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CAPÍTULO 6
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Conhecer as principais técnicas de avaliação ergonômica.
 Elaborar laudos ergonômicos.
108
 Ergonomia
109
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA Capítulo 6 
CONTEXTUALIZAÇÃO
 
A ergonomia busca solucionar os principais problemas nos ambiente de 
trabalho relativos aos erros de execução e às lesões dos trabalhadores. Esses 
problemas estão inter-relacionados com o arranjo físico do local de trabalho. 
Dos elementos do ambiente de trabalho a que menos atenção se dispensa 
tem sido a execução do trabalho, a qual é diretamente infl uenciada pelo 
projeto dos controles, displays visuais e/ou tácteis e dos equipamentos com 
sensores auditivos. As consequências de projetos mal desenvolvidos desses 
dispositivos vão desde um maior número de horas em treinamentos até um 
alto índice de retrabalho.
Por outro lado, o elemento do ambiente de trabalho mais estudado é o 
risco de lesões por LER ou DORT, que é infl uenciado, principalmente, por 
posturas inadequadas, pela alta taxa de repetição e pelos esforços excessivos 
nas regiões entre: a mão e o pulso, o ombro e o cotovelo, as costas e o 
pescoço, o pé e o joelho. Um projeto mal defi nido desse elemento repercute 
diretamente na saúde do trabalhador. 
A fadiga física faz parte de qualquer trabalho, sem se considerar que pode 
ser, também, uma das consequências do alto gasto metabólico de energia, que 
poderá resultar num baixo rendimento do trabalhador, além de comprometer 
sua saúde. Esse é um fator do ambiente de trabalho ao qual não se dá muita 
importância ao se omitir das listas de verifi cação e da maioria dos métodos de 
avaliação. 
Os métodos de avaliação ergonômica ou os métodos matemáticos por 
si só também não garantem uma avaliação integral do ambiente de trabalho 
e que serão totalmente resolvidos os problemas ergonômicos, uma vez que 
seus resultados são parciais ao possibilitar a avaliação de uma única parte 
dos elementos do ambiente de trabalho e, por isso, não se pode esperar que 
ao utilizar uma dessas ferramentas de avaliação seja melhorado o nível de 
efi ciência pessoal.
AET – ANÁLISE ERGONÔMIA DO TRABALHO
Landau, Imhof-Gildein e Mücke (1996) esclarecem que dezenas de 
procedimentos de análise do trabalho altamente versáteis foram publicados 
após o desenvolvimento do Questionário de Análise das Posições (Position 
Analysis Questionnaire – PAQ) , por McCormick e colaboradores (1969), 
indicando que surgiu uma variedade de novas aplicações para a análise do 
trabalho. Pesquisadores, como, por exemplo, Kurt Landau e Walter Rohmert 
(1989 apud LANDAU; IMHOF-GILDEIN; MÜCKE,1996) e Kurt Landau e 
110
 Ergonomia
colaboradores (1990 apud LANDAU; IMHOF-GILDEIN; MÜCKE, 1996) 
classifi caram as análises dos procedimentos de trabalho nos seguintes grupos:
 • Procedimentos para auxiliar o trabalho de design e desenvolvimento 
organizacional;
 • Análise de trabalho para o projeto do local de trabalho;
 • Análise de trabalho em sistemas de informação para a segurança e saúde 
industrial; 
 • Análise do trabalho para a pesquisa das ocupações e para a avaliação de 
mudanças tecnológicas.
A Arbeitswissenschaftliches Erhehungsverfahren zur Tatigkeitsanalyse 
(AET - procedimento de análise ergonômica do trabalho) foi desenvolvida 
como um procedimento de análise do trabalho universalmente aplicável e 
pode ser usado para vários desses propósitos.
A AET teve sua origem a partir de um estudo encomendado pelo governo 
alemão para investigar a discriminação contra as mulheres com relação ao 
salário e as faixas salariais. Isto exigiu um procedimento de análise do trabalho 
que tornou possível a verifi car a carga de trabalho e a pressão verifi cada 
dentro de um determinado sistema de trabalho. Não havia tal procedimento de 
análise do trabalho prontamente disponível naquele momento, embora o PAQ 
(MCCORMICK et al., 1969 apud LANDAU; IMHOF-GILDEIN; MÜCKE, 1996) 
foi utilizado de alguma forma no sentido de fornecer uma base para os itens 
psicológicos. Inicialmente concebido para esse projeto de pesquisa específi co, 
a AET (LANDAU et al., 1975 apud LANDAU; IMHOF-GILDEIN; MÜCKE 1996) 
continua a se desenvolver.
Observe um exemplo de aplicação da AET – Análise 
Ergonômica do Trabalho, desenvolvida por Kurt Landau e Walter 
Rohmert, e do roteiro traduzido para o português em: MARTINEZ, 
Maria Carmen. As relações entre a satisfação com aspectos 
psicossociais no trabalho e a saúde do trabalhador. 2002. 243 f. 
Dissertação (Mestrado) - Curso de Saúde Ambiental, Departamento 
de Saúde Ambiental, Faculdade de Saúde Pública da Universidade 
de São Paulo, São Paulo, 2002. Disponível em: <http://www.teses.
usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-07112006-10400/publico/
MartinezMC.pdf>. Acesso em: 29 maio 2013.
A tarefa de trabalho é caracterizada pelos vários elementos do sistema 
de trabalho, ou seja, o processo, o objeto, o equipamento e os recursos 
disponíveis. Uma característica especial dessa abordagem é que o modelo 
111
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA Capítulo 6 
do sistema de trabalho também pode ser utilizado para defi nir os efeitos do 
trabalho sobre o trabalhador, e não meramente como um dispositivo técnico 
em que o indivíduo é apenas um dos elementos do sistema. O desempenho 
das tarefas resulta nas demandas envolvendo a recepção da informação, o 
processamento das informações e a atividade motora.
A análise na AET das tarefas e das demandas, portanto, é um processo 
abrangente. Ela está estruturada em três partes, com base no conceito teórico 
descrito na Figura 25: 
a) A tarefa e as condições sob as quais se realiza, 
b) A análise das atividades envolvidas na tarefa; 
c ) as demandas resultantes do trabalhador. 
Na parte a), análise do sistema de trabalho, os tipos e as propriedades 
dos objetos de trabalho, os equipamentos utilizados e o ambiente (físico, 
sociais e organizacionais) são registrados e avaliados em escalas nominais e 
numéricas. A parte b), análise das tarefas, abrange as atividades necessárias 
para o trabalhador. O desempenho de uma tarefa, como avaliado na parte b), 
nas condições registradas na parte a), resulta nas demandas do trabalho que 
são avaliados na parte c), análise da demanda de trabalho, em três seções: 
percepção, decisão e resposta / atividade.
A AET desmembra o sistema de trabalho, as tarefas e a demanda do 
trabalho em uma série de itens que são investigados tanto pela observação 
como pelas entrevistas realizadas por analistas treinados.
Figura 25 - Estrutura da Análise Ergonômica do Trabalho (AET)
Fonte: Adaptado de Landau, Imhof-Gildein e Mücke (1996).
