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SISTEMA DE RETENÇÃO PPR

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1 
SISTEMA DE RETENÇÃO 
 
As PPRs necessitam de elementos que previnam o deslocamento da prótese durante a 
função, sem que ocorram deslocamentos verticais. Para isso tornam-se imprescindíveis os 
elementos que se relacionam com os pilares e resistem aos deslocamentos que são 
denominados retentores diretos. 
Para a efetiva retenção da prótese é necessário observar rigorosos critérios de planejamento 
e confecção dos retentores para minimizar a transmissão de forças lesivas aos dentes pilares 
bem como aos tecidos moles de suporte. 
Existem dois dispositivos utilizados em PPR como retentores diretos: 
 
 
INTRACORONÁRIOS / EXTRACORONÁRIOS. 
 
 
 
Figura 1. Classificação dos retentores diretos (PHOENIX et al., 2007, modificado). 
 
 
RETENTORES DIRETOS EXTRACORONÁRIOS - GRAMPOS 
 
 
Os grampos são retentores bem mais simples e econômicos que os encaixes ou 
attachments. Desde que corretamente planejados e executados cumprem de maneira adequada 
a função para a qual foram propostos, ou seja, impedem o deslocamento da prótese no sentido 
de sua remoção da boca, ou seja, no sentido vertical. 
Estes elementos são posicionados externamente à coroa dos dentes pilares e atualmente são 
obtidos em ligas de cobalto-cromo, as quais apresentam características adequadas, permitindo 
a confecção de estruturas mais delicadas e de custo bastante reduzido em relação às ligas de 
ouro, utilizadas no passado. 
2 
- TIPOS 
 
 
Quanto à técnica de confecção podem ser classificados em: 
1) fundidos: quando são obtidos em ligas metálicas fundidas a partir de um padrão de cera ou 
de plástico (Fig. 2a); 
2) forjados: quando são preparados com fios ortodônticos (Fig. 2b); e, 
3) combinados: quando são combinadas as duas técnicas anteriores, uma para cada braço do 
grampo (Fig. 2 - conjunto inferior). 
Figura 2. Grampo a. fundido b. forjado. 
 
 
De acordo com o desenho podem ser classificados em: 
1) circular: aqueles que tem acesso à área de retenção desde uma posição acima do 
equador protético – (Fig. 3); 
 
Figura 3. Grampo circular. 
 
 
2) barra: aqueles que tem acesso à área de retenção desde uma posição abaixo do equador 
protético (Fig. 4). 
 
 
 
Figura 4. Grampo em barra. 
2a 
 
2b 
 
3 
Equador protético (EP): linha de maior contorno da coroa dental quando considerada 
proteticamente, ou seja, na posição em que ela se relaciona com os demais dentes da arcada. 
Difere do equador anatômico, que é a linha de maior contorno do dente considerado 
individualmente. 
 
- ELEMENTOS CONSTITUINTES DOS GRAMPOS 
 
 
Para funcionar efetivamente, um braço de retenção deve ser acompanhado de outros 
elementos estruturais, que quando combinados formam o sistema de grampos. 
Um sistema de grampos planejados adequadamente possui os seguintes componentes: 
 
 
- BRAÇO DE RETENÇÃO 
 
 
Tem a função de resistir ao deslocamento vertical da prótese, mantendo-a em posição. 
Assim, deve atingir áreas de retenção, localizadas abaixo do equador protético. 
Nos grampos circulares o braço retentivo é desenhado de maneira que o terço inicial é 
rígido, o terço médio é semiflexível, e o terço final é flexível (Fig. 5a). 
Nos grampos tipo barra a flexibilidade é conferida pelo braço de acesso do grampo e não 
pela parte do grampo que faz contato com o dente (Fig. 5b). 
 
 
a. 
 
