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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE RORAIMA CAMPUS NOVO PARAÍSO CURSO BACHARELADO EM AGRONOMIA MARCELLE RODRIGUES ROCHA PRINCIPAIS RAÇAS DE CAPRINOS E OVINOS EXISTENTES EM RORAIMA Caracaraí - RR 2020 2 Marcelle Rodrigues Rocha PRINCIPAIS RAÇAS DE CAPRINOS E OVINOS EXISTENTES EM RORAIMA Caracaraí - RR 2020 Trabalho para obtenção de nota na disciplina de Produção de animais ruminantes I, sob a orientação da Prof.º Edileusa de Jesus, turma Bacharelado em Agronomia 551. 3 INTRODUÇÃO A criação de ovinos e caprinos é uma prática realizada em diversas regiões do mundo devido a capacidade de adaptação desses animais frente as mais variadas condições edafoclimáticas. Alguns países com baixos índices de alimentos e renda possuem elevado índices relativos à ovino caprinocultura. Alterações acerca da ovinocaprinocultura brasileira ocorreram nas últimas décadas. Durante esse tempo, diversas partes dos setores da cadeia produtiva perceberam mudanças: na área da pesquisa voltada para produção de animais e beneficiamento de seus produtos, aumento dos produtores, aceitação de novas tecnologias, comportamento diferenciado dos agentes financeiros para facilitar o acesso ao crédito e, o mais importante, aumento da demanda por produtos derivados desses pequenos ruminantes (SEBRAE, 2005). É importante ressaltar que os ovinos e caprinos representam importante alternativa de proteína animal, não somente aos criadores e moradores do Estado de Roraima, como também ao mercado emergente das grandes cidades, em que se destaca Manaus. Essa metrópole vem consumindo de forma crescente carnes destas espécies e logisticamente é a metrópole brasileira com maior facilidade para escoamento da produção roraimense. Aqui nesse presente trabalho vamos explanar algumas raças de caprinos e ovinos existentes em Roraima, debatendo a eficiência que o Estado tem para esse tipo de atividade seguindo as necessidades. 4 CAPRINOVINOCULTURA EM RORAIMA Em Roraima, a caprinovinocultura é considerada, na maioria das propriedades, como uma atividade secundária, com plantéis que variam entre 30 e 100 animais. Em casos isolados, existem criações com, no máximo, 200 cabeças. Os produtores veem a atividade mais como uma fonte de proteína animal, do que uma alternativa comercial. Os ovinos geralmente têm baixo padrão genético e carcaças pequenas, entre 15 e 20 quilos. Outro ponto crítico no Estado é a pastagem, nativa ou cultivada, que é considerada de baixo valor nutricional. Para ajudar os criadores locais, a Embrapa adquiriu do Estado de Sergipe 80 reprodutores da raça santa inês que foram repassados, em regime de comodato, para os interessados em melhorar a qualidade dos seus rebanhos. Os exemplares foram distribuídos em 40 propriedades, onde ficarão por quatro meses para reprodução. O processo vai se repetir por mais duas etapas com outros grupos de criadores. Um dos objetivos da Embrapa é reduzir a alta taxa de mortalidade em decorrência de doenças e parasitas que atingem animais com até um ano de idade. Hoje, o índice chega a 40%, e a meta dos pesquisadores é diminuir essa taxa para 5%. O programa inclui também pesquisas para verificar a eficiência de alternativas de alimentação suplementar para os ovinos, adicionais às pastagens, com o objetivo de gerar e adaptar dois sistemas alimentares alternativos. Com essas ações, os pesquisadores esperam aumentar o desempenho na oferta de carne por animal, para que os exemplares estejam em condições boas para o abate aos 180 dias. A etapa pós-porteira também merece destaque no trabalho realizado com os ovinocultores em Roraima. A Embrapa estimula os criadores a trabalharem de forma associada para vender a carne. Atualmente, em função do baixo Desenvolvimento dos rebanhos, os produtores abatem os ovinos com mais de quatro anos, o que torna a carne pouco atrativa ao consumidor. É importante lembrar que os produtores precisam aproveitar a grande demanda que existe na capital Boa Vista, por exemplo. Há dez anos atrás, a oferta de carne de carneiro na cidade de Boa Vista, Roraima era proveniente de animais com elevada idade ao abate. Abatiam-se animais com mais de dois anos de idade, tais como machos inteiros ou castrados, além de fêmeas de descarte. Até a década de noventa prevalecia a criação extensiva em áreas com pastagem nativa. O rebanho era formado por animais mestiços sem padrão racial definido. O manejo adotado 5 consistia em prender todos os animais ao final da tarde, em aprisco no chão, cercado por madeira roliça e coberto com palha de buriti. Dentro do aprisco o esterco acumulava formando uma camada superior a 20 cm. Pela manhã os animais eram soltos, não havia fornecimento sequer de sal comum, nem tratamento para a verminose. O máximo que se fazia era o uso da