De acordo com Vega Bustillos (2013), na metodologia da AET – Análise 
Ergonômica do Trabalho cada item consiste de uma pergunta, traçando o perfi l 
do estado da situação que se está avaliando - sob certas circunstâncias, com 
112
 Ergonomia
exemplos, tais como: ajudas de classifi cação e de indicação de um código para 
classifi car a característica. Os itens da análise da demanda de trabalho contêm 
uma ajuda adicional para a sua classifi cação na forma de “escalas de tarefas 
ou de atividades”. A escala de atividade é baseada na informação verifi cada 
previamente, contém uma série de níveis, principalmente de atividades e 
tarefas ilustrativas. Isso equivale a uma escala de classifi cação ascendente 
na qual se pode supor, pelo menos de maneira aproximada, a intensidade do 
estresse. 
Esse método serve, principalmente, para detectar as condições 
estressantes para o trabalhador e chega até a busca de uma solução por 
meio de observações detalhadas e reuniões de equipes de trabalho, porém é 
necessário que seja realizado por um especialista em ergonomia para poder 
chegar a fi nalizar uma avaliação do local de trabalho. Uma das desvantagens 
que se observa no método refere-se à faltade avaliação do gasto metabólico 
de energia e da carga biomecânica a que pode estar sujeito um trabalhador 
avaliado, além de não se considerar nele a opinião do trabalhador. 
TÉCNICA DA ESCOLA OCRA
Segundo a Escola Ocra Brasiliana (2013), em 1994, a prof. Dra. Daniela 
Colombini, o prof. Dr. Enrico Occhipinti e o prof. Dr. Antonio Grieco, da 
Universidade de Milão, iniciaram a pesquisa sobre o tema, buscando a defi nição 
de um método objetivo para a verifi cação das lesões musculoesqueléticas dos 
membros superiores, porque havia a necessidade de uma ferramenta para a 
realização dessas medições de maneira objetiva por parte da medicina do 
trabalho. Chamado de método OCRA (sigla do termo em inglês Occupational 
Repetitive Actions), foi desenvolvido para a busca da prevenção das lesões 
musculoesqueléticas dos membros superiores. Os autores estudaram os 
outros métodos encontrados na literatura internacional, porém não se deram 
por satisfeitos. As orientações existentes na literatura indicavam a realização 
de avaliações de muitos fatores, tais como: 
- a organização do trabalho;
- a frequência;
- a postura;
- a força;
- o tempo de trabalho;
- o tempo destinado à pausa e 
- inclusive se durante o dia o trabalhador executa outras tarefas.
Os métodos existentes na época não analisavam todas essas variáveis, 
apenas estudavam a força e a frequência. Porém há trabalhadores que 
113
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA Capítulo 6 
realizam tarefas, por exemplo, com os braços levantados, de tal maneira que 
provocam lesões no ombro, e não havia condições de se analisar o ombro. Um 
fator importante, que também deve ser considerado, é o tempo de duração da 
atividade laboral. Deve-se diferenciar o trabalhador que faz pausas daquele 
que não as faz. Para atender tal necessidade foi desenvolvido o Método 
OCRA, que atualmente é a Norma Europeia (EN 1005) de aplicação obrigatória 
na Europa e a Norma ISO Internacional (ISO 11228-3:2007 - Ergonomics -- 
Manual handling-- Part 3: Handling of low loads at high frequency). 
A norma ISO 12228-3:2007 - Ergonomics -- Manual handling-- 
Part 3: Handling of low loads at high frequency pode ser adquirida 
no site da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas: 
<http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=23384>. Acesso 
em: 23 maio 2013.
De acordo com a Escola Ocra Brasiliana (2013), o método apresenta os 
seguintes objetivos fundamentais:
 • Avaliar as características dos riscos de lesões dos membros superiores 
dos trabalhadores em consequência da tarefa executada;
 • Adequar as condições dos postos de trabalho, a partir das medidas do 
esforço muscular e da repetitividade;
 • Prever a quantidade de trabalhadores afetados;
 • Propor algumas soluções práticas e que sejam passíveis de se executar e
 • Possibilitar a produtividade sem riscos.
Cañavate Buchón (2013) explica que a primeira etapa da avaliação 
de risco consiste em identifi car se existem situações que possam expor os 
trabalhadores ao risco. Se houver tais riscos, pode ser necessária uma 
avaliação de risco mais detalhada. Na avaliação do risco devem-se considerar 
os seguintes fatores: 
a) Repetição:
O risco aumenta à medida que aumenta a frequência dos movimentos e/
ou diminui o tempo do ciclo. Os movimentos repetitivos frequentes acentuam 
o risco de distúrbios musculoesqueléticos e podem variar, dependendo do 
contexto, do tipo de movimento e das características do indivíduo.
b) Força: 
O trabalho deverá envolver a execução de forças suaves, evitando 
movimentos bruscos ou irregulares. O manuseio preciso (pegar e colocar o 
objeto com precisão), o tipo e a natureza da aplicação da força podem gerar 
um esforço muscular adicional.
114
 Ergonomia
c) Postura e movimento:
As tarefas e as operações realizadas no trabalho devem proporcionar 
variações de postura. As tarefas executadas no trabalho devem restringir 
faixas extremas de movimento das articulações e devem ser evitadas as 
posturas estáticas prolongadas. Quando envolvem posturas com movimentos 
complexos combinados (por exemplo, fl exão e torção) podem apresentar um 
risco maior.
d) Duração do trabalho e recuperação fi siológica insufi ciente:
O tempo de duração do trabalho pode ser fragmentado de várias formas. 
A oportunidade para a recuperação ou o repouso pode estar dentro de cada 
um desses períodos de trabalho. A insufi ciência do tempo para a recuperação 
do corpo entre movimentos repetitivos (por exemplo, a falta de tempo para a 
recuperação fi siológica) aumenta o risco de lesões musculoesqueléticas.
e) Os fatores adicionais:
 • Características dos objetos de trabalho (por exemplo, as forças de 
contato, a forma, as dimensões, tipo de pega da ferramenta ou objeto, a 
temperatura dos objetos);
 • Forças de vibração e de impacto;
 • Condições ambientais (por exemplo, iluminação, temperatura, ruído);
 • Fatores individuais e organizacionais (por exemplo, habilidades, nível de 
escolaridade, idade, sexo, problemas de saúde, gravidez).
Veja um exemplo de aplicação do método OCRA em: PAVANI, 
Ronildo Aparecido. Estudo ergonômico aplicando o método 
Occupational Repetitive Actions (OCRA): Uma contribuição 
para a gestão da saúde no trabalho. 2007. Dissertação (Mestrado 
em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio-ambiente) 
– Centro Universitário Senac. Disponível em: < http://biblioteca.
sp.senac.br/LINKS/acervo273844/Ronildo%20Aparecido%20
Pavani.pdf>. Acesso em: 29 maio 2013.
TÉCNICA NIOSH
De acordo com Cañavate Buchón (2013), o Instituto Nacional de Saúde 
e Segurança Ocupacional - National Institute for Occupational Safety 
and Health (NIOSH), dos Estados Unidos, propôs um método prático para 
avaliar, sob o ponto de vista ergonômico, as tarefas de levantamento manual 
de cargas. Essa avaliação é realizada utilizando uma equação que analisa os 
115
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA Capítulo 6 
limites de carga admissíveis com base no tipo de trabalho, caracterizado pelas 
posições adotadas durante o levantamento e a deposição, as características 
da carga, a frequência do esforço de levantamento e o tempo de duração do 
trabalho.
