ESTAGIO EDUCAÇAO DO CAMPO RE

Prévia do material em texto

FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
RELATÓRIO
EDUCAÇÃO DO CAMPO
RESERVA
2020
GESSAMI MENDES NAIVERTH
RELATÓRIO 
EDUCAÇÃO DO CAMPO
Trabalho entregue ao curso de Educação do Campo, com vistas à convalidação de competências, para obtenção de certificado de Especialização Lato Sensu, conforme Norma Regimental Interna e Art. 47, Inciso 2, da LDB 9394/96
 RESERVA
 2020
GESSAMI MENDES NAIVERTH
ESTÁGIO SUPERVISINADO
A REALIDADE DA EDUCAÇÃO NO CAMPO
 
CURSO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO UNINA
RESERVA
PARANÁ– BRASIL
MAIO - 2020
FOLHA DE APROVAÇÃO
RESUMO
Este relatório foi realizado de maneira remota devido à pandemia do Novo Coronavirús, e tem como finalidade explicitar as realidades vivenciadas no contexto escolar da escola do campo. Este relatório foi realizado com o intuito de relatar todas as características de uma escola situada no campo, como seu espaço físico, estruturas do prédio, quadro de funcionários, equipe pedagógica, Projeto Político Pedagógico da escola, transporte dos alunos, capacitação dos professores, etc. Embora este estágio tenha sido realizado de forma remota devido à pandemia, utilizei como base de minhas pesquisas a convivência na escola do campo onde eu trabalho e a interação com meus colegas de curso e o professor orientador especialista na área, que nos orientou através de uma vídeo conferencia realizada pelo aplicativo Zoom, que aproximou acadêmicos do curso de Educação do Campo de vários estados do Brasil. Um dos objetivos da realização deste estágio é ampliar o nosso olhar enquanto acadêmicos para a prática em sala de aula, as peculiaridades da escola, a bagagem cultural dos alunos e a importância da capacitação dos professores e equipe pedagógica para oferecer uma educação de qualidade para os alunos que moram no campo.
Palavras-chave: Educação do Campo. Defasagem. Formação Continuada de Professores. 
1. INTRODUÇÃO
 Esse relatório sobre observação e prática da educação no campo foi realizado de forma remota devido à pandemia do Novo Coronavirús, e tem como fonte de pesquisa o colégio do campo, no distrito de Caetano Mendes do município de Tibagi, PR. Onde faço parte do quadro de funcionários e a troca de informações com acadêmicos do curso de Educação do Campo e do professor especialista na área, que nos orientou através de uma vídeo conferencia que foi realizado pelo aplicativo Zoom. 
 Por meio deste relatório apresentarei todas as informações da instituição estagiada, como endereço, contato, a estrutura da escola, o Projeto Político Pedagógico, os pontos positivos e negativos da instituição, a importância do estagio para a formação acadêmica, os objetivos do estagio, a importância da formação dos professores e da equipe pedagógica. 
 Através deste estágio pretende-se que o acadêmico tenha uma pequena amostra do que é ser um professor e o funcionamento de uma sala de aula. Essa aproximação é muito necessária, pois é o futuro professor se familiarizando com a docência. A prática do estagio, nos leva a conhecer de forma mais ampla as possibilidades de atuação do professor no seio da escola.
 
	
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Analisar os conteúdos ministrados e a metodologia que seria desenvolvida na disciplina de sociologia de uma escola do campo caso o estagio estivesse ocorrendo de forma normal, observando também as especificidades desta instituição e verificando a metodologia de ensino dos professores atuantes e como isso pode interferir no processo de aprendizagem dos alunos.
2.2 Objetivos Específicos
· Compreender a importância da bagagem cultural dos alunos e adaptar os métodos de ensino.
· Vivenciar o processo educativo quanto aos aspectos: planejamento, execução e avaliação;
· Assumir atitude crítica face à realidade observada, comparando todos os aspectos relevantes de seu desempenho;
3. A realidade da educação do campo
	O que nós conhecemos hoje como Educação do Campo é um termo recente e está em vigor a menos de dez anos. Embora o processo de consolidação ainda esteja em fase de construção às dificuldades desta escola do campo são muito grandes e isto interfere no processo de ensino aprendizagem dos alunos.
