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1. SERÁ ATRIBUÍDA NOTA ZERO À PROVA QUANDO O ALUNO: a) utilizar ou portar, durante a realização da prova, MÁ- QUINAS e(ou) RELÓGIOS DE CALCULAR, bem como RÁDIOS, GRAVADORES, HEADPHONES, TELEFO- NES CELULARES ou FONTES DE CONSULTA DE QUALQUER ESPÉCIE; b) ausentar-se da sala em que se realiza a prova levando consigo o CADERNO DE QUESTÕES e(ou) o CAR- TÃO-RESPOSTA antes do prazo estabelecido; c) agir com incorreção ou descortesia para com qualquer participante do processo de aplicação das provas; d) comunicar-se com outro participante, verbalmente, por escrito ou por qualquer outra forma; e) apresentar dado(s) falso(s) na sua identificação pessoal; f) for ao banheiro portando CELULAR, mesmo que des- ligado, APARELHO DE ESCUTA, MÁQUINA DE CAL- CULAR ou qualquer outro MATERIAL DE CONSULTA relativo à prova. Na ida ao banheiro, durante a reali- zação da prova, o aluno será submetido à revista por meio de DETECTOR DE METAL. 2. Este CADERNO DE QUESTÕES contém a Proposta de Redação e 90 questões numeradas de 1 a 90 e dispostas da seguinte maneira: a) as questões de número 1 a 45 são relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b) as questões de número 1 a 5 são relativas à área de Língua Estrangeira; c) as questões de número 46 a 90 são relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. 3. Verifique no CARTÃO-RESPOSTA se os seus dados estão registrados corretamente. Caso haja alguma divergência, comunique-a imediatamente ao aplicador. 4. Decorrido o tempo determinado, será distribuído o CAR- TÃO-RESPOSTA, o qual será o único documento válido para a correção da prova. 5. Não dobre, não amasse, nem rasure o CARTÃO-RESPOSTA. Ele não poderá ser substituído. 6. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções, identificadas com as letras A, B, C, D e E. Apenas uma responde corretamente à questão. Você deve, portanto, assinalar apenas uma opção em cada questão. A marcação de mais de uma opção anula a questão, mesmo que uma das respostas esteja correta. 7. No CARTÃO-RESPOSTA, marque, para cada questão, a letra correspondente à opção escolhida para a resposta, preen- chendo todo o espaço compreendido no círculo, com caneta esferográfica de tinta azul ou preta. 8. Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOS- TA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 9. O aluno, ao sair da sala, deverá entregar, definitivamente, seu CARTÃO-RESPOSTA devidamente assinado, devendo ainda as- sinar a folha de presença e o cartão de identificação de sala. 10. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO 2020 5º SIMULADO LC - 1º dia | Página 2 OSG.: 2924/20 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 Disponível em: https://www.politico.eu. Acesso em: 22 abr. 2018. De acordo com a própria rede social, o número de usuários do Facebook afetados pelo uso indevido de dados por parte da Cambridge Analytica pode chegar a 87 milhões, a maioria dos Estados Unidos. Conforme a imagem acima, a expressão “fine print” remete A aos detalhes do termo de acordo do usuário que são facilmente ignorados quando se concorda com ele. B aos contratos de utilização de um serviço que fazem uso de uma linguagem bastante inacessível. C às limitações impostas por um contrato de prestação de serviços que desagrada aqueles que a ele aderem. D às cláusulas de um documento comercial que estabele- cem os direitos e os deveres do consumidor. E às condições específicas de um acordo judicial que res- tringe a possibilidade de os usuários reclamarem. QUESTÃO 02 Scientists accidentally create mutant enzyme that eats plastic bottles Scientists have created a mutant enzyme that breaks down plastic drinks bottles – by accident. The breakthrough could help solve the global plastic pollution crisis by enabling for the first time the full recycling of bottles. The new research was spurred by the discovery in 2016 of the first bacterium that had naturally evolved to eat plastic, at a waste dump in Japan. Scientists have now revealed the detailed structure of the crucial enzyme produced by the bug. The international team then tweaked the enzyme to see how it had evolved, but tests showed they had inadvertently made the molecule even better at breaking down the PET (polyethylene terephthalate) plastic used for soft drink bottles. The mutant enzyme takes a few days to start breaking down the plastic – far faster than the centuries it takes in the oceans. But the researchers are optimistic this can be speeded up even further and become a viable large-scale process. Disponível em: https://www.theguardian.com. Acesso em: 22 abr. 2018. A poluição por plástico é um dos maiores problemas ambientais do planeta, mas uma descoberta acidental pode ajudar a resolvê-lo. Com base no texto acima, os pesquisadores A alcançaram o máximo do potencial de degradação do plástico da enzima mutante, permitindo, assim, a imedia- ta produção em larga escala. B basearam-se em uma outra descoberta realizada no Ja- pão acerca da primeira bactéria que evoluiu naturalmente para degradar o plástico. C temem que a bactéria que produz a enzima capaz de de- compor o plástico, represente, a longo prazo, uma amea- ça concreta à saúde humana. D conseguiram intencionalmente aprimorar a capacidade de a enzima metabolizar o plástico utilizado na fabricação das garrafas de bebidas. E acreditam que a descoberta terá aplicação prática ape- nas para a decomposição do plástico que polui em larga extensão os oceanos do planeta. LC - 1º dia | Página 3OSG.: 2924/20 QUESTÃO 03 NASA is trying to build a supersonic aircraft without the boom NASA wants to create a new type of supersonic plane that doesn’t have the trademark boom. A supersonic jet could fly from New York to London in under 4 hours – and circle the globe in just over a day. But the boom created when the aircraft breaks the sound barrier is so loud that it can shatter windows and dislodge roof tiles, so supersonic flights are banned or restricted in many areas. NASA has just awarded a $247.5 million contract to US aerospace firm Lockheed Martin to try to change that. The contract includes the design, fabrication, and testing of an aircraft that can break the sound barrier with a sound that’s just about as loud as a car door closing. The aircraft, known as an X-plane, is planned to be 29 metres long and fly at about 55,000 feet at a speed of approximately 1,500 kilometres per hour – 1.4 times the speed of sound. Lockheed Martin is slated to deliver this X-plane in late 2021. The first version will have a pilot, but no passengers. Its main goal is to demonstrate that it is possible to travel faster than the speed of sound without creating the intense shock waves that trail behind the aircraft to cause a sonic boom. Disponível em: https://www.newscientist.com. Acesso em: 22 abr. 2018. A NASA está trabalhando no desenvolvimento de um avião supersônico. Além de ser mais rápido que a velocidade do som, a agência espacial também quer que o veículo seja silencioso. De acordo com texto, a referida aeronave A poderá realizar uma volta completa ao mundo em um in- tervalo de tempo inferior a quatro horas. B possuirá a capacidade de se deslocar a uma velocidade duas vezes superior à barreira do som. C produzirá, ao “quebrar” a barreira do som, um ruído equi- valente à batida de uma porta de carro. D transportará, em sua primeira versão, passageiros que foram convidados para um voo inaugural. E reverterá, seguramente, a proibição aos aviões supersô- nicos que vigora, em território americano. QUESTÃO 04 Disponível em: https://starecat.com. Acesso em: 22 abr. 2018. As tarefas de casa são uma oportunidadede autoaprendizagem, autoconhecimento, de reflexão, de expressão e de crescimento pessoal do aluno. De acordo com os elementos verbais e não verbais, a produtora do texto A tenta desfazer um mal-entendido envolvendo a tarefa de casa de sua filha. B pede desculpas à professora por não poder checar a ta- refa de casa da filha. C ameaça mover um processo contra a professora de sua filha por preconceito. D critica a professora pela falta de criatividade na proposta das tarefas de casa. E sugere que a professora evite tarefas de casa que abor- dem temas polêmicos. LC - 1º dia | Página 4 OSG.: 2924/20 QUESTÃO 05 Wake me up Feeling my way through the darkness Guided by a beating heart I can’t tell where the journey will end But I know where to start They tell me I’m too young to understand They say I’m caught up in a dream Well life will pass me by if I don’t open up my eyes Well that’s fine by me So wake me up when it’s all over When I’m wiser and I’m older All this time I was finding myself, and I Didn’t know I was lost I tried carrying the weight of the world But I only have two hands Hope I get the chance to travel the world But I don’t have any plans Wish that I could stay forever this young Not afraid to close my eyes Life’s a game made for everyone And love is a prize I didn’t know I was lost I didn’t know I was lost I didn’t know I was lost I didn’t know Avicii. Disponível em: http://www.songfacts.com. Acesso em: 22 abr. 2018. A morte do DJ sueco Avicii deixou a música eletrônica em silêncio. Tim Bergling, seu nome verdadeiro, que revolucionou, na última década, a indústria musical com sua mistura de sons, morreu no dia 20 de abril, em Omã. Com base na canção de sua autoria, o eu lírico A reconhece