ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIA ESTUDO DIRIGIDO Referência: Aulas da disciplina e obra: BACELLAR, Roberto Portugal. Administração judiciária – com justiça. Curitiba: InterSaberes, 2016. Prezado aluno, prezada aluna, olá! É uma honra ter você conosco para mais um agradável e proveitoso estudo dirigido! Como sempre, trazemos com uma outra abordagem, de forma resumida, os temas que consideramos mais importantes para sua revisão! Esperamos que goste da leitura e, que o conhecimento levante voos reflexivos diante do novo Sol do Saber que a sua mente se torna a cada dia de esforço e perseverança. Sumário 1. COMPOSIÇÃO E ATRIBUIÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO ............................. 2 2. GESTÃO DO PODER JUDICIÁRIO ........................................................................... 4 3. DEFICIÊNCIAS DO JUDICIÁRIO E PROPOSTAS PARA MELHORIA ........ 5 4. SERVIDORES DO JUDICIÁRIO ................................................................................. 7 5. RESPONSABILIDADE SOCIAL ................................................................................. 7 6. OBJETIVOS ESTRATÉGIAS ........................................................................................ 9 7. ACESSO À JUSTIÇA ....................................................................................................... 9 8. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ...................................................................10 9. TRIBUNAIS SUPERIORES ........................................................................................11 10. ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIA .............................................................................12 11. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS ...........................................................................................13 2 1. COMPOSIÇÃO E ATRIBUIÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO Antes de falarmos sobre o Poder Judiciário, temos de falar sobre os poderes da União. Conforme disposto no art. 2º da Constituição, eles são independentes e harmônicos entre si. Não há grau de hierarquia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Ao Poder Judiciário cabe interpretar as leis elaboradas pelo Legislativo e promulgadas pelo Executivo. Ele deve aplicá-las em diferentes situações e julgar aqueles cidadãos que, por diversos motivos, não as cumprem. Seus órgãos estão dispostos na Constituição Federal, que diz: Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I - o Supremo Tribunal Federal; I-A o Conselho Nacional de Justiça; II - o Superior Tribunal de Justiça; II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI - os Tribunais e Juízes Militares; VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. O artigo 92 da Constituição contempla os órgãos que pertencem ao Poder Judiciário, mas há estruturas que não integram o Poder Judiciário e podem, pelo nome, ser confundidas. Por exemplo, os Tribunais de Contas da União (TCU) e dos Estados (TCE) são órgãos auxiliares do Poder Legislativo; o Ministério Público, as Promotorias de Justiça, as Procuradorias de Justiça são independentes. Já o 3 controle das atividades do Ministério Público se dá pelas corregedorias internas e pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O Ministério da Justiça compõe a estrutura auxiliar do Poder Executivo da União. Os Tribunais de Ética profissionais são privados e integram os respectivos órgãos de classe, por exemplo, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Federal de Medicina, Conselhos Regionais de Medicina, dentre outros tribunais e conselhos de ética existentes em variadas profissões. Os Tribunais de Justiça Desportiva (TJD) e Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) são instituições privadas com funções administrativas destinadas a controlar fundamentalmente a disciplina nos desportos conforme Lei 9.615/98. Todos os órgãos citados neste parágrafo, portanto, não fazem parte do Judiciário. O Poder Judiciário possui como principal função defender os direitos de cada cidadão, promovendo a justiça e resolvendo os conflitos que possam surgir na sociedade. Assim, ele tem como atribuição a administração da Justiça na sociedade por meio do cumprimento de normas e leis. Pelo Judiciário também se garante o cumprimento dos direitos fundamentais dispostos na Constituição, como abertura de vagas em creches, internação de doentes com risco de morte, assegurar aos cidadãos o direito a remédios, entre outras medidas que podem determinar. Além dos magistrados (juízes, desembargadores), não se pode olvidar o trabalho dos auxiliares da justiça, que são aqueles que participam do processo no sentido de implementar a prestação jurisdicional, como os conciliadores, mediadores, facilitadores. Você sabia que não existe Juiz Municipal? O Poder Judiciário só é estabelecido nos âmbitos dos Estados e da União, portanto, existem apenas a Justiça Estadual e a Justiça Federal. O Poder Judiciário é constituído por juízes e tribunais e se exerce em todo o País nas comarcas, seções, subseções e demais unidades judiciárias. 4 Aproximadamente 70% de toda a demanda existente no País se concentra na Justiça Estadual. Isso ocorre porque a Justiça Estadual detém a competência residual: tudo que não for da competência da Justiça Especial nem da competência da Justiça Comum Federal é da competência da Justiça Comum Estadual. Dentre as questões que envolvem a Justiça Estadual estão: os direitos relativos a locação, condomínio, crianças e adolescentes, adoção, direito de família, dentre outros. 2. GESTÃO DO PODER JUDICIÁRIO O Poder Judiciário necessita de gestores capacitados, em todos os âmbitos, para proporcionar resultados satisfatórios, porém, tem sido administrado por magistrados em geral com pouco — ou nenhum — conhecimento nas áreas de administração. Pelo mecanismo de coordenação (por supervisão direta), alguns administradores de tribunais que são também magistrados confundem a função jurisdicional (que se impõe pela força) com aquelas de gestão, destinadas a viabilizá-la. Na condição de juiz, o administrador não pode carregar para a gestão administrativa os seus “superpoderes”, que só se justificam para fazer cumprir a lei com a intencionalidade de preservar a convivência pacífica entre as pessoas. Os administradores, presidentes de tribunais, não deveriam centralizar e concentrar todas as atividades de gestão e administração. Apenas para efeito de exemplificação há tribunais estaduais em que ficam sob a responsabilidade do Presidente até mesmo a concessão de férias dos servidores e a compra de materiais de expediente. Por outro lado, a terceirização de algumas atividades, com a contratação de serviços externos, já é uma realidade em alguns tribunais brasileiros. Note-se que a atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário nos Estados é fiscalizada pelos Tribunais de Contas dos Estados, os quais são órgãos auxiliares do Poder Legislativo Estadual. O Judiciário não pode começar processos por motu proprio (vontade própria). O processo começa por iniciativa da parte, e depois se desenvolve por 5 impulso oficial, conforme dispõe o art. 2º do Código de Processo Civil brasileiro (CPC). A iniciativa para a instauração de um processo judicial vem da parte, porém normalmente a petição inicial não é elaborada diretamente por ela, já que as partes devem, em regra, ser representadas por advogados. O princípio do devido processo legal, due process of law, nasceu em oposição