Prévia do material em texto
Finanças: Fundamentos e processos Finanças: Fundamentos e processos Marcello Lopes dos Santos Michael Dias Corrêa Fi n an ça S: F u n Da M en to S e Pr oC eS So S Fundação Biblioteca Nacional ISBN 978-85-387-3577-9 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Marcello Lopes dos Santos Michael Dias Corrêa Finanças: fundamentos e processos IESDE Brasil S.A. Curitiba 2013 1.a edição Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br © 2008-2013 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ __________________________________________________________________________________ S236f Santos, Marcello Lopes dos. Finanças: fundamentos e processos / Marcello Lopes dos Santos, Michael Dias Corrêa. - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE, 2013. 196p. : 28 cm Inclui bibliografia ISBN 978-85-387-3577-9 1. Finanças 2. Administração financeira. I. Corrêa, Michael Dias. II. Título. 13-0433. CDD: 658.15 CDU: 658.15 21.01.13 23.01.13 042289 __________________________________________________________________________________ Capa: IESDE Brasil S.A. Imagem da capa: Shutterstock IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br Todos os direitos reservados. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Sumário Demonstrações contábeis | 9 Elaboração das demonstrações contábeis | 10 Balanço Patrimonial | 23 Balanço Patrimonial | 23 Demonstração do Resultado do Exercício | 28 Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados | 29 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido | 30 Introdução e conceitos de custos fixos e variáveis | 39 Introdução | 39 Conceito de custo direto e indireto, fixos e variáveis | 42 Classificação dos custos: fixos e variáveis | 43 Análise dos indicadores de desempenho | 49 Demonstrações mais importantes para análise | 51 Preparação de dados para a análise | 53 Metodologia de análise das demonstrações contábeis | 54 Sistemas de custeamento | 69 Introdução | 69 Departamentalização | 70 Classificação dos sistemas de custeios | 72 Sistema de custeamento II | 79 Custeio por absorção | 79 Classificação dos custos em diretos e indiretos | 80 Custos fixos e variáveis | 81 Custeio Baseado em Atividades (ABC) | 81 Implantação de um sistema de custos | 83 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Orçamento, provisões e reservas financeiras | 87 Introdução | 87 Conceitos e tipos de orçamento | 89 Organização e processo de elaboração | 90 Itens de um orçamento | 91 Estrutura do plano orçamentário | 91 Orçamento por atividades | 92 Elaboração do orçamento | 92 Ponto de Equilíbrio | 99 Conceituação | 99 Conceitos pertinentes ao Ponto de Equilíbrio | 100 Tipos de Ponto de Equilíbrio | 101 Elementos envolvidos na determinação do Ponto de Equilíbrio | 103 Determinação do Ponto de Equilíbrio de mercado | 104 Administração do capital de giro e análise das fontes de recursos | 107 Introdução | 107 Decisão de investimento | 108 Administração do capital de giro | 109 Fontes de financiamento de curto prazo | 110 Análise do Resultado Operacional | 117 Índices de lucratividade ou rentabilidade | 117 Medidas de análise e avaliação de desempenho | 119 Planejamento e controle financeiro | 129 Modelos de planejamento financeiro | 130 Custos e despesas: conceitos gerais | 134 Planejamento de resultados | 136 Projeção de demonstrações contábeis | 136 Planejamento de caixa e projeção do Balanço Patrimonial | 141 Planejamento de caixa | 141 Projeção do Balanço Patrimonial | 142 Definição das premissas | 142 Estudo de caso: projeções da empresa Faz Bem S/A | 143 Fluxo de caixa livre | 153 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Custos e fontes de investimentos | 159 Inflação | 159 Formação da taxa de juros no mercado | 161 Valores nominais e valores reais | 162 Decisões de investimentos | 162 Fluxos de caixa | 163 Custo de capital | 164 Mercado de Capitais | 173 Breve história do mercado de capitais | 173 Mercado de ações | 175 Pregão | 177 Debêntures | 178 Mercado de ações e financiamento a longo prazo | 185 Mercado futuro de ações | 185 Operações com ADR/GDR | 186 Mercado de derivativos | 187 Fundos de investimentos | 189 Anotações | 195 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este livro foi elaborado com o intuito de apresentar os conceitos pertinentes à área financeira das empresas. Foi organizado de maneira a abranger diversos processos e atividades dessa área. Serão abordados conceitos relacionados às demonstrações contábeis, custos e sistemas de custeamento, indicadores de desempenho, ponto de equilíbrio, administração do capital de giro e planejamento financeiro. A fim de facilitar a absorção dos conteúdos e demonstrar sua aplicação prática, o livro apresenta exemplos numéricos e alguns estudos de caso, que auxiliarão o leitor a compreender a importância dos processos que envolvem a gestão financeira. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Demonstrações contábeis Michael Dias Corrêa* 1A contabilidade é a responsável pelo registro, classificação e demonstração dos fatos ocorridos no patrimônio das entidades, através de uma técnica conhecida como escrituração contábil, que con- siste em registrar de forma ordenada tudo o que ocorre nas entidades. A contabilidade também fornece informações para análise e interpretação dos fatos obtidos me- diante a escrituração contábil, e possibilita que sejam evidenciadas, ou seja, conhecidas as variações ocorridas no patrimônio, através dos períodos. Pode-se dizer que a contabilidade atua em três campos no que diz respeito ao patrimônio das entidades, pois ela verifica: Situação econômica:::: – toda vez que uma entidade apura o seu resultado do exercício ela faz um resumo de sua situação econômica, e isso não necessariamente reflete em uma boa situ- ação patrimonial. Imagine o seguinte: uma empresa que compra sempre à vista e realiza suas vendas sempre a prazo, acaba por ter sua operação de geração de capital prejudicada, pois não consegue gerar capital em função de vendas a prazo e pagamentos à vista. A situação eco- nômica, na contabilidade, é evidenciada pela Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Situação financeira:::: – mesmo que uma entidade tenha prejuízo, ou seja, acabe vendendo por menos do que comprou, ela pode ter caixa, ou seja, dinheiro, suficiente,de outras operações bem-sucedidas para pagar suas contas. Situação evidenciada pelo Balanço Patrimonial (BP). Situação patrimonial:::: – representa os bens, direitos e obrigações de uma entidade como um todo, ou seja, o que ela tem de patrimônio. Em contraste com as outras situações desenvolve- -se a vida da empresa, e delas depende todo o desenvolvimento e até mesmo a continuidade da entidade. Situação evidenciada pelo Balanço Patrimonial (BP). Assim serão elaborados os conceitos relativos à elaboração das demonstrações contábeis, seus princípios e principais características. * Mestre em Contabilidade pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Graduado em Ciências Contábeis pela UFPR. Ex-militar de carreira da Aeronáutica, na área educacional. É professor da Universidade Positivo (UP) e do Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão (IBPEX), nos cursos de graduação e de pós-graduação na área de negócios empresariais. Gestor do Centro de Estudos em Controladoria e Governança Corporativa (CECON) da UP. Possui diversos estudos científicos publicados em congressos e periódicos científicos nacionais e internacionais. Professor de cursinhos preparatórios para concursos públicos na cidade de Curitiba. Empresário do setor educacional, atuou na área de controladoria da Esso Brasileira de Petróleo e na área de compras da Cia. Vale do Rio Doce. