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CONCEITOS DA QUALIDADE Professores: Me. Douglas Melman Me. Renata Cristina de Souza Chatalov DIREÇÃO NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; MELMAN, Douglas; CHATALOV, Renata Cristina de Souza. Métodos e Ferramentas da Qualidade. Douglas Melman; Renata Cristina de Souza Chatalov. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 40 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Qualidade 2. Metodologia 3. EaD. I. Título. ISBN: 978-85-459-0094-8 CDD - 22 ed. 658.562 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Pós-graduação e Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Pós-graduação e Extensão Fellipe de Assis Zaremba Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Patrícia Ramos Peteck Editoração Flávia Thaís Pedroso Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 01 02 03 sumário 07| A EVOLUÇÃO DA QUALIDADE 16| A GESTÃO DA QUALIDADE 21| A AUDITORIA DA QUALIDADE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Apresentar a evolução da qualidade ao longo dos anos. • Identificar os processos que envolvem a qualidade. • Definir os fundamentos que cercam a gestão da qualidade. • Analisar a importância da gestão da qualidade nos processos atuais. • Mostrar o processo de auditoria da qualidade e suas peculiaridades. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • A evolução histórica da qualidade • A gestão da qualidade • O processo de auditoria da qualidade CONCEITOS DA QUALIDADE INTRODUÇÃO introdução Caro(a) aluno(a), No mundo moderno, tem ocorrido inúmeras mudanças e transformações no sentido econômico, político e social, que levam as organizações a adotarem estratégias criativas com o intuito de obterem um diferencial competitivo em um mundo cada vez mais globalizado. Essa transformação requer mudanças no sentido estrutural das empresas e determina que elas tenham um padrão de qualidade cada vez mais apurado, uma vez que o mercado tem se tornado cada vez mais exigente, e as empresas que estão liderando essas competições no mercado mundial estão redefinindo suas estratégias de qualidade e têm implementado programas corporativos para o planejamento, monitoramento e melhoria da qualidade. Nesse sentido, a gestão de qualidade surge para orientar as organizações para a implementação dos procedimentos, práticas e rotinas internas e externas de uma organização, conhecendo e aplicando as normas e padrões de qualidade internacionalmente aceitos. Diante disso, nesta unidade, vamos trabalhar sobre a evolução da qualidade, desde os primórdios, da época do artesanato, das suas fases, até os nossos dias de hoje, bem como sua importância. Além disso, comentaremos, nesta unidade, sobre os “gurus da qualidade” e suas contribuições para os conceitos e aplicações da qualidade até os dias atuais. Também trabalharemos com as Eras das qualidades que são: Inspeção, Controle Estatístico da Qualidade, Garantia da Qualidade e Gestão da Qualidade. Abordaremos alguns tópicos importantes da ISO 9001:2008, alguns princípios da gestão de qualidade, bem como sua implementação e importância. Falaremos, ainda, sobre a auditoria de qualidade, que se trata de um processo que busca evidências e avalia o sistema de qualidade, com o intuito de verificar se os critérios de auditoria são atendidos, além disso, veremos as diferenças dos tipos de auditorias e sua importância para o bom funcionamento do sistema de gestão de qualidade e suas etapas pré-definidas. INTRODUÇÃO introdução Portanto, para ter um bom gerenciamento de qualidade nas organizações, é preciso ter um bom planejamento organizacional, escopo estabelecido, equipe treinada e motivada, comprometimento dos colaboradores, procedimentos claros, organização, cronograma definido, funções estabelecidas, metas e objetivos estabelecidos, dentre outros. Você já deve estar ansioso para começarmos nossa unidade! Bons Estudos! Pós-Universo 7 Para melhor entendermos o conceito de Gestão de Qualidade, precisamos abordar o conceito histórico, bem como sua evolução. Se voltarmos ao tempo e perguntarmos a um artesão, por exemplo, o que significa a qualidade e confrontarmos com trabalhadores de diferentes épocas posteriores, provavelmente obteremos respostas bem diferentes. O artesão era um especialista que tinha domínio completo de todo processo produtivo, desde a matéria-prima até o pós venda. Nesta época, o cliente era bem próximo do artesão, explicava suas necessidades, nas quais o artesão procurava atender, haja vista que o seu sucesso dependia da satisfação dos seus clientes pela comunicação “boca a boca”. Com o passar dos anos, de acordo com Carvalho e Paladini (2012, p. 02), a partir da Revolução Industrial, houve nova ordem produtiva em que a manufatura e o artesanato foram substituídos produção em larga escala, para isso, houve a invenção de máquinas com o intuito de obter grandes volumes de produção em massa. A Evolução da Qualidade Pós-Universo 8 Essa produção encontrou, na linha de montagem, o seu modelo ideal, na qual o trabalho foi fragmentado e os trabalhadores tinham domínio de, apenas, uma pequena fração do trabalho, que eram repetidas várias vezes ao longo da jornada do trabalho. Como manter, porém, o padrão de qualidade, como na época do “artesão”? Foi nessa época que a função do inspetor, responsável pela qualidade dos produtos, pois a necessidade dos clientes não eram direcionadas da concepção do produto. Segundo Carvalho e Paladini (2012, p. 03) da linha de montagem da Ford, no período de 1908 a 1927, saía, apenas, um modelo, o Ford T, mais conhecido como Ford Bigode, em uma única cor, a preta, chegando a 15 milhões de unidades vendidas. Pela primeira vez, o carro se tornou um produto acessível para a classe trabalhadora e mudou o conceito dessa indústria, que investiu em capacidade para atender à demanda, que era maior que a oferta. Por outro lado, essa foi uma época de grande evolução no conceito de controle de qualidade, e a Ford teve um papel importante, pois imaginem o quanto era difícil encaixar as peças na linha de montagem sem que os conceitos de especificação, tolerância