a uma visão panorâmica, a partir dos principais autores de cada uma de suas múltiplas vertentes: empírica, psicodramática, sociológica, filosófica, operativa, institucional, comunitária, comunicacional, Gestáltica, sistêmica, comportamentalista, psicanalítica. Empírica - Por contribuição de natureza empírica designam os aquela que é mais fruto de uma intuição e experimentação do que, propriamente, de bases cientificas. Dessa forma, atribui- se a inauguração do recurso grupoterápico a J. Pratt, um tisiologista americano que, a parti r de 1905, em uma enfermaria com mais de 50 pacientes tuberculosos, criou, intuitivamente, o método de “classes coletivas”, as quais consistiam em uma aula prévia ministrada por Pratt sobre a higiene e os problemas da tuberculose, seguida de perguntas dos pacientes e da sua livre discussão com o médico. Nessas reuniões criava-se um clima de emulação, sendo que os pacientes mais interessados nas atividade s coletivas e n a aplicação das medidas higienodietéticas ocupavam as primeiras filas da aula. Esse método que mostrou excelentes resultados na aceleração da recuperação física dos doentes está baseada na identificação desses como médico, compondo uma estrutura familiar -fraternal e exercendo o que hoje chamaríamos de “função continente” do grupo. Pode-se dizer que tal sistema empírico foi o modelo de outras organizações similares, como por exemplo, a dos “Alcoolistas Anônimos”, iniciada em 1935, e que a in da se mantém com um a popularidade crescente. Psicodramática - Este método foi criado pelo médico romeno Jacob o Moreno que, em 1930, introduziu a expressão “terapia de grupo”. O seu amor pelo teatro, desde a infância, propiciou a utilização de uma importante técnica grupal. Sociológica - A vertente sociológica é fortemente inspirada em Kurt Lewin, criador do termo “dinâmica de grupo”, que substitui o conceito de “classe” pelo de “campo". Este autor, a partir de 1936, concentra todos os seus esforços no sentido de integrar as experiências do campo das ciências sociais ao dos grupos. Para tanto, criou “laboratórios” sociais com a finalidade de descobrir as leis grupais gerais que regem a vida dos grupos humanos e a de diagnosticar uma situação grupal especifica. São relevantes os seus estudos sobre a estrutura psicológica das maiorias e das minorias, especialmente as judaicas. Da mesma forma são importantes suas concepções sobre o “campo grupal” e a formação de papéis. Para K. Lewin, qual quer indivíduo, por mais ignorado que seja, faz parte do contexto do seu grupo social, o influencia e é por este fortemente influenciado e modelado. Filosófico-existencial - A contribuição dos filósofos e literatos à compreensão da dinâmica grupal, pode ser sintetizada na obra de J. P. Sartre. Esse autor, em seu último escrito filosófico-existencialista. Crítica da razão dialéticaf 19), em 1960, ocupa-se basicamente com as questões da liberdade e com a das responsabilidades, individual e coletiva, bem como do jogo dialético entre ambas. Para tanto, ele estudou o processo de formação dos grupos, em especial no que diz respeito à formação da “totalidade grupal “, a qual se com porta como um a nova unidade, ainda que jamais totalmente absoluta. Partem daí as suas importante s concepções acerca da “serialidade”, que serão abordadas no próximo capítulo. Ademais, Sartre em Pui-los (na versão brasileira: Entre quatro paredes) ilustra, de forma magnífica, como os três personagens interagem de acordo com as leis grupais e com as leis do mundo interior de cada, aos quais eles es tão irreversivelmente presos. Grupos operativos - O grande nome nessa área é o do psicanalista argentino Pichon Rivière que, partindo de s eu "Esquema conceitual referencial operativo” (ECRO) a profundou o estudo dos fenômenos que surgem no campo dos grupos que se instituem para a finalidade não de terapia, mas, sim, a de operar numa determinada tarefa objetiva, como, por exemplo, a de ensino-aprendizagem. Partir das postulações de Pichon Rivière, abriu- se um vasto leque de aplicações de grupos operativos que, com algumas variações técnicas, sã o conhecidos por múltiplas e diferentes denominações. Institucional - O autor que mais estudou as organizações institucionais foi Elliot Jacques, psicanalista inglês de formação kleiniana. Ele concebe que as