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 10 | Demonstrações contábeis Elaboração das demonstrações contábeis As demonstrações contábeis têm sua elaboração e apresentação como finalidade de informar os mais diversos tipos de usuários. No Brasil, especificamente, podem existir necessidades diversas e distintas, como a necessidade do governo de obter determinada informação que deverá ser gerada de acordo com as exigências necessárias para atender a esse fim (legislação tributária). Porém, essas demonstrações deverão também obedecer aos aspectos tributários e também às normas Brasileiras de Contabilidade que são editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). De acordo com o artigo 176 da Lei 6.404/76, mediante as alterações dadas pela Lei 11.638/2007, as demonstrações financeiras que devem ser apresentadas para as companhias abertas são as seguintes: Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III - demonstração do resultado do exercício; IV - demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) V - se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) § 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demons- trações do exercício anterior. §2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como “diversas contas” ou “contas correntes”. §3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela Assembleia Geral. §4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. [...] A elaboração de demonstrações contábeis, obedecendo à legislação societária, Lei 6.404/76 e suas alterações, bem como aos regramentos apresentados pelas NBCs, deverá fornecer informações utéis para tomada de decisão e avaliação dos mais diversos tipos de interessados. Estas demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas ao menos uma vez ao ano e devem atender de forma homo- gênea a uma vasta gama de usuários. De acordo com as informações do CRCPR (2011), pode-se apresentar o resumo da necessidade de elaboração e apresentação das demonstrações contábeis: Quadro 1 – Demonstrações contábeis obrigatórias Demonstração contábil Pequenas e médias empresas Empresas em geral Sociedades anônimas de capital aberto Balanço Patrimonial Obrigatório Obrigatório Obrigatório Demonstração do Resultado do Exercício Obrigatório Obrigatório Obrigatório Demonstração do Resultado Abrangente Pode ser substituída pela DLPA Obrigatório Obrigatório (C RC PR , 2 01 1. A da pt ad o. ) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 11|Demonstrações contábeis Demonstração contábil Pequenas e médias empresas Empresas em geral Sociedades anônimas de capital aberto Demonstração de Lucros (Prejuízos) Acumulados Facultativo Pode ser substituída pela DMPL Pode ser substituída pela DMPL Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Pode ser substituída pela DLPA Obrigatório Obrigatório Demonstração dos Fluxos de Caixa Obrigatório Obrigatório Obrigatório Demonstração de Valor Adicionado Facultativo Facultativo Obrigatório Notas Explicativas Obrigatório Obrigatório Obrigatório Assim, é possível verificar que de acordo com o tipo de entidade a demonstração pode ser obri- gatória, facultativa ou ainda substituída por outra demonstração contábil. Objetivo das demonstrações contábeis Pode-se dizer que o principal objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações so- bre a posição financeira e patrimonial de determinada entidade, além de informar sobre o desempenho e mudanças financeiras que possam ocorrer naquela entidade e que sejam, de alguma forma, úteis aos usuários em suas avaliações e tomada de decisão econômica (CRCPR, 2011). Além disso, as demonstrações podem refletir outro aspecto que é apresentar os resultados da atuação da administração na gestão da entidade, e também como está a capacitação na prestação de contas daqueles recursos que lhe foram confiados. A análise das demonstrações contábeis permite saber que a obtenção de informações financeiras e patrimoniais é feita com base no Balanço Patrimonial, já as informações sobre desempenho, ou seja, econômicas, são aquelas originadas na Demonstração do Resultado do Exercício. As informações que revelam as mudanças na posição financeira da empresa podem ser observadas pela Demonstração de Fluxo de Caixa (CRCPR, 2011). Princípios de contabilidade Além de todas as normas que deverão ser respeitadas na elaboração das demonstrações contá- beis, conforme destaca o CRCPR (2011), é preciso lembrar que a espinha dorsal da Ciência Contábil são os princípios de contabilidade. Os princípios, atualmente representados por seis conceitos, foram atualizados da Resolução 750/93 pela Resolução 1.282/2010 para que houvesse uma maior convergência com as normas internacionais. (C RC PR , 2 01 1. A da pt ad o. ) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 12 | Demonstrações contábeis Princípio da Entidade Esse princípio reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade e afirma a autonomia pa- trimonial, ou seja, a necessidade de diferenciação de um patrimônio particular no universo de patri- mônios existentes. O patrimônio não se confunde com aquele dos sócios ou proprietários no caso de sociedade ou instituição. Além disso, é preciso observar que o patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é ver- dadeira. Princípio da ContinuidadeDe acordo com esse princípio a entidade continuará em operação no futuro e, com base nisso, são avaliados os componentes do patrimônio de determinada entidade. O CRCPR (2011) destaca que caso haja evidências de descontinuidade as demonstrações contábeis deverão ser preparadas para isso de forma que apresentem as novas bases de mensuração que deverão ser usadas nesse caso. Princípio da Oportunidade Esse princípio refere-se ao registro das modificações nos componentes patrimoniais que necessi- ta que sejam geradas informações íntegras e tempestivas. Se o registro não observar esses dois quesi- tos, a informação gerada não será relevante, sendo necessário sempre levar em consideração a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. Princípio do Registro pelo Valor Original De acordo com esse princípio, os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valo- res iniciais da transação. São exemplos de bases que podem ser usadas para registro dos ativos: Custo Histórico:::: – os ativos são registrados pelo seu valor pago, ou que deverão ser pagos em caixa ou equivalentes de caixa, ou ainda pelo valor justo dos recursos que são entregues para obtê-los na data de aquisição. Já os passivos são registrados pelo valor dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação, ou mesmo pelo equivalente de caixa os quais serão necessários para liquidar o passivo no decorrer normal das operações. Custo corrente:::: – o reconhecimento pelo custo corrente equivale a dizer que um bem deverá ser mensurado pelo valor de caixa ou equivalente de caixa, que deveriam ter sido pagos por esses ativos caso estes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contá- beis. Já os passivos devem ser reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados e que seriam necessários para liquidar as obrigações na data ou período das demonstrações contábeis (CRCPR, 2011). Valor justo:::: – valor pelo qual determinado ativo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras do negócio e que estejam dispostas à transação. Atualização monetária:::: – quando existem alterações do poder aquisitivo da moeda é neces- sário que esses impactos sejam reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos componentes patrimoniais. De acordo com o CRCPR (2011), são con- ceitos resultantes da adoção da atualização monetária: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 13|Demonstrações contábeis a moeda, mesmo sendo aceita universalmente, não representa unidade constante de po-:::: der aquisitivo; para que sejam mantidos os valores das transações originais, é preciso que seja atualizada :::: a expressão formal em moeda nacional, para que sejam refletidos de forma correta os com- ponentes do Balanço Patrimonial e consequentemente do Patrimônio Líquido; reconhecer a atualização monetária não significa fazer uma nova reavaliação dos ativos, :::: significa um ajustamento dos valores originais para determinada data, aplicando-se deter- minado indexador que traduz a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um determinado período. Conforme destaca o próprio CRCPR (2011), a atualização monetária não deve ser confundida com o Princípio da Atualização Monetária que foi revogado pela Resolução 1.282/2010, os dois são dife- renciados, pois esse princípio tratava da atualização e manutenção do valor de entrada, enquanto o Registro pelo Valor Original está relacionado ao reconhecimento dos componentes patrimoniais pelos valores originais das transações. Princípio da Competência De acordo com esse princípio, os efeitos das transações devem ser reconhecidos nos períodos em que ocorrem independentemente se forem recebidos ou não, esse raciocínio vale tanto para as despe- sas quanto para as receitas. Esse princípio também está relacionado com a confrontação das receitas e das despesas. Assim, assumindo o raciocínio desse princípio, os efeitos das transações serão reconhecidos no momento da ocorrência, sendo registrados e reportados nos períodos em que ocorrem. Para os usuários da informação contábil, o fato desta ser registrada de acordo com o princípio de competência informa a estes não somente o registro de informações passadas, mas também de obrigações futuras. Assim, esse princípio possibilita aos usuários obterem informações sobre o passado e o futuro das demonstrações que tenham interesse. Princípio da Prudência De acordo com esse princípio, deverão ser determinados os menores valores para o ativo e os maiores valores para os passivos, sempre que estes apresentarem alternativas igualmente válidas para quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido. Para esse princípio deve haver certa precaução na elaboração das demonstrações contábeis para que não haja superestimação de ativos e receitas e nem subestimação para passivos e despesas, propor- cionando assim uma