e conformidade estivessem desenvolvidos? Portanto, para viabilizar a linha de montagem, a Ford investiu na intercambilidade das peças e na facilidade de ajustes, adotou um sistema padronizado de medidas para todas as peças. Podemos observar que, embora o foco nessa época ainda fosse a inspeção, já encontrávamos elementos importantes que priorizavam abordagens voltadas à produção e à conformidade. De acordo com Carpinetti, Miguel e Gerolamo (2011, p. 5), pouco depois de 1924 que o conceito de controle de qualidade alavancou, quando Walter A. Shewhart criou os gráficos de controle ao determinar conceitos de estatística à realidade da produção da empresa de telefonia Bell Telephone Laboratories. Shewhart, além disso, fez uma proposta do ciclo PDCA (plan-do-check-act), que direcionou as atividades de análise e solução de problema. Já na década de 1930, o controle da qualidade evoluiu bastante no que tange o desenvolvimento do sistema de medidas, das ferramentas decontrole estatístico do processo e do surgimento de normas específicas para essa área, uma vez que surgiram as técnicas de amostragem que permitiram a introdução das inspeções por amostragens, que reduziu as inspeções a 100% (CARVALHO e PALADINI, 2012, p. 03). Pós-Universo 9 Foi nessa época também que os experimentos de Elton Mayo e a Escola das Relações Humanas começaram a questionar a alienação no trabalho e a importância da participação do trabalhador. Esse trabalho em conjunto com as pesquisas de Maslow, McGeregor e Herzberg, sobre motivação humana, tiveram grande influência nos programas de qualidade no período pós-guerra, especialmente na composição do modelo japonês. E foi no período da Segunda Guerra Mundial que as conquistas do controle estatístico da qualidade se difundiram, entretanto foi no período pós- guerra que surgiram os novos na gestão da qualidade (CARVALHO e PALADINI, 2012, p. 04). Após a segunda Guerra Mundial, de acordo com Seleme (2012, p.19), o Japão se encontrava em estado de destruição, principalmente nas áreas de infraestrutura, como telecomunicações, energia e estradas. O país, que estava preocupado com a reestruturação de sua economia, procurou estabelecer uma relação de colaboração com os Estados Unidos. A troca de informações desses países aconteceu por intermédio de Deming e Juran, que tiveram, posteriormente, o auxílio de Feigenbaum e da União Japonesa de Cientistas e Engenheiros (Juse, sigla em inglês). Acesse o site da Juse, para saber um pouco mais sobre essa fundação criada no pós-guerra que vem auxiliando as organizações na melhoria da qualidade: JUSE: Union of Japanese Scientist and Engineers. Create the world of higher Quality. Disponível em: <http://www.juse.or.jp/e/>. Acesso em: 12 jun. 2015. Fonte: o autor. saiba mais Pós-Universo 10 Esses encontros entre Deming, Juran e Juse ocorreram aproximadamente no início da década de 1960. Eles perceberam a importância de relacionar o fator técnico, que dominavam bem, com o fator humano, representado nas teorias de Maslow, Herzberg e McGregor. Dessa forma, da combinação de fatores técnicos e humanos, foram criados os grupos chamados de Círculos de Controle da Qualidade (CCQ), os quais, na realidade, eram, apenas, uma das ferramentas utilizadas no grande Programa de Controle da Qualidade desenvolvido no Japão pelos estudiosos americanos e pela Juse. Em 1951, em homenagem a Deming, foi criado o Prêmio Deming, que seria atribuído à empresa que mais se destacasse na área da qualidade em cada ano. O modelo japonês, Company Wide Quality Control (CWQC), que foi traduzido no Brasil como Controle da Qualidade por toda a Empresa ou Controle da Qualidade Amplo Empresarial, traria vários elementos novos à Gestão da Qualidade, que seriam associados àqueles já presentes no modelo ocidental (TQC). Taiichi Ohno foi um dos grandes idealizadores do modelo Toyota de produção, que ficou conhecido como a produção enxuta ou lean production, que influenciou a qualidade pela busca em evitar o desperdício, tinha por objetivo a eliminação da inspeção, com o intuito de devolver nos trabalhadores a responsabilidade pela qualidade do que produziam, para que pudessem interromper a produção assim que uma não-conformidade ocorresse no sistema, intervindo em tempo real e evitando a produção de peças defeituosas (CARVALHO e PALADINI, 2012, p. 05). Além disso, reservava um horário para que os trabalhadores, em equipes, pudessem discutir as melhorias nos processos de produção da empresa. Em 1987, em meio à expansão da globalização, surgiu o modelo normativo da ISO (International Organization for Standardization) para a área de Gestão da Qualidade, a série 9000, Sistemas de Garantia da Qualidade (SGQ). Essa norma era de caráter voluntário, em que as empresas interessadas na certificação passavam por auditorias para obterem um certificado de um SGQ. É importante salientar, que a série da ISO 9000 se difundiu rapidamente e se tornou um requisito de ingresso em muitas empresas. Pós-Universo 11 As Eras da Qualidade Segundo Carvalho e Paladini (2012, p. 07), uma das classificações temporais mais adotadas e propostas por David Garvin, a evolução da qualidade, é classificada em quatro eras, a saber: Inspeção, Controle Estatístico da Qualidade, Garantia da Qualidade e Gestão da Qualidade. Seus conceitos e características estão apresentados no Quadro 1: Quadro 1 – Eras da Qualidade Inspeção Controle Estatístico de Processo Garantia de Qualidade Gestão Total de Qualidade Interesse Principal Verificação Controle Coordenação Impacto estratégico Visão da Qualidade Um problema a ser resolvido Um problema a ser resolvido Um problema a ser resolvido, mas que é enfrentado proativamente. Uma oportunidade de diferenciação da concorrência Ênfase Uniformidade do produto Uniformidade do produto com menos inspeção Toda cadeia de fabri- cação desde o projeto até o mercado, e a contribuição de todos os grupos funcionais para impedir falhas de qualidade. As necessidades de mercado e do cliente Métodos Inspeção, de medição Ferramenta e técnicas Estatísticas Programa e sistemas Planejamento estraté- gico, estabelecimento de objetivos e a