 
 
 
 
 
b 
Figura 5. Braço de retenção: a. Grampo tipo circular (r - rígido, s - semirígido, f - flexível). b. Grampo tipo barra. 
4 
- BRAÇO DE RECIPROCIDADE 
 
 
Tem a função de se opor às forças laterais geradas, no momento da inserção e remoção da 
PPR, pelo braço de retenção. 
Assim, é colocado na face oposta àquela do braço de retenção e é desenhado de maneira a 
ser rígido em toda a sua extensão. Por isso, deve ser posicionado sempre sem invadir as áreas 
retentivas do dente pilar, estando no máximo ao nível do equador protético, Fig. 6. 
Este elemento contribui, quando bem planejado, de forma efetiva para a estabilidade 
horizontal da PPR. 
 
 
 
 
Figura 6. Braço de reciprocidade ou oposição (r-rígido). 
 
 
- APOIO 
 
 
Tem a função de impedir o deslocamento vertical da prótese em direção ocluso-gengival e 
de transmitir parte ou toda a força mastigatória que incide sobre os dentes artificiais da PPR 
para os dentes pilares. 
Contribuem para a estabilização vertical (suporte) da PPR protegendo as papilas gengivais 
dos dentes pilares do esmagamento, pela sela da prótese, e da impacção alimentar. 
Podem ser oclusais (Fig. 7), no cíngulo (Fig. 8) e incisais (Fig. 9), sendo que estes últimos 
são pouco indicados pelo inconveniente estético, uma vez que ficam bem aparentes na 
vestibular dos dentes anteriores, e porque aumentam o braço de potência da alavanca por 
estarem mais distantes do centro de rotação do dente, gerando, por isso, maior carga sobre o 
dente pilar, o que constitui grande desvantagem mecânica. 
a 
 
b 
 
 
 
 
Figura 7. a. Apoio oclusal. b. Nicho oclusal. 
5 
 
 
 
a b 
Figura 8. a. Apoio no cíngulo. b. Nicho no cíngulo. 
 
a 
 
 
 
b 
Figura 9. a. Apoio incisal. b. Nicho incisal. 
 
 
- DESENHOS BÁSICOS DE GRAMPOS 
 
 
- GRAMPO CIRCULAR SIMPLES OU CIRCUNFERENCIAL OU DE ACKERS 
 
 
É o grampo mais utilizado em PPR. Normalmente se origina da superfície proximal do 
dente pilar adjacente a área anodôntica. O término do braço de retenção relaciona-se com uma 
retenção distante do espaço desdentado. Geralmente o braço de retenção é desenhado sobre a 
superfície vestibular do dente pilar (Fig. 10), podendo também ser desenhado sobre a face 
lingual, desde que todas as características do grampo sejam obedecidas. Esta alternativa, 
porém, pode comprometer a estética pela presença, na face vestibular, do grampo de 
reciprocidade, mais volumoso e próximo do terço oclusal. 
Como desvantagens tem o fato de aumentar o contorno da coroa dental e, 
conseqüentemente, desviar os alimentos do dente, evitando o estímulo fisiológico da gengiva 
marginal. Além disso, esteticamente é desfavorável para dentes mais anteriores devido à 
porção inicial, rígida, portanto mais espessa e posicionada acima do equador protético. 
 a b 
Figura 10. Grampo circular simples ou circunferencial a. braço de retenção na vestibular do dente 
pilar. b. braço de reciprocidade na lingual do dente pilar. 
6 
- GRAMPO CIRCULAR DE ACESSO INVERTIDO 
 
 
É um tipo de grampo utilizado, sobretudo em dentes inferiores quando o quadrante 
retentivo está localizado adjacente à área desdentada (Fig. 11) e, pela pouca altura ocluso- 
gengival do dente, não há espaço suficiente para a colocação de um grampo em forquilha ou 
curva invertida, a ser visto posteriormente. 
Está contraindicado em pré-molares porque a porção mais espessa do grampo estaria 
extremamente visível, comprometendo a estética do paciente (Fig. 12). 
Este grampo tem as mesmas características e desenho do grampo circular simples ou 
circunferencial, diferindo, apenas, pelo posicionamento da extremidade retentiva em relação à 
área anodôntica. Em função disto os dois grampos podem, indistintamente, ser chamados de 
grampo circular simples ou circunferencial. 
 
 
 
 
 
Figura 11. Grampo circular de acesso invertido. 
 