O objetivo do método é prevenir ou reduzir a ocorrência de lombalgia entre 
os trabalhadores e aliviar outros problemas musculoesqueléticos associados 
aos levantamentos de carga, como dores nos braços doloridos e nas costas.
Inicia-se com a seleção dos postos de trabalho que serão analisados. 
Naturalmente, é possível realizar uma análise sistemática de todas as tarefas 
que envolvem a movimentação manual de cargas em um local de trabalho, 
embora, em geral, inicie-se com os locais de maior risco, uma vez que em 
qualquer intervenção é conveniente ter uma ordem de prioridade estabelecida. 
O critério básico para o estabelecimento dessa prioridade é começar nos locais 
nos quais tenha ocorrido lesões. Em qualquer caso, podem ser considerados, 
também, os seguintes fatores indicativos de potenciais riscos associados à 
movimentação manual de cargas:
 - Levantar pesos pesados (acima de 15 kg);
 - Manipulação de pesos durante todo o dia de trabalho;
 - Manipulação de pesos em ciclos muito curtos (altas frequências), mesmo 
quando os pesos não são muito grandes (superior a 3 kg);
 - Manuseio de objetos difíceis de agarrar;
 - Tarefas que envolvem elevação de cargas a partir do solo, ou que sejam 
colocadas a uma altura acima dos ombros;
 - Movimentação de carga envolvendo a torção do tronco;
 - Tarefas que tenham uma alta incidência de queixas por parte do pessoal;
 - Tarefas com elevado índice de absenteísmo.
Verifi que a aplicação do método NIOSH em: AGAHNEJAD, 
Payman. Análise ergonômica no posto de trabalho numa linha 
de produção utilizando método NIOSH: um estudo de caso no 
polo industrial de Manaus. 2011. 92 f. Dissertação (Mestrado) 
- Curso de Mestrado Profi ssional em Engenharia Elétrica Com 
Ênfase em Processos Industriais, Departamento de Engenharia 
Elétrica, Instituto de Tecnologia- Universidade Federal do Pará, 
Belém, 2011. Disponível em: <http://repositorio.ufpa.br/jspui/
bitstream/2011/2730/1/Dissertacao_AnaliseErgonomicaPosto.
pdf>. Acesso em: 30 maio 2013.
116
 Ergonomia
DEMAIS TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO
Pavani (2013) apresenta vários métodos de análise ergonômica do 
trabalho, que são reconhecidos e validados pela comunidade científi ca 
internacional, dentre os quais se destacam os seguintes:
- Rapid Upper Limb Assessment - RULA;
- Ovako Working Posture Analysing System - OWAS;
- Rapid Entire Body Assessment – REBA;
- Strains Index – SI e
- Check-lists ou Listas de verifi cação.
Rapid Upper Limb Assessment - RULA
 O método RULA permite, segundo Tubía Martínez (2013), avaliar as 
posturas realmente adotadas pelo trabalhador no exercício de suas atividades 
laborais. Na sua aplicação é importante avaliar aquelas posturas que indiquem 
uma necessidade de esforço mais elevado. A aplicação do método começa 
com a observação da atividade do trabalhador durante vários ciclos de 
trabalho. Com base nessas observações, devem ser selecionadas as posturas 
e tarefas mais signifi cativas, tanto em consideração a sua duração, como 
também e prioritariamente, com relação a maior carga postural. 
As medições a serem realizadas sobre as posturas adotadas são 
fundamentalmente angulares, ou seja, dos ângulos que formam os diferentes 
membros do corpo em relação a determinadas referências na postura analisada. 
Essas medições podem ser realizadas diretamente sobre o trabalhador 
mediante transportadores de ângulo, com a utilização do eletrogoniômetro, 
representado na Figura 26, ou, ainda, com a utilização de qualquer outro 
dispositivo que forneça os dados angulares. É possível, também, o emprego 
de fotografi as do trabalhador adotando a postura analisada e medir os ângulos 
sobre ela. 
117
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA Capítulo 6 
Figura 26 - Eletrogoniômetro
Fonte: Disponível em: < http://www.ludgerobraga.com/2010_09_25_
archive.html>. Acesso em: 28 maio 2013.
O método RULA divide o corpo em dois grupos: o grupo A, que inclui os 
membros superiores: braços, antebraços e pulsos; o grupo B, que compreende 
as pernas, o tronco e o pescoço. Por meio das tabelas associadas ao método, 
estabelece-se uma pontuação a cada zona do corpo, pernas, pulsos, braços, 
tronco, etc., para, em função dessas pontuações, defi nir valores globais a 
cada um dos grupos A e B. A determinação das pontuações aos membros é 
referente à medição dos ângulos que formam as diferentes partes do corpo do 
trabalhador. O método determina para cada membro a forma de medição do 
ângulo. Em seguida, as pontuações globais dos grupos A e B são modifi cadas 
em função do tipo de atividade muscular desenvolvida, assim como da força 
aplicada durante a realização da tarefa. A pontuação fi nal é obtida com base 
nos valores globais modifi cados. O valor fi nal obtido pelo método RULA é 
proporcional ao risco inerente à realização da tarefa, dessa forma, valores altos 
apontam para um maior risco de surgimento de lesões musculoesqueléticas. 
O método organiza as pontuações fi nais em níveis de atuação que orientam 
o analista sobre as decisões a serem tomadas após a análise. Os níveis de 
atuação propostos vão do nível 1, que considera a postura avaliada como 
aceitável, até o nível 4, que indica a necessidade urgente de alterações na 
atividade.
118
 Ergonomia
O procedimento de aplicação do método se resume em:
 - Determinar os ciclos de trabalho e observar o trabalhador durante vários 
ciclos;
 - Selecionar as posturas que serão avaliadas;
 - Determinar o lado, esquerdo ou direito do corpo, que será avaliado, 
sendo, em caso de dúvida, analisados ambos;
 - Determinar as pontuações para cada parte do corpo;
 - Obter a pontuação fi nal do método e o nível de atuação para determinar a 
existência de riscos;
 - Revisar as pontuações das diferentes partes do corpo para determinar 
onde se fazem necessárias as correções;
 - Redesenhar o posto de trabalho ou promover mudanças para melhorar a 
postura se for necessário e
 - No caso de se promover alterações no posto de trabalho, avaliar 
novamente a postura com o método RULA para comprovar a efetividade da 
melhoria.
Observe uma aplicação do método RULA em: SOUSA 
JUNIOR, Almir Mariano De et al. Análise ergonômica do trabalho 
e aplicação do método RULA: um estudo de caso no serviço de 
limpeza de logradouros públicos. In: ENCONTRO NACIONAL DE 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 30., 2010, São Paulo. Anais... 
. São Paulo: Abepro, 2010. v. 1, p. 1 - 9. Disponível em: <http://
www2.ufersa.edu.br/portal/view/uploads/setores/63/Artigos/
ENEGEP%202010/enegep2010_TN_WIC_116_763_15535.pdf>. 
Acesso em: 25 maio 2013.