que é jovem demais para entender o valor que os sonhos têm para a vida. B revela-se completamente desorientado e sem forças para despertar dos seus sonhos. C acredita que a vida é somente um jogo no qual não exis- tem nem regras nem prêmios. D expressa o seu desejo de permanecer jovem para sem- pre e não ter receio de sonhar. E destaca a coragem que ele tem para carregar todo o peso do mundo em seus ombros. LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 La Región Mediterránea Por Ducable Rogés, el 14/11/2010 La Región Mediterránea es la comprendida entre Europa meridional, Asia occidental y África septentrional, y rodea el mar que le da nombre, el Mediterráneo. Este mar ha sido desde antaño la vía de transporte que ha conectado estas regiones tan alejadas geográficamente pero tan próximas culturalmente. Disponível em: http://www.cancioneros.com. De acordo com o texto, a Região Mediterrânea, situada entre a Europa, a Ásia e a África, A banha toda a Espanha e Portugal. B tornou-se, há pouco tempo, uma via de transporte. C aproximou regiões que eram afastadas geograficamente. D era uma região que, desde antigamente, não via trans- porte. E banha toda a Europa, além de chegar até a Ásia seten- trional. LC - 1º dia | Página 5OSG.: 2924/20 QUESTÃO 02 El auto más largo del mundo tenía pileta y un helipuerto Se creó en 1992, medía casi 31 metros y formó parte del Libro Guinness de los récords. Jay Ohrberg, un importante coleccionista y diseñador de coches, creó la limusina más larga del mundo. Ohrberg comenzó a planear el auto en los ‘80 y se convirtió en realidad en 1992. El diseño se basó en las limusinas Cadillac Eldorado de los años 70 y utilizó 26 ruedas (seis en frente, el resto detrás) y dos motores V8. Además, ofrecía dos puestos de conducción, uno en la parte delantera y otro en la trasera, ya que no era posible que una sola persona podía poner la marcha atrás en un coche que medía 30,48 metros. Pero lo más impactante es que a esta limusina no le faltaba nada para la comodidad de sus pasajeros: en la parte de atrás había lugar para un helipuerto, seguido de una mini pileta para relajarse. Dentro, una cama matrimonial King size, varias habitaciones y un pequeño campo de golf. Disponível em: https://www.clarin.com/autos/09/04/2018. O texto apresenta muitas características do maior carro do mundo criado na década de 1990. Dentre essas características, o texto diz que o maior carro do mundo A media um pouco menos de 30 metros. B foi comprado por um colecionador. C tinha sido criado nos anos 80. D tinha até piscina e heliporto. E possuía um motor V8. QUESTÃO 03 Las tarjetas de crédito empiezan a decirles adiós a las firmas Se establecieron en la década del 1920 como método para comprobar una transacción. Desde hace casi una década, Doug Taylor, un gerente de ventas que viaja a menudo por trabajo, firma los recibos de tarjetas de crédito con el garabato de un perro moviendo la cola. Hasta ahora, ningún cajero ha rechazado su “firma” como inválida. “La mayoría de las veces se ríen”, dijo Taylor, de 44 años, que vive en Mobile, Alabama. “O lo miran y no se dan cuenta”. Las redes de tarjetas de crédito finalmente están listas para reconocer lo que desde hace años es obvio para compradores y comerciantes: las firmas no son una forma útil de comprobar la identidad de alguien. Más adelante este mes, cuatro de las redes más grandes (American Express, Discover, Mastercard y Visa) dejarán de exigirlas como requisito para completar las transacciones de la tarjeta. Disponível em: https://www.clarin.com/mundo/09/04/2018. Os cartões de crédito surgiram para simplificar a forma de pagar uma compra. Para comprovar a identidade do comprador, era exigida sua assinatura. Agora, segundo o texto, A as redes de cartões de crédito deixaram de exigir a assi- natura. B os cartões, que existem desde a década de 1920, exigi- rão a assinatura. C as assinaturas são uma forma útil de comprovar a identi- dade do comprador. D até o desenho de um cachorro balançando a cauda subs- titui o cartão de crédito. E a maioria das pessoas riem quando alguém tem de subs- tituir a assinatura pelo cartão. QUESTÃO 04 Trucos para adelgazar cuando pasas de los 40 En la fase de pérdida de peso hay que abandonar (de momento) las frutas con carga glucémica alta. Además de plátanos, no comas cerezas, mango, melón, higos, papaya, uvas, caquis y chirimoyas. Y consume con moderación el aguacate, porque, “aunque es una grasa saludable”, no podemos abusar de ella si se quiere bajar de peso. ¿Estás haciendo dieta cuando más estresada te sientes? Pues lo más seguro es que no adelgaces tanto como deberías. El cortisol, la hormona del estrés, es una gran enemiga de la báscula. Cuando sufres estrés, los niveles de cortisol se elevan y esto hace que el cuerpo utilice la masa muscular como combustible, por lo que, aunque sigas tu régimen, no quemarás la grasa acumulada. Disponível em: http://www.mujerhoy.com/belleza/dietas/201804/02. A preocupação com a perda de peso é uma constante hoje em dia em todas as idades. Para emagrecer depois dos 40, conforme o texto acima, é necessário A alimentar-se apenas de frutas. B evitar frutas que podem aumentar a taxa de glicose. C procurar aumentar a taxa de cortisol no organismo. D não pensar em nenhuma hipótese em comer abacate. E observar que o emagrecimento é maior quando se está estressado. LC - 1º dia | Página 6 OSG.: 2924/20 QUESTÃO 05 No te disfraces, ¡Vístete de ti! Adolfo Dominguez apuesta por reivindicar nuestra propia personalidad por encima de la de las marcas que nos visten para transmitirla de un simple vistazo. Decía Clarice Lispector que “elegir la propia máscara es el primer gesto voluntario humano”. Y que es un gesto solitario. Cada uno escoge ese disfraz que, consciente o inconscientemente, le acompaña buena parte de su vida. Llámenle máscara, coraza, anhelo o imagen de lo que deseamos proyectar (o esconder) a los demás. Ernesto Sábato lo explicaba mucho mejor en La Resistencia: “Siempre llevamos una máscara, que nunca es la misma sino que cambia para cada uno de los lugaresque tenemos asignados en la vida: la de profesor, la del amante, la del intelectual, la del héroe, la del hermano cariñoso. Pero ¿qué máscara nos ponemos o qué máscara nos queda cuando estamos en soledad, cuando creemos que nadie nos observa, nos controla, nos escucha, nos exige, nos suplica, nos intima, nos ataca?”. Disponível em: http://www.abc.es/contentfactory/post/2018/03/27. O texto trata de forma sincera sobre a necessidade que temos de usar máscaras nas nossas relações diárias. O romancista argentino Ernesto Sábato refletia em La Resistencia sobre a ideia de que A devemos ter nossa personalidade acima das personali- dades que mostramos. B o primeiro gesto humano é o de escolher a própria más- cara. C cada pessoa escolhe sua máscara consciente ou incons- cientemente. D em cada lugar em que nos encontramos, temos uma máscara diferente. E a imagem que apresentamos é o que desejamos escon- der ou mostrar aos outros. Questões de 06 a 45 QUESTÃO 06 BENETT. Gazeta do Povo. 12 fev. 2015. As tirinhas têm como característica básica a crítica a fatos e comportamentos contemporâneos. Considerando os elementos verbais e não verbais que compõem essa tirinha, observa-se uma crítica ao(à) A isolamento dos jovens, que preferem o contato com a na- tureza à interação face a face. B importância dada às representações virtuais, que substi- tuem as experiências reais. C irrelevância dos conteúdos postados na internet, que re- sulta em uma interpretação superficial da realidade. D dedicação dos jovens à navegação na internet em detri- mento do tempo livre, que passa sem ser percebido. E excesso de informações disponíveis na internet, que in- duz as pessoas a permanecerem conectadas o maior tempo possível. LC - 1º dia | Página 7OSG.: 2924/20 QUESTÃO 07 A sua grande paixão, o seu fraco era a Maria do Carmo, a menina de seus olhos, a afilhadinha; queria um bem extraordinário à rapariga e tratava-a com um carinho lânguido de amante apaixonado no supremo grau do amor incondicional. Criara-a desde pequena, era como se fosse pai, tinha direitos sobre ela; podia mesmo beijá-la sem malícia, já se deixa ver nas faces, na testa, nos braços e até, por que não? na boca. Às vezes, quando Maria voltava da Escola Normal, ele mandava-a sentar-se na rede, a seu lado. A pequena guardava os livros e lá ia, sem fazer beiço, deitar-se com o padrinho, amarfanhando o rico vestidinho de cretone passado a ferro pela manhã. Obedecia-lhe cegamente, nunca lhe dissera uma palavra áspera; ao contrário, eram carinhos, cafunés no alto da cabeça, cócegas, histórias de alma do outro mundo e gracinhas para ele rir... Tinha sempre um sorriso fresco e luminoso para o seu padrinho. E João da Mata sentia um bem-estar incomparável, uma delícia, um gozo inefável ante aquele esplêndido tipo de cearense morena, olhos cor de azeitona onde boiava uma névoa de ingenuidade, cabelos compridos descendo até a altura dos quadris, desmanchando-se em ondas de seda finíssima... Quantas vezes, quantas! punha-se, por trás dos grandes óculos escuros, a olhá-la como um pateta, sem que ela sequer percebesse a fixidez de seu olhar cheio de desejo! Maria estava-se pondo moça, entrava nos seus quinze anos, e o padrinho a adorá-la cada vez mais! O trecho lido pertence ao romance A Normalista, de Adolfo Caminha. A partir da leitura