	Um dos maiores problemas da educação do campo é a defasagem dos alunos, essa evasão dos alunos está ligada a diversas causas. Uma delas é que a maioria dos alunos trabalha na agricultura e disso depende o sustento de sua família, por isso que a ajuda dos filhos se torna tão importante e consequentemente esses alunos vão deixando de lado a escola. Outro fato que contribui muito para esse numera de defasagem é o acesso a escola, geralmente as escolas do campo são situadas no interior com um limite de território muito grande e por isso necessita de uma grande frota de veículos para abranger toda essa área, e na maioria das vezes esse transporte é bem precário e a qualidade das estradas não é boa e isso também dificulta o acesso aos alunos, e com isso a frequência dos alunos fica bastante comprometida. 
	Outra observação que vale apena ser ressaltada é sobre a atuação dos professores em relação aos alunos da escola do campo. A maioria desses profissionais vem da cidade para lecionar nessas escolas, devido a falta de profissionais disponíveis na região. A parcela de profissionais capacitados para atuar na educação do campo é muito pequena, por isso muitos profissionais não levam em conta a bagagem cultural e as particularidades desses alunos e com isso reduzindo o aproveitamento da aprendizagem em sala de aula uma vez que a realidade dos atuantes é totalmente diferente. Por isso é tão importante a capacitação desses professores, para que haja um estreitamento e que o professor consiga compreender a realidade do aluno.
	Apesar da formação continuada dos professores ser tão importante para o bom desempenho em sala de aula ela fica comprometida pela falta de condições econômicas por parte dos professores. A desvalorização dos profissionais e salários baixos desestimulam os profissionais a se aperfeiçoar em cursos específicos para a escola do campo. Para Libâneo:
[...] na prática, os governos têm sido incapazes de garantir a valorização salarial dos professores levando a uma degradação social e econômica da profissão e a um rebaixamento evidente da qualificação profissional dos professores em todo o país. Em outros termos, ao mesmo tempo em que se fala da valorização da educação escolar para a competitividade, para a cidadania, para o consumo, continuam vigorando salários baixos e um reduzido empenho na melhoria da qualidade da formação profissional dos professores. (LIBÂNEO, 2004.p.65).
Na citação acima autor fala da realidade vivenciada nas escolas do campo é possível afirmar que os educadores são comprometidos com o seu trabalho e que muitas vezes só não se qualificam melhor por falta de condições financeiras.
 4. Projeto Político Pedagógico.
 Embora este estágio de educação do campo foi realizado de forma remota devido a pandemia do Novo Coronavírus, já havia tido contato com o PPP da escola onde eu trabalho devido a outros estágios que realizei em anos anteriores.
O colégio do qual faço parte possui um Projeto Político Pedagógico bastante democrático, foi reformulado em 2016 pela atual diretoria, com a participação de todos os funcionários: pedagogos, secretários, zeladores, cozinheiras, pais e alunos.
	A instituição está comprometida com uma educação que valoriza a cidadania, incentivando sempre a aceitação ao outro em suas diferenças e particularidades, desenvolvendo no aluno valores como dignidade do ser humano, respeito, igualdade, solidariedade e ética.
	Neste contexto os professores atuantes do colégio devem oferecer condições de aprendizagem ao aluno, através de planejamento e práticas integradoras. Precisa buscar constantemente aprimorar seu desempenho profissional e a ampliação de seus conhecimentos.O PPP da escola visa sempre o bem estar dos alunos, as descobertas feitas por eles, e incentiva sempre o “querer aprender”. O colégio também oferece o programa “Mais Educação” que basicamente é um programa que acontece no contra turno e são oferecidas atividades ligadas ao esporte e cultura, o colégio também oferece uma atividade chamada “Horta na Escola”, essa horta é cuidada pelos alunos no contra turno, e tem como objetivo principal; despertar o interesse pela agricultura, já que o colégio se situa em uma zona rural, e que, a agricultura é a principal fonte de renda das famílias.
	Em sua base curricular são oferecidas as disciplinas de língua portuguesa, matemática, química, sociologia, física, geografia, historia, inglês, arte, biologia, educação física, filosofia, ensino religioso e ciências. O colégio conta com profissionais especializados em educação especial e uma interprete de libras.
	A principal dificuldade que o colégio enfrenta nos dias atuais é a defasagem de alunos, que deixam a escola por motivos de gravidez na adolescência, outro motivo bastante típico é o trabalho na agricultura familiar, os alunos deixam de estudar para ajudar os pais na lavoura.