Ovako Working Posture Analysing System – OWAS
Os resultados do método OWAS, de acordo com Salvatierra Manchego 
(2013), são baseados na observação das diferentes posições posturais 
adotadas pelo trabalhador durante o desempenho de sua tarefa, permitindo 
a identifi cação de até 252 posições diferentes, resultantes das combinações 
das quatro posições das costas, três posições dos braços, sete posições das 
pernas e dos três intervalos de posições de carga levantada.
A primeira parte do método, de registro dos dados ou das posições, 
pode ser realizada por meio de: observação no local de trabalho, análise de 
fotografi as ou visualização de vídeos da atividade gravados com antecedência. 
Após a observação é realizada a codifi cação das posturas observadas. Para 
cada postura se estabelece um código de identifi cação, ou seja, estabelece-
119
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA Capítulo 6 
se uma relação única entre a postura e seu código, denominado “código 
de postura”. Em função do risco ou do incômodo que representa a postura 
analisada para o trabalhador, o método OWAS diferencia quatro níveis ou 
categorias de riscos enumerados em ordem crescente, sendo, portanto, o 
valor 1 para a postura de menor risco e o valor 4 para a postura de maior risco. 
Para cada categoria de risco o método estabelece uma proposta de ação, 
indicando, em cada caso, a necessidade ou não do redesenho da postura e a 
sua urgência. 
Desse modo, realizada a codifi cação, com o método se determina a 
categoria do risco de cada postura analisada, como refl exo do grau de 
incômodo que se supõe para o trabalhador. Em seguida, avalia-se o risco 
ou o incômodo para cada parte do corpo, as costas, os braços e as pernas, 
estabelecendo, em função da frequência relativa a cada posição, uma 
categoria de risco de cada parte do corpo. Ao fi nal, a análise das categorias 
de risco, calculada para as posturas observadas e para as distintas partes do 
corpo, permitirá a identifi cação das posturas e posições mais críticas, assim 
como as ações corretivas necessárias para a melhoria do posto, defi nindo, 
dessa forma, um manual de atuação para o redesenho da tarefa avaliada.
Salvatierra Manchego (2013) ressalta que o método OWAS, apesar de 
permitir a identifi cação de uma série de posições básicas das costas, dos 
braços e das pernas, que codifi ca cada “código de postura”, apresenta, como 
limitação, a ausência de estudo detalhado sobre a gravidade de cada posição. 
Por exemplo, o método identifi ca se o trabalhador realiza sua tarefa com 
os joelhos fl exionados ou não, mas não permite diferenciar entre os vários 
níveis de fl exão. Duas posturas com idêntica codifi cação poderiam variar com 
relação ao nível de fl exão das pernas e, como consequência, com relação ao 
nível do incômodo para o trabalhador. Portanto, a partir da identifi cação das 
posturas críticas com a utilização do método OWAS, a aplicação dos métodos 
complementares de maior exatidão poderia ajudar o analista a aprofundar os 
estudos sobre os resultados obtidos.
Os procedimentos do método OWAS podem ser assim resumidos:
 - Determinar se a observação da tarefa deve ser dividida em várias fases 
ou etapas;
 - Estabelecer o tempo totalde observação da tarefa;
 - Determinar a duração dos intervalos de tempo em que se dividirá a 
observação (o método propõe intervalos entre 30 e 60 segundos).
 - Identifi car, durante a observação da tarefa ou da fase, as diferentes 
posturas, que o trabalhador adota. Para cada postura adotada, determinar 
a posição das costas, dos braços e das pernas, assim como a carga 
levantada; 
120
 Ergonomia
 - Codifi car as posturas observadas, estabelecendo, para cada posição 
e para cada carga, os valores correspondentes referentes ao código de 
postura indicativo;
 - Calcular para cada código de postura, a respectiva categoria de risco, 
para identifi car aquelas posturas críticas ou de maior grau de risco para 
o trabalhador. O cálculo do percentual de posturas prolongadas, em cada 
categoria de risco, pode ser de grande utilidade para a determinação das 
posturas críticas mencionadas;
 - Calcular o percentual de repetições ou frequência relativa de cada posição 
das costas, braços e pernas com relação às demais; 
O método OWAS não permite calcular o risco associado à frequência 
relativa das cargas levantadas, no entanto, seu cálculo pode orientar o analista 
sobre a necessidade de realizar um estudo complementar relacionado ao 
levantamento de cargas.
 - Estabelecer, em função da frequência relativa de cada posição das 
distintas partes do corpo, a respectiva categoria de risco, para que se 
possa identifi car aquelas que apresentam uma atividade mais crítica;
 - Determinar, em função dos riscos calculados, as ações corretivas e 
relativas ao redesenho necessárias;
 - No caso de se promover alterações, avaliar novamente a tarefa com o 
método OWAS para comprovar a efetividade da melhoria.
Verifi que as instruções de aplicação detalhadas do método 
OWAS em: VALIATI, Mário Luiz Sartório. Ergonomização na 
construção civil: constrangimentos posturais e problemas na 
segurança do trabalho. 2001. Dissertação (Mestrado em Design) 
– Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2001. 
Disponível em: < http://www.posdesign.com.br/artigos/dissertacao_
valiati/4-8%20-%20metodo%20owas.pdf>. Acesso em: 29 maio 
2013.
Rapid Entire Body Assessment – REBA
Salvatierra Manchego (2013) destaca que as características mais 
evidentes do método REBA no estudo dos postos de trabalho são:
 - Trata-se de um método especialmente sensível aos riscos das lesões 
musculoesqueléticas;
 - Divide o corpo em partes para que sejam codifi cados individualmente e 
avalia tanto os membros superiores como também o tronco, o pescoço e 
as pernas;
O método OWAS não 
permite calcular o risco 
associado à frequência 
relativa das cargas 
levantadas, no entanto, 
seu cálculo pode 
orientar o analista 
sobre a necessidade 
de realizar um estudo 
complementar 
relacionado ao 
levantamento de 
cargas.
121
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA Capítulo 6 
 - Analisa a repercussão sobre a carga postural da manipulação da carga 
realizada com as mãos ou com outras partes do corpo;
 - Considera relevante o tipo de pega da carga manipulada, destacando que 
este procedimento nem sempre pode ser realizado com o uso das mãos 
e, portanto, permite indicar a possibilidade de que sejam utilizadas outras 
partes do corpo;
 - Permite medir a atividade muscular causada por posturas estáticas, 
dinâmicas ou devidas às mudanças bruscas ou inesperadas da postura;
 - O resultado estabelece o nível de risco de que o trabalhador sofra lesões, 
determinando o nível de ação que a postura analisada requer e a urgência 
da intervenção.