mobi- lização da organização Papel dos Profissionais da qualidade Inspeção, classificação, contagem, avaliação e reparo Solução de proble- mas e aplicação de métodos estatísticos Planejamento, medição da qualidade e desenvolvimento de programas Estabelecimento de metas, educação e trei- namento, consultoria a outros departamentos e desenvolvimento de programas Quem é o Responsável pela Qualidade O departamento de inspeção Os departamentos de fabricação e enge- nharia (o controle de qualidade) Estabelecimento de metas, educação e trei- namento, consultoria a outros departamentos e desenvolvimento de programas Todos na empresa, com a alta administra- ção exercendo forte liderança Fonte: Carvalho e Paladini (2012, p. 08) adaptado pelo autor. Pós-Universo 12 É importante salientar que ocorreram evoluções nas eras da qualidade em virtude das mudanças ocorridas ao longo do tempo que foram direcionados por uma sociedade cada vez mais dependente das atividades industriais, e cada vez mais globalizada. Os Gurus da Qualidade Muitos teóricos ajudaram a construir a qualidade, todavia alguns tiveram papel essencial e mereceram a denominação de Gurus da Qualidade, os mais citados na literatura acadêmica e profissional são Walter A. Shewhart, W. Edwards Deming, Joseph M. Juran, Armand Feigenbaum, Philip B. Crosby, Kaoru Ishikawa e Genichi Taguchi. a. Walter A. Shewhart: nasceu nos EUA, em 1891, formou-se em Engenharia, ficou conhecido como pai do controle estatístico da qualidade, de acordo com Lélis (2012, p. 14) do PDCA que direcionou a análise e solução do problema, e procurou percorrer todo o ciclo de: planejar, fazer, checar o resultado e depois agir, sempre implementando a melhoria contínua. b. William Edwards Deming: nasceu nos EUA, em 1900, formou-se em Engenharia Elétrica, era um pesquisador com várias habilidades e um discípulo de Shewhart, com quem compartilhou o interesse pelas ferramentas de controle estatístico de processo e solução de problemas pelo método PDCA. Procurou sintetizar, como preleção para mudança organizacional necessária, com ênfase na liderança e na participação de todos na organização. (CARVALHO e PALADINI, 2012, p. 12). c. Joseph M. Juran: nasceu na Romênia, em 1904. Graduou-se nos EUA em Engenharia e Direito. Foi o primeiro a propor uma abordagem nos custos de qualidade, classificando-os em três falhas: externas e internas, prevenção e avaliação. Também propôs a triologia da qualidade: o planejamento, o controle e a melhoria (CARVALHO e PALADINI, 2012, p. 13). d. Armand Feigenbaum: nasceu nos EUA, em 1922, graduou-se em engenharia. Ficou conhecido, por ser o primeiro a tratar aqualidade de forma sistêmica nas organizações, formulando o sistema de Controle Total da Qualidade (TQC). Pós-Universo 13 e. Philip B. Crosby: nasceu nos EUA, em 1926, graduou-se em Engenharia. Para Crosby, um produto ou serviço, de acordo com Lélis (2012, p. 19) só é de qualidade quando se encaixa em alguns padrões definidos, lançou o programa defeito zero. f. Kaoru Ishikawa: nasceu no Japão, em 1915, formou-se em química. Teve um papel importante no controle de qualidade. Difundiu ferramentas e técnicas de análise e solução de problemas e gerenciamento de rotinas, as sete ferramentas da gestão de qualidade: análise de pareto, diagrama de causa-efeito, histograma, folhas de controle, diagramas de escada, gráficos de controle e fluxos de controle (CARVALHO e PALADINI, 2012, p. 18). g. Genechi Taguchi: nasceu no Japão, em 1924, graduado em estatística e engenharia. Teve foco nas atividades de projeto, e não de produção, propôs técnicas de projetos de experimento e a função de perda da qualidade. A seguir, temos o papel de cada um dos gurus da qualidade citados anteriormente: Armand V. Feigenbaum Fundador e presidente da empresa General System Co. e experiente consultor na área de controle da qualidade total. Edwards Deming Consultor, professor e escritor de vários livros sobre os temas de qualidade, produtividade e competitividade. saiba mais Pós-Universo 14 Joseph Juran Importante gestor e escritor da área de controle da qualidade, responsável por uma centena de publicações na área e doze livros publicados. Philip Crosby Iniciou suas atividades como consultor da empresa Philip Crosby Associates, Inc., responsável pelo desenvolvimento da busca de zero defeito na área da qualidade. Kaoru Ishikawa Responsável junto com Feigenbaum pelo desenvolvimento e aplicação dos conceitos de qualidade total. Publicou mais de 612 artigos e 31 livros. Para saber mais sobre o papel de cada um dos gurus da qualidade, acesse o site disponível em: <http://www.qualitygurus.com/gurus/>. Acesso em: 16 ago. 2015. Fonte: adaptado de List... (online). Pós-Universo 15 Futuro dos Profissionais da Gestão de Qualidade O papel dos profissionais da área de qualidade, atualmente, encontra-se bem diferente em relação aos seus primórdios, quando os inspetores e supervisores da qualidade eram, apenas, responsáveis por inspecionar e controlar a qualidade de todos os produtos da empresa. Atualmente, com um mercado globalizado e clientes cada vez mais exigentes, torna-se necessário um profissional qualificado no que tange a gestão de qualidade, que entenda do funcionamento de um SGQ, que seja responsável pela operação do sistema de qualidade, pelos procedimentos, que incluem a política de qualidade, procedimentos padrões, auditorias internas, relatórios de qualidade, de inspeção de produtos, capacitações e treinamentos, planejamentos do SGQ, dentre outros. Antigamente, a confecção de um calçado era artesanal; havia o contato direto entre o sapateiro e o cliente. Hoje, as pessoas adquirem calçados criados com o estilo da moda, sem interação do fabricante com o cliente. Em termos de produtividade houve melhora, mas será que o atendimento pessoal de antigamente foi substituído à altura pela “moda” atual? Fonte: o autor. reflita Leia mais sobre a Evolução dos sistemas de produção acessando o link disponível em: <http://www.adm.ufba.br/sites/default/files/publicacao/ arquivo/luciano_p_lukcs.pdf>. Acesso em: 21/09/18. Fonte: o autor saiba mais Pós-Universo 16 O Conceito da