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Qualidade naQualidade na
Construção CivilConstrução Civil
11
 Antonio Carlos da Fonseca Br Antonio Carlos da Fonseca Bragança Pinheiroagança Pinheiro
Marcos CrivelaroMarcos Crivelaro
Qualidade naQualidade na
Construção CivilConstrução Civil
1ª Edição1ª Edição
22 Qualidade na Construção CivilQualidade na Construção Civil
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Pinheiro, Antonio Carlos da Fonseca BragançaPinheiro, Antonio Carlos da Fonseca Bragança
Qualidade na cQualidade na construção construção civil / Anivil / Antonio Carlos tonio Carlos da Fonseca da Fonseca Bragança PinheiroBragança Pinheiro, Marcos Crivelaro, Marcos Crivelaro -- 1. ed. -- São Paulo : -- 1. ed. -- São Paulo :
Érica, 2014.Érica, 2014.
BibliograaBibliograa
ISBNISBN 978-85-365-0947-1978-85-365-0947-1
1.1. Construção civConstrução civil 2. Construção civil 2. Construção civil - Controle dil - Controle daa qualidade 3. Construção civil - Materiais 4.  qualidade 3. Construção civil - Materiais 4. Construção civil - OrçamentosConstrução civil - Orçamentos
5.5. Indústria de constIndústria de construção civil - Administrução civil - Administração I.ração I. CrivelaroCrivelaro,, MarcosMarcos. II. Título.. II. Título.
14-03959 CDD-690.09214-03959 CDD-690.092
Índices para catálogo Índices para catálogo sistemáticosistemático::
1.1. Construção civil : Mão-de-oConstrução civil : Mão-de-obra : Qualicação : Tecnologia 690.092bra : Qualicação : Tecnologia 690.092
Copyright © 2014 da Editora Érica Ltda.Copyright © 2014 da Editora Érica Ltda.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem prévia autorizaçãoTodos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem prévia autorização
da Editora Érica. A violação dos direitos autorais é crime da Editora Érica. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.
Coordenação Coordenação Editorial: Editorial: Rosana Rosana Arruda Arruda da da SilvaSilva
 Aquisições:  Aquisições: Alessandra BorgesAlessandra Borges
Capa: Capa: Maurício Maurício S. S. de de FrançaFrança
Edição Edição de de TTexto: exto: Beatriz Beatriz M. M. Carneiro, Carneiro, Bonie Bonie Santos, Santos, Silvia Silvia CamposCampos
Revisão Revisão e e Preparação Preparação de de TTexto: exto: Davi Davi MirandaMiranda
Produção Produção Editorial: Editorial: Adriana Adriana Aguiar Aguiar Santoro, Santoro, Dalete Dalete Oliveira, Oliveira, Graziele Graziele Liborni,Liborni, Laudemir Marinho dos Santos Laudemir Marinho dos Santos
Editoração:Editoração:
Produção Digital:Produção Digital:
Rosana Aparecida Alves dos Santos, Rosemeire CavalheiroRosana Aparecida Alves dos Santos, Rosemeire Cavalheiro
Triall Composição Editorial Ltda.Triall Composição Editorial Ltda.
 Alline Bullara Alline Bullara
Os Autores e a Editora acreditam que todas Os Autores e a Editora acreditam que todas as informações aqui apresentadas estão corretas e podem ser utilizadas para qualquer m legal.as informações aqui apresentadas estão corretas e podem ser utilizadas para qualquer m legal.
Entretanto, não existe qualquer garantia, explícita ou implícita, de que o uso de tais informações conduzirá sempre ao resultado desejado.Entretanto, não existe qualquer garantia, explícita ou implícita, de que o uso de tais informações conduzirá sempre ao resultado desejado.
Os nomes de sites e empresas, porventura mencionados, foram utilizados apenas para ilustrar os exemplos, não tendo vínculo nenhum comOs nomes de sites e empresas, porventura mencionados, foram utilizados apenas para ilustrar os exemplos, não tendo vínculo nenhum com
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Conteúdo adaptado ao Novo Acordo Ortográco da Língua Portuguesa, em Conteúdo adaptado ao Novo Acordo Ortográco da Língua Portuguesa, em execução desde 1º de janeiro de execução desde 1º de janeiro de 2009.2009.
A ilustração de capa e algumas imagens de miolo foram retiradas de <www.shutterstock.com>, empresa com a qual se mantém contratoA ilustração de capa e algumas imagens de miolo foram retiradas de <www.shutterstock.com>, empresa com a qual se mantém contrato
ativo na data de publicação do livro. Outras foram obtidas da Coleção MasterClips/MasterPhotos© da IMSI, 100 Rowland Way, 3rd oorativo na data de publicação do livro. Outras foram obtidas da Coleção MasterClips/MasterPhotos© da IMSI, 100 Rowland Way, 3rd oor
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Contato com o Contato com o editorial: editorial@editoraerica.ceditorial: editorial@editoraerica.com.brom.br
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Fone: (11) 2295-3066 - Fax: (11) 2097-4060Fone: (11) 2295-3066 - Fax: (11) 2097-4060
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3
Agradecimentos
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) – autarquia ede-
ral de ensino gratuito – que, pelo exercício do magistério, nos permitiu a aquisição de experiência
docente e a convivência com alunos do curso técnico de nível médio em Edi�cações.
Ao centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS), que, por meio das
Escolas Técnicas Estaduais (ETEC) Getúlio Vargas, Guaracy Silveira e Martin Luther King e da
Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec-SP) – instituições paulistas de ensino gratuito –, pos-
sibilitou-nos aprimoramento pro�ssional mediante a prática docente exercida no ensino tecnológico
em cursos de Construção Civil.
Ao corpo docente das instituições citadas, pelo convívio repleto de alegria e troca de conheci-
mentos.
Às empresas do setor privado ornecedoras de materiais e prestadoras de serviços, que sempre
colaboraram em palestras, minicursos e doações voluntárias.
Às instituições de ensino e pesquisa, que permitiram a obtenção de titulaçãona graduação e
no stricto sensu: Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo (EPUSP) e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen-USP).
4 Qualidade na Construção Civil
Sobre os autores
Antonio Carlos da Fonseca Bragança Pinheiro é bacharel em Engenharia Civil pela Universida-
de Presbiteriana Mackenzie e doutor em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo (EPUSP). Na área de construção civil, foi chefe de departamento de projetos, geren-
te de engenharia e diretor técnico. Foi professor e diretor da Escola de Engenharia da Universida-
de Presbiteriana Mackenzie, diretor de campus, coordenador e docente na área de construção civil
do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). É docente da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec-SP),
da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid) e da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul).
Marcos Crivelaro é bacharel em Engenharia Civil pela EPUSP e pós-doutor em Engenharia de
Materiais pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares de São Paulo (Ipen-USP). Na área
de construção civil, foi diretor de engenharia e planejamento de obras residenciais e comerciais de
grande porte. É professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
(IFSP), da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec-SP) e da Faculdade de Informática e
Administração Paulista (FIAP). É também pesquisador e orientador no curso de mestrado do
Centro Paula Souza.
5
Sumário
Capítulo 1 - História da Qualidade ..........................................................................................9
1.1 Introdução à qualidade...................................................................................................................................9
1.2 A qualidade no Brasil ......................................................................................................................................... 15
Agora é com você! ...............................................................................................................................................20
Capítulo 2 - Qualidade nas Edificações do Mundo Antigo ................................................ 21
2.1 A natureza da qualidade...............................................................................................................................21
2.2 Qualidade no Egito antigo ......................................................................................................................24
2.3 Qualidade nas dinastias chinesas ................................................................................................................28
2.4 Qualidade no Império Romano .............................................................................................................34
Agora é com você! ...............................................................................................................................................40
Capítulo 3 - Normas ISO – Evolução e Descrição ........................................................... 41
3.1 Origem e objetivos das normas ISO ...........................................................................................................41
3.1.1 Crescimento econômico ......................................................................................................................42
3.1.2 Igualdade social ....................................................................................................................................43
3.1.3 Integridade ambiental ..........................................................................................................................43
3.2 Família ISO 9000 – qualidade .....................................................................................................................43
3.2.1 Origem da amília ISO 9000 ...............................................................................................................43
3.2.2 Normas componentes da amília NBR ISO 9000.............................................................................44
3.2.3 Beneícios da utilização da norma NBR ISO 9001:2008 .................................................................46
3.2.4 Critérios para normalização de procedimentos ...............................................................................47
3.2.5 Terminologia básica da NBR ISO 9000 .............................................................................................48
3.3 ISO 14000 – meio ambiente.........................................................................................................................48
3.3.1 Comitê brasileiro de gestão ambiental (ABNT/CB-38) ..................................................................51
3.3.2 Relação e intenções das normas ISO 14000 ......................................................................................57
3.3.3 De�nições e diretrizes para uso da NBR ISO 14001........................................................................58
3.4 OHSAS 18000 – saúde e segurança do trabalhador .................................................................................60
Agora é com você! ...............................................................................................................................................62
Capítulo 4 - Programas e Políticas da Qualidade na Construção Civil............................... 63
4.1 Histórico da qualidade na construção civil ...............................................................................................63
4.2 Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H) .........................................65
4.3 Programa da Qualidade da Construção Habitacional (QUALIHAB) ..................................................69
4.3.1 Comitê de Projetos e Obras (CPO)....................................................................................................70
6 Qualidade na Construção Civil
4.3.2 Comitê de Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos (CMCS) ........................................72
4.3.3 Programa de Qualidade de Obras Públicas (QUALIOP) ...............................................................74
4.4 Programa Mineiro da Qualidade e Produtividade no Habitat (PMQP-H) ...........................................75
Agora é com você! ...............................................................................................................................................78
Capítulo 5 - Qualidade no Canteiro de Obras ................................................................. 79
5.1 Ações da qualidade em serviços no canteiro de obras .............................................................................79
5.2 Cadeia produtiva na construção civil .........................................................................................................95
5.2.1 Etapas do processo de produção de edi�cações ...............................................................................96
5.2.2 Agentes envolvidos na cadeia produtiva da construção de edi�cações ........................................97
5.2.3 Setores da cadeia de produção de edi�cações ..................................................................................98
Agora é com você! .............................................................................................................................................100
Capítulo 6 - Qualidade no Projeto de Obras de Edificações ............................................ 101
6.1 A dinâmica em obras de edi�cações ........................................................................................................101
6.2 O planejamento da execução de obras de edi�cações ............................................................................102
6.3 Ferramentas de gestão da qualidade.........................................................................................................1026.3.1 Diagrama de Pareto ...........................................................................................................................102
6.3.2 Diagrama de causa e eeito ................................................................................................................103
6.3.3 Fluxograma .........................................................................................................................................104
6.3.4 Ciclo PDCA ........................................................................................................................................104
6.3.5 Folha de veri�cação...........................................................................................................................105
Agora é com você! .............................................................................................................................................106
Capítulo 7 - Gestão de Resíduos na Construção de Edificações ..................................... 107
7.1 Impactos ambientais ...................................................................................................................................107
7.2 Greenhouse Gas Protocol (GHG) .............................................................................................................108
7.3 Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) ...............................................109
7.4 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) .........................................................................113
7.5 Quali�cação de ornecedores ....................................................................................................................115
Agora é com você! .............................................................................................................................................116
Bibliografia ..........................................................................................................117
7
Apresentação
O livro Qualidade na Construção Civil é de undamental importância para estudantes e pro�s-
sionais que desejam realizar o planejamento e apropriar os custos de obras de edi�cações.
No Capítulo 1, História da Qualidade, é realizada uma introdução à qualidade, apresenta a
importância da qualidade para as relações comerciais. Logo em seguida, é apresentada a história dos
programas da qualidade no Brasil.
O Capítulo 2, Qualidade nas Edi�cações do Mundo Antigo, apresenta a natureza da qualidade
e a qualidade no Egito antigo, nas dinastias chinesas e no Império Romano.
No Capítulo 3, Normas ISO - Evolução e Descrição, apresenta a origem e os objetivos das nor-
mas ISO. É apresentada a amília ISO 9000, sua origem, suas normas componentes, os beneícios de
sua utilização, seus critérios para normalização de procedimentos e a terminologia básica. Também,
apresenta a NBR ISO 14000 (meio ambiente), o comitê brasileiro de gestão ambiental ABNT/CB 38,
a relação e intenções das normas ISO 14000 e as de�nições e diretrizes para uso da NBR ISO 14001.
Também é apresentada a OHSAS 18000 (saúde e segurança do trabalhador).
O Capítulo 4, Programas e Políticas da Qualidade na Construção Civil, apresenta o
histórico da qualidade na construção civil, o Programa Brasileiro da  Qualidade e Produtividade
no Habitat (PBQP-H), o Programa da Qualidade da Construção Habitacional (QUALIHAB), o
Comitê de Projetos e Obras (CPO), o Comitê de Materiais, Componentes e Sistemas
Construtivos (CMCS) e o Programa de Qualidade de Obras Públicas (QUALIOP). Também é
apresentado o Programa Mineiro da Qualidade e Produtividade no Habitat (PMQO-H).
O Capítulo 5, Qualidade no Canteiro de Obras, apresenta as ações da qualidade em serviços
no canteiro de obras e a cadeia produtiva da construção civil.
O Capítulo 6, Qualidade no Projeto de Obras de Edi�cações, apresenta a dinâmica em obras
de edi�cações e o planejamento da execução de obras de edi�cações. Também erramentas de gestão
da qualidade: diagrama de Pareto; diagrama de Causa e Eeito; �uxograma; ciclo PDCA; e olha de
 veri�cação.
Finalmente, o Capítulo 7, Gestão de Resíduos na Construção de Edi�cações, apresenta os
impactos ambientais, o Greenhouse Gas Protocol (GHG), o Programa de Gerenciamento de Resí-
duos da Construção Civil (PGRCC) e o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS).
Também a quali�cação de ornecedores (prestadores de serviço, transportadoras e recebedores de
resíduos).
Os autores
8 Qualidade na Construção Civil
9
1
História da
Qualidade
Este capítulo tem por objetivo apresentar as origens da qualidade nas atividades do homem, bem
como de�nir seus conceitos básicos ao longo da história.
Para começar
1.1 Introdução à qualidade
No início do século XXI, a qualidade pode ser entendida como uma necessidade e uma exi-
gência social. A necessidade – como o ornecimento de água potável ou o ar que respiramos, em
condições adequadas à saúde do homem – deve ser estendida a toda a população.
O grau de exigência, por sua vez, está ocado no consumidor, isto é, devem-se oerecer produ-
tos ou serviços que superem as suas expectativas. A qualidade de um produto está diretamente rela-
cionada à sua concepção, às necessidades do consumidor e ao preço a ser pago.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 estabelece que o Estado deve promover, na forma da lei, a
defesa do consumidor.
Fique de olho!
O conceito sobre qualidade (do latim qualitas) surgiu com o �lósoo grego Aristóteles (384-
322 a.C.); porém, até os dias de hoje ainda não há consenso sobre o seu signi�cado.
10 Qualidade na Construção Civil
Os estudiosos da qualidade, importantes especialistas da segunda metade do século XX, serão
apresentados na sequência, mas já é possível destacar como alguns eles entendiam esse conceito. A
Figura 1.1, por exemplo, apresenta as rases de Deming, Juran, Crosby e Ishikawa.
Deming “melhoria contínua”
“próprio para o uso”
“em conformidade com os requisitos”
“o mais econômico, o mais útil e que
sempre satisfaça o consumidor”
Juran
Crosby
Ishikawa
Figura 1.1 - Frases amosas dos “gurus” da qualidade.
Com certeza, você concorda com as rases apresentadas na Figura 1.1. Todas podem ser iden-
ti�cadas quando, por exemplo, se compra um aparelho celular. A rase de Deming (“melhoria con-
tínua”) demonstra o interesse do consumidor por um aparelho com uma melhor tecnologia, uma
câmera de melhor resolução, com utilização de 4G, dentre outros. A rase de Juran (“próprio para o
uso”) lembra que não adianta possuir um teleone móvel que não az nem recebe chamadas. A rase
de Crosby (“em conormidade com os requisitos”) estabelece que o celular somente unciona utili-
zando determinada aixa de requências. E por �m, a rase de Ishikawa (“o mais econômico, o mais
útil e que sempre satisaça o consumidor”) alerta que nem sempre o mais caro e o mais moderno
satisazem o consumidor. Continuando no exemplo do celular, a possibilidade de usar simultanea-
mente dois chips de operadoras distintas não está presente nos celulares top de linha.
Em termos gerais, a prática da qualidade deve ser uma �loso�a organizacional, expressa por
meio de ações que ocalizem o processo produtivo e que busquem a vantagem competitiva a longo
prazo. Mas como conseguir isso? A melhoria contínua, o respeito, a participação e a con�ança de
todos os ornecedores, clientes e colaboradores são as atitudes necessárias. O conjunto de processos
que determinam a excelência de um produto ou serviço é denominado Gestão para a Qualidade
Total (GQT), Gerência da Qualidade Total (GQT) ou Controle de Qualidade Total (CQT). Essas
siglas surgiram no período após a Segunda Guerra Mundial. Nessa época era necessário abricar
armas em grande quantidade e que não alhassem perante o conronto com o inimigo.
Entretanto, quando teve início a concepção da qualidade?  Como isso aconteceu? Provavel-
mente com os primeiros seres humanos, que tinham que caçar (e não sercaçados) para a subsis-
tência de suas amílias. Os caçadores mais hábeis e com os melhores instrumentos garantiam a
melhor caça. Assim, intrinsecamente eles sabiam o que era qualidade para ter sucesso na caçada e
se manter vivos. A Figura 1.2 (a) apresenta a caricatura de dois homens pré-históricos carregando
sua caça e (b) apresenta �guras rupestres marcadas em cavernas rochosas mostrando os hábitos e
as práticas de caça.
1111História da QualidadeHistória da Qualidade
   M   M
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   t   t   t   t
   h   h
  e  e
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   /   /   S   S
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(a) (a) (b)(b)
Figura 1.2Figura 1.2 -- (a)(a) Caça sendo carregada e Caça sendo carregada e (b) (b) ilustrações pré-históricas em rochas  ilustrações pré-históricas em rochas (pinturas rupestres).(pinturas rupestres).
Avançando na linha do tempo, nos séculos XVIII e XIX, a qualidade era controlada pelosAvançando na linha do tempo, nos séculos XVIII e XIX, a qualidade era controlada pelos
artesãos, que abricavam seus arteatos. Eles escolhiam a matéria-prima e realizavam todas as etapas doartesãos, que abricavam seus arteatos. Eles escolhiam a matéria-prima e realizavam todas as etapas do
processo construtivo, bem como a venda de seus produtos. Se durante o processo produtivo ocorressemprocesso construtivo, bem como a venda de seus produtos. Se durante o processo produtivo ocorressem
erroerros de s de abricação, eles mesmos percebiam e corrigiam.abricação, eles mesmos percebiam e corrigiam.
A partir da Revolução Industrial, a necessidade de produção em grande escala ocasionouA partir da Revolução Industrial, a necessidade de produção em grande escala ocasionou
a troca dos artesãos por mão de obra não especializada auxiliada por máquinas de grande porte,a troca dos artesãos por mão de obra não especializada auxiliada por máquinas de grande porte,
movidas a vapor. James Watt, construtor de instrumentos cientí�cos, destacou-se pelos melhora-movidas a vapor. James Watt, construtor de instrumentos cientí�cos, destacou-se pelos melhora-
mentos que introduziu no motor a vapor, que se constituíram um passo undamental para a Revolu-mentos que introduziu no motor a vapor, que se constituíram um passo undamental para a Revolu-
ção ção IndustIndustrial.rial.
A Revolução Industrial oi a transição para novos processos de manuatura (trabalhos comA Revolução Industrial oi a transição para novos processos de manuatura (trabalhos com
máquinas) no período entre 1760 e máquinas) no período entre 1760 e 1840. Essa transormação incluiu a abricação de novos produt1840. Essa transormação incluiu a abricação de novos produtosos
químicos, os novos processos de produção de erro, a maior e�ciência da energia da água e o usoquímicos, os novos processos de produção de erro, a maior e�ciência da energia da água e o uso
crescente da energia a vapor. A primeira atividade abril de mecanização oi a abricação de tecidos.crescente da energia a vapor. A primeira atividade abril de mecanização oi a abricação de tecidos.
Teares de grande capacidade produtiva oram desenvolvidos na Europa, Estados Unidos e Japão.Teares de grande capacidade produtiva oram desenvolvidos na Europa, Estados Unidos e Japão.
A Figura 1.3 A Figura 1.3 mostra tecelões peruanos coneccionandmostra tecelões peruanos coneccionando tapetes e apresenta um selo comemora-o tapetes e apresenta um selo comemora-
tivo com a ilustração representando James Watt e a máquina a vapor.tivo com a ilustração representando James Watt e a máquina a vapor.
   E   E
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(a) (a) (b)(b)
Figura 1.3 -Figura 1.3 - (a)(a) Trabalh Trabalho manual de artesãos eo manual de artesãos e (b)(b) trabalho mecanizad trabalho mecanizado utilizando vapor.o utilizando vapor.
1212 Qualidade na Construção CivilQualidade na Construção Civil
O aumento de escala da produção introduziu o chamadoO aumento de escala da produção introduziu o chamado controle da qualidade,controle da qualidade, com o obje- com o obje-
tivo principal de evitar os custos do retrabalho. Inicialmente com oco na inspeção do produto �nal,tivo principal de evitar os custos do retrabalho. Inicialmente com oco na inspeção do produto �nal,
o controle da qualidade evoluiu com a adoção da inspeção em dierentes etapas do processo produ-o controle da qualidade evoluiu com a adoção da inspeção em dierentes etapas do processo produ-
tivo, como o controle estatístico da qualidade, as cartas de controle, dentre outros. Todavia, o con-tivo, como o controle estatístico da qualidade, as cartas de controle, dentre outros. Todavia, o con-
trole da qualidade tinha ênase na detecção de deeitos ou alhas. O distanciamento entre quem pro-trole da qualidade tinha ênase na detecção de deeitos ou alhas. O distanciamento entre quem pro-
duzia e quem consumia e a segmentação do controle da qualidade, como consequência da produçãoduzia e quem consumia e a segmentação do controle da qualidade, como consequência da produção
seriada, diluíram a responsabilidade pela qualidade e os problemas com a qualidade dos produtosseriada, diluíram a responsabilidade pela qualidade e os problemas com a qualidade dos produtos
surgiram com maior intensidade.surgiram com maior intensidade.
A produção em grande escala, proporcionada pelas grandes máquinas, precisava de traba-A produção em grande escala, proporcionada pelas grandes máquinas, precisava de traba-
lhadores integrados a esse novo cenário. Esse movimento, conhecido como taylorismo, procuravalhadores integrados a esse novo cenário. Esse movimento, conhecido como taylorismo, procurava
aliar o máximo de produção e rendimento ao mínimo de tempo e de atividade. Elaborado peloaliar o máximo de produção e rendimento ao mínimo de tempo e de atividade. Elaborado pelo
engenheiro e economista americano Frederick W. Taylor (1856-1915), tal sistema promoveu grandeengenheiro e economista americano Frederick W. Taylor (1856-1915), tal sistema promoveu grande
racionalização do trabalho e alta produtividade, por meio do trabalho em série. E a qualidade? Naracionalização do trabalho e alta produtividade, por meio do trabalho em série. E a qualidade? Na
maioria dos casos, ocorria maioria dos casos, ocorria uma diminuição da qualidade dos produtos.uma diminuição da qualidade dos produtos.
No início do século XX, o norte-americano Henry Ford undou a Ford Motor Company eNo início do século XX, o norte-americano Henry Ford undou a Ford Motor Company e
inventou a montagem em série, produzindo grande quantidade de automóveis em menos tempoinventou a montagem em série, produzindo grande quantidade de automóveis em menos tempo
e a um menor custo. Seu modelo Ford T, lançado em 1908, promoveu uma revolução nos trans-e a um menor custo. Seu modelo Ford T, lançado em 1908, promoveu uma revolução nos trans-
portes e na indústria dos Estados Unidos. Tratava-se de um veículo con�ável, robusto, seguro,portes e na indústria dos Estados Unidos. Tratava-se de um veículo con�ável, robusto, seguro,
simples de dirigir e principalmente barato. Sua abricação tomou novo rumo em 1913, quandosimples de dirigir e principalmente barato. Sua abricação tomou novo rumo em 1913, quando
Ford baseou-se nos processos de produção dos revólveres Colt e das máquinas de costura Singer,Ford baseou-se nos processos de produção dos revólveresColt e das máquinas de costura Singer,
para criar a linha de montagem e a produção em série, proporcionando outra revolução, dessa vezpara criar a linha de montagem e a produção em série, proporcionando outra revolução, dessa vez
na indústria automobilística.na indústria automobilística.
A Figura 1.4 apresenta um selo comemorativo com a imagem de Henry Ford com o modeloA Figura 1.4 apresenta um selo comemorativo com a imagem de Henry Ford com o modelo
Ford T ao undo e uma otogra�a do modelo Ford T.Ford T ao undo e uma otogra�a do modelo Ford T.
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(a) (a) (b)(b)
Figura 1.4 -Figura 1.4 - (a)(a) Selo comemorativo com imagem de Henry  Selo comemorativo com imagem de Henry Ford eFord e (b)(b) modelo Ford T. modelo Ford T.
Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a situação de ocorrências de inúmeros deei-situação de ocorrências de inúmeros deei-
tos em produtos militares e bélicos levou muitos estudiosos a buscar soluções cientí�cas. A publicação,tos em produtos militares e bélicos levou muitos estudiosos a buscar soluções cientí�cas. A publicação,
1313História da QualidadeHistória da Qualidade
de 1931, intituladade 1931, intitulada Economic Control of Manufactured ProductsEconomic Control of Manufactured Products, do matemático americano W. A., do matemático americano W. A.
Shewart, revolucioShewart, revolucionou os princípios da qualidade, porque pela primeira vez nou os princípios da qualidade, porque pela primeira vez a qualidade oi abordadaa qualidade oi abordada
com um caráter cientí�co, utilizandcom um caráter cientí�co, utilizando-se os princípios da o-se os princípios da probabilidade e da estatística para probabilidade e da estatística para inspecio-inspecio-
nar a produção.nar a produção.