 
 
Figura 12. Grampo circular de acesso invertido. Observe que o 
braço de retenção cruza a crista marginal mesiovestibular do 
dente pilar (E) e cruza a superfície vestibular de mesial para 
distal, buscando a retenção próxima da área anodôntica. Como 
resultado, o grampo circular de acesso interfere com a estética, 
não sendo opção de escolha para caninos e pré-molares. 
 
- GRAMPO ANELAR 
 
 
É utilizado principalmente nos casos de molares inferiores mesializados que apresentam 
área retentiva mésio-lingual. São utilizados também em molares superiores com inclinação 
mésio-vestibular, mas menos freqüentemente. 
7 
Possui apoios mesial e distal, que conferem maior estabilidade ao grampo e ao dente. A 
porçãovestibular do grampo atua como braço de reciprocidade (Fig. 13). Devido ao 
comprimento do braço do grampo, um braço adicional, o braço auxiliar é localizado na face 
vestibular do dente pilar. (Fig. 14). No entanto, isto torna o grampo muito volumoso e cobre 
uma grande quantidade de estrutura dentária, dificultando a higiene oral. O grampo anelar 
altera o contorno funcional do dente pilar e pode interferir na eliminação de alimentos da 
mesa oclusal. 
 
 
 
 
 
 
Figura 13. Grampo anelar. 
 
 
Figura 14. Grampo anelar com alça auxiliar 
 
 
- GRAMPO EM FORQUILHA OU DE CURVA INVERTIDA 
 
 
Sua principal indicação está nos casos de molares inferiores inclinados mesialmente e que 
apresentam retenção mésio-vestibular (Fig. 15). Geralmente não é usado nos pré-molares 
devido ao comprometimento da estética (Fig. 16). 
Há que se ressaltar a necessidade de que a altura gêngivo-oclusal da coroa seja suficiente 
para abrigar o contorno duplo do grampo. 
Outro fator a ser considerado é a grande possibilidade de que ocorram interferências 
oclusais causadas pelo contorno superior do grampo que, sendo rígido, deve estar acima do 
equador protético, podendo interferir com a vertente palatina das cúspides vestibulares 
superiores. A mesma consideração é válida para a porção vestibular do grampo anelar, 
descrito anteriormente. 
8 
 
 
 
 
 
Figura 15. Grampo em forquilha ou curva invertida. 
 
 
 
 
Figura 16. Grampo em forquilha ou curva invertida. 
 
 
- GRAMPO GEMINADO OU CIRCULAR DUPLO 
 
 
O desenho mais comum deste tipo de grampo é aquele em que se unem dois grampos 
circulares simples pelos apoios oclusais e por seus corpos, (Fig. 17); pode, porém, haver 
variação de desenho para os braços de retenção. É mais freqüentemente utilizado no lado da 
arcada em que não existe espaço anodôntico. É indicado com freqüência em casos de Classe 
III e IV de Kennedy, quando não se utilizam retentores nos dentes anteriores, devido a 
problemas estéticos. 
Dado ao fato de que os dois grampos vão partir de uma região única, interdental, é 
necessário que além dos nichos oclusais, haja o preparo de canaletas oclusais, tanto por 
vestibular quanto por lingual para que forneçam espaço necessário para que os apoios oclusais 
possam ser corretamente posicionados, com espessura suficiente, sem comprometer a 
resistência do grampo e nem criar interferências oclusais. 
 
 
 
 
Figura 17. Grampo geminado Figura 18. Nicho para grampo geminado 
9 
- GRAMPO HALF-HALF OU MEIO A MEIO 
É indicado para molares e pré-molares isolados entre dois espaços protéticos intercalares. É 
constituído por dois conectores, que mantém contato com as proximais do dente pilar, dois 
apoios oclusais (mesial e distal) e dois braços circulares, um de retenção e outro de 
reciprocidade, que caminham em sentido opostos (um no sentido mesio-distal e o outro disto- 
mesial), Fig. 19. 
 
 
 
a b 
Figura 19. Grampo “half-half” ou meio a meio em pré molar inferior. a. Vista vestibular. b. Vista oclusal. 
 