Qualidade A gestão de qualidade evoluiu ao longo do século XX e teve quatro fases que foram marcantes: inspeção do produto, controle do processo, sistemas de garantia da qualidade e gestão da qualidade total. De acordo com Carpinetti, Miguel e Gerolamo (2011, p. 5), o conceito de gestão de qualidade também evoluiu ao longo das décadas, haja vista que, até 1950, a qualidade do produto era entendida como sendo o sinônimo da perfeição técnica de um produto, depois, percebeu que a qualidade não era apenas o grau de perfeição técnica, mas sim o grau de adequação aos requisitos do cliente, enfim, a qualidade passou a ser conceituada como sendo a satisfação do cliente quanto à adequação do produto ao uso. A ISO adota essa conceituação para definir como “grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos (ABNT, 2008)”. A Gestão da Qualidade Pós-Universo 17 A área da gestão de qualidade surgiu de acordo com a necessidade das organizações e está ligada diretamente com a supressão de ações de retrabalho, perda de material nas etapas de fabricação, falta de padronização nos processos entre outros. Segundo Oakland (1994, p. 31) “a qualidade é importante demais para ser deixada somente aos ‘profissionais da qualidade’, não pode ser alcançada na empresa toda, se é deixada para os especialistas”. De acordo com especialistas da área de qualidade que englobam o Comitê Técnico ISO/ TC 176, temos a gestão da qualidade dividida em oito categorias, as quais podem ser observadas no Quadro 2 (segue as diretrizes da série ISO 9000: 2000 e ISO 9000: 2008). Quadro 2: Resumo das principais características das oito categorias que formam a fundamentação para a gestão da qualidade. Categoria Benefícios Aplicação Cliente • Giro financeiro. • Uso adequado do capital para investimento na empresa. • Fidelização de clientes. • Analisar o perfil consumidor. • Medir a satisfação do cliente. • Desenvolver uma política de relacionamento com o cliente. Liderança • As pessoas vão se sentir orien- tadas dentro da organização seguindo metas unificadas. • Os setores passarão a ter uma maior comunicação. • Visão clara do negócio e de todas as partes envolvi- das (clientes, funcionários, fornecedores). • Política organizacional, com di- retrizes para todos os setores. • Proporcionar as pessoas o en- corajamento em suas funções com a devida responsabilidade e prestação de contas. • Capacitar e bonificar as pessoas por competência e dedicação. Envolvimento de Pessoas • Interação entre as pessoas nos diversos setores da organização. • Voz ativa e reconhecimento de opiniões. • As pessoas passam a ser chave fundamental no processo de desenvolvimento da empresa. • Unificação de esforços por bem comum. • As pessoas passam a buscar maiores oportunidades de qualificação. Pós-Universo 18 Categoria Benefícios Aplicação Abordagem por Processos • Processos mais rápidos e eco- nômicos na manufatura de produtos. • Obtenção de resultados mais coesos e precisos. • Estudo elaborado para ob- tenção de qualidade nos processos. • Definição de papéis dentro da composição das equipes. • Estudo de fatores que podem levar a problemas na produção. Abordagem Sistêmica • União de esforços para cen- tralização de ações voltadas para o desenvolvimento da organização. • Desenvolvimento de estudos para a estruturação correta da empresa com o intuito de harmonizar setores e realizar processos otimizados. • Controle estatístico das ativi- dades com o intuito de melhor cada vez mais o processo como um todo. Melhorias Contínuas • Proporcionar a organização ferramentas para a contínua melhoria de seus processos e atividades. • Estar apta de forma eficaz a possíveis mudanças abruptas de mercado. • Criar estudos e mecanismos de prevenção a situações negativas. • Treinamento constante das pessoas, como forma de capacitação. • Definição de metas, análise de desempenho e observação de resultados. Abordagem para tomada de decisão • Tomada de decisão em função dos dados levantados. • Possibilidade de análise de re- sultados e alteração de rumo. • Base de dados disponível para consulta por parte da equipe qualificada. • Uso de técnicas e métodos adequados para análise. Relações be- néficas com fornecedores (bi-lateral) • Tornar mais próxima a comu- nicação com os fornecedores, acolhendo-osde forma profis- sional e segura. • Otimização de custos e recursos. • Relacionamento com simplifi- cação de prazos. • Análise de fornecedores com foco também na qualidade. • Uso adequado da linguagem claro para negociações. Fonte: o autor (2013). Pós-Universo 19 A ISO (International Organization for Standardization) é uma federação mundial de organismos de normalização nacionais de, aproximadamente, 148 países. Sua missão é promover o desenvolvimento da normalização, e atividades correlatas, no mundo, com o objetivo de facilitar as trocas internacionais de bens e serviços e desenvolver a cooperação nos campos da atividade intelectual, científica, tecnológica e econômica. O ISO/TC 176 é o Comitê Técnico da ISO responsável pela elaboração e manutenção das normas da família ISO 9000 (ISO 9000; ISO 9001; ISO 9004; e ISO 100xx). O objetivo do ISO/TC 176 é a normalização no campo da GESTÃO DA QUALIDADE e da GARANTIA DA QUALIDADE, envolvendo sistemas de gestão da qualidade e as tecnologias genéricas de suporte. Caso queira saber mais sobre a ISO, acesse o link disponível em: <https://onedrive.live.com/download?resid=7022D8605AAE0529!353>. Acesso em: 16 ago. 2015. Fonte: Sousa (online). saiba mais Como podemos observar, a gestão da qualidade é um conjunto de ações voltadas não só para a obtenção de melhores resultados em termos de qualidade, mas também em relação à própria organização da empresa, proporcionando aos setores autonomia para informar o que pode ser melhorado e, assim, fazer com que todos participem desse processo de melhoria continuada. Para que essa gestão seja bem equacionada, é necessário que se tenha um bom sistema de gestão, participação de todos os elementos de uma empresa. E, para a implantarmos um Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ), podemos nos orientar pela norma ISO 9001:2008. Para