No início da Segunda Guerra Mundial (1939), houve uma grande conversão das indústriasNo início da Segunda Guerra Mundial (1939), houve uma grande conversão das indústrias
para a abricação de produtos militares com qualidade e dentro dos prazos. O período seguinte ao �mpara a abricação de produtos militares com qualidade e dentro dos prazos. O período seguinte ao �m
da Segunda Guerra Mundial (1945) trouxe o controle de processos. Esse tipo de controle engloba todada Segunda Guerra Mundial (1945) trouxe o controle de processos. Esse tipo de controle engloba toda
a produção, desde o projeto até o acabamento. No período pós-guerra, os japoneses decidiram partira produção, desde o projeto até o acabamento. No período pós-guerra, os japoneses decidiram partir
para a industrialização, importando recursos naturais (para a industrialização, importando recursos naturais (commoditiescommodities)) e exportando produtos manuatu-e exportando produtos manuatu-
rados. Seria necessário qualidade, preço e abricação e�ciente, bem como importar conhecimento. Porrados. Seria necessário qualidade, preço e abricação e�ciente, bem como importar conhecimento. Por
isso, em 1950 chegou ao Japão o proessor W. Edwards Deming, levando um método de controle esta-isso, em 1950 chegou ao Japão o proessor W. Edwards Deming, levando um método de controle esta-
tístico do processo. Esta época oi considerada o apogeu do controle estatístico da qualidade. Demingtístico do processo. Esta época oi considerada o apogeu do controle estatístico da qualidade. Deming
criou uma lista criou uma lista de 14 pontos undamentais para a implantação da qualidade:de 14 pontos undamentais para a implantação da qualidade:
»» 11oo princípio: princípio: estabeleça constância de propósitos para a melhoria do produto e do serviço, estabeleça constância de propósitos para a melhoria do produto e do serviço,
objetivando tornar-se competitivo e manter-se em atividade, bem como criar emprego,objetivando tornar-se competitivo e manter-se em atividade, bem como criar emprego,
»» 22oo princípio: princípio: adote a nova �loso�a. A  adote a nova �loso�a. A administração ocidental deve acordar para o administração ocidental deve acordar para o desa�odesa�o,,
conscientizar-se de suas responsabilidades,conscientizar-se de suas responsabilidades,
»» 33oo princípio: princípio:  deixe de depender da inspeção para atingir a qualidade. Elimine a neces-  deixe de depender da inspeção para atingir a qualidade. Elimine a neces-
sidade de inspeção em massa, introduzindo a qualidade no produto desde seu primeirosidade de inspeção em massa, introduzindo a qualidade no produto desde seu primeiro
estágio,estágio,
»» 44oo  princípio:  princípio:  cesse a prática de aprovar orçamentos com base no preço. Em vez disso,  cesse a prática de aprovar orçamentos com base no preço. Em vez disso,
minimize o custo total. Desenvolva um único ornecedor para cada item, em relaciona-minimize o custo total. Desenvolva um único ornecedor para cada item, em relaciona-
mento de longo prazo undamentado na lealdade mento de longo prazo undamentado na lealdade e na e na con�ança,con�ança,
»» 55oo princípio: princípio: melhore constantemen melhore constantemente o sistema te o sistema de produção e de de produção e de prestação de serviços prestação de serviços dede
modo a melhorar a qualidade e a produtividade e, consequentemente, reduzir de ormamodo a melhorar a qualidade e a produtividade e, consequentemente, reduzir de orma
sistemática os custos,sistemática os custos,
»» 66oo princípio: princípio: institua treinamento no local de trabalho, institua treinamento no local de trabalho,
»» 77oo princípio: princípio:  institua liderança. O objetivo da che�a deve ser o de ajudar as pessoas, as  institua liderança. O objetivo da che�a deve ser o de ajudar as pessoas, as
máquinas e os dispositivos a máquinas e os dispositivos a executarem um trabalho melhorexecutarem um trabalho melhor. A che�a . A che�a administrativa estáadministrativa está
necessitando de uma revisão necessitando de uma revisão geral tanto quanto a che�a dos geral tanto quanto a che�a dos trabalhadores de produção,trabalhadores de produção,
»» 88oo  princípio:  princípio:  elimine o medo, de orma que todos trabalhem de modo e�caz para a  elimine o medo, de orma que todos trabalhem de modo e�caz para a
empresa,empresa,
»» 99oo princípio: princípio: elimine as barreiras entre os departamentos. As pessoas engajadas em pes- elimine as barreiras entre os departamentos. As pessoas engajadas em pes-
quisas, projetos, vendas e produção devem trabalhar em quisas, projetos, vendas e produção devem trabalhar em equipe, de modo equipe, de modo a prever proble-a prever proble-
mas de produção e de mas de produção e de utilização do produto ou serviço,utilização do produto ou serviço,
»» 1010oo princípio: princípio: elimine lemas, exortações e metas para a mão de obra que exijam nível zero elimine lemas, exortações e metas para a mão de obra que exijam nível zero
de alhas e estabeleçam novos níveis produtividade. Tais exortações apenas geram inimi-de alhas e estabeleçam novos níveis produtividade. Tais exortações apenas geram inimi-
zades, visto que o grosso das causas da baixa qualidade e da baixa produtividade encon-zades, visto que o grosso das causas da baixa qualidade e da baixa produtividade encon-
tra-se no sistema, estando, portanto, ora do alcance dos trabalhadores,tra-se no sistema, estando, portanto, ora do alcance dos trabalhadores,
14 Qualidade na Construção Civil
» 11o princípio: elimine padrões de trabalho (quotas) na linha de produção. Substitua-os
pela liderança; elimine o processo de administração por objetivos. Elimine o processo de
administração por ciras e por objetivos numéricos.Substitua-os pela administração por
processos por meio do exemplo de líderes,
» 12o princípio: remova as barreiras que privam o operário horista de seu direito de orgu-
lhar-se de seu desempenho. A responsabilidade dos chees deve ser mudada de números
absolutos para a qualidade. Remova as barreiras que privam as pessoas da administra-
ção e da engenharia de seu direito de orgulhar-se de seu desempenho. Isso signi�ca a
abolição da avaliação anual de desempenho ou de mérito, bem como da administração
por objetivos,
» 13o princípio: institua um orte programa de educação e autoaprimoramento,
» 14o princípio: engaje todos da empresa no processo de realizar a transormação. A trans-
ormação é da competência de todo mundo (DEMING, 1990).
Em 1954, o engenheiro Joseph M. Juran também oi ao Japão ensinar qualidade e colaborou
na criação da JUSE (Japanese Union o Scientists and Engineers) para acompanhar e desenvolver as
normas da qualidade.
No �nal dos anos 1950 e no início dos anos 1960, Kaoru Ishikawa aprendeu os princípios do
controle estatístico da qualidade desenvolvido por Deming e Juran. Seu papel-chave ocorreu no
desenvolvimento de uma estratégia especi�camente japonesa da qualidade. A característica japonesa
é a ampla participação na qualidade, não somente de cima para baixo, dentro da organização, mas
igualmente começando e terminando no ciclo de vida de produto. Em conjunto com a JUSE, em
1962, Ishikawa introduziu o conceito de Círculo de Qualidade. Em 1982, criou o Diagrama de Causa
e Eeito, também conhecido como Diagrama de Ishikawa, erramenta poderosa que acilmente
pudesse ser usada por não especialistas para analisar e resolver problemas.
A Figura 1.5 apresenta munição utilizada durante a Segunda Guerra Mundial, que oi uma
das preocupações do desenvolvimento dos procedimentos da Qualidade e o desembarque de tropas
americanas, durante esse mesmo con�ito, em uma ilha do Oceano Pací�co, ocasião em que a qua-
lidade dos armamentos e equipamentos – que estavam molhados – deveria garantir seu unciona-
mento ao chegarem a terra �rme.
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(a) (b)
Figura 1.5 - (a) Munição de guerra e (b) desembarque de soldados.
15História da Qualidade
Philip B. Crosby �cou conhecido, na década de 50, pela rase “A qualidade é grátis”. O livro
assim denominado teve tanto sucesso que Crosby estabeleceu a sua própria empresa de consultoria
e undou um colégio para a qualidade, na Flórida. Os dois pilares das suas obras são o “azer bem
à primeira” e a �loso�a de “zero deeito” (pressupõe que a empresa não parte do princípio de que
haverá erros de abricação).
Novamente motivada por um con�ito, a Guerra da Coreia (década de 1960), a indústria bélica
americana se destacou com o programa “zero deeito”, criado por Philip Crosby. Paralelamente, nesse
período, no Japão oram desenvolvidos os Círculos de Controle de Qualidade por Kaoru Ishikawa.
Nas décadas que seguiram até a virada do século XX para o século XXI, os Estados Unidos e o Japão
representavam as maiores potências no processo da qualidade, porém deendiam enoques estratégi-
cos dierentes. Os EUA investiram na visão de mercado e nas necessidades do consumidor; o Japão
cresceu investindo na melhoria contínua de seus processos. A década de 1990 marcou o início da
utilização das normas ISO 9000 sobre modelo de garantia da qualidade. A versão 2000 da ISO 9000
ampliou sua abordagem e trata agora de Sistema de Gestão da Qualidade (NBR ISO 9001:2000). Isso
permitiu ormar um único sistema: o Sistema Integrado de Gestão (SIG), que é a gestão integrada de
todos os aspectos da qualidade da empresa.
O Código de Defesa do Consumidor – CDC, foi criado pela Assembleia Nacional Constituinte e apresenta a responsabili-
dade por vício do produto e dos serviços, indicando que os vícios de qualidade se dão por inadequação do bem de con-
sumo à sua destinação, sendo eles aparentes ou ocultos.
Para ler mais sobre o CDC, acesse: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm> e <http://www.idec.org.br/ 
consultas/codigo-de-defesa-do-consumidor>.
Amplie seus conhecimentos
1.2 A qualidade no Brasil
A qualidade no Brasil “desembarcou” na década de 80 impulsionada pela indústria automobi-
lística e seus amosos controles da qualidade implantados nas montadoras e nos seus ornecedores.
Criado na década de 90, o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP) valorizava
a consciência do cidadão enquanto consumidor e a sua exigência por qualidade. O setor privado
também embarcou “nessa moda”, porque, com a abertura da
economia ao mercado internacional, as empresas sentiram a
necessidade de garantir sua sobrevivência, sendo de extrema
necessidade o aumento da produtividade e da qualidade.
Ocorreu inicialmente com a indústria automobilística e poste-
riormente se espalhou em empresas de todos os setores, indús-
trias de transormação e de construção, comércio, serviços,
setor agrícola e inclusive o serviço público.
A Figura 1.6 apresenta o processo automatizado de soldagem da estrutura do automóvel e uma
linha de montagem de uma empresa automobilística.
Cliente é o nome dado a quem compra e
Consumidor  é a denominação de quem
utiliza. Podem ser a mesma pessoa ou
pessoas distintas.
16 Qualidade na Construção Civil
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(a) (b)
Figura 1.6 - (a) Processo robotizado de soldagem e (b) linha de montagem de automóveis.
A qualidade está presente não apenas no setor secundário, a indústria, mas também no setor
primário (agricultura) e terciário (comércio). Aliás, nesses setores, o Brasil possui a liderança em
 vários segmentos de mercado.
O conceito da qualidade evoluiu na agricultura. O conceito antigo da qualidade entende a
palavra qualidade como associada a certas maniestações ísicas mensuráveis no produto. Por exem-
plo: tamanho, peso e aspecto exterior dos produtos hortirutigranjeiros, percentagem de gordura
no leite e produtividade de cereais em kg/ha. O conceito moderno da qualidade entende a palavra
qualidade no seu sentido amplo e dinâmico. Por exemplo: em uma ruta, mais importante que seu
aspecto ou tamanho serão, por exemplo, a quantidade de resíduos tóxicos que ela possui e as altera-
ções da riqueza da vida microbiana do solo, induzidas por aqueles insumos, que acabam se embu-
tindo no processo produtivo.
A Figura 1.7 apresenta o ciclo de engarraamento de um recurso natural, a água. Em (a), a
amostra de água é coletada; em (b), a amostra de água é analisada em laboratório; e em (c), a amos-
tra de água é engarraada sem contato manual por meio de um processo industrial.
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(a) (b) (c)
Figura 1.7 - (a) Coleta da amostra de água, (b) análise laboratorial e (c) engarraamento.
17História da Qualidade
A agricultura no Brasil é responsável pela maior quantidade de recursos monetários vindos do
exterior. Por exemplo, citando o cultivo de tomates: no mundo e no Brasil, são valorizados produtos
alimentícios de qualidade e sem agrotóxicos (plantio orgânico). A Figura 1.8 apresenta uma estua
de cultivo de tomate; um uncionário colhendo tomates; caixas de madeira que dani�cam a superí-
cie do tomate e uma caixa de plástico para armazenamento mais adequado.
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(c) (d)
Figura 1.8 - (a) Plantio, (b) colheita, (c) armazenamento em caixa de madeira
e (d) armazenamento em caixa de plástico.
Esse exemplo demonstra que a qualidade deve estar presente em todas as etapas do processo.
De nada adianta ser cuidadoso na escolha da semente, no cultivo e na colheita e depois descuidar-se
nas etapas de armazenamento e transporte. E perceba que a solução adotada oi simples, sem encare-
cer demasiadamente o preço do produto �nal.
18 Qualidade na Construção Civil
Em 1991, a Fundação Prêmio Nacional da Qualidade (FPNQ) oi criada e, a partir do estudo
de vários modelos de prêmios de excelência, de�niu e passou a conceder anualmente o Prêmio
Nacional da Qualidade (PNQ). Em 2005, a FPNQ tornou-se a Fundação Nacional da Qualidade
(FNQ), cuja missão é propagar os undamentos da excelência em gestão para o aumento da competi-
tividade das organizações e do Brasil.
As empresas que implantaram qualidade apresentaram três conceitos básicos para detectar
deeitos e oportunidades de melhorias:
» a inormação interna e em relação aos concorrentes;
» a redução do tempo de ciclos e processos;
» o acompanhamento e a documentação de tareas e processos.
A prestação de serviço apresenta como característica um contato próximo ao consumidor. De
nada adianta o produto ser de qualidade e a sua exposição à venda não seduzir o cliente. Deve ser
percebido pelo cliente itens como limpeza, organização e atendimento adequado, com gentileza e
ornecimento de inormações sobre o produto.
As pessoas costumam acreditar que a qualidade está relacionada ao produto �nal. No entanto,
na realidade a qualidade deve ser mantida em cada etapa do processo de execução de um serviço,
pois em muitos casos, um material de péssima qualidade pode ocasionar sérios problemas ao con-
sumidor e grandes prejuízos na vida do trabalhador. Por isso, é extremamente importante manter a
qualidade presente no �uxo de todos os procedimentos.
A Figura 1.9 apresenta a preocupação com a qualidade de carnes expostas em um supermer-
cado e apresenta a preocupação com a qualidade de pães rescos recém-saídos do orno.
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(a) (b)
Figura 1.9 - (a) Exposição de carnes rerigeradas (venda de carnes) e
(b) prateleira repleta de pães de orma (venda de pães).
19História da Qualidade
A implantação de um sistema da qualidade total leva tempo, porque revoluciona o conheci-
mento até as bases do nível organizacional, como a educação constante, a permissão para a parti-
cipação e a criatividade, bem como a valorização do ser humano pela política do crescimento e da
qualidade de vida. Desse modo, estabelecer o sistema da qualidade não signi�ca aumentar ou redu-
zir a qualidade dos serviços ou produtos, mas aumentar ou reduzir a certeza de que os requisitos e
as atividades especi�cados sejam cumpridos. Os avanços nas tecnologias de inormática, transportes
e comunicação aumentaram ainda mais a velocidade das mudanças e transormaram o dierencial
competitivo, que passa a ser a rapidez e a competência da empresa em aprender, interagir e respon-
der ao mercado.
A qualidade é um conceito dinâmico e estratégico para as empresas e sociedades. A qualidade de um produto está dire-
tamente relacionada com a percepção das pessoas envolvidas. Isso ocorre desde a sua concepção na fase de projeto, sua
elaboração na etapa de produção, seu nível de desempenho quando de sua utilização como produto final e seu descarte
no pós-utilização.
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Amplie seus conhecimentos
Neste capítulo oi visto como se deu a origem do conceito de qualidade nas atividades do homem,
bem como oram de�nidos seus conceitos básicos ao longo da História. A preocupação com a quali-
dade sempre oi relacionada à sobrevivência do homem, particularmente em situação de guerra, ou em
ambientes mercadológicos.
Vamos recapitular?
20 Qualidade na Construção Civil
gora é com você!
1) Quem apresentou pela primeira vez o conceito da qualidade?
2) Quando oi criado o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP)?
3) O proessor W. Edwards Deming criou um método de controle estatístico da quali-
dade de processos. Ele criou uma lista de 14 pontos undamentais para a implantação
da qualidade. Cite cinco pontos undamentais dessa teoria.
4) Cite os três conceitos básicos para detectar deeitos e oportunidades de melhorias
que as empresas que implantaram qualidade apresentaram.
5) Quais são as dierenças entre a qualidade do setor secundário e terciário?
6) Como a qualidade de produtos interere na produtividade de serviços?
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2
Qualidade nas
Edificações do
Mundo Antigo
Este capítulo tem por objetivo apresentar como os parâmetros da qualidade eram observados
pelos principais povos do mundo antigo.
Para começar
2.1 A natureza da qualidade
O homem, desde os seus primórdios, tem percepção sobre o que é qualidade. Para sobreviver,
quando extraía da natureza alimentos, ele já se preocupava com a qualidade. A adoção de práticas
agrícolas permitiu cuidar da qualidade daquilo que plantava e colhia. A preocupação com a segurança
também estava presente na qualidade das pedras selecionadas para a abricação de armas e erramen-
tas. Lascas a�adas de pedras vulcânicas (mais macias) serviam para cortar carne e retirar polpa de
plantas conorme observa-se na Figura 2.1.
Diversos tipos de ossos, pedaços de madeira e de pedras oram característicos da presença
humana na Era Paleolítica. Eles eram abricados por meio do manuseio de grandes pedras de
maneira a lhes dar orma adequada para cortar, raspar ou urar. E quais oram os principais instru-
mentos abricados? Pontas de �echa, machados de mão e mais tarde agulhas de osso, arcos e �echas.
Os ancestrais humanos também se interessaram por maniestações artísticas, por exemplo,
com a conecção de pinturas. Desenhos e sinais eram as representações grá�cas que compunham a
arte rupestre presente em paredes de cavernas pelos homens da Pré-História.
22 Qualidade na Construção Civil
As principais “erramentas” utilizadas para a execução das pinturas rupestres eram os dedos
das mãos e, na sequência evolutiva, apareceram os pincéis rudimentares de penas ou de madeira. A
matéria-prima utilizada para obter uma grande variedade de cores eram o carbono e as rochas em
pó, com destaque para o óxido de erro, do qual se obtinha a coloração vermelha-alaranjada. A �xa-
ção nas paredes de rocha ocorria por conta da diluição em substâncias gordurosas ou seivas vegetais.
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Figura 2.2 - Pintura rupestre com desenhos em vermelho.
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Figura 2.1 - Ferramentas e armas eitas de pedra.
23Qualidade nas Edificações do Mundo Antigo
A grandiosidade das grandes obras da Antiguidade ocorreu principalmente pela grande capa-
cidade de organizar milhares de trabalhadores em atividades organizadas. Por isso é possível a�r-
mar que o Controle de Processo oi mais relevante que o Controle Estatístico da Qualidade. Exem-
plos dessa a�rmação são as construções das pirâmides do Egito Antigo, das obras arquitetônicas
da Grécia Antiga, a construção naval de Veneza no século XVI e a organização militar dos persas.Os métodos utilizados para conduzir exércitos de trabalhadores baseavam-se na obediência às
normas e nos procedimentos relativos às sequências construtivas.
O artesão, desde que começou a abricar produtos para o seu próprio uso e para a venda, contro-
lava todo o processo de artesanato: concepção, projeto, escolha da matéria-prima, abricação, controle
da qualidade e comercialização. Ele praticava o que hoje se pretende implantar – o autocontrole.
A proximidade entre o produtor e o consumidor permitia um retorno imediato de inormação
sobre o desempenho do produto. Isso permitia que o artesão soubesse rapidamente quais eram as
necessidades, expectativas e os desejos de seus consumidores, sem a necessidade de procedimentos
administrativos ou a existência de intermediários. E, da parte dos consumidores, estes, conhecendo
as aptidões e as limitações do artesão, criavam uma expectativa mais próxima em relação à qualidade
do produto e da prestação de serviço que estavam prestes a receber.
A Figura 2.3 apresenta um arteato de vidro sendo abricado em orno artesanal na cidade de
Murano, Itália.
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Figura 2.3 - Arteato de vidro sendo produzido por método artesanal.
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2.2 Qualidade no Egito antigo
Os egípcios desejavam eternizar reinados porque a religião existente na época tinha como
dogma a vida após a morte. A arte e a arquitetura tinham um papel undamental para a existência
perene do nome e dos eitos realizados pelos araós egípcios. Até os dias atuais, muitos turistas visi-
tam as diversas pirâmides, esculturas, painéis com hieróglios e pinturas. As técnicas construtivas
utilizadas das pirâmides e suas câmaras secretas intrigam até os estudiosos no assunto e motivam
roteiristas de �lmes a ambientarem suas gravações no Egito.
A Figura 2.4 apresenta um mapa do Egito Antigo. É possível perceber a importância do rio
Nilo na evolução do império egípcio. Atualmente muitas regiões do planeta ainda sorem com
as cheias de grandes rios, mas sabemos da importância desse enômeno. E os egípcios também
conheciam os dois principais aspectos positivos da cheia cíclica de um grande rio: a oerta de água
e a adubação natural de grandes aixas de terra em razão dos nutrientes trazidos pela cheia. Por
isso, às margens do Nilo oram construídos diques e reservatórios, a �m de reter as águas que
seriam utilizadas.
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Figura 2.4 - Mapa do Egito Antigo.
25Qualidade nas Edificações do Mundo Antigo
Esse “domínio” sobre o rio Nilo auxiliou na evolução da cultura egípcia porque conseguiam
ter água disponível em época de estiagem e também tinham anualmente áreas desérticas aptas
para o cultivo de lavouras. A regularidade no ornecimento de alimentos permitiu abastecer a
população e os soldados que constituíam o exército, responsável por muitas conquistas.
As pirâmides, construções destinadas aos araós, tinham base quadrangular. Esses monumen-
tos ganhavam altura com a sobreposição em camadas de pedras que pesavam de 15 a 25 toneladas
e mediam de 10 a 15 metros de largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A pirâmide em
degraus do araó Zoser é a mais antiga criação em pedra talhada existente no mundo, sendo conside-
rada o berço da arquitetura. Essa pirâmide em degraus oi o primeiro arranha-céu da história, com
60,96 metros de altura.
Muitos dos eitos antigos chegaram até os nossos dias porque causaram enorme impacto na
cultura local da época. Imhotep, o arquiteto-chee das obras do Faraó Zoser, da Terceira Dinastia,
eternizou sua marca em virtude da construção da primeira pirâmide egípcia, construída em orma
de degraus. Ele conseguiu projetar um sistema de normas para extração, corte e polimento de pedras
que, mesmo abricadas a longa distância do local da montagem, eram cortadas com precisão, nume-
radas e identi�cadas de acordo com o local da montagem.
Antes da pirâmide de Zoser, os araós eram enterrados em mastabas (palavra árabe que signi-
�ca “banco de pedra”). Tratava-se de túmulos construídos com pedra ou tijolos, submetidos à expo-
sição solar (o que permitia o enrijecimento e um sequente corte mais preciso). Apresentavam ormas
de pirâmide truncada e dimensões de, em média, 30 metros de comprimento, 15 metros de largura e
6 metros de altura.
A Figura 2.5 apresenta a pirâmide de Zoser, datada de 2650 a.C. Atualmente ela não apresenta
o revestimento original de pedra calcária branca polida.
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Figura 2.5 - Pirâmide de Zoser.
26 Qualidade na Construção Civil
São três as Pirâmides de Gizé, por ordem decrescente de tamanho: a Grande Pirâmide de Gizé
(também conhecida como Grande Pirâmide, Pirâmide de Quéops ou Khuu), a Pirâmide de Quéren
(ou Chephren) e as Pirâmides de Miquerinos (ou Menkaure). Ao lado leste desse complexo, vê-se a
Grande Es�nge.
A maior delas, Pirâmide de Quéops (147 metros de altura), é também a mais antiga e a mais
bem construída. É ormada por blocos encaixados com precisão micrométrica, cada um com peso
de duas toneladas e meia. Foi necessária a orça de trabalho de aproximadamente 100 mil homens
livres durante 20 anos, segundo estimativas. Até 1900, ano da construção da Torre Eiffel, detinha o
posto de mais alta estrutura eita pelo homem.
À distância, a pirâmide dava a impressão de ser entalhada em uma única rocha, tal era a pre-
cisão da abricação dos blocos de pedra calcária. É bem provável que os pesados blocos ossem colo-
cados sobre trenós de madeira e arrastados sobre uma longa rampa. À medida que a pirâmide se
tornava mais alta, a rampa �cava mais longa a �m de manter o mesmo nível de inclinação. Já outra
teoria diz que uma rampa envolvia a pirâmide como uma escada em espiral.
Como a luz do sol era re�etida pela pedra calcária, a pirâmide se tornava visível a uma grande
distância. Mas o ato mais curioso é que os quatro lados da Pirâmide de Quéops apontam, com pre-
cisão, os quatro pontos cardeais da bússola: Norte, Sul, Leste e Oeste.
A Figura 2.6 apresenta o complexo de pirâmides de Gizé, o detalhe da montagem dos blocos
de pedra da pirâmide de Quéops e o detalhe do tamanho dos blocos de pedra perante a dimensão
das pessoas.
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Figura 2.6 - Pirâmides de Gizé.
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Figura 2.6 - Pirâmides de Gizé (continuação).
Em um sistema construtivo, mesmo de civilizações antigas, além de um excelente projeto e
um atuante gestor que organize as atividades da obra, são necessários alguns cuidados no aspecto
técnico. Diversas pirâmides, obras e construções ocorrendo de maneira simultânea exigiram a ado-
ção de um padrão de medida para concretizar corretamente as orientações presentes nos projetos. O
araó Khuu criou o primeiro padrão de medida no Egito, um padrão de granito preto, chamado de
“cúbito real egípcio”. Como oi obtido o comprimento de 524 mm que se subdividia em 28 partes?
Foi adotado o comprimento da distância do cotovelo até a ponta do dedo médio do araó Khuu. O
araó também percebeu a importância da disseminação desse padrão em todas as suas obras. Por
isso, os trabalhadores detinham nos locais de trabalho cópias desse padrão, em pedra ou madeira,
cuja manutenção era da responsabilidade do arquiteto real.
28 Qualidade na Construção Civil
A Figura 2.7 apresenta o esquema do cúbito real egípcio e a máscara mortuária de um araó.
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(a) (b)
Figura 2.7 - (a) Medida-padrão e (b) máscara mortuária de um araó mostrando o antebraço.
O que muitos historiadores chamam de milagres ou mistérios nas grandes construções egíp-
cias pode ser traduzido por:
» adoção de sistemas construtivos inovadores;
» planejamento detalhado do sistema de construção;
» atendimento às normas de qualidade estabelecidas;
» implantação de novos materiais;
» controle rígido de processos.
2.3 Qualidade nas dinastias chinesas
A China é uma das mais antigas nações a ter desenvolvido uma civilização. O sucesso obtido
pelas dinastias da China, desde a primeira – Dinastia Xia (século XXI a.C.) até a destruição da
Dinastia Qing (1911) – pode ser atribuído a um sistema político rígido que atuou no controle do
país, auxiliando a instalação de práticas gerenciais sólidas e uniormes. Por exemplo, a Dinastia
de Zhou (séc. XI a.C.–séc. VIII a.C.) estabeleceu um sistema composto de um número especí�co de
organizações gerenciadas por o�ciais.
Essas organizações oram divididas em grandes departamentos de acordo com as unções por
elas desempenhadas:
29Qualidade nas Edificações do Mundo Antigo
» coleta, processamento, armazenamento e distribuição de matéria-prima e materiais
semiacabados;
» manuatura de produtos;
» armazenamento e distribuição de produtos;
» elaboração de normas para qualidade e produtividade;
» inspeção e ensaios regidos por normas.
A Figura 2.8 apresenta o mapa da China Antiga. O império chinês manteve, de maneira cen-
tralizada e documentada, a tecnologia construtiva de templos, edi�cações e muralhas.
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Figura 2.8 - Mapa da China Antiga.
Há um velho provérbio chinês que diz: “O povo chinês tem uma mente histórica”, ou seja, o
passado é considerado um ator crucial para o entendimento da mentalidade chinesa. Durante
o período da dinastia Zhou, muitos avanços importantes oram conseguidos, como:
» surgimento de grandes �lósoos, como Conúcio (nome latino do pensador chinês Kung-
-Fu-Tze), a �gura histórica mais conhecida na China;
» ormação de um sistema de comércio sólido, que utilizava dinheiro em vez da prática do
escambo, ou seja, troca de mercadorias como meio de pagamento;
» proibição da venda de utensílios e matérias-primas cujas dimensões ou qualidade não
atendessem às exigências das normas.
30 Qualidade na Construção Civil
Nessa mesma época existia um sistema de medição de comprimento, volume e massa com
a utilização de instrumentos-padrão para tais medições. A exigência no sistema de qualidade era
tamanha que eram obrigatórias, duas vezes por ano, a aferição e a calibração de instrumentos, que só
podiam ser usados após a fixação do selo de calibração.
A Figura 2.9 apresenta artefatos cerâmicos fabricados na China, sujeitos ao controle de quali-
dade da época.
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(b)
Figura 2.9 - (a) Prato e (b) jarros cerâmicos chineses.
Atualmente os carros de luxo têm em seu motor, por exemplo, a inscrição do nome do enge-
nheiro que o fabricou. Na China Antiga, durante a Dinastia Tang (618 d.C.–907 d.C.), a venda de
armamentos de guerra somente ocorria se seguisse padrões estipulados pelos governantes e se eles
tivessem o nome dos trabalhadores inseridos na própria peça. As punições nessa época não eram
multas, mas castigos físicos.