O método REBA avalia o risco de posturas realmente adotadas no 
desenvolvimento das atividades laborais de maneira independente. Portanto, 
para avaliar um posto de trabalho serão selecionadas as posturas mais 
representativas adotadas, tanto por sua repetição em determinado tempo 
como por sua precariedade na execução. A seleção correta das posturas a 
serem avaliadas irão determinar os resultados fornecidos pelo método e as 
ações a serem implementadas. A aplicação do método pode ser resumida do 
seguinte modo:
 - Divisão do corpo em dois grupos, sendo o grupo A o correspondente ao 
tronco, o pescoço e as pernas e o grupo B o grupo formado pelos membros 
superiores: braço, antebraço e pulso;
 - Pontuação individual dos membros de cada grupo a partir de suas tabelas 
correspondentes;
 - Consulta da tabela A para a obtenção da pontuação inicial do grupo A 
com base nas pontuações individuais do tronco, pescoço e pernas;
 - Modifi cação da pontuação defi nida ao grupo A (tronco, pescoço e pernas) 
em função da carga ou esforços aplicados, estabelecendo a pontuação A;
 - Correção da pontuação defi nida para a zona corporal dos membros 
superiores (braço, antebraço e pulso) ou grupo B, de acordo com o tipo de 
pega da carga manipulada, estabelecendo a pontuação B;
 - Utilizando a pontuação A e a pontuação B e por meio da consulta à tabela 
C é obtida uma nova pontuação, denominada pontuação C;
 - Modifi cação da pontuação C, de acordo com o tipo de atividade muscular 
desenvolvida para a obtenção da pontuação fi nal do método;
 - Consulta do nível de ação, risco e urgência da atuação em função do 
valor fi nal calculado.
Ao término da aplicação do método REBA, Salvatierra Manchego (2013) 
aconselha:
122
 Ergonomia
 - Revisar exaustivamente as pontuações individuais obtidas para as 
diferentes partes do corpo, assim como para os esforços, para o tipo de 
pega e atividade, com o objetivo de orientar o analista sobre as partes em 
que deverão ser realizadas correções;
 - O redesenho do posto ou a introdução de mudanças para a melhoria de 
determinadas posturas críticas, se os resultados obtidos recomendarem;
 - No caso de mudanças, providenciar a reavaliação das novas condições 
do posto com o método REBA para a comprovação da efetividade da 
melhoria adotada.
Observe a aplicação do método REBA em: ALMEIDA, 
Wanderson Augusto Oliveira de. Utilização do método rapid entire 
body assessment (reba), associado a diagrama de localização de 
sintomas e aspectos organizacionais do trabalho, para avaliação 
de riscos ocupacionais em funcionários da Rádio Rural de 
Santarém. Disponível em: <http://www.portalbiocursos.com.br/
artigos/ortopedia/76.Pdf>. Acesso em: 30 maio 2013.
Strains Index – SI
Este método permite, de acordo com Salvatierra Manchego (2013), avaliar 
o risco de surgimento de distúrbios musculoesqueléticos em tarefas nas quais 
se usa intensamente o sistema mão-pulso, razão pela qual é aplicável a uma 
grande quantidade de postos de trabalho. Proposto originalmente por Moore 
e Garg, do Medical College de Wisconsin, nos Estados Unidos, sua validade 
foi comprovada em estudos posteriores, mesmo que sempre sobre tarefas 
simples. Alguns estudiosos apresentaram propostas para estender o seu uso 
para trabalhos multitarefas, empregando um método de cálculo similar ao do 
índice de levantamento de cargas, empregado na equação de levantamento 
NIOSH. 
Enquanto três das seis variáveis do método são avaliadas 
quantitativamente, as outras três são medidas subjetivamente, tendo como 
base as considerações do avaliador e empregando escalas complementares. 
Em certos casos, isso pode ser considerado como uma limitação do método, 
podendo ser acrescentado que o procedimento não considera as vibrações 
ou os golpes praticados no desenvolvimento da tarefa. Apesar disso, segundo 
Salvatierra Manchego (2013), trata-se de um dos métodos mais comuns e é 
empregado para analisar os riscos nas extremidades superiores.
A aplicação do método começa com a determinação de cada uma 
das tarefas realizadas pelo trabalhador e a duração dos ciclos de trabalho. 
123
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA Capítulo 6 
Conhecidas as tarefas que serão avaliadas, será observada cada uma delas, 
dando o valor adequado às seis variáveis que propõe o método. Em seguida 
se calculará os fatores multiplicadores da equação para cada tarefa por meiodas tabelas correspondentes. Conhecido o valor dos fatores será calculado o 
Strains Index de cada tarefa como sendo o seu produto.
O método pode ter sua aplicação resumida da seguinte maneira:
 - Determinar os ciclos de trabalho e observar o trabalhador durante vários 
destes ciclos;
 - Estabelecer as tarefas que serão avaliadas e o tempo de observação 
necessário (geralmente se busca coincidir com o tempo do ciclo);
 - Observar cada tarefa e dar um valor a cada uma das seis variáveis de 
acordo com as escalas propostas pelo método;
 - Determinar o valor dos multiplicadores da equação de acordo com os 
valores de cada variável;
 - Obter o valor do Strains Index e determinar os riscos existentes;
 - Revisar as pontuações para determinar a necessidade de correções e 
onde é necessário aplicá-las;
 - Redesenhar o posto de trabalho ou adotar mudanças para diminuir o risco 
se for necessário;
 - No caso de se adotar mudanças, avaliar novamente a tarefa com o método 
Strains Index para comprovar a efetividade da melhoria implementada.
Verifi que uma aplicação do método em: NOGUEIRA, Wallace 
Roberto Melo. A avaliação do risco ergonômico em operações 
manuais de montagem: uma análise comparativa entre o Moore-
Garg Strain Index e o índice Tor-Tom no polo industrial de Manaus. 
2012. 88 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado Profi ssional 
em Engenharia Elétrica Com Ênfase em Processos Industriais, 
Departamento de Engenharia Elétrica, Instituto de Tecnologia 
- Universidade Federal do Pará, Belém, 2012. Disponível em: 
<http://www.itegam.org.br/arquivos/dissertacoes/dissert_wallace.
pdf>. Acesso em: 30 maio 2013.
 
Check-lists ou Listas de verifi cação
Uma das listas de verifi cação utilizada pelos analistas encontra-se no 
Manual dos pontos de verifi cação ergonômica, que, segundo Diego-Más e 
Asensio Cuesta (2013), é um manual que tem como objetivo principal contribuir 
para uma aplicação sistemática dos princípios ergonômicos. Foi desenvolvida 
com o propósito de oferecer soluções práticas e de baixo custo aos problemas 
124
 Ergonomia
ergonômicos, particularmente para a pequena e mediana empresa. Pretende 
proporcionar de uma maneira útil e simples uma melhoria dos locais de 
trabalho para uma maior e melhor condição de segurança, saúde e efi ciência.
A ideia surgiu da colaboração entre a Organização Internacional do 
Trabalho (OIT) e a Associação Internacional de Ergonomia (AIE). No ano 
de 1991, o Technology Transfer Committee da AIE designou um grupo de 
especialistas, sob a presidência de Najmedin Meshkati, para criar um rascunho 
do documento e elaborar a maior parte do material. O grupo esteve dirigido 
principalmente por Kazutaka Kogi, da OIT, e Ikka Kuorinka, da AIE. Kuorinka 
reuniu os diferentes manuscritos e Kogi editou os pontos de verifi cação. Os 
especialistas identifi caram diferentes áreas principais nas quais a contribuição 
da Ergonomia às condições de trabalho foi considerada como algo muito 
importante para as pequenas empresas.
Na elaboração dos pontos de verifi cação buscou-se ajudar os usuários a 
resolver o problema e encontrar solução. Por isso, tentou-se reduzir a parte 
analítica, favorecendo as soluções práticas.
