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10 dilemas antinomistas
Antinomista significa alguém que é contra a lei, que prega a sua total abolição por Jesus, seja durante o Seu ministério ou por Sua morte na cruz, o que envolveria todos os mandamentos, os morais (dos Dez Mandamentos) e os cerimoniais. Ensinam que o decálogo teria findado com a morte do Salvador juntamente com o velho concerto e todas as estipulações rituais dos judeus (a lei cerimonial).
Tais pessoas se esforçam ao máximo para se desfazerem da obrigação de cumprir os Dez Mandamentos, ensinando que tal lei, base do concerto de Deus com o Seu povo de Israel no passado, não mais se aplica aos cristãos. Em lugar dessa lei, resta ao povo cristão agora algo como a "lei de Cristo", na "nova dispensação", uma série de recomendações e princípios que se espalham por todo o Novo Testamento--nada de códigos e enumeração de regras. 
Fica-se a imaginar onde a Bíblia descreve um rompimento entre o Pai e o Filho ao ponto de este último rebeldemente lançar Sua própria lei em contraste com a do Pai (superior?!) que sempre serviu tão bem à humanidade como base de conduta moral. . . Afinal, não declarou o Cristo: "Eu e o Pai somos um"?! Por que a "lei de Cristo" e a "lei de Deus" não seriam uma só e a mesma?
Mas ao defenderem tais idéias antibíblicas esses ensinadores defrontam 10 dilemas sérios. Veja abaixo quais são.
O primeiro dilema dos que pregam a abolição dos Dez Mandamentos na cruz, juntamente com as leis cerimoniais, é que tais idéias chocam-se com o que sempre ensinaram destacados líderes cristãos e credos confessionais das diferentes igrejas protestantes, inclusive as dos próprios promotores de tais aberrações teológicas. Eis alguns exemplos:
Na mais alta categoria dos inimigos do evangelho de Cristo, estão aqueles que, aberta e explicitamente, "julgam a lei", e "falam mal da lei"; aqueles que ensinam os homens a quebrar . . . não somente um . . . mas todos os mandamentos de um só golpe. . . Isto é, na verdade, demolir enunciados com muita violência. . . ; isto é resistir na cara a nosso Senhor.
Estas vigorosas palavras são de João Wesley [Works of Wesley--Obras de Wesley (New York: Waugh & Mason, 1833)]. Para quem não sabe, Wesley foi o fundador do metodismo e o grande evangelista e reavivalista do século XVIII. É de um dos seus famosos sermões esta exposição:
A lei moral firma-se sobre um fundamento inteiramente diverso da lei cerimonial ou ritual, que tinha o desígnio de servir para uma restrição temporária sobre um povo desobediente e de dura cerviz; enquanto esta [a lei moral] procede do princípio do mundo, sendo "escrita, não em tábuas de pedra", mas nos corações de todos os filhos dos homens, quando saíram das mãos do Criador.-- João Wesley, "Upon Our Lord"s Sermon on the Mount", Discurso 5, em Works of Wesley, Vol. 5, (edição de 1829), p. 311.
Por seu turno, o fervoroso evangelista Moody acrescenta estes valiosos pensamentos:
Jamais encontrei um homem honesto que achasse falta nos Dez Mandamentos. A lei dada no Sinai nada perdeu de sua solenidade. . . . O povo precisa ser levado a compreender que os Dez Mandamentos estão ainda em vigor, e que há uma penalidade ligada a cada violação. . . . O sermão do monte não cancelou os Dez Mandamentos. -- Weighed and Wanting, pgs. 11 e 16.
O que esses autores declaram está em perfeita harmonia com os Credos de Fé históricos das diversas igrejas protestantes, entre os quais se poderiam citar os seguintes:
Igreja Batista: "Cremos que a Lei de Deus é a eterna e imutável regra de seu governo moral; que é santa, justa e boa; e que a incapacidade que as Escrituras atribuem ao homem caído para cumprir seus preceitos deriva inteiramente de seu amor pelo pecado; sendo um dos grandes objetivos do Evangelho e dos meios de graça ligados ao estabelecimento da igreja visível livrá-lo e restaurá-lo mediante um Mediador à genuína obediência à santa Lei"-- Artigo 12 da "Confissão de New Hampshire".