implementação das normas de qualidade ISO 9001, torna-se necessária a Política da Qualidade e ações da alta direção, além disso, implica na organização de atividades nos processos das organizações, como mapear os processos, e as interações entre eles, de forma a constituir um sistema de qualidade, que tenha por objetivo satisfazer as necessidades e desejos das partes interessadas, principalmente do cliente, e ter a melhoria contínua, além de medidas preventivas e corretivas, quando necessários (ABNT, 2008). Pós-Universo 20 De acordo com Falconi (2009), o Sistema de Gestão é um conjunto de ações interligadas de tal maneira que os resultados da empresa sejam atingidos. É um mapa que mostra onde o trabalho de cada um se insere. A organização que consegue envolver todos terá formado um time de pessoas competentes naquilo que fazem, o que a torna cada vez mais forte. Nela, todos terão que participar e terão suas metas. No cenário atual, a gestão da qualidade vem sendo um ponto de preocupação das empresas, tanto no seguimento de produtos como também no de serviços. A necessidade de termos cada vez mais cuidados em termos de execução de processos em prol da qualidade do produto, fez com que a área de certificação de sistemas de gestão da qualidade se tornasse importantíssima para as micro e pequenas empresas. O Inmetro, Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, criado em 31 de outubro de 1973, tem como missão fortalecer as empresas nacionais através da disponibilização de instrumentos essenciais à melhoria da qualidade de seus produtos e serviços. Fonte: Inmetro (online). saiba mais Com o uso da certificação da qualidade, a organização pode demonstrar seu apreço pela qualidade de seus produtos e, assim, aumentar a satisfação e a confiança dos clientes, promover a redução de seus custos internos, aumentar a produtividade, melhorar o seu posicionamento no mercado interno e buscar novos mercados, inclusive internacionais. Pós-Universo 21 Para começarmos a falar na auditoria de qualidade, precisamos mudar a conotação de fiscalização que normalmente é atribuída à palavra auditoria. Segundo Seiffert (2013, p.28), auditoria no sentido da qualidade deve ser praticada e vista como uma oportunidade de orientação para melhoria. A auditoria de sistema de gestão é conceituada pela ISO 19011 (2012) como “processo sistemático, documentado e independente para obter evidências de auditoria e avaliá-las objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios da auditoria são atendidos”. A Auditoria da Qualidade Pós-Universo 22 Portanto, podemos definir que as auditorias de qualidade, via de regra, existem para verificar se os padrões pré-estabelecidos estão sendo seguidos. Além disso, é importante salientar que sejam realizados por auditores independentes, isto é, que não estejam diretamente relacionados ao objeto da auditoria, mas que tenham domínio sobre a área determinada, de modo a garantir um diagnóstico imparcial e preciso. Falconi Campos (2004) e Mello (2011, p. 79) classificam as auditorias de qualidade em três categorias básicas: • Auditorias de sistemas: que têm por objetivo verificar se o sistema de gestão e a política da qualidade da empresa estão sendo efetivamente seguidos e se o gerenciamento da rotina de trabalho é praticado. • Auditorias de processos: em geral, são conduzidas pelo pessoal da garantia da qualidade, esse tipo de auditoria existe para verificar se os processos estão padronizados, se padrões são seguidos, se os padrões estão preparados para serem colocados em prática, se as ferramentas e os instrumentos de trabalho disponíveis estão em condições adequadas de uso. • Auditorias de produtos: verifica a conformidade dos produtos com os padrões de qualidade determinados. As auditorias, de acordo com Mello (2011, p. 80), podem ser conduzidas por pessoal interno ou externo. Mas nada impede que uma empresa busque consultores externos para auditar sistemas, processos e produtos, a fim de verificar como anda sua qualidade. A evolução do processo de auditorias fez com que elas passassem da simples verificação do nível do cumprimento dos requisitos legais aplicáveis para outros tipos mais sofisticados, complexos e abrangentes que tendem a variar em função do contexto e necessidades específicas da organização. O contexto de realização de uma auditoria, de acordo com Seiffert (2013, p. 29), está relacionado com sua abrangência física ou escopo de realização e seus objetivos que são orientados pelo critério de auditoria ou padrão normativo de referência. A Figura 1 apresenta essa lógica de uma forma sintética, em que todos os tipos de auditorias podem ser enquadrados de alguma forma, cada um desses tipos de auditorias pode ocorrer de forma independente ou vinculada a uma norma de sistema de gestão. Pós-Universo 23 Esses tipos de auditorias podem ser subdivididos em: auditorias internas, que são conhecidas como auditorias de primeira parte; auditorias externas, denominadas auditorias de segunda e terceira parte, que podem ser realizadas por instituições públicas, privadas ou organizações não governamentais (ONG´s). Operação ou Produto Atividade Processo Sistema de Gestão Organização Ciclo de Vida Figura 1: Tipos de Auditoria de sua abrangência Fonte: Seiffert (2013, p. 30) adaptado pelo autor. As auditorias internas são realizadas pela própria organização que deseja monitorar o desempenho quanto a algum aspecto de seu funcionamento, vinculadas ou não formalmente a um sistema de gestão, esse tipo de auditoria é fundamental para as organizações de desejem conhecer e monitorar seu desempenho com relação a um padrão de referência, seja ele normativo ou não, enquanto as auditorias externas são realizadas por instituições contratadas pela organização auditada que realizará de sua própria planta ou de um fornecedor de produto ou serviço (SEIFFERT, 2013, p.31): a. Segunda parte: é enfatizada para a organização que necessita fiscalizar mais atentamente o desempenho dos seusfornecedores de produtos e serviços. b. Terceira parte: são executadas por uma entidade externa independente da organização auditada. São exemplos