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TRABALHO RENEU - MARINA 9°C

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVEL
Av. Tito Muffato, n. 2317, Bairro Santa Cruz
CEP: 85806-080, Cascavel (PR)
Fone: (45) 3036-3653 | Fax: (45) 3036-3638
www.univel.br
Cascavel,16 de abril de 2020  
Aluno (a): Marina Gabriely Crai
Curso: Direito – DISCIPLINA – DIREITO AMBIENTAL – 9°C
TRABALHO EM SALA
SISTEMA E POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
 Diante da complexidade do bem ambiental e dos meios para efetivação da sua defesa e proteção, surge a necessidade de criação e desenvolvimento de diretrizes e ações coordenadas para instrumentalizar o objetivo maior perseguido. Durante os debates sobre os termos da Declaração de Estocolmo em 1972, instaurou-se um sério conflito de interesses entre países em desenvolvimento e os desenvolvidos acerca do direito ao desenvolvimento econômico. 
 Visando mitigar este conflito sem, contudo, ferir os direitos até então internacionalmente reconhecidos, como a soberania e o próprio direito das nações ao desenvolvimento econômico, a comunidade internacional passou a trabalhar a noção de desenvolvimento sustentável. Nesta esteira, a Declaração do Rio de 1992 consolidou o conceito de gestão ambiental como instrumento indispensável ao cumprimento de objetivos preservacionistas e de defesa do meio ambiente ecologicamente equilibrado, mas mantendo preservada a compatibilização destes objetivos com o direito ao desenvolvimento econômico e social. Portanto, a Declaração de Estocolmo constitui-se como um marco do direito ambiental ao conceber a necessidade de gestão qualificada, preservando os aspectos econômicos, sociais e ambientais. 
 Dentro deste contexto, assume especial relevância a organização e o mapeamento institucional, bem como a elaboração de um atualizado quadro legal e regulatório que pudesse recepcionar e se adequar aos preceitos internacionalmente reconhecidos. A legislação brasileira, impulsionada pelo movimento ambientalista da década de 70, inova na adoção de uma política nacional e quadro institucional sistematizado para efetivar a finalidade máxima de defesa e proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
 A lei 6.938/1981 foi a responsável pela estruturação da Política e do Sistema Nacional do Meio Ambiente (PNMA e SISNAMA). O art. 6º do referido diploma legal é responsável pela concepção, montagem e distribuição de competências entre os órgãos integrantes dos SISNAMA.
 Segundo definição proposta por Antunes, (p. 93) “O SISNAMA é o conjunto de órgãos e instituições vinculadas ao Poder Executivo que, nos níveis federal, estadual e municipal, são encarregados da proteção ao meio ambiente, conforme definido em lei. Além do SISNAMA, cuja estruturação é feita com base na lei da PNMA, muitas outras instituições nacionais têm importantes atribuições no que se refere à proteção do meio ambiente. 
 Para organizar as ações dos órgãos integrantes do SISNAMA dos três níveis da Federação, surge a necessidade de criação de um padrão organizacional, feito através de uma Política Nacional que disponha sobre princípios gerais, objetivos a serem perseguidos e os instrumentos disponíveis para realização das metas traçadas. No Brasil, esta Política é consagrada com o advento da Lei 6.938/81, mas não está isenta de críticas. Nas palavras de Milaré (p.310), “... é certo que se esboça um início de Política Ambiental, mas apenas limitada à observância das normas técnicas editadas pelo CONAMA. Não existe, contudo, um efetivo plano de ação governamental em andamento, interando a União, os Estados e os Municípios, visando à preservação do meio ambiente. 
 Para instrumentalizar os princípios e diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), o ordenamento jurídico brasileiro criou uma complexa rede institucional e que integra e compõe o SISNAMA, conforme dispõe o art. 6º da Lei 6.938/1981. Da mesma forma, Estados e Municípios desenvolveram redes institucionais próprias visando à consecução dos objetivos do desenvolvimento sustentável, tal qual assegurados pela Constituição Federal e refletidos nas Constituições Estaduais. 
 Embora as funções e atribuições de cada órgão estejam claramente definidas nos instrumentos legais originários, a prática demonstra superposição de tarefas e competências o que, infelizmente, acaba muitas vezes dificultando a efetiva tutela do bem ambiental. Por outro lado, ainda que existam pontos negativos em uma estrutura burocrática inchada, como parece ser o caso brasileiro, faz-se necessário reconhecer a importância da atuação de vários desses órgãos em prol da conciliação dos interesses desenvolvimentistas e preservacionistas.
 O art. 9º, da Lei 6.938/81 apresenta um rol exemplificativo de treze incisos elencando os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. São eles os meios para a efetiva defesa e proteção do meio ambiente. Em última análise, são os instrumentos da PNMA que visam garantir a eficácia e aplicação das normas e objetivos ambientais. 
