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DIREITO CIVIL Direitos da personalidade DA IMAGEM Para o preclaro Uadi Lammêgo Bulos, “trata-se de uma noção ampla, que inclui os traços característicos da personalidade, fisionomia do sujeito, ar, rosto, boca, partes do corpo, representação do aspecto visual da pessoa pela pintura, pela escultura, pelo desenho, pela fotografia, pela configuração caricata ou decorativa. Envolve, também, a imagem física, a reprodução em manequins e máscaras, por meio televisivos, radiodifusão, revistas, jornais, periódicos, boletins, que reproduzem, indevidamente, gestos, expressões, modos de se trajar, atitudes, traços fisionômicos, sorrisos, aura, fama etc”2 . O direito à imagem compreende, portanto, todas essas formas de exteriorização, incluídos o molde, os gestos e a voz.” DA IMAGEM A imagem que tutela o art. 20 do Código Civil, divide-se em: 1. Retrato - representação física da pessoa, como um todo ou em separada, desde que identificáveis, por meio de pinturas, sites, fotografias e etc. 2. Atributo - é o conjunto de qualidades fomentado pela pessoa, reconhecido socialmente, como por exemplo, habilidade, competência, lealdade e etc. A imagem abrange também a reprodução, romanceada em livro, filme, novela da vida de pessoa de notoriedade. 3. Voz – é o timbre sonoro identificador. DA IMAGEM Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. DA VEICULAÇÃO DA IMAGEM Apesar do direito à imagem possuir algumas das características próprias dos direitos da personalidade, sendo ele absoluto, impenhorável, imprescritível, oponível erga omnes, dentre outros, possui o direito à imagem uma característica própria, sua disponibilidade. A veiculação da imagem pode ocorrer por autorização expressa Pode contrato escrito) ou tácita (quando utilizada como meio para cumprimento de contrato – vídeos aulas). DA DISPENSA DA AUTORIZAÇÃO A veiculação da imagem pode ser dispensada nos seguintes casos: 1. Administração da justiça. 2. Manutenção da ordem pública. 3. Direito à imagem x direito a informação. 4. Pessoa Pública ou quem esteja com ela (em locais públicos). 5. Pessoas privadas filmadas em locais públicos com imagem panorama (não há lesão aos direito). 6. Câmeras de segurança (não há ventilação das imagens). AUTORIZAÇÃO PARA USO COMERCIAL Autorização para uso comercial é necessária? Mesmo que seja para propaganda positiva? Art. 20 [...] se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. Pouco importa se a propaganda é positiva ou negativa. Súmula 403 STJ: “Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fi ns econômicos ou comerciais.” (dano in re ipsa) DA PRIVACIDADE Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. O direito à privacidade é espécie dos direitos da personalidade, tratando das manifestações das esferas íntimas, as quais o indivíduo tem o direito de manter sob seu exclusivo controle ou comunicar a um pequeno grupo de íntimos, informações suas como, por exemplo, estado de saúde, condição sexual, origem étnica, convicções religiosas e políticas, entre outras mais abrangentes, como modo de vida, relações afetivas, hábitos e local. BIOGRAFIAS NÃO AUTORIZADAS Poderá ocorrer a publicação de biografias não autorizadas no Brasil? Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4815 e declarou inexigível a autorização prévia para a publicação de biografias. Seguindo o voto da relatora, ministra Cármen Lúcia, a decisão dá interpretação conforme a Constituição da República aos artigos 20 e 21 do Código Civil, em consonância com os direitos fundamentais à liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença de pessoa biografada, relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas). DIREITO CIVIL Fim da personalidade FIM DA PERSONALIDADE Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume- se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. As espécies de mortes podem ser: • Real; • Civil; • Presumida. DA MORTE REAL Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; • A personalidade deixa de existir quando ocorre a morte encefálica; • Não é necessária a paralisação de todo o corpo (coração, por exemplo); • O óbito cessa a personalidade jurídica e, por consequência, interrompe a aptidão para contrair direitos e deveres; DOS EFEITOS DA MORTE REAL • Abertura da sucessão; • Extinção do Poder Familiar; • Fim dos contratos personalíssimos; • Fim da obrigação de alimentos; • Fim do casamento ou união estável; REQUISITOS DA MORTE REAL • Haver um corpo que possibilite a comprovação da morte; • No mínimo morte encefálica; • Declaração por dois médicos não integrantes da equipe de remoção de órgãos; • Comprovação não pode ser a distância; DA MORTE CIVIL • A morte civil era a perda da personalidade em vida, onde a pessoa estava viva, mas era tratada como se estivesse morta. Era uma espécie de pena aplicada à pessoas condenadas criminalmente, em situações especiais. • Atualmente não existe mais. • Há resquícios de morte civil. Ex.: exclusão de herança por indignidade do filho, “como se ele morto fosse; embora viva, a pessoa é ignorada para efeitos de herança (art. 1.816 do CC).
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