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Aprofundamento Todas as carreiras Pode ver aqui rapidinho? Semana 8 1 Biologia Análise de gráficos em relações ecológicas e estratégias predador- presa Resumo As diferentes relações ecológicas podem ser representadas em gráficos para melhor compreensão dessas interações. O gráfico mais comum é o que relaciona predadores e presas. Gráfico relacionando a densidade de presas e predadores. Disponível em: http://beforetests.blogspot.com/2015/08/dinamica-de-populacoes.html Neste gráfico, a densidade de predadores tenderá sempre a acompanhar a densidade das presas existentes. A protocooperação também pode ser representada graficamente, quando duas espécies ficam separadas e quando ficam juntas. Note que quando cultivadas juntas, as duas populações acabam aumentando a sua densidade populacional. Gráfico mostrando duas espécies cultivadas separadas e duas juntas. Disponível em: https://djalmasantos.wordpress.com/2011/05/20/testes-de-associacoes-biologicas-34/ http://beforetests.blogspot.com/2015/08/dinamica-de-populacoes.html 2 Biologia Outro gráfico muito comum também mostra a relação de competição entre duas espécies quando cultivadas juntas, sempre havendo declínio da espécie menos adaptada. Gráfico mostrando a relação ecológica de competição quando duas espécies são cultivadas juntas. Disponível em: https://nossomeioporinteiro.wordpress.com/category/ecologiaorigem-da-vidaevolucao/comunidades/ O comensalismo ou inquilinismo também podem ser visualizadas graficamente quando duas espécies são cultivadas juntas. Gráfico mostrando a reelação de comensalismo ou inquilinismo entre duas espécies quando cultivadas juntas. Como se trata de uma relação em que somente uma espécie possui benefícios na relação, a outra não sofre oscilações na densidade. A relação ecológica de amensalismo, por ser indiferente para uma espécie e prejudicial para a outra, o gráfico pode ser observado da seguinte forma. Gráfico mostrando duas espécies cultivadas primeiramente juntas e depois separadas. Disponível em: https://www.indagacao.com.br/2018/07/45-questoes-relacoes-ecologicas-com-gabarito-e-resolucao.html Note que no amensalismo, uma espécie não sofre alterações na sua densidade (espécie C) e a outra sofre declínio (espécie D). 3 Biologia Da mesma maneira como os predadores têm suas estratégias e adaptações para a caça, as presas também possuem suas adaptações para fugir da predação. Dependendo da relação entre predador e presa, esta pode tentar se esconder, escapar ou lutar. • Plantas: defesa com espinhos e substâncias químicas espinhos para a proteção contra a predação • Camuflagem: quando o animal combina sua cor ou forma com a do ambiente onde vive, ficando por muitas vezes imperceptível aos olhos do predador. Podem ser classificados como homocromia ou homotipia. Lagarto se camuflando com o ambiente a sua volta. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Camale%C3%A3o_Brasieiro.jpg https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Camale%C3%A3o_Brasieiro.jpg 4 Biologia • Homocromia: os organismos apresentam padrões de coloração que são geneticamente fixados: possuem cor semelhante a areia, folhas, galhos ou outras estruturas, tornando-os parecidos com o meio. cor do urso polar se assemelhando com o gelo do ambiente • Homotipia: é a camuflagem pelo chamado “comportamento de decoração”. O organismo é semelhante a alguma estrutura do ambiente em que vive. Formato do animal se assemelhando a um graveto • Mimetismo: quando animais imitam a coloração de outros animais geralmente venenosos ou impalatáveis. • Mimetismo mulleriano: Duas ou mais espécies impalatáveis (não comestíveis) se imitam, formando um grupo de espécies parecidas que reforçam para os predadores que aquele padrão de cor e forma está associado a um gosto ruim. Duas espécies de borboletas monarcas impalatáveis 5 Biologia • Mimetismo batesiano: Os animais tentam se parecer com outros de espécies diferentes que têm gosto ruim ou são venenosos. Do lado esquerdo a cobra coral falsa que não é venenosa e do lado direeito a cobra coral verdadeira que é venenosa • Aposematismo ou coloração de advertência: animais não-palatáveis, tóxicos ou venenosos anunciam que possuem gosto ruim através de coloração de alerta, conhecida como coloração aposemática. Rã com uma cor chamativa para avisar aos predadores que é venenosa ou impalatável • Comportamento deimático: comportamento de intimidação que certos animais adotam, parecendo estar maior ou mais forte, como defesa contra seu predador. Gato tentando parecer maior para intimidar um predador 6 Biologia • Tanatose: quando um animal se finge de morto para evitar ser predado. Perereca se fingindo de morta para evitar a predação • Autotomia: quando um animal perde parte do corpo para tentar sobreviver ao ataque de algum predador. Animal perde a cauda propositadamente para evitar a predação • Retroorientação: quando um animal tem uma parte do corpo mais chamativa para ação do predador, evitando que o predador ataque partes vitais da presa. Borboleta com a parte traseira da asa simulando um animal menor para atrair a atenção do predador 7 Biologia Exercícios 1. Muitos predadores e presas se utilizam de suas cores como uma estratégia de sobrevivência e, desta forma, executam com sucesso suas atividades, como nos exemplos a seguir: I. O bicho-pau, um inseto encontrado nas regiões tropicais e subtropicais do mundo inteiro, é totalmente inofensivo e possui movimentos lentos. Por apresentar forma e cor semelhantes a galhos de árvores, pode passar horas paralisado, sem que seja notado. II. Uma espécie de aranha (Myrmarachne plataleoides) imita o tamanho, cor, formato e, até mesmo, o comportamento de uma formiga agressiva e de gosto ruim, para se proteger e minimizar as chances de ser devorada por predadores. III. Membros de uma família de anfíbio (Dendrobatidae) apresentam colorido intenso e produzem toxinas potentes que se encontram na pele. Algumas tribos indígenas da América do Sul utilizam estas toxinas na ponta das flechas para capturar pequenos animais. Os três exemplos tratam, respectivamente, das seguintes estratégias de defesa: a) Mimetismo, mimetismo, camuflagem. b) Camuflagem, mimetismo, coloração de advertência. c) Camuflagem, camuflagem, mimetismo. d) Mimetismo, camuflagem, coloração de advertência. 2. A avoante, também conhecida como arribaçã (Zenaida auriculata noronha) é uma ave migratória que se desloca no Nordeste, acompanhando o ritmo das chuvas, encontrando-se ameaçada de extinção, em decorrência da caça indiscriminada. A relação do homem com esta ave é: a) harmônica, intra-específica e de predação b) desarmônica, intra-específica e de comensalismo c) harmônica, inter-específica e de parasitismo d) desarmônica, inter-específica e de predação 3. O mimetismo a uma característica adaptativa que pode influenciar positivamente nas chances de sobrevivência. Nessa condição, uma espécie apresenta uma característica de outra espécie que a não comestível e/ou não palatável. Como exemplo de seres que se utilizam dessa estratégia de sobrevivência, há a) inseto cuja forma e coloração assemelham-se a folhas de arvores em estado de decomposição. b) a raposa-do-artico, que apresenta pelagens diferentes para a estação do inverno e estação do verso. c) o cavalo-marinho, que apresenta projeções no corpo que lembram as algas entre as quais eles vivem. d) a falsa-coral, que apresenta a coloração similar a da coral-verdadeira apesar de ser pouco peçonhenta. e) o camaleão, que muda a sua coloração assumindo as cores predominantes do local ondese encontra. 8 Biologia 4. Na Califórnia surgiram minúsculos insetos, originários do Oriente Médio, que se tornaram uma praga; eles estão destruindo centenas de plantas, causando problemas ambientais que os cientistas americanos não conseguem controlar. O que pode explicar a adaptabilidade dos insetos é: a) os insetos adquiriram resistência aos inseticidas devido ao uso diário desses produtos. b) o ambiente californiano não tem predadores ou parasitas desses insetos e estes são resistentes aos inseticidas. c) a capacidade reprodutiva dos insetos é baixa, mas eles estão camuflados, o que anula a ação dos inseticidas. d) os insetos são predadores de outros insetos, o que os torna mais resistentes aos inseticidas. e) os insetos ingeriram o inseticida e adquiriram resistência a eles, e por competição, eliminaram os outros insetos que buscavam o mesmo alimento. 5. No intervalo da aula de Biologia, um aluno contou a seguinte piada: Dois cervos conversavam e passeavam pela mata quando um deles gritou: - Uma onça!!! Vamos correr!!! Ao que o outro respondeu: - Não adianta correr, ela é mais veloz que qualquer um de nós. - Eu sei. Mas a mim basta ser mais veloz que você. O diálogo entre os cervos exemplifica um caso de a) competição interespecífica. b) competição intraespecífica. c) seleção natural. d) irradiação adaptativa. e) mimetismo. 