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Retentores (parte 1 e 2) Aula 5 - Prótese parcial removível Retentores - parte 1 O que são os retentores? São os elementos mecânicos responsáveis pelas condições de retenção, suporte e estabilização da prótese em relação aos dentes pilares. Elas retêm e suportam a prótese impedindo que se desloque no sentido ocluso-gengival e gengivo-oclusal. Classificação Quanto a localização: ➔ Intracoronário: Encaixe — funcionam através do encaixe macho-fêmea. ➔ Extracoronário: Grampo Retentores extracoronários Quanto a localização: ➔ Direto: Vizinho ao espaço protético ➔ Indireto: Longe do espaço protético Em alguns casos precisamos envolver outros dentes no nosso planejamento, porque nem sempre o pilar direto será capaz de reter e suportar as forças da prótese. Quanto ao tipo: ➔ Circunferencial ou de abraçamento: esse tipo de prótese é retida no dente através de abraçamento, impedindo deslocamento ➔ À barra ou ação de ponta: esse tipo de prótese é retida no dente através de ação de torque, pois quando o paciente mastigar a ponta ativa irá ser empurrada contra o equador protético impedindo que a prótese desloque. Circunferencial ou ação de abraçamento ● São denominados assim devido a sua forma de ação mecânica, pois ele abraça o dente e age com arrastamento da ponta retentiva do grampo de retenção no equador protético, que impede a prótese sair do seu assentamento; ● Característica: Contato íntimo e contínuo com a coroa do dente, e com isso ele diminui muito a impactação alimentar. ● Portanto, o traçado do retentor circunferencial parte do apoio, e vai de oclusal para cervical. Quem oferece a retenção? Braço de retenção: origina-se do corpo por proximal, e percorre a superfície axial em direção à proximal oposta. Seu traçado vai da face oclusal em direção à cervical, com a maior parte da sua extensão no terço médio da coroa do dente. 1. Grampo de retenção: É responsável direto pela retenção. Evita o movimento cérvico-oclusal, devido à localização da sua ponta ativa abaixo do equador protético. 2. Grampo de oposição: Estabiliza o dente frente as forças horizontais. É largo e rígido e localiza-se no terço médio. 3. Apoio: Responsável pelo suporte e transmissão da força mastigatória. Evita o movimento ocluso-cervical. 4. Corpo: Une os outros componentes entre si. À barra ou ação de ponta ● Muito utilizado para extremidades livres (classe 1 e 2 de Kennedy), por isso é bem elástico, para garantirmos a resiliência do ligamento periodontal; ● Característica: Apenas a ponta do grampo mantém contato com a coroa do dente; ● O grampo de retenção origina-se da sela dirige-se à zona retentiva da coroa tangenciando os tecidos moles, sem tocá-los. O grampo de oposição origina-se do corpo. ● Ação de tropeçamento: ele vai empurrar o equador protético para cima todas às vezes que o paciente morder algo na região edêntula; ● Portanto, o traçado do grampo de retenção é de gengival para oclusal, saindo da sela e cruzando a margem em ângulo de 90 graus, mantendo dela uma certa distância (mínimo de 2 milímetros). Resumindo Circunferenciais Ação de ponta Ação de abraçamento Ação de torque Mais rígidos Mais flexíveis Maior cobertura da coroa clínica Mais estéticos Menor chance de impactação alimentar Maior impactação alimentar — Maior ação retentiva Localização do grampo ● Do ponto de vista biomecânico, a situação mais favorável é aquela onde existe a menor distância entre o ponto de aplicação de forças e o centro de rotação da raiz. Assim, gerando menor impacto para o nosso dente. ● Quanto mais próximos os componentes dos grampos responsáveis pela retenção e estabilização estiverem do eixo de rotação do dente, mais próximos estarão da localização ideal. ● A localização ideal do equador protético: limite entre o terço médio e o terço cervical. Circunferencial ➔ Braço de oposição: No terço médio ➔ Braço de retenção: No terço médio. Somente a ponta ativa se localizará no terço cervical. Ação de ponta ➔ Braço de oposição: No terço médio ➔ Braço de retenção: A ponta ativa do grampo se localizará no terço cervical. Princípios funcionais ou básicos dos retentores 1. Suporte 2. Estabilidade 3. Reciprocidade 4. Passividade 5. Abraçamento adequado 6. Retenção 1. Suporte ● Resistência às forças no sentido ocluso ou inciso-cervical. ● Elementos responsáveis: apoio (pois transmite as forças no sentido ocluso-cervical para o ligamento periodontal), superfície basal da sela (pois transmite as forças ocluso-cervical para a fibromucosa) e conectores maiores para a maxila (pois transmite as forças ocluso-cervical para o palato duro). OBS.: O único elemento do retentor extracoronário que tem função de transmitir forças é o apoio. Os outros elementos citados também tem essa função, mas não são retentores. 