do excerto, podemos observar que A o carinho que João da Mata tinha pela moça caracteriza o amor tipicamente romântico, ou seja, cheio de inocência. B apesar de ele ser casado, João da Mata e Maria do Car- mo formam um casal à luz do Romantismo, já que Dona Terezinha não era desejada pelo marido. C a indisposição que João da Mata sente pelo rapaz que se interessa por Maria do Carmo é justificada pela falta de caráter de Zuza. D o sentimento de João da Mata pela afilhada apresenta uma natureza sexual e cheia de desejo, divergindo do sentimento que caracteriza o amor romântico. E João da Mata se caracteriza pela exaltação de seu amor pela menina bem como pela visão egocêntrica de seu amor pela afilhada. QUESTÃO 08 Pode um idioma considerado extinto e pouco documentado ser novamente parte ativa do patrimônio linguístico? A melhor maneira de saber como ocorre uma revitalização linguística é examinando um marco na luta indígena: a recuperação da língua pataxó. Eni Orlandi, da Universidade Estadual de Campinas, esteve na equipe que coletou e analisou evidências linguísticas que ajudaram a reconstituir a variante do pataxó falada mais ao norte da região de Porto Seguro (BA), a hãhãhãe. “Os pataxós viveram perseguições e movimentos de dispersão. A partir dos anos 1980, entretanto, conseguiram criar um espaço em que reivindicaram seu direito ao território tradicional que haviam perdido. Outras perdas acompanharam essa. Entre os bens perdidos, estava a língua. A posse da língua significa para eles o seu desejo de ser índio, em um momento de ameaça de extermínio”, diz a pesquisadora. “A pesquisa foi feita em condições difíceis: uma só informante, Baheta, muito idosa, sem interlocutores reais (só os da memória, imaginados), e experimentando dificuldades de lembrar; em condições de guerra à sua cultura; uma parte da identidade estigmatizada, já voltada ao esquecimento”, diz Orlandi no livro Terra à vista. Graças às reminiscências de Baheta, foram coletados dados suficientes para comparar as listas de palavras que já se possuía e estabelecer paralelos com línguas próximas. Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 28 jul. 2012 (adaptado). O processo de busca de dados sobre a língua pataxó evidencia a importância da pesquisa voltada para a A reconstituição da língua de um povo, por meio de dados históricos. B preservação da cultura de um povo, por meio do resgate de sua história oral. C comparação de línguas consideradas “mortas”, por meio de registros escritos. D catalogação do léxico de uma língua, por meio da recupe- ração de documentos. E valorização dos povos indígenas, por meio da tentativa de unificação de línguas próximas. LC - 1º dia | Página 8 OSG.: 2924/20 QUESTÃO 09 O sertanejo “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas. Entretanto, toda esta aparência de cansaço ilude. Nada é mais surpreendedor do que vê-la desaparecer de improviso. […] O homem transfigura-se. Empertiga- -se […] e da figura vulgar do tabaréu canhestro, reponta, inesperadamente, o aspecto dominador de um titã acobreado e potente, num desdobramento surpreendente de força e agilidade extraordinária”. CUNHA, E. Os sertões. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995. p. 179-180. Alguns teóricos asseveram que Euclides da Cunha escreveu este livro com duas características linguísticas importantes: foneticamente altissonante e tematicamente paradoxal. A primeira deu ao texto um caráter de denúncia e a segunda um aspecto neobarroco. O teor paradoxal do fragmento reside principalmente A no substantivo “sertanejo”, que indica ser o homem de que fala o texto alguém que é “fraco” e “forte” ao mesmo tempo. B no adjetivo “neurastênico”, que revela o nervosismo do homem da cidade em oposição ao aspecto calmo do ho- mem do sertão. C no substantivo “tabaréu”, que trata por extensão de al- guém que é rude ao mesmo tempo em que é um sábio. D na conjunção reiterada “entretanto”, pois estabelece va- lores positivos sobre o sertanejo em contraposição aos valores negativos antes citados. E no advérbio “nada”, que estabelece uma negação explíci- ta de tudo aquilo que o homem sertanejo é ou representa. QUESTÃO 10 Quando alguém te disser tá errado ou errada Que não vai S na cebola e não vai S em feliz Que o X pode ter som de Z e o CH pode ter somde X Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive [o que diz “E eu sou uma pessoa muito divertida...” “Eles não inventavam nada... eu gostava de inventar as [coisas...” “Não sei falar direito...” “...inventar uma piada, inventar uma palavra, inventar uma [brincadeira...” (...) ZAWZEJO. O teatro mágico. O texto faz referência à variedade linguística A diatópica, marcada por regionalismos. B diafásica, modificando-se de acordo com a situação. C diacrônica, intensificada pela presença de neologismos. D diastrática, apresentando um registro de cunho social. E denotativa, caracterizada pela referencialidade da lingua- gem. QUESTÃO 11 Porque Bom-Crioulo de longe em longe sorvia o seu gole de aguardente, chegando mesmo a se chafurdar em bebedeiras que o obrigavam a toda a sorte de loucuras. Armava-se de navalha, ia para o cais, todo transfigurado, os olhos dardejando fogo, o boné de um lado, a camisa aberta num desleixo de louco, e então era um risco, uma temeridade alguém aproximar-se dele. O negro parecia uma fera desencarcerada: fazia todo mundo fugir, marinheiros e homens da praia, porque ninguém estava para sofrer uma agressão... CAMINHA, A. Bom-Crioulo. A partir da leitura do trecho acima e ao comparar Bom-Crioulo a uma fera desencarcerada, é possível inferir que o(a) A descrição aponta uma perspectiva animalesca, já que o personagem, sob efeito de bebida, age sem nenhum dis- cernimento. B descrição se inclina para uma perspectiva realista, pois é possível perceber uma análise fundamentalmente psi- cológica. C descrição apela para uma visão subjetiva e romântica, apesar de se tratar de um romance naturalista. D personagem, apesar de se descontrolar quando bebe, é facilmente controlado pelos colegas do cais. E autocontrole e o bom senso são características pertinen- tes no Bom-Crioulo apenas quando ele está sóbrio. LC - 1º dia | Página 9OSG.: 2924/20 QUESTÃO 12 Disponível em: www.blognerdegeek.com. Acesso em: 7 mar. 2013 (adaptado). Na tirinha, o leitor é conduzido a refletir sobre relacionamentos afetivos. A articulação dos recursos verbais e não verbais tem o objetivo de A criticar a superficialidade com que as relações amorosas são expostas nas redes sociais. B negar antigos conceitos ou experiências afetivas ligadas à vida amorosa dos adolescentes. C enfatizar a importância de incorporar novas experiências na vida amorosa dos adolescentes. D valorizar as manifestações nas redes sociais como medi- da do sucesso de uma relação amorosa. E associar a popularidade de uma mensagem nas redes sociais à profundidade de uma relação amorosa. QUESTÃO 13 Cérebro Eletrônico O cérebro eletrônico faz tudo Faz quase tudo Faz quase tudo Mas ele é mudo O cérebro eletrônico comanda Manda e desmanda Ele é quem manda Mas ele não anda Só eu posso pensar Se Deus existe Só eu Só eu posso chorar Quando estou triste Só eu Eu cá com meus botões De carne e osso Eu falo e ouço. Hum Eu penso e posso Eu posso decidir Se vivo ou morro por que Porque sou vivo Vivo pra cachorro e sei Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro No meu caminho inevitável para a morte Porque sou vivo Sou muito vivo e sei Que a morte é nosso impulso primitivo e sei Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro Com seus botões de ferro e seus Olhos de vidro GIL, G. Cérebro eletrônico. Disponível em: https://www.vagalume. com.br/gilberto-gil/cerebro-eletronico.html. Acesso em: 1o ago. 2017. No trecho “O cérebro eletrônico faz tudo / Faz quase tudo / Faz quase tudo / Mas ele é mudo”, o enunciador A afirma que as máquinas têm todo o poder. B nega o poder das máquinas. C mostra que as máquinas são poderosas, mas têm defei- tos e não podem tudo. D mostra que as máquinas são fracas e impotentes. E afirma a dependência do homem em relação às máquinas. QUESTÃO 14 Vaso Grego Esta de áureos relevos, trabalhada De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era o poeta de Teos que a suspendia Então, e, ora repleta ora esvazada, A taça amiga aos dedos seus tinia, Toda de roxas pétalas colmada. Depois… Mas o lavor da taça admira, Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, Ignota voz, qual se da antiga lira Fosse a encantada música das cordas, Qual se essa a voz de Anacreonte fosse. OLIVEIRA, A. Poesias, Primeira série, Edição melhorada. Rio de Janeiro: Garnier, 1912. O poema lido tem como princípios A a religiosidade, a espiritualidade e a idealização. B o cientificismo, o biologismo e o experimentalismo. C o pastoralismo, o bucolismo e o modernismo. D o materialismo, a alienação e o preciosismo. E a mitologia, a musicalidade e a ausência de temas clássicos. LC - 1º dia | Página 10 OSG.: 2924/20 QUESTÃO 15 O que é, o que é Descoberto pelo português emancipado pelo inglês educado pelo francês sócio menor do americano, mas o modelo é japonês... CACASO. Grupo escolar. Rio de Janeiro: Mapa Filmes, 1974. A obra de Cacaso revela que o patrimônio literário brasileiro possui apreço por A obras desprovidas de humor e originalidade. B poemas homogêneos e tecnicistas. C produções heterogêneas e multiculturais. D textos de teor fascista