6. Mimetismo é um termo utilizado em biologia, a partir da metade do século XIX, para designar um tipo de adaptação em que uma espécie possui características que evoluíram para se assemelhar com as de outra espécie. As observações do naturalista Henry Walter Bates, estudando borboletas na Amazônia, levaram ao desenvolvimento do conceito de mimetismo batesiano. É correto afirmar que o mimetismo batesiano é uma adaptação em que a) a fêmea de algumas espécies de inseto é imitada por flores que se beneficiam da tentativa de cópula do macho para sua polinização. b) uma espécie apresenta características que a assemelham ao ambiente, dificultando sua localização por outras espécies com as quais interage. c) um modelo inofensivo é imitado por um predador para se aproximar o suficiente de sua presa a ponto de capturá-la. d) um modelo tóxico ou perigoso é imitado por espécies igualmente tóxicas ou perigosas. e) um modelo tóxico ou perigoso é imitado por espécies palatáveis ou inofensivas. 9 Biologia 7. O bicho-pau, inseto do grupo dos gafanhotos, tem forma semelhante a um graveto. Outros insetos são parecidos com folhas devido à sua forma e coloração. Esse fenômeno em que animais apresentam grande semelhança com o ambiente onde vivem, o que facilita esconderem-se de predadores ou presas, é chamado de a) mutualismo. b) camuflagem. c) protocooperação. d) mimetismo. e) inquilinismo. 8. A adaptação que ocorre com determinados tipos de borboletas, cujas espécies palatáveis apresentam um padrão de coloração que a disfarça como impalatável, enquanto em outros casos diversas espécies impalatáveis convergem na aparência, cada uma ganhando proteção derivada de sua similaridade com as outras espécies é denominada de a) camuflagem. b) mimetismo. c) seleção estabilizadora. d) seleção artificial. 9. Mimetismo é um termo utilizado em biologia, a partir da metade do século XIX, para designar um tipo de adaptação em que uma espécie possui características que evoluíram para se assemelhar com as de outra espécie. As observações do naturalista Henry Walter Bates, estudando borboletas na Amazônia, levaram ao desenvolvimento do conceito de mimetismo batesiano. É correto afirmar que o mimetismo batesiano é uma adaptação em que a) a fêmea de algumas espécies de inseto é imitada por flores que se beneficiam da tentativa de cópula do macho para sua polinização. b) uma espécie apresenta características que a assemelham ao ambiente, dificultando sua localização por outras espécies com as quais interage. c) um modelo inofensivo é imitado por um predador para se aproximar o suficiente de sua presa a ponto de capturá-la. d) um modelo tóxico ou perigoso é imitado por espécies igualmente tóxicas ou perigosas. e) um modelo tóxico ou perigoso é imitado por espécies palatáveis ou inofensivas. 10 Biologia 10. A foto abaixo mostra o “sapo de chifre” em meio a folhas no chão da Mata Atlântica. a) Que nome se dá a esse tipo de adaptação ao substrato de repouso? Cite uma vantagem dessa adaptação. b) Diferentemente do “sapo de chifre”, alguns anfíbios venenosos apresentam coloração chamativa e contrastante com o ambiente. O aspecto chamativo da coloração pode beneficiar um predador de anfíbios? Explique. 11 Biologia Gabarito 1. B As características descritas em cada idem estão de acordo com a letra ‘b’. 2. D É uma relação desarmônica, uma vez que o homem provocou a caça e ameaça a extinção, interespecífica pois os dois organismos são de espécies diferentes e predação: o homem é o predador (caça). 3. D A falsa coral é a única que podemos perceber o mimetismo. Os demais animais usam a camuflagem para se protegerem. 4. B A resposta mais plausível para esse acontecimento é baseada nesses insetos não possuírem predadores ou pragas que os afetem e controle sua população e, os abusos de inseticida fez com que, através da seleção natural, os indivíduos mais resistentes sobrevivessem e passagem seus genes às gerações. 5. C O diálogo dos cervos exemplifica um caso de seleção natural, em que os mais adaptados, ou seja, que possuem alguma vantagem sobre o outro, no caso dos cervos, é que terá maior chance de sobreviver ao ataque de um predador. 6. E Esse modelo de mimetismo é caracterizado quando uma espécie imita a outra espécie que é tóxica ou intimidadora, para se proteger. 7. B A semelhança que um animal possui com o ambiente onde vive é chamada de camuflagem. 8. B As características descritas no enunciado dão as características do mimetismo. 9. E Mimetismo batesiano ocorre quando uma espécie palatável imita outra que é impalatável ou venenosa. 10. a) Camuflagem. Imitar o ambiente em que vive permite ao anfíbio passar despercebido por seus predadores. A camuflagem é uma vantagem adaptativa que garante ao animal mais chances de sobrevivência e reprodução. b) A coloração de aviso que aparece em anfíbios venenosos beneficia seus predadores. Ao evitarem esses animais, os predadores não correm o risco de perder a vida pelo efeito do veneno presente na pele desses animais. 1 Biologia Análise de gráficos em relações ecológicas e estratégias predador- presa Resumo As diferentes relações ecológicas podem ser representadas em gráficos para melhor compreensão dessas interações. O gráfico mais comum é o que relaciona predadores e presas. Gráfico relacionando a densidade de presas e predadores. Disponível em: http://beforetests.blogspot.com/2015/08/dinamica-de-populacoes.html Neste gráfico, a densidade de predadores tenderá sempre a acompanhar a densidade das presas existentes. A protocooperação também pode ser representada graficamente, quando duas espécies ficam separadas e quando ficam juntas. Note que quando cultivadas juntas, as duas populações acabam aumentando a sua densidade populacional. Gráfico mostrando duas espécies cultivadas separadas e duas juntas. Disponível em: https://djalmasantos.wordpress.com/2011/05/20/testes-de-associacoes-biologicas-34/ http://beforetests.blogspot.com/2015/08/dinamica-de-populacoes.html 2 Biologia Outro gráfico muito comum também mostra a relação de competição entre duas espécies quando cultivadas juntas, sempre havendo declínio da espécie menos adaptada.Gráfico mostrando a relação ecológica de competição quando duas espécies são cultivadas juntas. Disponível em: https://nossomeioporinteiro.wordpress.com/category/ecologiaorigem-da-vidaevolucao/comunidades/ O comensalismo ou inquilinismo também podem ser visualizadas graficamente quando duas espécies são cultivadas juntas. Gráfico mostrando a reelação de comensalismo ou inquilinismo entre duas espécies quando cultivadas juntas. Como se trata de uma relação em que somente uma espécie possui benefícios na relação, a outra não sofre oscilações na densidade. A relação ecológica de amensalismo, por ser indiferente para uma espécie e prejudicial para a outra, o gráfico pode ser observado da seguinte forma. Gráfico mostrando duas espécies cultivadas primeiramente juntas e depois separadas. Disponível em: https://www.indagacao.com.br/2018/07/45-questoes-relacoes-ecologicas-com-gabarito-e-resolucao.html Note que no amensalismo, uma espécie não sofre alterações na sua densidade (espécie C) e a outra sofre declínio (espécie D). 3 Biologia Da mesma maneira como os predadores têm suas estratégias e adaptações para a caça, as presas também possuem suas adaptações para fugir da predação. Dependendo da relação entre predador e presa, esta pode tentar se esconder, escapar ou lutar. • Plantas: defesa com espinhos e substâncias químicas espinhos para a proteção contra a predação • Camuflagem: quando o animal combina sua cor ou forma com a do ambiente onde vive, ficando por muitas vezes imperceptível aos olhos do predador. Podem ser classificados como homocromia ou homotipia. Lagarto se camuflando com o ambiente a sua volta. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Camale%C3%A3o_Brasieiro.jpg https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Camale%C3%A3o_Brasieiro.jpg 4 Biologia • Homocromia: os organismos apresentam padrões de coloração que são geneticamente fixados: possuem cor semelhante a areia, folhas, galhos ou outras estruturas, tornando-os parecidos com o meio. cor do urso polar se assemelhando com o gelo do ambiente • Homotipia: é a camuflagem pelo chamado “comportamento de decoração”. O organismo é semelhante a alguma estrutura do ambiente em que vive. Formato do animal se assemelhando a um graveto • Mimetismo: quando animais imitam a coloração de outros animais geralmente venenosos ou impalatáveis. • Mimetismo mulleriano: Duas ou mais espécies impalatáveis (não comestíveis) se imitam, formando um grupo de espécies parecidas que reforçam para os predadores que aquele padrão de cor e forma está associado a um gosto ruim. Duas espécies de borboletas monarcas impalatáveis 5 Biologia • Mimetismo batesiano: Os animais tentam se parecer com outros de espécies diferentes que têm gosto ruim ou são venenosos. Do lado esquerdo a cobra coral falsa que não é venenosa e do lado direeito a cobra coral verdadeira que é venenosa • Aposematismo ou coloração de advertência: animais não-palatáveis, tóxicos ou venenosos anunciam que possuem gosto ruim através de coloração de alerta, conhecida como coloração aposemática. Rã com uma cor chamativa para avisar aos predadores que é venenosa ou impalatável • Comportamento deimático: comportamento de intimidação que certos animais adotam, parecendo estar maior ou mais forte, como defesa contra seu predador. Gato tentando parecer maior para intimidar um predador 6 Biologia • Tanatose: quando um animal se finge de morto para evitar ser predado. Perereca se