2. Estabilidade ● É o princípio pelo qual a prótese se mantém estável quando submetida a forças que atuam sobre ela durante o repouso e a atos funcionais; ● Elementos responsáveis: união de todas as partes da prótese, em trabalho simultâneo ● Prótese não se movimenta, portanto, ela não é móvel, é removível. 3. Reciprocidade ● É a resistência às forças horizontais (ato da inserção e retirada da prótese) ● Elemento responsável: Braço de oposição ● Quando o grampo de retenção entra em contato com a superfície dentária ele exerce sua propriedade de elasticidade, passando pela passividade (A), atividade (B) e passividade (C) novamente ao assentar. Simultaneamente, o grampo de oposição toca a superfície dentária (o grampo de oposição não sofre atividade pela propriedade elástica, pois foi anteriormente realizado um plano guia na sua face, criando um paralelismo), para assim impedir/anular as forças horizontais feitas pelo grampo de retenção que empurram o dente para lingual/palatina (se não houver toque do grampo de oposição simultaneamente ao grampo de retenção o dente seria deslocado para lingual, por isso é importante a confecção do plano guia para o grampo de oposição e toque simultâneo de ambos) Distância de ação do grampo de retenção ● Distância de ação global = distância de ação expulsiva (primeiro toque do grampo de retenção até o equador protético) + distância de ação retentiva (do equador protético até seu assentamento final); ● Distância de ação do grampo de retenção deve ser igual ou ligeiramente menor que a largura gengivo-oclusal do plano guia de inserção — D (distância de ação do grampo de oposição). Ou seja, a distância de ação expulsiva somada a distância de ação retentiva (= distância de ação global do grampo de retenção) deve ser menor ou igual à largura do grampo de oposição. ● A + B ≤ D 4. Passividade Princípio pelo qual um grampo não deve imprimir qualquer tipo de força, quando a prótese estiver perfeitamente assentada em seu sítio próprio. Ou seja, não deve ocorrer qualquer tensão no grampo de retenção, ele deve permanecer passivo. 5. Abraçamento adequado Princípio pelo qual os componentes dos retentores devem envolver mais de 180 graus da circunferência total da coroa do dente pilar estabelecendo o equilíbrio do dente pilar frente as forças retentivas. 6. Retenção Princípio pelo qual o braço de retenção resiste às forças que tendem a remover a prótese do seu local de assentamento. ● Onde devemos colocar a ponta do braço de retenção? Na área retentiva localizada abaixo do equador protético. ● A escolha do grampo de acordo com onde a ponta calibradora achou retenção, sendo esse ponto sempre abaixo do equador protético. ● A quantidade de retenção programada para a PPRG é determinada pelo somatório da quantidade de retenção dosada para cada retentor existente. ● A quantidade de retenção de um retentor em relação ao dente pilar é diretamente proporcional à quantidade de retenção oferecida pelo dente pilar e inversamente proporcional à elasticidade do grampo. Fatores determinantes da retenção: Dente pilar a) Ângulo de retenção ou ângulo morto ➔ É o ângulo formado entre a distância de inserção da prótese e a superfície dentária da zona retentiva da coroa.➔ Quanto maior o ângulo maior a retenção. ➔ O valor de ângulo pode variar em função da convexidade da coroa, quanto mais convexo o dente (face bojuda/gordinha) maior será o ângulo de retenção, logo, maior e mais próxima do equador protético será essa retenção. Quando o dente não tem convexidade (face plana/reta) podemos acrescentar resina composta ou dimple para aumentar essa convexidade e assim aumentar o ângulo de retenção, e consequentemente aumentar a retenção do grampo; ➔ O valor de ângulo de retenção pode variar em função da direção de inserção; b) Distância de ação de braço de retenção. ➔ É a distância entre a ponta ativa do braço de retenção e o equador protético dentro do ângulo de convergência cervical, ou seja, é a distância da ponta ativa no assentamento final (são as bolinhas coloridas representadas na imagem abaixo — pode ser qualquer uma das bolinhas, sua escolha depende do local onde haverá retenção para aquele grampo especifico) até o equador protético. ➔ Para uma mesma direção de inserção, quanto maior a distância maior a retenção (são as linhas coloridas representadas na imagem abaixo — sua escolha depende do local onde haverá retenção para aquele grampo específico). Essa distância será dependente da largura do plano-guia. Braço de retenção a) Flexibilidade do braço de retenção 1. Comprimento do grampo: Quanto maior o comprimento mais flexível. 