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Sheila Prates – 93 Ortodontia I CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CRANIOFACIAL Fundamentos Importância: quando se sabe dos eventos que acontece ao longo do crescimento, pode atuar sobre eles. Como em qual direção e dimensão acontecem, quais células atuam no processo... Saber identificar maloclusões. Quando se tem mal oclusões severas, existe uma ligação direta (quase sempre) com interações ou desarmonia de crescimento craniofacial. Nesses casos, trata-se osso ao invés de dente. Se o osso ainda está em crescimento, há chance de redirecionar e alterar o crescimento, aumentar ou restringir. E quando o crescimento está concluído, opta-se por uma cirurgia ortognática ou compensações dentárias de um problema esquelético. Prognatismo mandibular severo: mordida cruzada anterior Restrição do crescimento mandibular: maloclusão (mordida cruzada posterior) A maloclusão, em menor ou maior grau, tem problema esquelético envolvido. • Crescimento é uma área de atuação terapêutica e dependendo da hora de atuação, terá sucesso. Em crianças: se altera o crescimento colocando aparelhos. MECANISMOS DE FORMAÇÃO ÓSSEA Necessário para que o osso cresça e aumente de volume é a formação óssea. O volume ósseo tem que ser acrescido ao longo do desenvolvimento, ou seja, osteogênese. OSTEOGÊNESE – processo fisiológico de formação óssea. É o mecanismo celular a qual se forma osso. Existem 2 processos: • INTRAMEMBRANOSA – é o mecanismo de formação óssea mais comum no crescimento craniofacial. Origina ossos que surgem do tecido conjuntivo membranoso. OSTEOGÊNESE INTRAMENBRANOSA: formação óssea que acontece em área específica – periósteo/endosteo, sutura e LP • ENDOCONDRAL – origina tecido cartilaginoso (Se diferenciam na fase de formação do tecido ósseo e o tecido de origem) Mecanismos de formação óssea - INTRAMEMBRANOSO Áreas de tensão: • Periósteo / endósteo (dentro do osso) – periósteo é tecido conjuntivo bem vascularizado que está sobre a superfície óssea e esse tecido forma osso. Lâmina: células do periósteo membranoso recebe ativação celular de forma que vão começar a diferencias em osteoblastos, estes vão depositando matriz não mineralizada e essa matriz vai mineralizando. Osteoblastos produz continuamente osso na periferia, a cavidade vai ficando cada vez menor até que os osteoblastos transformam em osteócitos. • Suturas – zigomático temporal, zigomático maxilar • Ligamento periodontal Áreas de tensão – estiramento dos tecidos vizinhos a essas áreas Mecanismos de formação óssea – ENDOCONDRAL (ossos longos do corpo, fêmur, braços e antebraços.) Áreas de compressão: áreas articulares do crânio onde há pressão ou áreas onde há grande deposição de tecido como a base do crânio, onde repousa do peso da massa encefálica • Sincondroses da base do crânio • Côndilo – tem íntimo contato com a cavidade articular do osso temporal e é área de pressão Porque precisa de um mecanismo diferente em áreas de pressão? Nas formação endocondral tem a princípio um tecido cartilaginoso já formado e esse tecido é invadido por células e elas aumentam de tamanho e número e vão começar a forma tecido cartilaginoso, um arca bolso cartilaginoso que é uma proteção mecânica estrutural daquela região para depois essa área ser invadida por outras células que vão formar osso por cima do tecido cartilaginoso. DEFINIÇÕES E CONCEITOS • CRESCIMENTO – resultados de processos biológicos (aumento de tamanho e nº de células), através dos quais a matéria se torna maior. Aumento de volume. • DESENVOLVIMENTO – mudança de células ou tecidos generalizados em tecidos mais especializados. Células inespecíficas são diferenciadas em tecido mais especializado. Células do tecido conjuntivo são transformadas em células produtoras de osso, ex: osteoblasto. Mudança de função. • MATURAÇÃO – quaisquer mudanças que ocorrem com o amadurecimento ou com a idade, tamanho de osso, quantidade de crescimento expressado. Não relaciona com alterações celulares. • CRESCIMENTO + DESENVOLVIMENTO = MATURAÇÃO GRADIENTE CEFALOCAUDAL DE CRESCIMENTO ESQUERDO: crânio de recém-nascido, que é proporcionalmente grande em relação a face proporcionalmente pequena. DIREITO: equilíbrio de dimensão craniana com a dimensão facial. Ocorre um crescimento diferencial após o nascimento. A face cresce mais do que o crânio, calvária. Gradiente: gradação que vai crescendo da cabeça para a cauda Mecanismos de crescimento – REMODELAÇÃO É o mecanismo pelo qual o osso aumenta o volume e modifica sai forma DIFERENÇA fundamental entre as 3 mandíbulas: a mandíbula adulta não é uma mandíbula pequena aumentada. Há diferença de formato, morfologia. Tamanho do ramo mandibular em recém-nascido é quase inexistente, proeminência mentoniana é nula, altura da chanfradura coronóide vai sendo aprofundando com a idade, altura do processo coronóide e condilar, altura dos processos alveolares, do corpo mandibular. A mandíbula