e comunista. E poesias desprovidas de criticidade. QUESTÃO 16 QUINO. A pequena filosofia da Mafalda, 2015. As frases citadas pela personagem Mafalda, no início de sua fala, foram extraídas de um(a) A anúncio publicitário. B livro sobre culinária. C peça de teatro. D cartilha escolar. E guia turístico. QUESTÃO 17 – Ora dizeis, não é verdade? Pois o Sr. Lúcio queria esse cravo, mas vós lho não podíeis dar, porque o velho militar não tirava os olhos de vós; ora, conversando com o Sr. Lúcio, acordastes ambos que ele iria esperar um instante no jardim… MACEDO, J. M. A moreninha. O trecho faz parte do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Nessa parte do romance, há um diálogo entre duas personagens. A fala transcrita revela um falante que utiliza uma linguagem A informal, com estruturas e léxico coloquiais. B regional, com termos característicos de uma região. C técnica, com termos de áreas específicas. D culta, com domínio da norma-padrão. E lírica, com expressões e termos empregados no sentido figurado. QUESTÃO 18 Abyssus Bela e traidora! Beijas e assassinas... Quem te vê não tem forças que te oponha: Ama-te, e dorme no teu seio, e sonha, E, quando acorda, acorda feito em ruínas... Seduzes, e convidas, e fascinas, Como o abismo que, pérfido, a medonha Fauce apresenta flórida e risonha, Tapetada de rosas e boninas. O viajor, vendo as flores, fatigado Foge o sol, e, deixando a estrada poenta, Avança incauto... Súbito, esbroado, Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, Vacila e grita, luta e se ensanguenta, E rola, e tomba, e se espedaça, e morre... Abyssus: abismo, em latim BILAC, O. In: Poesias (Sarças de Fogo), 18. Considerando a leitura do poema, podemos notar que A o título confirma a ideia de uma mulher florida, risonha e delicada como as rosas citadas no poema. B uma associação insólita entre beleza e traição é a base para a construção do soneto, que é elaborado a partir de uma comparação que é apresentada na segunda estrofe. C a mulher descrita no soneto apresenta características ho- mogêneas que confirmam a doçura e a sagacidade típi- cas da figura feminina descrita no Parnasianismo. D o poema sugere que a mulher e o abismo são diferentes, pois enquanto este destrói, aquela está sempre pronta a servir, a beijar e amar. E a última estrofe representa a enorme satisfação do ho- mem que encontra a mulher amada. LC - 1º dia | Página 11OSG.: 2924/20 QUESTÃO 19 QUINO. Potentes, prepotentes e impotentes, 2003. A charge explora, sobretudo, a oposição A inocência × malícia. B público × privado. C progresso × estagnação. D natureza × cidade. E liberdade × repressão. QUESTÃO20 Expressões idiomáticas Expressões idiomáticas ou idiomatismo são expressões que se caracterizam por não identificar seu significado por meio de suas palavras individuais ou no sentido literal. Não é possível traduzi-las em outra língua e se originam de gírias e culturas de cada região. Nas diversas regiões do país, há várias expressões idiomáticas que integram os chamados dialetos. Disponível em: http://sesieduca.sesi.org.br. Acesso em: 24 abr. 2010 (adaptado). Ao apresentar a impossibilidade de traduzir as expressões idiomáticas, o texto apresenta como argumento o fato de elas se originarem referindo-se, respectivamente, às variantes linguísticas A diafásica e diacrônica. B diastrática e diatópica. C diacrônica e diatópica. D diacrônica e diastrática. E denotativa e conotativa. QUESTÃO 21 ASSIS, M. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ática, 2015. Considerando atentamente a epígrafe do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, percebe-se que Brás Cubas é personagem e ao mesmo tempo autor e narrador do texto. Das muitas características de Brás Cubas, uma delas tem a ver com o exercício constante da crônica por Machado de Assis. Estamos nos referindo então ao recurso do(a) A intertextualidade – representando um tipo de alusão ou referência de um autor a outro, de uma obra a outra. B dialogismo – reforçando a interatividade entre o autor, o leitor e o seu público por meio de recursos metadiscursi- vos. C paródia – confirmando a literatura como um fenômeno so- ciológico em que múltiplos discursos acabam interagindo. D transversalidade – relacionando o ato de escrever e ler por meio de metáforas que conduzem a temas diversos, mas complementares do tema tratado. E metalinguagem – reafirmando o potencial criativo do au- tor e o total domínio que possui do ato de escrever. LC - 1º dia | Página 12 OSG.: 2924/20 QUESTÃO 22 Tal vanguarda rompeu radicalmente com a ideia de arte como imitação da natureza, prevalecente na pintura europeia desde a Renascença. Seus principais adeptos abandonaram as noções tradicionais de perspectiva, tentando representar solidez e volume numa superfície bidimensional, sem converter pela ilusão a tela plana num espaço pictórico tridimensional. Múltiplos aspectos do objeto eram figurados simultaneamente; as formas visíveis eram analisadas e transformadas em planos geométricos, que eram recompostos segundo vários pontos de vista simultâneos. Tal vanguarda era e dizia ser realista, mas tratava-se de um realismo conceitual, e não óptico. CHILVERS, I. (org). Dicionário Oxford de arte, 2007 (adaptado). Uma pintura representativa da vanguarda a que o texto se refere está reproduzida em: A MUNC, E. O grito 1893. B MAGRITTE, R. Império das luzes, 1954. C PICASSO, P. As senhoritas de Avignon, 1907. D MATISSE, H. Violinista à janela, 1917. E LICHTENSTEIN, R. Luminárias vermelhas, 1990. QUESTÃO 23 Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. […]. O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra. AZEVEDO, A. O cortiço. 15. ed. São Paulo: Ática, 1984. p. 28-29. A leitura do fragmento da obra O Cortiço, de Aluísio Azevedo, revela possivelmente que A no texto, o narrador enfatiza o psicologismo. O cortiço é apresentado como um personagem que, aos poucos, acorda, como em um sonho. B o texto apresenta, por meio de personificação, um dina- mismo descritivo, ao enfatizar os elementos visuais, olfa- tivos e auditivos de uma coletividade. C o discurso intimista de Aluísio Azevedo enfatiza nos per- sonagens de O Cortiço o aspecto animalesco, “rasteiro” do ser humano, mas também a sua vitalidade e energia naturais focadas no amor. D por meio da descrição do despertar do cortiço, o narrador apresenta os elementos introspectivos dos personagens, procurando criar correspondências entre o mundo físico e o metafísico ideais. E observa-se, no discurso de Aluísio Azevedo, pela constan- te utilização de metáforas e sinestesias, uma preocupa- ção em apresentar elementos narrativos que favoreçam o psicologismo das personagens e o desenvolvimento de sua introspecção. LC - 1º dia | Página 13OSG.: 2924/20 QUESTÃO 24 Na cabeça dos jovens [...] O uso criativo da linguagem da comunicação via computador é uma novidade. Abreviações eram feitas desde a época do latim, mas nunca houve nada com a inventividade do “internetês.” Trata-se de uma escrita praticamente instantânea, algo inédito”, comenta Ataliba de Castilho, da USP. [...] [...] Os especialistas acreditam que não há problema em discutir o uso desses termos na escola, desde que os estudantes reflitam sobre eles e saibam que o local para praticar a nova criação é exclusivamente na internet. [...] Entender as mudanças da língua ajuda a... • combater o preconceito. • conhecer as diferenças entre as modalidades oral e escri- ta. • adequar o uso das variantes linguísticas de acordo com o contexto. POLATO, A. Disponível em: http:revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 17 set. 2015 (adaptado). Ao orientar para um contexto específico o uso do “internetês”, o texto A referenda um preconceito linguístico. B confirma a teoria do “guarda-roupa” linguístico, refletindo a contextualidade. C afirma a tese de que não há variantes linguísticas no por- tuguês moderno. D nega a tese da situacionalidade presente no ato comu- nicativo. E refuta a importância do receptor e do meio no contexto da comunicação. QUESTÃO 25 KAPROW, A. Yard: environments, sitouations, spaces. 1961. Sculputure Garden at Martha Jacson Gallery, Nova York. KAYE, N.; STRICKLAND, R.; BUSHNELL, A. Deep Walls, 2003. Disponível em: www.snibble.com. Acesso em: 10 nov. 2013. Os registros fotográficos de Yard e Deep Walls apresentam uma característica comum a muitas obras de arte contemporânea, que se traduz no convite à A fruição coletiva. B estimulação do olhar. C projeção de imagens. D contemplação crítica. E interação com a obra. QUESTÃO 26 A um Poeta Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua, Rica, mas sóbria, como um templo grego. Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E, natural, o efeito agrade, Sem lembrar os andaimes do edifício: Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade. Olavo Bilac Olavo Bilac pertence à tríade parnasiana, aquela que defende uma arte considerada pura. Considerado o príncipe dos parnasianos, Bilac mostra que arte parnasiana deve ser A irreverente e subversiva, já que o poeta precisa usar dis- farces. B ornada e subjetiva, uma vez que retoma princípios bar- rocos. C exaltada e objetiva, como uma construção suntuosa. D subjetiva e teocêntrica, retomando princípios teocêntricos. E objetiva e valoriza a estética, poetizando a realidade. LC - 1º dia | Página 14 OSG.: 2924/20 QUESTÃO 27 A colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. Esses pronomes podem assumir três posições na oração em relação ao verbo.Próclise, quando o pronome é colocado antes do verbo, devido a partículas atrativas, como o pronome relativo. Ênclise, quando o pronome é colocado depois do verbo, o que acontece quando este estiver no imperativo afirmativo ou no infinitivo impessoal regido da preposição “a” ou quando o verbo estiver no gerúndio. Mesóclise, usada quando o verbo estiver flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito. A mesóclise é um tipo de colocação pronominal raro no uso coloquial da língua portuguesa. No entanto, ainda é encontrada em contextos mais formais, como se observa em: A Não lhe negou que era um improviso. B Faz muito tempo que lhe falei essas coisas. C Nunca um homem se achou em mais apertado lance. D Referia-se à D. Evarista ou tê-la-ia encontrado em algum outro autor? E Acabou de chegar dizendo-lhe que precisava retornar ao serviço imediatamente. QUESTÃO 28 PICASSO, P. Guitar, Sheet Music, and Glass, Fall. Papel colado, guache e carvão, 48 x 36,5 cm, McNay Art Museum, San Antonio, Texas, 1912. FOSTER, H, et al. Art since 1900: Modernism, Antimodernism, Postmodernism. Nova York: Thames & Hudson, 2004. Inovando os padrões estéticos de sua época, a obra de Pablo Picasso foi produzida utilizando características de um movimento artístico que A dispensa a representação da realidade. B agrega elementos da publicidade em suas composições. C valoriza a composição dinâmica para representar movi- mento. D busca uma composição reduzida e seus elementos pri- mários de forma. E explora a sobreposição de planos geométricos e frag- mentos de objetos. QUESTÃO 29 Ora, aconteceu que, na véspera desse dia, Herculano foi surpreendido por outro marinheiro, a praticar uma ação feia e deprimente do caráter humano. Tinham-no encontrado sozinho, junto à amurada, em pé, a mexer com o braço numa posição torpe, cometendo, contra si próprio, o mais vergonhoso dos atentados. O outro, um mulatinho esperto que tinha o hábito de andar espiando à noite, o que faziam os companheiros, precipitou-se a chamar o Sant´Ana, e, riscando um fósforo, aproximaram-se ambos para examinar.... No convés brilhava a nódoa de um escarro ainda fresco: Herculano acabava de cometer um verdadeiro crime não previsto nos códigos, um crime de lesa natureza, derramando inutilmente no convés seco e estéril, a seiva geradora do homem. CAMINHA, A. Bom-Crioulo. O trecho acima faz parte de um romance naturalista, escrito no século XIX. Nele, é possível perceber que A a atitude de Herculano se assemelha às atitudes dos per- sonagens realistas, uma vez que a atitude dele é exaltada pelos outros personagens. B a nódoa citada é uma referência metafórica e subjetiva dos sentimentos de Herculano. C a descrição do ato de se masturbar é feita de forma ob- jetiva, ratificando as características peculiares da escola naturalista. D a ação aponta para a análise comportamental e psicoló- gica do personagem, já que ele comete o crime por estar triste. E os marinheiros que surpreendem Herculano estão inte- ressados em cometer o mesmo crime vergonhoso. LC - 1º dia | Página 15OSG.: 2924/20 QUESTÃO 30 FRANCO, S. O aliado (1978), Óleo sobre tela. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultura.org.br/obra12757/o-aliado. Acesso em: 24 ago. 2017. Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos. E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, que, tecido, se eleva por si: luz balão. MELO NETO, J. C. Tecendo a manhã. Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br/joao02.html. Acesso em: 24 ago. 2017. A leitura da pintura e do poema permite que se entreveja a importância da A expectativa de pessoas e animais que anseiam pela construção de um mundo melhor. B solidariedade e da comunicação para a construção de vínculos e de novas realidades. C ênfase a sentidos que se estabelecem por meio do isola- mento individual. D indiferença e da informação para constituir narrativas fic- cionais de caráter social. E caracterização literal de figuras cujo retrato metaforiza o desencontro entre os seres. QUESTÃO 31 Cavador do Infinito Com a lâmpada do Sonho desce aflito E sobe aos mundos mais imponderáveis, Vai abafando as queixas implacáveis, Da alma o profundo e soluçado grito. Ânsias, Desejos, tudo a fogo escrito Sente, em redor, nos astros inefáveis. Cava nas fundas eras insondáveis O cavador do trágico Infinito. E quanto mais pelo Infinito cava mais o Infinito se transforma em lava E o cavador se perde nas distâncias... Alto levanta a lâmpada do Sonho. E como seu vulto pálido e tristonho Cava os abismos das eternas ânsias! Disponível em: www.dominiopublico.gov.br Após análise e interpretação do texto acima, podemos inferir que o eu lírico A busca questionar a razão e o fundamento da existência humana. B renega uma história de vida diferente em busca da feli- cidade. C contempla, nas suas relações sociais e amorosas, um futuro promissor. D contenta-se com a possibilidade de ter uma notícia alvis- sareira. E encontra o que procura, pois o Infinito se transformou em lava. QUESTÃO 32 Disponível em: usr/ dc301.4shared.com/ http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q= necessidades+CINEST%C3%89SICAS. Que melhor TRILOGIA polissêmica representaria a ideologia presente neste painel cinestésico corporal? A vida e arte /arte B vida e sonho/corpo C corpo e visão/imitação D corpo e dança/imitação E visão e vida/realidade LC - 1º dia | Página 16 OSG.: 2924/20 QUESTÃO 33 A língua tupi no Brasil Há 300 anos, morar na vila de São Paulo de Piratininga (peixe seco, em tupi) era quase sinônimo de falar língua de índio. Em cada cinco habitantes da cidade, só dois conheciam o português. Por isso, em 1698, o governador da província, Artur de Sá e Meneses, implorou a Portugal que só mandasse padres que soubessem “a língua geral dos índios”, pois “aquela gente não se explica em outro idioma”. Derivado do dialeto de São Vicente, o tupi de São Paulo se desenvolveu e se espalhou no século XVII, graças ao isolamento geográfico da cidade e à atividade pouco cristã dos mamelucos paulistas: as bandeiras, expedições ao sertão em busca de escravos índios. Muitos bandeirantes nem sequer falavam o português ou se expressavam mal. Domingos Jorge Velho, o paulista que destruiu o Quilombo dos Palmares em 1694, foi descrito pelo bispo de Pernambuco como “um bárbaro que nem falar sabe”. Em suas andanças, essa gente batizou lugares como Avanhandava (lugar onde o índio corre), Pindamonhangaba (lugar de fazer anzol) e ltu (cachoeira). E acabou inventando uma nova língua. “Os escravos dos bandeirantes vinham de mais de 100 tribos diferentes”, conta o historiador e antropólogo John Monteiro, da Universidade Estadual de Campinas. “Isso mudou o tupi paulista, que, além da influência do português, ainda recebia palavras de outros idiomas.” O resultado da mistura ficou conhecido como língua geral do sul, uma espécie de tupi facilitado. ÂNGELO, C. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (adaptado). De acordo com o texto, pode-se afirmar que, entre os fatores que contribuíram fortemente para a construção de um português brasileiro, estão A a miscigenação racial e a diversidade linguística regional. B a pluralidade étnica e a unidade geográfica. C a imposição de uma religião e os cultos dos antigos es- cravos. D a uniformidade regional e a presença da língua colonial. E a diversidade dialetal do tupi e a presença de várias lín-guas europeias. QUESTÃO 34 A vida na sociedade moderna nos impõe desafios corporais impetrados pelo cotidiano veloz e dinâmico dos grandes centros urbanos. O homem moderno tem que se ajustar às necessidades de subsistência e às carências físicas de espaço para este corpo que ambula pelo mundo. Tal afirmação vincula- -se ao que está exposto na seguinte imagem: A Disponível em: www.jornallivre.com.br. B Disponível em: chaveando.wordpress.com. C Disponível em: Carro Pequeno - Mini Veículo | Autos - Cultura Mixautos.culturamix.com. D Disponível em: pt.wikipedia.org. E Disponível em: https://tinyurl.com/yb4wv8jq. LC - 1º dia | Página 17OSG.: 2924/20 QUESTÃO 35 a coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer a barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer não quero morrer pois quero ver como será que deve ser envelhecer eu quero é viver pra ver qual é e dizer venha pra o que vai acontecer eu quero que o tapete voe / no meio da sala de estar eu quero que a panela de pressão pressione e que a pia comece a pingar eu quero que a sirene soe e me faça levantar do sofá eu quero pôr Rita Pavone* no ringtone do meu celular eu quero estar no meio do ciclone pra poder aproveitar e quando eu esquecer meu próprio nome que me chamem de velho gagá pois ser eternamente adolescente nada é mais demodé com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que não para de crescer não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr. * cantora italiana de grande sucesso na década de 1960. ANTUNES, A. Envelhecer. Álbum Ao vivo lá em casa. 2010. O emprego recorrente do verbo querer, no texto, revela A inconformismo diante do processo de envelhecimento. B medo de se tornar inútil quando a velhice chegar. C anseio por uma vida plena de coisas boas. D crença na ideia de que querer é poder. E boa receptividade para a chegada da velhice. QUESTÃO 36 Música da morte A música da Morte, a nebulosa, estranha, imensa