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CATEGORIA: RESUMO EXPANDIDO ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES COM DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DE QUADRIL – UMA REVISÃO INTEGRATIVA Jennifer Nathali de Melo Galindo 1 Karine Alves de Castro 2 Analine da Silva Ribeiro 3 Lara Ivynna de Lima Pereira4 Rithyelle Kelle Freitas de Oliveira5 Rogleson Albuquerque Brito6 RESUMO Introdução: A displasia de desenvolvimento de quadril (DDQ) segundo Meg Stanger (2002, p.326) dá-se quando há alguma incidência de anormalidades na região do quadril, ocorrendo em consequência do crescimento e desenvolvimento atípico em pacientes pediátricos. Apesar de ter sua etiologia desconhecida (Guimarães; Ribeiro; Falcão, 2004), detectar precocemente crianças de alto risco para DDQ, são determinantes para a prevenção e promoção precoce da doença. Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo realizar uma revisão integrativa sobre a intervenção fisioterapêutica em pacientes com DDQ. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa de estudos disponíveis nas bases de dados Google Acadêmico e Scielo, publicados entre os anos de 2004 a 2018 no idioma português. Resultados e Discussão: Pode-se verificar em várias pesquisas que a atuação precoce da fisioterapia foi capaz de melhorar a mobilidade articular, buscando a prevenção de processos fibróticos e da perca da função de segmentos corporais inferiores, bem como a na melhora da funcionalidade corporal e prevenção de agravos morfofuncionais dos membros inferiores. Considerações Finais: Conclui-se que a DDQ tem repercussões negativas na vida do paciente, e se não tratada corretamente podem culminar em distúrbios osteomioarticulares em diversos graus de severidade, sendo necessária a intervenção fisioterapêutica precoce para beneficiar o tratamento de alterações funcionais do paciente pediátrico. Palavras-chave: Displasia do desenvolvimento do quadril, Fisioterapia, Fisioterapia precoce. 1 Discente do Curso de Fisioterapia UniFanor | Wyden, jennifer.melo89@hotmail.com 2 Discente do Curso de Fisioterapia UniFanor | Wyden, karinnycastro28@hotmail.com 3 Discente do Curso de Fisioterapia UniFanor | Wyden, analinesr@gmail.com 4 Discente do Curso de Fisioterapia UniFanor | Wyden, laraivynna23@gmail.com 5 Discente do Curso de Fisioterapia UniFanor | Wyden, rithyellekelle@gmail.com 6 Docente do Curso de Fisioterapia UniFanor | Wyden, rogleson.brito@unifanor.edu.br INTRODUÇÃO A displasia de desenvolvimento de quadril (DDQ), segundo Meg Stanger (2002, p.326) dá-se quando há alguma incidência de anormalidades na região do quadril, ocorrendo em consequência do crescimento e desenvolvimento atípico em pacientes pediátricos. Apesar de ter sua etiologia desconhecida (Guimarães; Ribeiro; Falcão, 2004) , detectar precocemente crianças de alto risco para DDQ, como as de sexo feminino, que nascem com deformidades congênitas, parto com apresentação pélvica onde o feto se encontra em flexão e rotação externa de quadril, frouxidão ligamentar e sinais específicos que podem ser observados, como o de Pater-Bade e o de Hart são determinantes para a prevenção e promoção precoce da doença. É feito precocemente manobras para o diagnóstico e para diferenciação de luxação de quadril e instabilidade, para verificar a luxação é executado a manobra de Ortolani, e para a outra manobra que possa diferenciar uma luxação de instabilidade nomeia-se Barlow. (ANDRADE, MAIA, 2006). Para evitar necessidade de redução cirúrgica, é bastante recomendado, o uso do suspensório de Pavlik, que mantém a articulação coxofemoral em flexão e abdução, para uma melhor estabilidade entre a cabeça femoral e o acetábulo. Se houver falha deste suspensório é indicado a imobilização em aparelho gessado, precedida de tração por redução fechada. Entretanto, caso não haja êxito, a intervenção cirúrgica é recomendada. Podem ocorrer diversas complicações decorrentes do não tratamento precoce, como: andar gingado, marcha anormal, encurtamento do membro afetado, limitação do arco da mobilidade, claudicação, subluxação, desenvolvimento acetabular insuficiente, artrose, pseudoparalisia e sinovite do quadril. A atuação da fisioterapia precocemente permite que o paciente tenha um bom prognóstico, possibilitando maior efetividade do tratamento e menor agressividade, visando primordialmente suas atividades de vida diária (AVDs). O tratamento fisioterapêutico consiste em recuperar a congruência articular e sua estabilidade, visando a promoção do desenvolvimento fisiológico. Os recursos terapêuticos empregados, cinesioterapia, hidroterapia e termoterapia, são fundamentais na potencialização da função do organismo e da melhora do quadro clínico geral, buscando sempre trabalhar com máximo limite tolerável pelo paciente. Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo realizar uma revisão integrativa sobre a intervenção da fisioterapia em pacientes com displasia do desenvolvimento do quadril. MÉTODO O presente artigo é uma revisão integrativa da literatura que selecionou artigos de 2004 a 2018, os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: artigos publicados em português; artigos na íntegra que retratassem a temática referente à revisão integrativa. Foram excluídos os artigos publicados que apresentassem pesquisas com dados referentes a outros países. Para o levantamento dos artigos na literatura, realizou-se uma busca nas seguintes bases de dados: Google Acadêmico e Scielo. Foram utilizados, para busca dos artigos, os seguintes descritores na língua portuguesa: “Displasia do desenvolvimento do quadril”, “Fisioterapia na luxação congênita de quadril”,” Tratamento fisioterapêutico em crianças com displasia do desenvolvimento do quadril” e “Assistência da fisioterapia em pacientes com displasia de quadril”. Foram encontrados um total de 2092 artigos a partir das palavras chaves utilizadas, após sua leitura e critérios de exclusão foram selecionados 19 artigos para leitura na íntegra, após sua leitura, 14 artigos foram selecionados para leitura completa e por final, apenas 4 artigos foram escolhidos, por abordarem dados qualitativos e quantitativos da atuação da fisioterapia em pacientes com displasia de quadril. Para verificar os critérios de inclusão no estudo foram lidos todos os títulos e seus resumos. Caso não fosse suficiente para a seleção os artigos eram lidos na íntegra. Após as buscas com as palavras chaves os artigos foram selecionados a partir dos critérios de inclusão e exclusão descritos. A seleção foi feita com base na leitura dos resumos e depois do texto completo. As informações extraídas dos artigos serviram para compor a tabela dos resultados que contém: autor, ano; intervenção fisioterápica. RESULTADOS E DISCUSSÃO Integraram a amostra desta revisão integrativa 4 artigos, todos publicados em português. A tabela 01 apresenta as informações extraídas dos artigos que serviram para compor as informações da mesma: título/autor/ano, objetivo, intervenção terapêutica/métodos, resultados e desfecho. TABELA 01 Análise descritiva dos estudos randomizados, publicados entre 2004 e 2018. Título/Autor/Ano Objetivo Intervenção Terapêutica/Métodos Resultado/Desfecho Atuação Fisioterapêutica em pós-operatório imediato de cirurgia de artroplastia bilateral em pacientes pediátricos Pereira, Mejia (2012) Tratamento fisioterapêutico precoce em recém-nascido com luxação congênita de quadril Guimarães, Ribeiro, Falcão (2004) Efeito da fisioterapia aquática no pós-operatório O objetivo deste trabalho é descrever e detalhar a atuação fisioterapêutica no pré e pós-operatório de artroplastia bilateral em pacientes pediátricos. O objetivo deste trabalho é enfatizar os efeitos benéficos da fisioterapia precoce em recém- nascidos com diagnóstico de luxação de quadril.O objetivo deste trabalho é verificar o A cinesioterapia de forma lúdica, hidroterapia, estimulação proprioceptiva e termoterapia obtiveram resultados positivos nos pacientes pediátricos pré e pós-cirúrgicos de artroplastia bilateral de quadril. Foi realizado um estudo de caso com um recém- nascido a termo, 1º gemelar, com presença de um 2º natimorto, com diagnóstico de mal formações congênitas múltiplas, em particular a luxação congênita do quadril e pé torto congênito, dentre outras complicações morfofuncionais. Participaram do estudo o prontuário de 6 crianças, A fisioterapia de forma precoce no pré- operatório, resultará em uma melhor recuperação funcional do paciente, prevenindo complicações do pós-operatório, contraposto a isso o tratamento tardio resultará geralmente em um pior prognóstico. Foi constatada a efetividade do atendimento precoce com a cinesioterapia motora passiva de MMII associada ao posicionamento terapêutico e estimulação proprioceptiva. Podemos concluir que a fisioterapia aquática teve de quadril em crianças com paralisia cerebral GMFCS