"Todos nós temos a obrigação de cumprir a lei moral... que é a que nos prescreve as obrigações para com Deus e o próximo. . . . A lei se acha expressa com maior minuciosidade nos dez mandamentos, dados por Deus a Moisés no Sinai". -- Catecismo da Doutrina Batista, do Pastor W. D. T. MacDonald, pgs. 28 e 29.
Igreja Metodista: "O Velho Testamento não é contrário ao Novo: pois tanto no Velho quanto no Novo Testamento a vida eterna é oferecida à humanidade por Cristo, que é o único mediador entre Deus e o homem, sendo tanto Deus quanto homem. . . . Conquanto a lei dada por Deus mediante Moisés, no que tange a cerimônias e ritos, não seja vigente para os cristãos, nem os seus preceitos civis . . . não obstante nenhum cristão de modo algum está livre da obediência aos mandamentos que são denominados Morais".--Artigo 7 dos "Trinta e Nove Artigos de Religião". [Obs.: Esta mesma confissão é adotada pela Igreja Episcopal].
Igreja Presbiteriana: "A lei moral para sempre obriga a todos, tanto as pessoas justificadas quanto as demais, à sua obediência; e isso não só com respeito a seu conteúdo, mas também com respeito à autoridade de Deus o Criador que a concedeu. Nem Cristo no evangelho de modo algum desfez, mas fortaleceu essa obrigação. . .
"O Espírito de Cristo subjuga e capacita a vontade do homem para . . . cumprir o que a vontade de Deus, revelada na Lei, requer que seja feito. . . .
"A liberdade que Cristo adquiriu para os crentes sob o evangelho consiste em sua liberdade da culpa do pecado, da condenatória ira de Deus, da maldição da lei moral . . . Sob o Novo Testamento a liberdade do cristão é mais ampliada na liberdade do jugo da lei cerimonial, à qual a igreja judaica estava sujeita". -- Seções V, VII e XX do Capitulo XIX da "Confissão de Fé de Westminster". [Obs.: Também validada pela Igreja Congregacional].
Não é embaraçoso ver esses indivíduos contradizendo os pioneiros e credos de suas próprias igrejas?
O segundo dilema dos pregadores dessas teorias de "lei abolida" é quererem dizer que o mandamento do sábado é o único do Decálogo que não consta do Novo Testamento e não poderem prová-lo. Ensinam que conquanto a lei moral dos Dez Mandamentos haja encontrado o seu fim na cruz, todos os mandamentos, com exceção do sábado, foram sendo restaurados e repetidos no Novo Testamento. Daí apresentam uma listinha com os mandamentos enumerados por passagens neotestamentárias, menos o 4º. (do sábado). Mas quem se detiver para examinar a tal listinha verá que, como se diz popularmente, é pura "marmelada". Em primeiro lugar, não constam claramente os termos do 3º. mandamento, apenas uma referência indireta ao mesmo (de Mat. 5:34, 35: "de modo algum jureis . . . nem pelo céu . . . nem pela terra").
Como também não consta nada específico de não se dever fabricar imagens de esculturas. Apenas há referências indiretas, como a condenação genérica a ídolos (ver Atos 15:20, I João 5:21. 2 Coríntios 6:16). Com isso um católico pode alegar que tais passagens não abrangem as imagens dos santos, só da Divindade, e eles estariam cumprindo o preceito, pois realmente não cultuam imagens de Deus. De fato, se os Dez Mandamentos foram abolidos na cruz, como provar que a mera confecção de imagens é errada, como estipulado no 2º. mandamento--"Não farás para ti imagens de escultura. . ."?