2. Diâmetro da secção transversal: Quanto menor o diâmetro médio mais flexível 3. Forma de secção transversal: Circular é mais flexível do que o semicircular, porém o mais utilizado é o semicircular porque o circular pode sair com facilidade por ter alta flexibilidade gerando uma baixa retenção. 4. Tipo de liga usada ● Ouro ● Níquel-cromo ● Cromo-cobalto O módulo de elasticidade de níquel-cromo e cromo-cobalto é aproximadamente o dobro do que o apresentado pelas ligas de ouro. As ligas de níquel-cromo e cromo-cobalto permitem que os grampos sejam confeccionados mais delgados, e portanto, mais estéticos e confortáveis. Retentores - parte 2 Tipos de grampos circunferenciais ● Simples ou básico ● Anzol ● Ação reversa ● Anel ● Meio a meio ● Ottolengui ● MDL ● Ação distal ● Geminado ● Contínuo de Hennedy ● Múltiplo Simples ou básico ● Apresenta: 1 braço de retenção, 1 braço de oposição, 1 apoio e 1 conector menor. ● O apoio e o corpo são voltados para o espaço protético, ou seja, voltado para a sela normalmente usado em classe lll. ● O braço de retenção parte do corpo em direção à face oposta ao espaço protético. Indicação: Molares e pré-molares em próteses dentossuportadas (classe lll) e quando a zona de maior retenção se localizar distante do espaço edêntulo. Contraindicação: Dentes anteriores por fatores estéticos (classe lV) e como retentor direto em próteses dentomucossuportadas (classe l e ll). Grampo em anzol ● Apresenta: 1 braço de retenção, 1 braço de oposição, 1 apoio e 1 conector menor. ● O apoio e o corpo estão voltados para o espaço edêntulo; ● A área de calibração (zona retentiva) é próxima à área desdentada; ● O braço de retenção parte do corpo em direção à face oposta ao espaço edêntulo, e a seguir descreve uma curvatura de 180 graus no sentido do espaço edêntulo até alcançar a zona retentiva. Ele não poderia ir direto ao ponto de retenção, pois assim o grampo em anzol não teria abraçamento. ● Necessita de coroas longas. Indicação: Molares e pré-molares (prézão bem grande) em posição “normal” no arco, em próteses dentossuportadas quando a zona de retenção é vizinho ao espaço edêntulo. Contraindicação: Pré-molares (prézinho) devido ao pequeno tamanho da coroa e quando é antiestético. Grampo de ação reversa ● Apresenta: 1 braço de retenção, 1 braço de oposição, 1 apoio e 1 conector menor ● O apoio e o corpo estão distantes do espaço edêntulo ● O braço de retenção parte do corpo em direção ao espaço protético Indicação: molares superiores e inferiores, localizados posteriormente ao espaço protético (classe lll), quando são inclinados em direção ao espaço protético (mesializados), e quando a zona retentiva se localizar vizinha ao espaço protético. Grampo em anel (anelar) ● Apresenta: 1 braço de retenção, 1 braço de oposição, 2 apoios e 2 conectores menores ● Circunda praticamente toda a coroa a partir de sua origem por mesial ● Os apoios são unidos pelo braço de oposição (o braço de oposição sai do espaço protético) ● Área de retenção é mésio-lingual (na lingual), na vestibular está o grampo de oposição. Indicação: molares superiores e inferiores, posteriormente a um espaço protético, quando inclinados mesio-lingualmente. Grampo meio a meio ● Apresenta: 1 braço de retenção, 1 braço de oposição, 2 apoios e 2 conectores menores. ● O braço de retenção é por vestibular, e o de oposição é por lingual/palatina com direções opostas. Cada braço se origina de um corpo (um por mesial e outro por distal). Indicações: para pré-molares e molares em posição “normal” no arco e localizados entre dois espaços protéticos. Grampo de ottolengui ● Apresenta: 1 braço de retenção, 1 de oposição, 2 apoios e 1 conector menor ● Apresenta dois apoios (mesial e distal) interligados por uma barra rígida que se estende por lingual/palatina que atua como braço de oposição. ● Seu braço de retenção fica na vestibular ● O grampo anelar tem seu braço de retenção por lingual/palatina, não confundir. Ademais, entre o meio a meio e o ottolengui é preferível usar o ottolengui, devido sua união dos apoios pelo grampo de oposição, que gera maior estabilidade frente as cargas quando comparado ao grampo meio a meio. Indicações: para pré-molares e molares em posição “normal” no arco e localizados entre dois espaços protéticos. Grampo MDL ● Apresenta: 1 braço de retenção, 1 apoio e 1 conector menor. ● Trata-se de um grampo estético por não possuir o braço de retenção por vestibular Indicações: paciente classe lV Grampo de ação