fingindo de morta para evitar a predação • Autotomia: quando um animal perde parte do corpo para tentar sobreviver ao ataque de algum predador. Animal perde a cauda propositadamente para evitar a predação • Retroorientação: quando um animal tem uma parte do corpo mais chamativa para ação do predador, evitando que o predador ataque partes vitais da presa. Borboleta com a parte traseira da asa simulando um animal menor para atrair a atenção do predador 7 Biologia Exercícios 1. Muitos predadores e presas se utilizam de suas cores como uma estratégia de sobrevivência e, desta forma, executam com sucesso suas atividades, como nos exemplos a seguir: I. O bicho-pau, um inseto encontrado nas regiões tropicais e subtropicais do mundo inteiro, é totalmente inofensivo e possui movimentos lentos. Por apresentar forma e cor semelhantes a galhos de árvores, pode passar horas paralisado, sem que seja notado. II. Uma espécie de aranha (Myrmarachne plataleoides) imita o tamanho, cor, formato e, até mesmo, o comportamento de uma formiga agressiva e de gosto ruim, para se proteger e minimizar as chances de ser devorada por predadores. III. Membros de uma família de anfíbio (Dendrobatidae) apresentam colorido intenso e produzem toxinas potentes que se encontram na pele. Algumas tribos indígenas da América do Sul utilizam estas toxinas na ponta das flechas para capturar pequenos animais. Os três exemplos tratam, respectivamente, das seguintes estratégias de defesa: a) Mimetismo, mimetismo, camuflagem. b) Camuflagem, mimetismo, coloração de advertência. c) Camuflagem, camuflagem, mimetismo. d) Mimetismo, camuflagem, coloração de advertência. 2. Considere os gráficos. 8 Biologia Após uma aula sobre relações ecológicas, um professor propôs aos seus alunos a identificação de três dessas relações interespecíficas. Espécies diferentes de seres vivos (A, B, C, D, E e F) estão relacionadas nos gráficos. Pode-se concluir que as relações I, II e III correspondem, respectivamente, a) mutualismo, antibiose e competição. b) inquilinismo, protocooperação e mutualismo. c) comensalismo, antibiose e mutualismo. d) antibiose, comensalismo e mutualismo. e) parasitismo, predatismo e competição. 3. Um exemplo clássico de relação ecológica, que envolve predador x presa, é ilustrado na figura abaixo, tomando por base observações feitas durante quase 90 anos sobre o comportamento de linces e lebres que vivem em regiões frias do Canadá. A partir desses dados, pode-se concluir que é incorreta a descrição apresentada na alternativa: a) A relação entre esses seres vivos na natureza, sem interferência negativa do homem, é importante no controle populacional, tanto do predador quanto da presa. b) À medida que aumenta o número de lebres, aumenta o número de linces, que passam a ter mais alimento. c) O aumento do número de linces reduz o número de lebres, pois essas serão mais predadas. d) Quando a população de lebres diminui, a população de linces também diminui. e) Quando diminui a população de linces, diminui também a população de lebres, para que possa ser iniciado novo ciclo natural. 9 Biologia 4. A foto abaixo mostra o “sapo de chifre” em meio a folhas no chão da Mata Atlântica. a) Que nome se dá a esse tipo de adaptação ao substrato de repouso? Cite uma vantagem dessa adaptação. b) Diferentemente do “sapo de chifre”, alguns anfíbios venenosos apresentam coloração chamativa e contrastante com o ambiente. O aspecto chamativo da coloração pode beneficiar um predador de anfíbios? Explique. 5. Um pesquisador cultivou quatro espécies de protozoários A, B, C e D, separadamente (gráfico I) e depois reunidas duas a duas (gráficos II, III e IV), fornecendo-lhes diariamente quantidades constantes de alimento. Os gráficos mostram as curvas de crescimento populacional das espécies nas diferentes situações. a) Que tipo de relação ecológica existe entre as espécies: 1. A e B? 2. C e D? b) Que correlação existe entre os nichos ecológicos das espécies: 1. A e B? 2. A e C? 10 Biologia 6. Considere a figura A análise da figura leva à hipótese de que a espécie a) 1 é umpredador que, após a introdução da espécie 2, sua única presa, pode experimentar um significativo aumento populacional. b) 1 é uma planta nativa que se tornou praga após a introdução da espécie 2, um polinizador eficiente. c) 1 foi introduzida na área e reduziu a população da espécie 2 por competição. d) 2 foi introduzida na área e passou a competir com a espécie 1 por recursos. e) 2 é um parasita que mantém a população de seu hospedeiro, a espécie 1, sob controle. 7. A espécie A é um ácaro comum em plantações de morango na Califórnia que causa danos quando atinge a densidade de 20 indivíduos por lote de morango. Pesquisadores observaram que, nos lotes de morango em que ocorria a espécie A, ocorria também outra espécie de ácaro (espécie B). Visando compreender a interação entre essas espécies, realizou- se um experimento em laboratório, no qual se introduziu a espécie B em uma criação da espécie A. Após algum tempo, os pesquisadores aplicaram um defensivo agrícola (D) na criação. Os resultados obtidos estão mostrados no gráfico abaixo a) Tendo em vista os resultados obtidos, explique qual é a interação entre as duas espécies na natureza. b) A que se deve o aumento da densidade populacional da espécie A após a primeira aplicação do defensivo agrícola? c) Como esses resultados podem ser úteis à agricultura? 11 Biologia 8. As curvas da figura representam, uma, a relação existente entre a probabilidade de encontro de uma planta jovem em diferentes distâncias a partir da árvore-mãe e, outra, a probabilidade de sobrevivência dessas plantas jovens. Considerando esta figura, responda. a) Que curva deve representar a probabilidade de sobrevivência das plantas jovens em relação à distância da árvore-mãe? Cite duas relações interespecíficas que podem ser responsáveis pela tendência observada nessa curva. b) Cite um exemplo de mutualismo entre a árvore-mãe e animais que pode contribuir para o estabelecimento de plantas jovens em pontos distantes dessa árvore 12 Biologia 9. Duas espécies de plantas fanerógamas, X e Y, de porte semelhante, foram cultivadas em duas situações experimentais: I. independentemente - cada planta em um vaso; II. em conjunto - as duas plantas em um mesmo vaso. Em ambas as situações, todas as demais condições ambientais foram mantidas idênticas. Ao final de algum tempo de cultivo, mediu-se o comprimento da parte aérea desses vegetais. Os resultados estão apresentados no gráfico abaixo. a) Identifique a provável relação ecológica presente na situação experimental II e justifique a diferença de comprimento da parte aérea dos vegetais verificada nesta situação. b) Cite duas características exclusivas das fanerógamas e os dois principais grupos em que esses vegetais são divididos. 13 Biologia Gabarito 1. B Na situação I, um animal se assemelha com o meio, se trratando de camuflagem. Já na situação II um animal imita outro animal não palatável, se tratando de mimetismo. Por fim, na situação III um animal possui uma coloração chamativa para advertir um predador que é venenoso, se tratandod e coloração de advertência. 2. C No primeiro gráfico, somente a espécie B se beneficia estando junto com a A (relação +/0), se enquadrando no comensalismo. No segundo gráfico, a espécie D declina quando cultivada junta de C (relação -/0), se enquadrando de amensalismo. Por fim, no terceiro gráfico, as espécies E e F só conseguem tem um aumento populacional quando cultivadas juntas (relação +/+ de caráter obrigatório), se tratando de mutualismo. 3. E Na relação de predação, quando a população de presas diminui, a de predadores também diminuirá, pois não haverá comida suficienta para a quantidade de predadores. 4. a) Camuflagem. Imitar o ambiente em que vive permite ao anfíbio passar despercebido por seus predadores. A camuflagem é uma vantagem adaptativa que garante ao animal mais chances de sobrevivência e reprodução. b) A coloração de aviso que aparece em anfíbios venenosos beneficia seus predadores. Ao evitarem esses animais, os predadores não correm o risco de perder a vida pelo efeito do veneno presente na pele desses animais. 5. a) 1. A relação entre as espécies A e B é de competição interespecífica (uma vez que ambas são prejudicadas ao serem cultivadas juntas). 2. Entre as espécies C e D ocorre predatismo (de C sobre D, uma vez que a população de C aumenta, beneficiando-se à custa da de D, que diminui — comportamento típico da relação predador-presa num certo intervalo de tempo). b) 1. Os nichos ecológicos das espécies A e B coincidem, o que é demonstrado pelo fato de que ambas competem. 2. Os nichos das espécies A e C são diferentes, uma vez que, sendo elas cultivadas juntas, suas densidades populacionais permanecem as mesmas de quando são cultivadas separadamente. 6. B Se houvesse alguma relação desarmônica, como predação, competição ou parasitismo, alguma das populações, 1 ou 2, iria cair. Como as espécies 1 e 2 aumentam depois da chegada de 2, elas possuem uma relação harmônica, e o crescimento exagerado desta população pode ser significativo de que ela virou uma praga. 