maior confiabilidade na mensuração das demonstrações contábeis. Características qualitativas da informação contábil O CRCPR (2011) destaca que as informações apresentadas nas demonstrações contábeis deverão, para atender às necessidades de todos usuários, seguir as orientações e preceitos das Normas Brasileiras de Contabilidade e dos Princípios de Contabilidade. Segundo o CRCPR (2011, p. 15): Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 14 | Demonstrações contábeis As Normas Brasileiras de Contabilidade constituem as balizas que regram o ordenamento contábil hoje vigente, já os Princípios de Contabilidade, em especial, são as luzes que iluminam os procedimentos a serem usados quando do registro dos fatos contábeis e elaboração das demonstrações contábeis. Além disso, a informação contábil precisa ser revestida de outras características importantes como: Compreensibilidade:::: – a informação contábil deve ser apresentada de modo que seja com- preensível pelos usuários que têm razoável conhecimento da matéria, além de disposição para estudar a informação com razoável diligência. Porém, é preciso observar que para a informa- ção ser compreensível não se deve esquecer o aspecto relacionado à omissão de informações sob a alegação de que esta pode não ser entendida pelos usuários. Relevância:::: – quando a informação possui a capacidade de influenciar decisões dos principais tomadores de decisão ela é considerada relevante, podendo auxiliá-los na avaliação dos co- nhecimentos passados, presentes e futuros. Materialidade:::: – essa característica está ligada com o tamanho do item ou da imprecisão jul- gada (CRCPR, 2011). Porém, o profissional contábil deve estar atento a corrigir eventuais erros e desvios que possam parecer insignificantes nas práticas contábeis. Confiabilidade:::: – toda informação fornecida com base nas demonstrações contábeis deverá ser confiável, e ela adquire essa característica quando está livre de qualquer desvio substancial e viés, representando de forma fiel o que deveria representar (CRCPR, 2011). As demonstrações contábeis acabam por perder a situação de neutralidade quando apresentam informações or- ganizadas de forma a levar os usuários da contabilidade a tomarem determinadas decisões com base nessas informações incorretas. Essência sobre a forma:::: – os eventos contábeis devem levar em conta não somente a forma legal, mas sim a essência da transação que está acontecendo. O primeiro exemplo de como isso funciona, conforme o descrito por Lunelli (2012), cita uma determinada entidade que vende um ativo a um terceiro de forma que a documentação indique a transferência legal da propriedade ao terceiro, entretanto, algum acordo diferenciado pode existir, garantindo à sociedadevendedora que ela ainda poderá ter benefícios sobre esse bem e que depois o recomprará por um valor semelhante ao do valor original, assim a transação de venda não configura a operação uma vez que não houve a efetiva transferência do bem, porque a enti- dade que vendeu ainda segue usufruindo das vantagens originadas pelo bem. Outro exemplo comum são os contratos de leasing, que na verdade configuram contratos de compra e venda, sendo que, nesse caso, o bem deverá obrigatoriamente ser ativado e os valores referentes ao financiamento como uma dívida normal, uma vez que essa operação está transcrita como contrato de leasing apenas para a manutenção de taxas mais atrativas (LUNELLI, 2012). O autor ainda cita um exemplo referente à classificação contábil da caderneta de poupança. Se uma empresa possuir os valores nesse tipo de aplicação apenas para aplicar as folgas de caixa e ao mesmo tempo utiliza como forma de aplicação conservadora se comparada com outras aplicações financeiras, mas mantendo a possibilidade de sacar o dinheiro e usar a qualquer momento sua classificação correta seria no grupo de disponibilidades, porém, se representar uma forma de aplicação financeira com o propósito da empresa de manter esse valor aplicado com prazo indefinido, ela deverá ser registrada no grupo do ativo não circulante. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 15|Demonstrações contábeis Prudência:::: – esta característica está ligada às incertezas que cercam muitos eventos e circuns- tâncias que não são reconhecidos pela divulgação de sua natureza e extensão pelo exercício da prudência nas demonstrações contábeis (CRCPR, 2011). Para que ocorra a prudência, é ne- cessário que o profissional contábil haja com certo grau de precaução com relação aos julga- mentos necessários para as estimativas, não superestimando as receitas e nem subestimando os passivos e as despesas. A prudência não permite que haja viés na informação contábil. Integralidade:::: – além de ser confiável, conforme o CRCPR (2011) a informação deve ser ínte- gra, ou seja, deverá ser completa, dentro dos limites da materialidade e do custo. Se algum fato for omitido, pode ser que a informação fique falsa ou ainda enganosa, tornando-se, assim, não confiável e deficiente em termos de relevância. Comparabilidade:::: – os usuários da informação contábil deverão ter a possibilidade de compa- rar as demonstrações contábeis ao longo do tempo, para que estes possam identificar tendên- cias de sua posição financeira e de seu desempenho. Por exemplo, um balanço normalmente é informado em período de anos para que os interessados possam notar a evolução ou as princi- pais modificações que ocorreram na configuração patrimonial com o passar do tempo. Outro tipo de comparação que os usuários necessitam e devem poder fazer é a de comparar diversos tipos de instituições, ou seja, a informação de uma entidade para outra deverá ser comparável entre si, para que um investidor possa identificar tendências de uma empresa ou outra e es- colher em qual empresa deseja investir. Assim, as entidades deverão ter suas demonstrações contábeis elaboradas de forma consistente para que possa haver a comparabilidade e deverão informar qualquer política contábil empregada bem como as possíveis mudanças nessas polí- ticas e os efeitos das mudanças (CRCPR, 2011). Tempestividade:::: – a informação precisa ser relevante, porém ela precisa também ser capaz de influenciar as decisões econômicas dos usuários que as necessitam. A palavra tempestividade está relacionada ao oferecimento da informação dentro do tempo de execução da decisão (CR- CPR, 2011). Assim, se houver algum atraso injustificado nessa informação, ele pode perder a sua relevância para aqueles interessados. Cabe à administração ponderar sobre a necessidade de elaboração dos relatórios em época oportuna, lembrando-se da necessidade de oferecer infor- mações confiáveis. O equilíbrio entre relevância e confiabilidade deverá ser levado em conside- ração para satisfazer as necessidades dos usuários ao tomar suas decisões econômicas. Equilíbrio entre o custo e o benefício:::: – é claro que os benefícios gerados pela obtenção da informação deverão exceder o custo para produzi-la. Também é preciso lembrar que os custos não necessariamente recaem sobre aqueles usuários que usufruem dos benefícios, pois a in- formação contábil é comumente usufruída por uma vasta gama de usuários externos (CRCPR, 2011). Por exemplo, a informação gerada pelas demonstrações contábeis auxiliam os forne- cedores de capital a tomarem melhores decisões, o que fará com que o mercado de capital funcione de uma forma mais eficiente, gerando um menor custo de capital e beneficiando a economia como um todo. As entidades, em geral, também usufruem dos benefícios da con- tabilidade, uma vez que têm acesso a um melhor mercado de capitais, efeitos favoráveis nas relações públicas e menores custos de capital. Além disso, outros benefícios são os advindos de uma melhoria no processo de tomada de decisão da administração, pois a informação ana- lisada é baseada nas demonstrações contábeis. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 16 | Demonstrações contábeis Todas as características elencadas são necessárias para os mais diferentes tipos de usuários em diversas situações, e estas serão apresentadas a seguir. Importância da divulgação das demonstrações contábeis para os usuários da contabilidade Segundo Iudícibus (2010), os principais usuários da contabilidade podem ser representados pelo quadro a seguir: Quadro 2 – Usuários da Contabilidade Usuários da informação contábil Tipo de informação Acionista minoritário Fluxo regular de dividendos. Acionista majoritário Fluxo de dividendos, valor de mercado da ação, lucro por ação. Acionista preferencial Fluxo de dividendos mínimos ou fixos. Emprestadores em geral Geração de fluxo de caixa futuros para receber o capital emprestado mais os juros. Entidades governamentais Valor adicionado, produtividade, lucro tributável. Empregados em geral Fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons aumentos ou manutenção dos salários com segurança. Média e alta administração Retorno sobre ativo, retorno sobre o patrimônio líquido, situação de liquidez e investimentos confortáveis. Assim, é possível identificar que existe uma vasta gama de possíveis usuários e que os interesses destes é o mais variado possível. É possível também verificar que alguns desses usuários são considera- dos como usuários externos, como os emprestadores em geral, acionistas e o governo, uma vez que não estão inseridos no mesmo ambiente da empresa. Já os usuários internos são aqueles que fazem parte do ambiente da empresa, como os empregados em geral e a média e a alta administração. (IU D ÍC IB U S, 2 01 0. A da pt ad o. ) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 17|Demonstrações contábeis Ampliando seus conhecimentos Essência sobre a forma: discussão e exemplos (IFRS BRASIL, 2010) O objetivo das demonstrações financeiras de uma empresa é o fornecimento de informações úteis aos usuários em suas avaliações e tomadas de decisões econômicas. Para serem úteis, as infor- mações devem ser relevantes, ou seja, ter poder de influência nas decisões econômicas dos usuá- rios. Para que a informação seja relevante, ela deve representar adequadamente as transações, sen- do necessária a contabilização e apresentação do acordo pela sua essência e realidade econômica, e não meramente sua forma legal. A essência das transações nem sempre é consistente com a sua forma legal. Esse princípio estácontido na Estrutura Conceitual, sendo também utilizado em outros pronunciamentos, como a IAS 17 – Operações de Arrendamento Mercantil e a IAS 18 – Receitas. Nas últimas décadas, muitas operações complexas foram desenvolvidas e utilizadas pelas empresas e caso tais operações fossem contabilizadas exclusivamente pela sua forma legal, as de- monstrações financeiras não iriam refletir o efeito comercial dessas operações. A rápida inovação do mercado financeiro, bem como novas estruturas de financiamentos propiciaram a utilização de práticas contábeis que ocultam a verdadeira natureza das operações, gerando efeitos muitas vezes benéficos à entidade (creative accounting). Tais inovações levantaram dúvidas quanto à natureza dos ativos e passivos, momento do reconhecimento, mensuração e apresentação. Assim, a utiliza- ção da essência sobre a forma é fundamental para endereçar questionamentos sobre práticas de creative accounting. Muitas vezes a utilização da forma jurídica é movida por interesses como: omissão de ativos e, principalmente, de passivos;:::: incremento/”suavização” do lucro; ou:::: melhora nas medidas (índices financeiros) de desempenho, tais como lucro por ação, índi-:::: ces de liquidez, alavancagem, entre outros. Exemplos práticos: Segregação entre a propriedade legal e os benefícios referentes ao uso do ativo A ausência de segregação entre a propriedade legal e dos riscos e benefícios relacionados ao ativo tem sido utilizado para evitar o reconhecimento de ativos, e muitas vezes do passivo relacio- nado (off balance sheet items). Quando um ativo é vendido, porém, a entidade “vendedora” retém substancialmente os riscos e benefícios inerentes à propriedade legal, o ativo deveria continuar no balanço da “vendedora”, não sendo baixado (desreconhecido). Esse princípio norteia a contabili- zação dos arrendamentos mercantis financeiros. Frequentemente, para tais situações, o efeito da contabilização pela essência diverge substancialmente da contabilização pela forma legal. Por exemplo, um ativo imobilizado é vendido e arrendado simultaneamente pela entidade vendedora pelo restante de sua vida útil, assim, na essência a transação é um financiamento ga- rantido pelo ativo, não representando uma venda. Desse modo, o ativo continua reconhecido, e os recursos provenientes da venda constituem um passivo, como se fosse um empréstimo regular. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 18 | Demonstrações contábeis Transações relacionadas Muitos acordos são estruturados por meio de uma série de transações relacionadas. Nem sem- pre a identificação destas é simples, mas o entendimento do efeito comercial sem a consideração de tais transações como um todo é distorcido. Como no exemplo anterior, onde se não for analisado em conjunto a transação de venda e do arrendamento mercantil financeiros, não se consegue con- cluir que a operação se assemelha mais a um empréstimo do que uma venda. Vendas por um preço diferente do valor justo Quando ativos são vendidos por um preço diferente de seu valor justo é provável a existência de transações relacionadas. Uma venda por um preço superior ao valor justo é um forte indicativo que a operação constitua alguma forma de empréstimo que será relacionado com uma operação futura que impactará seu pagamento. Por outro lado, uma venda a um preço inferior ao valor justo pode ser uma maneira de diferir o lucro da venda, podendo reduzir futuramente alguma despesa. Exemplificando, quando uma entidade vende uma máquina inferior ao seu valor justo, a venda é ligada a um acordo de arrendamento por um aluguel inferior as taxas de mercado, sendo assim uma maneira de suavizar o lucro (profit smoothing). Atividades de aplicação Como pode ser definida a contabilidade?1. De acordo com a Lei 6.404/76 e posteriores alterações, quais são as demonstrações obrigatórias 2. para as Sociedades Anônimas? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 19|Demonstrações contábeis Os princípios contábeis, que foram consolidados pela Resolução 750/93, sofreram algumas 3. mudanças. Quais foram e por quê? Qual a diferença entre o princípio da Oportunidade e da Competência?4. Elenque as características da informação contábil:5. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 20 | Demonstrações contábeis Referências BRASIL. Lei 6.404, de 15 de Dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 30 set. 2012. BRASIL. Lei 11.638 de 28 de Dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: <www. planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm>. Acesso em: 30 set. 2012. BRASIL. Lei 11.941 de 27 de Maio de 2009. Altera a legislação tributaria federal [...], e dá outras provi- dências. Disponível em <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm>. Acesso em: 30 set. 2012. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC 750/93. Dispõe sobre os princípios de conta- bilidade. Disponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_750.doc>. Acesso em: 8 out. 2012. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC 1.282/2010. Atualiza e consolida dispositi- vos da Resolução CFC 750/93, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade. Disponí- vel em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1282.doc>. Acesso em: 26 set. 2012. CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO PARANÁ – CRCPR. Demonstrações Contábeis: aspectos práticos elaboração e apresentação conceitual de acordo com o IFRS 2011. Disponível em: <www.crcpr. org.br/new/content/download/2011_demonstracoesContabeis.pdf>. Acesso em: 26 set. 2012. IFRSBRASIL. Essência sobre a forma: discussão e exemplos. Publicado em 17 nov. 2010. Disponível em: <ifrsbrasil.com/demonstracoes-contabeis/apresentacao/essencia-sobre-a-forma-discussao-e-exem- plos>. Acesso em: 8 out. 2012. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. LUNELLI, Reinaldo Luiz. Primazia da Essência sobre a Forma. Disponível em: <www.portaldecontabi- lidade.com.br/tematicas/essencia-sobre-a-forma.htm>. Acesso em: 26 set. 2012. Gabarito A contabilidade é a responsável pelo registro, classificação e demonstração dos fatos ocorridos 1. no patrimônio das entidades, através de uma técnica conhecida como escrituração contábil, que consiste em registrar de forma ordenada tudo o que ocorre nas entidades. A contabilidade tam- bém fornece informações para análise e interpretação dos fatos obtidos mediante a escrituração contábil, e possibilita que sejam evidenciadas, ou seja, conhecidas as variações através dos perío- dos do que houve no patrimônio. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 21|Demonstrações contábeis As demonstrações obrigatórias são Balanço Patrimonial, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos 2. Acumulados, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração dos Fluxos de Caixa, e, se ompanhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado. As demonstrações serão ainda complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários. De acordo com a Resolução 1.282/2010 do CFC, os Princípios de Contabilidade criados conforme 3. a Resolução 750/93 e que eram sete, passaram a ser somente seis, com a exclusão do Princípio da Atualização Monetária e esse fato deve-se a convergência comas normas internacionais de contabilidade. O Princípio da Oportunidade tem relação com o registro dos fatos no momento de sua ocorrência, 4. ou seja, os fatos devem ser registrados de forma oportuna e que reflitam a tempestividade da informação contábil, ou seja, a necessidade que se tem de que a informação reflita exatamente o que está acontecendo. O Princípio da Competência também enseja que os fatos devem ser registrados no momento em que ocorrem, porém, nesse caso os fatos que possuem determinada estimativa devem ser registrados de acordo com a competência que possuem, como uma conta de energia elétrica que ainda não foi recebida, mas que tem por estimativa o valor de R$100 mensais, assim, mesmo sem o documento hábil a provisão, ou seja, o reconhecimento da despesa no resultado poderá acontecer. Compreensibilidade, relevância, materialidade, confiabilidade, essência sobre a forma, prudência, 5. integralidade, comparabilidade, tempestividade, equilíbrio entre o custo e o benefício. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 22 | Demonstrações contábeis Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Balanço Patrimonial Michael Dias Corrêa Neste capítulo serão abordadas as demonstrações contábeis exigidas pela Lei 6.404/76 e suas pos- teriores alterações dadas pela Lei 11.638/2007 e 11.941/2009, com destaque para o Balanço Patrimonial. Balanço Patrimonial O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil que tem por objetivo mostrar a situação financeira e patrimonial de uma entidade numa determinada data. Representando, portanto, uma po- sição estática, sintética e ordenada da mesma (REIS, 2009). Estrutura do Balanço Patrimonial O BP apresenta os Ativos (bens e direitos), que são considerados como aplicações dos recursos, Passivos (exigibilidades e obrigações) e o Patrimônio Líquido, que é resultante da diferença entre o total do Ativo e do Passivo. O lado do Passivo também é conhecido como o de origem dos recursos, uma vez que as entradas de valores sejam eles de terceiros (exigíveis ou de terceiros) e os recursos próprios (Patrimônio Líquido). A estrutura básica do Balanço Patrimonial está demonstrada a seguir: Ativo Passivo Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo não Circulante Passivo não Circulante Patrimônio Líquido Pode-se notar que o BP apresenta, de forma equilibrada, a situação patrimonial da empresa apre- sentando bens, direitos e obrigações em um único relatório. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 24 | Balanço Patrimonial Os critérios de apresentação do BP evidenciam o Ativo de acordo com a ordem decrescente de liquidez. Dessa forma, os valores que são rapidamente conversíveis em moeda, ou que já são moeda efetivamente, serão apresentados no Ativo Circulante. Aqueles que possuem prazo de resgate maior, como aplicações financeiras com prazo superior a 360 dias ou o imobilizado da empresa, deverão ser considerados como Ativo não Circulante. O Passivo, por sua vez, também é apresentado de acordo com a ordem decrescente de exigibili- dade, ou seja, aquelas dívidas que deverão ser pagas até 360 dias figuram no Circulante. Por fim, dívidas com prazo superior a esse figuram no Passivo não Circulante. Já o Patrimônio Líquido é o grupo que apresenta os valores não exigíveis e que pertencem aos sócios. A seguir, um resumo ordenado dos principais grupos e contas do Balanço Patrimonial. Modelo de Balanço Patrimonial Ativo Passivo Circulante Circulante Não Circulante Realizável a longo prazo Investimentos Imobilizado Intangível Não Circulante Patrimônio Líquido A seguir as principais características do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Definição de Ativo Os elementos que constituem o Ativo podem ser definidos como “benefícios econômicos futuros prováveis, obtidos ou controlados por uma dada entidade em consequência de transações ou eventos passados” (FASB, SFAC 6 Par.25 apud HENDRIKSEN; VAN BREDA, 1999, p. 283). Pode-se afirmar, ainda, que “ativos são recursos controlados por uma entidade capazes de gerar, mediata ou imediatamente, fluxos de caixa.” (IUDÍCIBUS, 2010, p. 139). Para Marion e Iudícibus (2009), o Ativo, portanto, pode ser caracterizado como algo que possui um potencial de serviços em seu bojo, para a entidade, capaz, direta ou indiretamente, imediata ou no futuro, de gerar fluxos de caixa. Para a conceituação do Ativo é preciso que sejam definidos conhecidos alguns conceitos relativos aos seus elementos (bens e direitos), conforme os elencados por Hendriksen e Breda (1999): incorpora um benefício futuro provável, isoladamente ou em combinação com outros ativos. :::: Aqui pode ser citada como exemplo a conta de estoques, que combinada com outras contas do ativo, gerará benefícios futuros para a empresa, como vendas a prazo, recebimentos, entre outros; uma dada entidade pode conseguir o benefício e controlar o acesso de outras entidades a :::: esse benefício; Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 25|Balanço Patrimonial a transação ou evento originando o direito da entidade ao benefício, ou seu controle ao mes-:::: mo, já ter ocorrido; consideração quanto a sua controlabilidade, ou seja, tem que ser controlável pela entidade. :::: Nesse ponto entra um conceito interessante relativo ao leasing, pois este incorpora à empresa benefícios, riscos e controle, mesmo não sendo de sua propriedade, deverão ser contabiliza- dos como Ativo. Dessa forma, o leasing financeiro (arrendamento mercantil), que era tratado, até 2007, como aluguel passa a ser contabilizado como Ativo para fins contábeis. Contudo, para fins fiscais continua sendo aluguel; precisa relacionar algum direito a benefícios futuros, por exemplo, a proteção à cobertura do :::: sinistro, como direito em contraprestação ao prêmio de seguro pago pela empresa; o direito precisa ser exclusivo da entidade. O direito de transportar a mercadoria da entidade :::: por uma via expressa, embora benéfico, não é Ativo, pois é geral, não sendo exclusivo da en- tidade. Características do Ativo Segundo Iudícibus e Marion (2009), para que determinado bem seja considerado um ativo ele deverá preencher as seguintes características simultaneamente: bens ou direitos;:::: propriedade (há exceções, que podem ser ilustradas pela figura do :::: leasing financeiro); mensurável em dinheiro;:::: benefícios presentes ou futuros.:::: Tipos de Ativos Pode-se afirmar que o Ativo possui quatro grupos principais: Ativos Tangíveis:::: – podem ser considerados tangíveis os Ativos que, de certa forma, podem ser tocados, medidos, ou mensurados. Pode-se afirmar que estes integram o patrimônio físico das entidades, e podem ser exemplificados por máquinas, instalações, terrenos, entre outros. Ativos Intangíveis:::: – (que deverão possuir as mesmas características de reconhecimento dos tangíveis) são aqueles oriundos da aquisição de direitos ou serviços. Entram nesse contexto os direitos autorais, marcas e patentes, fundo de comércio, licenças, locações etc. que possi- bilitam benefícios futuros, mas que não possuem as mesmas características corpóreas dos tangíveis. Ativos Monetários:::: – são aqueles que podem ser expressos ou transformados em moeda, e cujos valores nominais são definidos pelo título ou documento que o suporta. Nessa categoria também podem ser reconhecidos os valores como as disponibilidades em forma de caixa, bancos, títulos a receber, depósitos entre outros que possuam essas características; Ativos não Monetários:::: – os Ativos não monetáriossão representados basicamente por bens e direitos de existência física. Esse conceito aplica-se aos bens imobilizados e suas depreciações, bem como investimentos, estoques, adiantamentos a fornecedores, funcionários e estoques. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 26 | Balanço Patrimonial Definição de Passivo Característica essencial de uma exigibilidade é que esta é configurada por uma obrigação, dever ou responsabilidade de agir ou cumprir de uma determinada forma. Para Hendriksen e Van Breda (1999, p. 409) “passivos são sacrifícios prováveis de benefícios futuros resultantes de obrigações presentes”. Além disso, o Passivo deverá incorporar os seguintes conceitos: A obrigação deve existir no primeiro momento, apesar de estar ligada a uma transação ou :::: evento do passado. O Passivo representa, em sua maioria de contas, o reflexo de transações passadas, uma vez que contas como fornecedores, impostos, salários, contas diversas a pagar, entre outras, refletem transações ocorridas anteriormente. As provisões e deveres devem ser incluídos, baseados em necessidades de realização de pa-:::: gamentos futuros. Seguindo o Princípio da Competência e a Convenção do Conservadorismo, as provisões deverão ser feitas de acordo com o fato gerador, e desde que minimamente esti- máveis deverão ser incorporadas ao passivo, refletindo assim a verdadeira situação de endivi- damento da entidade. Não é necessário que o valor seja conhecido com certeza para que seja feita a provisão, o :::: que configura a Exigibilidade Contingente. Exemplos desses Passivos podem ser ilustrados pelas ações judiciais, que também deverão ser considerados no Passivo devido à Convenção do Conservadorismo, que