O livro Pontos de Verifi cação Ergonômica está dirigido a quem deseja 
melhorar as condições de trabalho por meio de uma análise sistematizada 
e uma busca de soluções práticas para seus próprios problemas. Os pontos 
de verifi cação foram desenvolvidos para serem usados por empresários, 
supervisores, trabalhadores, engenheiros, equipe da Segurança e Saúde 
laboral, instrutores, inspetores, ergônomos, projetistas de locais de trabalho 
e outras pessoas que possam estar interessadas em melhorar os lugares, 
equipamentos e condições de trabalho. A lista contida no livro cobre todos 
os principais fatores ergonômicos dos lugares de trabalho, a qual ajudará a 
supervisioná-los de maneira organizada.
Adquira gratuitamente o seu manual: MTE/FUNDACENTRO. 
Pontos de verifi cação ergonômica: soluções práticas e de difícil 
aplicação para melhorar a segurança, a saúde e as condições 
de trabalho. São Paulo: Fundação Jorge Duprat Figueiredo de 
Segurança e Medicina do Trabalho, 2001. Disponível em:<http://
www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/anexos/Publicacao/
PontosdeVerifi cacaoErgonomica.pdf>. Acesso em: 30 maio 2013.
Este manual também está disponível gratuitamente no site da 
Organização Internacional do Trabalho (OIT) do Brasil em:
http://www.oitbrasil.org.br/sites/default/files/topic/safework/
pub/pontosdeverifi cacaoergonomica_366.pdf
125
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA Capítulo 6 
Outra lista de verifi cação utilizada encontra-se no Manual, que é uma 
versão traduzida para o português e autorizada para fi ns acadêmicos do método 
EWA - Ergonomic Workplace Analysis, realizada pelo grupo Ergo&Ação, da 
Universidade Federal de São Carlos, sob o título: Análise Ergonômica do 
Posto de Trabalho. Dirigido especialmente para as atividades manuais da 
indústria e para a manipulação de materiais, foi projetado para servir como 
uma ferramenta que permita ter uma visão da situação de trabalho, a fi m de 
projetar os postos de trabalho e as tarefas seguras e que sejam saudáveis e 
produtivas. Também pode ser utilizado para o acompanhamento das melhorias 
implantadas em algum setor ou para comparar diferentes postos de trabalho. 
A base da análise ergonômica do posto de trabalho consiste na descrição 
sistemática e cuidadosa da tarefa ou do posto de trabalho para a qual são 
utilizadas observações e entrevistas, a fi m de obter a informação necessária. 
Em alguns casos, é necessária a utilização de alguns instrumentos simples de 
medição, como pode ser um luxímetro para a iluminação, um decibelímetro 
para o ruído, um termômetro para análise térmica do ambiente, etc. 
Verifi que a aplicação do método EWA – Ergonomics Workplace 
Analysis em: PACCOLA, Sileide Aparecida de Oliveira. Revisão de 
Metodologias de Avaliação Ergonômica Aplicadas a Carteira 
Escolar: Uma abordagem analítica e comparativa. 2007. 160 f. 
Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Desenho Industrial, 
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, Universidade 
Estadual “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, Bauru, 2007 Disponível 
em: <http://www4.faac.unesp.br/posgraduacao/design/dissertacoes/
pdf/sileidepaccola.pdf>. Acesso em: 30 maio 2013.
Como características específi cas desse método, destacam-se as 
seguintes:
 - Apesar de ser dirigido à indústria, não está dirigido parra aplicação para 
produção em série;
 - É um método aberto. Mesmo que seja defi nida uma série de itens, 
existe a possibilidade de complementar ou suprimir aqueles que o usuário 
considere necessários. O método contempla os seguintes itens:
1. Área de trabalho;
2. Atividade física geral;
3. Levantamento de cargas;
4. Posturas de trabalho e movimentos;
5. Risco de acidente;
6. Conteúdo do trabalho;
7. Restrições no trabalho;
126
 Ergonomia
8. Comunicação entre trabalhadores e contatos pessoais;
9. Tomada de decisão;
10. Repetitividade do trabalho;
11. Atenção;
12. Iluminação;
13. Ambiente térmico;
14. Ruído;
15. Análise Ergonômica do Posto de Trabalho – Resumo.
Os itens do método são quantifi cáveis e estão incluídos aqueles que se 
podem estruturar e classifi car adequadamente. 
Adquira gratuitamente este manual de Análise Ergonômica 
do Posto de Trabalho, que é tradução autorizada para fi ns 
acadêmicos do método EWA – Ergonomic Workplace Analysis 
no site: http://www.simucad.dep.ufscar.br/110345_Ergonomia_
graduacao_1_2008/ewa.pdf.
ELABORAÇÃO DE LAUDOS ERGONÔMICOS
Couto (1995 apud LIMA, 2003) ressalta que não há um padrão de 
laudo técnico que possa ser utilizado como modelo, porém salienta que 
os pesquisadores podem utilizar as sugestões teóricas existentes para o 
desenvolvimento de seus trabalhados. Nesse sentido, apresenta a estrutura 
do laudo com as seguintes partes principais, apresentadas na Figura 27: 
- Introdução;- Desenvolvimento;
- Considerações fi nais e
- Bibliografi a. 
Figura 27 – Partes de um relatório de análise ergonômica
Fonte: Lima (2003).
127
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA Capítulo 6 
a) Introdução 
A contextualização do cenário geral do relatório é apresentada na 
introdução, com a apresentação das justifi cativas relativas às razões científi cas 
que motivam a realização do trabalho em questão, “[...] se se trata de alta 
incidência de lesões, ou de introdução de nova tecnologia, de notifi cação dos 
órgãos de fi scalização [...] etc.” (COUTO, 1995, p.374 apud LIMA, 2003, p. 49), 
apresentando, também, uma explicitação dos objetivos estabelecidos para a 
realização da pesquisa. 
b) Desenvolvimento 
A primeira parte do desenvolvimento refere-se à descrição da tarefa/
atividade analisada, devendo ser de maneira mais completa e esclarecedora 
possível. Nesse sentido, pode-se utilizar de fl uxograma representativo do fl uxo 
de processo, gráfi cos demonstrativos das operações, etc. Posteriormente, 
descreve-se o método científi co utilizado para a análise: indicando se adotou 
uma análise qualitativa ou quantitativa; se foram realizadas entrevistas e/
ou foram feitos os levantamentos por meio de questionários; se foram feitas 
observações assistidas, como, por exemplo, com a utilização e análise prévia 
de fi chas de registro, fotos e vídeos das tarefas analisadas. Nesta etapa devem 
ser descritas todas as atividades efetivamente desenvolvidas.
c) Considerações fi nais 
As conclusões inerentes especifi cando os problemas verifi cados, os 
fatores causadores e as frequências observadas são apresentados nesta 
seção do laudo. Nesta etapa, apresentam-se as recomendações de maneira 
clara como esclarece Couto (1995, p.375 apud LIMA, 2003, p. 50): 
As recomendações devem estar claramente explicitadas 
em sete categorias: revezamentos, pausas, melhorias 
na organização do sistema de trabalho, melhorias no 
método de trabalho, pequenas melhorias em postos de 
trabalho, projeto de melhorias ergonômicas e orientações 
necessárias aos trabalhadores para práticas corretas. Todas 
as recomendações devem ser classifi cadas em prioridades. 