 
- GRAMPO TIPO BARRA OU DE ROACH 
 
 
Os mais utilizados são aqueles em forma de T (Fig. 20), 1/2 T ou 7 (Fig. 21), 7 invertido 
(Fig. 22) e I (Fig. 23). Caracterizam-se por atingirem a área de retenção desde a posição 
gengival. São mais utilizados, à exceção do grampo em forma de I, em casos de extremidades 
livres. 
Esteticamente está indicado para a arcada inferior onde, normalmente, o braço de acesso 
fica fora da linha do sorriso do paciente. No intuito de melhorar ainda mais a estética pode-se 
distalizar o braço de acesso do grampo aproveitando a própria convexidade mésio-distal da 
face vestibular para ocultá-lo. Este posicionamento permite, ainda, evitar áreas de 
interferência óssea, em função da reabsorção do osso alveolar da área desdentada. 
Freqüentemente estão contra-indicados em pré-molares superiores, devido ao 
comprometimento estético gerado pelo braço de acesso, geralmente visível na arcada 
superior. 
 
GRAMPO EM BARRA TIPO “T” 
 
 
A denominação está relacionada à forma como o braço de do grampo de retenção, 
posicionado na vestibular do dente pilar se une ao braço de acesso do grampo. Esta indicado 
nos casos de Classe I e II de Kennedy quando a retenção é adjacente ao espaço anodôntico. O 
10 
braço de acesso origina-se a partir de um conector (da rede de retenção para a resina acrílica 
localizada na região anodôntica). O grampo de reciprocidade ou oposição origina-se do apoio 
e está localizado na face lingual do dente pilar acima do equador protético (Fig. 20). 
 a b 
Figura 20. Grampo em barra tipo “T”. a. Observe que o braço de acesso do 
grampo de retenção sai da rede de retenção se projeta horizontalmente aos tecidos 
moles, gira verticalmente para cruzar a margem gengival em 90º e toca o pilar no 
equador protético. O componente retentivo do grampo passa abaixo do equador 
protético e se encaixa na retenção determinada. b. Vista oclusal em que se observa 
o sistema de grampo: retenção por vestibular e reciprocidade por lingual, que é 
igual para todos os grampos tipo barra. 
 
GRAMPO EM BARRA TIPO “1/2 T OU 7” E 7 INVERTIDO 
 
 
A mecânica do grampo em barra tipo “T” modificados é bastante similar à do grampo em 
“T” convencional. Sendo assim, são também indicados para Classe I e II de Kennedy. 
Para o grampo “1/2 T”, o braço de acesso assume uma posição distal em relação ao 
componente retentivo do grampo, Fig. 21. 
Figura 21. Grampo em barra tipo ½ T ou “7”. 
 
 
Para o grampo “7 invertido”, o braço de acesso assume uma posição mesial em relação ao 
componente retentivo do grampo, Fig. 22. 
 
 
 
 
Figura 22. Grampo em barra tipo “7 invertido”. 
11 
GRAMPO EM BARRA TIPO “I” 
 
 
Assim como os grampos em “T” e “T” modificados, o grampo “I” tem seu nome derivado 
de sua forma (Fig. 23). O grampo tipo I está contra-indicado nos casos de extremidade livre 
porque, devido à falta de circunscrição, não confere estabilidade horizontal (no sentido mésio- 
distal) à prótese. 
 
 
 
 
Figura 23. Grampo em barra tipo “I”. 
 
 
Os grampos tipo barra devem ser evitados quando tiver que passar por área de tecidos 
moles muito retentivas muito apical ao dente pilar devido à possibilidade de acúmulo de 
resíduos alimentares sob seu braço de acesso, além de causar grande desconforto ao paciente 
(Fig. 24). 
Podem ser utilizados também em molares. 
 
 
 
Figura 24. Área de interferência mucosa interfere com o posicionamento do 
braço de acesso do grampo de retenção criando zona de acúmulo de alimento e 
de desconforto ao paciente. 
 