escolhe maior avaliação para o Passivo, ou seja, verificando a pos- sibilidade da ação judicial efetivamente ocorrer, esta já deve ser registrada, independente de um valor preciso ou ainda, data para pagamento estipulada. Deve haver um valor de vencimento determinável e a expectativa de que seja exigido paga-:::: mento. Esse tópico está relacionado à maioria dos passivos, porém as ações judiciais perdem essa característica. O beneficiário da dívida deverá ser reconhecido até o momento do pagamento, podendo ser :::: um elemento específico ou um grupo. Reconhecimento do Passivo Com relação ao Passivo devem ser observadas as seguintes características relativas ao seu reco- nhecimento: Corresponde à definição de Passivo, porém é preciso observar que a obrigação surge quando :::: se obtém o direito de utilização de bens ou serviços, ocorrendo o reconhecimento da contra- partida, seja ela ativo ou despesa. É mensurável, ou seja, é possível avaliar monetariamente tal elemento por uma quantia defi-:::: nida ou estimada. É relevante, ou seja, de acordo com o Princípio da Oportunidade ou Convenção da Materiali-:::: dade, a obrigação precisa apresentar valor relevante para que seja registrada. É precisa, porém o momento em que a transação ocorre nem sempre é claro. Uma despesa :::: deve ser reconhecida quando os bens ou serviços são consumidos ou utilizados no processo de geração de receita. Se a obrigação de pagamento por esses bens e serviços ainda não ti- ver sido reconhecida, esse reconhecimento não deverá ser posterior ao reconhecimento das despesas. Em muitos casos, porém, os bens e serviços são recebidos antes de serem utilizados. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 27|Balanço Patrimonial Nesse caso, tanto o ativo quanto o passivo devem ser contabilizados a menos, evidentemente, que o pagamento seja feito imediatamente. Tipos de Passivos O Passivo apresenta as obrigações em ordem decrescente de liquidez e apresenta subdivisões conforme a seguir: Passivos:::: Monetários – são obrigações em termos nominais, ou seja, envolvem o pagamento de quantias predeterminadas. Com relação aos Passivos Circulantes, normalmente têm venci- mento de curto prazo, assim podem ter o seu valor apresentado pelo valor de face. Já nos Pas- sivos não Circulantes, o valor tende a ser representativo, dessa forma eles devem ser avaliados por seu valor presente. Passivos não Monetários:::: – “são aquelas obrigações de fornecimento de bens ou serviços de quantidade e qualidade predeterminadas.” (HENDRIKSEN; BREDA, 1999, p. 415). Exemplos podem ser os adiantamentos de clientes, que foram valores recebidos anteriormente e que deverão ser honrados pela empresa na forma de entrega de bem ou serviço. Passivos Onerosos e não Onerosos:::: – os primeiros são aqueles que custam à empresa men- salmente juros e encargos, como financiamentos e empréstimos. Já os não Onerosos são aque- les que a empresa não paga encargos, decorrentes da atividade normal da empresa, como duplicatas a pagar, fornecedores, empréstimos, entre outros que não possuem juros em sua composição. Exigíveis Fixos e Variáveis :::: – os Exigíveis Fixos não variam com o volume de renda da empresa, os exemplos mais comuns são as contas de salários dos funcionários, que recebem valores fixos todos os meses. Os Exigíveis Variáveis guardam certa relação com o volume de vendas, como os impostos, por exemplo, que aumentam ou diminuem conforme a quantidade vendida; Exigíveis de Coligadas e Exigíveis de Terceiros :::: – as dívidas com coligadas são as mantidas com as empresas do mesmo grupo. Já as com terceiros, são advindas de dívidas junto a empre- sas que não possuem nenhuma ligação com a empresa, possuindo assim um maior risco. Exigíveis Quirográficos :::: – em caso de falência as dívidas serão liquidadas nessa ordem: empregados e encargos sociais;:::: dívidas com garantias reais (hipotecas e penhor mercantil);:::: governo (impostos, outros).:::: Definição de Patrimônio Líquido De forma simples, pode ser definido como a diferença entre o valor do Ativo e do Passivo. Porém, o detalhamento desse grupo pode ser mais aprofundado, pois contém, entre outros, recursos conferi- dos pelos acionistas, reservas que representam distribuição de lucros, ajustes de capital etc. Também fazem parte do Patrimônio Líquido: valores pagos por acionistas;:::: doações para investimentos recebidas de terceiros;:::: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 28 | Balanço Patrimonial valores integralizados pelos sócios;:::: capital integralizado pelos sócios;:::: reservas de lucros;:::: reservas especiais de capital;:::: prejuízos acumulados;:::: ações em tesouraria.:::: Reservas Sua criação pode ser requerida por disposição estatutária ou legal a fim de proteger a entidade e seus credores aos efeitos de possíveis perdas. A legislação de um país também pode determinar essas reservas. Muitas vezes a existência e o valor dessas reservas são considerados relevantes para a tomada de decisões. Demonstração do Resultado do Exercício Para Marion (2009), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um resumo ordenado de receitas e despesas, evidenciando o resultado econômico da empresa, em um período normalmente de 12 meses. Essa demonstração tem como base o princípio da competência e está delineada conforme outros dois raciocínios contábeis: Realização da Receita:::: : as receitas devem ser reconhecidas no exercício em que são realiza- das, ou seja, estas deverão ser registradas independentemente do recebimento, de acordo com o seu fato gerador. Confronto das Despesas com as Receitas:::: : partindo do Princípio da Realização da Receita, esse princípio versa sobre o confrontamento destas com as despesas, o que deverá ocorrer no pe- ríodo em que as despesas ocorrerem, independentemente de seu pagamento. Isso ocorre em virtude do raciocínio deque toda a receita deverá ter uma despesa ou custo em contrapartida. Apesar de ser elaborada anualmente para fins de divulgação, a DRE normalmente é elaborada mensalmente pela administração e trimestralmente para fins fiscais. De acordo com a legislação, em síntese, as empresas deverão discriminar em sua DRE: a receita bruta com vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos :::: (PIS, COFINS, ICMS, IPI); a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro :::: bruto; as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais :::: e administrativas, e outras despesas operacionais; Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 29|Balanço Patrimonial outras despesas que não sejam consideradas como operacionais como doações concedidas, :::: deduzidas das receitas não consideradas operacionais, como lucro na venda de imobilizado; o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;:::: as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, e as con-:::: tribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados; o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.:::: Segue a estrutura básica da DRE com os principais subgrupos demonstrados. Modelo da DRE Receita Operacional Bruta (Vendas e Serviços) (–) Deduções da Receita Bruta (=) Receita Operacional Líquida (–) Custos das Vendas (=) Resultado Operacional Bruto (-) Despesas Financeiras (-) Despesas Administrativas (-/+) Outras Despesas/Receitas (–) Outras Despesas (+) Outras Receitas (=) Lucro ou Prejuízo Operacional (=) Lucro Líquido antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro (–) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro (=) Lucro Líquido antes das Participações (–) Participações de Administradores, Empregados, Debêntures e Partes Beneficiárias (=) Resultado Líquido do Exercício Segundo Reis (2009), a DRE termina na apuração do lucro ou prejuízo, sendo que no caso de resultado positivo e havendo distribuição de lucros, esse valor vai aparecer em outra demonstração, chamada Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados, que será vista a seguir. Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados A Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA) evidencia as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros (do exercício) ou prejuízos acumulados no Patrimônio Líquido. Com o advento da Lei 11.638/2007, não pode mais permanecer nos balanços saldo na conta de Lucros Acumulados. Todo resultado (Lucro do Exercício) deverá ser destinado na forma de reservas, pagamentos de dividen- dos ou destinadas ao uso, podendo haver saldo somente na forma de Prejuízo Acumulado. Pode-se dizer que a DLPA é um instrumento de ligação entre a Demonstração do Resultado do Exercício e o Balanço Patrimonial. A seguir, um modelo de DLPA: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 30 | Balanço Patrimonial Modelo da DLPA Saldo em 31-12-X0 (ou Saldo inicial em 1Q-1-X1) Ajustes de exercícios anteriores - - - - Reversões de reservas - - - - Lucro líquido do exercício em (XXX1) - - - - Saldo disponível ____ Proposta da administração p/ destinação do Lucro Reserva legal (- - - -) Reserva estatutária (- - - -) Reserva para contingência (- - - -) Reserva orçamentária (para expansão) (- - - -) Reserva de lucros a realizar (- - - -) Dividendos (- - - -) Saldo em 31-12-X1 ____ Conforme o artigo 186, §2.