14 Biologia 7. a) Predação ou Competição. b) Predação: O defensivo agrícola matou todos os indivíduos da espécie B. A espécie A é resistente ao defensivo e conseguiu se reproduzir várias vezes, ou, competição: O defensivo agrícola matou todos os indivíduos da espécie B. Ocorreu maior disponibilidade de recursos (alimento) e assim aumentou a sua densidade populacional. c) Predação ou Competição: Pode servir para mostrar a importância do controle biológico e manejo integrado. É melhor usar o controle biológico (ou predador ou competidor) pois ele mantém a população da espécie abaixo de 20 indivíduos por lote, enquanto que o defensivo agrícola tem que ser aplicado continuamente. Ou, competição: Escolher defensivo agrícola que controle as duas espécies. 8. a) É a curva 1. Quanto maior a distância entre as plantas jovens e a árvore-mãe, menor será a competição entre elas. Duas relações interespecíficas que podem ser responsáveis pela tendência dessa curva são a predação e parasitismo. b) Animais que possibilitam a dispersão das sementes ao se alimentarem dos frutos produzidos pela árvore-mãe 9. a) Competição interespecífica. Quando colocadas em um mesmo vaso, as duas espécies competem por nutrientes limitados, sendo que a espécie X é mais eficiente na captação desses recursos, conseguindo um melhor desenvolvimento. b) Apresentar sementes e órgãos reprodutivos evidentes. Gimnospermas e angiospermas. 1 Filosofia Aristóteles Resumo Aristóteles foi um filósofo nascido na Macedônia, na cidade de Estagira. Ele fecha o trio de pensadores que sistematizou a filosofia grega conhecidos como filósofos clássicos (junto à Sócrates e Platão). Atribui-se a ele a produção de mais de cem obras sobre diversos temas, restando apenas 47 de sua autoria. O impacto de Aristóteles no pensamento e cultura ocidentais é sentido até hoje. Líder dos peripatéticos (os que passeiam) pelo hábito de filosofar ao ar livre e muitas vezes caminhando, Aristóteles era filho de Nicômaco, médico do rei da Macedônia. Ingressou na Academia de Platão aos 18 anos, permanecendo lá por aproximadamente 20. Segundo Platão, sua academia era formada “pelos corpos de seus alunos e pela mente de Aristóteles”. Da ocasião da morte de Platão, Aristóteles não pôde assumir a direção da Academia, mesmo sendo o mais qualificado, pois era estrangeiro em Atenas. Com isso, deixou Atenas em direção à Ásia menor. Em pouco tempo foi chamado por Felipe II para ser professor de seu filho Alexandre, que viria a ser o imperador da Macedôniaem 340 a.C. quando a relação entre mestre e discípulo foi interrompida. Em 335 a.C. Aristóteles voltou para Atenas para fundar o Liceu. Onde ensinou por 12 anos. Após a morte de Alexandre, Aristóteles teve que deixar Atenas pela sua proximidade com a corte macedônica, já que o sentimento antimacedônico era grande. Saiu afirmando querer evitar que os atenienses pecassem duas vezes contra a filosofia (Sócrates foi a primeira). Os campos de estudo de Aristóteles incluem (tendo praticamente fundado a maioria deles), Metafísica, Física, Óptica, Astronomia, Lógica, Ética, Política, Biologia, Química, Retórica, Psicologia, Artes. Esses campos, apesar de estudados “individualmente” não eram ramos tão especializados como no contexto atual da ciência e filosofia. A metafísica, por exemplo, é chamada por Aristóteles de filosofia primeira, uma ciência geral que não se dedica a questão particular nenhuma, mas a tudo. Todos os campos estavam integrados numa grande “árvore” do conhecimento, visão que perdura até o fim da Idade Medieval, quando o Renascimento refunda a ciência e derruba muitas das concepções científicas aristotélicas. A Metafísica de Aristóteles Para Aristóteles, as ciências deveriam encontrar o que define os seres, o que os constituí em termos reais. Por isso, rejeitou a ideia de Platão de que a realidade estaria em outro mundo, compreendendo essa percepção como uma extravagância. Aristóteles acreditava que conhecer as coisas era conhecer como as coisas são no mundo em que estamos e perceber a essência era o objetivo da metafísica. A filosofia de Aristóteles reconhece a mudança e a transformação como parte do real, parte daquilo que compõe as coisas. Fica claro para nós que o pensador estava muito mais interessado na natureza e da vida que seu mestre, o pensamento aristotélico tem grande impacto nas ciências naturais. Relacionando suas concepções sobre física e metafísica podemos compreender melhor essa dinâmica. Para Aristóteles a natureza tem ciclos regulares, a vida nasce, cresce e morre. Estamos integrados num todo coeso e lógico. As mudanças e transformações fazem parte da ordem que guia a sucessão de acontecimentos. O inteligível e o sensível estão juntos nessa realidade dinâmica. A separação entre sensível e inteligível é possível apenas conceitualmente, já que formam um todo existencial. As coisas são o que são. Assim o filósofo propõe dois princípios que regem a existência: matéria (hylé) – daquilo que a coisa é feita; e forma (morphé) o que determina como a matéria se apresenta. 2 Filosofia Essa proposta ficou conhecida como hilemorfismo. Enquanto a matéria é, digamos, a composição da coisa, a forma permite que esse objeto seja distinguível e apresente características distintas que o tornam o que é. Aristóteles não abandona completamente as concepções de Platão, mas as situam no nosso mundo, numa camada de existência que requer reflexão e depuração para observar. Aristóteles não aceita que o mundo que experimentamos seja ilusão, como se não existisse. A partir da doutrina platônica, organiza os fenômenos sensíveis de maneira compreensível. Para tal, Aristóteles teve que enfrentar outro problema: o que faz as coisas permanecerem ou mudarem? Essa polêmica clássica, iniciada com Heráclito e Parmênides, também guia a doutrina aristotélica. Deslocando a questão da mudança em si para a realidade que sofre a mudança, o pensador torna o movimento heraclitiano ontológico. Para Aristóteles, uma semente não é uma planta, mas pode vir a ser, ao passo que um livro, não. A mudança não uma conversão aleatória daquilo que compõe as coisas, mas uma transformação possível, que segue uma ordem já presente na coisa antes de sua mudança. Assim, temos o ato, que representa a situação atual do ser, o que ele é; e a potência, o vir a ser aristotélico, contido nas possibilidades de cada coisa. Segundo Aristóteles, toda coisa é uma substância, ou seja, é uma realidade que subsiste em si mesma. Isto, inclusive, é o que diferencia as coisas de suas características. Enquanto a característica subsiste apenas na coisa, a coisa subsiste por si mesma. Por exemplo, Pedro subsiste em si mesmo, mas a sua cor de pele só subsiste através dele e não em si mesma. Toda a filosofia de Aristóteles parte da análise que ele faz dos elementos que constituem as substâncias. Tudo na natureza é ato e potência, seguindo o ciclo observado pelo filósofo. Encontrando as condições necessárias para tal, um bebê nasce, cresce e morre, assim como uma semente que se transforma numa grande árvore que pode vir a dar flores e frutos. Podemos ainda relacionar a matéria à potência, o substrato que ainda não é, assim como a forma ao ato, o que define o ser, como se manifesta. Além desses princípios, é crucial observar que Aristóteles afirma que o ser é substância. A substância possui predicados, características que são os acidentes, atributos não essenciais, circunstanciais do ser. Além dos acidentes, a substância e composta pela essência, que é o atributo estrutural, ligado intimamente ao ser, aquilo que o define. Quatro Causas Aristóteles aponta para uma diferença fundamental entre os seres, uma classe de seres naturais e outra de seres artificiais. Para ele, na primeira classe, a transformação está contida no interior do ser. Na segunda classe, o movimento é causado por algo externo, um princípio exterior. Isso significa dizer que a mudança observada no que é natural também é natural, já que interna às condições da natureza, enquanto o que é artificial depende da ação externa, muitas vezes manifestada na vontade e intenção de causar essa mudança. Assim temos a transformação de origem interna e externa, dependendo da situação do ser, que faz da potência, ato. Esses princípios são chamados de causas, sendo quatro as causas fundamentais. A causa material se refere à matéria que compõe a coisa. Uma espada pode ser confeccionada de metal, um banco de madeira etc. Já a causa formal está ligada à característica que torna o ser distinto. Um pneu tem forma de pneu, uma taça tem forma de taça e por aí vai. A causa eficiente, por sua vez, refere-se a ação (e agente) gerador da coisa. O que transformou a matéria em forma? O que produziu aquela existência? É para essa direção que essa causa aponta. E, por último, a causa final, no sentido de objetivo, finalidade, razão, motivo. É a causa ligada a justificação daquele ser. A causa final, para Aristóteles, era a mais importante, pois é ela que dá o sentido para o ser. 3 Filosofia Primeiro motor Por refletir numa perspectiva que envolve ação e finalidade, Aristóteles esbarrou na questão da origem do mundo. Se o que existe foi feito e tem um fim, o que fez o mundo e por quê? O filósofo conclui que, na verdade, o mundo é eterno, sem início e sem fim. Partindo da proposta de movimento, seria contraditório pensar que algo dá origem ao mundo, pois não há onde o mundo se apoiar para