V Castro, Barbosa, Braga (2018) A importância do ortostatismo em crianças com paralisia cerebral Junior, Colombo, Arisawa (2004) efeito da fisioterapia aquática na analgesia de quadris em crianças com paralisia cerebral GMFCS V e a influência para facilitar as atividades diárias. O objetivo foi evidenciar a importância do ortostatismo em pacientes com paralisia cerebral do tipo quadriplegia espástica na prevenção de subluxações e/ou luxações do quadril, através da análise de radiografias da articulação coxofemoral. de ambos os sexos, com diagnóstico de paralisia cerebral GMFCS V, estando no pós-operatório de quadril. Foi realizado fisioterapia aquática, em torno de 17,8 ± 4,3 sessões, com cada sessão durando 35 minutos. O presente estudo agrupou cerca de 33 radiografias com indivíduos de ambos os sexos, com faixa etária de 1 a 22 anos. Separados em grupos em relação a idade. Logo após foram subdivididos em dois subgrupos: subgrupo A – pacientes onde o ortostatismo foi utilizado como parte do tratamento fisioterapêutico a partir dos 3 anos de idade ou menos; subgrupo B – pacientes onde o ortostatismo não foi utilizado como parte do tratamento. efeitos importantes quanto a melhora da flexibilidade muscular, rigidez articular espasticidade, redução da dor, ficar em posição ortostática. Também foi possível a melhora das AVDs após a terapia. Segundo o estudo, foi visto que o ortostatismo utilizado como forma de tratamento fisioterapêutico auxilia a prevenção de subluxações e/ou luxações de quadril, frisando que quanto menor a idade cronológica do paciente, maiores as chances de melhores resultados na prevenção de distúrbios osteomioarticulares no quadril. Fonte: Elaborado pelas autoras (2020) Os resultados dos artigos científicos analisados nessa revisão evidenciam a importância da fisioterapia precoce em pacientes portadores de displasia do desenvolvimento de quadril, com vistas a melhora da mobilidade articular, buscando a prevenção de processos fibróticos e da perca da função de segmentos corporais inferiores. Dentre as abordagens terapêuticas mais utilizadas, se destacou a cinesioterapia, hidroterapia e estimulação proprioceptiva como sendo os tratamentos mais adequados para a DDQ, pois ocorreu redução da dor, melhora da espasticidade e flexibilidade muscular. Segundo os autores Junior, Colombo, Arisawa (2004) e Castro, Barbosa, Braga (2018), concordam que a terapia em ortostatismo tem efeitos positivos na melhora da funcionalidade corporal e prevenção de agravos morfofuncionais de membros inferiores. Dois estudos abordaram sobre a importância do lúdico no atendimento, pelo fato de atrair uma atenção maior dos pacientes pediátricos ao tratamento, repercutindo ao final, melhores resultados (Castro; Barbosa; Braga, 2018); (Pereira; Mejia, 2012). CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que a displasia do desenvolvimento de quadril tem repercussões negativas na vida do paciente, e se não tratada corretamente podem culminar em distúrbios osteomioarticulares em diversos graus de severidade. Visto isso, foi comprovado que quanto mais precoce for a intervenção fisioterapêutica, melhor será a recuperação funcional do paciente. Sugere-se ainda a formulação de novos estudos, para que se possa elucidar a importância da prevenção e promoção da saúde na abordagem fisioterapêutica na área pediátrica, visando também o aprimoramento dos métodos de intervenção terapêutica já utilizados atualmente. REFERÊNCIAS PEREIRA, Ingria Andrade. atuação fisioterapêutica em pós operatório imediato de cirurgia de artroplastia bilateral em pacientes pediátricos. 2012. 16 f. Monografia (Especialização em fisioterapia) - Faculdade Ávila, Goiânia, 2012. GUIMARÃES, André Gustavo Moura. Tratamento fisioterapêutico precoce em recém-nascido com luxação congênita de quadril. 2004. 5 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - UEPA, Universidade estadual do Pará, Pará, 2004. DE PASCHOAL CASTRO, C. R. A.; BARBOSA, J. L. R.; BRAGA, D. M. Efeitos da fisioterapia aquática no pós-operatório de quadril em crianças com paralisia cerebral GMFCS V. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, v. 18, n. 2, 18 jan. 2019 Junior GQ, Colombo ACS, Arisawa EAL. A importância do ortostatismo em crianças com paralisia cerebral. IV Encontro Latino Americano de Pós- -Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 2008, p.346-49.
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