º da Lei 6.404/76, a companhia poderá, de maneira opcional, substituir a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Lí- quido. Tal demonstração será evidenciada a seguir com a coluna da DLPA devidamente demonstrada. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é destinada a evidenciar, em um determinado período, a movimentação das contas que integram o patrimônio da entidade. Ela fornece indicações importantes para os usuários sobre as movimentações do Patrimônio Líquido, além da des- tinação da conta de Lucros. Essa demonstração serve para que sejam visualizados os aumentos de capital, dividendos, cons- tituição e reversão de reservas, proposta de distribuição de lucros e tipos de reservas criadas. Mostra a formação e utilização de todas as reservas e não apenas a movimentação do lucro. Melhor compreen- são do cálculo de dividendos obrigatórios. As principais mutações ocorridas no Patrimônio Líquido da empresa são evidenciadas a seguir. Itens que não afetam o total do patrimônio: aumento de capital com utilização de reservas;:::: apropriação do lucro líquido para formação das reservas;:::: compensação de prejuízos com reservas etc.:::: Itens que afetam o total do Patrimônio: redução pelo prejuízo líquido do exercício;:::: redução por dividendos;:::: redução por pagamento ou crédito de juros sobre capital próprio;:::: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 31|Balanço Patrimonial acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos;:::: acréscimo por subscrição e integralização de capital;:::: acréscimo por valor que exceda o valor nominal das ações;:::: acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;:::: acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures;:::: reduções por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda;:::: acréscimo por ou redução por ajustes de exercícios anteriores;:::: reversão da reserva de lucros a realizar para conta de dividendos a pagar.:::: A DMPL é uma demonstração não obrigatória pela Lei 6.404/76, porém tem publicação exigida pela CVM para Sociedades Anônimas de Capital Aberto (Instrução 59/86). Ainda de acordo com a Lei 6.404/76 artigo 186, §2.º a DLPA “poderá ser incluída na DMPL, se elaborada e publicada pela compa- nhia”, para tanto uma das colunas da DMPL será a da conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados. A seguir uma estrutura básica de DMPL: Modelo de DMPL Histórico Capital social Reservas de capital Reservas de lucros DLPA Prejuízos Acumulados Total Saldos iniciais Ajustes de Exercícios anteriores Efeitos de mudança de critérios contábeis Retificação de erros de exercícios anteriores Aumento de Capital com lucros e reservas por subscrição realizada Reversões de Reservas de contingências de lucros a realizar Lucro Líquido do Exercício Proposta da Administração de Destinação do Lucro Reserva legal Reserva estatutária Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 32 | Balanço Patrimonial Reserva de lucros para expansão Reserva de lucros a realizar Dividendos a distribuir (R$ … por ação) Saldo em 31-12-X A coluna de Prejuízo Acumulado é justamente a que engloba a DLPA. Além disso, a estrutura aqui apresentada de forma simplificada pode sofrer alterações, ou incrementos por contas adicionais, ou exclusão no caso de entidades que não tenham todos os grupos aqui delineados. Ampliando seus conhecimentos A importância das notas explicativas nas demonstrações contábeis (DEIVIDI LEANDRO, 2011) As notas explicativas não são consideradas demonstrações contábeis, mas sim um comple- mento destas, conforme o artigo176, §4.º, da Lei 6.404/76, onde diz que: “As demonstrações contábeis serão complementadas por notasexplicativas e outros quadros analí- ticos ou demonstrações contábeis necessários para o esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.” A função desse complemento é dar informações que venham a suprir dúvidas quanto às operações que a empresa tenha feito durante o ano. Mas com o advento das Leis 11.638/2007 e 11.941/2009, as notas explicativas passaram a ter maior importância para o conjunto de demons- trações contábeis, devido à convergência das normas brasileiras de contabilidade para os padrões internacionais do IFRS, onde se contempla a contabilidade societária. Conforme redação dada pela Lei 11.941/2009 ao artigo 176, §5.º da Lei das S/A, as informações que devem constar nas notas explicativas são: I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; (Incluído pela Lei 11.941, de 2009) II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei 11.941, de 2009) III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas neces- sárias para uma apresentação adequada; e (Incluído pela Lei 11.941, de 2009) IV – indicar: (Incluído pela Lei 11.941, de 2009) a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depre- Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 33|Balanço Patrimonial ciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; (Incluído pela Lei 11.941, de 2009) b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único); (Incluído pela Lei 11.941, de 2009) c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, §3.o ); (Incluído pela Lei 11.941, de 2009) d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilida- des eventuais ou contingentes; (Incluído pela Lei 11.941, de 2009) e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; (Incluído pela Lei 11.941, de 2009) f ) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela Lei 11.941, de 2009) g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; (Incluído pela Lei 11.941, de 2009) h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, §1.o); e (Incluído pela Lei 11.941, de 2009) i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. (Incluído pela Lei 11.941, de 2009) Não irei me aprofundar em todos os incisos desse artigo, mas de uma forma breve pretendo mostrar a importância das notas explicativas, principalmente aos usuários externos da contabilida- de (bancos, acionistas etc.) que não tem ciência das operações da empresa em dado período. Tomando como base o inciso II e IV alínea “a” do artigo 176, §5.º, da Lei das S/A, veremos que as notas explicativas devem divulgar informações e os critérios das práticas contábeis adotadas pela empresa. No processo de convergência contábil, foram instituídas varias normas pelo CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), onde podemos destacar o CPC 01 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos, CPC 12 – Ajuste a Valor Presente e o CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudanças de Estimativa e Retificação de Erro, as citadas normas instruem aos contadores ajustar suas contabilidades, trazen- do os valores constantes no balanço a valores atuais. O CPC 01 (Redução ao Valor Recuperável de Ativos) instrui que os valores constantes em nosso ativo imobilizado devem estar demonstrados conforme as estimativas (CPC 23) de geração de lucro que tal ativo possa trazer a empresa, fazendo o teste de impairment ao menos uma vez no ano, caso o valor de mercado do bem seja maior que o valor residual, este deverá permanecer inalterado, se- guindo assim o Princípio da Prudência. As informações do teste de recuperabilidade e as eventuais mudanças de estimativas contábeis devem ser elucidadas em notas explicativas, demonstrando como foi aplicado o impairment. O mesmo vale para o Ajuste a Valor (CPC 12) e para as Políticas Contábeis (CPC 23), pois tudo o que for alterado que causa reflexos nas demonstrações contábeis deve ser mencionado em notas explicativas, sem falar que para cada demonstração contábil haverá uma nota explicativa. Na verdade, o contador, devido a grande quantidade de informações das demonstrações contábeis, acabará tendo que fazer uma espécie de manual da contabilidade de suas empresas, para elucidar eventuais dúvidas de seus usuários concernentes às demonstrações contábeis. Acredito que as notas explicativas apesar de não serem consideradas uma demonstração con- tábil, tem fundamental importância no conjunto da obra, pelo fato de trazer à luz uma interpretação das informações contidas nas demonstrações contábeis, além de informações adicionais que nem sempre estão explicitamente visíveis aos usuários externos da contabilidade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 34 | Balanço Patrimonial Atividades de aplicação De acordo com a estrutura patrimonial, qual grupo apresenta as origens e qual apresenta as 1. aplicações dos recursos? Quais os critérios de evidenciação e apresentação dos elementos do ativo?2. Quais as características do passivo?3. Qual a definição para as Reservas (grupo do Patrimônio Líquido)?4. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 35|Balanço Patrimonial Qual a definição para DRE e quais os dois raciocínios contábeis que a compõem?5. Referências BRASIL. Lei Federal 6.404, de 15 de Dezembro de 1976. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 30 set. 2012. ______. Lei Federal 11.638 de 28 de Dezembro de 2007. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 30 set .2012. ______. Lei Federal 11.941 de 27 de Maio de 2009. Disponível em <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm>. Acesso em: 30 set. 2012. HENDRIKSEN, Eldon S.; BREDA, Michael F. Van. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 36 | Balanço Patrimonial LEANDRO, Deividi. A Importância das Notas Explicativas as Demonstrações Contábeis. Publicado em: 14 abril. 2012. Disponível em: <www.contabeis.com.br/artigos/498/a-importancia-das-notas-expli- cativas-nas-demonstracoes-contabeis/>. Acesso em: 17 jun. 2012. MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009. REIS, Arnaldo Carlos de Rezende. Demonstrações Contábeis: estrutura e análise. 3. ed. São Paulo: Sa- raiva, 2009. Gabarito O grupo das origens é o lado do Passivo (Exigível e não exigível), já o lado das aplicações é o lado 1. do Ativo (Bens e Direitos). Os critérios de apresentação do balanço evidenciam o Ativo de acordo com a ordem crescente 2. dos prazos de realização. Desta forma, os valores que são rapidamente conversíveis, ou que já são moeda efetivamente, serão apresentados no AtivoCirculante e aqueles com prazo de resgate maior, superior a 360 dias ou imobilizados, deverão ser considerados como Ativo não Circulante. Possui algumas características, dentre elas, o surgimento da obrigação quando se obtém o direito 3. de utilização de bens ou serviços, ocorrendo o reconhecimento, da contrapartida, seja ela ativo ou despesa; quando é mensurável, ou seja, é possível avaliar monetariamente tal elemento por uma quantia definida ou estimada; deve ser relevante, ou seja, de acordo com o Princípio da Oportunidade ou Convenção da Materialidade, a obrigação precisa apresentar valor relevante para que seja registrada; e é precisa, porém o momento em que a transação ocorre nem sempre é claro. Sua criação pode ser requerida por disposição estatutária ou legal a fim de proteger à entidade e 4. seus credores aos efeitos de possíveis perdas. A legislação de um país também pode determinar essas reservas. Muitas vezes a existência e o valor dessas reservas são considerados relevantes para a tomada de decisões. A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um resumo ordenado de receitas e despesas, 5. evidenciando o resultado econômico da empresa, em um período, normalmente de 12 meses. Esta demonstração tem como base o princípio da competência, e está delineada conforme outros dois raciocínios contábeis: Realização da Receita: as receitas devem ser reconhecidas no exercício em que são realizadas, ou seja, estas deverão ser registradas, independentemente do recebimento, de acordo com o seu fato gerador. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 37|Balanço Patrimonial Confronto das Despesas com as receitas: partindo do Princípio da Realização da Receita, este princípio versa sobre o confrontamento destas com as despesas, o que deverá ocorrer no período em que as despesas ocorrerem, independentemente de seu pagamento. Isto ocorre em virtude do raciocínio de que toda a receita deverá ter uma receita ou custo em contrapartida. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 38 | Balanço Patrimonial Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Introdução e conceitos de custos fixos e variáveis Marcello Lopes dos Santos* Introdução Até a Revolução Industrial (séc. XVIII) só existia Contabilidade Financeira (geral), que foi desenvol- vida na Era Mercantilista e estava estruturada para atender as empresas comerciais. Naquele tempo, para apuração do resultado de cada período, bem como para o levantamento do balanço, bastava efetuar o levantamento físico dos estoques. O contador verificava quanto havia pago por aqueles estoques e valorizava as mercadorias por aquele valor. Fazendo o cálculo por diferença, computava quanto possuía de estoques iniciais, acrescia as compras do período e comparando com o que permanecia em estoque, apurava o valor de aquisição das mercadorias vendidas, o que resultou na clássica disposição: Estoques Iniciais + Compras – Estoques Finais = Custo das Mercadorias Vendidas Com base nessa apuração e no valor auferido com a venda dos produtos (receita) apurava-se o lu- cro bruto, do qual era só deduzir as despesas necessárias à manutenção da entidade, durante o período, à venda dos bens e o financiamento de suas atividades. Naquela época, os produtos eram produzidos por pessoas ou grupo de pessoas que poucas vezes constituíam empresas jurídicas. As empresas viviam basicamente do comércio e não da fabricação, o que facilitava o conhecimento e a verificação do valor de compra dos bens existentes, bastando a sim- ples consulta aos documentos de sua aquisição. * Especialista em Controladoria pela Universidade São Judas Tadeu (USJT). Graduado em Ciências Econômicas e em Ciências Contábeis pela USJT. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 40 | Introdução e conceitos de custos fixos e variáveis Com o surgimento das indústrias, o contador já não dispunha tão facilmente dos dados para po- der atribuir valor aos estoques. O seu valor de compras na empresa comercial estava agora substituído por uma série de valores pagos pelos fatores de produção utilizados. Em uma tentativa de adaptar à empresa industrial os mesmos critérios adotados na comercial, ou seja, no balanço permaneciam como estoques apenas os valores referentes às compras, nenhum outro valor atribuído à produção daqueles estoques era ativado (salários, energia elétrica, depreciação). Tudo era lançado como despesa. A partir disso, começou-se a formação dos critérios para avaliação dos estoques. O valor dos estoques dos produtos existentes na empresa, fabricados por ela, deveriam corres- ponder ao montante, que seria o equivalente ao valor das compras, passando a compor o custo do pro- duto aos valores dos fatores de produção utilizados para sua obtenção, deixando-se de atribuir aqueles outros que na empresa comercial já eram considerados como despesas (despesas administrativas, de vendas e financeiras). Ou seja, a contabilidade de custos nasceu da contabilidade financeira por necessidade de se ava- liar os estoques das indústrias. Atualmente temos: Contabilidade gerencial Contabilidade financeira Contabilidade de custos Contabilidade gerencial:::: – seu objetivo é o de fornecer informações fundamentais aos admi- nistradores, visando o bom desempenho das atividades de gerência. Contabilidade financeira:::: – tem como objetivo o controle do patrimônio por meio dos regis- tros de todos os fatos que estejam relacionados diretamente a esse patrimônio. Registrando e controlando esses fatos, a contabilidade financeira informa aos usuários qual a estrutura de determinado patrimônio. Essas informações são prestadas através das demonstrações contá- beis, tais como: Balanço Patrimonial, DRE, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. Contabilidade de custos :::: – é o ramo da contabilidade financeira que utiliza técnicas específi- cas para identificar, classificar e registrar os custos ligados diretamente à produção de bens e/ ou serviços. É um componente fundamental da contabilidade gerencial, pois transmite as in- formações relacionadas com a estrutura dos custos, facilitando, assim, as tomadas de decisões. É usada mais especificamente na atividade industrial, bem como na prestação de serviços. Um dos objetivos da contabilidade de custos é a determinação do CPV (Custo dos Produtos Ven- didos), já que o mesmo é um elemento fundamental e indispensável na apuração do resultado. O CPV desempenha na indústria o mesmo papel que o CMV (Custo das Mercadorias Vendidas) desempenha no comércio. A diferença são as atividades desenvolvidas pelas empresas, pois enquanto a empresa comercial compra e vende mercadorias, a empresa industrial adquire matéria-prima, trans- formando-a em outros bens que são vendidos posteriormente. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 41|Introdução e conceitos de custos fixos e variáveis Terminologia em custos Despesas com matéria-prima ou Custos de matéria-prima.:::: Gastos ou despesas de fabricação.:::: Gastos ou custos de materiais diretos.:::: Despesas ou gastos com imobilização.:::: Custos ou despesas de depreciação.:::: Gasto Representa as transações assumidas pela entidade visando à obtenção de um produto ou serviço qualquer. Nessas operações a entidade se compromete a entregar ativos (dinheiro) ou assume compro- missos. Exemplo: a aquisição de uma máquina industrial é um gasto classificado como investimento. O pagamento