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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO Y RAFAELA, menor impúbere, representada por Melina brasileiro, estado civil, desempregada, portadora da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF sob o nº..., endereço eletrônico, domiciliado e residente. Inconformada da decisão interlocutória de fls. (...), nos autos de AÇÃO DE ALIMENTOS, que move em face de EMERSON, brasileiro, estado civil, autônomo, portadora da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF sob o nº..., endereço eletrônico, domiciliado e residente, com fulcro no art. 1015 do Código de Processo Civil (CPC) e seguintes, interpor: AGRAVO DE INSTRUMENTO Com pedido de tutela recursal Para o Tribunal de Justiça, cujas razões seguem em anexo, sendo a agravante beneficiaria da gratuidade de justiça, concedida às fls. (...), requerendo que o benefício seja estendido ao presente recurso na forma do art. 98 e seguintes do CPC. Requer que o presente recurso seja recebido e distribuído à uma das Câmaras Cíveis do EGRÉGIO TRUBUNAL. Em cumprimento ao art. 1017, I e II do CPC, vem informar as peças que instruíram o agravo. 1. Cópia da inicial 2. A peça da contestação, ainda não se encontra nos autos 3. Cópia da decisão agravada 4. Cópia da intimação da decisão 5. Cópia da procuração do agravante, no entanto a do agravo ainda não se encontra nos autos 6. Cópia da certidão de nascimento 7. Cópia do exame de DNA Por fim, vem o agravante informar o nome e endereço dos patronos das partes. PATRONO DO AGRAVANTE: Nome, OAB/UF, endereço profissional situado na rua, nº, bairro, cidade, estado, CEP. PATRONO DO AGRAVADO: Nome, OAB/UF, endereço profissional situado na rua, nº, bairro, cidade, estado, CEP. Termos em que, pede deferimento. Local, Data Nome do (a) Advogado (a) OAB/ (Sigla do Estado) DAS RAZÕES DO RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO AGRAVANTE: RAFAELA, representada por Melina AGRAVADO: EMERSON PROCESSO DE ORIGEM Nº ... JUIZO DE ORIGEM: 1ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO Y EGREGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO Y COLENDA CAMÂRA, Não merece prosperar a respeitável decisão interlocutória proferida nos autos da Ação de Alimentos que indeferiu o pedido de alimentos provisórios, haja vista estar a decisão em desacordo com o dispositivo no ordenamento jurídico pátrio. O art.1.015, I do CPC traz como cabível o agravo de instrumento nos casos de decisões que versarem sobre tutelas provisórias. Caso não seja reformada a decisão é de percepção de todos que o agravante terá prejuízos irreparáveis tendo em vista que precisa de recursos para manter seu sustento básico. DO PREPARO A Agravante deixa de efetuar o preparo, uma vez que já foi concedido o benefício da Justiça Gratuita pelo Juízo de 1º grau, conforme fls. DA TEMPESTIVIDADE Conforme prevê os arts. 219, 224 e 1003, §5º, ambos do CPC, o prazo para interposição do recurso será de 15 dias, contando da data ciência da decisão, em dias úteis excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento a partir da intimação da decisão. Assim o agravante foi intimado em tal data sendo, portando, tempestivo o presente recurso. DA CONCESSÃO DA TUTELA RECURSAL Conforme preceitua o art.1019, I do CPC, poderá ser concedida a tutela recursal pelo relator sempre que houver perigo de grave dano ou dano irreparável ao agravante de acordo com o art. 995, parágrafo único do CPC. O dano irreparável ou de difícil reparação está evidenciado no fato de que o dever de pagar alimentos é do genitor, nesse caso o agravado. No caso em tela está comprovado o perigo de dano a agravante considerando ser a mesma menor e sem condições de manter seu sustento estando sua genitora desempregada, o que acarretaria dificuldade de ordem material. Nesse sentido, requer a