música sombria, passa a tremer pela minh’alma e fria gela, fica a tremer, maravilhosa... Onda nervosa e atroz, onda nervosa, letes sinistro e torvo da agonia, recresce a lancinante sinfonia sobe, numa volúpia dolorosa... Sobe, recresce, tumultuando e amarga, tremenda, absurda, imponderada e larga, de pavores e trevas alucina... E alucinando e em trevas delirando, como um ópio letal, vertiginando, os meus nervos, letárgica, fascina... Cruz e Sousa Os artistas simbolistas questionavam a capacidade absoluta da ciência de explicar todos os fenômenos relacionados ao homem e não acreditavam no conhecimento “positivo” e no progresso social prometidos pela ciência. O texto lido ratifica essas informações, deflagrando uma forma de pensar e de fazer arte cheia de especificidades. Considerando as concepções artísticas e os procedimentos de construção do texto literário, assinale a alternativa cuja imagem reitera o pensamento do artista desse período: A ALMEIDA, B. B. Arrufos (1887). B ALMEIDA JÚNIOR. Saudade. C DAMIER, H. O vagão de terceira classe. D REDON, O. O anjo perdido. E GRECO, E. O enterro do conde de Orgaz. LC - 1º dia | Página 18 OSG.: 2924/20 QUESTÃO 37 Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediária entre si e o público a representação. A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação. A peça teatral é, pois, uma composição literária destinada à apresentação por atores em um palco, atuando e dialogando entre si. O texto dramático é complementado pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui uma estrutura específica, caracterizada: 1) pela presença de personagens que devem estar ligados com lógica uns aos outros e à ação; 2) pela ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens encadeadas à unidade do efeito e segundo uma ordem composta de exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas, sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua interpretação real por meio da representação. COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973 (adaptado). Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um espetáculo teatral, conclui-se que o(a) A criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fe- nômeno de ordem individual, pois não é possível sua con- cepção de forma coletiva. B cenário onde se desenrola a ação cênica é concebido e construído pelo cenógrafo de modo autônomo e indepen- dente do tema da peça e do trabalho interpretativo dos atores. C texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como contos, lendas, romances, poesias, crô- nicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, entre outros. D corpo do ator na cena tem pouca importância na comuni- cação teatral, visto que o mais importante é a expressão verbal, base da comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até os dias atuais E iluminação e o som de um espetáculo cênico indepen- dem do processo de produção/recepção do espetáculo teatral, já que se trata de linguagens artísticas diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral. QUESTÃO 38 Meus oito anos Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! Como são belos os dias Do despontar da existência! – Respira a alma inocência Como perfumes a flor; O mar é – lago sereno, O céu – um manto azulado, O mundo – um sonho dourado, A vida – um hino d’amor! [...] Oh! dias da minha infância! Oh! meu céu de primavera! Que doce a vida não era Nessa risonha manhã. Em vez das mágoas de agora, Eu tinha nessas delícias De minha mãe as carícias E beijos de minha irmã! [...] Casimiro de Abreu O tema central do texto está associado a um contexto A nostálgico, pelo fato de que os fatos relembrados não se- rão revivido. B melancólico, pela presença de adjetivação funesta. C saudosista, pela ausência realista da idealização do pas- sado. D severo, pela exacerbação sentimental do “eu” lírico. E bucólico, pelo cenário típico do idílio árcade. LC - 1º dia | Página 19OSG.: 2924/20 QUESTÃO 39 Dar-te-ei [...] Não te darei papéis, não te darei, esses rasgam, esses borram Não te darei discos, não, eles repetem, eles arranham Não te darei casacos, não te darei, nem essas coisas que te resguardam e que se vão Dar-te-ei finalmente os beijos meus Deixarei que esses lábios sejam meus, sejam teus Esses embalam, esses secam, mas esses ficam. Não te darei bombons, não te darei, eles acabam, eles derretem Não te darei festas, não te darei, elas terminam, elas choram, elas se vão [...] JENECI, M. Disponível em: https://tinyurl.com/ybf22rpl. Acesso em: 10 nov. 2017. O autor da música enumera e destaca todas as coisas que dará e o que não dará à(ao) sua(seu) amada(o), enfocando que prefere as coisas que “ficam”. Para isso, ele faz uso da linguagem em seu sentido denotativo e conotativo. Assinale a alternativa em que há o exemplo e a explicação corretos dos tipos de linguagens utilizadas na música. A Linguagem denotativa acontece quando a linguagem é utilizada em seu sentido literal: “Deixarei que esses lábios sejam meus, sejam teus / Esses embalam”. B Linguagem conotativa acontece quando a linguagem é utilizada em seu sentido literal: “Não te darei bombons, não te darei, eles acabam, eles derretem”. C Linguagem denotativa acontece quando a linguagem é utilizada em seu sentido figurado: “Não te darei discos, não, eles repetem, eles arranham”. D Linguagemconotativa acontece quando a linguagem é utilizada em seu sentido figurado: “Deixarei que esses lá- bios sejam meus, sejam teus / Esses embalam”. E Linguagem denotativa acontece quando a linguagem é utilizada em seu sentido literal: “Não te darei festas, não te darei, elas terminam, elas choram”. QUESTÃO 40 CHARGE 1 Disponível em: www.tribunademinas.com.br CHARGE 2 Disponível em: marlivieira.blogspot.com As charges acima possuem uma correlação muito forte no que concerne à música e à dança como elos linguísticos socializadores de um povo. Embasados nisso, podemos defini-las como A charge 1: cultura e tradição; charge 2: cultura e moder- nidade. B charge 1: cultura e tradição; charge 2: cultura e tradição. C charge 1: modernidade e tradição; charge 2: folclore e arte. D charge 1: modernidade e arte; charge 2: história e tradi- ção. E charge 1: história e tradição; charge 2: crítica social e tra- dição. LC - 1º dia | Página 20 OSG.: 2924/20 QUESTÃO 41 Língua Portuguesa Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela... Amo-te assim, desconhecida e obscura. Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela, E o arrolo da saudade e da ternura! Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma, Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”, E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho! Olavo Bilac O poema de Olavo Bilac, ao cantar a língua portuguesa, revela a presença de aspectos recorrentes no cenário geral da literatura brasileira, como o telurismo e o sentimentalismo, presentes, respectivamente, nos versos A “Amo o teu viço agreste e o teu aroma” e “E o arrolo da saudade e da ternura”. B “És, a um tempo, esplendor e sepultura” e “Amo-te assim, desconhecida e obscura”. C “A bruta mina entre os cascalhos vela...” e “Tuba de alto clangor, lira singela”. D “Que tens o trom e o silvo da procela” e “De virgens sel- vas e de oceano largo!”. E Em que da voz materna ouvi: ‘meu filho!’” e “O gênio sem ventura e o amor sem brilho”. QUESTÃO 42 Examine a tira Hagar, o Horrível, do cartunista americano Dik Browne (1917-1989). Hagar, o Horrível, vol. 2014. O ensinamento ministrado por Hagar a seu filho poderia ser expresso do seguinte modo: A “A fome é a companheira do homem ocioso.” B “O estômago que raramente está vazio despreza alimen- tos vulgares.” C “Nada é mais útil ao homem do que uma sábia descon- fiança.” D “Muitos homens querem uma coisa, mas não suas con- sequências.” E “É impossível para um homem ser enganado por outra pessoa que não seja ele mesmo.” QUESTÃO 43 À profissão de frei João das Mercês Ramos “Entretanto o céu se levanta sereno e pomposo como para um dia de festa” Carlos Lacretelle [...] Mas eu não tive os dias de ventura Dos sonhos que sonhei: Mas eu não tive o plácido sossego Que tanto procurei. Tive mais tarde a reação rebelde Do sentimento interno. Tive o tormento dos cruéis remorsos Que me parece eterno. Tive as paixões que a solidão formava Crescendo-me no peito. Tive, em lugar das rosas que esperava, Espinhos no meu leito. Tive a calúnia tétrica vestida Por mãos a Deus sagradas. Tive a calúnia – que mais livre abrange Ó Deus! vossas moradas! Iludimo-nos todos! – Concebemos Um paraíso eterno: E quando nele sôfregos tocamos, Achamos um inferno! [...] O efeito de reiteração de ideias ao longo do poema é feito por meio de A frases exclamativas e tom imperativo. B repetições anafóricas e relativo rigor formal. C omissões de verbos e ausência de conectivos. D simetria formal e hermetismo vocabular. E sentimentalismo exacerbado e denotatividade verbal. LC - 1º dia | Página 21OSG.: 2924/20 QUESTÃO 44 Mais claro e fino do que as finas pratas O som da tua voz deliciava... Na dolência velada das sonatas Como um perfume a tudo perfumava. Era um som feito luz, eram volatas Em lânguida espiral que iluminava, Brancas sonoridades de cascatas... Tanta harmonia melancolizava. CRUZ E SOUZA. Cristais”, In: Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995, p. 86. Dentre as características simbolistas presentes no texto acima, podemos ressaltar