Recomenda-se usar a classifi cação A, B ou C, o que 
permitirá à gerência planejar as medidas corretivas. Para 
classifi cação, não se deve levar em conta se é fácil ou não, 
e sim o seu impacto em termos de potencial de gravidade.
Couto (1995 apud LIMA, 2003) recomenda que as sugestões atendam a 
cinco critérios considerados essenciais: 
 • biomecânico: com a solução indicada, o corpo humano do trabalhador 
apresenta melhor funcionamento; 
 • fi siológico: objetiva diminuir a fadiga do trabalhador; 
 • epidemiológico: a partir da implantação da medida indicada ocorre a 
diminuição das lesões; 
128
 Ergonomia
 • psicofísico: refere-se à boa aceitabilidade da sugestão por parte dos 
trabalhadores; 
 • produtividade: refere-se ao melhor rendimento no trabalho proporcionado 
pela sugestão apresentada. 
Nesse sentido, Couto (1995 apud LIMA, 2003) enfatiza que, provavelmente, 
uma recomendação que promova um aumento da fadiga do trabalhador, que 
proporcione uma redução na produtividade e não tenha uma boa aceitação 
por parte dos trabalhadores, não será considerada uma boa recomendação 
ergonômica.
d) Bibliografi a 
Lima (2003) enfatiza a necessidade de se incluir, nesta parte do laudo 
técnico, uma lista contendo os referenciais utilizados para a fundamentação 
técnica do laudo, apesar de ter sido um trabalho realizado dentro de uma 
empresa e não tratar-se essencialmente de um laudo acadêmico.
Atividades de Estudos:
1) Discorra sucintamente sobre a Estrutura da Análise 
Ergonômica do Trabalho (AET).
_________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
2) Na aplicação do método OCRA, a primeira etapa da 
avaliação de risco consiste em identifi car se existem situações que 
possam expor os trabalhadores ao risco. Se houver tais riscos pode 
ser necessária uma avaliação de risco mais detalhada. Descreva 
sucintamente os fatores a serem considerados na avaliação do 
risco.
_________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
3) Inicia-se a aplicação da técnica NIOSH com a seleção dos 
postos de trabalho que serão analisados, sendo conveniente ter 
uma ordem de prioridade estabelecida. O critério básico para 
o estabelecimento dessa prioridade é começar nos locais nos 
quais tenham ocorrido lesões. Apresente os fatores indicativos de 
potenciais riscos associados à movimentação manual de cargas 
que podem ser considerados em qualquer caso.
_________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
129
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA Capítulo 6 
4). Apresente de maneira resumida os procedimentos de 
aplicação do método de avaliação de risco ergonômico Rapid 
Upper Limb Assessment – RULA.
_________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
5). Descreva sucintamente os procedimentos de aplicação do 
método de avaliação de risco ergonômico Ovako Working Posture 
Analysing System – OWAS.
_________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
6). Discorra resumidamente sobre os procedimentos de 
aplicação do método de avaliação de risco ergonômico Rapid 
Entire Body Assessment – REBA.
_________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
7). Relacione de maneira sucinta os procedimentos de 
aplicação do método de avaliação de risco ergonômico Strains 
Index – SI.
_________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
8). Discorra sobre as principais características do manual 
intitulado Pontos de Verifi cação Ergonômica, traduzido e publicado 
pela Fundacentro.
_________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
9). Comente sobre as principais características do método 
EWA - Ergonomic Workplace Analysis, que teve sua tradução e 
publicação realizada pelo grupo Ergo&Ação, da Universidade 
Federal de São Carlos, sob o título: Análise Ergonômica do Posto 
de Trabalho.
_________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
130
 Ergonomia
10). Descreva de maneira sucinta as principais partes de um 
laudo ou relatório de análise ergonômica.
_________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Buscou-se neste capítulo tratar das informações relativas às principais 
técnicas de avaliação ergonômica e às recomendações para a elaboração dos 
laudos ergonômico. Desse modo, percebemos que:
 - A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é constituída de três partes: a) 
Análise do sistema de trabalho: na qual são considerados: os objetos de 
trabalho, o equipamento e o ambiente de trabalho. b) Análise das tarefas: 
na qual se consideram os aspectos relacionados aos objetos materiais de 
trabalho, relacionados ao processamento de informações e planejamento 
e relacionado com as outras pessoas. c) Análise da demanda do trabalho: 
a qual se refere aos aspectos ergonômicos envolvidas na recepção de 
informações (percepção), decisãoe resposta / atividade (ação). 
 
 - A primeira etapa da avaliação de risco do método OCRA consiste em 
identifi car se existem situações que possam expor os trabalhadores 
ao risco. Se houver tais riscos pode ser necessária uma avaliação mais 
detalhada. Na avaliação do risco devem-se considerar os seguintes fatores: 
a) Repetição: o risco aumenta à medida que aumenta a frequência 
dos movimentos e/ou diminui o tempo do ciclo. O risco de distúrbios 
musculoesqueléticos pode variar, dependendo do contexto, do tipo de 
movimento e das características do indivíduo. 
b) Força: O trabalho deverá envolver a execução de forças suaves, 
evitando movimentos bruscos ou irregulares. 
c) Postura e movimento: as tarefas e as operações realizadas no 
trabalho devem proporcionar variações de postura. 
d) Duração do trabalho e recuperação fi siológica insufi ciente: o 
tempo de duração do trabalho pode ser fragmentado de várias formas e 
a falta de tempo para a recuperação fi siológica aumenta o risco de lesões 
musculoesqueléticas.
 e) Os fatores adicionais: características dos objetos de trabalho; forças 
de vibração e de impacto; condições ambientais; fatores decorrentes das 
características individuais e organizacionais.
131
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA Capítulo 6 
 - A aplicação da técnica NIOSH se inicia com os locais de maior risco, 
sendo conveniente ter uma ordem de prioridade estabelecida. O critério 
básico para o estabelecimento dessa prioridade é começar nos locais nos 
quais tenham ocorrido lesões. Em qualquer caso, podem ser considerados, 
também, os seguintes fatores indicativos de potenciais riscos associados 
à movimentação manual de cargas: levantar pesos pesados (acima de 15 
kg); manipulação de pesos durante todo o dia de trabalho; manipulação de 
pesos em ciclos muito curtos (altas frequências), mesmo quando os pesos 
não são muito grandes (superior a 3 kg); manuseio de objetos difíceis de 
agarrar; tarefas que envolvem elevação de cargas a partir do solo ou que 
sejam colocadas a uma altura acima dos ombros; movimentação de carga 
envolvendo a torção do tronco; tarefas que tenham uma alta incidência de 
queixas por parte do pessoal e tarefas com elevado índice de absenteísmo.
 
 - O procedimento de aplicação do método RULA se resume em: determinar 
os ciclos de trabalho e observar o trabalhador durante vários ciclos; 
selecionar as posturas que serão avaliadas; determinar o lado, esquerdo 
ou direito do corpo, que será avaliado; determinar as pontuações para 
cada parte do corpo; obter a pontuação fi nal do método e o nível de 
atuação para determinar a existência de riscos; revisar as pontuações das 
diferentes partes do corpo para determinar onde se fazem necessárias as 
correções; redesenhar o posto de trabalho ou promover mudanças para 
melhorar a postura se for necessário; avaliar novamente a postura com o 
método RULA para comprovar a efetividade das melhorias adotadas.