agravante a concessão da tutela recursal para fixação dos alimentos provisórios conforme requisitos na exordial, e que a decisão recorrida tenha a sua eficácia suspensa até o julgamento final do recurso, uma vez que é legalmente prevista e absolutamente necessária ao presente caso. BREVE SINTESE DOS FATOS A agravante promovera ação de alimentos em face do agravado tendo instruído os autos com cópias do laudo do exame de DNA realizado voluntariamente pelo agravado, por meio do qual se comprova a paternidade e cópia da certidão de nascimento da agravante, na qual se comprova que não consta o nome do agravado. A genitora da agravante encontra-se desempregada, não podendo prover com o sustento daquela razão pela qual, diante de urgência e verossimilhança, pleiteou-se tutela provisória, vez que ciente de que o pai da agravante vive “bicos” e serviços prestados de forma autônoma, tendo requerido a fixação de pensão de alimentícia provisória no valor de 30% (trinta por cento) sob o salário mínimo. Entretanto, o juiz de primeiro grau da 1ª Vara de Família da Comarca da Capital do Estado Y indeferiu o pedido de tutela antecipada, rejeitando o pedido de fixação dos alimentos provisórios, sustentando que (i) inexistente verossimilhança da paternidade, uma vez que o nome de Emerson não constava na Certidão de Nascimento e que o exame de DNA juntado era uma prova extrajudicial, colhida sem o devido processo legal, sendo, portanto, inservível; e (ii) impossibilidade por parte do réu de pagar pensão alimentícia pelo fato de não exercer emprego formal DO MERITO A agravante ajuizou ação de alimentos em face do agravado, tendo em vista esse ser o pai já que em 2014 de forma voluntaria e extrajudicial realizaram exame de DNA, no qual restou comprovado a paternidade do agravado, no entanto ambas as partes não fizeram constar na certidão de nascimento da agravante tal fato. No entanto o juízo ad quem indeferiu o pedido da tutela antecipada rejeitando o pedido de fixação de alimentos provisórios, fundamentado que não havia verossimilhança da paternidade do agravado, por não constar na certidão de nascimento da agravante seu nome e que o exame de DNA juntado era uma prova extrajudicial, feita sem o devido processo legal, sendo assim, essa prova é inservível. E ainda que o apelante padeci de possibilidade, não tendo como pagar pensão alimentícia por não exercer emprego formal. Porém, o exame de DNA é prova cabal da paternidade, configurando a verossimilhança das alegações em especial prova de paternidade como prevê o art. 2º-A da Lei 8560/92 que regulamenta a investigação de paternidade. Tendo em vista que a autora da ação, ora agravante, por se encontrar em situação de necessidade, já que sua genitora está desempregada propôs ação de alimentos em face do agravado visando a fixação de alimentos no percentual de 30% sobre o salário mínimo, uma vez que apesar de seu genitor não possuir trabalho fixo, trabalha de forma autônoma possibilitando-o em adquirir através dos diversos trabalhos, quaisquer tipos de renda, inclusive os de valores altos podendo ultrapassar um salário mínimo por mês. A falta de emprego formal não é motivo para a isenção do pagamento de alimentos por parte do agravante, tendo em vista que ele é trabalhador autônomo, meio pelo qual afere renda, e como o art. 1694 do .CC, legitima o pedido de alimentos por parte da agravada tendo em vista o vínculo parental, e a real necessidade por parte dessa para manter seu sustento de forma mínima, não requerendo valores exorbitantes e sim o básico para seu sustento, já que ela mesma não pode prover por ser menor e ainda estudante, podendo o seu genitor prove-lo sem seu prejuízo como estipula o art. 1695 do CC, sendo certo que o dever de sustento dos filhos são dos pais, e ainda como prevê o art. 227 da CRFB, que diz que é dever da famíliaassegurar