de um adulo além de ser maior é de outro formato. Ao longo do crescimento (aumento de volume) há uma remodelação óssea. Acontece em todo o crânio. Aumento de volume + alteração de formato = remodelação óssea. CRESCIMENTO DIFERENCIAL A remodelação precisa de 2 fenômenos simultâneos: APOSIÇÃO x REABSORÇÃO Reabsorção: papel secundário que vai modelando o osso mediante a ação da aposição. Setas brancas: aposição/deposição óssea / incremento / crescimento Setas pretas: reabsorção óssea – reformatação/ desgastes / magnitudes variáveis, áreas específicas Isso acontece em áreas diferentes com intensidade diferente, mudam o formato do osso. A remodelação acontece devido a aposição óssea associada a reabsorção óssea • Áreas • Intensidade • Direção • Variações anatômicas – padrão de crescimento determinado geneticamente ✓ Distribuição dos campos de crescimento ✓ Localização e formato dos campos de crescimento ✓ Taxas e quantidades de crescimento em casa campo ✓ Diferença de ritmos de crescimento entre os diferentes campos Mecanismo de crescimento – DESLOCAMENTO É o movimento físico de todo o osso; acontece enquanto este se remodela. Se desloca ao lado oposto ao da deposição/crescimento, por causa do anteparo do osso em que está em contato o PRA FRENTE E PARA BAIXO Deslocamento ou aposição: qual vem primeiro? Depende do que está ocorrendo. Se for uma deposição/ crescimento programado, o deslocamento vai ser uma consequência. Se o caso for a função deslocar o osso primeiro depois ocorre uma aposição para compensar o espaço, o deslocamento vem em primeiro. Em caso de tratamento terapêutico, mudar a posição do osso, a resposta ao crescimento vai ser no sentido de compensar essa alteração de aposição. Aparelho ortopédico muda a posição do osso e aguardo que o crescimento adicional se manifeste depois da alteração de posição do osso. CRESCIMENTO DO COMPLEXO NASOMAXILAR ESTÍMULOS São de origem externa - área que molda e faz o crescimento também influenciado por funções: respiração, mastigação, fala, deglutição... Crescimento para trás e para cima e deslocamento da face para frente e para baixo (deslocamento é o resultado de movimentação física do osso em decorrência do crescimento ou simultânea Complexo nasomaxilar – enquanto há deposição óssea (+) em uma das faces, há o deslocamento do osso no sentindo contrário porque sempre tem o contato de ossos, no caso a base do crânio À medida que um osso “cresce” em uma dada direção, ele é simultaneamente deslocado para a direção oposta. SUTURAS – áreas do tecido conjuntivo que submetido a tracionamento/tensionamento vai existir um estímulo dentro dessas suturas para formação óssea. Se encontram com áreas de centro de crescimento e se fecham ao decorrer do crescimento. Ocorre a osteogênese intramembranosa. • Zigomático-maxilar • Zigomático-frontal • Zigomático-temporal •Pterigopalatina – processo pterigoide do osso esfenoide ao osso palatino o Suturas ao longo do desenvolvimento das funções, são tensionadas a uma alteração espacial (sutil) dos ossos no sentido pra frente e para baixo, de orientação oblíqua para dar direção de crescimento. Havendo tensionamento das suturas, passam a ser área de crescimento ativo. • Palatina mediana – relaciona ao aumento transversal da maxila, largura maxilar. Aparelho disjuntor: tem um parafuso que abre à medida que tensiona o tecido conjuntivo da sutura. Aplicação de estímulo para que a haja crescimento e formação óssea nessa região. Uso terapêutico desse potencial de crescimento enquanto ainda está disponível para resolver os problemas oclusais e ortopédicos o Aparelho extrabucal: com o aparelho disjuntor no palato, que região de ancoragem e ganchos na região vestibular dos caninos e esses ganchos ligam o elástico até a haste externa do aparelho. Esses elásticos fazem grande força puxando a maxila para frente. Em média 400-500g de força cada lado. Tracionamento a maxila pra frente estará tensionando as suturas cranianas, muda a maxila de posição (+ anterior) e o deslocamento faz com q haja tensionamento de sutura que leva deposição/aumento ósseo. Descruza a mandíbula pelo tracionamento anterior da maxila. TUBEROSIDADE MAXILAR o centro de crescimento vigoroso da maxila o Região posterior da maxila o Alongamento maxilar Área de grande aposição/deposição no sentido posterior, ou seja, há muito incremento de camadas ósseas. Também há um incremento pra lateral e inferior, então, todo processo de deposição óssea ao longo do tempo, vai fazer com que haja principalmente, um alongamento do arco maxilar, devido a deposição posterior. Também aumenta transversalmente e em altura. Importante para criar espaço para erupção dos dentes posteriores. Ao mesmo tempo que ocorre a deposição óssea na tuberosidade maxilar, há reabsorção na região anterior de superfície óssea da maxila, a frente de uma referência anatômica chamada Key Ridge (crista chave), que corresponde a protuberância do arco zigomático sobre a