seu surgimento, não há uma existência que seja ato e possa potencialmente se tornar o mundo. Além disso, não faz sentido pensar no término do mundo, o mundo como ato sendo potencialmente outra coisa. Assim o pensador conclui que o próprio mundo é seu movimento, desempenhado eternamente, sem início nem fim. Essa conclusão é bastante lógica, porém ainda incompatível com o pensamento aristotélico. Tudo que está em movimento é colocado em movimento por algo. Isso leva Aristóteles e especular intuitivamente que deve haver algo que pôs o mundo em movimento, o primeiro motor (ou motor imóvel), um agente iniciador, mas que não foi iniciado por nada e que é a primeira causa do movimento. Esse primeiro motor precisa ser imóvel para interromper a cadeia de movimento ao infinito. Aristóteles pondera que esse motor é ato bom, puro, perfeito e eterno e, por isso, é capaz de produzir movimento sem ter sido movimentado. É que o filósofotem uma concepção teleológica da realidade, tudo tem uma função e uma finalidade. Sendo assim, como tudo tende ao que é bom, a atração produzida pelo primeiro motor produz o movimento. Ética A ética aristotélica, assim como suas outras teorias, é grande devedora de seu mestre Platão. Mas, assim como em suas outras doutrinas, Aristóteles se afasta de seu mentor incluindo a prática e a experiência como parte crucial da existência, do conhecimento e da virtude. A proposta da ética aristotélica também é teleológica. Como já comentamos, para Aristóteles a existência era um todo integrado e analisado como uma grande árvore, o que significa dizer que sua concepção teleológica permeará todas as suas teorias. Na ética o pensador afirma que tudo é bom quando alcança seu fim. Sendo assim, aquilo que cumpre o que lhe é próprio pode ser chamado de bom. Um exemplo comum é o do lápis. Não importa quais características um lápis carregue, que seja belo ou inquebrável, se ele não permitir que escrevamos então ele não é bom, pois o fim do lápis e a escrita ou, por extensão, a grafia. Mas como definir que um ser humano é bom? Telos, eudaimonia e razão Já vimos que telos é fim, objetivo. Para Aristóteles, tudo que alcança seu fim é bom. Então, para uma pessoa, ser boa significa alcançar seu fim. Mas não se trata de objetivos individuais, não estamos falando de metas ou sonhos pessoais. Aristóteles está pensando no ser humano como uma categoria e, para categorizar o ser humano, precisamos identificar o que há de geral nas pessoas e o que as diferencia dos outros seres. Antes de partir para a definição do ser humano e sua finalidade, vamos pensar na virtude. A virtude é a propriedade mais essencial de um ser, ela que distinguirá esse ser dos outros. Essa virtude aponta para o perfeito exercício e atuação desse ser. Ou seja, a virtude está ligada à finalidade. Uma faca é virtuosa quando corta bem, assim como um dentista é virtuoso quando cuida bem de seus doentes. O ser humano possui uma ampla gama de habilidades, capacidades e competências. Podemos fazer inúmeras coisas que, inclusive, nos aproximam de outros seres (como correr, morder, dormir etc.) Mas o que nos distingue, nossa virtude, é a razão. Para Aristóteles, o fim do ser humano é a felicidade, a manifestação do bem nas pessoas. Para alcançar esse fim, o caminho é a virtude, a racionalidade. 4 Filosofia Ter racionalidade não é o suficiente. Já falamos que Aristóteles dá grande relevância para a experiência e a prática. A virtude precisa ser então praticada, exercitada. É preciso se esforçar para transformar em ato aqui que nos é dado como potência. Era necessário praticar a reflexão e a contemplação, com o fim de alcançar a virtude. Não se é virtuoso de um dia para o outro, muito menos feliz. Várias virtudes Apesar de assumir a racionalidade como a essência do ser humano, Aristóteles reconhece que somos capazes de realizar muitas coisas. Quer dize então que podemos desenvolver várias virtudes? Sim! Para o pensador a felicidade é alcançada pelo exercício dessas várias virtudes e não só da racionalidade. A própria contemplação só é possível com bem estar social, boas companhias, condições materiais e paz. Para gozar de uma vida que proporciona as condições ideais para o exercício da contemplação é preciso exercitar outras virtudes, como generosidade, coragem, cortesia e justiça. Não basta refletir, contemplar, enfim, não basta ser um filósofo. Felicidade racional Como a racionalidade é a base fundamental da ética aristotélica e é por ela que alcançamos a felicidade, uma busca de prazer desequilibrada conduz no sentido contrário à realização da finalidade do ser humano. O que faz o homem ser bom, sua felicidade, não é fruto de exuberâncias e exageros, mas do equilíbrio e da ponderação. A partir do exercício da reflexão e contemplação o indivíduo compreende a essência da felicidade, que não reside na superficialidade de prazeres efêmeros e exagerados, mas numa conduta racional, a essência do ser humano. A partir dessa reflexão o indivíduo guia sua conduta. Mas e as pessoas comuns, que não desfrutam das condições ideais para praticar essa reflexão? Bom, aí entra a prática mais uma vez. O exercício continuado de boas práticas leva a bons hábitos, uma conduta boa que também levará a felicidade. A excelência moral para Aristóteles está no exercício de virtudes que se configuram por ser um estado intermediário, o excesso ou a falta do que é conveniente deteriora a conduta. A virtude está no meio-termo, o que chamamos de mediania. Esse ponto de equilíbrio não é fixo. Ele varia conforme a circunstância. Política Do pensamento de Aristóteles sobre política vem a famosa frase “o homem é um animal político”. Ela representa a noção do filósofo de que somos seres sociais por natureza, já que nossas condições de sobrevivência dependem da nossa capacidade de organização. Para Aristóteles a organização em sociedade é um impulso natural e, por isso, a própria sociedade deve ser organizada conforme a natureza humana. Mais uma vez a questão teleológica entra na jogada. Se a finalidade do ser humano é ser feliz, a finalidade da sociedade é produzir o bem comum. Aqui observamos uma aproximação entre a ética e a política, uma tratando do bem na esfera individual e outra tratando do assunto na coletividade. A política e a ética são então complementares, ambas necessárias para produzir as condições de alcance da felicidade. A pólis seria a forma de organização por excelência, sendo considerada um fenômeno natural. Na concepção do pensador, todo o gênero humano deveria se organizar nesse formato. Como é ela que oferece as condições para que estejamos vivos, a cidade precede o indivíduo. Sem a cidade o indivíduo está perdido, sem um indivíduo a cidade continua. Além de tratar da organização do Estado (em cidade-Estado ou pólis) e dos objetivos da política, Aristóteles se notabilizou pelo estudo das organizações políticas de diversas sociedades diferentes. O resultado desse estudo se manifesta na consolidação de formas de governo gerais, como seguem: • Monarquia – governo realizado por um indivíduo 5 Filosofia • Aristocracia – governo realizado por alguns indivíduos • Politeia – governos de todos os cidadãos Todas essas formas de governo devem objetivar o bem comum. Quando isso não ocorre, ou seja, quando o líder (ou líderes) são egoístas, surgem formas degeneradas desses modelos do governo. A monarquia degenerada é a tirania, a aristocracia degenerada é a oligarquia e a politeia degenerada é a democracia. 6 Filosofia Exercícios 1. ''(...) aprendemos executando o que temos que executar. Exemplo: homens se tornam construtores construindo e se tornam tocadores de lira tocando lira. É a realização de atos justos que nos torna justos, a de atos moderados que nos torna moderados, a de atos corajosos que nos torna corajosos (...).'' Aristóteles. Ética a Nicômaco. Livro II, cap. I, pág.75. São Paulo: Edipro, 2014. (Adaptado). Segundo o texto, para Aristóteles, as virtudes são a) puramente inatas ao ser humano. b) frutos do nascimento nobre. c) oriundas da prática e do exercício. d) exclusivas dos atenienses. e) proibidas aos bárbaros. 2. “Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá o conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela que determinaquais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.” ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Pauto: Nova Cultural, 1991 (adaptado). Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que a) o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses. b) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade. c) a política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade. d) a educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente. e) a democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum. 7 Filosofia 3. Aristóteles (384-322 a.C.) afirma em Política: “Diremos que nenhum indivíduo é cidadão só porque habita num determinado lugar, pois, tal como os cidadãos, também os metecos (homens livres) e os escravos possuem um local para habitar. (...) Ora, não há melhor critério para definir o que é o cidadão, em sentido estrito, do que entender a cidadania como capacidade de participar da administração da justiça e no governo.” (ARISTÓTELES. Política, livro III, cap. 1 1275a6-7 e 22-23). A partir desse trecho, é correto afirmar que (01) a atividade política não é restrita a um pequeno grupo de cidadãos, mas está acessível a todos que têm cidadania. (02) a cidadania é garantida em função de se habitar um lugar. (04) o principal critério para definir um cidadão é a possibilidade de ele participar da vida política da cidade. (08) a nem todos os habitantes de uma cidade é garantido o direito de ocupar cargos públicos ou tomar parte nas decisões judiciais, mas somente àqueles que são considerados cidadãos naquela cidade. (16) a participação política não é uma questão de escolha para Aristóteles, uma vez que, para ele, todos os habitantes da cidade deveriam agir politicamente, independentemente de sua condição social ou econômica. Soma: ( ) 4. “Em primeiro lugar, é claro que, com a expressão “ser segundo a potência e o ato”, indicam-se dois modos de ser muito diferentes e, em certo sentido, opostos. Aristóteles, de fato, chama o ser da potência até mesmo de não-ser, no sentido de que, com relação ao ser-em-ato, o ser-em-potência é não-ser-em-ato.” REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. Vol. II. Trad. de Henrique Cláudio de Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994, p. 349. A partir da leitura do trecho acima e em conformidade com a Teoria do Ato e Potência de Aristóteles, assinale a alternativa correta. a) Para Aristóteles, ser-em-ato é o ser em sua capacidade de se transformar em algo diferente dele mesmo, como, por exemplo, o mármore (ser-em-ato) em relação à estátua (ser-em-potência). b) Segundo Aristóteles, a teoria do ato e potência explica o movimento percebido no mundo sensível. Tudo o que possui matéria possui potencialidade (capacidade de assumir ou receber uma forma diferente de si), que tende a se atualizar (assumindo ou recebendo aquela forma). c) Para Aristóteles, a bem da verdade, existe apenas o ser-em-ato. Isto ocorre porque o movimento verificado no mundo material é apenas ilusório, e o que existe é sempre imutável e imóvel. d) Segundo Aristóteles, o ato é próprio do mundo sensível (das coisas materiais) e a potência se encontra tão-somente no mundo inteligível, apreendido apenas com o intelecto. 8 Filosofia 5. “O filósofo natural e o dialético darão definições diferentes para cada uma dessas afecções. Por exemplo, no caso da pergunta “O que é a raiva?”, o dialético dirá que se trata de um desejo de vingança, ou algo deste tipo; o filósofo natural dirá que se trata de um aquecimento do sangue ou de fluidos quentes do coração. Um explica segundo a matéria, o outro, segundo a forma e a definição. A definição é o “o que é” da coisa, mas, para existir, esta precisa da matéria.” Aristóteles. Sobre a alma, I,1 403a 25-32. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2010. Considerando-se o trecho acima, extraído da obra Sobre a Alma, de Aristóteles (384-322 a.C.), assinale a alternativa que nomeia corretamente a doutrina aristotélica em questão. a) Teoria das categorias. b) Teoria do ato-potência. c) Teoria das causas. d) Teoria do eudaimonismo. e) Teoria mimética 6. Aristóteles afirma que os indivíduos são compostos de matéria (hyle) e forma (eidos). A matéria é o princípio de individuação e a forma a maneira como a matéria se constitui em si. Assim, todos os indivíduos de uma mesma espécie teriam a mesma forma, mas difeririam do ponto de vista da matéria, já que se trata de indivíduos diferentes, ao menos numericamente. (Adaptado de: MARCONDES, D. Iniciação à História da Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 2.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p.21.) Com base na diferenciação entre matéria e forma apresentada no texto, indique o significado dos conceitos de essência e de acidente na teoria do conhecimento de Aristóteles. 7. TEXTO I “Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas por nós mesmos na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação.” TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1987 (adaptado). TEXTO II “Um cidadão integral pode ser definido nada menos que pelo direito de administrar justiça e exercer funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas quanto ao tempo de exercício, de tal modo que não podem de forma alguma ser exercidas duas vezes pela mesma pessoa, ou somente podem sê-lo depois de certos intervalos de tempo prefixados.” ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985. Comparando os textos I e II, tanto para Tucídides (no século V a.C.) quanto para Aristóteles (no século IV a.C.), a cidadania era definida pelo(a): a) prestígio social. b) acúmulo de riqueza. c) participação política. d) local de nascimento. e) grupo de parentesco. 9 Filosofia Gabarito 1. C Ao afirmar que “aprendemos executando o que temos que executar”, Aristóteles expõe que acredita na prática como forma de crescimento e desenvolvimento. As virtudes devem ser exercitadas, praticadas. Fazer é parte crucial do processo de aprendizado e aperfeiçoamento. 2. C Para Aristóteles, o homem é animal político, naturalmente social. Isto significa que, na visão aristotélica, os indivíduos devem sempre viver em função de suas respectivas comunidades, subordinando seus interesses particulares ao bem comum. Igualmente, as diversas ciências particulares devem subordinar-se à ciência política. 3. 1 + 4 + 8 Ao definir o cidadão como aquele que participa politicamente da comunidade, Aristóteles faz uma clara distinção entre habitante (mero membro da sociedade) e o cidadão (membro da comunidade política). Da mesma maneira, reconhece que alguma forma de participação no governo deve ser concedida a todo aquele que é identificado como cidadão, mas não a todo habitante. 4. B Para Aristóteles, toda mudança é sempre uma passagem da potência (possibilidade de ser, o que não existe, mas que não é contraditório que exista, que pode existir) ao ato (aquilo que existe efetivamente). Em outras palavras, para que algo mude e se torne real, primeiro necessitava ser possível. 5. C Todas as alternativas desta questão remetemà filosofia de Aristóteles. Entretanto, ao atentarmos ao texto, percebemos que nele se faz presente algumas palavras chaves como matéria e forma. O texto nos mostra a recusa da proposta platônica enquanto fundamento para o entendimento da essência (origem) daquilo que está no mundo sensível. Para Platão, a essência está no mundo das ideias. Para Aristóteles, pelo fato de não existir o mundo das ideias, temos que encontrar a essência do que existe nas próprias coisas que constituem o nosso mundo. Para encontrarmos tal essência, basta-nos aplicarmos a teoria das quatro causas. São elas: material, formal, eficiente e final. Ou poderíamos também aplicar a definição de essência proposta por Aristóteles: “Essência é a unidade indissolúvel entre a matéria (aquilo do que é constituído) e a forma (como ele é) que faz o “ser” ser aquilo que ele é com identidade própria e não outra coisa.” 6. Aristóteles considera que toda substância individual é composta de matéria e forma, o que, de certo modo, faz com que o dualismo platônico seja contemplado no próprio ser (aquilo que é e que existe). A forma associa-se às condições essenciais da coisa (ser), tornando-a naquilo que ela é. É por intermédio da forma que o ser se constitui, sendo o que é. Por exemplo: diversos materiais (matéria) podem ser utilizados para fabricar mesas e cadeiras. Ambos os seres (cadeiras e mesas) são formados por materiais diversos. Então, o que as diferenciam do ponto de vista da essência? O que as tornam diferentes, em essência, é a forma que cada porção de matéria recebe. Desse modo, a mesa é mesa não em razão da matéria que a constitui, mas em razão da forma que a determina essencialmente. As diferenças assinaladas na matéria de cada ser são consideradas acidentes. Logo, os acidentes são as características mutáveis e variáveis que estão registradas na matéria e não na forma. Um risco, uma 10 Filosofia mancha ou uma trinca que se observa em uma cadeira, por exemplo, a torna singular (individual) em relação às demais, sem que isso lhe retire a sua essência (forma) de ser cadeira. 7. C Aristóteles foi o autor de um das mais célebres concepções de cidadania da história da filosofia e que expressa muito bem a visão clássica a respeito do tema. Para ele, a cidadania consiste essencialmente na capacidade de participação política, de doação pela comunidade. Isto significa que ela não é uma concessão do governo, nem um direito que se possa usar ou não, mas um dever, que está muito para além de eleições e que significa estar sempre disposto a sacrificar-se pelo bem comum. 1 Física Exercícios de transmissão de movimento Exercícios 1. A figura apresenta esquematicamente o sistema de transmissão de uma bicicleta convencional. Na bicicleta, a coroa A conecta-se à catraca B através da correia P. Por sua vez, B é ligada à roda traseira R, girando com ela quando o ciclista está pedalando. Nesta situação, supondo que a bicicleta se move sem deslizar, as magnitudes das velocidades angulares, A B R, e ,ω ω ω são tais que a) A B R .ω ω ω = b) A B R .ω ω ω= c) A B R .ω ω ω= = d) A B R .ω ω ω e) A B R .