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Pediatria - Lucas Presotti Borges REAÇÕES ALÉRGICAS Lucas Presotti Borges • Classificação: Hipersensibilidade tipo I (ou Anafilaxia) Hipersensibilidade tipo II (ou citotóxica) Hipersensibilidade tipo III (Arthus ou Imunocomplexos) Hipersensibilidade tipo IV (ou tardia ou mediada por células) • É imediada por IgE • Ela precisa de contato prévio com alérgeno (momento em que será produzido IgE e esse IgE vai se ligar a uma célula, mastócitos/basófilos. Num próximo contato com o antígeno, essa ligação antígeno-anticorpo vai fazer com que haja liberação de substâncias que são ativas do ponto de vista farmacológico, e a principal delas é a histamina. Não ocorre a lise celular, então uma vez que teve a reação alérgica esse paciente continua sensibilizado, ele vai ter alergia toda vez que tiver contato com aquele alérgeno) • Pode acontecer com alimentos, picada de inseto e medicamentos • Do ponto de vista de patologia a asma, anafilaxia, urticária e angioedema são doenças que tem essa reação de hipersensibilidade do tipo I • É a mais comum • Aquela em que o antígeno fica aderido na superfície de células, principalmente as células sanguíneas • Então as células envolvidas vão ser destruídas. • O exemplo mais clássico é a transfusão de hemácias incompatíveis • Menos comum, mas pode acontecer com medicamentos. • Acontece nos espaços extracelulares (não envolve Ac e Ag do sangue) • Ocorre a formação de anticorpos contra um determinado antígeno (Ag-Ac) • Essa ligação (complexo antígeno-anticorpo) vai chegar em determinados órgãos (principalmente rins e pulmões, órgãos de filtração) • Uma vez que esse complexo chega lá ele vai ficar preso e ocorre um processo inflamatório -> manifestações da doença • Principal exemplo: Glomerulonefrite pós estreptocócica. • Pode acontecer também com medicamento - hemoderivados (soro anti-ofídico, antirrábico • Sistema humoral não está envolvido • São as células que vão promover esse tipo de reação: macrófagos, as células citotóxicas • Doenças: alergia de contato (PPD) e doença enxerto- hospedeiro • Segunda reação mais comum quando a gente usa medicamentos e as vezes alguns alimentos, principalmente o leite • REAÇÕES ADVERSAS AOS ALIMENTOS: 2 tipos: TÓXICA: Está ligado diretamente ao alimento. Ex: comida contaminada ingerida -> reação adversa na maioria absoluta em quem ingeriu NÃO TÓXICA: Depende do indivíduo. O alimento não tem problema nenhum. E se divide em dois tipos: a) alergia ou hipersensibilidade mesmo (paciente é alérgico àquela substância ou àquele tipo de alimento) b) intolerância alimentar: é uma reação que o sistema imunológico não está envolvido • Intolerância à lactose: • Intolerância ≠ Alergia = § Alergia: independe da quantidade § Intolerância: Depende da quantidade = quanto maior for a quantidade, maior será a reação. Pediatria - Lucas Presotti Borges • Situações que levam à diminuição de lactase: § (1) Processos infecciosos intestinais: criança teve uma diarreia importante por rotavírus, e como a lactase é produzida nas células perto do lúmen, a medida que vai ter a lesão intestinal ela vai perdendo a camada de célula e perde a lactase. Quanto tempo que ela leva pra recuperar essa camada de célula? De 15 a 20 dias. Então ela pode ter uma intolerância secundária, mas que vai levar 20 dias para recuperar. Ela volta a produzir a lactase normalmente e pode consumir o leite. § (2) Desnutrição grave: O desnutrido grave também é uma criança que tem intolerância à lactose por falta de produção de lactase. Ela muito provavelmente tem intolerância a lactose. Essa criança precisa de um tempo para recuperar o estado nutricional para voltar a produzir a lactase. • A reação alérgica aos alimentos