Já na Dinastia Ming (1368 d.C.–1644 d.C.), as punições tinham foco nos artigos e utensílios de
baixa qualidade (produtos descartáveis) e para aqueles que tecessem seda abaixo das especificações.
A Figura 2.10 apresenta armamentos de guerra e roupa feita de seda.
31Qualidade nas Edificações do Mundo Antigo
A Muralha da China, também chamada de “Grande Muralha”, oi ormada por diversas mura-
lhas construídas no decorrer de várias dinastias chinesas, iniciando-se a construção em 220 a.C. e
concluindo-se no século XV, durante a Dinastia Ming, um total de quase 2 mil anos.
A �m de se proteger de invasões dos povos ao norte, os chineses começaram a erguer muros, o
que ocorreu antes da uni�cação do império. Com a uni�cação dos sete reinos em um país, o impera-
dor Qin Shihuang (259–210 a.C.), da Dinastia Chin, procedeu à uni�cação da muralha, com o apro-
 veitamento de outras orti�cações existentes. Medindo cerca de 3.000 km de extensão naquela época,
oi gradativamente ampliada nas dinastias seguintes. Diversos segmentos desta obra oram construí-
dos com tijolos, tendo-se alcançado um alto nível de tecnologia.
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(a) (b)
Figura 2.10 - (a) Cavaleiro com armamentos e (b) bailarina com antasia em seda.
Houve uma reconstrução durante os séculos XV e XIX, concluída com 2.400 km que cru-
zam parte do país de leste a oeste, atravessando planícies e montanhas. Sua parte mais estreita tem
40 cm de espessura e a mais larga mede 6 metros, com altura de 7 metros. Em toda a sua história, a
muralha só oi medida em 1700, por ordem do imperador Kangxi, (quando se contaram aproxima-
damente 8.000 km) e em 2006 (ocasião em que oram registrados 21.196,18 km).
Como a muralha oi construída com materiais disponíveis em cada região, ela conta com par-
tes eitas de pedra e outras revestidas de tijolos. As construções realizadas tinham garantia de um
ano; caso houvesse danos durante esse período, eram aplicadas punições aos o�ciais e artesãos res-
ponsáveis pelo trabalho, sendo reeito o trabalho sem qualquer ônus para o Estado. A Figura 2.11
apresenta trecho superior da Muralha e per�l da Muralha.
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Figura 2.11 - (a) Trecho superior da Muralha da China e (b) per�l da Muralha.
33Qualidade nas Edificações do Mundo Antigo
Madeira e tijolo são perecíveis e os chineses cuidaram muito pouco de seus monumentos, ao
contrário dos japoneses. Tudo o que caía em ruínas era requentemente abandonado, até que osse
necessário e �nanceiramente possível construir uma edi�cação com nova planta. Assim, oram raras
as obras de tempos antigos mantidas nos dias atuais.
A estrutura de madeira dessas construções conheceu progresso durante a Dinastia Ming;
houve amadurecimento das artes decorativas e oram utilizados tijolos para a construção de casas
populares.
A Figura 2.12 apresenta uma edi�cação pertencente à China antiga.
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Figura 2.12 - Edi�cação chinesa antiga.
A pedra é um dos materiais antigos mais utilizados. As técnicas de sua obtenção e de sua uti-
lização eram conhecidas pelas civilizações antigas. Rochas coloridas e de texturas exclusivas eram
consideradas como material nobre. A sua utilização ocorria em partes ou em todos os templos,
monumentos e obras de arte. O mármore era muito cobiçado pelos imperadores em arcadas de jane-
las, por exemplo.
Existiam artesãos com grande habilidade na conecção de esculturas que eram anexadas às
edi�cações e aos monumentos. A Figura 2.13 apresenta a imagem de um dragão esculpido em rocha.
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Figura 2.13 - Dragão esculpido em rocha.
A Dinastia Sui (581 d.C.–618d.C.) cravou a sua marca da história chinesa com a construção
da Cidade de Shang-Na, construída com a utilização de cerca de 2 milhões de trabalhadores civis.
Além de sua beleza arquitetônica dierenciada, a extensão de uma área de 84 quilômetros quadrados
é um destaque. A inovação urbanística residia nas grandes avenidas na direções norte-sul e leste-
-oeste, com ormação de grandes quadras divididas por 108 alamedas.
A ligação do povo chinês com a natureza se materializou com a construção de rios e canais.
Além da prática de pesca artesanal em grande escala, esses sistemas aquaviários eram utilizados nos
sistemas de abastecimento de água potável, nos sistemas de drenagem e como vias de transporte.
A rápida construção perante os padrões existentes (nove meses) somente oi possível graças
ao extraordinário planejamento. Outros atores que também
podem ser atribuídos a esse sucesso são:
» detalhamento do projeto (uso de escala 1:100 nos
projetos);
» controle rígido da qualidade da construção;
» gestão detalhada as atividades.
2.4 Qualidade no Império Romano
Os romanos utilizaram os conhecimentos arquitetônicos desenvolvidos pelos gregos para
cobrir os diversos campos da engenharia civil. A Figura 2.14 apresenta o mapa da expansão do
Império Romano. Muitas tecnologias construtivas e controles da qualidade oram adquiridos em
cada uma das nações conquistadas.
A qualidade era uma preocupação dos
governantes de grandes impérios da Anti-
guidade, sendo colocada em prática por
meio de decretos governamentais.
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Figura 2.14 - Mapa da expansão do Império Romano.
O Panteão romano é o principal prédio romano e o único ediício da Antiguidade Clássica que
se encontra em pereito estado de conservação. Esse é apenas um exemplo das grandes construções
romanas que demandaram um grande volume de mão de obra (sem quali�cação). Isso realmente era
um problema. Por isso, oi necessário desenvolver métodos simpli�cados e de ácil entendimento de
construção. Essas grandes realizações somente ocorreram porque existiu um incremento no número
de supervisores e oram criados procedimentos de inspeção para acompanhar a orça de trabalho
não quali�cada. Muitos historiadores relatam que nessa época oram criadas associações de artesãos
e de sindicatos de trabalhadores quali�cados.
A Figura 2.15 apresenta a achada do Panteão romano e a vista interna onde ocorre a incidên-
cia de luz solar através de uma abertura circular vazada, sem echamento.
36 Qualidade na Construção Civil
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(b)
Figura 2.15 - Panteão romano: (a) achada e (b) vista interna.
37Qualidade nas Edificações do Mundo Antigo
A argamassa romana era obtida misturando-se terra vulcânica (pozolana) com cal. Existiam
descrições bastante precisas dos materiais a empregar (e que variavam de acordo com as regiões),
assim como as dosagens e a maneira conveniente de se proceder à sua mistura. A argamassa pronta
recebia pedra britada, alcançando-se a conormação desejada por meio de ormas de madeira. Utili-
zava-se o mesmo processo para a construção dos arcos e das cúpulas.
Eles privilegiavam a estrutura de tijolo com enchimento de concreto, que não exigia tanta pre-
cisão quanto às técnicas de corte de pedra. O assentamento de placas de mármore travertino por
pedreiros quali�cados servia para “esconder” deeitos de construção da etapa construtiva anterior.
Utilizava-se muito o travertino, uma pedra de superície granulosa e, portanto, com excelente rugo-
sidade para seu assentamento com argamassa.
A Figura 2.16 apresenta uma placa de mármore travertino, que é uma rocha calcária natural.
Em seu processo de ormação, ela sore a ação de água doce subterrânea, responsável pela criação
dos espaços ocos, tão característicos desse material. Por que artistas e construtores tornaram esse
material tão cobiçado? Podem ser listadas as seguintes propriedades: diversidade de padrões, quali-
dades estéticas e durabilidade.
A definição da qualidade no mundo antigo é cultural, pois recebe influência dos objetivos dos governantes e das condi-
ções de mão de obra, materiais e tecnologias existentes.
Fique de olho!
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Figura 2.16 - Mármore travertino.
38 Qualidade na Construção Civil
No telhado de sua residência, talvez exista a cobertura realizada com telhas de barro chamadas
de telha romana. Esse tipo de cobertura inspirou-se no modelo grego. Ela chegou até os nossos dias
porque apresenta as seguintes características: baixa impermeabilidade; baixa rugosidade, ou seja,
ser lisa para permitir um rápido vazamento da água; dureza apropriada; e ter a resistência mecâ-
nica necessária para suportar o peso de agentes atmoséricos como a chuva. A Figura 2.17 apresenta
telhas antigas de edi�cações romanas.
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Figura 2.17 - Telhas romanas eitas à mão.
Os romanos herdaram dos povos conquistados as suas técnicas construtivas. Os enícios con-
tribuíram com as técnicas aplicadas na construção de portos e aróis em todo o Mediterrâneo. A
construção de aróis é classi�cada como obra de grande porte, na qual o problema mais grave era o
do levantamento de cargas pesadas, eetuado por guindastes de roldanas. Esses equipamentos so�sti-
cados para a época e de grandes dimensões tinham como onte de energia a orça ísica dos escravos.
O maior e mais famoso símbolo do Império Romano foi o Coliseu. Ele era um enorme anfiteatro reservado para as lutas
entre gladiadores, ou entre eles e animais selvagens. Sua construção foi iniciada em 72 d.C. por ordem do imperador
Flávio Vespasiano, sucessor do imperador Nero. Tinha uma altura de 48,5 metros e uma forma elíptica com 189 metros
no maior eixo e 156 metros no menor eixo. Sua arena tinha 85 metros por 53 metros. Suas arquibancadas foram cons-
truídas a partir de 3 metros do solo e tinha capacidade para mais de 50 mil pessoas. Em sua construção, foram utiliza-
dos 100 mil metros cúbicos de mármore travertino, principalmente no revestimento da fachada exterior, além de tijolos
de barro, blocos de tufa (pedra vulcânica) e concreto.
Para ler mais sobre o coliseu, acesse: <http://www.sogeografia.com.br/Conteudos/Lugares/?pg=3> e
<http://discoverybrasil.uol.com.br/guia_roma/entretenimento/coliseu/index.shtml.>
Amplie seus conhecimentos
39Qualidade nas Edificações do Mundo Antigo
Quais dimensões tinham essas edi�cações? O arol de Bolonha, com 60 metros, e o de Alexandria,
com seus 87 metros, �guravam entre os mais altos. E quais eram as suas utilizações? Assinalavam as
zonas perigosas e atraíam os marinheiros para a segurança dos portos. A luminosidade dos aróis
provinha da queima de madeira de árvores resinosas.
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Figura 2.18 - Farol de sinalização marítima.
Os romanos antigos eram um povo objetivo, com mentalidade aberta e receptiva. O que era considerado bom dos povos
conquistados era copiado e adaptado às suas necessidades.
Como consequência dessa mentalidade, surgiu uma forte indústria da construção, com legislação específica para regular
alguns aspectos construtivos e algumas normas de serviços obrigatórios para a mão de obra (similares às do serviço militar).
Eles estabeleceram também regulamentações específicas para o controle da qualidade dos materiais, dentre elas a obri-
gatoriedade, a partir do séc. II a.C., do uso de marcas nas unidades de alvenaria (tijolos e blocosde pedra) que iden-
tificassem o fabricante. Conseguiram, dessa forma, unificar as técnicas construtivas em todo o império, porém sempre
respeitando as vantagens dos sistemas construtivos locais.
Para ler mais sobre arte e arquitetura romana, acesse: <http://www.historiadomundo.com.br/romana/arte-e-arquitetura-
-romana.htm>.
Amplie seus conhecimentos
40 Qualidade na Construção Civil
Neste capítulo oi visto como os parâmetros da qualidade eram observados pelos principais povos
do mundo antigo. O Império Romano oi o que mais tempo durou, e uma das razões é a de que ele
era muito pragmático; azia uso das normas da qualidade dos povos conquistados, adaptando e introdu-
zindo-as em suas práticas culturais.
Vamos recapitular?
Agora é com você!
1) Qual a altura da Grande Pirâmide de Quéops?
2) Qual a origem da Grande Muralha da China?
3) Qual a essência do antigo controle de processo?
4) Quais as qualidades de uma antiga telha romana?
41
3
Normas ISO
– Evolução e
Descrição
Este capítulo tem por objetivo apresentar a amília de normas ISO 9000 (Qualidade), bem como
sua origem, seus objetivos, sua terminologia e os beneícios de sua utilização. É também apresentada a
NBR ISO 14000 (meio ambiente) e sua relação, suas intenções, de�nições e diretrizes. Por �m, são apre-
sentadas as normas OHSAS 18000 – saúde e segurança do trabalhador.
Para começar
3.1 Origem e objetivos das normas ISO
Em 1926 oi criada a primeira entidade para padronização internacional, denominada
International Federation o the National Standardizing Associations (ISA), que terminou suas ativi-
dades em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial. Logo após o �m desse con�ito, representantes
de 25 países se reuniram na cidade de Londres, em 1946, com o objetivo de criar uma organização
internacional que, em nível mundial, acilitasse a coordenação e a uni�cação de normas industriais.
Assim, começou a uncionar oicialmente, em 23 de evereiro de 1947, a International
Organization or Standardization (ISO – Organização Internacional de Normalização), com sede na
cidade de Genebra, Suíça.
A ISO é uma organização não governamental internacional que reúne mais de uma centena de
organismos nacionais de normalização. Hoje ela representa cerca de 160 países que respondem por cerca
de 95% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, e tem por objetivo promover o desenvolvimento
42 Qualidade na Construção Civil
da padronização de atividades correlacionadas de orma a possibilitar o intercâmbio econômico,
cientí�co e tecnológico entre os países.
O PIB (Produto Interno Bruto) é a soma de todos os bens e serviços produzidos em um país durante certo período.
Fique de olho!
O campo de ação da ISO sobre normalização está estabelecido em quase todos os campos do
conhecimento. Ela não atua em normas da área de engenharia eletrônica e elétrica, que são de res-
ponsabilidade da International Eletrotechnical Commission. No Brasil, é representada pela Associa-
ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A ISO procura conciliar interesses de produtores, usuários, governos e da comunidade cientí-
�ca na preparação de normas internacionais. Seu trabalho é desenvolvido por intermédio de mais de
2.600 grupos técnicos de trabalho, compostos por mais de 20 mil especialistas de todo o mundo, e
que participam anualmente dos trabalhos técnicos da ISO, dos quais já resultou a publicação de mais
de 13 mil normas desde a undação da organização.
Os objetivos da normalização realizada pela ISO são:
» Proteção do consumidor: prover a sociedade de meios e�cazes para aerir a qualidade de
bens e serviços,
» Segurança: proteger a vida e a saúde,
» Economia: proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e procedimentos,
» Comunicação: proporcionar meios mais e�cientes de troca de inormações entre o abri-
cante e o cliente, melhorando a con�abilidade das relações comerciais,
» Eliminação de barreiras técnicas e comerciais: evitar a existência de regulamentos con�itan-
tes sobre bens e serviços em dierentes países, acilitando, assim, o intercâmbio comercial.
Dessa orma, a normalização encontra-se na abricação dos produtos, na transerência de
tecnologia e na melhoria da qualidade de vida, por meio de normas relativas à saúde, à segurança e à
preservação do meio ambiente.
As práticas da ISO estão relacionadas aos campos do crescimento econômico, da igualdade
social e da integridade ambiental. Assim, suas ações nesses campos são:
3.1.1 Crescimento econômico
» disseminação de novas tecnologias;
» boas práticas de negócios;
» acilitação de comércio;
» comércio eletrônico;
» economias emergentes;
» redução da pobreza.
43Normas ISO – Evolução e Descrição
3.1.2 Igualdade social
» proteção ao consumidor;
» proteção ao trabalhador;
» serviços de saúde;
» segurança;
» comércio justo;
» ética.
3.1.3 Integridade ambiental
» administração de resíduos;
» qualidade da água, do solo e do ar;
» e�ciência energética e recursos renováveis;
» emissões de gases de eeito estua (GHG) e recur-
sos renováveis;
» análise do ciclo da vida e trabalho verde;
» administração do meio ambiente.
3.2 Família ISO 9000 – qualidade
Relacionada com a palavra isonomia, que é um princípio de igualdade, a ISO tem como obje-
tivo a padronização do gerenciamento do sistema da qualidade, visando sua uni�cação de orma
universal. Assim, a sua unção é a de promover a normalização de produtos (bens e serviços) para
que sua qualidade seja permanentemente melhorada.
3.2.1 Origem da família ISO 9000
No ano de 1979, o Comitê Técnico ISO TC 176 elaborou as normas sobre qualidade. Com a
globalização ocorrida na década de 1980, aumentou a necessidade de normas internacionais, princi-
palmente a partir da criação da União Europeia.
Em 1987, a ISO lançou um conjunto de normas denominado ISO 9000, ortemente baseadas nas
normas britânicas da qualidade e nas experiências e contribuições de especialistas e representantes de
diversos países. Para isso, os elaboradores conseguiram superar divergências quanto a terminologia,
conceitos e práticas e chegaram a um resultado, que pode ser considerado um marco histórico na evo-
lução da garantia e da gestão da qualidade. A partir desse instante as normas começaram a evoluir.
A primeira norma – ISO 9000:1987 – baseou-se principalmente na norma de origem britânica
BS-5750 (British Standard) e em normas militares:
» Normas Militares Americanas (MIL STD) – padronização;
» MIL-Q-9858 – oi a primeira norma de especi�cações de sistema da qualidade;
A qualidade é um conceito que firma um
compromisso social, sendo relacionada
com a economia, com as pessoas e com
o meio ambiente.
44 Qualidade na Construção Civil
» MIL-I-45205 – requisitos de um sistema da qualidade;
» AQAP (Allied Quality Assurance) OTAN – garantia da qualidade;
» DEF-STAN (Deense Standard) Reino Unido – normas das Forças Armadas sobre siste-
mas da qualidade;
» BS-5750 (British Standard).
Essa norma �cou conhecida como norma de gestão, porque, além de especi�car como produ-
zir, também discriminava como gerenciar o processo de produção.
A expressão ISO 9000 designa um grupo de normas técnicas que estabelecem um modelo de
gestão da qualidade para organizações em geral, não importando a sua dimensão.
3.2.2 Normas componentes da família NBR ISO 9000
Como visto, as normas ISO oram publicadas pela primeira vez em 1987 com o objetivo de
padronizar requisitos para o desenvolvimento de sistemas de qualidade para empresas. A primeira
 versão tinha uma estrutura de três normas sujeitas à certi�cação – a ISO 9001, 9002 e 9003 –, além
da ISO 9000, que era um guia para escolher a norma mais adequada a cada tipo de organização.
A série ISO 9000 é uma amília de normas que ormam um modelo de gestão da qualidade.
Foram desenvolvidas para apoiar as organizações no estabelecimento, na implantação e na manuten-
ção de Sistemas de Gestão da Qualidade, independentemente do ramo de atividade ou porte.
» NBR ISO 9000:1987: Normas de Gestão da Qualidade e Garantiada Qualidade – diretri-
zes para seleção de uso,
» NBR ISO 9001:1987: Normas de Sistema da Qualidade – modelo para garantia da quali-
dade em projeto, desenvolvimento, produção, instalação e serviços associados. Aplicava-
-se a organizações cujas atividades eram voltadas à criação de novos produtos,
» NBR ISO 9002:1987: Normas de Sistema da Qualidade – modelo para garantia da qua-
lidade em produção, instalação e serviços associados, compreendia essencialmente o
mesmo material da anterior, mas sem abranger a criação de novos produtos,
» NBR ISO 9003:1987: Normas de Sistema da Qualidade – modelo para garantia da quali-
dade inspeção e ensaios �nais, abrangia apenas a inspeção �nal do produto e não se preo-
cupava como o produto era eito,
» NBR ISO 9004:1987: Normas de Gestão da Qualidade. Elementos do Sistema da Quali-
dade: diretrizes para melhoria do desempenho.
Em 1994, a série oi revisada, mas sem grandes modi�cações, mantendo a mesma estrutura, ou
seja, três normas sujeitas à certi�cação.
Com a revisão em 1994, passou-se a adotar o termo “amília ISO 9000” para indicar o con-
 junto ormado pelas normas da série 9000. Nesse mesmo período, a ABNT alinhou-se ao restante do
mundo e passou a adotar a seguinte nomenclatura para versão nacional: “NBR ISO 9000”. É o con-
 junto de normas da série “amília NBR ISO 9000” pelo sistema Brasileiro de Normalização e publica-
das pela ABNT:
45Normas ISO – Evolução e Descrição
» Norma NBR ISO 9000:1994:  essa norma continha as de�nições e os termos relativos à
norma ISO 9001:1994. Não era uma norma certi�cadora, apenas explicativa de termos e
de�nições da garantia da qualidade.
» Norma NBR ISO 9001:1994: essa norma tinha a garantia da qualidade como base da cer-
ti�cação.
Em dezembro de 2000, a série oi totalmente revisada; além das alterações em sua estrutura, as
 vinte cláusulas oram reduzidas para cinco, �cando, agora, apenas uma norma sujeita à certi�cação –
a ISO 9001:2000. Assim, a amília de normas NBR ISO 9000:1994 (9001, 9002 e 9003) oi cancelada e
substituída pela série de normas ABNT NBR ISO 9000:2000, que é composta de três normas:
» Norma ABNT NBR ISO 9000:2000 (versão �nal da revisão das normas ISO 8402:1994 e
ISO 9000-1:1994): descreve os undamentos de sistemas de gestão da qualidade e estabe-
lece a terminologia para estes sistemas (undamentos e vocabulário). É aplicável a orga-
nizações que buscam vantagens por meio da implementação de um sistema de gestão da
qualidade; organizações que buscam a con�ança, em seus ornecedores, de que os requisi-
tos de seus produtos serão atendidos; usuários dos produtos; aqueles que têm interesse no
entendimento mútuo da terminologia utilizada na gestão da qualidade etc.
» Norma ABNT NBR ISO 9001:2000 (versão �nal da revisão das normas ISO 9001:1994,
ISO 9002:1994 e ISO 9003:1994): especi�ca requisitos para um Sistema de Gestão da
Qualidade, no qual uma organização precisa demonstrar sua capacidade para ornecer
produtos que atendam aos requisitos dos clientes e aos requisitos regulamentares aplicá-
 veis, e que objetiva aumentar a satisação dos clientes por meio da eetiva aplicação do
sistema, incluindo processos para melhoria contínua e a garantia da conormidade com
requisitos do cliente e requisitos regulamentares aplicáveis. Dela poderão ser excluídos,
com a devida justi�cativa, os itens que não se aplicam ao tipo de atividade realizada pela
empresa. Assim, está ocada na e�cácia do Sistema de Gestão da Qualidade em atender os
requisitos dos clientes.
» Norma ABNT NBR ISO 9004:2000 (versão �nal da revisão das normas: ISO 9004-1:1994,
ISO 9004-2:1991 e ISO 9004-3:1993, ISO 9004-4:1993 e ISO 9004-4/Cor.1:1994): ornece
diretrizes, além dos requisitos estabelecidos na NBR ISO 9001, que consideram tanto a
e�cácia como a e�ciência do sistema de gestão da qualidade e, por consequência, o poten-
cial para melhoria do desempenho de uma organização. O objetivo dessa norma é a
melhoria contínua do desempenho global da organização (e�ciência e e�cácia) medida
por meio da satisação dos clientes e das outras partes interessadas.
Nas versões anteriores à de 2000, as normas ISO não exigiam que as empresas tivessem obje-
tivos ou adotassem ações para a melhoria da qualidade nem que demonstrassem quaisquer resultados
nesse sentido. Nessa condição, era possível observar a tendência das empresas terem o objetivo de ape-
nas obter suas certi�cações, em vez de ocarem na melhora dos seus processos, produtos e serviços.
As últimas revisões da “amília ISO 9000” são:
» Norma NBR ISO 9000:2005: Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos e vocabu-
lário – oi a única norma lançada nesse ano, descrevendo os undamentos de sistemas de
gestão da qualidade que, no Brasil, constituem o objeto da amília ABNT NBR ISO 9000,
46 Qualidade na Construção Civil
de�nindo os termos a ela relacionados. É aplicável a organizações que buscam vantagens
por meio da implementação de um sistema de gestão da qualidade,
» Norma NBR ISO 9001:2008: Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos – esta nova ver-
são oi elaborada para apresentar maior compatibilidade com a amília da ISO 14000, e
as alterações realizadas trouxeram maior compatibilidade para as suas traduções e conse-
quentemente melhor entendimento e interpretação de seu texto,
» Norma NBR ISO 9004:2009:  Sistema de Gestão da Qualidade – diretriz para melhoria
de desempenho. Essa nova versão substitui a versão 2000 e ornece às organizações um
modelo de “sucesso sustentado”. É a terceira versão (a primeira publicada em 1987),
» Norma NBR ISO 19011:2012: diretrizes para auditorias de sistemas de gestão da quali-
dade e/ou ambiental.
A revisão da NBR ISO 9001:2000, que originou a versão NBR ISO 9001:2008, trouxe poucas
mudanças. Elas serviram para melhorar o entendimento sobre a norma ISO 9001 e para aprimorar
sua utilização.
O comitê técnico ISO/TC 176 é responsável pela amília ISO 9000. Ele reúne peritos de 80 paí-
ses participantes e 19 organizações internacionais ou regionais, além de outras comissões técnicas.
A NBR ISO 19011:2012 apresenta as diretrizes para auditorias de sistemas de gestão.
3.2.3 Benefícios da utilização da norma NBR ISO 9001:2008
A norma ISO 9001:2008 se baseia em oito princípios de gestão, que podem ser usados como
guia para a melhoria da perormance das organizações:
1) Foco no Cliente: as organizações dependem de seus clientes e, portanto, devem entender
suas necessidades atuais e uturas, satisazer seus requisitos da qualidade e implementar
métodos para monitorar sua percepção quanto aos produtos (bens e serviços) entregues,
2) Liderança: a liderança é necessária para promover a unidade de objetivos e direção e criar
um ambiente no qual as pessoas se tornem plenamente envolvidas em atingir os objetivos
da organização,
3) Envolvimento das pessoas: as pessoas são a essência da organização, seu principal recurso.
Sua cooperação, seu envolvimento e sua motivação permitem que suas capacidades sejam
plena e e�cazmente utilizadas para o beneício da organização,
4) Abordagem por processos: para alcançar os objetivos organizacionais, os recursos e as ati-
 vidades necessitam ser tratados como processos, entendendo-se que as saídas de um pro-
cesso aetam as entradas de outro,
5) Abordagem sistêmica para a gestão: os processos se relacionam entre si de modo a cons-
tituírem sistemas; assim, a abordagem sistêmica para o gerenciamento é o princípio que
orienta a organização a identi�car, entender e gerenciar os processos inter-relacionados,
47Normas ISO – Evolução e Descrição
6) Melhoria contínua:  deve ser um objetivo permanente da organização. Este princípio
garante que, a partir de ações de correção e de prevenção, siga-se na busca da excelência
de seus produtos e processos,
7) Abordagem actual para a tomada de decisões: decisões e�cazes são tomadas com base na
análise dedutiva de dados e inormações,
8) Beneícios mútuos nas relações com ornecedores:  uma organização e seus ornecedo-
res são interdependentes,e uma relação mutuamente proveitosa aumenta, para ambos, a
habilidade de agregar valores.
Assim, as empresas que utilizarem os princípios contidos na NBR ISO 9001:2008, como condi-
ção de suas ações, terão como beneícios:
» maior condição para quanti�cação dos produtos e das melhorias; consequentemente,
maior capacidade de análise para a tomada de decisões gerenciais mais objetivas e eetivas;
» maior habilidade para revisar, desa�ar e mudar opiniões e decisões;
» maior capacidade de identi�car oportunidades de melhorias, dirigidas e priorizadas;
» maior �exibilização e rapidez nas respostas às oportunidades oerecidas pelo mercado,
bem como às oportunidades internas advindas de um monitoramento estruturado de
produtos e processos;
» melhor capacidade de comunicação interna entre os dierentes níveis da empresa;
» uni�cação, ajuste e implementação da avaliação das atividades;
» maior compreensão de objetivos e metas pelas pessoas, bem como seus papéis dentro da
organização e, consequentemente, maior motivação para alcançá-los;
» redução dos custos e dos ciclos de tempo para a execução das atividades, por meio do uso
eetivo dos recursos;
» maior integração e adaptação dos processos que melhor contribuem para a obtenção dos
resultados desejados.