a criança e ao adolescente a saúde, educação e o seu sustento. Sendo assim, conforme o doutrinador Washington de Barros Monteiro: “se o alimentando se acha em situação de penúria, tem certamente direito de impetrar alimentos, ainda que possa ser responsabilizado pela própria situação de miséria”. (MONTEIRO, 2001, p.304). Sobre esse assunto ainda podemos citar o entendimento de Maria Helena Diniz: “Imprescindível será que haja proporcionalidade na fixação dos alimentos entre as necessidades do alimentando e os recursos econômicos financeiros do alimentante, sendo que a equação desses dois fatores deverá ser feita, em cada caso concreto, levando-se em conta que a pensão alimentícia será concedida sempre ad necessitem.” (DINIZ, 1997, p.358) Ainda sobre os direitos do alimentante e do alimentado, já se tem alguns entendimentos que serão demonstrados a seguir: CIVIL E PROCESSO. REVISÃO DE ALIMENTOS. DESEMPREGO. BINÔMIO NECESSIDADE E POSSIBILIDADE. ART.1694, §1 º, DO CÓDIGO CIVIL. VALOR. ADEQUAÇÃO. 1. A fixação dos alimentos civis deve ser orientada pelo §1º do artigo 1.694 do Código Civil, que preconiza a comprovação da necessidade de quem a recebe e a situação financeira de quem paga, afim de que seja garantida a sua compatibilidade com a condição social das partes. 2. O valo da pensão alimentícia não pode ser consideravelmente reduzido em função do desemprego de um dos genitores, pois, além de ser temporário, as necessidades do alimentado continuam iguais e a percepção de seguro desemprego não modifica drasticamente a situação financeira do alimentante. 3. Constatado que o valor arbitrado a título de alimentos civis pelo juiz sentenciante não se mostra razoável e proporcional em relação às necessidades do alimentando e à capacidade do alimentante, deve ser dado parcial provimento ao recurso do menor e modificado o quantum fixado na r. sentença. 4. Recurso parcialmente provido. (TJ-DF – APC: 20140510132935, Relator: MARIA DE LOUDES ABREU, data de julgamento: 08/07/2015, 5ª Turma Cível, data de publicação: publicado no DJE: 07/08/2015. Pag.230) AGRAVO DE INSTUMENTO. AÇÃO DE GUARDA, ALIMENTOS E CONVIVÊNCIA FAMILIAR. ALIMENTOS PROVISÓRIOS. BINOMIO NECESSIDADE E POSSIBILIDADE. 1. O arbitramento do valor da pensão alimentícia é aferido pelo binômio necessidade-possibilidade, através do qual se constatam as reais necessidades do alimentando e a disponibilidade do alimentante, isto feito à luz do caso concreto e sob parâmetros de razoabilidade. Inteligência do §1º do artigo 1694 do Código Civil. 2. Na espécie, em uma análise perfunctória, demonstrada a incapacidade financeira do agravante e a impossibilidade de responder pelos alimentos provisórios arbitrados, bem como atendendo a necessidade do alimentando, a redução da verba alimentar é medida que impões. AGRAVO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJ-GO – AI: 04897723120198090000, Relator: SEBASTIÃO LUIZ FLEURY, data de julgamento: 18/11/2019, 4ª Câmara Cível, data de publicação: DJ de 18/11/2019). Diante dos fatos narrados a antecipação da tutela de alimentos deve ser concedida em conformidade com todo o exposto. DOS PEDIDOS Diante o exposto, a autora requer a esse juízo que: 1. Que seja conhecido e provido o presente recurso. 2. Que seja concedida a tutela recursal, deferindo os alimentos provisórios no percentual de 30% sobre o salário mínimo. 3. Que seja requerida a intimação do Ministério Público a forma do art. 1019, III do CPC. 4. Intimação do agravado para apresentar contrarrazões. 5. Seja dado provimento final do agravo ou reformada integralmente a decisão para que seja concedido os alimentos provisórios, confirmando a tutela recursal no percentual de 30%. Termos em que, pede deferimento. Local, Data Nome do (a) Advogado (a) OAB/ (Sigla do Estado)
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