é mais prevalente nos primeiros anos de vida § acontece principalmente em indivíduos atópicos, então família de pessoas atópicas tem mais tendência da criança ter alergia. § E ela pode melhorar de 1 a 2 anos. Mais ou menos 1/3 das crianças melhora a alergia a leite de vaca até 2 anos de idade. Se não melhorou até ai provavelmente não vai melhorar mais. § Dos alimentos mais relacionados, o leite de vaca é o principal. Por quê? Porque a gente introduz o leite de vaca de forma errônea, esse é o grande problema. A forma de inserir o leite de vaca na dieta, em um intestino que não está preparado para receber aquilo, é o maior incentivo para desenvolvimento de alergia ao leite de vaca. • Outros alimentos: soja, ovo, peixe, amendoim (as frutas secas em geral nós temos menos alergia do que em outros países, isso porque consumimos menos. Com o aumento do consumo com dietas fitness, muita castanha, provavelmente vai haver aumento dos casos de alergia) e frutos do mar. • Nota: Alguns alimentos bem tolerados, se eles forem ingeridos antes de fazer exercício físico, eles podem causar alergia. O fato de comer um alimento da fazer exercício logo depois aumenta a circulação sanguínea e, consequentemente, a absorção. • LEITE DE VACA então é o mais comum por ser o primeiro alimento a ser introduzido na dieta das crianças. E 60% vão manifestar a alergia já na primeira mamada. § Tem que ter contato prévio § A mãe consegue passar, através do leite materno, um a sequência de aminoácidos que vai desencadear a reação na criança. Então ela pode não só sensibilizar a criança como causar a reação alérgica. § 60% apresentam sintoma na primeira mamada e só 2% vão apresentar sintomas depois de 2 semanas. § O que acontece com esse paciente? Como ele não vai hidrolizar a lactose, esse açúcar vai fermentar, as fezes vão sair extremamente ácidas, vai provocar diarreia com uma dermatite perineal. É MUITO CARACTERÍSTICO isso, a criança vai mantendo aquela diarreia (geralmente é causa infecciosa) e a criança tem uma dermatite perineal por causa dessas fezes ácidas. E depende muito da quantidade de lactose ingerida. Como é um processo bioquímico (faltando enzima), se a criança tomar menos leite não vai ter tanta reação. Se ela tomar uma quantidade maior ela vai ter mais reação. QUESTÃO DE PROVA: criança está sendo amamentada, toma uma mamadeira de leite de vaca, de repente ela tem uma diarreia com sangue, a primeira coisa a se pensar é alergia a leite de vaca. Ela não precisa de contato prévio tão grande, pode ser a primeira mamadeira. QUESTÃO DE PROVA: a mãe estava amamentando a criança normalmente, só que teve que voltar a trabalhar. Ela deu uma mamadeira de NAN e a criança teve diarreia. É intolerância á lactose? Muito provavelmente não é. Muita coincidência a criança ter tido um problema naquele momento. Intolerância primária com certeza não é, se não a criança teria diarreia desde a primeira amamentação. Então a intolerância primária é uma situação extremamente rara. Pediatria - Lucas Presotti Borges • Mecanismos imunológicos e Manifestações Clínicas: • Dos 4 tipos, os mais comuns são o tipo I (é fácil de identificar porque é muito rápida, assim que o paciente ingeriu o alimento ele já tem a reação) e o tipo IV. Por exemplo, comeu camarão e ficou cheio de urticária. § (1) ANAFILAXIA é a mais grave, começa imediatamente após a ingestão do alimento. Começa com PRURIDO, ARDOR e EDEMA DA MUCOSA ORAL e DE LÁBIOS, URTICÁRIA e DOR ABDOMINAL acompanhada DE VÔMITOS. Urticária é uma apresentação muito típica. O sistema cardiovascular geralmente vai ser envolvido ou o sistema respiratório. Geralmente um ou outro. Extremamente grave, se a pessoa não tiver atendimento imediato ela vai evoluir para óbito. Não é a