3.2.4 Critérios para normalização de procedimentos
Os critérios para a normalização partem do princípio de que as normas técnicas da série ISO
oram elaboradas por consenso internacional sobre as práticas que uma empresa deve tomar a �m de
atender plenamente os requisitos da qualidade.
A NBR ISO 9000 não �xa metas a serem atingidas pelas empresas a serem certi�cadas; elas
próprias é que devem estabelecê-las.
Para obter a certi�cação, as empresas devem adotar alguns procedimentos, como:
» padronização de todos os processos-chave da organização, isto é, dos processos que ae-
tam seus produtos (bens e serviços) e, consequentemente, o consumidor;
» monitoramento e medição dos processos de produção para assegurar a qualidade dos
produtos (bens ou serviços), por meio de indicadores de perormance e desvios;
48 Qualidade na Construção Civil
» implementar e manter os registros adequados e necessários para garantir a rastreabilidade
dos processos;
» inspeção da qualidade e meios apropriados de ações corretivas quando necessárias;
» revisão sistemática dos processos e do sistema da qualidade para garantir sua e�cácia.
3.2.5 Terminologia básica da NBR ISO 9000
A terminologia básica utilizada na série ISO é:
» Ação corretiva: ação para eliminar a causa de uma não conormidade identi�cada ou de
outra situação indesejável,
» Ação preventiva: ação para eliminar a causa de uma potencial não conormidade,
» Cliente: organização ou pessoa que recebe um produto,
» Conormidade: satisação com um requisito,
» E�cácia: medida em que as atividades planejadas oram realizadas e obtidos os resultados
planejados,
» E�ciência: relação entre resultados obtidos e recursos utilizados,
» Fornecedor: organização ou pessoa que ornece um produto,
» Política da qualidade: conjunto de intenções e de orientações de uma organização, relacio-
nadas com a qualidade, como ormalmente expressas pela gestão de topo,
» Procedimento: modo especi�cado de realizar uma atividade ou um processo,
» Processo:  conjunto de atividades inter-relacionadas e interatuantes que transormam
entradas em saídas,
» Produto: resultado de um processo,
» Qualidade:  grau de satisação de requisitos dado por um conjunto de características
intrínsecas,
» Requisito: necessidade ou expectativa expressa, geralmente implícita ou obrigatória,
» Satisação de clientes: percepção dos clientes quanto ao grau de satisação dos seus requi-
sitos,
» Sistema de gestão da qualidade: sistema de gestão para dirigir e controlar uma organiza-
ção no tocante à qualidade.
3.3 ISO 14000 – meio ambiente
Em 1991 a ISO criou um Grupo Assessor Estratégico sobre Meio Ambiente (Strategic Advisory
Group on Environment – SAGE), com o objetivo de analisar a necessidade de desenvolvimento de nor-
mas internacionais na área do meio ambiente. Durante a Conerência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992, o Conselho Empresarial
para o Desenvolvimento Sustentável, presidido pelo empresário suíço Stephan Schmidheiny, apoiou a
criação de um comitê especí�co, na ISO, para tratar das questões de gestão ambiental.
49Normas ISO – Evolução e Descrição
Em março de 1993, a ISO estabeleceu o Comitê Técnico de Gestão Ambiental, ISO/TC207,
para desenvolver uma série de normas internacionais de gestão ambiental, a exemplo do que já vinha
sendo eito pelo ISO/TC 196, com a série ISO 9000 de Gestão da Qualidade. A série, que recebeu
o nome de ISO 14000, reere-se a vários aspectos, como sistemas de gestão ambiental, auditorias
ambientais, rotulagem ambiental, avaliação do desempenho ambiental, avaliação do ciclo de vida e
terminologia.
A Associação Canadense de Normas dá suporte ao secretariado e administra o programa geral
de trabalho do TC 207, com os órgãos de normalização de diversos países se responsabilizando pelos
dierentes grupos subsidiários do TC 207.
As normas de gestão ambiental abrangem vários assuntos de Sistemas de Gestão Ambiental
(SGA) e Auditorias Ambientais até Rotulagem Ambiental e Avaliação do Ciclo de Vida.
O Comitê Técnico de Gestão Ambiental, ISO/TC 207, conta com a participação de represen-
tantes de cerca de 60 países nas suas reuniões plenárias anuais. O campo de trabalho do TC 207 está
em constante evolução. Em maio de 2002 oi aprovado um novo item de trabalho na área de mudan-
ças climáticas: “Medição, Comunicação e Veri�cação de Emissões de Gases Estua”.
Quando um TC tem um grande volume de trabalho, o procedimento normal é dividir o traba-
lho de desenvolvimento das normas e distribuí-lo para um grupo de subcomitês, cada um cobrindo
uma área especí�ca. O TC 207 atualmente tem cinco subcomitês tratando dos seguintes assuntos:
» SC 01: Sistemas de Gestão Ambiental.
» SC 02: Auditorias Ambientais.
» SC 03: Rotulagem Ambiental.
» SC 04: Avaliação de Desempenho Ambiental.
» SC 05: Avaliação de Ciclo de Vida.
Além desses subcomitês, o TC 207 conta com dois grupos de trabalho (WGs) que lidam com
comunicações ambientais e mudanças climáticas. Existe também um grupo de trabalho que cuida de
termos e de�nições, e do qual participam representantes de todos os subcomitês e grupos de traba-
lho, para evitar que os diversos SCs e WGs usem termos com interpretações dierentes (pois os téc-
nicos que participam em cada grupo são dierentes).
Desde a sua ormação em 1993, o TC 207 tem organizado plenárias anuais, realizadas em die-
rentes localidades em todo o mundo, para equilibrar os custos de viagem e os custos de sediar esses
eventos. As mais recentes reuniões plenárias do TC 207 ocorreram no Rio de Janeiro (1996), São Fran-
cisco (EUA), Seul (Coreia), Estocolmo (Suécia), Kuala Lumpur (Malásia), Johannesburgo (Árica do
Sul), Bali (Indonésia), Buenos Aires (Argentina) e Madri (Espanha, 2005). Grande parte dos grupos
subsidiários (subcomitês, grupos de trabalho, grupos tarea etc.) do TC 207 reúne-se simultaneamente
com a plenária anual, e toda a série de reuniões ocorre em cerca de oito dias. Os subcomitês e grupos
de trabalho podem organizar reuniões adicionais durante o ano para adiantar o trabalho.
Existem três idiomas o�ciais na ISO: inglês, rancês e russo. Na prática, o russo não é utilizado
em reuniões, apenas nos glossários de termos da ISO. Reuniões plenárias do TC 207 são geralmente
conduzidas exclusivamente em inglês, com serviço de tradução simultânea para o rancês. Todas as
50 Qualidade na Construção Civil
reuniões de grupos de trabalho do TC 207 são conduzidas em inglês. A pedido dos países de idioma
espanhol, o TC 207 montou uma Força Tarea de Tradução para o Espanhol, que az uma tradução
“semio�cial” das normas da série ISO 14000.
Em virtude da impossibilidade de a ABNT criar, em 1994, um comitê brasileiropara acom-
panhar e in�uenciar o desenvolvimento das normas da série ISO 14000, oi criado com o apoio da
ABNT o Grupo de Apoio à Normalização Ambiental (GANA), com sede na cidade do Rio de Janeiro
e com a participação de empresas, associações e entidades representativas de importantes segmentos
econômicos e técnicos do país. O grupo tinha como objetivo acompanhar e analisar os trabalhos
desenvolvidos pelo ISO/TC 207, e avaliar o impacto das normas ambientais internacionais nas orga-
nizações brasileiras.
O GANA, por meio de uma participação eetiva nos trabalhos do ISO/TC 207, in�uiu deci-
sivamente para que os interesses da indústria brasileira e dos países em desenvolvimento ossem
levados em conta no desenvolvimento da série ISO 14000. Como resultado, temos hoje mais de
2 mil certi�cados ISO 14001 (algumas empresas, como a PETROBRAS, têm vários), contribuindo,
portanto, para promover maior competitividade dos produtos nacionais no mercado internacional.
As normas ISO 14000 são de adoção voluntária pelas empresas, mas na prática, tornam-se quase
obrigatórias para empresas que vendem seus produtos no exterior. Nesse período, várias normas da
série ISO 14000 oram traduzidas para o português e publicadas como normas brasileiras NBR ISO
(como a NBR ISO 14001 e a NBR ISO 14010).
A ISO lançou, em 1996, a série de normas ISO 14000, que têm como objetivo a criação de
um sistema de gestão ambiental que auxilie as empresas a cumprir compromissos assumidos com
o ambiente natural, estabelecendo também as diretrizes para as auditorias ambientais, avaliação de
desempenho ambiental, rotulagem ambiental e análise do ciclo de vida dos produtos.
No �nal do ano 1998, o GANA encerrou suas atividades e, em abril de 1999, a ABNT criou o
Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental (ABNT/CB-38), que substituiu o GANA na discussão e no
desenvolvimento das normas ISO 14000 em âmbito internacional e na tradução e publicação das
normas brasileiras correspondentes. O ABNT/CB-38 oi criado com estrutura semelhante ao ISO/
TC 207 e seus subcomitês.
Para apresentar eetivamente uma posição que represente os interesses do país no desenvol-
 vimento das normas de gestão ambiental, é undamental a participação do mais amplo espectro da
sociedade brasileira no CB-38. Por esse motivo, o comitê é aberto à contribuição de todos os inte-
ressados na ormulação dessas normas. A participação de uma empresa ou instituição pode ser eita
como cotista do CB-38, condição por meio da qual é possível participar ativamente na discussão e
 votação das posições brasileiras adotadas nas reuniões internacionais de desenvolvimento das nor-
mas. Universidades, organizações não governamentais e instituições não cotistas são convidadas e
estimuladas a participar nas reuniões das comissões de estudos, durante a ase de discussão das posi-
ções brasileiras e da redação dos documentos.
Como oi dito anteriormente, a estrutura operacional do comitê é semelhante à estrutura do
ISO/TC 207, visando acilitar os contatos de mesmo nível e atribuições de responsabilidades. As
principais atribuições e responsabilidades dos órgãos que constituem o comitê seguem o regimento
interno da ABNT.
51Normas ISO – Evolução e Descrição
O CB-38 tem hoje em sua estrutura os seguintes subcomitês:
» SC 01: sistemas de gestão ambiental.
» SC 02: auditorias ambientais.
» SC 03: rotulagem ambiental.
» SC 04: desempenho ambiental.
» SC 05: avaliação de ciclo de vida.
» SC 06: termos e de�nições.
» SC 07: integração de aspectos ambientais no projeto e desenvolvimento de produtos (ecodesign).
» SC 08: comunicação ambiental.
» SC 09: mudanças climáticas.
3.3.1 Comitê brasileiro de gestão ambiental (ABNT/CB-38)
O Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental ABNT/CB 38 ez os seguintes estudos:
3.3.1.1 SC 01 – Sistemas de gestão ambiental
Foram aprovadas e publicadas (em 1996) as seguintes normas:
» ISO 14001: Sistemas de Gestão Ambiental – Especi�cação e diretrizes para uso.
» ISO 14004: Sistemas de Gestão Ambiental – Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e
técnicas de apoio.
Foi também aprovado o Relatório Técnico ISO TR 14061, o Guia para Orientar Organizações
Florestais no Uso das Normas ISO 14001 e a ISO 14004 (esta última publicada em 1998).
A ABNT publicou, também em 1996, a tradução das normas de sistemas de gestão ambiental,
que são a NBR ISO 14001 e a NBR ISO 14004.
A ISO 14001 é, por enquanto, a única da série ISO 14000 que pode ser certi�cada por uma
terceira parte, isto é, uma entidade especializada e independente, reconhecida em um organismo
autorizado de credenciamento 2 (ou acreditação): no Brasil, tal organismo é o Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
O TC 207 já realizou uma revisão das normas 14001 e 14004 para um melhor alinhamento com
a norma ISO 9001-2000 e para esclarecer melhor partes do texto das normas. As ISO 14001:2004 e
14004:2004 oram publicadas pela ISO em 2004. A ABNT já publicou a NBR ISO 14001:2004.
No Brasil, praticamente todas as empresas certi�cadas com a ISO 14001 melhoraram seus
desempenhos ambientais e �caram mais competitivas, pois reduziram o consumo de água, energia e
matérias-primas, passando a produzir menos e�uentes para serem tratados.
Para obter a certi�cação ISO 14001, uma empresa deve de�nir a sua política ambiental,
implantar um sistema de gestão ambiental, cumprir a legislação ambiental aplicável (ao país e àquela
localidade) e assumir um compromisso com a melhoria contínua de seu desempenho ambiental.
52 Qualidade na Construção Civil
3.3.1.2 SC 02 – Auditorias ambientais
Em 1996, três normas de auditorias ambientais oram aprovadas e publicadas pela ISO:
» ISO 14010: Diretrizes para auditoria ambiental – princípios gerais.
» ISO 14011: Diretrizes para auditoria ambiental – procedimentos de auditoria.
» ISO 14012: Diretrizes para auditoria ambiental – critérios de quali�cação para auditores
ambientais.
Nesse mesmo ano, a ABNT publicou as NBR ISO correspondentes. As normas de auditoria
são importantes porque garantem a credibilidade do processo de certi�cação. São dirigidas às audi-
torias de terceira parte, por entidades externas e independentes, que veri�cam se o sistema de gestão
implantado está de acordo com a ISO 14001.
Essas três normas oram substituídas em 2002 por uma única, que uniu os procedimentos
de auditoria ambiental e da qualidade, a ISO 19011 (Diretrizes para auditorias da  qualidade e
ambiental). A ABNT já publicou sua tradução, a NBR ISO 19011.
Foi publicado em 2001 o Relatório Técnico ISO TR 14015 (Sistemas de Gestão Ambiental –
avaliações ambientais de localidades e organizações), muito útil para veri�car o passivo ambiental de
empresas. A NBR ISO 14015 oi publicada em 2003.
3.3.1.3 SC 03 – Rotulagem ambiental
A “rotulagem ambiental” já é praticada em vários países, como Alemanha, Suécia, Japão,
Canadá e Holanda, mas com ormas de abordagem e objetivos dierentes. A conscientização dos
consumidores sobre as questões ambientais propiciou o surgimento de sistemas de rotulagem
ambiental (conhecido como selo verde), destinados a identi�car beneícios ambientais em proces-
sos e produtos. Num programa de selo verde (Rotulagem Tipo I), o selo é concedido a produtos que
satisaçam a um conjunto de requisitos pré-determinados.
A rotulagem começou com iniciativas nacionais, em geral com a participação de órgãos gover-
namentais. A iniciativa mais antiga é da Alemanha (Blue Angel, 1978), seguida pelos países nórdi-
cos (Nordic Swan, 1988), Canadá (Environmental Choice, 1988), Japão (Eco Mark, 1989), Estados
Unidos (Green Seal, 1990), França (NF-Environnement, 1991), Índia (Eco Mark, 1991), Coreia
(Eco Mark), Cingapura (Green Label), Nova Zelândia (Environmental Choice) e União Europeia
(European Ecolabelling), todos em 1992, e Espanha (Aenor, 1993). Esses programas usam critérios
dierentes para a concessão do selo verde, com alguns (como Japão e Canadá) ocalizando as exter-
nalidades ambientais do consumo (uso e descarte �nal) e outros (como Françae União Europeia)
ocalizando as externalidades ambientais da produção. O selo dos países nórdicos adota, como crité-
rio para concessão, a avaliação do ciclo de vida do produto.
Por iniciativa da organização Green Seal, oi criada uma rede mundial de rotulagem ambien-
tal, denominada Global Ecollabeling Network (GEN). O interesse pela rotulagem ambiental vem
aumentando, assim como a preocupação com a possibilidade do sistema (Rótulo Tipo III) ser usado
como barreira não alandegária no comércio internacional.
53Normas ISO – Evolução e Descrição
Para harmonizar esses procedimentos dierentes, o SC 03 do ISO/TC 207 publicou as seguintes
normas de rotulagem ambiental:
» ISO 14020: Rótulos e declarações ambientais – princípios básicos (1998).
» ISO 14021: Autodeclarações ambientais (rótulo ambiental tipo II, 1999).
» ISO 14024: Rótulo ambiental tipo I (de terceira parte, 1999).
A ABNT publicou a NBR ISO 14020 em 2002, e as NBR ISO 14021 e 14024 em 2004.
A NBR ISO 14020 da ABNT estabelece nove princípios gerais, aplicáveis a todo tipo de rotu-
lagem ou declaração ambiental, cujo objetivo �nal é assegurar correção técnica, transparência, credi-
bilidade e relevância ambiental. Os princípios são:
1) Rótulos e declarações ambientais devem ser precisos, veri�cáveis, relevantes e não enganosos.
2) Procedimentos e requisitos para rótulos e declarações ambientais não devem ser elaborados,
adotados ou aplicados com intenção de – ou eeito de – criar obstáculos desnecessários ao
comércio internacional.
3) Rótulos e declarações ambientais devem basear-se em metodologia cientí�ca su�cientemente cabal e
abrangente para dar suporte às a�rmações, e que produza resultados precisos e reproduzíveis.
4) As inormações reerentes aos procedimentos, às metodologias e a quaisquer critérios usados
para dar suporte a rótulos e declarações ambientais devem estar disponíveis e ser ornecidas a
todas as partes interessadas sempre que solicitadas.
5) O desenvolvimento de rótulos e declarações ambientais deverá considerar todos os aspectos
relevantes do ciclo de vida do produto.
6) Os rótulos e declarações ambientais não devem inibir inovações que mantenham ou tenham o
potencial de melhorar o desempenho ambiental.
7) Quaisquer requisitos administrativos ou demandas de inormações relacionadas a rótulos e
declarações ambientais devem ser limitados àqueles necessários para estabelecer a conormida-
de com os critérios e normas aplicáveis dos rótulos e declarações ambientais.
8) Convém que o processo de desenvolvimento de rótulos e declarações ambientais inclua uma
consulta participatória e aberta às partes interessadas. Convém que sejam eitos esorços razoá-
 veis para chegar a um consenso no decorrer do processo.
9) As inormações sobre aspectos ambientais dos produtos e serviços relevantes a um rótulo ou
declaração ambiental devem ser disponibilizadas a compradores e potenciais compradores junto
à parte que az o rótulo ou declaração ambiental.
Rotulagem Tipo I – Programas de selo verde (NBR ISO 14024): Estabelece os princípios e pro-
cedimentos para o desenvolvimento de programas de rotulagem ambiental, incluindo a seleção de
categorias de produtos, critérios ambientais e características uncionais dos produtos, critérios para
avaliar e demonstrar sua conormidade. A NBR ISO 14024 estabelece também os procedimentos de
certi�cação para concessão do rótulo ambiental.
54 Qualidade na Construção Civil
A Rotulagem Ambiental Tipo I apresenta os seguintes problemas:
a) A impossibilidade de estabelecer critérios objetivos e cienti�camente deensáveis que
identi�quem os melhores produtos do ponto de vista ambiental em uma dada categoria.
b) Os selos verdes orientam os consumidores a procurar símbolos. No Brasil, temos apenas
selos verdes setoriais, como no setor papel e celulose.
Rotulagem tipo II – Autodeclarações ambientais (NBR ISO 14021)
Especi�ca os requisitos para as autodeclarações ambientais, incluindo textos, símbolos e grá�-
cos, no que se reere aos produtos. Descreve os termos selecionados usados comumente em declarações
ambientais e ornece quali�cações para seu uso. Essa norma descreve também uma metodologia de
avaliação e veri�cação geral para autodeclarações ambientais e métodos especí�cos de avaliação e veri-
�cação para as declarações selecionadas. No Brasil, existe a tendência de utilização cada vez mais ampla
das autodeclarações ambientais, que oerecem inormações mais precisas, relevantes e de ácil entendi-
mento para o consumidor (consumidor �nal ou relação entre empresas – B2B, business to business).
Rotulagem tipo III – Avaliações de ciclo de vida
A ISO TR 14025 oi publicada em 2000 e exige a Avaliação do Ciclo de Vida do produto para
ser concedido. Em 2002, iniciou-se o trabalho de desenvolvimento da ISO 14025:2006 para os rótu-
los ambientais do tipo III, que apresenta alto grau de complexidade em razão da utilização da meto-
dologia de Avaliação do Ciclo de Vida do produto.
3.3.1.4 SC 04 – Avaliação de desempenho ambiental
Em 1999, o ISO/TC 207 publicou uma norma e um relatório técnico:
» ISO 14031: avaliação do desempenho ambiental – diretrizes.
» ISO TR 14032: exemplos de avaliação de desempenho ambiental.
A ISO 14031 objetiva medir e analisar o desempenho ambiental de uma empresa, a �m de
comparar os resultados com as metas de�nidas no estabelecimento do sistema de gestão ambien-
tal e comprovar as melhorias alcançadas. Foi publicada em 2004, e os indicadores de desempenho
ambiental escolhidos pela empresa devem ser especí�cos para uma determinada área, como quanti-
dade de e�uentes e de resíduos sólidos perigosos gerados por unidade de produto, peso da embala-
gem produzida etc. Os indicadores escolhidos devem ser relevantes, cienti�camente válidos, de ácil
comprovação, e devem ter custos de medição aceitáveis em relação aos objetivos da avaliação.
3.3.1.5 SC 05 – Avaliação do Ciclo de Vida
A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) de um produto é uma erramenta cada vez mais aplicada
aos processos produtivos, por permitir uma visão abrangente dos impactos ambientais ao longo de
toda a cadeia de produção, incluindo a extração e aquisição das matérias primas, a abricação do
produto, a sua embalagem, transporte e distribuição, o seu uso e seu descarte no �nal de sua vida
útil. Considera também a possibilidade de reciclagem do produto. Por esse motivo, a ACV é conhe-
cida como uma abordagem do “berço ao túmulo” para o estudo dos impactos ambientais, que pode
ser aplicada a produtos, atividades, processos ou serviços. Trata-se de um estudo caro, pois exige
uma equipe de pro�ssionais especializados e demanda tempo para sua execução. Na maioria dos
55Normas ISO – Evolução e Descrição
países desenvolvidos, já existem bancos de dados básicos sobre matérias primas, energia, transportes
etc., que reduz o tempo e o custo da elaboração da ACV de um produto.
O ISO/TC 207 já publicou as seguintes normas de Avaliação de Ciclo de Vida:
» ISO 14040: Avaliação do ciclo de vida – princípios e estrutura (1997).
» ISO 14041:  Avaliação de ciclo de vida – de�nição de escopo e análise do inventário
(1998).
» ISO 14042: Avaliação do ciclo de vida – avaliação do impacto do ciclo de vida (2000).
» ISO 14043: Avaliação do ciclo de vida – interpretação do ciclo de vida (2000).
» ISO 14048: Avaliação de ciclo de vida – ormato da apresentação de dados (2002).
Foram publicados também dois relatórios técnicos:
» ISO TR 14047: Avaliação do ciclo de vida – exemplos para a aplicação da ISO 14042 (2002).
» ISO TR 14049: Avaliação do ciclo de vida – exemplos de aplicação da ISO 14041 para a
de�nição de escopo e análise de inventário (2000).
A ABNT publicou a NBR ISO 14040 em 2001, e as NBR ISO 14041 e 14042 em julho de 2004.
Em 2003, o ISO TC 207 decidiu que as quatro primeiras normas (40, 41, 42 e 43) seriam con-
densadas em apenas duas – 14041 e 14044 –, para acilitar a aplicação da ACV de produtos. A pri-
meira norma, 14041, conteria apenas os princípios e as de�nições da ACV, sem osrequisitos (sem os
shall), e a outra conteria todas as exigências e requisitos.
3.3.1.6 SC 06 – Termos e definições
A norma ISO 14050 (Termos e de�nições) oi publicada em 1998 e sua revisão, a ISO 14050
Rev. 1, oi publicada em 2002. A NBR ISO 14050 Ver. 1 oi publicada em 2004.
3.3.1.7 SC 07 – Aspectos ambientais no projeto e desenvolvimento de
produtos (ecodesign)
Em 2000 oi criado um Grupo de Trabalho (WG 05) e iniciado o trabalho para a elaboração do
relatório técnico ISO TR 14062 (Integração de aspectos ambientais no projeto e desenvolvimento de
produtos – Ecodesign). Esse relatório técnico oi publicado em 2002, e a ABNT publicou a NBR ISO
TR 14062 em 2004.
Esse documento oi produzido porque produtos e serviços provocam impactos sobre o meio
ambiente, que podem acontecer durante todos os estágios dos seus ciclos de vida: extração e pro-
dução das matérias-primas, transporte, energia necessária, abricação, distribuição, uso e disposi-
ção �nal. Com a integração dos aspectos ambientais no projeto e desenvolvimento de produtos e
serviços, o que é geralmente denominado de ecodesign, vários beneícios ambientais e econômicos
são alcançados: redução de custos (redução do consumo de energia, água, matérias-primas e menor
geração de resíduos para serem tratados), melhor desempenho ambiental, estímulo à inovação,
novas oportunidades empresariais e melhor qualidade do produto ou serviço.
56 Qualidade na Construção Civil
O processo de integração dos aspectos ambientais deve ser contínuo e �exível, devendo levar
em consideração a unção do produto, a sua perormance, a segurança e saúde dos usuários, o custo,
a aceitação pelo mercado, a qualidade, bem como legislação, regulamentos e normas em vigor.
Aqui no Brasil, já existem várias iniciativas de ecodesign. Em São Paulo, a Federação das Indús-
trias (FIESP), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Secretaria Estadual de Ciência, Tecnolo-
gia e Desenvolvimento Econômico (SCTDE-SP), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientí�co e Tecnológico (CNPq) e o
Programa São Paulo Design criaram em 2001 o Centro São Paulo Design, com o objetivo de consolidar
o design como erramenta undamental para a melhoria contínua dos processos de produção e de seus
produtos. A FIESP organiza e patrocina o Prêmio Ecodesign – FIESP, realizado a cada dois anos, para
estimular o desenvolvimento de produtos de maneira sustentável em todo o seu ciclo de vida, desde a
escolha das matérias-primas, passando pelo processo produtivo, até a embalagem e a distribuição.
Em 2002, oi criada a comunidade virtual Ecodesign-net, ruto de uma parceria entre o Centro de
Gestão Estratégica do Conhecimento em C&T, do Ministério das Relações Exteriores – CGECon, com a
Associação Brasileira de Instituições de Pesquisa Tecnológica (ABIPTI). A Ecodesign-net possui hoje um
universo de 145 membros de universidades, ONGs, empresas privadas, órgãos governamentais etc. e é
uma reerência no Brasil e no cenário internacional como importante rede de atores de ecodesign.
3.3.1.8 SC 08 – Comunicação ambiental
As grandes empresas, particularmente nos países nórdicos e na Alemanha, começaram a ser
pressionadas para publicar anualmente um relatório sobre seu desempenho ambiental. Não havia,
entretanto, um modelo que acilitasse a comparação do desempenho ambiental de empresas die-
rentes. Por esse motivo, a ISO/TC 207 resolveu iniciar o desenvolvimento da norma internacional
ISO 14063 (Comunicação ambiental – diretrizes e exemplos). Para isso, oi criado um novo grupo de
trabalho, o WG 4. O objetivo é aprovar diretrizes sobre como comunicar o desempenho ambiental e
outros aspectos ambientais das empresas, ornecendo exemplos. A ISO 14063 oi publicada em 2006.
3.3.1.9 SC 09 – Mudanças climáticas
O Grupo de Trabalho do ISO/TC 207 sobre mudanças climáticas (WG 5) oi criado em 2002.
O objetivo é desenvolver normas internacionais para a medição, monitoramento, comunicação e
 veri�cação das emissões e absorção de gases estua, no âmbito de projetos e entidades:
» ISO 14064 – Parte 1:  Gases Estua: especiicação para quantiicação, monitoramento
e comunicação de emissões e absorção por entidades.
» ISO 14064 – Parte 2:  Gases Estua: especi�cação para quanti�cação, monitoramento e
comunicação de emissões e absorção de projetos.
» ISO 14064 – Parte 3: Gases Estua: especi�cação e diretrizes para validação, veri�cação
e certi�cação.
As três normas oram publicadas em 2006.
