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Peça 04- RESPOSTA À ACUSAÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 15º VARA CRIMINAL NA 
COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS. 
 
 
 
Antônio Lopes, brasileiro, estado civil, agente da polícia 
federal, RG, CPF sob nº, endereço eletrônico, residente e 
domiciliado no endereço Rua Castro, nº 170, apartamento 
201, Porto Alegre/RS, vem à presença de Vossa Excelência, 
por intermédio de sua advogada, com escritório profissional 
à rua, devidamente constituída por procuração, apresentar: 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com base nos artigos 396 e 
396-A do Código de Processo Penal, pelos fatos e 
fundamentos a seguir expostos: 
 
 
 
I- DOS FATOS: 
 
Antônio Lopes foi denunciado pelo Ministério Público, sendo suspeito de ter praticado os 
crimes elencados nos arts. 239, parágrafo único, da Lei 8069/90 (Estatuto da Criança e do 
Adolescente) e 317, § 1º, c/c o art. 69, ambos do Código Penal. De acordo com a versão acusatória, 
o denunciado, mediante expedição irregular de passaportes, teria auxiliado a codenunciada, Maria 
Campos, no propósito de enviar crianças e adolescentes ao exterior. A denúncia foi recebida pelo 
Doutor Juiz da 15º Vara criminar de Porto Alegre e o denunciado foi citado pessoalmente em 
27.07.2017. 
 
II- DOS FUNDAMENTOS: 
 
1-Das preliminares 
1.1- Da incompetência da Justiça Estadual 
 
Em se tratando da competência, o presente caso pertence a Justiça Federal, de acordo com o 
art. 109, inciso V da Constituição Federal, o qual estipula que serão desta competência os crimes 
previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no Brasil, o resultado 
tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, conforme o caso, igualmente aos crimes praticados por 
funcionário público federal em razão do exercício de sua função, de acordo com a Súmula 254 do 
extinto Tribunal Federal de Recursos, dado as causas de transnacionalidade do crime tal como o 
interesse da União no processamento e julgamento da causa. 
Sendo assim, é requerido a nulidade do processo, com base no art. 564, inciso I do Código de 
Processo penal, desde o início, uma vez eu a denúncia deverá ser ofertada pela Procuradoria a 
República e não no âmbito do Ministério Público Estadual. 
 
1.2- Da Nulidade da Interceptação Telefônica 
 
Conforme a redação do art. 2º, II da Lei nº 9.296/96, exige-se como cabimento e requisito da 
medida, que a mesma seja efetuada apenas quando não houver outro meio cabível, que as anteriores 
vias tenham sido esgotadas. É necessário observar a nulidade na interceptação telefônica feita pelo 
Delegado de Polícia, em virtude da falta da fundamentação da decisão, diante dos termos do art. 5º, 
da Lei 9.296/96 e o art. 93, IX da Constituição Federal. 
Diante ao exposto, restou configurada como ilegal a interceptação telefônica, não podendo ser 
utilizada como via principal de investigação sem ter sido esgotadas vias anteriores investigativas. 
Consequentemente, pede-se a nulidade da interceptação sendo também possível todos os atos que 
assim derivaram dela. 
 
1.3- Da nulidade da decisão que proferiu a busca e apreensão 
 
Em conformidade com os autos, foi deferida medida de busca e apreensão na casa do acusado. 
Decorre que, ao deferir tal medida, o magistrado deixou de fundamentar os motivos da busca e 
apreensão. A Constituição Federal, no art. 93,IX, vislumbra sobre a nulidade quando a decisão é 
genérica e sem fundamentação. 
 
1.4- Da nulidade da apreensão do dinheiro 
 
Solicita-se o reconhecimento da nulidade do ato de apreensão da quantia de 50.000 (cinquenta 
mil dólares) no apartamento do acusado. Isto ocorre pelo fato de que, o magistrado determinou busca 
e apreensão no endereço à Rua Castro, nº 170, apartamento 201, o qual teve uma diligência frustrada. 
Por motivos desconhecidos, os policiais decidiram adentrar no apartamento 202, o qual era de 
propriedade do acusado, nesta ocasião sem autorização judicial. 
No art. 243, I, do Código de Processo Penal, discorre que o mandado de busca e apreensão deve 
fazer referência clara e exata do local a se fazer a diligencia. Porém, na busca os policias coletaram 
provas em locais não autorizados, motivo pelo qual a apreensão configura ilícita e deve ser 
desentranhada do processo, com base no art. 157 do Código de Processo Penal e art. 5º, LVI da 
Constituição Federal. 
 