forma mais comum de manifestar alergia grave. § (2) SÍNDROME DE ALERGIA ORAL que é uma alergia de contato restrita a orofaringe e que acontece principalmente com substâncias frescas, com vegetais. Em criança é mais rara. Ela pode ficar grave quando vai chegando na faringe e pode causar edema de glote, mas geralmente não acontece isso. Guardem que a formamais grave não é a mais comum. § (3) MANIFESTAÇÕES GASTROINTESTINAIS podem ocorrer devido ao processo inflamatório na mucosa ou alterações na motilidade gastrintestinal. - É muito comum no leite, é a manifestação mais comum. - Criança toma leite e se manifesta com uma *diarreia com sangue*, já que você tem um processo inflamatório. Qndo criança faz vômito -> esofagite eosinofílica -> confunde muito com DRGE. - Quanto às manifestações, quando elas são sutis, quando a criança fica com vômito de vez em quando, ou tem uma diarreia pouco evidente, essa criança pode evoluir com atraso no desenvolvimento ou diarreia crônica. - Diagnóstico difícil. O diagnóstico definitivo seria a biópsia gastrointestinal. Faz enquanto a criança ainda está tomando o leite e depois repete quando ela parar de tomar o leite. É bastante invasivo, por isso dá tanta confusão, porque não tem muita oportunidade de fazer o diagnóstico § (4) MANIFESTAÇÕES RESPIRATÓRIAS podem dar tosse, obstrução nasal, broncoespasmo (quadro parecido com asma, mas normalmente vem acompanhado de sintomas gastrointestinais). Dificilmente vai ter um alimento que a única manifestação dele vai ser respiratória, broncoespasmo. § (5) MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS: são elas: urticaria, angioedema e dermatite atópica. Pode acontecer todas juntas ou só uma delas. • Exames Complementares: *nenhum exame faz diagnóstico • Teste cutâneo (Prick teste): injeta a substância que a pessoa acha que tem alergia e depois faz uma leitura específica de cada teste. É um teste que, apesar de ser muito usado, tem um valor muito baixo. Ele tem um valor preditivo negativo bom. Se der positivo significa que a criança tem IgE contra aquela subs. em teste. Nesse teste o máximo que dá pra saber é se o paciente tem o IgE ou não. PROBLEMA DO TESTE: testar em pessoa que tem alergia grave -> pode evoluir p/ choque anafilático. • Teste radioalergosorbente (RAST): tem a mesma interpretação do prick test. O RAST também vai ver IgE quantitativamente, mas ele vai avaliar no soro. + CARO. Indicado em caso de ANAFILAXIA GRAVE. • IgE sérica total: Quando aumentada, no máximo, sugere mecanismo autoimune, MAS não faz diagnóstico. • Eosinofilia Perfiérica: Inespecífico. (hemograma) • Diagnóstico: • Teste de provocação oral (padrão ouro): Feito em ambiente hospitalar. Por exemplo: Suspeita-se de alergia ao leite de vaca. Tira o leite de vaca, criança fica sem sintomas, e em AMBIENTE HOSPITALAR, dá só aquela proteína pura liofilizada em doses crescentes e esperar a criança ter a reação. E aí ve o que acontece. Mas é complicado isso. Pediatria - Lucas Presotti Borges § PROVA TERAPÊUTICA (o que é aceito): É retirado o alimento da criança, a criança melhora os sintomas, volta com o alimento e a criança volta a manifestar os sintomas. Nisso acaba firmando o diagnóstico. É assim que é feito no dia a dia, por isso que o diagnóstico fica frágil e a gente confunde muito alergia com intolerância. (na intolerância, normalmente na reintrodução do alimento, o pct não terá novamente os sintomas, ao contrario da alergia) • Tratamento: • Eliminação De Antígenos: tem que tirar o antígeno da dieta. Uma vez que tira o alimento, em 3 semanas os sintomas desaparecem. • Adrenalina: nos casos graves. O anti-histamínico usa para aliviar os sintomas, como por exemplo prurido. • Formulas infantis especiais: • Fórmula de soja: § É isento de lactose e proteína do leite de vaca. A proteína é a soja. § Indicação: GALACTOSEMIA ou DEFICIÊNCIA DE LACTASE § Não são para casos de alergia § Não deve ser usada em pre-termos e tem efeitos estrogênicos em animais • Fórmula isenta de lactose: § A má absorção de lactose pode ser devida a hipolactasia primaria ou secundaria. § Indicação: para crianças com intolerância a lactose (primaria ou secundaria) • Fórmula hipoalergênica e não alergênica: § Crianças com alergia de leite de vaca mediadas por IgE, constituem a minoria dos casos de alergia § Casos não mediados por IgE (enterocolite e enteropatia) geralmente são sensíveis também a proteína de soja § As formas hipoalergênicas – contem proteínas EXTENSAMENTE HIDROLISADAS § As não alergênicas são constituídas de AMINOÁCIDOS • Evolução: • 1/3 terço resolve após 1 a 2 anos de suspensão do alimento. O que interfere? A reação é tipo I, então precisa ter contato com antígeno para produzir IgE. • Quanto mais tempo a criança ficar sem o leite, é melhor, melhor a chance de ela não voltar a ter alergia pra aquele leite. • E gravidade não se relaciona com perda da reatividade. As vezes o que teve a reação mais grave vai melhorar e o que não tinha reação tão grave tem pra vida toda. • O não cumprimento da dieta e o tipo de alergeno influencia na melhora. Alergenos como peixes, frutos do mar, amendoim, geralmente não melhoram. Pediatria - Lucas Presotti Borges • ALERGIA A INSETOS Podem ocorrer de 3 formas: DIAGNÓSTICO: • Testes cutâneos estão indicados para crianças com reação sistêmica • É importante saber exatamente qual substância do veneno que a criança tem alergia, pra gente fazer o tratamento com imunoterapia. TRATAMENTO: • Reações cutâneas leves: Anti-histamínico sistêmico ou medicamentos tópicos p/ aliviar desconforto local e evitar contato com inseto (corticoide tópico) • Reação anafilática: Tto igual para outros alérgenos (tto de emergência) • Imunoterapia: usada quando conhece qual é a proteína q o pct tem alergia SINTOMAS RESPIRATÓRIOS REAÇÕES CUTÂNEAS FERROADAS REAÇÃO TÓXICA NÃO ALÉRGICA - Rinite - Asma (pode vir como reação alérgica da asa do mosquito, por exemplo) - Urticária - Lesões papulosas, vesiculosas e eritematosas *elas normalmente não são muito graves - Dor mínima - Eritema local até episódios anafiláticos com risco de vida - Não envolve sistema imunológico - Ocorre após picadas de inseto - Febre - Mal-estar - Náusea - Vômito Sintomas respiratórios por inalação de substância particulada Reações cutâneas à picada dos insetos (estrófulo) Reações anafiláticas aos insetos com ferrão devido à inoculação de veneno com substâncias vasoativas – abelhas, marimbondo e, raramente, formiga As vezes a criança tem asma por causa da partícula da asa do mosquito que está junto com a poeira. - Insetos com ferrão -> inoculam o veneno -> esse veneno faz o organismo produzir subs. farmacologicamente ativa. - 1º abelha, 2º Marimbondo, raramente formiga. - Tem a reação cutânea à picada do inseto (estrófulo) - Pplmente em pré escolar 3-4 anos - Diag. diferencial principal é a varicela - Extremamente pruriginoso, vem em surtos criança é picada, fica 3 dias com muita coceira, vai melhorando, dai algum tempo é picada de novo). Bem característico Pediatria - Lucas Presotti Borges • REAÇÕES ADVERSAS A DROGAS: • Toda vez que a gente fala efeito adverso, a gente tem que pensar que efeito adverso não necessariamente é alergia. É quando você tem uma reação indesejada quando você usa uma determinada substância. • É importante evitar o uso excessivo de medicamentos. Pode juntar o metabólito de um medicamento com outro e dar uma reação alérgica grave. Doenças que afetam absorção, metabolização ou eliminação das drogas aumentam a