- SISTEMA DE GRAMPO EM BARRA TIPO “RPI” 
 
 
Este sistema de grampo é constituído por um apoio mesial no dente pilar (Rest), uma placa 
proximal estabilizadora (Plate) posicionada na distal do dente pilar num plano guia longo, 
que se estende até a junção dente/mucosa e um grampo em barra tipo “I” (I), (Fig. 25). 
Para que o sistema funcione adequadamente é imperativo que todos os componentes do 
grampo sejam adequadamente planejados e elaborados. Sendo assim, os apoios para os dentes 
anteriores devem estar alojados em nichos corretamente preparados no cíngulo para que a 
12 
direção das forças próximas ao centro de rotação do dente pilar para proporcionar a máxima 
estabilização. 
Para os dentes posteriores, os apoios devem direcionar as forças no sentido do longo eixo 
dos dentes pilares. Deste modo, os nichos devem ter uma superfície arredondada para permitir 
uma articulação universal entre o apoio e o dente. 
As placas proximais devem cobrir os planos guia da crista marginal à junção do 
dente/mucosa estendendo-se sobre a gengiva inserida por 2mm. 
O grampo em barra tipo “I” é longo, afilado. A ponta do grampo localiza-se numa área de 
retenção ligeiramente mesial, o que permite que a ponta do grampo mova-se passivamente, 
em direção apical quando uma carga oclusal é aplicada à base da prótese. 
As vantagens deste grampo:minimizar o acúmulo de alimento em torno do dente; a ponta 
do dente se move apicalmente sob uma carga oclusal aplicada na base da prótese de 
extremidade livre; e, devido ao fato do grampo de retenção não tocar o dente pilar, as forças 
laterais são minimizadas. 
Por outro lado, algumas desvantagens estão presentes, tais como proporcionar menor 
estabilidade horizontal que os outros sistemas de grampos; e menor retenção. 
 
Figura 25. Grampo RPI. 
 
 
- SISTEMA DE GRAMPO EM BARRA TIPO “RPA” 
 
 
Este grampo é uma modificação do RPI em seu grampo de retenção, pela substituição do 
grampo em barra tipo “I” por circular simples ou de Ackers (A), Figs. 26 e 27. 
Indicado quando a área retentiva estiver no terço gengival e distante do espaço da 
extremidade livre ou quando estiver presente alguma interferência em tecido mole na região 
apical do dente pilar que impeça o posicionamento correto do braço de acesso do grampo em 
barra tipo “I”. 
13 
 
 
Figura 26. Grampo RPA. Vista oclusal. 
 
 
 
Figura 27. Grampo RPA. Vista vestibular. 
 
-GRAMPOS ESPECIAIS E/OU MODIFICADOS 
GRAMPO MDL 
É indicado para dentes pilares anteriores, também conhecido como em “Y”. Parte de um 
apoio incisal mesial, contorna a palatina do dente, bem próximo da cervical e termina num 
apoio incisal distal. Pode estar associado a um apoio no cíngulo, contornando da mesma 
forma a palatina do dente pilar sem contudo comprometer a estética. Fig. 28. 
 
 
 
Figura 28. Grampo MDL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TODESCAN, 1996 
TODESCAN, 1996 
14 
- CARACTERÍSTICAS DO GRAMPO DESENHADO ADEQUADAMENTE 
 
 
- RETENÇÃO 
 
 
É a propriedade que os grampos devem ter de manter a prótese em posição impedindo que 
ela saia verticalmente do sistema de suporte durante a função mastigatória, ou seja resistir as 
forças que atuam para deslocar os componentes em direção oposta aos tecidos de suporte. 
Nenhum componente do grampo funciona isoladamente. Todos são responsáveis pela 
retenção da PPR. Sendo assim, deve-se entender que a retenção é dependente de um conjunto 
de fatores, tais como: 
a. Flexibilidade do grampo de retenção; 
b. tipo de grampo; 
c. convergência axial da superfície do dente abaixo do equador protético 
Como regra geral, a quantidade de retenção deve ser sempre mínima necessária para 
resistir razoavelmente às forças de deslocamento de intensidade moderada. 
Um grampo de retenção rígido, ao se flexionar para ultrapassar o equador protético, gera 
forças lesivas a um dente pilar durante a inserção e remoção da PPR bem como durante a 
função, o que leva a falência do sistema de suporte. Conseqüentemente, as características de 
cada sistema de grampo devem ser adequadamente desenhadas durante a fase do 
planejamento da PPR. 
 