típicos as auditorias realizadas pelas certificadoras de sistemas de gestão. Pós-Universo 24 A auditoria interna deve ser vista como uma grande aliada das organizações, pois é ela quem aponta como anda o funcionamento das empresas. Fonte: o autor. reflita Planejamento a Auditoria de Qualidade Uma auditoria será muito mais eficiente quanto mais objetiva ela for. Por isso, é importante salientar alguns tópicos desde o início (MELLO, 2011, p. 82): • Cronograma: permite a organização do trabalho tanto por parte dos auditores quanto dos auditados. • Áreas a serem auditadas: devem ser definidas as prioridades. • Documentação: os documentos necessários à auditoria devem ser criados e/ou identificados, por exemplo, os fluxogramas, formulários para relatórios, relatórios de auditorias anteriores, dentre outros. • Objetividade: se os padrões da empresa forem objetivos, a auditoria deve atendê-los. • Descoberta das causas: o auditor pode apontar as causas dos problemas, entretanto, fica a tarefa do auditado seguir as recomendações. • Competência dos auditores: é necessário que os auditores tenham treinamento adequado visando à certificação da gestão de qualidade. Pós-Universo 25 Além disso, é importante salientar que esse processo de auditoria segue um conjunto de princípios que buscam nessas ações algumas particularidades, tais como conduta ética, apresentação de resultados imparciais, escolha criteriosa do profissional que realizará o levantamento e resultados plausíveis e justificáveis em torno do que se apresenta. Independente do seu contexto, abrangências e objetivos, uma forma determinante de garantir a eficácia de um programa de auditoria é a preocupação com o seu planejamento. Isso assume uma importância ainda maior quando se trata de programas de auditorias de sistema de gestão, implantados isoladamente ou de formas integradas. Para a aplicação de uma auditoria, é importante definirmos algumas medidas, tais como: • Informar a todas as partes envolvidas sobre a utilização do programa de auditorias. • Acompanhar o trabalho dos auditores, em termos de currículo com sua experiência no mercado de trabalho (conhecimentos e competências nas Áreas de Qualidade, Ambiental e outras). • Formar a equipe de auditores que estarão aplicando o programa. • Prover os recursos necessários e observar o trabalho auditado. • Descentralizar as informações às partes que cabem após o levantamento doA auditoria interna deve ser vista como uma grande aliada das organizações, pois é ela quem aponta como anda o funcionamento das empresas. • Fazer a análise minuciosa do que foi auditado e procurar verificar os pontos em que eles se mostraram ineficientes às diretrizes da empresa. Pós-Universo 26 A seguir, podemos visualizar, por meio na Figura 2, as etapas realizadas de uma auditoria da qualidade. PLANEJAMENTO DA AUDITORIA Por quê? O quê? Quem? Quando? Como? Onde? NECESSIDADE PROCESSO PRODUTO SISTEMA ENTIDADE LOCAL PROGRAMA DE AUDITORIAS REFERENCIAL NORMATIVO DE ACORDO COM O ÂMBITO Figura 2: Mapa conceitual genérico de uma auditoria da qualidade Fonte: o autor (2013). Podemos observar que a implantação de um Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ) aumenta o nível de organização interna, o controle da administração e a produtividade, e que um bom programa de auditoria é fundamental para aferir o padrão que vem sendo adotado em termos de produtividade das organizações, gerando, assim, a eliminação de prejuízos com processos ou áreas em não conformidade com os padrões do mercado, e, dessa forma, levando a empresa a uma economia em seus processos produtivos. As organizações vêm efetuando auditorias para avaliar seu desempenho com relação a normas de referência, com o intuito de verificar que sejam realizadas dentro de um sistema da gestão estruturado que esteja integrado com a organização. Nesse contexto, segundo Seiffert (2013, p. 39), as auditorias podem ser consideradas como o centro nevrálgico do sistema de gestão, em que as não conformidades são detectadas a partir de um processo planejado e sistematizado. A ISO 19011 (ABNT, 2012) caracteriza, em seus termos e definições, programa de auditorias de uma forma bastante sintética, como “conjunto de uma ou mais auditorias planejado para um período de tempo específico e direcionado e propósito específico”. Pós-Universo 27 A lógica da gestão de um programa de auditorias é apresentada no Quadro 3. Esse processo, assim como na lógica de implantação, segue quatro etapas: planejamento, implantação, verificação, ação corretiva e preventiva e análise crítica, seguindo a lógica do PDCA (Plan-Do-Check-Act). Quadro 3: Lógica do Ciclo PDCA e o Programa de Auditoria AUDITORIA – Programa com diretrizes Planejamento Objetivos Extensão Ocorre sempre de maneira documentada, com todos os papéis previamente definidos. Devem ser levados em conta as prioridades da gestão; os requisitos do sistema de gestão; neces- sidade de avaliação de fornecedores; requisitos de clientes; os riscos para a organização. Fornecer os parâmetros por onde a auditoria deve prosseguir e até onde alcançar. Execução Objetivos Extensão Realizar a auditoria confor- me metas estabelecidas Colocar o plano o pla- nejamento em prática (treinamento e implanta- ção das fases). Gerar os requisitos e evi- dências de forma prática e objetiva. Verificação Objetivos Extensão Utilização do Check list para verificação do que deve ser dimensionado a cada item, o que é parte deste processo, contando todas as etapas. Análise de desempe- nho e dos resultados estratégicos. Uso do Check list para rati- ficação de todas as etapas de produção. Verificar os resultados da auditoria, assim como a dos auditores. Levantar as não conformi- dades e procurar soluções para a sua otimização Atuação Objetivos Extensão Com os resultados obtidos procurar de forma impar- cial a sua constante busca pela melhoria Agir de acordo com os procedimento e normas vigentes Estar focado nos objeti- vos ressaltados durante a reunião de abertura e na etapa de verificação. Fonte: o autor (2013). Pós-Universo 28 Podemos observar que é necessário estabelecer o programa e os objetivos