incidência de reações indesejadas, se o paciente tem insuficiência hepática ou renal, por exemplo. • A reação pode não ser desencadeada pela droga natural mas por um de seus metabólitos. Isso dificulta muito o diagnóstico, porque os testes são muito específicos, então você tem que saber exatamente qual substância está dando alergia. Fatores de Risco Mecanismo Imunológico Reação Anafilactóide Genitor com alergia a Antimicrobiano = Maior probabilidade Atópico = reações são mais graves, mas impede uso de medicamento Alergia a um ATB = maiorrisco com outra subs. Via parenteral é mais alergênica que VO Penicilina: Tipo I (mas todos os 4 pode acontecer) Sulfa, carbamazepina e anestésicos: tipo tardia Há liberação de histamina pelos mastócitos sem IgE Não é possível dignóstico pelos testes cutâneos (é uma reação imprevisível) 2 coisas: (1) não precisa ter contato prévio e (2) não tem jeito de fazer diagnóstico. • REAÇÃO ADVERSAS AOS ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO HORMONAIS (NÃO ALÉRGICAS): o Algumas pessoas, quando tomam AINE, fazem um quadro importante de broncoespasmo. Esse quadro, na maioria absoluta das vezes, não é uma reação alérgica, é uma reação farmacológica, então não adianta trocar o antiinflamatório. o Sintomas começam de 30 MIN A 2 HORAS APÓS INGESTA - IMEDIATA(quanto mais rápidas mais graves) o De 2 A 48 HORAS – ACELERADAS: urticária, broncoespasmo, febre, e dá tempo da pessoa voltar 1. Tipos de Reação • Tipo A - Previsível: relacionada a atividade farmacológica (80%). Tipo A, que é previsível que tá relacionada à atividade farmacológica. Exemplo clássico da pediatria é o Fenoterol na nebulização. Mãe fica com medo de fazer taquicardia, é um efeito farmacológico, não é uma reação alérgica. • Tipo B - Imprevisível e incomum: depende da sensibilidade individual – reações alérgicas – envolvem o sistema imune e não alérgicas (sem participação de anticorpos) 6-10%. Tipo B, imprevisível, depende da sensibilidade individual, é onde estão inseridas as reações alérgicas, e aqui também entram as reações anafilactóides. Nós vamos nos ater a ela. • Tipo C - Aumento estatístico de determinada doença em pacientes expostos a determinada medicação. O exemplo que a gente tem é o uso do antiinflamatório levando à gastrite. Mas o sistema imunológico não está envolvido. Pediatria - Lucas Presotti Borges o APÓS 48 HORAS – TARDIA: erupções cutâneas, febre, doença do soro, anemia hemolítica MANIFESTACÕES CLINICAS: ** As erupções cutâneas são as mais frequentes. Pode dar desde reações urticariformes até reações graves como síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica. Outras manifestações que podem acontecer: hepatite, granulocitopenia (tem vários medicamentos que estão relacionados, como Oxacilina, Vancomicina, vários antibióticos, fala-se da Dipirona, Ganciclovir), eosinofilia, plaquetopenia, obstrução de vias aéreas, nefrite intersticial (também tem vários, como Anforeticina e Vancomicina) URTICÁRIA ANGIOEDEMA OU EDEMA ANGIONEURÓTICO OU DE QUINCKE SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON • é uma pápula que é uma vasodilatação, não é uma lesão sólida. Então muitas vezes ela vai mudando de lugar, ela migra. A mãe levanta a blusinha falando que tem lesão no tórax, e quando ver não tem nada mais lá e ela mudou para as costas. Extremamente pruriginoso • é o comprometimento que acontece de forma mais profunda. Pega a parte subcutânea, que vai acontecer geralmente em regiões de mais fragilidade (pálpebras, lábios, língua, pés e mãos e até laringe, levando ao edema de glote). • tem um acometimento cutâneo e mucoso. Essas lesões você tem um despregamento da camada da pele. Se você colocar um esparadrapo e puxar, sai a pele junto. Extremamente