a. Flexibilidade do grampo de retenção 
 
 
A flexibilidade é condição indispensável do grampo (na extremidade para os grampos 
circulares e no braço de acesso para os grampos tipo barra) para promover a retenção da 
PPR, permitindo que o grampo atinja as áreas retentivas dos dentes. 
É influenciada pelos seguintes fatores: 
1) comprimento: quanto maior o comprimento do grampo maior a flexibilidade; 
 
Figura 30. Comprimento do grampo de retenção. 
2) diâmetro: quanto maior o diâmetro do grampo menor a flexibilidade; 
15 
 
Figura 31. Diâmetro do grampo de retenção. 
 
 
3) afilamento: o grampo deve ter afilamento uniforme (tanto o grampo circular como o braço 
de acesso do grampo tipo barra); 
Figura 32. Afilamento do grampo de retenção Circular e do braço de acesso do grampo em barra. 
 
 
4) forma da secção transversal: os grampos fundidos, de secção transversal em meia cana, têm 
flexibilidade num só plano, enquanto os forjados, de secção transversal circular, tem 
flexibilidade em qualquer plano; 
 
Figura 33. Secção transversal do grampo de retenção. 
16 
5) material: as propriedades metalúrgicas das ligas metálicas odontológicas influenciam a 
flexibilidade do grampo, de tal modo que ligas com alto módulo de elasticidade possuem 
maior rigidez, como por ex. as de cobalto-cromo que têm maior módulo de elasticidade que as 
ligas áuricas, razão pela qual os grampos produzidos com este material são menos flexíveis. 
 
b. tipo de grampo: 
Grampo circular tem ação de abraçamento e o tipo barra tem ação de ponta. 
 
c. convergência axial da superfície do dente abaixo do equador protético 
 
 
É o ângulo formado entre a haste analisadora do delineador e a superfície dentária, em 
direção apical ao equador protético. À medida que o ângulo de convergência se torna maior 
(Fig. 34 - seta) a força necessária para remover o grampo de retenção do dente pilar aumenta. 
 
 
 
Figura 34. Ângulo de convergência. 
 
 
- RECIPROCIDADE 
 
 
É a capacidade do grampo de se opor às forças laterais geradas pelo braço de retenção 
quando de sua passagem pelo equador protético do dente pilar no momento da instalação e da 
remoção da PPR. 
Para que haja retenção, o grampo de retenção deve flexionar-se ao cruzar o equador 
protético, gerando uma força lateral nociva ao dente pilar. Para anular esta força é imperativo 
o posicionamento de um componente do sistema do grampo, que seja rígido para resistir à 
movimentação lateral do dente pilar. Este elemento é denominado reciprocidade. 
17 
Para que seja efetiva deve haver, no mínimo, contato simultâneo dos braços de retenção 
e reciprocidade com o dente pilar durante a inserção da prótese no sistema de suporte (Fig. 
34). 
 
Figura 34. Reciprocidade efetiva. 
 
 
- ESTABILIZAÇÃO 
 
 
É a propriedade do sistema de grampo de resistir ao deslocamento da prótese em direção 
horizontal. Todos os componentes da estrutura que são rígidos e tocam tecidos duros e moles 
e orientados verticalmente contribuem, à exceção das porções flexíveis do grampo de 
retenção, Fig. 35. Atuam como elementos de estabilização: braço de reciprocidade, ombros do 
grampo circunferencial e de conectores menores. 
 
 
 
 
Figura 35. Grampo circular simples. a e b mostram as partes rígidas que contribuem para a estabilização. 
 
- SUPORTE 
 
 
É a propriedade de resistir ao deslocamento da prótese verticalmente no sentido ocluso- 
gengival (apical). É conferido pelos apoios. 
Para que o suporte seja efetivo, um apoio deve estar alojado em uma superfície 
adequadamente preparada, denominada nicho. 
18 
 
 
 
 
 
a b 
Figura 36. Grampo geminado com os apoios oclusais. b Nichos para apoios geminados. 
 