ω ω ω = 2 Física 2. A engrenagem da figura a seguir é parte do motor de um automóvel. Os discos 1 e 2, de diâmetros 40 cm e 60 cm, respectivamente, são conectados por uma correia inextensível e giram em movimento circular uniforme. Se a correia não desliza sobre os discos, a razão 1 2/ω ω entre as velocidades angulares dos discos vale a) 1/3 b) 2/3 c) 1 d) 3/2 e) 3 3 Física 3. A invenção e o acoplamento entre engrenagens revolucionaram a ciência na época e propiciaram a invenção de várias tecnologias, como os relógios. Ao construir um pequeno cronômetro, um relojoeiro usa o sistema de engrenagens mostrado. De acordo com a figura, um motor é ligado ao eixo e movimenta as engrenagens fazendo o ponteiro girar. A frequência do motor é de 18 rpm, e o número de dentes das engrenagens está apresentado no quadro. Engrenagem Dentes A 24 B 72 C 36 D 108 A frequência de giro do ponteiro, em rpm, é a) 1. b) 2. c) 4. d) 81. e) 162. 4 Física 4. Em uma bicicleta, a transmissão do movimento das pedaladas se faz através de uma corrente, acoplando um disco dentado dianteiro (coroa) a um disco dentado traseiro (catraca), sem que haja deslizamento entre a corrente e os discos. A catraca, por sua vez, é acoplada à roda traseira de modo que as velocidades angulares da catraca e da roda sejam as mesmas (ver a seguir figura representativa de uma bicicleta). Em uma corrida de bicicleta, o ciclista desloca-se com velocidade escalar constante, mantendo um ritmo estável de pedaladas, capaz de imprimir no disco dianteiro uma velocidade angular de 4 rad/s, para uma configuração em que o raio da coroa é 4R, o raio da catraca é R e o raio da roda é 0,5 m. Com base no exposto, conclui-se que a velocidade escalar do ciclista é: a) 2 m/s b) 4 m/s c) 8 m/s d) 12 m/s e) 16 m/s 5 Física 5. Em um antigo projetor de cinema, o filme a ser projetado deixa o carretel F, seguindo um caminho que o leva ao carretel R, onde será rebobinado. Os carretéis são idênticos e se diferenciam apenas pelas funções que realizam. Pouco depois do início da projeção, os carretéis apresentam-se como mostrado na figura, na qual observamos o sentido de rotação que o aparelho imprime ao carretel R. Nesse momento, considerando as quantidades de filme que os carretéis contêm e o tempo necessário para que o carretel R dê uma volta completa, é correto concluir que o carretel F gira em sentido a) anti-horário e dá mais voltas que o carretel R. b) anti-horário e dá menos voltas que o carretel R. c) horário e dá mais voltas que o carretel R. d) horário e dá menos voltas que o carretel R. e) horário e dá o mesmo número de voltas que o carretel R. 6. Considere um computador que armazena informações em um disco rígido que gira a uma frequência de 120 Hz. Cada unidade de informação ocupa um comprimento físico de 0,2 mμ na direção do movimento de rotação do disco. Quantas informações magnéticas passam, por segundo, pela cabeça de leitura, se ela estiver posicionada a 3 cm do centro de seu eixo, como mostra o esquema simplificado apresentado abaixo? Considere 3.π a) 61,62 10 . b) 61,8 10 . c) 864,8 10 . d) 81,08 10 . 6 Física 7. Para dar o efeito da saia rodada, o figurinista da escola de samba coloca sob as saias das baianas uma armação formada por três tubos plásticos, paralelos e em forma de bambolês, com raios aproximadamente iguais a r1 = 0,50 m, r2 = 0,75 m e r3 = 1,20 m. Pode-se afirmar que, quando a baiana roda, a relação entre as velocidades angulares (𝜔) respectivas aos bambolês 1, 2 e 3 é a) 𝜔1 > 𝜔2 > 𝜔3. b) 𝜔1 < 𝜔2 < 𝜔3. c) 𝜔1 = 𝜔2 = 𝜔3. d) 𝜔1 = 𝜔2 > 𝜔3. e) 𝜔1 > 𝜔2 = 𝜔3. 8. As duas polias da figura abaixo estão acopladas por meio de uma correia e estão girando em sentido anti-horário. Sabendo que o raio da polia 2 é o dobro do raio da polia 1, marque a alternativa que mostra a relação correta entre as frequências das polias. a) f2= 2.f1 b) f1= 2,5.f2 c) f1= 4.f2 d) f2= 8.f1 e) f1= 2.f2 7 Física 9. A imagem a seguir mostra duas polias ligadas por uma correia. Marque a alternativa correta sabendo que o raio da polia 1 é o triplo do raio da polia 2 e que não há deslizamento da correia. a)A polia 1 possui frequência maior que a polia 2. b) A velocidade linear da polia 2 é maior que a da polia 1. c) A velocidade angular das polias é igual. d) A frequência da polia 2 é o triplo da frequência da polia 1. e) Os períodos de rotação das polias são exatamente iguais. 10. As bicicletas possuem uma corrente que liga uma coroa dentada dianteira, movimentada pelos pedais, a uma coroa localizada no eixo da roda traseira, como mostra a figura. O número de voltas dadas pela roda traseira a cada pedalada depende do tamanho relativo destas coroas. Em que opção a seguir a roda traseira dá o maior número de voltas por pedalada? a) c) e) b) d) 8 Física Gabarito 1. A Como a catraca B gira juntamente com a roda R, ou seja, ambas completam uma volta no mesmo intervalo de tempo, elas possuem a mesma velocidade angular: B Rω ω= . Como a coroa A conecta-se à catraca B através de uma correia, os pontos de suas periferias possuem a mesma velocidade escalar, ou seja: A BV V= . Lembrando que V .rω= : A B A A B BV V .r .rω ω= → = . Como: A B A Br r ω ω . 2. D As polias têm a mesma velocidade linear, igual à velocidade linear da correia. 1 2v v= R R1 1 2 2ω ω= D D1 2 1 22 2 ω ω= D1 2 D2 1 ω ω = 601 402 ω ω = 31 . 22 ω ω = 3. B No acoplamento coaxial as frequências são iguais. No acoplamento tangencial as frequências (f) são inversamente proporcionais aos números (N) de dentes; Assim: A motor B B A A B B C B D D C C D D f f 18 rpm. f N f N f 72 18 24 f 6 rpm. f f 6 rpm. f N f N f 108 6 36 f 2 rpm. = = = = = = = = = = A frequência do ponteiro é igual à da engrenagem D, ou seja: f 2 rpm.= 4. C Dados: corω = 4 rad/s; Rcor = 4 R; Rcat = R; Rroda = 0,5 m. A velocidade tangencial (v) da catraca é igual à da coroa: ( )cat cor cat cat cor cor cat catv v R R R 4 4 R 16 rad / s. ω ω ω ω= = = = A velocidade angular (ω ) da roda é igual à da catraca: roda roda roda cat cat roda roda bic roda v v 16 v 8 m / s R 0,5 v v 8 m / s. ω ω ω= = = = = = 9 Física 5. D A análise da situação permite concluir que o carretel F gira no mesmo sentido que o carretel R, ou seja, horário. Como se trata de uma acoplamento tangencial, ambos têm mesma velocidade linear, igual à velocidade linear da fita. F R F R F F R R F F R R R F f r v v 2 f r 2 f r f r f r . f r π π= = = = Essa expressão final mostra que a frequência de rotação é inversamente proporcional ao raio. Como o carretel F tem maior raio ele gira com menor frequência, ou seja dá menos voltas que o carretel R. 6. D - Espaço ocupado por cada informação: 7L 0,2 m 2 10 m.μ −= = - Comprimento de uma volta: 2 2C 2 r 2 3 3 10 18 10 m.π − −= = = - Número de informações armazenadas em cada volta: 2 5 7 C 18 10 n 9 10 . L 2 10 − − = = = - Como são 120 voltas por segundo, o número de informações armazenadas a cada segundo é: 5 8N n f 9 10 120 N 1,08 10 .= = = 7. C Como foi visto na teoria, os três tubos compartilham o mesmo eixo, logo, possuem a mesma velocidade angular. 8. E Para o acoplamento por correia, as polias apresentarão as mesmas velocidades angulares, logo: v1 = v2 ω1.R1 = ω1.R1 Como a velocidade angular pode ser dada por ω = 2.π.f, em que f é a frequência de giro, temos: 2.π.f1.R1 = 2.π.f2.R2 f1.R1 = f2.R2 Sabendo que R2 = 2R1, temos: f1.R1 = f2. 2R1 f1= 2.f2 10 Física 9. D O produto da frequência pelo raio da polia é igual para as duas polias. Sabendo que R1 = 3.R2, podemos escrever: 10. A Observe o esquema abaixo. As velocidades lineares de A e B são iguais. Portanto: r R r R ω Ω ω Ω= → = Para que a velocidade angular da roda traseira ser a maior possível é que r seja maior e R menor. 1 Física Exercícios de Movimento Circular Exercícios 1. As máquinas cortadeiras e colheitadeiras de cana-de-açúcar podem substituir dezenas de trabalhadores rurais, o que pode alterar de forma significativa a relação de trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar. A pá cortadeira da máquina ilustrada na figura abaixo gira em movimento circular uniforme a uma frequência de 300 rpm. A velocidade de um ponto extremo P da pá vale Considere 3.π a) 9 m/s. b) 15 m/s. c) 18 m/s. d) 60 m/s. 2. Anemômetros são instrumentos usados para medir a velocidade do vento. A sua construção mais conhecida é a proposta por Robinson em 1846, que consiste em um rotor com quatro conchas hemisféricas presas por hastes, conforme figura abaixo. Em um anemômetro de Robinson ideal, a velocidade do vento é dada pela velocidade linear das conchas. Um anemômetro em que a distância entre as conchas e o centro de rotação é r 25 cm,= em um dia cuja velocidade do vento é v 18 km / h,= teria uma frequência de rotação de Se necessário, considere 3.