as seguintes: A Sinestesia, aliteração e sugestão. B Clareza, perfeição formal e objetividade. C Aliteração, objetividade e ritmo constante. D Perfeição formal, clareza e sinestesia. E Perfeição formal, objetividade e sinestesia. QUESTÃO 45 Asa Branca “Quando olhei a terra ardendo Qual a fogueira de São João Eu perguntei a Deus do céu, ai Por que tamanha judiação Eu perguntei a Deus do céu, ai Por que tamanha judiação Que braseiro, que fornalha Nem um pé de plantação Por falta d’água perdi meu gado Morreu de sede meu alazão Por farta d’água perdi meu gado Morreu de sede meu alazão Até mesmo a asa branca Bateu asas do sertão Então eu disse, adeus Rosinha Guarda contigo meu coração Então eu disse, adeus Rosinha Guarda contigo meu coração Hoje longe, muitas léguas Numa triste solidão Espero a chuva cair de novo Pra mim voltar pro meu sertão Espero a chuva cair de novo Pra mim voltar pro meu sertão...” LUIZ GONZAGA. Disponível em: http://letras.mus.br/luiz-gonzaga/47081. A canção Asa Branca, de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, representa a cultura, a arte, a vida do povo nordestino. Analisando essa canção, é possível perceber que A a música é o reflexo artístico de uma imitação da realida- de ficcional de um povo. B em “a terra ardendo”, nota-se a clara referência aos im- pulsos musicais corporais gerados pelo ritmo da música. C não se pode afirmar que a tristeza e a solidão são refe- renciais confiáveis para se desvendar a personalidade e o estado lírico das pessoas do texto. D a musicalidade perderia representatividade se a letra não fosse tão melancólica. E a musicalidade é corroborada com os traços líricos que nos remetem às dores e às frustrações de um povo sofri- do como o nordestino e que, porém, não perdeu a espe- rança na vida. LC - 1º dia | Página 22 OSG.: 2924/20 PROPOSTA DE REDAÇÃO TEXTO I Em setembro de 2015, foi promulgada a Emenda Constitucional 90, que garantiu o transporte como um direito social. O tema foi incluído na Constituição Federal, que já previa como direitos dos cidadãos a educação; a saúde; a alimentação; o trabalho; a moradia; o lazer; a segurança; a previdência social; a proteção à maternidade e à infância; e a assistência aos desamparados. Para o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha, a inclusão do direito ao transporte na Constituição abriu a possibilidade da criação e implementação de um fundo capaz de subsidiar melhorias para o transporte público brasileiro. Para ele, é necessário investir em qualidade, diminuir o preço das tarifas e aumentar o número de usuários. “O transporte público como direito social abre a perspectiva de se criar um fundo nacional de transporte para subvencionar o custo do serviço. Na prática, significa que nós poderemos reduzir 30% do custo do serviço”, avalia Otávio Cunha. Disponível em: https://tinyurl.com/y7g7akof. Acesso em: 8 dez. 2017. TEXTO II O transporte público no Brasil estrutura-se, principalmente, pela utilização de ônibus, além de metrôs e trens, em algumas cidades ou regiões. De acordo com a Constituição Federal, o serviço deve ser administrado e mantido pelos municípios, mas os investimentos devem ser realizados também pelos estados e pelo Governo Federal. É importante ressaltar que, quando se refere ao transporte público, não estamos falando somente dos meios de transporte utilizados, mas de questões referentes à mobilidade urbana e à infraestrutura existente para esse transporte, como estações, terminais etc. Além do mais, é preciso que se compreenda que o transporte público não está isoladoda lógica urbana, sobretudo das grandes metrópoles, que concentram a maior parte da população do país. Cidades maiores e com uma maior quantidade de zonas segregadas necessitam de um transporte público mais amplo e massificado para evitar a ocorrência de ônibus lotados e insuficientes para atender à população. Disponível em: https://tinyurl.com/y8mgwdrd. Acesso em: 8 dez. 2017. TEXTO III Disponível em: http://brasil.indymedia.org/images/2008/01/409991.jpg. Acesso em: 23 ago. 2017. Com base na leitura dos textos motivadores apresentados e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO em modalidade escrito formal da língua portuguesa sobre o tema O uso do transporte público em questão no Brasil, apresentando proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. CH - 1º dia | Página 23OSG.: 2924/20 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 QUESTÃO 46 A Inconfidência Mineira representou potencialmente uma das maiores ameaças de subversão da ordem colonial. O fato de ter ocorrido na área das Minas, área na qual a permanente vigilância e repressão sobre a população eram as tarefas maiores das autoridades públicas, indica um alto grau de consciência da capacidade de libertação da dominação metropolitana. RESENDE, M. E. L. A Inconfidência Mineira. São Paulo: Global, 1988. De acordo com o texto acima, assinale a assertiva correta. A A opulência da produção mineradora alcançou o seu apo- geu na segunda metade do século XVIII, aumentando a ganância da metrópole portuguesa, que acreditava que os mineiros estivessem sonegando impostos e passou a usar de violência na cobrança destes. B O descontentamento dos colonos aumentava de acordo com o preço das mercadorias importadas, já que eram proi- bidas as manufaturas na Colônia. Além disso, os jornais que circulavam na região alertavam a população sobre a corrup- ção nos altos cargos administrativos coloniais. C Sofrendo violenta opressão, a classe dominante mineira conscientizou-se das contradições entre os seus interes- ses e os da metrópole. Influenciada pelo pensamento ilu- minista e na iminência da cobrança da derrama em Vila Rica, em 1789, preparou uma insurreição. D Contando com adesão e apoio efetivo de diversas par- celas da população mineira, os insurgentes reivindicavam um governo republicano inspirado nas ideias presentes na Constituição dos EUA, mas foram traídos por um dos parti- cipantes em troca do perdão de suas dívidas pessoais. E Mesmo sem ter ocorrido de fato, a Inconfidência Mineira, o apoio recebido da população revoltada e influenciada pelos ideais iluministas, demonstrou a maturidade do processo pela independência do país. Tal engajamento vai estar pre- sente durante todas as lutas em prol da nossa emancipação. QUESTÃO 47 WATTERSON, B. Calvin e Haroldo: Yukon ho! São Paulo: Conrad, 2003. Na tirinha, Calvin e o tigre Haroldo usam um globo terrestre para orientar sua viagem da Califórnia, nos Estados Unidos, para o território do Yukon, no extremo norte do Canadá. Considerando as áreas de origem e destino da viagem pretendida, nota-se que o tigre comete um erro de interpretação no último quadrinho. Esse erro mostra que Haroldo não sabe que o globo terrestre é elaborado com base no seguinte elemento da linguagem cartográfica: A Escala pequena. B Projeção azimutal. C Técnica de anamorfose. D Convenção equidistante. E Projeção cônica. QUESTÃO 48 Posto que as qualidades que impressionam nossos sentidos estão nas próprias coisas, é claro que as ideias produzidas na mente entram pelos sentidos. O entendimento não tem o poder de inventar ou formar uma única ideia simples na mente que não tenha sido recebida pelos sentidos. Gostaria que alguém tentasse imaginar um gosto que jamais impressionou seu paladar, ou tentasse formar a ideia de um aroma que nunca cheirou. Quando puder fazer isso, concluirei também que um cego tem ideias das cores, e um surdo, noções reais dos diversos sons. LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991 (adaptado). De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-se A da reminiscência de ideias originalmente transcendentes. B da combinação de ideias metafísicas e empíricas. C de categorias a priori existentes na mente humana. D da experiência com os objetos reais e empíricos. E de uma relação dialética do espírito humano com o mundo. QUESTÃO 49 Max Weber (1864-1920) afirma que “devemos conceber o Estado contemporâneo como uma comunidade humana que, dentro dos limites de determinado território […], reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física”. WEBER, M. Ciência e Política: duas vocações. São Paulo: Cultrix, 2006, p. 56. Tomando por base o texto acima, assinale a alternativa correta em relação à afirmação de Weber. A No caso do Estado contemporâneo, apenas seus agen- tes podem utilizar a violência de modo legítimo dentro dos limites do seu território. B O Estado foi sempre o único agente que pôde utilizar le- galmente a violência com o consentimento dos cidadãos – a violência dos pais contra os filhos, por exemplo, sem- pre foi ilegal. C Atualmente, o Estado é o único agente que utiliza a vio- lência (ameaças, armas de fogo, coação física) como meio de atingir seus fins – assim a segurança de todos os cidadãos está garantida. D Outros grupos também podem utilizar a violência como recurso – por exemplo, as empresas privadas de vigilân- cia – independente da autorização legal do Estado. E Todos os cidadãos reconhecem como legítima qualquer violência praticada pelos agentes do Estado contemporâ- neo – por exemplo, quando a polícia usa balas de borra- cha contra grevistas. CH - 1º dia | Página 24 OSG.: 2924/20 QUESTÃO 50 Chiquinha Gonzaga alinha-se a outras figuras femininas do Império (...) como a imperatriz Leopoldina e Anita Garibaldi. Todas as três, embora de diferentes maneiras, de diferente proveniência