instituições, da mesma forma que os sistemas sociais, se estruturam como defesas contra as ansiedades persecutórias e depressivas. Jacque enfatiza as subjacentes fantasias inconscientes, bem como o jogo das identificações projetivas e introjetivas entre os membros das instituições e que são as responsáveis pela distribuição dos papéis e posições. Partindo desse enfoque, e de novos referenciais teóricos de outros autores, a moderna psicologia organizacional vem adquirindo uma sólida ideologia específica e uma crescente aceitação. Grupos com unitários. Deve-se, principalmente, a Maxwell Jones o aproveitamento de todo o potencial terapêutico (ambientoterapia) que emana dos diferentes grupos que estão presentes no ambiente de uma instituição assistencial - um hospital psiquiátrico, por exemplo - e que totalizam o que ele denominou de “comunidade terapêutica”. Na década 40, Foulkes foi o criador de uma importante comunidade terapêutica no North Field Hospital. Comunicacional-interacional - Esta vertente vem ganhando uma importância cada vez maior entre todos os interessados em grupos. Muitos são os estudiosos que têm esclarecido a semiótica, a sintaxe e a semântica da normalidade e da patologia da comunicação, tanto a verbal como a não-verbal. Gestáltica – O fundador da Gestalterapia é Frederik Perls, que se baseia no fato de que um grupo se comporta como um catalizador: a emoção de um desencadeia emoções nos outros, e a emoção de cada um é amplificada pela presença dos outro s. A Gestalterapia empresta grande importância à tomada de consciência do comportamento não verbal dos elementos de grupo, e daí eles utilizam um elevado número de exercícios que possibilitam a melhora da percepção e da comunicação interacional. Teoria sistêmica. Base d a moderna terapia da família, essa teoria, como o nome sugere, concebe a família como um sistema em que os seus diversos componentes se dispõem numa combinação e hierarquização de papéis que visa, sobretudo, manter o equilíbrio do grupo. Cognitivo-Comportamental. A corrente comportamentalista parte do princípio de que o importante não é o acesso e a abordagem da conílitiva inconsciente profunda dos pacientes; antes, ela preconiza a relevância de que o paciente deva tomar um claro conhecimento da sua conduta consciente, em relação ao seu grupo social. A partir daí, são utilizadas as varia das técnicas de reeducação. Teoria psicanalítica. De forma direta ou indireta, inúmeros psicanalistas pertencentes a diferentes correntes e gerações têm contribuído decisivamente para a compreensão e utilização da técnica grupai. No entanto, é de justiça destacar três deles: Freud, Bion e Foulkes. Freud, por quem começa qualquer vertente psicanalítica construiu o sólido edifício teórico-técnico. Que, indiretamente, se constitui como o alicerce básico da dinâmica grupal. Aliás, ele assinalou que a “psicologia individual e a psicologia social não diferem em sua essência".Apesar de Freud nunca ter praticado ou recomendado a grupoterapia (sua única referência mais direta é o elogio que fez ao psicanalista Sim mel, pelo seu trabalho com grupos de neuróticos de guerra , em 1914), ele trouxe valiosas contribuições especificas à psicologia dos grupos humanos em cinco trabalhos: As perspectivas futuras da terapêutica psicanalítica (1910); Totem e Tabu (1913); Psicologia d as massas e análise do ego (1921); O futuro de uma ilusão (1927): Mal-estar na civilização (1930). Já no trabalho de 1910(6). Freud revela uma de suas geniais previsões ao conceber que “... O êxito que a terapia passa a ter no indivíduo haverá de obtê-la igualmente na coletividade". Em Totem e Tabuf), ele nos mostra que, por intermédio do inconsciente, a humanidade transmite as suas leis sociais, assim como estas produzem a cultura. No entanto, o seu trabalho de 1921 é considerado como particularmente o mais importante para o entendimento da psicodinâmica de grupo s. Nesse trabalho, Freud faz as seguintes abordagens: uma revisão sobre a psicologia das multidões, os grandes grupos artificiais (igreja e exército), os processos identificatórios (os projetivos e os introjetivos), as lideranças e as forças que influem na coesão e na desagregação dos grupos. Melanie Klein também nunca fez qualquer referência direta a grupos, mas a sua concepção acerca do fenômeno