Foi também criado o WG 6, sobre acreditação. Esse grupo de trabalho desenvolveu a norma
ISO 14065:2007 – Gases de Eeito Estua (GEE) ou Greenhouse Gases (GHG) – Requisitos para vali-
57Normas ISO – Evolução e Descrição
dação e veri�cação de organismos para uso em acreditação ou outras ormas de reconhecimento. Tal
norma oi publicada no Brasil como NBR ISO 14065:2012.
3.3.2 Relação e intenções das normas ISO 14000
As normas ISO 14000 são:
» ISO 14001: Sistema de gestão ambiental – especi�cações para implantação e guia.
» ISO 14004: Sistemas de gestão ambiental – diretrizes gerais.
» ISO 14010: Guias para auditoria ambiental – diretrizes gerais.
» ISO 14011: Diretrizes para auditoria ambiental e procedimentos para auditorias.
» ISO 14012: Diretrizes para a auditoria ambiental – critérios de quali�cação.
» ISO 14020: Rotulagem ambiental – princípios básicos.
» ISO 14021: Rotulagem ambiental – termos e de�nições.
» ISO 14022: Rotulagem ambiental – simbologia para rótulos.
» ISO 14023: Rotulagem ambiental – testes de metodologias para veri�cação.
» ISO 14024: Rotulagem ambiental – guia para certi�cação com base em análise multicriterial.
» ISO 14031: Avaliação da perormance ambiental.
» ISO 14032: Avaliação da perormance ambiental dos sistemas de operadores.
» ISO 14040: Análise do ciclo de vida – princípios gerais.
» ISO 14041: Análise do ciclo de vida – inventário.
» ISO 14042: Análise do ciclo de vida – análise dos impactos.
» ISO 14043: Análise do ciclo de vida – migração dos impactos.
Organizações de todos os tipos estão progressivamente preocupadas em alcançar e demonstrar
um desempenho ambiental adequado por meio do controle do impacto ambiental de suas atividades
e produtos (bens e serviços), levando em conta suas políticas e objetivos ambientais. Isso é eito no
contexto de uma legislação progressivamente mais exigente, do desenvolvimento de políticas econô-
micas e outras medidas para promover a proteção ambiental e do aumento geral da apreensão das
partes interessadas a respeito dos assuntos ambientais, inclusive do desenvolvimento sustentável.
Muitas organizações têm realizado “análises críticas” ou “auditorias”, para avaliar seus desem-
penhos ambientais. Entretanto, essas “análises críticas” e “auditorias” por si próprias podem não ser
su�cientes para ornecer às organizações a garantia de que elas não só atingirão, mas que também
continuarão atingindo as exigências legais e de sua política. Para serem eetivas, elas precisam ser con-
duzidas dentro de um sistema de gestão estruturado e integrado com a atividade da gestão empresarial.
Espera-se que normas internacionais de gestão ambiental orneçam às organizações os ele-
mentos de um sistema de gestão ambiental eetivo, que possa ser integrado com outros requisitos
gerenciais, a �m de auxiliar as organizações a alcançar objetivos ambientais e econômicos.
Essas normas, como outras normas internacionais, não são destinadas à criação de barreiras
comerciais não tariárias ou para incrementar ou mudar as obrigações legais das organizações. Elas
58 Qualidade na Construção Civil
especi�cam os requisitos desse tipo de sistema de gestão ambiental e oram eitas para serem aplicá-
 veis a todos os tipos e tamanhos de organizações, bem como para se ajustar às dierentes condições
geográ�cas, culturais e sociais. O sucesso do sistema depende do comprometimento de todos os
níveis e unções da organização, especialmente da alta administração. Um sistema desse tipohabilita
uma organização a estabelecer e avaliar a eetividade de procedimentos para estabelecer uma polí-
tica ambiental, atingir os objetivos e a conormidade com estes, e a demonstrar essa conormidade
para outros. O propósito geral dessas normas é apoiar a proteção ao meio ambiente e a prevenção
da poluição em equilíbrio com as necessidades socioeconômicas. Deve ser notado que muitos dos
requisitos podem ser alcançados simultaneamente ou retomados a qualquer tempo.
Há uma importante distinção entre essa especi�cação, que descreve os requisitos para a certi-
�cação/registro e/ou declaração própria de um sistema de gestão ambiental, e uma diretriz não cer-
ti�cável, que se destina a ornecer uma assistência genérica a uma organização para implementar ou
melhorar o sistema de gestão ambiental. A gestão ambiental abrange uma ampla aixa de elementos,
inclusive aqueles com implicações estratégicas e competitivas. A demonstração da implementação
bem-sucedida da norma poderá ser utilizada pela organização para garantir às partes interessadas
que um sistema de gestão ambiental adequado está sendo aplicado.
A norma de especi�cação contém somente os requisitos, que podem ser objetivamente audi-
tados para �ns/propósitos de certi�cação/registro e/ou propósito de declaração da própria empresa.
As organizações que necessitem de diretrizes mais genéricas, em uma aixa mais abrangente
dos itens do sistema de gestão ambiental, devem basear-se na ISO 14004 (Sistemas de Gestão
Ambiental – Diretrizes gerais em princípios, sistemas e técnicas de suporte). Deve-se notar que
esta norma não estabelece requisitos absolutos para o desempenho ambiental além do compro-
misso, dentro da política, com o cumprimento da legislação e regulamentos ambientais aplicáveis
e com a melhoria contínua.
Assim, duas organizações com atividades similares, mas com dierentes desempenhos ambien-
tais podem, ambas, estar cumprindo seus requisitos. A adoção e a implementação de um conjunto
de técnicas de gestão ambiental de uma maneira sistemática podem contribuir para ótimos resul-
tados das partes interessadas. Entretanto, a adoção dessa norma de especi�cação não garante, por
si só, ótimos resultados ambientais. A �m de se atingir os objetivos ambientais, o sistema de gestão
ambiental deve encorajar as organizações a considerar a implementação das melhores tecnologias
disponíveis quando apropriadas e onde economicamente viáveis. Além disso, deve ser considerada a
relação custo-beneício dessa tecnologia.
Essas normas não têm a intenção de indicar nem tampouco inclui requisitos para os aspec-
tos de saúde ocupacional e gestão da segurança (do trabalho); entretanto, procura não desencorajar
uma organização a desenvolver a integração entre esses elementos do sistema de gestão. De qualquer
maneira, o processo de certi�cação/registro será aplicável apenas para os aspecto do sistema de ges-
tão ambiental.
3.3.3 Definições e diretrizes para uso da NBR ISO 14001
A norma NBR ISO 14001 (Sistemas de gestão ambiental – especi�cação e diretrizes para uso)
apresenta as seguintes de�nições:
59Normas ISO – Evolução e Descrição
» Melhoria contínua:  processo de apereiçoamento do sistema de gestão ambiental para
alcançar melhorias no desempenho ambiental global alinhadamente com a política
ambiental da organização. Observação: o processo não precisa ser realizado simultanea-
mente em todas as áreas de atividade,
» Ambiente:  cercanias nas quais a organização opera, incluindo ar, água, terra, recursos
naturais, �ora, auna, seres humanos e suas inter-relações. Observação: cercanias, neste
contexto, estende-se desde dentro da organização até ao sistema global,
» Aspecto ambiental: elemento das atividades, dos produtos ou dos serviços de uma organi-
zação que pode interagir com o ambiente. Observação: um aspecto ambiental signi�cativo
é aquele que tem ou pode ter um impacto ambiental signi�cativo,
» Impacto ambiental: qualquer mudança no ambiente, quer adversa, quer bené�ca, inteira
ou parcialmente resultante das atividades, produtos ou serviços de uma organização,
» Sistema de gestão ambiental: aquela parte do sistema de gestão global que inclui a estru-
tura organizacional, o planejamento de atividades, as responsabilidades, as práticas, os
procedimentos, os processos e os recursos para desenvolver, conseguir implementar, ana-
lisar criticamente e manter a política ambiental,
» Sistema de auditoria da gestão ambiental: um processo de veri�cação sistemático e docu-
mentado para, objetivamente, obter e avaliar evidências para determinar se o sistema de
gestão ambiental da organização está de acordo com o critério de auditoria ambiental
estabelecido pela organização, e realizar a comunicação dos resultados desse processo à
gerência,
» Objetivo ambiental:  metas ambientais globais, quanti�cadas onde praticável, resultantes
da política ambiental, que uma organização estabelece para si própria alcançar,
» Desempenho ambiental: resultados mensuráveis do sistema de gestão ambiental, relacio-
nados com o controle da organização sobre os aspectos ambientais, baseados na sua polí-
tica, seus objetivos e metas,
» Política ambiental: declaração da organização sobre suas intenções e seus princípios rela-
cionados com seu desempenho ambiental global, que provê uma estrutura para ações e
para o estabelecimento dos seus objetivos e metas ambientais,
» Meta ambiental:  requisito detalhado de desempenho, quanti�cado onde praticável, apli-
cável à organização ou à parte dela, resultante dos objetivos ambientais e que necessita ser
estabelecido e alcançado de maneira a permitir atingir aqueles objetivos,
» Parte interessada: indivíduo ou grupo relacionado ou aetado pelo desempenho ambiental
de uma organização,
» Organização: empresa, corporação, �rma, empreendimento, instituição ou parte ou com-
binação destas, quer incorporada, quer não, pública ou privada, que tenha suas próprias
unções e administração. Observação: havendo mais de uma unidade de operação, uma
única pode ser de�nida como organização,
» Prevenção da poluição:  uso de processos, práticas, materiais ou produtos que evitam,
reduzem ou controlam a poluição, os quais podem incluir reciclagem, tratamento, modi-
�cações de processo, mecanismos de controle, uso e�ciente de recursos e substituição de
60 Qualidade na Construção Civil
materiais. Observação: os beneícios potenciais da prevenção da poluição incluem a redu-
ção de impactos ambientais adversos, melhoria de e�ciência e redução de custos,
Tais normas internacionais são aplicáveis a qualquer organização que deseja:
a) implementar, manter e melhorar o sistema de gestão ambiental;
b) certi�car-se de estar em conormidade com sua política ambiental declarada;
c) demonstrar esta conormidade a outros;
d) solicitar certi�cação/registro do sistema de gestão ambiental por uma organização externa;
e) assumir o compromisso e azer declaração de conormidade com a norma.
A rotulagem ambiental ou “selo verde” é a certificação de produtos adequados ao uso, que apresentam menor impacto no
meio ambiente em relação a outros produtos comparáveis disponíveis no mercado.
Para apender mais sobre selo verde acesse: <http://www.seloverde.org.br/> e <http://www.ecologflorestal.com.br/ 
sub/81.av>.
Amplie seus conhecimentos
3.4 OHSAS 18000 – saúde e segurança do trabalhador
A Occupational Health and Saety Assessment Services (Serviços de Avaliação de Saúde e
Segurança Ocupacional – OHSAS) é um conjunto de normas internacionais que consiste em diretri-
zes de um sistema de gestão, assim como a ISO 9000 e ISO 14000, porém com o oco voltado para a
saúde e a segurança ocupacional. Em outras palavras, são erramentas que permitem a uma empresa
atingir e, sistematicamente, controlar e melhorar o nível do desempenho da saúde e segurança do
trabalho por ela mesma estabelecido.
As normas que compõem o sistema OHSAS 18000 são:
» OHSAS 18001:2007: diretrizes para a implementação da OHSAS,
» OHSAS 18002:2008: sistemas de gestão da segurança e saúdeno trabalho.
Essas especi�cações da OHSAS ornecem os requisitos para um sistema de gestão da Segu-
rança e Saúde Ocupacional (SSO), permitindo a uma organização controlar seus riscos de aciden-
tes, suas doenças ocupacionais e melhorar seu desempenho. Elas não prescrevem critérios espe-
cí�cos de desempenho da SSO nem ornecem especi�cações detalhadas para o projeto de um
sistema de gestão.
Essas especi�cações da OHSAS se aplicam a qualquer organização que deseje:
a) estabelecer um sistema de gestão da SSO para eliminar ou minimizar riscos dos uncio-
nários e de outras partes interessadas que possam estar expostos aos riscos de SSO as-
sociados a suas atividades;
b) implementar, manter e melhorar continuamente um sistema de gestão da SSO;
c) assegurar-se de sua conormidade com sua política de SSO de�nida;
61Normas ISO – Evolução e Descrição
d) demonstrar tal conormidade a terceiros;
e) buscar certi�cação/registro do seu sistema de gestão da sso por uma organização exter-
na; ou
) realizar uma autoavaliação e emitir autodeclaração de conormidade com esta espe-
ciicação.
A certi�cação pela OHSAS 18000 acentua a abordagem pela minimização do risco, procu-
rando reduzir, com sua implementação, os acidentes e as doenças do trabalho, os tempos de paragem
por esses motivos e, consequentemente, os custos econômicos e sobretudo humanos. Identi�cam-se
ainda como possíveis beneícios da implementação de um sistema de gestão de segurança e saúde no
trabalho, como:
» integração das responsabilidades de higiene, segurança e saúde ocupacional em todas as
atividades da organização;
» adoção de boas práticas em saúde e segurança do trabalho;
» manutenção de um meio ambiente de trabalho seguro;
» redução dos riscos de acidentes e incidentes nas operações;
» evidenciar o uncionamento da saúde e segurança na empresa;
» permitir a existência de um sistema de gestão integrado;
» promover a melhoria da e�ciência nas organizações;
» evitar multas e demais sanções ou ações judiciais motivadas por temas desta ordem, por
implementar o cumprimento dos requisitos legais, contratuais e sociais;
» detectar oportunidades de melhoria no desempenho global da empresa;
» possibilidade de redução de custos com seguros;
» responder às demandas de clientes e acionistas;
» melhora da imagem da empresa;
» motivação do pessoal.
O êxito do sistema OHSAS 18000 depende da garantia, do compromisso de todos, do engaja-
mento essencial da gerência e da direção superior no processo como um todo.
Os gases de efeito estufa (GEE) ou greenhouse gases (GHG) são os gases considerados responsáveis pelo aquecimento
global. De acordo com o Anexo A do Protocolo de Quioto, os GEEs:
» dióxido de carbono (co2);
» metano (ch4);
óxido nitroso (n2o);
hidrofluorcarbonos (hfcs);
» perfluorcarbonos (pfcs);
» hexafluoreto de enxofre (SF6).
Fique de olho!
62 Qualidade na Construção Civil
Neste capítulo oi abordada a amília de normas ISO 9000 (qualidade), bem como sua ori-
gem, seus objetivos, sua terminologia e os beneícios de sua utilização. Foi também apresentada
a NBR ISO 14000 (meio ambiente) e sua relação, suas intenções, de�nições e diretrizes. Por �m,
oram apresentadas as normas OHSAS 18000 (saúde e segurança do trabalhador).
Vamos recapitular?
Agora é com você!
1) Cite dois problemas da rotulagem ambiental tipo I.
2) O que são as normas internacionais OHSAS?
3) Comente sobre a organização ISO, suas características, sua abrangência, seu campo
de ação e sua representatividade no Brasil.
4) O que é a série ISO 9000?
63
4
Programas e
Políticas da
Qualidade na
Construção Civil
Este capítulo tem por objetivo dei nir os programas e as políticas da  qualidade no setor de
Construção Civil.
Para começar
4.1 Histórico da qualidade na construção civil
O Governo Federal deu um grande passo em 1991 para a reestruturação da indústria nacional,
com o lançamento do PBQP (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade). O objetivo oi de
omentar a gestão da qualidade nas empresas nacionais e prepará-las para competir com as empre-
sas internacionais. O oco residiu na produção com melhor qualidade, menor custo e aumentando a
produtividade na busca por maior competitividade por meio da atualização e do aprimoramento em
processos de gestão e tecnologia.
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) realizou outros trabalhos relativos à elaboração de
documentos para construção de ediícios na década de 1980. Um deles oi desenvolvido no âmbito
do Programa de Controle da Qualidade das Construções Habitacionais (Procontrol). Foram elabora-
dos documentos de reerência para ediícios habitacionais de interesse social de até quatro pavimen-
tos, com o objetivo de orientar projetos, execução e controle das obras que utilizavam práticas con-
 vencionais. Outro trabalho, no âmbito estadual, desenvolvido para a então Secretaria da Indústria,
Comércio, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, originou documentos denominados Estu-
dos para o Controle da Qualidade dos Componentes, Elementos e do Produto Final de Conjuntos
64 Qualidade na Construção Civil
Habitacionais. Eram recomendações técnicas para subsidiar as Companhias de Habitação (Cohabs)
na implantação de um Programa de Controle da Qualidade das obras. Incluíam recomendações para
projeto, recebimento de materiais e controle da execução, cujos conteúdos baseavam-se em normas
nacionais e estrangeiras e em manuais de bem construir.
O primeiro trabalho de ordenamento da cadeia produtiva da construção, no âmbito do PBQP,
oi o Subprograma Setorial da Qualidade e Produtividade da Indústria da Construção Civil, elabo-
rado em 1992. A eetiva mobilização do poder de compra do Estado no sentido de induzir o desen-
 volvimento da qualidade e produtividade da indústria da Construção Civil oi de ato implementada
pelo Programa da Qualidade da Construção Habitacional do Estado de São Paulo (QUALIHAB),
instituído em 1996. E na sequência oi instituído o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtivi-
dade do Habitat (PBQP-H), de âmbito nacional, instituído em 1998.
O modelo PBQP oi transormado em uma nova orma de atuação denominada Movimento
da Qualidade e Produtividade no Brasil, passando a integrar o Movimento Brasil Competitivo
(MBC) em 2001.
A seleção de ornecedores por critério exclusivo de menor preço pode acarretar problemas ao
empreendimento, desde a má qualidade dos serviços até sua não execução por inviabilidade técnica
e/ou �nanceira da empresa contratada. Esses programas governamentais têm como conceito a parce-
ria do poder público com o setor produtivo, i rmada por meio de acordos setoriais privilegiando,
nas contratações governamentais, as empresas que tenham aderido ao Programa Setorial da Quali-
dade, valorizando-as quando da escolha de ornecedores. O poder de compra do Estado serve para
omentar a qualidade das moradias, entendida aqui em suas múltiplas dimensões (arquitetônica,
construtiva, desempenho ao longo da vida útil, ambiental etc.).
A qualidade presente na construção de uma edificação é função do trabalho contínuo de todos os envolvidos (gestores,
operários, fornecedores, agentes financeiros, governo, incorporadores e clientes).
Fique de olho!
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Figura 4.1 - Fachada de um conjunto habitacional.
65Programas e Políticas da Qualidade na Construção Civil
Com técnicas e erramentas especí�cas, as construtoras conseguem alcançar altos níveis de satis-
ação dos clientes e aumentar a competitividade no mercado. Ação que passa necessariamente pelo sis-
tema de gestão de qualidade da empresa, requisito que já se tornou básico para as construtoras não só
em busca de e�ciência como também na obtenção de �nanciamento. Apesar de ser, em sua essência,
uma técnica para gerenciar lucros, o custeio-meta basicamente se constitui em uma nova maneira de
desenvolver produtos, partindo da de�nição do custo-meta e dos padrões deuncionalidade e quali-
dade para o novo produto. Consiste em um conjunto de atividades por meio das quais se busca – com
base nas necessidades do mercado e nas possibilidades e restrições tecnológicas, considerando as estra-
tégias competitivas e de produto da empresa – chegar às especi�cações de projeto de um produto e de
seu processo de produção, a �m de que a manuatura seja capaz de produzi-lo.
Trata-se de sistemas para elaboração de documentos técnicos de reerência nacional que con-
solidam as boas práticas do processo de produção de ediícios existentes em diversos países, sendo
utilizados dierentes nomes, tais como Building Codes nos Estados Unidos, Canadá e Austrália,
Codes of Practice  na Inglaterra e Documents Techniques Uni�és na França. No Brasil, entretanto,
esse tema é recente, mas o setor da construção de ediícios tem-se conscientizado da importância
de ormalizar e harmonizar as melhores práticas desde o projeto até a execução, o uso e a manuten-
ção dos ediícios. Todavia, mesmo considerando as peculiaridades de cada sistema, os resultados de
sua implantação oram positivos, não havendo dúvida de que a existência de um conjunto de boas
práticas contribui para orientar o setor da construção de ediícios, balizar as relações contratuais e
melhorar a qualidade das obras e o desempenho dos ediícios.
Contribui para a orientação desse setor a ormalização de seu conhecimento, uma vez que
grande parte desse conhecimento ainda é tácito, e não explícito, encontrando-se disperso e sem
registros, inormalmente entre pro�ssionais. Além disso, o conhecimento passa a ser harmonizado e
disseminado de orma e�ciente para esses pro�ssionais. Quanto às relações contratuais, um conjunto
de boas práticas é um instrumento de reerência para contratantes e contratados, sejam empresas
projetistas, construtoras, seguradoras, responsáveis pelo acompanhamento e licenciamento de obras
etc. Outrossim, o ato de se utilizarem soluções consagradas e boas práticas nas etapas de projeto,
execução e controle das obras contribui para que o ediício tenha melhor qualidade e atenda aos
principais requisitos de desempenho.
Os impactos e os beneícios da criação e utilização de um conjunto de boas práticas na cons-
trução de ediícios demonstram que o tema é uma contribuição importante e necessária para a
modernização desse setor no país.
4.2 Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade
no Habitat (PBQP-H)
O Governo Federal, por meio da Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano (SEDU),
instituiu em 1998 o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional
(PBQP-H), cujo objetivo básico oi o de apoiar o esorço de modernidade do país e promover a qua-
lidade e a produtividade do setor da construção habitacional, com vistas a aumentar a competitivi-
dade de bens e serviços por ele produzidos.
O Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Construção traz, como beneício
para as empresas, aumentar o seu poder de competitividade por meio da redução de desperdícios,
66 Qualidade na Construção Civil
melhor ormação de pro�ssionais, acesso a projetos, materiais e componentes de melhor qualidade
e adequação às normas técnicas. Ele serve também para que a empresa se adapte às disposições do
Código de Deesa do Consumidor, evitando as penalidades previstas para empresas e comerciantes
que coloquem no mercado produtos em não conormidade com as normas brasileiras.
O Programa envolve um espectro relativamente amplo de ações, entre as quais se destacam as
seguintes: quali�cação de construtoras e de projetistas, melhoria da qualidade de materiais, orma-
ção e requali�cação de mão de obra, normalização técnica, capacitação de laboratórios, aprovação
técnica de tecnologias inovadoras, comunicação e troca de inormações. Dessa orma, espera-se o
aumento da competitividade no setor, a melhoria da qualidade de produtos e serviços, a redução de
custos e a otimização do uso dos recursos públicos.
Os objetivos específicos do PBQP-H são os seguintes:
» promover o aperfeiçoamento da estrutura de elaboração e difusão de normas técnicas, códigos de práticas e códigos
de edificações;
» promover a articulação internacional, apoiando a introdução de inovações tecnológicas;
» desenvolver e implementar mecanismos de garantia de qualidade de projetos, obras, materiais, componentes e siste-
mas construtivos;
» criação de programas específicos visando a formação e a requalificação de mão de obra em todos os níveis da cons-
trução civil;
» coletar e disponibilizar informações, estimulando o inter-relacionamento entre agentes do setor;
» universalizar o acesso à moradia, ampliando o estoque de moradias e melhorando as existentes.
Fique de olho!
As entidades públicas ou privadas que contratam empresas da Construção Civil sentem uma
pressão interna bastante agressiva no sentido de utilizar seu poder de compra, mas, ao mesmo
tempo, veri�cam que somente criar erramentas pré-quali�catórias para selecionar empresas cons-
trutoras participantes de processos licitatórios não é su�ciente. Faz-se necessário também atentar a
alguns atores prioritários:
» comprometimento de todos com a qualidade;
» objetivos claros com relação à implantação de um sistema da qualidade;
» ormação e requali�cação de pro�ssionais;
» boa remuneração aos uncionários;
» estratégia de implantação do programa da qualidade;
» cronograma e metas de implantação;
» desenvolvimento de sistemas de �scalização;
» existência de possibilidade de punição para as empresas que não trabalharem dentro dos
padrões da  qualidade (liberação de aturas, impossibilidade de participar das pró-
ximas licitações);
» publicação interna e externa dos resultados do programa da qualidade.
No ano 2000, o escopo do Programa oi ampliado: ele passou a integrar o Plano Plurianual
“Avança Brasil” (PPA) e agora também engloba as áreas de saneamento, inraestrutura e transporte
67Programas e Políticas da Qualidade na Construção Civil
urbano. Assim, o “H” do Programa passou de “habitação” para habitat , conceito mais amplo e que
re�ete melhor sua nova área de atuação.
O Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação (CTECH) é um órgão
colegiado da Secretaria de Política Urbana cuja �n alidade é p romover o r elacionamento entre os
dierentes agentes do setor da Construção, com divisão de responsabilidades, estabelecer indica-
dores da  qualidade e produtividade para o Programa, propor sugestões e diretrizes para seu
apereiçoamento e para o acompanhamento de sua implementação, bem como estimular o
desenvolvimento tecnológico na produção de habitações.
O CTECH é composto pelo Governo Federal – da Secretaria Especial de Desenvolvimento
Urbano (Sedu/PR), Secretaria de Política Industrial (SPI/MDIC) e Secretaria de Desenvolvimento
Tecnológico e Inovação (SETEC/MCT) –, por agências de omento – Caixa Econômica Federal,
Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae) – e pela iniciativa privada – Associação Brasileira de Cohabs e Agentes Púbicos
de Habitação (ABC Cohabs), Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Instituto Brasi-
leiro de Siderurgia (IBS), Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Ana-
maco), Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC), Câmara Brasileira
da Indústria da Construção (CBIC), Comitê Brasileiro de Construção Civil (Cobracon/ABNT) e
Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco).
A adesão ao Programa PBQP-H pode ser voluntária individual, por iniciativa própria de deter-
minada construtora ou mediante o estabelecimento de acordos setoriais. Tais acordos são estabeleci-
dos pelas partes interessadas, compreendendo o governo estadual, representantes do setor de cons-
trução em geral e sindicatos patronais. Uma vez estabelecido o acordo setorial, este é ormalizado
por meio de uma portaria, norma administrativa ou lei estadual. Nessa situação, o acordo passa a
ter orça de lei e a ser umrequisito mandatório para todas as construtoras que desejem participar
em processos licitatórios cujo objeto de contratação seja compatível com o Programa. Trata-se do
exercício do poder de compra do Estado, visando ao desenvolvimento de ornecedores con�áveis
do ponto de vista de sistema de gestão da qualidade.
O Sistema de Quali�cação de Empresas de Serviços e Obras – Construtoras (SiQ-Construtoras)
oi criado pelo PBQP-H com o objetivo de estruturar a empresa com um sistema de quali�cação evo-
lutiva, que receberá a cada nível de progresso de implantação do sistema de qualidade um atestado de
quali�cação, emitido por um organismo certi�cador de terceira parte. As empresas, ao alcançarem o
nível evolutivo mais elevado, encontrar-se-ão em condições de obter o certi�cado ISO 9002. O SiQ-
-Construtoras oi elaborado contendo uma lista de 25 serviços que devem ser relativos à área em ques-
tão. Esse material inicial reere-se a serviços correlatos à construção habitacional que, com a nova dire-
triz do PBQP-Habitat, deve ser ajustado para os demais setores da construção.
Assim, o SiQ-Construtoras tem como objetivo estabelecer o reerencial técnico básico do sis-
tema de quali�cação evolutiva adequado às características especí�cas das empresas construtoras
atuantes no subsetor de ediícios, baseando-se nos seguintes princípios:
» Reerencial da série de normas ISO 9000: ser reerencial nacional para essas normas.
» Caráter evolutivo: o reerencial estabelece níveis de quali�cação progressivos, segundo os
quais os sistemas de gestão da qualidade das empresas são avaliados e classi�cados. Isso
68 Qualidade na Construção Civil
 visa induzir e dar às empresas o tempo necessário para a implantação evolutiva de seu Sis-
tema da Qualidade.
» Caráter proativo: visando à criação de um ambiente de suporte que oriente da melhor orma
possível as empresas, no sentido que estas obtenham o nível de quali�cação almejado.
» Caráter Nacional: o Sistema é único e se aplica a todos os tipos de contratantes (públicos
municipais, estaduais, ederais ou privados) e a todas as obras de ediícios, em todo o
Brasil; o que varia são os prazos de exigência dos contratantes.
» Flexibilidade: o Sistema se baseia em requisitos que possibilitam a adequação ao Sistema
de empresas de dierentes regiões, que utilizem dierentes tecnologias e que atuem na
construção de ediícios.