1.5- Da inépcia da denúncia 
 
A conduta inicial acusatória é genérica, a mesma não descreve os elementares do tipo de 
corrupção passiva, assim, como não imputa fato determinado. Tal descrição viola art. 8º, 2, b, do 
Decreto 678/92, o qual prevê como garantia do acusado a comunicação previa e pormenorizada da 
acusação formulada. De mais a mais, limita o exercício do direito de defesa, em desrespeito ao 
previsto no art. 5º, LV, Constituição Federal. E, também, viola o art. 41 do Código de Processo Penal. 
 
2- Da falta de justa causa para a ação penal em relação ao crime de corrupção passiva 
 
Em relação ao crime de corrupção passiva, elencado no art. 317, §1º do Código Penal, configura por 
si só, como uma afirmação genérica, sendo considerada uma falta de justa causa por não haver prova 
suficiente de que o réu recebia vantagem indevida para a emissão de passaportes de forma irregular, 
havendo assim, a configuração do tipo penal do crime de corrupção passiva. 
Não foi apreendido nenhum passaporte e também nenhuma perícia foi realizada na fase do inquérito 
policial, o que gera um relatório incompleto da autoridade policial, não podendo a ação ser proposta, 
em razão da ausência de elementos para a propositura da ação pelo MP. 
Diante da redação do art. 317, §1º do Código Penal, como não houve apreensão e nem análise de 
passaportes durante a fase de investigação, não há do que se falar em incriminação por corrupção 
passiva. Pois, não há provas de exaurimento do crime, ou seja, Antônio efetivamente não tenha 
praticado ato infringindo dever funcional. 
 
3- Do mérito 
3.1-Da absolvição sumária do acusado em relação ao crime previsto no art. 239, parágrafo único 
da Lei 8069/90 
 
Em consonância com o art. 239, § único da Lei nº 8.069/90, não há nenhum indício contra 
Antônio em razão de práticas delituosas, eis que não há alguma referência de que ele tivesse ciência 
da intenção de Maria. Sendo assim, não tinha ciência que estava colaborando com a prática delituosa 
de Maria, tendo uma atipicidade do tipo penal, pela ausência de dolo. 
 
III- PEDIDOS 
 
a) Requer a declaração da incompetência da Justiça Estadual para apurar o feito com respaldo nos 
arts. 5º, LIII 109, V da CF; 
b) Requer o reconhecimento da nulidade da interceptação telefônica dada afronta ao art. 5º da Lei 
9296/96 e art. 93, IX da CF; 
c) Requer o reconhecimento da ilegalidade da decisão que deferiu a busca e apreensão tendo em vista 
a violação ao art. 243, II do CPP e art. 93, IX da CF; 
d) Requer o reconhecimento da ilicitude e o desentranhamento da prova apreendida em um dos 
apartamentos do acusado, eis ausente autorização para ingressar em tal local, com fulcro no art. 157 
do CPP e o art. 5º, LVI da CF 
e) Requer a rejeição da denúncia com fundamento no art. 395, I do CPP, pelo fato da precariedade na 
narrativa fática exposta pelo MP; 
f) Requer a rejeição da denúncia com fundamento no art. 395, III do CPP, pelo falta de justa causa 
para regular o exercício da ação penal; 
g) Requer a absolvição sumária do acusado em conformidade com o art. 397, III do CPP ante a 
atipicidade de sua conduta; 
h) Superadas as teses acima expostas, sejam as testemunhas abaixo intimadas para a fase 
comprobatória do presente processo penal. 
 
Testemunha 1: Calos de Tal. 
Testemunha 2: João de Tal 
Testemunha 3: Roberta de Tal 
 
Nesses termos, pede deferimento. 
 
Porto Alegre, 07 de agosto de 2017. 
 
ADVOGADA 
OAB 
 
 
Nome: Ananda Menegassi 
Direito Diurno

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