 4.1 A Estrutura da Escola do Campo.
 O colégio do campo onde trabalho possui um sério problema estrutural, o colégio divide instalações com a escola municipal que oferece o ensino fundamental 1. Desde 1996 a escola municipal cedeu um espaço para que o colégio do campo pudesse oferecer o ensino fundamental ǁ e o ensino médio para a comunidade, ate a construção de um novo colégio, mas esse projeto do governo do estado, nunca saiu do papel.
 Os anos foram passando, e com o aumento dos alunos o espaço cedido foi ficando pequeno, então foram sendo construídas varias salas conforme a demanda de alunos aumentava. Essas salas são totalmente irregulares, são umas diferentes das outras, não possuem iluminação adequada, a fiação aparecendo, pois já não existem mais tomadas, todas as salas tem ventilador, mas nem todos funcionam.
 O colégio não possuí cozinha própria, a única cozinha é a da escola municipal, que é compartilhada. A instituição não possui sala dos professores, não possui laboratório de informática, nem quadra poliesportiva e a biblioteca fica em uma precária sala feita de madeira.
 A distribuição dos alunos é adequada ao espaço das salas, não contendo mais de mais que trinta alunos por turma. E o turno é definido conforme o local onde o aluno mora. Exemplo: os alunos que moram mais longe do colégio, estudam no período da tarde, pois por ser de difícil acesso o ônibus escolar só se desloca em um único período. Os alunos que compõem o período da manhã são para os alunos que moram próximo ao colégio. O período noturno é reservado para os alunos que trabalham, ou que comprovem outra atividade que seja realizada durante o dia.
4.2 Caracterizações dos profissionais que atuam na escola do campo
 O quadro de funcionários do Colégio do campo onde tive como base de pesquisa é composto por 44 funcionários, sendo eles, 30 professores, 4 secretários, 2 pedagogos, 1 diretora, 6 zeladoras e uma cozinheira. O numero tão elevado de zeladoras é devido ao numero de alunos que moram no interior, pois não havendo pavimentação nas estradas consequentemente a escola necessita de um numero maior de zeladoras para conseguir manter a limpeza no colégio. Todos os funcionários exercem suas devidas funções corretamente, tendo um grande comprometimento com a educação. A equipe pedagógica está comprometida em fazer essa ponte entre professor vindo da cidade e aluno que mora no campo, para que haja um estreitamento entre ambos com a finalidade de um melhor aproveitamento em sala de aula. O sentimento de respeito pode ser visto de ambas as partes, tanto por parte dos alunos, quanto dos funcionários, e todos são tratados de forma igualitária.
. 
5. Considerações finais 
 Embora o estágio de educação do campo tenha acontecido de forma remota foi possível aprimorar os conhecimentos acerca das competências do profissional professor, ser professor não é apenas repassar conteúdos para os alunos, mas é também aprender junto com eles, no dia a dia e na singularidade de cada um. Ser professor é ser democrático, orientar os alunos sempre se reinventando, ouvindo a todos e ajudando nas tomadas de decisões para a escola.
 O profissional professor deve fundar-se num trabalho coletivo de diálogo, e na participação ativa dos alunos, funcionários, pais e toda a comunidade, buscando recursos e métodos que resultem na qualidade da educação oferecida. Os profissionais desta área enfrentam alguns desafios em seu cotidiano, pois muitas vezes a sociedade acaba por transferir para os professores e para escola tarefas que competem a si, e também a falta de participação da comunidade no ambiente escolar.
 O estagio é a oportunidade de vivenciar e contribuir junto à equipe escolar para identificação de problemas e discutir soluções para as mesmas é também um espaço de aprendizagem com a troca mutua e participação promovendo assim melhor interiorização de saberes ainda através do estagio nos é permitido relacionar os conhecimentos teóricos com os saberes práticos vivenciados na relação professor-aluno.
 Foi uma experiência muito positiva que me permitiu refletir e repensar o trabalho do professor em uma nova visão, desenvolvendo um trabalho voltado para interação e reflexão, com base no diálogo frequente.
Referências Bibliográficas 
LIBÂNEO, J. C. Organização e Gestão da Escola – Teoria e Prática. Editora Alternativa. 5 edição. Goiânia. 2004.