» Sigilo: quanto às inormações de caráter con�dencial das empresas.
» Transparência: quanto aos critérios e decisões tomadas.
» Independência: dos envolvidos nas decisões.
» Caráter público:  o SiQ não tem �ns lucrativos e a relação de empresas quali�cadas é
pública e divulgada a todos os interessados.
» Harmonia com o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Sinmetro):  toda quali�cação atribuída pelo Sistema será executada por organismo cre-
denciado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Inmetro) e o processo evolutivo visa ampliar o número de empresas do setor que venham
a ter certi�cação de conormidade na área de sistemas da qualidade por ele reconhecido.
Os quatro itens do Sistema Evolutivo de Garantia da Qualidade de Empresas Construtoras são:
» previsão de quatro níveis de quali�cação (D, C, B e A);
» contemplação dos mesmos requisitos da ISO 9002;
» de�nição da lista de 25 serviços obrigatoriamente controlados;
» controle de, no mínimo, 30 itens do material a ser empregado (não há lista).
No que diz respeito à lista de serviços, é prevista uma evolução do número de serviços contro-
lados, conorme o nível de quali�cação: nível C – 15%; nível B – 40%; e nível A – 100%.
Para obtenção da quali�cação em determinado nível, a empresa construtora deve ter desenvol-
 vido os procedimentos e treinado pessoal buscando atingir, pelo menos, as porcentagens mínimas
dos serviços controlados determinados acima, e os aplicados eetivamente em obra, gerando regis-
tros, no mínimo, na metade desses casos (50%).
Para os materiais, estabeleceu-se um mínimo de 30 itens que devem estar associados aos 25
serviços; também é prevista a evolução do número de itens de materiais controlados, conorme nível
de quali�cação, baseando-se em 30 itens do material: nível C – 20%; nível B – 50%; e nível A – 100%.
6969ProgramProgramas e Políticas da Qualidade na as e Políticas da Qualidade na Construção CivilConstrução Civil
4.3 Programa da Qualidade da Construção Habitacional4.3 Programa da Qualidade da Construção Habitacional
(QUALIHAB)(QUALIHAB)
Em 1996, o então Governador do Estado de São Paulo, Mario Covas, instituiu o Programa deEm 1996, o então Governador do Estado de São Paulo, Mario Covas, instituiu o Programa de
Qualidade da Construção Habitacional do Estado de São Paulo (QUALIHAB). Foi instituído peloQualidade da Construção Habitacional do Estado de São Paulo (QUALIHAB). Foi instituído pelo
Decreto nDecreto noo 41.337, de 25 de novembro de 1996, para garantir um trabalho de melhoria contínua ao 41.337, de 25 de novembro de 1996, para garantir um trabalho de melhoria contínua ao
atendimento dessas condições. O Programa QUALIHAB é coordenado pela Companhia de Desen-atendimento dessas condições. O Programa QUALIHAB é coordenado pela Companhia de Desen-
 volvimen volvimento Habto Habitacional e Uitacional e Urbano do Estado de São Prbano do Estado de São Paulo (CDHU)aulo (CDHU)..
O compromisso central parte do princípio de que a população de baixa renda tem o direito aO compromisso central parte do princípio de que a população de baixa renda tem o direito a
moradia de boa qualidade, baixo custo, ampliável e durável (principalmente porque os �nanciamen-moradia de boa qualidade, baixo custo, ampliável e durável (principalmente porque os �nanciamen-
tos são de tos são de longos prazo).longos prazo).
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Figura 4.2 -Figura 4.2 - Vista aérea da cidade  Vista aérea da cidade de São Paulo.de São Paulo.
O QUALIHAB possui diversos comitês, que tratam de criação de projetos, gestão de obras,O QUALIHAB possui diversos comitês, que tratam de criação de projetos, gestão de obras,
abricação de materiais e componentes que congregam as entidades dos produtores de insumos paraabricação de materiais e componentes que congregam as entidades dos produtores de insumos para
as obras e de sistemas construtivos. Busca induzir os segmentos do meio produtivo a estabeleceremas obras e de sistemas construtivos. Busca induzir os segmentos do meio produtivo a estabelecerem
o desenvolvimento de programa da qualidade para cada um dos setores representados. O Programao desenvolvimento de programa da qualidade para cada um dos setores representados. O Programa
deseja motivar a deseja motivar a evolução tecnológica de processos produtivos e produtos, criando maior valor agre-evolução tecnológica de processos produtivos e produtos, criando maior valor agre-
gado; modi�car o per�l dos pro�ssionais do setor; criar novas pro�ssões que �xem os trabalhadoresgado; modi�car o per�l dos pro�ssionais do setor; criar novas pro�ssões que �xem os trabalhadores
na Construção Civil. As construtoras seriam auxiliadas para serem transormadas em montadorasna Construção Civil. As construtoras seriam auxiliadas para serem transormadas em montadoras
integradoras de serviços e produtos, tendo como resultado o aumento de competitividade dentrointegradoras de serviços e produtos, tendo como resultado o aumento de competitividade dentro
dos padrões dos padrões internaciointernacionais.nais.
A Figura 4.3 apresenta um conjunto habitacional que utiliza estrutura metálica na construçãoA Figura 4.3 apresenta um conjunto habitacional que utiliza estrutura metálica na construção
das varandas das edi�cações.das varandas das edi�cações.
7070 Qualidade na Construção CivilQualidade na Construção CivilA   A
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Figura 4.3 -Figura 4.3 - Conjunto habitacional que utiliza estrutura metálica. Conjunto habitacional que utiliza estrutura metálica.
O financiamento da construção de O financiamento da construção de edificações leva em consideração as políticas de edificações leva em consideração as políticas de qualidade praticadas pela construtora.qualidade praticadas pela construtora.
Fique de olho!Fique de olho!
4.3.1 Comitê de Projetos e Obras (CPO)4.3.1 Comitê de Projetos e Obras (CPO)
A atividade de desenvolvimento de projetos é essencialmente ligada à ormação pro�ssio-A atividade de desenvolvimento de projetos é essencialmente ligada à ormação pro�ssio-
nal. O processo de produção do setor é intensivo em conhecimento técnico, azendo com quenal. O processo de produção do setor é intensivo em conhecimento técnico, azendo com que
as maiores necessidades de investimento estejam centradas no desenvolvimento dos recursosas maiores necessidades de investimento estejam centradas no desenvolvimento dos recursos
humanos. É importante destacar que se entende por projetos todas as especialidades envolvidashumanos. É importante destacar que se entende por projetos todas as especialidades envolvidas
para o desenvolvimento de projetos tecnicamente adequados para a Construção Civil em obraspara o desenvolvimento de projetos tecnicamente adequados para a Construção Civil em obras
de toda natureza.de toda natureza.
Os projetos podem ser classi�cados da seguinte maneira: arquitetura, estruturas, undações,Os projetos podem ser classi�cados da seguinte maneira: arquitetura, estruturas, undações,
sistemas prediais (hidráulicos, elétricos, ar-condicionado, transporte vertical, acústica), geotécnico,sistemas prediais (hidráulicos, elétricos, ar-condicionado, transporte vertical, acústica), geotécnico,
urbanísticourbanístico, , paisagismo, impermeabilização, vedações.paisagismo, impermeabilização, vedações.
O setor é organizado em empresas ormalmente constituídas e possuem a signi�cativa parti-O setor é organizado em empresas ormalmente constituídas e possuem a signi�cativa parti-
cipação de pro�ssionais autônomos que participam como prestadores de serviços. As empresas nãocipação de pro�ssionais autônomos que participam como prestadores de serviços. As empresas não
ultrapassam o número de, em média, ultrapassam o número de, em média, 15 uncionários.15 uncionários.
O desenvolvimento do projeto é um processo compartilhado entre projetistas das várias espe-O desenvolvimento do projeto é um processo compartilhado entre projetistas das várias espe-
cialidades envolvidas e o contratante. Envolve a identi�cação das necessidades dos clientes/usuárioscialidades envolvidas e o contratante. Envolve a identi�cação das necessidades dos clientes/usuários
e a interação com a tecnologia que viabiliza a construção da edi�cação projetada. Inclui ainda legis-e a interação com a tecnologia que viabiliza a construção da edi�cação projetada. Inclui ainda legis-
lação urbana e normas relacionadas aos serviços lação urbana e normas relacionadas aos serviços públicos.públicos.
7171ProgramProgramas e Políticas da Qualidade na as e Políticas da Qualidade na Construção CivilConstrução Civil
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Figura 4.4 -Figura 4.4 - Exemplo de  Exemplo de conjunconjunto habitacional de casto habitacional de casas populares.as populares.
As responsabilidades pela qualidade e produtividade do processo de desenvolvimento e doAs responsabilidades pela qualidade e produtividade do processo de desenvolvimento e do
produtproduto �nal gerado o �nal gerado são assim são assim divididas entre os vários intervenientes do processo. É desejável que divididas entre os vários intervenientes do processo. É desejável que aa
empresa atinempresa atinja um incremento signi�cativo da produtividade e garantia da qualidade no que ja um incremento signi�cativo da produtividade e garantia da qualidade no que diz res-diz res-
peito à con�abilidade possibilitada pela padronização de etapas e automação por meio de sistemaspeito à con�abilidade possibilitada pela padronização de etapas e automação por meio de sistemas
inormatizinormatizados ados especí�cos.especí�cos.
O CPO, criado pelo decreto do governo do Estado de São Paulo nO CPO, criado pelo decreto do governo do Estado de São Paulo noo 41.337, de 25 de novembro 41.337, de 25 de novembro
de 1996, quando da criação do QUALIHAB, deve:de 1996, quando da criação do QUALIHAB, deve:
»» de�nir a política da de�nir a política da qualidade para serviços, qualidade para serviços, em conjunem conjunto com o meio to com o meio produtivprodutivo;o;
»» estabelecer acordos setoriais que de�nam metas, prazos e estabelecer acordos setoriais que de�nam metas, prazos e indicadores para que os padrõesindicadores para que os padrões
adequados de qualidade sejam atingidos e mantidos;adequados de qualidade sejam atingidos e mantidos;
»» acompanhar e avaliar as ações propostas pelo CPO. As entidades participantes desseacompanhar e avaliar as ações propostas pelo CPO. As entidades participantes desse
Comitê são:Comitê são:
Associação Brasileira de Associação Brasileira de Engenheiros ConsulEngenheiros Consultores em Estrutura (Abece).tores em Estrutura (Abece).
Associação Brasileira de Engenharia de Fundações (Abe).Associação Brasileira de Engenharia de Fundações (Abe).
Associação Brasileira das Empresas de Projeto e Consultoria em Engenharia GeotécnicaAssociação Brasileira das Empresas de Projeto e Consultoria em Engenharia Geotécnica
(Abeg).(Abeg).
Associação Brasileira de Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais (Abrasip).Engenharia de Sistemas Prediais (Abrasip).
Associação das Empresas de Topogra�a do Estado de São Paulo (Aetesp).Associação das Empresas de Topogra�a do Estado de São Paulo (Aetesp).
Associação Paulista de Associação Paulista de EmpreEmpresários de sários de Obras Públicas (Apeop).Obras Públicas (Apeop).
Associação Brasileira dos Escritórios de Associação Brasileira dos Escritórios de ArquitetArquitetura (Asbea).ura (Asbea).
72 Qualidade na Construção Civil
Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
Instituto de Engenharia (IE).
Sindicato Nacional das Empresas de Engenharia Consultiva (Sinaenco).
Sindinstalação: Sindicato das Indústrias de Instalações Elétrica, Gás, Hidráulica e
Saneamento do Estado de São Paulo.
Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon).
Sindicato Intermunicipal de Araçatuba das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon Oesp).
As principais di�culdades do setor estão ora do alcance da unidade produtiva. Entre elas,
temos a deterioração do ensino tecnológico, a alta da cultura de planejamento dos pro�ssionais
do setor, o exercício ilegal da pro�ssão, bem como a heterogeneidade e os con�itos na legislação de
caráter ederal, estadual e municipal nos aspectos que aetam o projeto.
A Figura 4.5 apresenta um conjunto habitacional com paisagismo aplicado nas ruas e calçadas.
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Figura 4.5 - Conjunto habitacional com solução paisagística.
4.3.2 Comitê de Materiais, Componentes e Sistemas
Construtivos (CMCS)
É um órgão subordinado à Coordenação Geral do QUALIHAB, com a responsabilidade de
promover e assegurar a implementação, por meio de entidades representativas pertinentes, dos Pla-
nos Setoriais da Qualidade em todos os setores ornecedores de materiais, componentes e de siste-
mas construtivos para os empreendimentos habitacionais da CDHU.
73Programas e Políticas da Qualidade na Construção Civil
Entidades participantes do CMCS:
» Associação Brasileira de Cimento Portland(ABCP);
» Associação Brasileira das Indústria de Lajes (Abilaje);
» Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux);
» Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (ABIMCI);
» Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE);
» Associação Brasileira da Indústria de Tubos e Acessórios em Geral (Abitam);
» Associação Brasileira de Materiais Compósitos (ABMACO);
» Associação Brasileira dos Produtores de Cal (ABPC);
» Associação Brasileira de Tubos Polioleínicos e Sistemas (ABPE);
» Associação Brasileira dos Produtores de Tinta (Abraati);
» Associação Brasileira dos Produtores Atacadistas e Varejistas dos Produtos de Madeira
(Abramade);
» Associação Brasileira de Rerigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento
(Abrava);
» Associação Latino-Americana dos Fabricantes de Tubos Cerâmicos (Acertubos);
» Associação Brasileira dos Fabricantes de Per�s de PVC para Construção Civil (Aap-PVC);
» Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Aço (Aeaço);
» Associação Nacional dos Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Aeal);
» Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco);
» Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anacer);
» Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais e Equipamentos para Saneamento
(Asamas);
» Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento (Aspacer);
» Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS);
» Sindicato da Indústria de Arteatos de Metais não Ferrosos no Estado de São Paulo
(Siamesp);
» Sindicato das Indústrias de Esquadrias e Construções Metálicas do Estado de São Paulo
(Siescomet);
» Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento (Sinaprocim);
» Sindicato da Indústria da Cerâmica (Sindicato Cerâmica);
» Sindicato das Indústrias de Conduto, Tre�lação e Laminação de Metais não errosos do
Estado de São Paulo (Sindicel);
» Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de São Paulo (Sinprocim).
74 Qualidade na Construção Civil
4.3.3 Programa de Qualidade de Obras Públicas (QUALIOP)
O QUALIOP oi desenvolvido de acordo com as diretrizes do PBQP-H e estabelecido via
acordo setorial �rmado em 27 de abril de 2000 entre o Governo do Estado da Bahia, o Sindicato da
Indústria da Construção Civil do Estado da Bahia (SINDUSCON-BA) e o Sindicato Nacional das
Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva – Bahia (SINAENCO-BA), e o�cializado pelo
Decreto Estadual no 7.795/00.
O Governo do Estado de�niu inicialmente, como campo de aplicação do QUALIOP, as obras
públicas contratadas pelos seguintes órgãos:
» Superintendência de Construções Administrativas da Bahia (Sucab).
» Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder).
» Departamento de Inraestrutura de Transportes da Bahia (Derba).
» Companhia de Engenharia Rural da Bahia (Cerb).
» Empresa Baiana de Águas e Saneamento S/A (Embasa).
» Instituto Pedro Ribeiro de Administração Judiciária (IPRAJ).
» Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Sudic).
» Caixa Econômica Federal.
A Figura 4.6 apresenta um conjunto de edi�cações históricas do centro da cidade de Salvador,
utilizadas como moradias e comércio.
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Figura 4.6 - Moradias do centro histórico de Salvador.
75Programas e Políticas da Qualidade na Construção Civil
O QUALIOP, dierentemente do PBQP-H, era um programa de via dupla. Se, por um lado, o
Governo necessitava melhorar o nível de qualidade de seus ornecedores, por outro se comprometia
a resolver situações de con�ito na execução dos contratos.
Conorme o Programa, os atores críticos são os seguintes:
» Aplicação de Programa de Gestão da Qualidade na contratação e recebimento de projetos
pelos órgãos contratantes.
» Aplicação de Programa de Gestão da Qualidade nas licitações:
discussão e padronização dos editais;
padronização de procedimentos licitatórios;
quanti�cação e orçamentação das obras;
adoção de critérios tecnicamente consensuais para apuração de beneício e despesas indi-
retas das empresas atribuíveis às obras;
adoção consensual de valores e índices de encargos sociais e trabalhistas.
» Aplicação de Programa de Gestão da Qualidade na Administração dos Contratos de
Obras Públicas:
�scalização das obras;
medições, liberações e ordem no pagamento de aturas;
equacionamento de situações que demandem aditivos contratuais;
disponibilização de recursos �nanceiros;
pagamentos em atraso;
recebimentos das obras.
» Viabilização da capacidade local de certi�cação e melhoria eetiva da qualidade dos
seguintes materiais: blocos cerâmicos, blocos de cimento, telhas cerâmicas, madeira para
telhado, esquadrias de madeira, argamassas, concreto, pré-moldados leves.
4.4 Programa Mineiro da Qualidade e Produtividade no
Habitat (PMQP-H)
O PMQP-H é um programa realizado pelo Governo do Estado em parceria com a iniciativa
privada, e visa a modernização tecnológica, organizacional e gerencial da cadeia produtiva das obras
públicas por meio de adesão gradativa ao sistema da qualidade.
A Figura 4.7 apresenta uma igreja histórica de Minas Gerais representante da arquitetura
mineira da época colonial.
76 Qualidade na Construção Civil
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Figura 4.7 - Arquitetura mineira do período colonial.
A dinâmica de implantação do programa tem, como cliente principal e �nal, o cidadão e segue
duas grandes linhas de ação: a negociação de acordos setoriais, que promovem a integração e o
envolvimento de ornecedores de serviços no Estado junto às áreas de abrangência do programa; e
o desenvolvimento de Programas Setoriais da Qualidade, que realizam diagnósticos de situação,
identi�cam demandas e de�nem as atividades necessárias para atender aos requisitos especí�cos de
cada um dos setores envolvidos, bem como das entidades participantes.
As políticas da qualidade têm proporcionado redução do desperdício nas obras e, consequentemente, aumento do lucro
das construtoras.
Fique de olho!
O PMQP-H oi instituído pelo Governo de Minas Gerais em julho de 2003, por meio do
Decreto no 43.418. O objetivo do programa é promover o desenvolvimento econômico e social por
meio da melhoria da qualidade das obras contratadas pelo Governo de Minas Gerais, considerando
o ortalecimento do mercado mineiro e o desenvolvimento de novas tecnologias.
São muitas as ações desse Programa. Entre elas, podemos citar:
» quali�cação, certi�cação e padronização dos procedimentos de contratação, gerencia-
mento e �scalização de projetos e obras dos órgãos contratantes do Estado;
» implantação de sistema de avaliação da conormidade dos serviços contratados;
77Programas e Políticas da Qualidade na Construção Civil
» implementação de projetos para atender atores críticos da contratação que intererem na
qualidade �nal dos produtos e serviços prestados.
São documentos do PMQP-H:
» Acordo Setorial:  documento que deve ser �rmado entre entidades representativas de
empresas de determinadas especialidades técnicas dos setores de projeto e de serviços
de engenharia e entidades contratantes de serviços e obras, pelo qual as primeiras se com-
prometem a implantar um Programa Setorial da Qualidade junto a seus associados, e as
segundas a introduzirem, em seus processos de contratação, mecanismos de indução à
participação de empresas no respectivo Programa Setorial da Qualidade, bem como apri-
morarem seus processos de contratação e gerenciamento de serviços e obras.
» Programa Setorial da Qualidade (PSQ): documento elaborado por entidades representati-
 vas dos dierentes setores envolvidos na produção do habitat , que contém o programa da
qualidade especí�co, com seu diagnóstico, metas, prazos e requisitos da qualidade a serem
implantados pelas empresas.
» Sistema de Avaliação da Conormidade (SiAC): sistema que possui suas própriasregras de
procedimentos e gestão para que a empresa aça sua Declaração de Adesão ao PMQP-H
e de Conormidade a um Reerencial Normativo adequado à sua especialidade técnica. O
certi�cado de conormidade deve ser emitido por um Organismo de Certi�cação Creden-
ciado pelo Inmetro de orma a comprovar o atendimento ao Reerencial Normativo e à
sua subsequente manutenção.
» Níveis de quali�cação: a quali�cação das empresas se dá por meio de um processo evo-
lutivo de adesão ao sistema da qualidade com base na Norma NBR ISO 9001:2000, por
meio do qual a empresa deve instituir, documentar, implementar, manter e melhorar con-
tinuamente a e�cácia do seu sistema de gestão da qualidade, de acordo com os requisitos
previstos no Sistema de Avaliação de Conormidade (SiAC) e em conormidade com os
níveis de quali�cação evolutiva (D, C, B e A).
Neste capítulo oram vistas as de�nições dos programas e políticas da qualidade no setor de Cons-
trução Civil.
Vamos recapitular?
78 Qualidade na Construção Civil
gora é com você!
1) Quais são os objetivos especí�cos do PBQP-H?
2) Qual o compromisso central do QUALIHAB?
3) O que é o SiQ-Construtoras?
4) Quais são as ações do PMQP-H?
79
5
Qualidade no
Canteiro de Obras
Este capítulo tem por objetivo apresentar as percepções quanto às ações da qualidade em serviços
no canteiro de obras. É apresentada a cadeia produtiva presente na construção de edi�cações, os setores
envolvidos e sua complexidade.
Para começar
5.1 Ações da qualidade em serviços no canteiro de obras
No mundo competitivo do século XXI, o grande desa�o é conseguir convencer o cliente de
que a sua empresa, ou a empresa na qual você trabalha, é a melhor opção. Como vimos no capí-
tulo anterior, um ou vários atores podem ter sido decisivos para isso. Menor preço e uma proposta
comercial bem apresentada são importantes, mas a certeza de que, durante a realização da obra, em
todas as suas etapas, existirá qualidade pode ser primordial. Todavia, para isso, a percepção da quali-
dade deve ocorrer desde o planejamento do método construtivo da obra, na escolha dos equipamen-
tos que serão empregados e nos serviços básicos de construção.
A Figura 5.1 apresenta um engenheiro otograando e �lmando, com um tablet , o local da
obra que se inicia. Tal procedimento permite uma análise posterior mais detalhada a ser reali-
zada pela equipe de obra. Existem sofwares que, por meio de otos, eetuam cálculos de distân-
cias e determinação de ângulos de inclinação, dentre outros. Também apresenta um engenheiro
que retirou da sua maleta um notebook e está veri�cando a execução da obra perante o projeto que
está na tela. Essa prática é muito mais vantajosa em relação ao uso de plantas impressas. As plan-
tas impressas necessitam de um controle rígido de distribuição, para se ter certeza de que todos na
obra estão utilizando a última versão do projeto elaborado para a obra.
80 Qualidade na Construção Civil
A utilização de projetos em arquivos eletrônicos oerece diversas vantagens: agilidade na dis-
tribuição de versões atualizadas, possibilidade de manipular os desenhos com a ampliação de ima-
gem e cálculo automático de distâncias, áreas e volumes. Além disso, permite eetuar na própria obra
a alteração do projeto original (as built ) perante modi�cações realizadas na obra.
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(a) (b)
Figura 5.1 - (a) Foto e vídeo com tablet  e (b) visualização de projeto com notebook.
Segundo um ditado popular, “a primeira impressão é a que �ca”. Qualquer pessoa que entra
no canteiro de obras precisa utilizar capacete para se proteger da queda de um tijolo, por exemplo.
A Figura 5.2 apresenta capacetes disponíveis na portaria da obra, para sua utilização por operários
ou por visitantes. Em sua opinião, leitor, esses capacetes apresentam condição adequada para um
cliente, um ornecedor ou uma visita utilizar? Certamente, não! Esses capacetes usados são aceitáveis
no uso cotidiano dos operários, porque é comum estarem sujos pela condição das obras. Entretanto,
devem ser periodicamente limpos e, em caso de avaria, substituídos. De nada adianta um operário
utilizar um capacete trincado, pois não irá proteger sua cabeça em caso de queda de objeto. Também
apresenta operários que causam boa impressão. Eles estão utilizando uniormes com tecidos resis-
tentes, capacetes novos, luvas, cintos porta-erramentas e erramentas novas e adequadas.
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(a) (b)
Figura 5.2 - (a) Capacetes em mau estado de conservação;
(b) equipe de obra com equipamentos de segurança e erramentas adequadas.
81Qualidade no Canteiro de Obras
O ornecimento de erramentas da qualidade para medição e verii cação de ângulos, aliado à
capacitação dos operários para sua correta utilização, garante qualidade na execução de diversos ser-
 viços em todas as etapas construtivas. A Figura 5.3 apresenta o metro de madeira dobrável. Atual-
mente também é abricado em plástico. São materiais rágeis, acilmente danii cáveis e não apresen-
tam qualidade na escala numérica, tanto no sistema métrico como no sistema inglês (polegadas).
Também apesenta um operário utilizando uma trena metálica. Ela é mais resistente, mais ácil de
manusear e de ser armazenada, bem como oerece melhor precisão.
Cuidado para não esticar a trena metálica além de sua medida máxima e evite que ela fique com areia, terra ou grama no
ato de enrolá-la.
Fique de olho!
Em construções com estruturas metálicas, é necessário eetuar medições mais precisas, em
milímetros. Nas obras de Construção Civil em geral, as medições são baseadas em centímetros; por
isso, a utilização do metro dobrável oi muito diundida. Na Figura 5.3 é apresentado um paquíme-
tro com leitor digital de medidas de comprimento. Perceba que é um instrumento mais re�nado,
destinado aos materiais de acabamento �nal. A �gura também mostra um operário medindo as
dimensões de um per�l metálico. As abas superiores do instrumento permitem medir o diâmetro
interno de uma tubulação ou de um uro em uma bancada de mármore, por exemplo.
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(c) (d)
Figura 5.3 - (a) Metro, (b) trena, (c) paquímetro digital e (d) paquímetro sendo utilizado para medir um per�l metálico.
82 Qualidade na Construção Civil
Talvez você esteja se questionando: “Mas um centímetro a mais ou a menos az dierença?”
Sim. A precisão das medidas é muito importante, por exemplo, para trabalhos como a divisão de
lojas em um shopping center ou para a instalação de móveis planejados em um quarto, ou mesmo
para a implantação de uma cozinha industrial, com equipamentos de dimensões conhecidas.
A leitura de medidas no local de execução da obra é muito importante. Todavia, a leitura e a
obtenção correta dessas medidas nas plantas impressas e nos desenhos eitos em computador são
também de undamental importância. Na execução de obras, a adoção de medidas dierentes das
existentes no projeto ocorre, normalmente, por um problema de escala.
Os tipos de escalas para desenho técnico podem ser:
» Escala natural: essa escala está para o desenho na razão 1 para 1, ou seja, o objeto real está
representado no desenho na sua medida real. Essa escala é representada pelo símbolo 1/1.
» Escala de redução: é utilizada quando o objetoa ser representado é de grandes dimensões,
para que possa caber no papel. As escalas de redução são representadas pelos símbolos
1/10; 1/20; 1/25; 1/30; 1/50; 1/100; 1/200; 1/250; 1/300; 1/500; 1/1000 etc.
» Escala de ampliação:  é utilizada quando o objeto a ser representado é muito pequeno,
necessitando ser ampliado para melhor compreensão. As escalas de ampliação são repre-
sentadas pelos símbolos 2/1; 5/1; 10/1 etc. Essa escala geralmente é utilizada na área da
engenharia mecânica e engenharia elétrica.
Na Construção Civil, como os objetos a serem representados são muito grandes, as medidas
dos desenhos são muito menores em relação às medidas reais de execução. A Figura 5.4 apresenta
uma série de escalas de redução e de ampliação de medidas utilizadas na Construção Civil.
   A
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Escala natural
Escala de redução
Escala de ampliação
Múltiplas
escalas
Figura 5.4 - Escalas de redução e de ampliação.
83Qualidade no Canteiro de Obras
Executar os ângulos corretos é procedimento primordial para que uma laje ou uma viga seja
situada na posição horizontal. A verticalidade, ou seja, o prumo também é importante para que
um pilar ou uma parede sejam construídos com qualidade. A garantia do ângulo reto (90º) é eita
utilizando-se um esquadro metálico. A Figura 5.5 mostra um operário medindo o ângulo reto de
uma esquadria de madeira, apresenta um operário marcando em uma parede o ângulo reto, para
a instalação de uma prateleira e um operário veriicando o prumo de uma parede de blocos.
