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5a- TANATALOGIA FORENSE

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TANATOLOGIA FORENSE 
Maria Paula Gomes FORP USP 
Do grego: thanatos = morte logos = ciência 
Parte da Medicina Legal que trata da morte, dos 
fenômenos a ela relacionados e da legislação que lhe é 
concernente. 
Conceito de Morte: A legislação brasileira aceita como 
conceito de morte a parada total e irreversível das 
funções vitais que, no entanto, não desaparecem de 
uma só vez. - Morte Encefálica 
IMPLICAÇÕES 
- Retirada de órgãos – TRANSPLANTES 
- Inumação (enterrar) ou Cremação 
- Dissolução de Casamento 
- Sucessão 
- Extinção de Punibilidade (criminal) 
- Seguros e Benefícios 
MORTE NATURAL 
Patológica (cadáver pertence à família) 
- Médico 
- Serviço Verificação de Óbito 
MORTE NÃO-NATURAL 
Homicídio, suicídio, acidentes, mortes suspeitas 
(cadáver pertence ao estado) 
- IML 
SINAIS DE MORTE 
DUVIDOSOS: imobilidade do corpo; perda da 
consciência; insensibilidade geral; suor frio; suspensão 
da respiração; cessação dos batimentos cardíacos; 
ausência de pulso. 
PROVÁVEIS: resfriamento progressivo do corpo; 
paralisia dos esfíncteres; rigidez cadavérica; manchas de 
hipóstases. 
CERTOS: mancha verde abdominal; parada completa e 
prolongada da circulação. 
FENÔMENOS CADAVÉRICOS 
FENÔMENOS ABIÓTICOS IMEDIATOS: perda da 
consciência, insensibilidade, imobilidade, abolição do 
tônus muscular, parada da respiração, parada da 
circulação. 
FENÔMENOS ABIÓTICOS MEDIATOS (algum tempo 
depois – vai evoluindo): perda de peso; ressecamento 
das mucosas; resfriamento do corpo; hipóstase; rigidez 
cadavérica. 
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS: 
- autólise (destruição celular) 
- putrefação (ocorre um aumento de volume do corpo 
devido a formação de gases; A pele torna-se de cor 
verde-enegrecida; O aumento de volume provoca a 
protrusão da língua; Os olhos ficam salientes devido ao 
acúmulo de gases provenientes da decomposição). 
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES: 
- mumificação (tipo de alteração pós-morte que detém, 
em parte, o processo de destruição tissular pela 
decomposição; O ressecamento dos tecidos ocorre em 
condições ambientais de alta temperatura, baixa 
umidade e boa ventilação). 
- saponificação (processo químico que ocorre nas 
gorduras do corpo, que se tornam de cor branco-
acinzentada e consistência amolecida. A saponificação 
ocorre sob condições de alta temperatura e umidade e 
depende da ação de enzimas microbianas). 
Processo de Decomposição: 
Dia 0: Fresco 
Dia 1: Inchado 
Dia 3: Decomposição Ativa 
Dia 7: Putrefação 
Dia 15: Esquelitização 
Quesitos no Exame Tanatológico 
Houve morte? 
Qual a sua causa? 
Qual o instrumento ou meio que a produziu? 
A morte foi produzida com emprego de veneno, fogo, 
explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou 
de que podia resultar perigo comum? 
CRONOTANATOGNOSE 
Presuntivos Suposição 
Parada Cardíaca 
Parada Respiratória 
Desmaios 
Consecutivos 
Resfriamento Cadavérico 
Livores Cadavéricos ou Manchas de Hipóstase 
Transformativos 
Conservativos 
Maceração 
Específica/ Cons. 
Feto no Útero 
Mumificação 
Ressecamento 
do cadáver 
Saponificação 
Transf. Gord de 
pele em sabão 
Destrutivos 
(putrefativos) 
Mancha Verde Abdominal 
Produção de 
Gases 
Cadáver tende a 
inchar 
Colignação 
Desprendimento 
massa musc. 
Esquelitização 
Aspecto de 
caveira 
 
Rigidez Cadavérica De 1 a 2 horas 
Resfriamento Cadavérico 
Perda de 1°C nas 3 primeiras 
horas, após 1°C a cada hora 
Livores Cadavéricos 
Surgem em 2 horas e fixam-se 
em 24 horas 
Mancha verde abdominal Surgem em 14 horas 
Fase gasosa Começa em 72 horas 
Colignação 26 meses 
Esquelitização 36 meses 
Exemplos: 
- Opacificação da córnea (indica sinal da morte) 
- Livor de hipóstase em cadáver que permaneceu em 
decúbito ventral 
- Circulação póstuma em cadáver de cerca de 72 horas 
do óbito 
NECROPSIA 
-Todas as descobertas devem ser descritas na 
necropsia. 
-Realizar registro fotográfico. 
TANATOLOGIA FORENSE 
Maria Paula Gomes FORP USP 
-O dado mais importante é a determinação da causa da 
morte. 
FINALIDADES: 
-Identificação do corpo. 
-Determinar a causa da morte. 
-Determinar o meio ou instrumento que a produziu. 
-Determinar o tempo de morte. 
-Se houve luta, existência de ato libidinoso, tortura 
prévia, asfixia, etc. 
MATERIAL QUE PODE SER COLETADO E ANALISADO: 
-Sangue: testes toxicológicos, tipagem sanguínea e 
testes de DNA. 
-Urina: testes toxicológicos (drogas de abuso). 
-Swabs (anal, vaginal, oral): coleta de fluidos. 
-Material externo (cabelos, fragmentos): qualquer 
material suspeito deve ser coletado. 
-Roupas: materiais de vestuário devem ser secos e 
empacotados. 
-Cabelo: retirados de mais de um local. 
-Humor vítreo – globo ocular: excelente em testes 
toxicológicos (álcool). 
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA: 
Art. 162 (CPP) - A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) 
horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela 
evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser 
feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. 
Parágrafo Único: Nos casos de morte violenta, bastará o 
simples exame externo do cadáver, quando não houver 
infração penal que apurar, ou quando as lesões 
externas permitirem precisar a causar da morte e não 
houver necessidade de exame interno para verificação 
de alguma circunstância relevante. 
INSPEÇÃO EXTERNA 
VISUM ET REPERTUM – ver e repercutir 
Utilizar material de proteção individual. 
Descrever as vestes. 
Mencionar: sexo, altura, idade, cabelo, sinais 
particulares. 
Estado do cadáver: rigidez, putrefação. 
Exames por segmentos: descrever lesões (regiões, tipo, 
extensão). 
INSPEÇÃO INTERNA 
VISUM ET REPERTUM 
Abertura da caixa craniana, da caixa torácica, da 
cavidade abdominal. 
Abertura e/ou exploração de qualquer outro segmento 
corporal que seja importante para esclarecimentos. 
ATENÇÃO! 
=>Evitar conclusões precipitadas. 
=>Observar todas as informações. 
=>Descrever as lesões por regiões. 
=>Verificar tempo de morte. 
=>Não remover objetos na inspeção externa.

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