grave, funciona como o grande queimado, e pode levar à infecção. DIAGNÓSTICO: • TESTE CUTÂNEO de medicamento é basicamente pra Penicilia, barbitúrico e relaxante muscular. Mas ele também só vai avaliar a presença de IgE, então as reações anafilactóides estão fora. Então o relaxante muscular, apesar de ter o teste, a maioria é reações anafilactóides. • PATCH TESTE: avalia hipersensibilidade tardia (fita nas costas durante 48h para avaliar qual o tipo de reação) TRATAMENTO: • Interrupcao da droga: enxantema não urticariforme em lactentes – pode-se tentar manter medicação e observar • Reações anafiláticas: Tem tto emergencial igual • EMERGÊNCIAS ALÉRGICAS: Os sintomas começam de 5 a 10 minutos (muito precoce). Pode acontecer todos os sintomas junto ou pode ter só alguns acometidos. Nós temos: a) Pele e mucosa: prurido, eritema, urticária, angioedema (mais comuns). Quase sempre está acometida. b) Respiratório: tosse, dispneia, taquipneia, rouquidão, estridor, chiado. Rouquidão e estridor são sinais de mau prognóstico, preditores de gravidade. c) Gastrintestinal: náusea, vômito, diarreia, dor abdominal d) Cardiovascular: taquicardia, hipotensão, má perfusão, choque. Aqui é importante diferencial de síndrome vasovagal. Nessa síndrome, ao invés da pessoa estar taquicárdica, ela vai estar bradicárdica. e) SNC: irritabilidade, tontura, cefaleia, aura, desorientação, síncope, convulsão f) Genitourinário: incontinência urinária Pediatria - Lucas Presotti Borges TRATAMENTO: PERMEABILIDADE VIA AEREA BOA RESPIRACAO CIRCULACAO ANTI-HISTAMÍNICO BRONCODILATADOR CORTICOESTERÓIDES CASOS REFRATÁRIOS Principalmente nos casos de edema de glote, a via aérea vai estar pérvia por pouco tempo, então a gente tem que preocupar e, se for o caso, deve intubar, fazer cricotireoitomia Colocar 02 Nos casos graves pode ser necessário ventilação com pressão positiva Adrenalina IM É o único medicamento que comprovadamente é capaz de salvar a vida de um paciente em crise alérgica, mas ela tem que ser aplicada imediatamente. Então já tem a adrenalina pronta pra isso: criança 0,3 ml e adulto 0,5 ml. - Acesso venos -> Tto choque - Fluido endovenoso (solução salina em bolos de 10-20ml/kg sempre que não houver resposta com adrenalina ou se houver hipotensão à admissão) anti-histamínico vai ser usado depois que reverteu o choque, ele vai bloquear a histamina que ainda não atuou no vaso. Eu uso tanto anti H1 quanto anti H2, eu uso os dois em associação para não deixar nenhum receptor liberado Usa Difenidramina (ou prometazina) ASSOCIADO a Ranitidina Se ele tiver broncoespasmo a gente vai fazer broncodilatador, mesma coisa que se tivesse tratando asma. Então fenoterol ou Salbutamol A última coisa a ser feita é o corticoide Ele só tem efeito para prevenir o fenômeno bifásico Se não melhorar usa METILPREDNISOLONA Passa para adrenalina EV contínua ou outro, como noradrenalina ou vasopressina pra tentar reverter 1. Critérios Clínicos para Reconhecimento Se tiver dois ou mais desses sinais abaixo a gente já pode fazer o diagnóstico de reação anafilática. Se o 2 e o 3 aqui estiverem comprometidos, a gente tem uma reação anafilática grave e o tratamento tem que ser imediato. Reforçando, se tiver pelo menos 2 deles, já faz o diagnóstico de reação anafilática. Se de dois deles, um deles for respiratório ou cardiovascular, é reação anfilática grave. 1. Envolvimento do tecido mucocutâneo (urticária generalizada, prurido, eritema, edema de lábio-língua-úvula) 2. Acometimento respiratório: dispneia, chiado/broncoespasmo, estridor, hipoxemia 3. Redução da pressão arterial ou sintomas associados : hipotonia, síncope 4. Sintomas gastrintestinais: cólica abdominal, dor, vômito
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