π a) 3 rpm. b) 200 rpm. c) 720 rpm. d) 1200 rpm. 2 Física 3. A Lua leva 28 dias para dar uma volta completa ao redor da Terra. Aproximando a órbita como circular, sua distância ao centro da Terra é de cerca de 380 mil quilômetros. A velocidade aproximada da Lua, em km/s, é: a) 13 b) 0,16 c) 59 d) 24 e) 1,0 4. Uma roda d’água de raio 0,5 m efetua 4 voltas a cada 20 segundos. A velocidade linear dessa roda é Considere: 3π = a) 0,6 m/s. b) 0,8 m/s. c) 1,0 m/s. d) 1,2 m/s. 5. Levando-se em conta unicamente o movimento de rotação da Terra em torno de seu eixo imaginário, qual é aproximadamente a velocidade tangencial de um ponto na superfície da Terra, localizado sobre o equador terrestre? Considere π =3,14; raio da Terra RT = 6.000 km. a) 440 km/h. b) 800 km/h. c) 880 km/h. d) 1.600 km/h. e) 3.200 km/h. 6. O Brasil prepara-se para construir e lançar um satélite geoestacionário que vai levar banda larga a todos os municípios do país. Além de comunicações estratégicas para as Forças Armadas, o satélite possibilitará o acesso à banda larga mais barata a todos os municípios brasileiros. O ministro da Ciência e Tecnologia está convidando a Índia – que tem experiência neste campo, já tendo lançado 70 satélites – a entrar na disputa internacional pelo projeto, que trará ganhos para o consumidor nas áreas de Internet e telefonia 3G. Adaptado de: BERLINCK, D. Brasil vai construir satélite para levar banda larga para todo país. O Globo, Economia, mar. 2012. A posição média de um satélite geoestacionário em relação à superfície terrestre se mantém devido à a) sua velocidade angular ser igual à velocidade angular da superfície terrestre. b) sua velocidade tangencial ser igual à velocidade tangencial da superfície terrestre. c) sua aceleração centrípeta ser proporcional ao cubo da velocidade tangencial do satélite. d) força gravitacional terrestre ser igual à velocidade angular do satélite. e) força gravitacional terrestre ser nula no espaço, local em que a atmosfera é rarefeita. 3 Física 7. Durante os festejos do Círio de Nazaré, em Belém, uma das atrações é o parque de brinquedos situado ao lado da Basílica, no qual um dos brinquedos mais cobiçados é a Roda Gigante, que gira com velocidade angular ,ω constante. Considerando-se que a velocidade escalar de um ponto qualquer da periferia da Roda é V 1m s= e que o raio é de 15 m, pode-se afirmar que a frequência de rotação f, em hertz, e a velocidade angular ,ω em rad s, são respectivamente iguais a: a) 1 30π e 2 15 b) 1 15π e 2 15 c) 1 30π e 1 15 d) 1 15π e 1 15 e) 1 30π e 1 30π4 Física 8. O escalpelamento é um grave acidente que ocorre nas pequenas embarcações que fazem transporte de ribeirinhos nos rios da Amazônia. O acidente ocorre quando fios de cabelos longos são presos ao eixo desprotegido do motor. As vitimas são mulheres e crianças que acabam tendo o couro cabeludo arrancado. Um barco típico que trafega nos rios da Amazônia, conhecido como “rabeta”, possui um motor com um eixo de 80 mm de diâmetro, e este motor, quando em operação, executa 3000 rpm. Considerando que, nesta situação de escalpeamento, há um fio ideal que não estica e não desliza preso ao eixo do motor e que o tempo médio da reação humana seja de 0,8 s (necessário para um condutor desligar o motor), é correto afirmar que o comprimento deste fio que se enrola sobre o eixo do motor, neste intervalo de tempo, é de: a) 602,8 m b) 96,0 m c) 30,0 m d) 20,0 m e) 10,0 m 9. “Nada como um dia após o outro”. Certamente esse dito popular está relacionado de alguma forma com a rotação da Terra em torno de seu próprio eixo, realizando uma rotação completa a cada 24 horas. Pode-se, então, dizer que cada hora corresponde a uma rotação de: a) 180º b) 360º c) 15º d) 90º 10. Durante uma hora o ponteiro dos minutos de um relógio de parede executa um determinado deslocamento angular. Nesse intervalo de tempo, sua velocidade angular, em graus minuto, é dada por a) 360. b) 36. c) 6. d) 1. 5 Física Gabarito 1. C Dados: f = 300 rpm = 5 Hz; π = 3; R = 60 cm = 0,6 m. A velocidade linear do ponto P é: v R 2 f R 2 3 5 0,6 v 18 m/s. ω= = = 2. B Dados: v 18 km/h 5 m/s; r 25 cm 0,25 m; 3.π= = = = = v 5 5 5 v 2 r f f Hz 60 rpm f 200 rpm. 2 r 2 3 0,25 1,5 1,5 π π = = = = = = 3. E 28 dias 28 24 horas 28 24 3600 s.= = 2 rS 2 3,14 380.000 V 1,0 km/s. t T 28 24 3600 = = = πΔ Δ 4. A ( )4 2 rS 4 2 3 0,5 v v 0,6 m/s. t 20 20 πΔ Δ = = = = 5. D Dados: = 3,14 e raio da Terra: RT = 6.000 km. O período de rotação da Terra é T = 24 h. Assim: v = T 2 R 2 (3,14) (6.000)S 1.570 t T 24 = = = km/h v 1.600 km/h. 6. A Se o satélite é geoestacionário, ele está em repouso em relação à Terra. Para que isso ocorra, a velocidade angular do satélite deve ser igual à velocidade angular da Terra. 7. C V 1 1 V 2 R f f f Hz. 2 R 2 15 30 1 1 2 f 2 rad/s. 30 15 π π π π ω π π ω π = = = = = = = 6 Física 8. E Dados: f = 3000 rpm = 50 Hz; D = 80 mm = 0,08 m; t 0,8 sΔ = . D S v t S R t S 2 f t 3,14 50 0,08 0,8 2 S 10 m. Δ Δ Δ ω Δ Δ π Δ Δ = = = = = 9. C Sabemos que o ângulo de uma volta é 360°, o que a Terra completa em 24 h. Assim, por simples regra de três: 24 = 360° = 360 24 = 15°. 10. C − - Para uma volta completa, tem-se um deslocamento angular de 2π radianos ou 360 − - O tempo necessário para o ponteiro dar uma volta completa é de 60 minutos. Desta forma, 360 t 60 graus 6 minuto Δθ ω Δ ω = = = 1 Geografia China: Socialismo de mercado e a guerra comercial Resumo A China possui a maior população do mundo é um país de dimensões continentais, contando com uma vasta diversidade territorial. De modo geral, é possível afirmar que sua parte oeste é bem menos habitada, pela prevalecência de desertos e cordilheiras de montanhas. Apesar disso, existe populações etinicamente variadas e modos de vida adaptados a essa realidade. São importantes regiões da China: • Xinjiang (Sinkiang): localizada no noroeste chinês, é uma região autônoma preenchida pela paisagem do Deserto de Gobi. Dispõe das maiores reservas de petróleo e gás do país, além de uma população dividida entre as etnias, Uigures (45%) e Hans (41%). O povo Uigure de origem turcomena segue a religião islâmica e manifesta uma vontade separatista em relação à China. • Tibet.: localizada no sudoeste chinês, é uma região marcada pelos dobramentos modernos e o movimento separatista dos Tibetanos. • Manchúria: localizada no nordeste chinês, é uma região riquíssima em carvão mineral. Sendo ocupada pelo Japão Imperial antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Foi recuperada pelos chineses após a rendição do Japão. • Planície do Amarelo: corresponde porção ocidental da China, cuja paisagem é composta por planícies e grandes rios. Essa área é recortada pelo Rio Amarelo e apresenta um solo muito fértil denominado Loess. • Planície do Azul: área recortada pelo Rio Azul que na região de planaltos abriga a hidrelétrica de Três Gargantas. Planície do Vermelho: é uma região cortada pelo rio de mesmo nome e que se destaca na rizicultura (cultivo de arroz). 2 Geografia Distribuição demográfica Apesar de possuir a maior população absoluta do mundo, com mais de 1,3 bilhões de habitantes, a população da China está espacialmente distribuída de uma maneira desigual. O país apresenta uma densidade demográfica média de 135 hab./km², a maior entre os países de grande extensão territorial, mas registram também locais de baixa ocupação humana nas regiões anecúmenas, regiões montanhosas do Tibete e nos desertos de Sin-Kiang e da Mongólia Interior, havendo, portanto, extensas áreas quase totalmente despovoadas. Algumas regiões de bacias demográficas que ultrapassam 2000 hab./km². A região das planícies orientais e das colinas meridionais, que ocupam um quinto do território, abriga cerca de 80% da população chinesa. A partir de 1949, as migrações promovidas pelo governo socialista para ocupação de regiões subpovoadas avançaram para Mongólia e Sin- Kiang, onde se fixaram em projetos de mineração, agricultura irrigada e, mais recentemente, industrialização. Disponível em: http://wwwblogdoprofalexandre.blogspot.com/2016/08/distribuicao-populacional-da-china.html Breves antecedentes da formação territorial A China, desde o século XVII era governada pela dinastia Manchu. No século XIX, o país vou alvo do imperalismo Europeu, e teve seu território disputado por Inglaterra, Alemanha e Japão. Com isso, houve a Guerra do Ópio em 1838, uma guerra entre Grã Bretanha e China que durou de 1839 a 1842 e depois de 1856 a 1860. Essa guerra teve como resultado a perda de territórios da China, a ocupação de Pequim e a abertura dos portos para os europeus por meio do Tratado de Tianjin. Em 1842 também houve o Tratado de Nankim que entregou Hong Kong para Inglaterra. Esse domínio territórial durou até 1997, porém os efeitos dessa política são sentidos até hoje, sobretudo no que tange os conflitos separatistas. Grande parte do território da China no entanto seguiu dominada pelos Chineses. Em 1911 a dinastia é derrubada por meio da Revolução Nacionalista. Sun Yat-sen funda o partido Kuomintang e se tonra primeiro presidente da China. Em 1921 porém surge o PCC - Partido Comunista Chinês, influenciado pelo crescente debate comunista no mundo à época.Esse partido defendia uma aproximação com a Internacional Comunista, liderada por Lenin, assim como da URSS, enquanto os Kuomintang eram nacionalistas e contra a interferência estrangeira. http://wwwblogdoprofalexandre.blogspot.com/2016/08/distribuicao-populacional-da-china.html 3 Geografia Em 1925 Sun Yat-Sen morre e seu sucessor, Chiang Kai-shek, tinha uma postura muito mais repressiva. Ele foi responsável pelo Massacre de Xangai (1927), região já dominada pelo comunismo. Para os comunistas, o papel dos camponeses era vital no processo. Com essa repressão, eles realizaram a Longa Marcha (1934), a fim de disseminar o comunismo pela China ganhando apoio popular. Foram 12000 km percorridos aos interior da China e cerca 100.000 pessoas caminhando junto com Mao
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