da identificação projetiva (1946) possibilitou uma compreensão bastante mais clara acerca do inter-relacionamento entre as pessoas e abriu um enorme campo de investigações na área. Coube a Bion nos anos 40, aplicar os princípios kleinianos para o entendimento das experiências que ele realizou com grupos, e das quais extraiu os seus importantes e bem conhecidos conceitos. Exemplos disso: a oposição entre o que chama de “grupo de trabalho” (consciente) e os “supostos básicos” (inconscientes), a “mentalidade grupal”, a noção de "grupos sem líder”, a “mudança catastrófica” que surge quando o establishment se vê ameaçado por uma ideia nova, etc., etc. Apesar de que Bion costuma ser mais conhecido pelos seus trabalhos com grupos, é preciso esclarecer que essa é uma parte menor de sua obra, que ficou restrita a tais experiências iniciais da década de 40 e nunca mais ele voltou a empregar a prática grupal. No entanto, sob a inspiração dos mecanismos psicóticos inconscientes que ele observou subjacentes nos grupos, Bion, na década 50, dedicou -se à análise e ao estudo de pacientes esquizofrênicos e, a partir daí, nos ano s 60, floresceram, entre outras, as suas geniais investigações sobre os processos do pensamento, do conhecimento (ou desconhecimento) das verdades e o da experiência emocional-interacional no vinculo analista, analisando, etc. Estas conceituações são, hoje, consideradas de fundamental importância para os grupo terapeutas. Durante a década de 30, P. Schmider S. R. Slavson começaram a praticar uma forma de psicoterapia psicanalítica num enquadre grupal, no qual a ênfase interpretativa incidia sobre o indivíduo, no grupo, ao invés de ser na totalidade do grupo, como anos mais tarde passou a ser preconizado. Considera-se, no entanto, como sendo Foulkes quem, em Londres, em 1948, inaugurou a prática da psicoterapia psicanalítica de grupo, com enfoque gestáltico. Para ele o grupo se organiza como uma nova totalidade, diferente da som a dos indivíduos. O autor introduziu uma série de conceitos e postulados que serviram de principal referencial de aprendizagem a sucessivas gerações de grupo terapeutas, sendo que ele é considera do o líder mundial da psicoterapia analítica de grupos. Na década 60, começam a surgir os trabalhos sobre a dinâmica dos grupos, por parte de psicanalistas da Escola Francesa, principalmente Didier Anzieu e Rene Kaes, os grupos apontam os importantes conceitos de “ilusão grupal" e o de "aparelho psíquico grupal”. A ilusão grupal consiste em uma sensação de que o grupo, por si só, completará as necessidades de cada um e de todos. Corresponde ao "espaço transicional”, de Winnicott, que medeia a passagem do nível do imaginário ao da realidade. É uma fase inevitável de todo grupo, e vai exigir um trabalho de desprendimento com res peito à necessidade de uma desilusão das ilusões. Por outro lado, Anzieu parte da ideia de que em toda situação grupal, de qualquer natureza que esse seja, os processos inconscientes são os mesmos. O aparelho psíquico grupal existe, e es tá dotado das mesmas instâncias que o individual, as não dos mesmos princípios de funcionamento A partir desses dois autores, o edifício que abriga as grupo terapias começa a adquirir alicerces referenciais teóricos específicos e a caminhar para uma identidade própria. No Brasil, a psicoterapia de grupo de inspiração psicanalítica teve começo com A. B. Bahiaf1), cuja técnica inicial consistia em reproduzir o modelo da psicanálise individual, separadamente, para cada um dos componentes do grupo, sendo que, ao final, fazia uma síntese abrangente da totalidade grupal. Outros nomes importantes e pioneiros são os de W. Oliveira (referencial kleiniano) e W. Kempes (freudiano ortodoxo), no Rio de Janeiro, de Blay Neto, L. Miller de Paiva e o O. R. Lima, em São Paulo, e os de Cyro Martins, David Zimmermann e Paulo Guedes, em Porto Alegre. Um exemplo desse movimento renovador relativo às grupoterapias no meio brasileiro consiste no enfoque das configurações vinculares que vem sendo realizada notadamente por um grupo de grupoterapêutas de São Paulo pertencentes à instituição Nesme, dentre os quais vale destacar a liderança de José Waldemar Fernandes, um importante e reconhecido grupoterapêuta brasileiro.

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