creolina para o tratamento de bicheira. Por se tratarem de animais criados extensivamente em pastagem com baixo valor nutritivo, as carcaças pesavam cerca de 20 kg. Levando-se em consideração o modelo europeu de classificação de carcaça ovina (União Européia, 2008), poder-se-ia classificar como medíocre ou fraca quanto à sua conformação (desenvolvimento muscular) e magra em relação ao acabamento (percentagem de gordura), além de que, por ser provenientes de animais adultos apresentavam uma carne muito dura (menor teor de água), com pouco sabor e odor mais intenso se comparada a carne de cordeiros (animais abatidos com menos de um ano de idade). No início da década de 80, por iniciativa do Governo do então Território Federal de Roraima foram introduzidos reprodutores e matrizes das raças Morada Nova e Santa Inês (predominantemente de pelagem branca). Naquela ocasião a Embrapa Roraima passou a acompanhar e avaliar aspectos produtivos e reprodutivos das duas raças, incluindo-se, nessas avaliações, animais da raça Barriga Negra adquiridos em propriedades com criação de ovinos. A introdução da Barriga Negra em Roraima ocorria pelas fronteiras com a Venezuela e Guiana. Na década seguinte, observava-se a introdução de animais da raça Santa Inês realizada por criadores que buscavam na ovinocultura alternativa de exploração, notadamente dentre aqueles de origem nordestina. Mais recentemente, tem-se observado a presença de animais da raça Dorper sendo introduzidos com a finalidade de melhorar a carcaça por ocasião do abate. Diante dessa realidade iniciava-se uma nova fase na criação onde se observa a construção de apriscos suspensos, utilização de pastagens, maior preocupação com aspectos de manejo, suplementação alimentar e com a sanidade. 6 RAÇAS DE CAPRINOS E OVINOS As raças de ovinos mais encontradas em Roraima são: Santa Inês, Barriga Negra, Dorper, White Dorper; para caprinos: Anglo Nubiana e Saanen; com presença para o tipo sem raça definida tanto para ovinos quanto para caprinos. A recomendação do cruzamento de ovinos são Santa Inês com raças Dorper proporciona na melhora da carne de cordeiro e elevado ganho de peso, resultando na obtenção mais rápida musculosidade na carcaça do produto e sendo valorizado pelo mercado (MENEGHINI, 2011). O conhecimento das raças permite avaliar a resistência à verminoses, precocidade, habilidade materna, conformação da carcaça, dentre outras características, porém os produtores percebem as vantagens do resultado do cruzamento. Algumas vezes os produtores acabam vendendo os machos como reprodutores sem explicar que aqueles reprodutores são produtosF1 de cruzamento de duas raças onde resulta em heterose inferior se comparada com reprodutores puros. O Barriga Negra é um ovino de pequeno porte, indicado para criação em propriedade familiar e para o cruzamento com raças de maior porte. É possível obter machos com 28 quilos de peso vivo aos sete meses de idade, um excelente desempenho quando se trata de ovinos para produção de carne. A raça é originária das ilhas de Barbados, no Caribe, introduzida em Roraima pelas fronteiras com a Venezuela e Guiana. O plantel da EMBRAPA foi iniciado em 1980, por meio da seleção e compra de reprodutores de fazendeiros da região, com realização de testes das características produtivas e reprodutivas. Não há informações oficiais da presença da raça em outros estados brasileiros, apesar do relato de pequenos rebanhos no Nordeste. 7 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BENDAHAN, A.B. A criação de ovinos em Roraima II – “Dentro da Porteira” 2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2008_1/CriaOvinosDentro/index.htm>. Acesso em: 6/7/2020 MENEGHINI, R. C. M. A raça ovina sul-africana como opção no cruzamento industrial. FarmPoint, São Paulo, 17 fev. 2011. Disponível em: . Acesso em: 6 julho. 2020 Muniz, E.N.; Silva, A.V.C.; Mourão Junior, M.; Kaminski, P.E. Confinamento de cordeiros Barriga Negra. Boa Vista: Embrapa Roraima, 2004. 2p. (Embrapa Roraima, Comunicado Técnico, 3). Ribeiro, T.M.D.; Poli, C.H.E.C.; Monteiro, A.L.G. Produtividade animal em diferentes sistemas de terminação de cordeiros. REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 42., 2005, Goiânia. Anais... Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2005. (CD-ROM). UNIÃO EUROPÉIA. Regulamento (CE) N.° 22/2008 da Comissão, de 11 de janeiro de 2008, que estabelece as regras de execução da grelha comunitária de classificação das carcaças de ovinos. Jornal Oficial, n° L 9 de 12/01/2008, p. 6-11. *Ramayana Menezes Braga, médico veterinário, pesquisador da Embrapa Roraima. ramayana@cpafrr.embrapa.br. Tel. (95) 4009-7166. Boa Vista, Roraima, Brasil (junho/2011) http://www.infobibos.com/Artigos/2008_1/CriaOvinosDentro/index.htm
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