Seja como for, se esses "apologistas cristãos" se sentem no direito de fazer "referências indiretas" a mandamentos do Decálogo, nada mais justo do que mostrar referências mais do que indiretas do 4º. mandamento no Novo Testamento:
Jesus declarou que "o sábado foi feito por causa do homem", claramente indicando a Criação. O texto indica que a palavra para "homem" é a mesma empregada para quando Cristo referiu-se ao casamento, originário do Éden, quando o homem "deixa o seu pai e a sua mãe e une-se a sua mulher" (Mat. 19:5). Ora, casamento não é coisa só para os judeus. E citar a 2a. parte do verso, "não o homem por causa do sábado" não contradiz a primeira parte, sobretudo quando se interpreta tais palavras segundo a imaginação de anti-sabatistas (de que o sábado era só para judeus).Não dá certo porque não se poderia dizer, "e não o homem judaico por causa do sábado". O "homem judaico" não foi feito, apenas o "homem". O fato de se tornarem judaicos, babilônicos, egípcios é coisa bem posterior. . .
O testemunho de Lucas 30 anos após a crucifixão, de que as santas mulheres seguidoras de Cristo "no sábado descansaram, segundo o mandamento" (Luc. 23:56). Após três décadas, para Lucas a guarda do sábado do sétimo dia era "segundo o mandamento". Ele nada diz de que fosse mandamento de alguma "lei antiga", "abolida", ou coisa tal.
A declaração do autor de Hebreus (cap. 4, vs. 9) de que resta um descanso sabático para o povo de Deus (no grego, sabbatismós, em contraste com todas as demais referências a "descanso" no capítulo, para as quais usa o termo katapausín-vs. 3, 4, 5, 8). Esta diferenciação de termos é muito significativa. Sem falar no fato de que o autor bíblico, escrevendo a cristãos hebreus, não ilustra o descanso espiritual que o povo de Deus deixou de obter, ou poderia ainda obter, com o descanso dominical (pelo ano 64 a 70 AD). Se o domingo já fosse uma instituição cristã, o dia de descanso da igreja, sem dúvida ele faria sua ilustração mencionando o domingo. Contudo, ignora inteiramente este dia, e vale-se do sábado do sétimo dia para ilustrar o seu ponto.
A preocupação expressa por Cristo sobre os cristãos de Jerusalém que deveriam orar para que a fuga deles, quando da invasão de sua terra (Jerusalém e Judéia) em 70 AD pelas tropas romanas não tivesse que se dar "no inverno, nem no sábado" (Mat. 24:20). Cristo sabia da inconveniência e perigo se os inimigos cercassem a cidade no dia em que estavam na igreja ou dedicados à adoração particular a Deus, alheios ao que se passava fora. . .
Jesus também recomendou: "fazei e guardai tudo quanto eles [os líderes religiosos dos judeus, seus contemporâneos] vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem" (Mat. 23:2). Uma das coisas que eles diziam era que observassem o sábado (Lucas 13:14). Deviam, pois, ouvi-los no que estavam certos e "fazer", mas não agir do modo errado como eles agiam para com o mandamento do sábado e todos os outros. 
Paulo passou um ano e meio discutindo com os judeus em Corinto, e ao longo de todo esse tempo NUNCA se lembrou de dizer a eles que deviam passar a se reunir no domingo, mesmo quando os judeus abandonaram o local e ele ficou somente com os gentios (Atos 18:1-4 e 11). Em Filipos, onde não havia sinagoga, os apóstolos e Paulo escolheram um lugar tranqüilo para passarem um sábado: Atos 16: 12, 13. 
Os cristãos de origem judaica, eram zelosos na observância da lei (At. 21:20) e não seriam promotores do abandono de um dos principais preceitos da lei--o 4º. mandamento. Documentação histórica posterior corrobora esta conclusão. O historiador palestino Epifânio viveu ao redor de 350 AD e narra a história da igreja de Jerusalém. Ele conta de como deixaram a cidade antes da sua destruição em 70 AD, foram para o norte, a um lugar chamado Pela, colonizaram o lugar, onde passaram a ser conhecidos como "nazarenos". Epifânio declara que esses nazarenos, ou seja, os diretos descendentes da igreja de Jerusalém, viveram ali no seu próprio tempo e, diz ele, diferiam do resto dos cristãos por insistirem até aquele tempo na observância do sábado do sétimo dia! 