social e, em diferentes épocas, desempenharam um papel político que, certamente, contribuiu para as mudanças por elas defendidas e as inscreveu na História do Brasil. QUEIROZ, S.R.R. Política e cultura no império brasileiro, 2010. Em termos políticos, a imperatriz Leopoldina, Anita Garibaldi e Chiquinha Gonzaga, respectivamente, A atuou, ao lado de Dom Pedro e de José Bonifácio, no processo de emancipação política do Brasil; participou da mais longa rebelião regencial, a Farroupilha; militou pela abolição da escravatura e pela queda da Monarquia. B articulou a bancada constitucional brasileira na Assem- bleia Constituinte; organizou as forças populares parti- cipantes da rebelião regencial ocorrida no Grão-Pará, a Cabanagem; foi a primeira mulher brasileira a se eleger para o Senado durante o Império. C convenceu Dom Pedro I a assumir o trono português após a morte do rei Dom João VI; defendeu a ampliação dos direitos de cidadania durante a reforma constitucional que instituiu o Ato Adicional; liderou uma frente parlamen- tar de apoio às leis abolicionistas. D participou como diplomata do Império brasileiro na Guer- ra da Cisplatina; foi a primeira mulher a trabalhar como jornalista e romancista durante o Segundo Reinado; tor- nou-se uma importante liderança política na defesa do fim do tráfico de escravos para as Américas. E articulou com os diplomatas ingleses o reconhecimento da Independência do Brasil junto a Portugal; foi uma im- portante liderança militar no processo de Guerra de Inde- pendência da Bahia; criou a primeira associação política em defesa do voto feminino no Brasil. QUESTÃO 51 TEIXEIRA, W. et al. (Orgs.) Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009 (adaptado). O esquema mostra depósitos em que aparecem fósseis de animais do Período Jurássico. As rochas em que se encontram essesfósseis são A magmáticas, pois a ação de vulcões causou as maiores extinções desses animais já conhecidas ao longo da his- tória terrestre. B sedimentares, pois os restos podem ter sido soterrados e litificados com o restante dos sedimentos. C magmáticas, pois são as rochas mais facilmente erodi- das, possibilitando a formação de tocas que foram poste- riormente lacradas. D sedimentares, já que cada uma das camadas encontra- das na figura simboliza um evento de erosão dessa área representada. E metamórficas, pois os animais representados precisavam estar perto de locais quentes. QUESTÃO 52 A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para exemplificar: o argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna o argumento assustador e lhe atribui importância e força dramática é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser inadvertidamente lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um estado de guerra. RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São Paulo: WMF, 2012 (adaptado). O texto apresenta uma concepção de filosofia política conhecida como A alienação ideológica. B microfísica do poder. C estado de natureza. D contrato social. E vontade geral. CH - 1º dia | Página 25OSG.: 2924/20 QUESTÃO 53 O desenvolvimento da civilização e de seus modos de produção fez aumentar o poder bélico entre os homens, generalizando no planeta a atitude de permanente violência. No mundo contemporâneo, a formação dos Estados nacionais fez dos exércitos instituições de defesa de fronteiras e fator estratégico de permanente disputa entre nações. Nos armamentos militares se concentra o grande potencial de destruição da humanidade. Cada Estado, em nome da autodefesa e dos interesses do cidadão comum, desenvolve mecanismos de controle cada vez mais potentes e ostensivos. O uso da força pelo Estado transforma-se em recurso cotidianamente utilizado no combate à violência e à criminalidade. COSTA, C. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 1997. p. 283-285. A concepção sociológica weberiana, sobre o uso da força pelo Estado contemporâneo, afirma que A a força militar contemporânea, por seu poder de persua- são e atributos personalísticos, é um agente exemplar do tipo de dominação carismática. B na sociedade contemporânea, o poder compartilhado entre cidadãos e Estado, para o uso da força, define a dominação legítima do tipo racional-legal. C o Estado contemporâneo caracteriza-se pela fragmenta- ção do poder de força, conforme o tipo ideal de domina- ção carismática, a exemplo do patriarca. D o Estado contemporâneo define-se pelo direito de mono- pólio do uso da força, baseado na dominação legítima do tipo racional-legal. E o tipo ideal de dominação tradicional é exercido com base na legitimidade e na legalidade do poder de uso democrá- tico da força pelo Estado contemporâneo. QUESTÃO 54 “Caso tomemos o exemplo do Rio de Janeiro (...), iremos perceber de imediato que se trata de uma região caracterizada por forte concentração de riqueza em poucas mãos. Os círculos dos mais ricos – 14% das pessoas – chegaram a ter três quartos da riqueza inventariada. (...) Entre fins do século XVIII e a primeira metade do século XIX, eles chegaram a dominar 95% dos valores transacionados nos empréstimos (...). Era dentro dessa elite que se situava o pequeno grupo formado pelos negociantes de grande envergadura, cujas fortunas foram constituídas por meio do comércio transoceânico e no comércio colonial de longa distância. (...) Uma vez acumuladas tais fortunas, verifica- -se que parte desses homens de negócios (ou seus filhos) abandonava o comércio, convertendo-se em rentistas (pessoas que vivem de rendas, como, por exemplo, do aluguel de imóveis urbanos) ou em grandes senhores de terras e de escravos. Curiosamente, ao fazerem isso, estavam perdendo dinheiro, já que os ganhos do tráfico atlântico de escravos (19% por viagem) eram superiores aos lucros da plantation (de 5% a 10% ao ano). O que havia por trás de um movimento de reconversão em si mesmo inusitado?” FRAGOSO, J. et al., A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX), 1998. Esse “movimento de reconversão” pode ser explicado A pelos extorsivos impostos cobrados aos traficantes de escravos e aos comerciantes em geral e pelas restrições de oferta de títulos de nobreza para os homens que não tivessem grandes propriedades fundiárias. B pela radical transformação da economia colonial desde meados do século XVIII, que permitiu uma acumulação de capital maior na atividade manufatureira, e pela de- cadência da produção aurífera, em Minas Gerais e em Goiás. C por um considerável ideal aristocratizante de uma parcela da elite colonial brasileira, que almejava um afastamento relativo do mundo do trabalho, e pela busca de maiores garantias para o patrimônio constituído por meio do co- mércio. D pela legislação presente nas Ordenações Filipinas, que estabelecia uma hierarquia social a partir da origem prin- cipal da riqueza e pelas restrições ao tráfico de escravos, instituídas a partir de 1810. E pela proibição dos comerciantes em participar das Câma- ras Municipais, como eleitores e como elegíveis, e pela condenação feita pela Igreja Católica contra os ganhos obtidos por meio de lucros gananciosos e de juros altos. QUESTÃO 55 O governo chinês anunciou, nesta quinta-feira, que decidiu pôr fim à política do filho único. Por mais de três décadas, impediu-se que casais tivessem mais de uma criança, o que causou impacto na sociedade e na economia do país. Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, o Partido Comunista determinou que, agora, os casais poderão ter dois filhos. Disponível em: bbc.com. Acesso em: 29 out. 2015. A principal justificativa para a decisão do governo chinês verifica-se em A ampliar o poder de consumo do mercado. B reduzir o custo da mão de obra da indústria. C viabilizar a proposta de democratização do Estado. D retardar o processo de envelhecimento da população. E ampliar a competitividade das commodities no mercado externo. CH - 1º dia | Página 26 OSG.: 2924/20 QUESTÃO 56 Os ricos adquiriram uma obrigação relativamente à coisa pública, uma vez que devem sua existência ao ato de submissão à sua proteção e zelo, o que necessitam para viver; o Estado então fundamenta o seu direito de contribuição do que é deles nessa obrigação, visando à manutenção de seus concidadãos. Isso pode ser realizado pela imposição de um imposto sobre a propriedade ou a atividade comercial dos cidadãos, ou pelo estabelecimento de fundos e de uso dos juros obtidos a partir deles, não para suprir as necessidades do Estado (uma vez que este é rico), mas para suprir as necessidades do povo. KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru: Edipro, 2003. Segundo esse texto de Kant, o Estado A deve sustentar todas as pessoas que vivem sob seu po- der, a fim de que a distribuição seja paritária. B está autorizado a cobrar impostos dos cidadãos ricos para suprir as necessidades dos cidadãos pobres. C dispõe de poucos recursos e, por esse motivo, é obrigado a cobrar impostos idênticos dos seus membros. D delega aos cidadãos o dever de suprir as necessidades do Estado, por causa do seu elevado custo de manutenção. E tem a incumbência de proteger os ricos das imposições pecuniárias dos pobres, pois os ricos pagam mais tribu- tos. QUESTÃO 57 Os impostos são quantia em dinheiro para o Estado pagos por pessoas físicas e jurídicas. É um tributo usado para custear parte das despesas de administração e dos
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