 Alguns instrumentos já estão exaustivamente regulados, no entanto, outros ainda carecem de maior elucidação e regulamentação específica. Apesar de estarem listados de um a treze pelo referido artigo, cabe destacar que não há necessariamente uma relação hierárquica entre eles. Cada um cumpre com uma função específica e importante dentro da PNMA e não excluem outras iniciativas, ainda que não tipificadas, que instrumentalizem a proteção e a defesa do meio ambiente.
 Além disso, esses instrumentos não seguem uma lógica racional e própria. É possível afirmar que, para efeito de política ambiental, oito são os instrumentos que formam a espinha dorsal da gestão ambiental eficiente. São eles: o zoneamento ecológico econômico; os padrões de qualidade ambiental; a informação, a participação popular e educação ambiental; a avaliação e o licenciamento ambiental e; os mecanismos econômicos. Os demais estão–de uma forma ou de outra–subsumidos pelos instrumentos que forma a espinha dorsal da gestão ambiental. É o caso, por exemplo, da criação de espaços protegidos, subsumido ao zoneamento ecológico-econômico.
 O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) é constituído por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, e por fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela tutela e melhoria da qualidade ambiental. 
 O SISNAMA é estruturado através dos seguintes órgãos, de acordo com a redação do art. 6º, da Lei 6.938/81, regulamentado pelo Decreto n. 99.274/90: Conselho de Governo - Órgão superior. Este órgão tem como função assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais. (Art. 6º, inc. I, da Lei 6.938/81) Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) - Órgão consultivo e deliberativo. É o órgão maior do Sistema. É presidido pelo Ministro do Meio Ambiente. Tem como principal finalidade assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. (Art. 6º, inc. II, e art. 8º da Lei 6.938/81 e art. 7º do Decreto 99.274/90). A composição do CONAMA é definida pelos Decretos n. 3.942/2001 e 6.792/2009.
Diante do texto apresentado, responda as seguintes questões: 
1. O que é o SISNAMA e qual a sua utilidade dentro da Política Nacional do Meio Ambiente?
R: O SISNAMA é o grupo de órgãos e instituições vinculadas ao Poder Executivo que, nos níveis federal, estadual e municipal, são responsáveis da proteção ao meio ambiente, conforme estabelecido em lei.
2.Qual é a importância e o fundamento legal de inclusãodo princípio da informação ao SISNAMA?
R: A lei 6.938/1981 é a executora da estruturação da Política e do Sistema Nacional do Meio Ambiente (PNMA e SISNAMA), especificamente o artigo ° da referida lei é responsável pela fundação, montagem e distribuição das competências dos órgãos integrantes dos SISNAMA. Sendo encarregado de estabelecer modelos que tornem possível o desenvolvimento sustentável, através de mecanismos e instrumentos que sejam capazes de realizar proteção ao meio ambiente.
3. Qual é a função que o Conselho de Governo vem desenvolvendo na prática? Explique.
R: Assessora o presidente da República na formulação da Política Nacional do Meio Ambiente.
4. Quais são os órgãos integrantes do SISNAMA?
R: Órgão Superior: O Conselho de Governo;
Órgão Consultivo e Deliberativo: O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA);
Órgão Central: O Ministério do Meio Ambiente (MMA);
Órgão Executor: O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA);
Órgãos Seccionais: órgãos ou entidades estaduais responsáveis plea execeção de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental;
Órgãos Locais: órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades em suas respectivas jurisdições.
5. O que é o CONAMA e quais são as suas funções?	
R: CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – Sua principal finalidade é assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida
6. Qual é a diferença entre os princípios da Política Nacional do Meio Ambiente e os princípios de direito ambiental consagrados pela Constituição Federal de 1988?
R: Os incisos II, III, IV, VI, VII, IX e X do art. 2º da referida Lei elenca entre os princípios da Política Nacional do Meio Ambiente a racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar, o planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais, a proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas, os incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais, o acompanhamento do estado da qualidade ambiental, a proteção de áreas ameaçadas de degradação e a educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. A prevenção é o princípio que fundamenta e que mais está presente em toda a legislação ambiental e em todas as políticas públicas de meio ambiente. Antônio Herman Benjamin, destaca que a prevenção é mais importante do que a responsabilização do dano ambiental. A dificuldade, improbabilidade ou mesmo impossibilidade de recuperação é a regra em se tratando de um dano ao meio ambiente. A recuperação de uma lesão ambiental é quando possível muito demorada e onerosa, de forma que na maior parte das vezes somente a atuação preventiva pode ter efetividade. São inúmeros os casos em que as catástrofes ambientais não têm reparação e seus efeitos acabam sendo sentidos apenas pelas gerações futuras, o que ressalta o dever de prevenção. É melhor para o meio ambiente que o dano ambiental nunca ocorra do que ele ocorrer e ser recuperado depois. A reparação, a indenização e a punição devem ser, respectivamente, os últimos recursos do direito ambiental. Devido a essas características do dano ambiental, a Constituição Federal reconheceu que deve ser dada prioridade às medidas que impeçam o surgimento degradações ao meio ambiente. O princípio da prevenção é aplicado em relação aos impactos ambientais conhecidos e dos quais se possa estabelecer as medidas necessárias para prever e evitar os danos ambientais. 