da auditoria (planejamento – Plan), implementar o programa de auditoria (fazer, executar – Do), monitorar o programa de auditoria (verificar – Check) e revisar e aprimorar o programa de auditoria (agir – Act). Pode-se considerar que os conceitos de programa de auditoria dessas normas são complementares, colocando cada qual, a sua maneira, aspectos pressupostos importantes de sua estruturação. Veja abaixo o quadro da auditoria para acompanhar a qualidade na montagem de partes móveis na linha de fabricação de um veículo, com periodicidade de 6 meses entre cada levantamento (ver Quadro 4). Quadro 4: Exemplo de evolução de uma linha de montagem de partes móveis em função da variação de qualidade a cada seis meses jan/04 54% 67% 78% 92% 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% ago/04 jan/05 ago/05 Fonte: o autor (2013). fatos e dados atividades de estudo 1. Qual dos fatores abaixo pode ser entendido como um fator de pouca importância no processo de qualidade de um produto. a) Confiabilidade. b) Endereço da empresa. c) Assistência. d) Conformidade. e) Desempenho. 2. A visão estratégica e competitiva estabeleceu uma linha evolutiva de abordagem da qualidade, a qual passou do enfoque de controle dentro de sua visão mais tradicional, para um enfoque de gestão dentro da visão atual. Tal evolução do conceito da qualidade é o que chamamos de Eras da Qualidade (PALADINI e CARVALHO, 2012). Sobre as Eras de qualidade, assinale a afirmativa correta: a) Era da Inspeção: tem como principal característica o início dautilização de conceitos estatísticos, incluindo práticas de detecção de falhas e análise dos fatores da qualidade. b) Era do controle estatístico de qualidade: preza as técnicas de inspeção da qualidade interna e controle rigorosos da análise da qualidade do produto. c) Era da Garantia da Qualidade: aquela que possui conceitos específicos de prevenção dos problemas da qualidade. d) Era da Gestão Total de Qualidade: tinha o objetivo de garantir um desempenho aceitável do produto ao longo do tempo. e) Nenhuma das afirmativas anteriores estão corretas. atividades de estudo 3. Qual dos fatores abaixo não pode ser entendido como um fator de importância na gestão da qualidade dentro de uma organização? a) Pessoas. b) Resultados. c) Oportunidades. d) Fornecedores. e) Desarmonia. 4. Em termos de melhorias contínuas, o que podemos entender como medida correta? a) Divergir com clientes. b) Sabotagem. c) Não ouvir os funcionários. d) Não fazer um elo entre os setores. e) Ferramentas para a contínua melhoria de seus processos e atividades. 5. A gestão da qualidade organiza, controla e orienta os recursos de uma organização para atingir os objetivos da qualidade desdobrados em função de uma política da qualidade estabelecida e implementada. Diante desse contexto, qual das normas a seguir é a norma certificável do Sistema de Gestão de Qualidade? a) ISO 9000. b) ISO 9001. c) ISO 9004. d) ISO 14000. e) ISO 14001. atividades de estudo 6. Qual dos processos abaixo pode ser entendido como um fator de máxima importância no processo de fabricação de um produto, permitindo que a linha de fabricação seja totalmente interrompida por causa dele. a) Análise de requisito. b) Auditoria. c) Assistência Técnica. d) Maleabilidade. e) Desempenho. 7. As auditorias da qualidade são uma ferramenta importante para implementação de um sistema de gestão de qualidade (SGQ). Embora muitas empresas tenham desenvolvido essa função (algumas até possuem departamentos específicos para a sua execução), ainda não há uma total compreensão das vantagens advindas de sua aplicação. Diante desse contexto, assinale a afirmativa correta quanto aos tipos de auditorias: I) Auditoria Interna. II) Auditoria de colaborador. III) Auditoria externa (segunda parte). IV) Auditoria externa (terceira parte). Podemos afirmar que: a) Somente as afirmativas I e II estão corretas. b) Somente as afirmativas III e IV estão corretas. c) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas. d) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas. resumo Nesta primeira unidade, definimos o conceito de qualidade como algo abstrato, porém de simples entendimento ao ser observado. A qualidade surgiu desde os primórdios da sociedade e se desenvolveu com maior intensidade a partir da revolução industrial. E como decorrência dessa evolução, também os fatos históricos, como o Taylorismo, Fordismo, dentre outros, forçaram o amadurecimento do processo de qualidade, fazendo com que as empresas investissem nessa área de suma importância para o bem estar de sua produção e de seus clientes. Além disso, abordamos sobre a Gestão da Qualidade, que foi definida como sendo um conjunto de atividades inter-relacionadas de tal forma que se tornou uma promotora da qualidade desejada de um produto ou serviço. No entanto a qualidade não está ligada somente ao bem estar dos clientes, também tem ação preventiva, fazendo com que prejuízos futuros possam ser quase que eliminados, aumentando, assim, a produtividade e uma melhor remuneração dos seus funcionários. O último tema abordado da unidade foi a auditoria da qualidade, a qual ficou definida como sendo um processo que vem sendo cada vez mais utilizado nas empresas, tanto para busca de problemas em linha de fabricação de novos produtos como uma solução para a redução de custos, e também avaliar se os processos estão seguindo as normas técnicas previamente estabelecidas por entidades regulamentadoras. Elas podem ser classificadas de acordo com o foco podendo abranger, além da empresa, os seus clientes e seus fornecedores. Suas principais características são de estar focada no sistema de gestão, nos processos ou mesmo no produto e/ ou serviço. Sempre é importante frisar que um bom planejamento da ação de auditoria, elaborado por profissionais competentes no mercado, fazem com que esse processo tenha ótimos resultados. resumo Qualidade Auditoria da Qualidade Eliminação de Problemas Evolução da Qualidade Artesão Globalização Revolução Industrial Redução de Custos Resultados Gestão da Qualidade Ação Preventiva Produtividade Globalização Clientes