 
- CIRCUNSCRIÇÃO 
 
 
O grampo em seu conjunto (apoio e braços) deve circundar pelo menos 180
o
 da coroa 
dental, de modo que não possa ser deslocado do dente quando da incidência de forças. Este 
abraçamento impede o movimento do dente pilar para fora do sistema de grampo. O 
abraçamento inadequado pode permitir o movimento ou o escape do dente pilar do sistema de 
grampos durante o movimento funcional da prótese, gerando força lateral lesiva ao dente. 
 
Figura 37. Circunscrição do grampo em barra e do circular simples. 
 
 
- PASSIVIDADE 
 
 
É a capacidade do sistema de grampo que previne a transmissão de forças lesivas ao dente 
pilar quando a prótese esta assentada por completo no sistema de suporte (dental e mucoso), 
momento em que o sistema de grampo deve ser passivo. Ou seja, é a propriedade que garante 
a inatividade dos elementos do grampo, especialmente do braço de retenção, quando a 
prótese está instalada e assentada completamente; resulta, pois, que o grampo não exerce 
função de mola, ficando passivo sobre o dente e só produz carga quando se opõe à saída da 
prótese do sistema de suporte. 
19 
- FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA DOS GRAMPOS 
 
 
Vários fatores devem ser levados em consideração para a seleção do grampo a ser utilizado 
para determinado dente pilar. São eles: 
1) o dente sobre o qual ele vai ser instalado (tamanho da coroa, relacionamento oclusal, p. 
ex.); 
2) a face do dente, vestibularou lingual; 
4) a estética; 
5) o traçado do equador protético, que ao determinar o quadrante de melhor retenção, 
constitui o fator mais significante a ser considerado no desenho do grampo. 
Basicamente a face do dente sobre a qual vão ser colocados os grampos pode ser dividida 
em quatro quadrantes: dois oclusais e dois gengivais, mesiais e distais (Fig. 38). 
Para a colocação dos grampos os quadrantes oclusais são descartados porque geralmente 
não oferecem retenção e, mesmo que a apresentassem, comprometeriam enormemente a 
estética. 
 
 
 
Figura 38. Face do dente dividida pelo equador protético (Branco –expulsiva, Cinza – 
retentiva) Extremidades de Grampos de retenção posicionados em áreas retentivas. 
 
- ENCAIXES 
 
 
São retentores constituídos por um sistema macho-fêmea, tipo colchete, que necessita da 
associação PPR-PPF. 
Assim, parte do encaixe é colocada na PPR e outra na PPF, sendo que a retenção é obtida 
pela fricção ou pelo encaixe entre macho e fêmea (Fig. 38). 
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Este tipo de retentor dispensa o uso de grampos, o que confere maior estética às próteses 
que o utilizam, especialmente quando há dentes anteriores envolvidos. 
São denominados encaixes de precisão ou attachments quando pré-fabricados, condição 
em que existe a perfeita justaposição entre macho e fêmea (Figs. 39 a 52); ou encaixes 
fresados ou de semi-precisão quando produzidos artesanalmente nos laboratórios de prótese. 
A forma, o tamanho e a mecânica funcional dos encaixes pré-fabricados dependem do 
fornecedor (há vários tipos) e da aplicação para a qual foram idealizados. 
Podem ser rígidos, quando não permitem a liberdade de movimentos da PPR, estando 
indicados para as PPR dento-suportadas; ou semi-rígidos, quando permitem uma liberdade 
controlada de movimentos para a PPR, estando indicados para PPR dento-muco ou muco- 
dento-suportadas ( quando o suporte da PPR é predominantemente mucoso ). 
Uma desvantagem do uso dos encaixes reside no fato da necessidade do emprego de 
técnicas clínico-laboratoriais mais sofisticadas e de custo elevado, o que, por certo, limita em 
grande parte a sua indicação. Em razão dessas técnicas mais apuradas sua utilização não 
constitui um procedimento de execução cotidiana do clínico-geral, sendo necessários 
treinamento e conhecimentos específicos. 
Assim, não serão abordados em detalhes nesta etapa do ensino. 
 
 
 
Figura 39. Encaixe intracoronário de precisão Figura 40. porção fêmea posicionada na PPF 
 
 
 
 
Figura 41. Porção macho do encaixe na PPR Figura 42. Encaixe em ação.

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