A erramenta utilizada chama-se prumo de ace. A utilização correta do prumo de ace é eita da
seguinte maneira: uma das mãos segura o �o do prumo enrolado e a outra segura uma peça de
madeira (taco) encostada à parede. Dessa maneira, o prumo estará correto se o peso cilíndrico
de metal da extremidade encostar levemente na ace dos tijolos, ou blocos, que estão na segunda
�ada.Também apresenta um operário conerindo a horizontalidade (nível) de um corrimão de um
guarda-corpo de madeira de uma escada. O instrumento chama-se nível de bolha. O modelo utili-
zado permite três tipos de visualizações.
  a
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(a) (b)
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(c) (d)
Figura 5.5 - (a) Esquadro em madeira, (b) esquadro em parede, (c) prumo de ace e (d) nível de bolha.
84 Qualidade na Construção Civil
A utilização de ângulos dierentes de 90º é comum (como 30º, 45º e 60º). A Figura 5.6 apresenta
um talude de 30º com o plano horizontal sendo construído com o auxílio de uma escavadeira. A ava-
liação da construção é eita utilizando-se relações trigonométricas (isto é, baseando-se no triângulo de
Pitágoras, que contém ângulos de 30º, 60º e 90º; os lados, catetos, proporcionais a 3 m e 4 m; e a hipote-
nusa proporcional a 5 m). Tendo como base o per�l do talude, medem-se as distâncias de corte.
   R
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Figura 5.6 - Construção de um talude utilizando uma escavadeira.
A tomada de medidas de grandes distâncias nas obras pode ser eita com trenas comuns, pro-
duzidas em �bra de vidro ou aço, com comprimento variando entre 1 e 100 metros. Durante as
medições, deve-se manter a trena sempre horizontalmente e, assim, obter-se no campo diretamente
as distâncias horizontais. A Figura 5.7 apresenta trenas de dierentes comprimentos: quanto maior o
comprimento, maior a largura da trena; também apresenta uma trena de 50 metros utilizada em ser-
 viços de topogra�a.
85Qualidade no Canteiro de Obras
   A
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(a)
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(b)
Figura 5.7 - (a) Trenas de diversos tamanhos; (b) trena utilizada em serviços topográ�cos.
Os distanciômetros eletrônicos são aparelhos que determinam as distâncias usando como
padrão de medida o comprimento de onda do espectro eletromagnético, nas gamas de luz ou micro-
-ondas. Os distanciômetros podem ser manuais ou acoplados a teodolitos eletrônicos, possuindo
microprocessadores para armazenamento e processamento de dados, resultando em um equipa-
mento de dimensões e peso reduzidos, alta produtividade e acilidade de operação denominado
Estação Total. A Figura 5.8 apresenta uma trena eletrônica digital ultrassônica com mira a laser e um
topógrao utilizando um equipamento denominado Estação Total, que está acoplada a um notebook.
86 Qualidade na Construção Civil
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(a) (b)
Figura 5.8 - (a) Trena eletrônica; (b) estação total.
A utilização de equipamentos com alta tecnologia está cada vez mais comum nas obras de
Construção Civil. Logo após a conclusão dos serviços de terraplenagem, por exemplo, já podem ser
escavadas valas e instalados tubos metálicos que transportarão combustíveis, por exemplo. O risco
de explosão deve ser evitado a todo custo.
A Figura 5.9 apresenta um operário no canteiro de obras inspecionando com equipamento ele-
trônico a qualidade do tubo metálico (espessura da parede e existência de deeitos de abricação),
dois tubos sendo unidos por meio de um processo de soldagem e a veri�cação da qualidade da solda
aplicada e a busca por pontos deeituosos utilizando a técnica de inspeção com a aplicação de partí-
culas magnéticas.
   C
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(a) (b) (c)
Figura 5.9 - (a) Inspeção do tubo, (b) processo de soldagem e (c) veri�cação da solda.
O uso de tecnologias não precisa estar relacionado necessariamente a componentes eletrôni-
cos. Novos equipamentos manuais são criados para oerecer melhores condições de trabalho e pro-
dutividade. Utilizando as leis da Física, por exemplo, com alavancas é possível realizar determina-
das atividades com maior rapidez e melhor precisão empregando menos orça ísica. A Figura 5.10
apresenta uma mulher utilizando um grande alicate, para corte de barras de aço, sem a exigência de
grande esorço ísico, e um pequeno alicate, que acilita a retirada da capa de �os elétricos, evitando
desperdícios.
87Qualidade no Canteiro de Obras
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(a) (b)
Figura 5.10 - (a) Alicate de grande porte; (b) alicate de pequeno porte.
O maior uso de equipamentos que substituem o trabalho manual também demonstra uma
preocupação com a qualidade. Geralmente, a utilização de equipamentos promove o aumento da
produtividade e da qualidade. Por exemplo, demolir um piso de concreto é uma tarea diícil, mas
que é acilitada com a utilização de equipamentos adequados.
A Figura 5.11 apresenta três soluções para a demolição de um piso de concreto: (a) manual –
picareta; (b) mecanizada – rompedor pneumático manual; (c) mecanizada – rompedor pneumático
acoplado a uma retroescavadeira.
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(a) (b) (c)
Figura 5.11 - (a) Rompimento manual com picareta; (b) rompimento mecanizado com rompedor pneumático manual;
(c) rompimento mecanizado com rompedor pneumático de grande porte.
Outros exemplos de ganho de produtividade no canteiro de obras podem ser citados, como
o da Figura 5.12, na qual é apresentado o transporte de areia manual – carrinho de pedreiro – e o
mecanizado – trator carregadeira.
8888 Qualidade na Construção CivilQualidade na Construção Civil
   A   A
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(a) (a) (b)(b)
Figura 5.12 -Figura 5.12 - (a)(a) Transpo Transporte manual – rte manual – carrinho de carrinho de pedreiro;pedreiro; (b)(b) transporte mecanizado – trator carregadeira. transporte mecanizado – trator carregadeira.
A Figura 5.13 apresenta exemplos de transporte de carga tradicionaisA Figura 5.13 apresenta exemplos de transporte de carga tradicionais versusversus soluções inova- soluções inova-
doras; um andaime, no qual se utiliza uma corda amarrada a um balde para transportar material emdoras; um andaime, no qual se utiliza uma corda amarrada a um balde para transportar material em
pequenas quantidade; um guindaste de grande capacidade de carga; uma grua; e uma ponte rolantepequenas quantidade; um guindaste de grande capacidade de carga; uma grua; e uma ponte rolante
para a para a movimentaçmovimentação de ão de peças pré-moldadas de concreto armado ao peças pré-moldadas de concreto armado ao longo do canteiro de obras.longo do canteiro de obras.
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(a) (a) (b)(b)
Figura 5.13 -Figura 5.13 - (a)(a) Transpo Transporte com andaime, rte com andaime, corda e balde;corda e balde; (b)(b) transporte com guindaste de grande capacidade de carga. transporte com guindaste de grande capacidade de carga.
8989Qualidade no Canteiro de ObrasQualidade no Canteiro de Obras
   L   L
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(c) (c) (d)(d)
Figura 5.13 -Figura 5.13 - (c)(c) Transporte com grua; Transporte com grua; (d) (d) transporte com ponte rolante (transporte com ponte rolante (continuaçãocontinuação).).
A Figura 5.14 mostra equipamentos destinados à conecção de undações. Apresenta equipa-A Figura 5.14 mostra equipamentos destinados à conecção de undações. Apresenta equipa-
mento destinado à cravação de estacas, mostrando a execução desse serviço em uma área ampla emento destinado à cravação de estacas, mostrando a execução desse serviço em uma área ampla e
desabitada. Em área urbana, é mais adequada a utilização de equipamento que execute a undaçãodesabitada. Em área urbana, é mais adequada a utilização de equipamento que execute a undação
por meio de uma peruração, utilizando um sistema de rosca sem �m, sem a vibração do impacto dapor meio de uma peruração, utilizando um sistema de rosca sem �m, sem a vibração do impacto da
cravação. Essa tecnologia é adequada para evitar danos a residências e prédios vizinhos, com a ocor-cravação. Essa tecnologia é adequada para evitar danos a residências e prédios vizinhos, com a ocor-
rência de rachaduras e rência de rachaduras e danos estruturais.danos estruturais.
   R   R
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(a) (a) (b)(b)
Figura 5.14 -Figura 5.14 - (a)(a) Cravação de estacas;Cravação de estacas; (b)(b) peruração tipo rosca sem �m. peruração tipo rosca sem �m.
A Figura 5.15 A Figura 5.15 apresenapresenta dois métodos de ta dois métodos de conecção de argamassa e concreto. O item (a) é umaconecção de argamassa e concreto. O item (a) é uma
betoneira manual. É undamental que, após cada lote de argamassa, ou concreto eito, esse equipamentobetoneira manual. É undamental que, após cada lote de argamassa, ou concreto eito, esse equipamento
9090 Qualidade na Construção CivilQualidade na Construção Civil
seja limpo. Caso isso não aconteça, será necessário bater com martelo de borracha ao redor do tam-seja limpo. Caso isso não aconteça, será necessário bater com martelo de borracha ao redor do tam-
bor para destacar o resto de argamassa seca. O uso constante dessa prática danifica o tambor e obor para destacar o resto de argamassa seca. O uso constante dessa prática danifica o tambor e o
equipamento de transmissão de movimento. O item (b) é um caminhão-betoneira que fornece arga-equipamento de transmissão de movimento. O item (b) é um caminhão-betoneira que fornece arga-
massa e concreto usinado. A evolução dos programas da qualidade, existentes nas empresas fornece-massa e concreto usinado. A evolução dos programas da qualidade, existentes nas empresas fornece-
doras de concreto usinado, tem melhorado nos prazos e variedades ofertadas.doras de concreto usinado, tem melhorado nos prazos e variedades ofertadas.
   t   t  o  o
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(a) (a) (b)(b)
Figura 5.15 - (a)Figura 5.15 - (a) Betoneira manual; Betoneira manual; (b)(b) caminhão betoneira. caminhão betoneira.
O assentamento de alvenaria utiliza grande quantidade de argamassa. Um mesmo tipo deO assentamento de alvenaria utiliza grande quantidade de argamassa. Um mesmo tipo de
fiada de bloco é assentado muitas vezes, e a manutenção constante da espessura da argamassafiada de bloco é assentado muitas vezes, e a manutenção constante da espessura da argamassa
de assentamento gera economia na quantidade de argamassa. A Figura 5.16 apresenta um serviço dede assentamento gera economia na quantidade de argamassa. A Figura 5.16 apresenta um serviço de
assentamento de alvenaria de blocos cerâmicos sendo executado com qualidade e mostra um ope-assentamento de alvenaria de blocos cerâmicos sendo executado com qualidade e mostra um ope-
rário retirando o excesso de argamassa no assentamento de bloco de concreto, que pode ser reutili-rário retirando o excesso de argamassa no assentamento de bloco de concreto, que pode ser reutili-
zado,evitando desperdícios.zado, evitando desperdícios.
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(a) (a) (b)(b)
Figura 5.16 -Figura 5.16 - (a)(a) Alvenaria de bloco cerâmico;Alvenaria de bloco cerâmico; (b)(b) alvenaria de bloco  alvenaria de bloco de concreto.de concreto.
91Qualidade no Canteiro de Obras
A conecção de parede de alvenaria estrutural exige cuidados redobrados, porque é ela a res-
ponsável por suportar a distribuição de cargas do ediício.
A Figura 5.17 apresenta o operário posicionando corretamente os blocos cerâmicos de acordo
com o projeto de alvenaria estrutural depositando cuidadosamente, com a utilização de erramenta
especí�ca, argamassa de preenchimento da alvenaria. É possível perceber que ele habilmente despeja
a argamassa, evitando seu desperdício. Muitos sistemas construtivos de alvenaria dispensam o uso
de equipamentos mecânicos para homogeneizar a argamassa. É um sistema que utiliza areia, aglo-
merante e aditivo previamente dosados e embalados em sacos plásticos de 20 kg. Basta abrir e ir adi-
cionando água em uma argamassadeira.
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(a) (b)
Figura 5.17 - (a) Posicionamento dos blocos cerâmicos; (b) preenchimento com argamassa.
A Figura 5.18 ressalta a importância da atenção na realização dos serviços e na acuidade visual.
Apresenta barras de aço destinadas à conecção de estruturas de concreto armado, cujos cuidados são,
por exemplo, utilizar o diâmetro, as dimensões e curvaturas adequadas para as armaduras; e as arma-
duras para a montagem de pilares, cujos cuidados são, por exemplo, unir as barras adequadamente
com arame de aço recozido, na sequência indicada no projeto e com os diâmetros adequados.
92 Qualidade na Construção Civil
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(a) (b)
Figura 5.18 - (a) Barras de aço dobradas; (b) armadura para montagem de pilares.
A Figura 5.19 apresenta a �nalização da montagem da armação de uma estrutura de concreto
armado. Os cuidados nessa etapa são, por exemplo, posicionar corretamente as armaduras, pois o
emaranhado de barras pode acilitar erros de montagem. Também apresenta um operário despe-
 jando concreto sobre a armadura de aço e um bloco de undação. O cuidado nessa etapa, por exem-
plo, é observar a parte da brita do concreto que �ca retida na armadura, o que prejudicaria a quali-
dade �nal do concreto.
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(a) (b)
Figura 5.19 - (a) Finalização da armadura de aço; (b) lançamento de concreto.
93Qualidade no Canteiro de Obras
A Figura 5.20 apresenta duas peças de mármore. É o mesmo tipo de mármore? Certamente
não! Mas, em razão da distração ou sujeira, uncionários podem conundir-se. Outra possibilidade
de erro na utilização de mármore são os veios que compõem os desenhos de uma parede revestida
desse tipo de pedra.
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(b)
Figura 5.20 - (a) Mármore rosa e (b) mármore cinza.
O recebimento de produtos e sua conerência é outra atividade que exige atenção e rotina
administrativa. A Figura 5.21 apresenta um operário contando os produtos recebidos e operários do
almoxariado abrindo embalagens e conerindo o conteúdo.
94 Qualidade na Construção Civil
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(b)
Figura 5.21 - (a) Contagem de produtos; (b) conerência de produtos.
Um edifício, em termos de qualidade, além dos atributos da construção, é constituído por atributos como o terreno no
qual está implantado, isto é, o preço e a qualidade do empreendimento imobiliário estão vinculados à localização do imó-
vel (padrão socioeconômico do bairro/entorno) e às condições da infraestrutura e equipamentos urbanos disponíveis na
proximidade (pavimentação; redes de água, luz, telefone; proximidade de escolas; hospitais; comércio; etc.).
Para saber mais sobre os atributos da construção, acesse: <http://www.dspa.gov.mo/pt/05/ghotel/04.htm>.
Amplie seus conhecimentos
95Qualidade no Canteiro de Obras
5.2 Cadeia produtiva na construção civil
A cadeia produtiva é o conjunto de atividades inter-relacionadas, desde os insumos básicos até
o produto �nal, incluindo a distribuição e a comercialização, constituindo-se em segmentos de uma
cadeia. Assim, a cadeia produtiva é uma interconexão de empresas que, por meio de seus produtos
(bens ou serviços), vai agregando valor a produtos adquiridos ao utilizá-los como componentes, ou
utilizando-os como agentes transormadores de matérias primas, com o emprego de mão de obra e
processos.
O planejamento e o controle da cadeia de suprimentos devem ser eitos de orma integrada
com todos os elos da cadeia produtiva.
Portanto, ela é o conjunto de todos os integrantes do processo produtivo, desde a extração da
matéria-prima até a comercialização do produto �nal junto ao último consumidor. No caso especí-
�co da Construção Civil, por exemplo, os ornecedores de madeira, agregados, cimento, aço, PVC, e
alumínio são considerados como os primeiros segmentos da cadeia produtiva e os compradores dos
imóveis como consumidores �nais.
A cadeia produtiva também abrange os agentes �nanciadores, os abricantes de equipamentos
e de materiais e componentes, os contratantes e investidores, os órgãos públicos, as imobiliárias, as
entidades técnicas, os projetistas, as incorporadoras, as construtoras, os empreiteiros e os revendedo-
res de materiais.
Com a ampla de�nição de cadeia produtiva, ela não se limita apenas ao processo de produção
do imóvel, restrito ao canteiro de obras e à construção da edi�cação.
A construção de edificações envolve uma complexa cadeia produtiva. É necessária, para sua execução, uma série de insu-
mos materiais (materiais de construção, componentes e equipamentos) e serviços (projetos, subempreiteiros), que são
gerados em diversos segmentos industriais e com graus de industrialização, patamares tecnológicos e exposição interna-
cional discretos. Assim, a cadeia produtiva da construção é marcada pela heterogeneidade, abrangendo o fornecimento de
diferentes tipos de produtos (bens e serviços), bem como a participação de empresas de porte completamente diferentes.
Para saber mais sobre a cadeia produtiva da construção, acesse: <http://www.sebrae.com.br/setor/construcao-civil/acesse/ 
empretec>.
Amplie seus conhecimentos
A cadeia produtiva envolve ações integradas, como abricação, transporte, vendas, planeja-
mento de materiais, suprimentos, planejamento da produção, manuatura, armazenagem e comer-
cialização do produto �nal, ocupação da edi�cação e os serviços de pós-ocupação. Essa integração
tem como objetivo a garantia da qualidade do produto �nal, de modo a atender os requisitos do
cliente e especi�cações das normas técnicas, Figura 5.22.
96 Qualidade na Construção Civil
Idealização
Início Pré-obraPós-obra Ocupação Pós-ocupaçãoObra
Projetos
Legalização
Marketing
Incorporação
Transporte
Insumos básicos
Insumos
elaborados
Mão de obra
Marketing
Vendas
Cliente
consumidor final
Conservação
e manutenção
Máquinas e
equipamentos
Financiamento
Legalização
Seguro
Figura 5.22 - Cadeia produtiva da construção de edi�cações.
De maneira sistêmica, as etapas podem ser agrupadas em três ases: pré-produção, produção e
pós-produção.
5.2.1 Etapas do processo de produção de edificações
5.2.1.1 Pré-produção
» Idealização: intenção de lançar um empreendimento imobiliário;
» Projetos: elaboração dos projetos e estudo de viabilidade;
» Legalização: documentação e taxas para legalização da obra;
» Marketing: pesquisa de mercado;
» Incorporação: incorporação de capital que viabilize a execução do projeto.
5.2.1.2 Produção
» Transporte: caminhões, elevadores, gruas, guinchos, carrinhos de mão etc.;
» Insumos básico: areia, brita, madeira etc.;
» Insumos elaborados:  aço, cimento, caixilharia, metais de acabamento, louças sanitá-
rias etc.;
» Mão de obra: construção da edi�cação;
» Máquinas e equipamentos: betoneiras, erramentas, EPIs etc.
5.2.1.3 Pós-produção
» Marketing: divulgação;
» Vendas: corretores imobiliários;
» Financiamento: agentes �nanceiros;
97Qualidade no Canteiro de Obras
» Legalização: ligações de água, luz, esgoto sanitário, habite-se, escritura etc.;
» Seguro: seguro do imóvel;
» Cliente/Consumidor Final: aceite da edi�cação;
» Conservação e Manutenção: repinturas, limpeza de caixas de água, manutenção de telha-
dos etc.
5.2.2 Agentes envolvidos na cadeia produtiva da construção de
edificações
» Agentes do setor público: governos estaduais, municipais, empresas públicas e órgãos da
administração pública. Atuam promovendo a articulação dos diversos agentes do setor
da construção. Visam promover o exercício do poder de compra e passam a exigir a ade-
são e a posterior quali�cação evolutiva das empresas que participarem de licitações.
» Agentes do setor privado:  empresas de engenharia e arquitetura, incorporadoras, cons-
trutoras, abricantes, ornecedores de serviços e materiais etc. Organizam os diversos seg-
mentos do setor para elaboração de Programas Setoriais de Qualidade.
» Agentes �nanceiros e de omento: Caixa Econômica Federal, bancos estaduais, BNDES
etc. Incumbidos da concessão de crédito para construção habitacional, podem exigir ates-
tado de quali�cação do PBQP-H (SiQ) das empresas construtoras.
» Agentes de �scalização e de direito econômico: PROCON etc. Utilizam a aplicação de ins-
trumentos de controle, como o Código de Deesa do Consumidor e outros mecanismos
de combate à não conormidade intencional.
Para a construção de uma edi�cação, há um complexo processo de produção que envolve elos
da indústria da construção, da indústria de materiais, do comércio, dos serviços e da indústria de
equipamentos. Como visto, o conjunto desses elos é chamado de cadeia produtiva. Cada material
de construção empregado na obra tem sua própria cadeia produtiva.
Por exemplo, os blocos de concreto utilizados nas edi�cações pertencem à cadeia produtiva
dos produtos de calcário. Essa cadeia inicia-se na extração do calcário, que é a principal matéria-
-prima. Nela, o cimento é o produto intermediário e, em um estágio de maior transormação, encon-
tra-se o bloco de concreto.
A indústria da Construção Civil, o núcleo dentro da cadeia produtiva, é o destino da produ-
ção dos demais segmentos envolvidos e é responsável por cerca de 60% do Produto Interno Bruto
(PIB) e 70% do emprego da cadeia da construção. Dessa maneira, a Construção Civil determina, em
grande medida, o nível de atividade de todos os setores que a circundam.
No caso da indústria de materiais de construção, ela representa cerca de 20% do PIB e 5% do
emprego da cadeia produtiva. Nela destacam-se oito cadeias de produção:
» madeiras;
» argilas e silicatos
» calcários;
» materiais químicos e petroquímicos;
98 Qualidade na Construção Civil
» siderurgia;
» metalurgia de não errosos;
» materiais elétricos;
» máquinas e equipamentos.
Cada uma dessas cadeias é ormada por vários setores responsáveis por uma grande quanti-
dade de produtos.
5.2.3 Setores da cadeia de produção de edificações
5.2.3.1 Madeira
A cadeia produtiva de produtos de madeira se inicia na extração, passa pelo comércio de pro-
dutos in natura e chega às serrarias, onde ocorre o desdobramento da madeira, ou seja, onde ela é
serrada e trabalhada. Ela é adquirida diretamente pela Construção Civil (na orma de vigas e tábuas,
por exemplo) ou é laminada ou transormada em chapas (compensada, prensada ou aglomerada), ou
ainda é utilizada para a abricação de esquadrias, de casas pré-abricadas, de estruturas de madeira e
artigos de carpintaria.
5.2.3.2 Argilas e silicatos
A cadeia produtiva de argilas e silicatos (minerais não metálicos e não orgânicos) se inicia na
extração, sendo composta por produtos cerâmicos não reratários (tijolos, telhas e ladrilhos), pisos e
azulejos, louças sanitárias, vidro, pedra e areia. Cada um desses produtos pertence a distintas cadeias
produtivas.
5.2.3.3 Calcários
A cadeia produtiva dos calcários (minerais não metálicos e não orgânicos) se inicia na extra-
ção, seguindo para a abricação de produtos à base de calcários, como cimento, cal, gesso, concreto e
�brocimento.
5.2.3.4 Materiais químicos e petroquímicos
Tal cadeia produtiva é ormada por produtos derivados de materiais químicos e petroquí-
micos. Nela, encontram-se os compostos de plásticos (pisos, revestimentos etc.), de PVC (tubos,
conexões, revestimentos), bem como tintas, vernizes, impermeabilizantes, solventes, asalto e �bras
têxteis, que dão origem a arteatos de tapeçaria. Nesta cadeia produtiva também está o óleo diesel,
empregado como combustível.
5.2.3.5 Siderurgia
Essa cadeia produtiva é composta por produtos metálicos de siderurgia, de abricação de pro-
dutos de metais errosos.
99Qualidade no Canteiro de Obras
As cadeias de produtos metálicos ferrosos englobam vergalhões e outros produtos do aço
(como pregos e arames), portas e esquadrias (aço ou ferro), estruturas metálicas e tubos de ferro gal-
 vanizado.
5.2.3.6 Metalurgia de não ferrosos
Cadeia composta por produtos metálicos de siderurgia, de fabricação de produtos de metais
não ferrosos.
As cadeias de produtos metálicos não ferrosos englobam produtos não ferrosos (como perfis),
portas e esquadrias (de alumínio), estruturas metálicas, metais sanitários e ferragens (como dobradi-
ças e fechaduras).
5.2.3.7 Materiais elétricos
Cadeia que combina produtos de outras cadeias produtivas citadas anteriormente. É responsá-
 vel pela produção de fios e cabos elétricos, de materiais para instalações em circuito de consumo de
energia e de aparelhos e equipamentos para distribuição e controle de energia.
5.2.3.8 Máquinas e equipamentos
Essa cadeia também combina produtos de outras cadeias
produtivas citadas anteriormente. Faz parte da indústria de
bens de capital, sendo responsável pela produção de máquinas
e equipamentos de elevação de cargas e pessoas e de aparelhos
de ar-condicionado (para uso central). Emprega produtos da
indústria metal-mecânica e de material elétrico.
Para a construção de edifícios, a percepção da qualidade está na evolução tecnológica de técnicas, materiais e componen-Para a construção de edifícios, a percepção da qualidade está na evolução tecnológica de técnicas, materiais e componen-
tes, bem como nos procedimentos organizacionais (planejamento, administraç o e controle das operaç es construtivas).tes, bem como nos procedimentos organizacionais (planejamento, administraç o e controle das operaç es construtivas).
Fique de olho!Fique de olho!
Foi vista a importância das percepções quanto às ações da qualidade em serviços no canteiro
de obras e apresentada a cadeia produtiva da construção de edificações, os setores envolvidos e sua
complexidade.
Vamos recapitular?
A qualidade na indústria da Constru-
ção Civil é formadapela percepção da
grande desverticalização da produção e,
geralmente, com a participação significa-
tiva de fornecedores de serviços de obra
(subempreiteiros).
100 Qualidade na Construção Civil
Agora é com você!
1) O que é cadeia produtiva?
2) Na cadeia produtiva de uma edi�cação, quais os elementos constituintes da ase de
produção?
3) Comente as escalas de redução em desenho técnico.
4) Comente a cadeia produtiva das argilas e silicatos.
101
6
Qualidade no
Projeto de Obras
de Edificações
Este capítulo tem por objetivo apresentar a dinâmica em obras de edi�cações. Também apresenta
o planejamento da execução e as erramentas de gestão da qualidade.
Para começar
6.1 A dinâmica em obras de edificações
O planejamento de obras de edi�cações deve prever os serviços envolvidos em cada uma das
etapas, bem como apresentar a sequência das atividades com base em seus inter-relacionamentos.
Assim, como visto, para atender as características das obras de edi�cações, o canteiro de obras deve
ter uma estrutura organizacional muito dinâmica (passa por variações ao longo da obra) e �exível
(sore a in�uência de vários intervenientes ao mesmo tempo).
Durante o desenvolvimento do projeto de uma ediicação, deve ser previsto que o canteiro
de obras irá assumir características distintas em unção dos operários, das empresas, dos mate-
riais e dos equipamentos presentes nele. Diversas atitudes devem ser tomadas com o objetivo
de acilitar o desenvolvimento da obra, tais como a implantação de uma política da qualidade,
o desenvolvimento de ornecedores de materiais e subempreiteiros, a utilização de erramentas
computacionais etc.
102 Qualidade na Construção Civil
6.2 O planejamento da execução de obras de
edificações
A empresa construtora deve ter uma organização administrativa que represente sua visão de
negócios. Eis as etapas de planejamento:
» Estratégico:  neste nível deve-se de�nir os objetivos do empreendimento (de�nição do
prazo da obra, ontes de �nanciamento, parcerias etc.) com base nas diretrizes do cliente
ou do proprietário.
» Tático: este nível intermediário de decisões envolve, principalmente, a seleção e a aquisi-
ção dos recursos necessários para atingir os objetivos do empreendimento (por exemplo,
tecnologia, materiais, mão de obra etc.), bem como a elaboração de um plano geral para a
utilização desses recursos;
» Operacional: este nível está relacionado à de�nição detalhada das atividades a serem reali-
zadas, seus recursos e momento de execução.