posterior ● Apresenta: 1 braço de retenção, 1 apoio e 1 conector menor ● Inicia-se pelo conector menor (distante ao espaço protético), contorna a face distal e se dirige a área retentiva do lado oposto (mésio vestibular) ● Classe lll — apoio na distal ● Classe l e ll — apoio na mesial por ser extremidade livre Indicações: pilares diretos e posteriores pertencentes à classe lll; pilares diretos em casos de classe l e ll quando o grampo à barra estiver contraindicado. Grampo geminado ● Apresenta: 2 braços de retenção, 2 braços de oposição, 2 apoios, 1 conector menor ● Associação de 2 grampos circunferenciais unidos através dos apoios ou dos braços de oposição Indicações: para a região de molares e pré molares nos casos de classe lV, e de classe ll e lll quando não modificadas por espaços protéticos posteriores. Grampo contínuo de Kennedy ● É constituído por uma barra de estabilidade indireta (pois não tem o braço de retenção), passiva e rígida, geralmente de canino a canino, sendo sempre acompanhado de um conector maior. Funciona como um elemento de estabilização da PPRG. ● Assim, distribuímos as forças para o ligamento periodontal de todos os dentes com a barra. ● Por ser indicado em classe l com extremidade livre teremos dois pilares diretos com grampo de retenção de ação de ponta, e o grampo contínuo de kennedy será um retentor indireto nos pilares indiretos de canino a canino. Indicações: faces linguais dos dentes anteriores remanescentes de uma classe l. Tipos de grampos por ação de ponta Os grampos por ação de ponta possuem o seu braço de retenção saindo da sela, tangenciando a mucosa e tocando apenas a sua ponta no dente pilar. Devido à sua direção de acesso, trajetória e relação com a gengiva, são requisitos para a indicação de uso: ● Não é indicada quando excessiva inclinação do suporte para lingual (não vai ter retenção) e excessivo socavado cervical (o grampo de ação de ponta ficará muito afastado da gengiva e criará um depósito de alimentos nesse espaço — ele não vai tangenciar, ou seja, ficar próximo da gengiva conforme o estabelecido de 2 mm). ● É necessárioa avaliação de possíveis interferências de bridas com a sua trajetória (porque o braço de retenção sai da sela) ● Pode apresentar o braço de oposição circunferencial e o braço de retenção por ação de ponta (que sai da sela) OU pode apresentar o braço de retenção combinado com uma placa proximal, e o apoio é unido ao conector menor. Grampo em T ● Apresenta: 1 braço de retenção, 1 braço de oposição, 1 apoio e 1 conector menor Indicações: casos de extremidade livre (classe l e ll) superior e inferior e em casos de classe lll inferior por ser mais estético. Variações do grampo T vão depender de onde está a área retentiva. Grampo em i ● Apresenta: 1 braço de retenção, 1 braço de oposição, 1 apoio, 1 conector menor ● É mais estético dos grampos e tem grande capacidade retentiva devido à sua forma e pequena extensão, o que a torna pouco flexível. ● Esse grampo tem problema de abraçamento (pouco abraçamento) por ficar perto do espaço protético, logo, pode ser usada em uma classe lll dentossuportada (não usar em extremidade livre ou classe lll com muito espaço protético - dentomucossuportada) Indicações: caninos e pré-molares superiores em casos que apresenta suporte dentário na região posterior (classe lll) Grampo RPI ● Apresenta: 1 braço de retenção, 1 apoio, 1 conector menor, placa proximal ● É constituído de três elementos: apoio oclusal, placa e grampo em i modificado, isto é, a localização de sua ponta ativa deve situar-se na área retentiva central e vestibular do dente pilar. ● O apoio oclusal = na crista marginal do dente pilar, o qual é ligado a um conector menor. ● O conector menor = se relaciona com o plano-guia preparado na superfície próximo lingual do dente pilar ● A placa proximal = se relaciona com o plano guia preparado na superfície distal do dente pilar (até o ⅓ médio), que se relaciona com a grade metálica. ● Grampo de retenção em i = sai da grade e vai para o centro da face vestibular do dente pilar ● Sob carga oclusal ele permite a rotação vertical da extensão distal de uma PPR contra a mucosa de suporte, sem danificar as estruturas de suporte do dente pilar. Indicação: PPR de extremidade livre Grampo U ● Seu desenho limita sua capacidade de deformar, sendo por isso mais retentivo que o T. ● Possui duas pontas retentivas, uma mesial e outra distal. Indicações: terceiros molares inferiores com coroa curta e pouca área retentiva, geralmente localizada por mesial e distovestibular, molares e pré-molares inferiores.
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