 
 - Os procedimentos do método OWAS podem ser assim resumidos: 
determinar se a observação da tarefa deve ser dividida em várias fases 
ou etapas; estabelecer o tempo total de observação da tarefa; determinar 
a duração dos intervalos de tempo em que se dividirá a observação; para 
cada postura adotada pelo trabalhador, determinar a posição das costas, 
dos braços e das pernas, assim como a carga levantada; codifi car as 
posturas observadas, estabelecendo, para cada posição e para cada 
carga, os valores correspondentes referentes ao código de postura 
indicativo; calcular para cada código de postura a respectiva categoria de 
risco; calcular o percentual de posturas prolongadas, em cada categoria 
de risco; calcular o percentual de repetições ou frequência relativa de cada 
posição das costas, braços e pernas com relação às demais; estabelecer, 
em função da frequência relativa de cada posição das distintas partes 
do corpo, a respectiva categoria de risco, para que se possa identifi car 
aquelas que apresentam uma atividade mais crítica; determinar, em 
função dos riscos calculados, as ações corretivas e relativas necessárias 
ao redesenho; avaliar novamente a tarefa com o método OWAS para 
comprovar a efetividade da melhoria adotada.
132
 Ergonomia
 - A aplicação do método REBA pode ser resumida do seguinte modo: 
divisão do corpo em dois grupos, sendo o grupo A o correspondente 
ao tronco, o pescoço e as pernas e o grupo B o grupo formado pelos 
membros superiores: braço, antebraço e pulso; pontuação individual dos 
membros de cada grupo a partir de suas tabelas correspondentes; consulta 
da tabela A para a obtenção da pontuação inicial do grupo A com base 
nas pontuações individuais do tronco, pescoço e pernas; modifi cação da 
pontuação defi nida ao grupo A em função da carga ou esforços aplicados, 
estabelecendo a pontuação A; correção da pontuação defi nida para a zona 
corporal do grupo B de acordo com o tipo de pega da carga manipulada, 
estabelecendo a pontuação B; utilizando a pontuação A e a pontuação B e 
por meio da consulta à tabela C é obtida uma nova pontuação denominada 
pontuação C; modifi cação da pontuação C de acordo com o tipo de 
atividade muscular desenvolvida para a obtenção da pontuação fi nal do 
método; consulta do nível de ação, risco e urgência da atuação em função 
do valor fi nal calculado; revisar exaustivamente as pontuações individuais; 
dependendo do resultado obtido, providenciar o redesenho do posto ou a 
introdução de mudanças para a melhoria de determinadas posturas críticas 
e providenciar a reavaliação das novas condições do posto com o método 
REBA para a comprovação da efetividade da melhoria adotada.
 - Uma das listas de verifi cação utilizada pelos analistas encontra-se no 
Manual dos pontos de verifi cação ergonômica, que é um manual que 
tem como objetivos principais: contribuir para uma aplicação sistemática 
dos princípios ergonômicos; oferecer soluções práticas e de baixo custo 
aos problemas ergonômicos, particularmente para a pequena e mediana 
empresa; proporcionar de uma maneira útil e simples uma melhoria dos 
locais de trabalho para uma maior e melhor condição de segurança, saúde e 
efi ciência; ajudar os usuários a resolver o problema e encontrar solução. Por 
isso, tentou-se reduzir a parte analítica favorecendo as soluções práticas. 
O livro Pontos de Verifi cação Ergonômica está dirigido a quem deseja 
melhorar as condições de trabalho por meio de uma análise sistematizada 
e uma busca de soluções práticas para seus próprios problemas. Os pontos 
de verifi cação foram desenvolvidos para serem usados por empresários, 
supervisores, trabalhadores, engenheiros, equipe da Segurança e Saúde 
laboral, instrutores, inspetores, ergônomos, projetistas de locais de 
trabalho e outras pessoas que possam estar interessadas em melhorar 
os lugares, equipamentos e condições de trabalho. A lista contida no livro 
cobre todos os principais fatores ergonômicos dos lugares de trabalho, a 
qual ajudará a supervisioná-los de maneira organizada.
 - Outra lista de verifi cação utilizada encontra-se no Manual que é uma 
versão traduzida para o português e autorizada para fi ns acadêmicos 
do método EWA - Ergonomic Workplace Analysis, realizada pelo grupo 
133
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA Capítulo 6 
Ergo&Ação, da Universidade Federal de São Carlos, sob o título: Análise 
Ergonômica do Posto de Trabalho. Como características específi cas desse 
método, destacam-se as seguintes: apesar de ser dirigido à indústria, não 
está dirigido para aplicação para produção em série; é um método aberto; 
mesmo que seja defi nida uma série de itens, existe a possibilidade de 
complementar ou suprimir aqueles que o usuário considere necessários; 
contempla os seguintes itens: área de trabalho; atividade física geral; 
levantamento de cargas; posturas de trabalho e movimentos; risco de 
acidente; conteúdo do trabalho; restrições no trabalho; comunicação entre 
trabalhadores e contatos pessoais;tomada de decisão; repetitividade do 
trabalho; atenção; iluminação; ambiente térmico; ruído; resumo da análise 
ergonômica do Posto de Trabalho; os itens do método são quantifi cáveis 
e estão incluídos aqueles que se podem estruturar e classifi car 
adequadamente. 
 
 - Recomenda-se que o laudo ergonômico seja formado pelas seguintes 
partes: 
a) Introdução: apresentação do cenário geral do relatório; apresentação 
das justifi cativas relativas às razões científi cas que motivam a realização 
do trabalho em questão e apresentação da explicitação dos objetivos 
estabelecidos para a realização da pesquisa. 
b) Desenvolvimento: descrição da tarefa/atividade analisada; descrição 
do método científi co utilizado para a análise e descrição das demais atividades 
efetivamente desenvolvidas.
c) Considerações fi nais: as conclusões inerentes, especifi cando os 
problemas verifi cados, os fatores causadores e as frequências observadas; 
as recomendações que atendam a cinco critérios considerados essenciais: 
biomecânico: com a solução indicada, o corpo humano do trabalhador 
apresenta melhor funcionamento; fi siológico: objetiva diminuir a fadiga do 
trabalhador; epidemiológico: a partir da implantação da medida indicada 
ocorre a diminuição das lesões; psicofísico: refere-se à boa aceitabilidade da 
sugestão por parte dos trabalhadores e produtividade: refere-se ao melhor 
rendimento no trabalho proporcionado pela sugestão apresentada. 
d) Bibliografi a: contendo os referenciais utilizados para a fundamentação 
técnica do laudo.
134
 Ergonomia
REFERÊNCIAS
AHONEN, Mauno; LAUNIS, Martti; KUORINKA, Tuulikki (Ed.). Análise 
Ergonômica do Posto de Trabalho: Ergonomic Workplace Analysis. São 
Carlos. Universidade Federal de São Carlos - Departamento de Engenharia 
de Produção - Grupo Ergo&Ação. Tradução autorizada para fi ns acadêmicos. 
Coordenação de João Alberto Camarotto, S/D. 31. Disponível em: <http://
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