Cada nível hierárquico pode ter a necessidade de ser subdividido em outros níveis, depen-
dendo da natureza do empreendimento. Cada um desses níveis requer inormações em um grau de
detalhe adequado.
Se o planejamento não or bem detalhado, é muito diícil utilizá-lo para a execução da obra.
O sucesso de uma obra depende muito de seu planejamento. necessário que se tenha a integração
de todas as ações, presentes nos diversos níveis de planejamento.
Fique de olho!
6.3 Ferramentas de gestão da qualidade
Na etapa de construção do empreendimento, o acom-
panhamento do planejamento é a etapa chamada controle. O
controle é realizado por meio de mecanismos dinâmicos que
possam mostrar as variações existentes entre o planejado e o
realizado. É mediante o controle, entre o planejado e o reali-
zado, que é eita a gestão da qualidade.
A seguir, serão apresentadas algumas das erramentas para a gestão da qualidade.
6.3.1 Diagrama de Pareto
O diagrama de controle oi desenvolvido pelo economista italiano Vilredo Pareto. Ele veri�-
cou que, em qualquer meio, existem algumas poucas atividades que contribuem muito e outras em
maior quantidade que têm pouca contribuição.
O diagrama indica que 80% dos itens resultam de cerca de apenas 20% dos custos, isto é, 20%
dos itens correspondem a 80% dos custos.
A qualidade é um objetivo que deve ser
constantemente observado no decorrer
da obra.
103Qualidade no Projeto de Obras de Edificações
É possível azer o estudo de Pareto por meio da estrati�cação de condições como:
» Tempo: quais horas, dias da semana ou turnos devem ser mais controlados.
» Serviço: quais serviços custam mais e devem ser mais controlados.
» Materiais: quais materiais estão em menor quantidade e custam mais.
No diagrama de Pareto, as condições de estrati�cação são divididas em regiões (Figura 6.1):
» Região A: 7% das atividades que representam 53% do custo total.
» Região B: 14% das atividades que representam 32% do custo total.
» Região C: 79% das atividades que representam 15% do custo total.
100,00%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
A B
C
0 1 2 3 4 5
90,00%
Figura 6.1 - Curva ABC das atividades da obra.
6.3.2 Diagrama de causa e efeito
Esse diagrama, também chamado de espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa, é uma repre-
sentação grá�ca que permite à construtora organizar as inormações, possibilitando a identi�cação
de possíveis causas de determinado problema ou seus eeitos (Figura 6.2).
Máquinas e
equipamentos
Mão de
obra
Dimensões
Efeito
Metodologia
executiva
Matéria-prima
Meio
ambiente
Figura 6.2 - Diagrama de causa e eeito.
104 Qualidade na Construção Civil
6.3.3 Fluxograma
O �uxograma é uma representação grá�ca de procedimentos que contém várias etapas ilustra-
das de modo encadeado por meio de símbolos geométricos (Figura 6.3).
Falta cimento
para argamassa
Pegar cimento Comprar cimento
Há cimento
no
almoxarifado?
Sim Não
Figura 6.3 - Fluxograma da aquisição de cimento.
6.3.4 Ciclo PDCA
O Ciclo PDCA (Figura 6.4) indica a maneira – ou a sequência – correta de se executar as tare-
as. A sigla são as primeiras letras de palavras em inglês que signi�cam:
» Plan: planejar;
» Do: azer, executar;
» Check: veri�car;
» Act: agir, ações, corrigir.
As ações de cada setor do círculo PDCA são:
Planejar
» identi�car o problema;
» reconhecer as características do problema;
» analisar as causas principais do problema;
» elaborar plano de ação para combate às causas do problema.
Fazer
» atuar de acordo com o plano de ação;
» treinar e educar os envolvidos;
» coletar dados.
Veri�car
» con�rmar a eetividade da ação.
105Qualidade no Projeto de Obras de Edificações
Agir
» eliminar de�nitivamente as causas do problema;
» rever as atividades e o planejamento para outras ações
Verificar 
metas x resultados
Coletar 
dados
Executar 
Educar e
treinar 
Definir 
métodos
Definir 
metas
 Ações:
corretivas
preventivas
melhorias
Situação
atual
Ocorrência do problema
 Análise das causas
Estabelecer 
prioridades
Planejar 
as ações
Estabelecer 
medições
A
C D
P
Figura 6.4 - Ciclo PDCA.
O ciclo PDCA é contínuo, isto é, deve ser constantemente retroalimentado para se alcançar excelentes níveis da qualidade.
Saiba mais sobre o ciclo PDCA em: <http://www.sobreadministracao.com/o-ciclo-pdca-deming-e-a-melhoria-continua/>.
Amplie seus conhecimentos
6.3.5 Folha de verificação
A olha de veri�cação é uma planilha com o objetivo de acilitar a coleta de dados pertinentes
a um problema especí�co (Tabela 6.1).
Tabela 6.1 - Folha de veri�cação
Ocorrências de atraso de medição de obra
Ocorrência Verificação (dias com problema) Total
Dias de chuva 1; 5; 24; 30 4
Falta de pessoal 6; 25 2
Atraso na entrega de materiais 7 1
Falta de pagamento de fornecedores 11; 15; 23 3
Atraso no pagamento de pessoal 5 1
Outros 17 1
Total 12
106 Qualidade na Construção Civil
O diagrama de causa e efeito, também chamado de diagrama de Ishikawa ou espinha de peixe, pode ser utilizado para
evitar atrasos em obras por meio da análise dos fatores intervenientes em cada uma das atividades.
Para estudar mais sobre o diagrama de causa e efeito, acesse: <http://www.infoescola.com/administracao_/diagrama-de-
-causa-e-efeito/>
Amplie seus conhecimentos
Foi vista a dinâmica em obras de edi�cações. Também oi apresentado o planejamento da execu-
ção e as erramentas de gestão da qualidade.
Vamos recapitular?
Agora é comvocê!
1) Quais são os níveis de planejamento de uma obra?
2) O que signi�ca a sigla PDCA?
3) Cite a utilidade do diagrama causa e eeito.
4) O que é um �uxograma?
107
7
Gestão de Resíduos
na Construção de
Edificações
Este capítulo tem por objetivo apresentar a de�nição de impacto ambiental e a classi�cação dos
resíduos. Também são apresentados o Greenhouse Gas Protocol (GRH), o Plano de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil (PGRCC) e o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). Por
�m, é apresentada uma metodologia para quali�cação de ornecedores.
Para começar
7.1 Impactos ambientais
Existem algumas de�nições sobre o que signi�ca impacto ambiental. Vamos adotar a de�ni-
ção das normas técnicas brasileiras, que está apresentada na NBR ISO 14001: “Impacto Ambiental
– Qualquer mudança no ambiente, quer adversa ou bené�ca, inteira ou parcialmente resultante das
atividades, produtos ou serviços de uma organização”.
A construção de edi�cações pode gerar resíduos que causariam impactos ambientais. Os resí-
duos são classi�cados pela NBR 10.004:2004 como:
» Resíduos de Classe I: são considerados perigosos e requerem maior atenção por parte do
gestor, uma vez que os acidentes mais graves e de maior impacto ambiental são causados
por essa classe de resíduos. Podem ser condicionados, armazenados temporariamente,
incinerados ou dispostos em aterros sanitários especialmente desenhados para receber
resíduos perigosos. Nessa classe estão, por exemplo, tintas, solventes, diesel, graxa e óleo.
Lâmpadas �uorescentes e incandescentes, pilhas e baterias também são consideradas resí-
duos perigosos e sua disposição é regida por legislação especí�ca.
108 Qualidade na Construção Civil
» Resíduos de Classe II-A: são resíduos não inertes; assim como os de Classe II-B, podem
ser dispostos em aterros sanitários ou reciclados. Entretanto, devem ser observados os
componentes destes resíduos (matérias orgânicas, papeis, vidros e metais), a �m de que
seja avaliado o potencial de reciclagem. Esses resí-
duos, em contato com a água com pH neutro, alte-
ram o padrão de potabilidade da água.
» Resíduos de Classe II-B: inertes, podem ser dispos-
tos em aterros sanitários ou reciclados. São aqueles
que, em contato com a água com pH neutro, não
alteram o padrão de potabilidade da água.
7.2 Greenhouse Gas Protocol (GHG)
O Greenhouse Gas Protocol (GHG Protocol), também chamado Gases de Eeito Estua (GEE),
é um protocolo elaborado pelo World Business Council or Sustainable Development (WBCSD) e
pelo World Resources Institute (WRI), sendo o mais utilizado para a preparação de inventários de
emissões de gases de eeito estua.
Este protocolo está relacionado com o Protocolo de Quioto e com a United Nations Framework
Convention on Climate Change (UNFCCC), utilizando as metodologias da UNFCCC para a redu-
ção de emissões e abrangendo, em suas bases de cálculos, os seis gases de eeito estua identi�cados
por Quioto:
» dióxido de carbono (CO2);
» metano (CH4);
» óxido nitroso (N2O);
» hidro�uorocarbonos (HFCs);
» per�uorocarbonos (PFCs);
» hexa�uoreto de enxore (SF6).
Para a aplicação deste Protocolo, é necessário de�nir os limites da construção, devendo ser
considerados a estrutura da construtora, seus limites operacionais e o contexto de seus negócios.
É necessária uma análise de suas atividades, pois dentro dos limites devem constar não apenas
as principais atividades da construtora como também todas as atividades que emitam quantidades
signi�cativas de gases de eeito estua.
Devem ser analisadas as emissões diretas e indiretas de GEEs. Denomina-se emissão direta de
GEE toda emissão proveniente de ontes pertencentes ou em poder da construtora; e emissão indi-
reta de GEE toda emissão que é consequência das atividades da construtora (mas que vem de ontes
controladas por outras empresas).
Uma vez identi�cados os limites da construtora, é necessário analisar e selecionar as meto-
dologias que serão aplicadas para o cálculo e a análise das emissões. Diversas metodologias oram
desenvolvidas pelo GHG Protocol Foundation, mas podem ser usadas outras, como as metodolo-
gias aprovadas pela UNFCCC. Independentemente da escolha, seu uso deve ser justi�cado e estar de
A qualidade é relacionada com os resí-
duos gerados no processo de fabricação
de todos os componentes utilizados na
construção.
109Gestão de Resíduos na Construção de Edificações
acordo com o tipo de atividade, limites e emissões de cada obra. A metodologia do GHG Protocol é
compatível com as normas ISO.
Somente após a determinação da metodologia a ser utilizada é que as emissões serão eetiva-
mente calculadas.
A coleta de dados deve ser eita, de preerência, diretamente no local da obra. Caso seja neces-
sário, será eita a monitorização de alguns dados e somente depois o cálculo das emissões.
As emissões de GEEs calculadas são transormadas para a unidade de toneladas de CO2 equi-
 valente (tCO2eq) e após a conclusão do inventário de emissões é que são propostos e de�nidos os
mecanismos para a redução ou neutralização das emissões.
7.3 Plano de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil (PGRCC)
O PGRCC deve ser elaborado para os pedidos de licença prévia e de instalação em conjunto
ou para a ase da licença de instalação, bem como para os empreendimentos de construção civil de
média e alta complexidade.
Os geradores de resíduos da construção civil são os responsáveis pelo gerenciamento desses
resíduos, desde sua geração até a correta destinação �nal, conorme disposto na reerida Resolução.
Em razão da complexidade que envolve a delimitação de um método quantitativo, para carac-
terização dos resíduos produzidos em obra, considerou-se uma estimativa para edi�cações execu-
tadas por processos tradicionais. Se orem adotadas outras técnicas construtivas ou procedimentos
para a redução do volume gerado de resíduos na construção, deverá ser anexado estudo que com-
prove as novas estimativas apresentadas.
O PGRCC deve ser elaborado por pro�ssional habilitado no CREA. Deve ser emitida uma
ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) sob responsabilidade do gerador dos resíduos (pro-
prietário do estabelecimento), contemplando o conjunto de procedimentos a serem executados
 visando à não geração de resíduos, à minimização da geração, à reutilização, à reciclagem, ao arma-
zenamento, ao transporte, ao transbordo, ao tratamento e ao destino �nal adequado, observando a
normalização reerente à saúde pública e à proteção ambiental.
Os resíduos gerados nas obras devem ser classi�cados, conorme a Resolução CONAMA
307/02, em:
» Classe A: são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados ou encaminhados a
áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir sua
utilização ou reciclagem utura, tais como:
de construção, demolição, reormas e reparos de pavimentação e de outras obras de inra-
estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
de construção, demolição, reormas e reparos de edi�cações: componentes cerâmicos
(tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;
110 Qualidade na Construção Civil
de processo de abricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos,
tubos, meios-�os etc.) produzidas nos canteiros de obras.
» Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento
temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem utura,
tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros.
» Classe C: são os resíduos para os quais não oram desenvolvidas tecnologias ou aplicações
economicamente viáveis que permitam sua reciclagem/recuperação. Deverão ser armaze-
nados, transportados e destinados em conormidade com as normas técnicas especí�cas,
tais como os produtos oriundos do gesso.
» Classe D:  são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção. Deverão ser
armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conormidade comas normas
técnicas especí�cas. Por exemplo: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contami-
nados oriundos de demolições, reormas e reparos de clínicas radiológicas, instalações
industriais e outros.
No campo da qualidade devemos utilizar os conceitos dos 3Rs da logística reversa: reduzir, reutilizar e reciclar.
Leia mais sobre os 3Rs em <http://blog.mma.gov.br/separeolixo/voce-conhece-os-3rs-reduzir-reutilizar-e-reciclar/> e
<http://purareciclagem.com.sapo.pt/pagina_regra_3rs.htm>.
Amplie seus conhecimentos
Devem ser inormados no PGRCC os seguintes itens:
1) Identi�cação do empreendimento: inormar os dados reerentes ao empreendimento.
2) Inormações gerais: identi�cação do responsável técnico pela elaboração do PGRCC; nome do
contador; número de operários próprios e prestadores de serviço; responsável legal pelo empre-
endimento (proprietários).
3) Caracterização do empreendimento:
3.1 Inormar a área total do terreno.
3.2 Inormar a área a ser construída (m2), inclusive as áreas não computáveis.
3.3 Inormar se haverá demolição ou não.
3.3.1 Se houver demolição, inormar o volume (m3) de resíduos gerados na demolição,
calculados da seguinte maneira: área das paredes x espessura média das paredes +
área do piso e/ou cobertura x espessura média do piso e/ou cobertura.
3.3.2 Inormar o peso (kg) dos resíduos gerados, calculados da seguinte maneira: multi-
plicar o volume obtido no item acima pelo peso especí�co, estimado em 1300 kg/m3.
3.4 Movimento de terra com necessidade de empréstimo ou bota-ora, de acordo com o pro-
 jeto de terraplenagem (apresentar o projeto).
111Gestão de Resíduos na Construção de Edificações
3.4.1 No caso de necessidade de bota-ora, inormar o volume (m3) e o peso (kg). Para
cálculo do peso, adotar o peso especí�co do solo de 1300 kg/m3.
3.4.2 No caso de necessidade de empréstimo, inormar o volume (m3) de empréstimo de
terra e peso (kg), assim como as inormações sobre a jazida prevista para o emprés-
timo e a qualidade do material da jazida (documento que comprove que o material
não está contaminado).
4) Croqui do canteiro de obras, indicando o local de triagem e o armazenamento dos resíduos:
apresentar o croqui do canteiro de obra, indicando a área prevista para a triagem dos resíduos e
a área para a armazenagem temporária dos resíduos segregados, com dimensões compatíveis ao
 volume de resíduos previsto. A área de armazenagem deve ser impermeabilizada e coberta, e os
resíduos devem ser dispostos separadamente, conorme sua classi�cação.
5) Reciclagem e/ou reutilização de resíduos da construção civil: se estiver prevista a reutilização
dos resíduos na própria obra, deve ser inormada a quantidade dos resíduos a serem reutilizados,
assim como sua classi�cação. No caso de estar prevista a reciclagem de resíduos, deve ser inormada
a quantidade do resíduo, sua classi�cação, o processo da reciclagem e como o resíduo reciclado
será aplicado na própria obra.
6) Caracterização dos resíduos: inormar a quanti�cação, a classi�cação, a etapa da obra (demolição
e/ou construção) e o destino �nal previstos. Para o cálculo da quantidade do resíduos, em peso,
multiplicar a área total a ser construída (inormado no item 3.2) por 150 kg/m². Somar, a esta
quantidade, o peso obtido no item 3.3 (demolição), obtendo o peso total dos resíduos gerados.
No caso de movimento de terra com necessidade de bota-ora, considerar o peso previsto do
bota-ora separadamente, somando-se este peso (valor calculado no item 3.4.1), posteriormente, ao
peso dos demais resíduos da classe A.
Transporte: deve ser apresentada a descrição do tipo de transporte interno e externo utilizado para remoção e existência
de áreas de transbordo. O transporte deverá ser realizado de acordo com normas técnicas;
Tratamento: devem ser apresentados o tratamento e a destinação para cada grupo ou classe de resíduo;
Plano de contingência: deve ser apresentado o plano contingência para o caso de o tratamento e a destinação final pro-
postos falharem temporariamente;
Empresas recebedoras: deve ser informado o nome das empresas recebedoras dos resíduos, se estas possuem Licença
Ambiental e ainda solicitar cópia da Licença de Operação;
Rotinas: o Plano deve prever a elaboração de rotinas com instruções de procedimento para a higienização, o manuseio, a
segregação e a coleta interna dos resíduos, que deverão permanecer à disposição de todos os operários;
Treinamento: deverá ser previsto treinamento para novos contratados e reciclagem periódica para a aplicação de rotina e
sua modernização, com todos os operários do empreendimento, contemplando, assim, a origem dos resíduos até a desti-
nação final. Deverá ainda possuir um funcionário treinado para o controle do Plano de Gerenciamento;
Relatórios: devem ser apresentados relatórios semestrais de avaliação do PGRCC, identificando necessidades de melho-
rias, alterações necessárias, mudanças de procedimentos, entre outros;
Planilha: deve ser elaborada uma planilha referindo a geração mensal de resíduos, tipos de resíduos, classificação, forma
e local de armazenamento, destino final, entre outros.
Fique de olho!
112 Qualidade na Construção Civil
Tabela 7.1 - Modelo de ormulário para a elaboração do PGRCC
1. Identificação do empreendimento
Endereço:
Bairro:
CNPJ:
2. Identificação do responsável pela elaboração do projeto de gerenciamento de resíduos da construção civil - PGRCC
Nome:
R.G.:
Profissão:
Registro no CREA:
3. Caracterização do empreendimento
3.1 Área a construir: m2
3.2 Haverá demolição de edificação existente?
Não:
Sim:
3.2.1 Estimar o volume de resíduos gerado na demolição: m3
3.2.2 Estimar o peso dos resíduos de demolição gerados: kg
3.3 Haverá movimento de terra com necessidade de empréstimo ou bota-fora?
(Informar o local de empréstimo/jazida e documento que comprove que o material não está contaminado).
Não:
Sim:
3.3.1
Volume Bota-fora: m3
Peso Bota-fora kg
3.3.2
Empréstimo Volume: m3
Empréstimo
Peso: kg
4. Apresentar croqui do canteiro de obras, indicando locais previstos para a triagem e para o armazenamento temporário dos
resíduos segregados (os locais de armazenamento devem ser cobertos e impermeabilizados)
Não:
Sim:
5. Informar se será realizada reciclagem e/ou reutilização de resíduos da construção civil na própria obra
Não:
Sim:
113Gestão de Resíduos na Construção de Edificações
A Tabela 7.2 apresenta um quadro com as inormações que devem ser apresentadas, no caso de
estar prevista a reutilização e/ou a reciclagem dos resíduos da construção civil.
Tabela 7.2 - Tabela de reutilização ou reciclagem dos resíduos da obra
Tipo de Resíduo Reutilização
Reciclagem
Quantidade (m3)
Processo Aplicação
Classe A
Classe B
A Tabela 7.3 apresenta a caracterização dos resíduos de uma obra de edi�cação.
Tabela 7.3 - Caracterização de resíduos
Classe Material
Quantidade (m3)
Destino
Final
Etapa da obra Total
Construção Demolição
A
Argamassa, concreto, cerâmica, tijolos, blocos de concreto etc.
Solo (bota-fora)
Total Classe A
B
Plásticos, papel, papelão, metais, vidros etc.
Madeira
Total Classe B
C
Gesso etc.
Total Classe C
D
Tintas, óleos, solventes, materiais contaminados (embalagens com
restos destes produtos), matérias com amianto etc.
Total Classe D
7.4 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS)
O PGRS deve ser elaborado com base na legislação vigente, que estabelece os princípios bási-
cos da minimização da geração de resíduos, identi�cando e descrevendo as ações relativas ao seu
manejo adequado, levando em consideração os aspectos reerentes a todas as etapas, compreendidas
pela geração, segregação, acondicionamento, identi�cação, coleta, transporte interno, armazena-
mento temporário, tratamento interno, armazenamento externo, coleta e transporte externo, tratamento
externo e disposição �nal devidamente licenciados pelo órgão ambiental competente.
114 Qualidade na Construção Civil
Os resíduos produzidos na obra devem ser dispostos em contentores,de acordo com a Resolu-
ção 275/01 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama, com as seguintes cores:
» Amarelo: metal.
» Azul: papel/papelão.
» Branco: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde.
» Cinza: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação.
» Laranja: resíduos perigosos.
» Marrom: resíduos orgânicos.
» Preto: madeira.
» Roxo: resíduos radioativos.
» Vermelho: plástico.
» Verde: vidro.
Os resíduos devem ser classi�cados como:
» Orgânicos: restos de comida, casca de rutas e verduras, grama, galhos pequenos etc.
» Rejeitos: papel higiênico, absorventes íntimos, palitos de dentes, �ltros de cigarro etc.
» Rejeitos Perigosos: lâmpadas �uorescentes, �ltros de ar condicionados, baterias, pilhas etc.
» Recicláveis: papel, papelão, plásticos em geral, metais etc.
Deve ser inormada a produção diária de cada tipo de resíduo sólido na obra (kg/dia).
A obra é considerada uma Unidade Geradora de Resíduos Sólidos e deverá realizar a educação
ambiental entre seus operários e terceirizados. Isso será eito por meio de palestras, debates e cam-
panhas, visando à conscientização de todos eles em relação ao procedimento que deverá ser adotado
para a eetivação do processo de coleta seletiva que será implantado pelo presente Plano de Geren-
ciamento de Resíduos Sólidos.
Visando implantar procedimentos adequados para eetivação do Programa de Coleta Seletiva
previsto no Plano de Gerenciamento de Resíduos da Obra, devem ser obedecidas as seguintes etapas:
» Coleta:  eetuada por operários devidamente treinados e equipados com luvas, botas,
materiais de proteção adequados, que, diariamente, em horários especí�cos, arão o reco-
lhimento dos resíduos previamente selecionados nos setores da obra e acondicionados em
sacos plásticos.
» Transporte:  realizado após o recolhimento, por meio de carrinhos/manualmente até o
local de armazenamento dos resíduos existente nesta unidade geradora.
» Acondicionamento:  será eito no local de armazenamento, que �ca na (especi�car área
[pátio interno/pátio externo/etc.], com as seguintes características ísicas: céu aberto,
cimentado etc.) onde os sacos plásticos recolhidos e previamente selecionados serão dis-
postos dentro de contêineres/galões/lixeiras, seguindo esta padronização:
Orgânicos: serão depositados em contêineres/galões/lixeiras, com volume (litros) e identi-
�cação padronizada, na cor marrom, seguindo resolução do 275/01 do Conama.
115Gestão de Resíduos na Construção de Edificações
Rejeitos: serão depositados em contêineres/galões/lixeiras, com volume (litros) e identi�-
cação padronizada, na cor cinza, seguindo resolução do 275/01 do Conama.
Rejeitos perigosos: serão depositados em contêineres/galões/lixeiras, com volume (litros)
e identi�cação padronizada, na cor laranja, seguindo resolução do 275/01 do Conama.
» Recicláveis:  serão depositados em contêineres/galões/lixeiras, com volume (litros) e
identi�cação padronizada, na cor verde/azul/amarelo/vermelho, seguindo resolução do
275/01 do Conama.
O construtor deverá apresentar a declaração de contratação de empresa, ou serviço para trans-
porte e destinação �nal dos resíduos, recicláveis, incluindo as respectivas licenças ambientais. Um
modelo de planilha de destinação de resíduos é apresentado na Tabela 7.4.
Tabela 7.4 - Planilha de destinação de resíduos
Tipo de
material
Período de
recolhimento
Responsável pelo
recolhimento
Dados do responsável
exemplos
Destinação final
exemplos
Orgânico Determinado pelaconstrutora Concessionária pública
Empresa de Engenharia
Ambiental Usina de compostagem
Rejeitos Determinado pelaconstrutora Concessionária pública
Empresa de Engenharia
Ambiental Aterro sanitário
Rejeitos perigosos Determinado pelaconstrutora Fábrica produtora Fornecedor Unidade produtora (fábrica)
Recicláveis Determinado pelaempresa geradora
Determinado pela
empresa geradora
Dados da empresa coletora a
ser contratada pela empresa
geradora do resíduo
Centro de triagem licenciados
7.5 Qualificação de fornecedores
A qualidade apresentada em uma obra depende consideravelmente dos ornecedores contrata-
dos para o empreendimento.
A interação e a comunicação entre os ornecedores e a construtora devem ser as mais transpa-
rentes possíveis, considerando que as inormações sejam con�áveis e justas. A construtora deve ter
uma política de relacionamento com seus ornecedores, por meio da qual se deve acreditar e esperar
que haja sempre honestidade na determinação de preços, bem como discussões rancas e abertas
sobre redução de custos e disposição para solução de problemas gerais.
É esperado que os ornecedores compartilhem inormações sobre o mercado, sobre seus novos
desenvolvimentos, suas regulamentações legais e suas inovações sobre produtos e serviços.
É desejado que os ornecedores adotem uma gestão socialmente responsável, visando a uma
sociedade com melhores produtos e menores riscos sociais, econômicos e ambientais. É também
desejável que haja o gerenciamento, de maneira equilibrada, dos impactos de seus produtos e ati-
 vidades sobre os ecossistemas e a sociedade, a proteção e a sustentabilidade ambiental, com as
necessidades socioeconômicas.
É esperado que os ornecedores ajam dentro de princípios e valores relacionados à saúde e à
segurança no trabalho, bem como respeitem o disposto no art. 7o, inciso XXXIII da CF/88, inerente
à contratação de trabalho de menores e na condição de aprendiz.
116 Qualidade na Construção Civil
A qualidade de uma obra não é apenas relacionada aos produtos empregados na construção, mas pela escolha criteriosa
de seus fornecedores.
Fique de olho!
Os ornecedores devem ter condições para desenvolver seus processos com pro�ssionalismo e
comprometimento, primando a importância em requisitos como:
» analisar criteriosamente as especi�cações dos pedidos de compra;
» atender às especi�cações de entrega e os prazos acordados;
» ornecer inormações imediatas na con�rmação dos pedidos sobre quaisquer mudanças;
» ornecer todas as documentações solicitadas;
» ornecer os dados estatísticos, mostrando os parâmetros críticos de teste e os parâmetros
do processo, quando solicitados;
» apresentar as inormações solicitadas em tempo
hábil;
» ter a �exibilidade em casos de mudanças nas quan-
tidades dos pedidos e nas datas de entrega;
» cumprir os preços acordados;
» realizar todos os procedimentos de aturamento cor-
retamente;
» prestar feedback durante todo o processo de compra.
Neste capítulo oram vistas a de�nição de impacto ambiental e a classi�cação dos resíduos. Tam-
bém oram apresentados os signi�cados do Greenhouse Gas Protocol (GRH), Plano de Gerenciamento
de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) e do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS).
Por �m, oi apresentada uma metodologia para a quali�cação de ornecedores.
Vamos recapitular?
Agora é com você!
1) O que é GRH?
2) O que é PGRCC?
3) De�na impacto ambiental.
4) Comente as expectativas de conduta dos ornecedores das construtoras.
Todos os resíduos gerados na construção
de uma edificação devem ser classifica-
dos, quantificados, acondicionados, trans-
portados e dispostos conforme a legislação
vigente.
117Bibliografia
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