considerações finais Caro(a) Aluno(a)! Chegamos ao fim desta nossa primeira unidade e gostaria de esclarecer com você alguns pontos que foram de extrema importância dentro do nosso conteúdo. Podemos observar ao longo desta unidade que a qualidade não é algo tão simples, assim, existem várias situações e variáveis que estão associadas a ela. É importante salientar que existe muita diferença em relação à qualidade nos tempos da manufatura e nos tempos atuais. Fica evidente que a tecnologia influenciou muito este grande avanço e, hoje, temos processos industriais que conseguem manter valores ínfimos de defeitos. Porém, para que essa qualidade fosse alcançada, várias pessoas contribuíram para o seu status atual e, por conseguinte, passaram a se organizar de tal forma que várias áreas dentro de um mesmo local, se envolvessem para que tais etapas fossem devidamente estudadas e, consequentemente, os defeitos eliminados etapa a etapa. Portanto, podemos considerar esta unidade como sendo um estudo da qualidade em si, mostrando os seus conceitos de forma mais ampla e, ao mesmo tempo, não se atentando a um caso específico, por se tratar de uma definição bastante complexa. Ficou demonstrado que, para se alcançar a qualidade desejada, devemos ter em mente que, além de conhecimentos técnicos na área de estudo, utilização de matérias-primas de boa origem, capital humano e aporte financeiro, devemos ter, também, um bom gerenciamento de todo o processo que envolve a nossa atividade. Esse processo deve ser contínuo, sempre procurando buscar novas tecnologias a ser empregadas à solução atual, com o intuito de, continuamente, mantê-la atual e, com isso, rentável. Também abordamos tópicos importantes, como a auditoria da qualidade, que nada mais é que observar as evidências de um sistema de gestão de qualidade implementado, seguindo os parâmetros estabelecidos pelas normas vigentes. E, para encerrarmos, ficou claro a necessidade de uma equipe que esteja focada em resultados, trabalhando sempre de forma a melhorar as relações e os processos, levando sempre em conta o que se tem e aonde se pode chegar, sendo assim, uma importante ferramenta de aprendizagem e desenvolvimento, que é conhecida como auditoria da qualidade, tanto de processos como também de produtos. material complementar O Movimento da QUALIDADE no Brasil Autor: Waldir Algarte Fernandes Editora: Essential Idea Publishing Ano: 2011 Sinopse: o foco principal deste livro é registrar os fatos que marcaram um movimento da maior importância para o país: o de melhoria da qualidade de produtos e serviços aqui produzidos. Beneficiou os cidadãos na medida em que estes passaram a ter acesso a produtos mais seguros, com melhor desempenho e maior durabilidade, e teve contribuição decisiva para o aumento da competitividade das empresas brasileiras, beneficiando toda a sociedade brasileira, se entendermos que a maior competitividade do setor produtivo implica em maior geração de empregos e renda no país. Gestão da Qualidade Autor: Regis Blauth, Ricardo Blauth Editora: IESDE BRASIL Ano: 2012 Sinopse: o que é qualidade? As respostas a esta pergunta podem ser variadas mas dificilmente não abordaram conceitos como: satisfaçãodo cliente atendimento e superação das características anunciadas encantamento do cliente etc. O termo qualidade não é uma novidade mas na prática as organizações não o aplicam tanto quanto deveriam. material complementar Gestão da Qualidade Teoria e Casos Autor: Marly Monteiro de Carvalho; Edson Pacheco Paladini Editora: CAMPUS Ano: 2012 Sinopse: obra consagrada e amplamente adotada nos cursos de graduação e pós-graduação do país, este livro-texto destina-se a estudantes da disciplina Gestão da Qualidade dos cursos de Engenharia. O livro aborda um espectro abrangente da Gestão da Qualidade, que engloba os modelos tradicionais, os modelosnormativos, sua estrutura de certificação e as novas tendências como o Programa Seis Sigma. Esta segunda edição traz significativas alterações com relação à edição anterior. A primeira e mais evidente refere-se ao alinhamento de seu conteúdo às novas versões das normas da série ISO 9000 e às alterações processadas recentemente no Prêmio Nacional da Qualidade. Além disso, foram introduzidos dois novos capítulos, que incorporam as ferramentas da qualidade e a gestão da qualidade integrada à sustentabilidade. Na Web Para saber mais sobre o surgimento e normas técnicas da ISO 9000, acesse o site disponível em: <http://www.iso.org/iso/home/standards/management-standards/iso_9000.htm>. Acesso em: 16 ago. 2015. Para saber mais sobre Auditoria acesse o Handbook of International Quality Control, Auditing Review, Other Assurance, and Related Services Pronouncements, acesse o site disponível em: <http://www.ifac.org/sites/default/files/publications/files/2012%20IAASB%20Handbook%20 Part%20I_Web.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2015. Para saber mais sobre o surgimento e normas técnicas da ISO 9000, acesse o site disponível em: <http://www.abntcb25.com.br/Organismos.asp>. Acesso em: 16 ago. 2015. referências ABNT. NBR ISO 8402. Gestão da qualidade e garantia da qualidade – terminologia.1994. _____. NBR ISO 9001:2000: Sistemas de gestão da qualidade: requisitos. Rio de Janeiro, 2000. ALTMAN, M. Hoje na História: 1913 – Henry Ford começa produção em massa de automóveis. Opera mundi. Disponível em: <http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/18232/ hoje+na+historia+1913+-+henry+ford+comeca+producao+em+massa+de+automoveis.shtml>. Acesso em: 17 ago. 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9.001: requisitos. 2ª Edição. Rio de Janeiro: ABNT, 2008. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 19011: Diretrizes para Auditorias de Sistema de Gestão da Qualidade e/ ou Ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2012. CARPINETTI, L. C. R.; MIGUEL, A. A. C.; GEROLAMO, M. C. Gestão da Qualidade ISO 9001:2008: princípios e requisitos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2011. CARVALHO, M. M. de C.; PALADINI, E. P. Gestão da Qualidade. 2. ed. 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