Já os princípios norteadores do direito ambiental visam evitar ou, ao menos, minimizar a prática de condutas lesivas ao meio ambiente, quais sejam: 
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO - O princípio em questão estabelece que não devem ser produzidas quaisquer intervenções no meio ambiente antes da efetiva verificação de que as mesmas não gerarão prejuízo ao meio ambiente. Segundo Maria de Sousa Aragão, o princípio da preocupação “determina que a ação para eliminar possíveis impactos danosos ao ambiente seja tomada antes de um nexo causal ter sido estabelecido com evidência científica absoluta”. Portanto, o princípio em tela é diferente da atuação preventiva, uma vez que, nesse caso, o que se exige é a eliminação dos perigos já comprovados. Desta feita, não devem ser lançados ao meio ambiente substâncias desconhecidas que não tenham ainda sido estudadas. Não obstante, a ciência nem sempre pode informar, precisamente, quais as medidas e em que intensidade devem ser tomadas para evitar danos ao meio ambiente. Por isso, sempre que houver dúvida quanto à lesividade de determinada ação, deve-se decidir em favor do meio ambiente e, consequentemente, contra o potencial poluidor. O princípio da precaução constituí a essência do direito ambiental. Cristiane Deran, afirma que esse princípio “se resume na busca do afastamento, no tempo e espaço, do perigo, na busca também da proteção contra o próprio risco e na análise do potencial danos oriundos do conjunto de atividades”. Em virtude desse princípio, tem-se a inversão do ônus da prova, que é transferido da vítima para o agente causador do dano, que ainda terá o ônus de provar que está adotando as medidas protetivas adequadas a fim de evitar a configuração de danos ao meio ambiente. Esta precaução, que busca garantir um meio ambiente equilibrado, impõe uma série de ações públicas aos governantes, tais como: a defesa contra os perigos ambientais iminentes, o afastamento do risco de danos ambientais, proteção à configuração futura do meio ambiente e, principalmente, a proteção dos recursos naturais.
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO - Pelo princípio da prevenção, procura-se prevenir a ocorrência do dano ambiental porque há o conhecimento das consequências de se iniciar determinado ato, prosseguir com ele ou suprimi-lo. A Constituição Federal de 1988 não faz distinção entre as expressões prevenção e precaução, utilizando-as quase como sinônimas. A diferenciação entre os mencionados princípios, por sua vez, foi construída pela doutrina ambiental, nas obras de autores como Paulo Afonso Leme Machado, José Ruben Morato Leite, Édis Milaré, dentre outros. O princípio da prevenção, de fato, é bastante semelhante ao Princípio da Precaução, todavia possui algumas particularidades que os distingue. O princípio da precaução difere do da prevenção pois busca prevenir a prática de atos danosos à natureza porque não se sabe quais são as consequências que determinado ato, empreendimento, ou aplicação científica causará ao meio ambiente. Diante disso, o princípio da precaução reforça a ideia de que os danos ambientais, uma vez concretizados, não podem, em sua maioria, ser reparados. Ocorrendo a devastação florestal, por exemplo, ainda que seja feito o reflorestamento, não recuperará as características primitivas. A principal diferença, então, é que o princípio da prevenção determina que não devem ser produzidas intervenções no meio ambiente antes da verificação dos possíveis prejuízos e, por outro lado, o princípio da precaução sustenta que deve haver o controle das fontes poluentes. Para Édis Milaré, “o princípio da prevenção é basilar em Direito Ambiental, concernindo à prioridade que deve ser dada as medidas que evitem o nascimento de atentados ao meio ambiente, de molde a reduzir ou eliminar as causas de ações suscetíveis de alterar a sua qualidade.” O estudo de impacto ambiental (EIA) e os licenciamentos, são os mais importantes instrumentos desse princípio do Direito Ambiental.
PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR - Segundo Maria de Fátima de Araújo Ferreira, “O princípio do poluidor pagador objetiva que na prática de atividades danosas ao meioambiente, o agente poluidor passe a internalizar o custo ambiental, ou seja, o poluidor deve incluir entre seus custos de produção, os custos de prevenção, reconstrução, repressão, reparação e responsabilização pelo meio ambiente”. O princípio do poluidor pagador parte da constatação de que os recursos ambientais são escassos e que o seu uso acarreta gradual desaparecimento. Para Paulo de Bessa Antunes, “o elemento que diferencia o Princípio do Poluidor Pagador da responsabilidade tradicional é que ele busca afastar o ônus do custo econômico das costas da coletividade e dirigi-lo diretamente ao utilizador dos recursos ambientais.” Conclui o mesmo autor, que “ele não está fundado no princípio da responsabilidade, mas, isto sim, na solidariedade social e na prevenção mediante a imposição de carga pelos custos ambientais nos produtores e consumidores”. Da utilização desse princípio, também se denota que deve ser evitada a corrente prática dos agentes causadores de danos ao meio ambiente de tomar para si o lucro decorrente da atividade poluidora e socializar os danos. Sendo assim, o princípio em tela não pode ser visto como uma via de mão dupla, em que o indivíduo poluiria o meio ambiente e, como paliativo, pagaria um montante em dinheiro. Pelo contrário, o pagamento pelo poluidor deve ter um grande alcance, inclusive, incluindo os custos de prevenção, de reparação e de responsabilização ambiental. O princípio do poluidor pagador passou a ser, na atualidade, um dos mais importantes princípios jurídicos ambientais, encontrando guarida nas mais importantes legislações nacionais e internacionais. A Declaração do Rio, de 1992, tratou da matéria em seu Princípio 16, da seguinte maneira: “as autoridades nacionais deveriam procurar fomentar a internalizarão dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em conta o critério de que o que contamina deveria, em princípio, arcar com os custos da contaminação, tendo devidamente em conta o interesse público e sem distorcer o comércio nem as inversões internacionais.” Ressalta-se, por fim, que um dos interesses primordiais do princípio em estudo é o de que o poluidor passe a integrar ao seu custo produtivo, os custos ambientais decorrentes da prevenção e reparação do meio ambiente lesado, a fim de desestimular a prática de futuros e maiores danos ambientais.
PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO - De acordo com o princípio em comento, os aplicadores da política ambiental devem prever as consequências da implementação de uma determinada intervenção no meio ambiente e ponderar se esta será útil a toda a coletividade e também se irão importar gravames excessivos aos ecossistemas e à vida humana. Deve-se, portanto, levarem conta todas as decorrências de uma intervenção no meio ambiente de modo a alcançar um resultado globalmente positivo. Para Paulo de Bessa Antunes, “através do mencionado princípio deve ser realizado um balanço entre as diferentes repercussões do projeto a ser implementado, isto é, devem ser analisadas as implicações ambientais, as consequências econômicas, as sociais, etc.”
PRINCÍPIO DO LIMITE - Este princípio, também denominado de princípio do controle do poluidor pelo poder público, segundo Édis Milaré[12] “resulta das intervenções necessárias à manutenção, preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente”. O princípio em tela é de grande valia para o direito ambiental e consiste na atuação do poder público, por meio de seu poder de polícia administrativa, limitando a atuação individual de devastação do meio ambiente, visando assegurar o bem-estar da sociedade. De acordo com esse princípio, a administração deve fixar padrões de qualidade ambiental, como por exemplo limite aceitáveis de emissão de gases pelos automóveis, limites de desmatamento em propriedades rurais a fim de assegurar o bem-estar de toda a coletividade.
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE - De acordo com Paulo de Bessa Antunes[13] “pelo princípio em tela, busca-se impedir que a sociedade arque com os custos da recuperação de um ato lesivo ao meio ambiente causado por poluidor perfeitamente identificado”. Não se pode admitir que a sociedade arque com os prejuízos ocasionados por um indivíduo, devendo, por conseguinte, haver o repasse dos custos para aqueles que o causaram. Para Álvaro Luiz Valery Mirra[14], ”sem negligenciar a extraordinária relevância da prevenção das degradações, é preciso admitir que um sistema completo de prevenção e conservação do meio ambiente supõe necessariamente a responsabilização dos causadores de danos ambientais e da maneira mais ampla possível, envolvendo as esferas civil, penal e administrativa”. A responsabilidade pelos danos ambientais deve ser ampla, abrangendo as esferas penal, civil e administrativa, sempre buscando, além da segurança jurídica, pela certeza da imputação, a conscientização da prevenção. A amplitude pretendida se reflete na independência e autonomia entre os sistemas de responsabilização mencionados, os quais poderão ser utilizados cumulativamente, podendo, por conseguinte, levar um poluidor, pela prática de um mesmo ato danoso, a ser responsabilizado simultaneamente nas três esferas.
7. Qual a função dos instrumentos da PNMA para os objetivos traçados pela Lei 6.938/81?
R: Buscam garantir a eficácia e aplicação das normas e objetivos ambientais, por mais que o art. 9° da Lei 6.93881 apresente um rol exemplificativo, com treze incisos tendo elencados os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, sendo eles os meio para a efetiva defesa e proteção do meio ambiente.

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