maxila, pra frente há reabsorção e a trás, deposição óssea. É possível aumentar o potencial ou aproveitar o potencial de crescimento da tuberosidade maxilar movimentado molares superiores permanentes para a distal, com aparelhos ortopédicos externos. ESPAÇO AÉREO NASAL o Centro de crescimento da maxila o Reabsorção estimulada pela passagem aérea Câmara nasal: parede lateral dos lados, que ao longo do crescimento faz constante reabsorção óssea. Ao nascer, a câmara nasal é mais estreita que vai se tornando mais ampla através da reabsorção das paredes internas da cavidade nasal. Esse espaço precisa ser aumentado devido ao crescimento da estatura, aumenta o esforço necessário para desempenhar tarefas (funções) e assim, precisa de maior oxigenação, garantindo a entrada de ar ampliando a câmara nasal pelo papel da reabsorção. Uma criança que respira pela boca não gera estímulo de passagem de ar pela câmara nasal, sem esse estimulo, há uma diminuição na taxa de reabsorção deixando a câmara nasal mais estreita. PALATO o Aposição dentro do arco ✓ Deslocamento no mesmo sentindo da aposição ✓ Princípio de “V” – deposição óssea na parede interna. Crescem seguindo um padrão No palato, há deposição óssea na parede interna, ou seja, vários incrementos ósseos no sentido da seta (para baixo), o osso também se desloca no mesmo sentido, sendo uma exceção. A abóbada palatina tem um formato de “v”. CRESCIMENTO MANDIBULAR Toda a extensão de sua área participa do processo de remodelação (aposição + reabsorção) o Crescimento para trás e para cima – resultante de todos os vetores o Deslocamento da face para frente e para baixo (consequência) RAMO • APOSIÇÃO: margem posterior (externo) • REABSORÇÃO: margem anterior • Princípio do “V” • Manutenção da distância entre os côndilos A mandíbula pequena cresce com sucessivas deposições de camadas ósseas na margem posterior do ramo mandibular. Não é crescimento vertical em altura. O ramo vai ficando cada vez mais largo no sentindo horizontal, então, ocorre a reabsorção óssea simultânea na borda anterior do ramo e realocação do ramo para trás. O que na parte da chanfradura coronoide passa a ser o meio do osso, ramo. Isso também faz com que haja um alongamento do corpo da mandíbula no sentindo anteroposterior. Viabiliza então, espaço para erupção dentária. Deposição na região interna no “V”, representada pelo vetor X, no sentindo vertical, porque já tem a distância intercondilar determinada precocemente, se tivesse deposição óssea no sentido obliquo, teria um aumento progressivo das distancias intercondilares, o que não acontece. Então, toda deposição de face interna de “V” na mandíbula é feita no sentido vertical. O “V” vai ficando cada vez mais extenso, mas a distância entre os vértices do V onde fica os côndilos, é mantida ao longo do crescimento. ❖ Tuberosidade lingual Área de protuberância óssea que recebe deposição óssea principalmente para o sentido posterior e no sentido medial. Acontecem 2 processos simultaneamente: um externo na margem posterior do ramo e outro interno na tuberosidade lingual ambas para alongar o corpo mandibular. (aposição e reabsorção no ramo + aposição na tuberosidade) o Aposição posterior o Alongamento do corpo ❖ CÔNDILO Direção de crescimento: posterior e superior – deslocamento no sentido contrário o Osteogênese endocondral o Capacidade de crescimento multidirecional o Variações – rotação mandibular Aposição no região posterior do ramo e reabsorção na margem anterior do ramo, fazendo o alongamento do corpo mandibular. Região anterior da mandibula tem deposição óssea para altura do osso alveolar e erupção dos dentes. O côndilo em contato com a cavidade articular do osso temporal, deposita osso no sentido para cima e para trás. A medida dessa deposição, há um deslocamento da madíbula pra baixo e pra frente. variação de direção de crescimento no côndilo: quando tem crescimento mais vertical do que posterior, a mandíbula rotaciona no sentido anti- horario. E quando tem crescimento mais para horizontal/posterior do que para cima, a mandíbula rotaciona no sentido horário. Ou seja, o côndilo tem capacidade de crescimento multidirecional. Classe II – mandibula pouco crescida: estimula o deslocamento para frente com aparelho, que é de avanço mandibular e que só adota uma posição quando a boca se fecha. Anteriorização mandibular. Dessa forma, a consequência é a desalojação do côndilo da cavidade articular, que estimula a aposição óssea para manter a relação de um osso com o outro. CORPO PROCESSO ALVEOLAR • Aposição • Dimensão vertical do corpo mandibular maior, devido a formação do processo alveolar por conta dos dentes SÍNFISE MENTONIANA • Muita variedade individual • Contorno da região mentoniana – deposição óssea na região anterior e reabsorção superior ao mento, concavidade. Alongamento do corpo mandibular: APOSIÇÃO E REABSORÇÃO DO RAMO + APOSIÇÃO DA TUBEROSIDADE
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