No Concílio de Jerusalém, dentre as coisas que não se requeria dos gentios nenhuma regra contra o sábado é determinada (Atos 15:20), prova de que não foi objeto de debate naquela igreja--todos o observavam sem problemas. Paulo declara quando sob julgamento: "Nenhum pecado cometi contra a lei dos judeus, nem contra o templo. . ." Caso ele tivesse desrespeitado o preceito do sábado não teria condições de fazer tal alegação pois seria imediatamente acusado de ser um violador do sábado, um princípio muito arraigado na religião e cultura dos judeus.
O terceiro dilema desses "intérpretes da nova lei" é não conseguirem demonstrar a exigência até infantil de que os mandamentos todos sejam referidos (integralmente ou não) para indicar sua validade no Novo Testamento. 
Mas quem disse ser este o objetivo desta parte da Bíblia? Não há nenhuma necessidade de "chover no molhado". Os princípios morais básicos do Velho Testamento, que têm por fundamento o "amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo", são reiterados (não revalidados) no Novo Testamento por Cristo (Mat. 22:34-40, cf. Deut. 6:5 e Lev. 19:18).
Quando Paulo diz que "o cumprimento da lei é o amor" (Rom. 13:8-10) apenas cita alguns mandamentos como ilustração. Em seguida, porém, declara: "e se há qualquer outro mandamento. . ." Claro que ele com isso abrange toda a lei moral divina. Jesus também declarou ao jovem rico: "Se queres . . . entrar na vida, guarda os mandamentos" (Mat. 19:17). No relato de Lucas, este mostra que Jesus diz ao jovem: "Sabes os mandamentos: não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe" (Luc. 18: 20, 21). Então, é uma grande tolice alegar que se Jesus não repetiu o 4o. mandamento, este não era mais obrigatório, pois na verdade ele não citou também o 1º., nem o 2º., nem o 3º., nem o 10º.! Poderia, daí, esse jovem viver os descumprindo? Poderia alcançar a vida eterna adorando imagens, falando o nome de Deus em vão, violando o sábado e cobiçando a mulher e coisas do próximo? Era este o ensino de Cristo?
Oh, mas isso não vale--Jesus falou tais coisas antes da cruz, ainda na "dispensação da lei", alegam muitas vezes. Não há problema: Tiago, bem depois da cruz, cita os mandamentos "não matarás" e "não adulterarás" para ressaltar que "qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos", lembrando a seguir que essa lei será a base do juízo divino (ver Tia. 2:8-13). Não cita todos os mandamentos, é verdade, só dois. Mas suas palavras são evidentemente abrangentes de TODOS.
Só quem for muito teimoso e preconceituoso contra a vigência da lei divina moral é que não pode percebê-lo, além de terem esses de enfrentar ao final o juízo de transgredirem todos os mandamentos por não só descumprirem voluntariamente um deles, mas ainda fazerem campanha contra sua vigência (Mateus 5:19). E voltamos a lembrar as abrangentes palavras de Paulo, em Romanos 13:8-10, depois da cruz. . .
Com isso chegamos ao quarto dilema dos antinomistas e semi-antinomistas modernos: deixarem implícita a absurda "divisão dispensacionalista" pela qual as pessoas antes da cruz eram salvas pela lei, e depois da cruz, pela graça.
É assim que muitos crentes pensam. Indagamos exatamente isso para as centenas de irmãos evangélicos que recebem nossos anúncios, perguntando especificamente: como se salvavam as pessoas que viviam nos tempos do Velho Testamento? Alguém nos respondeu que se salvavam pela obediência à lei, outro que Jesus foi pregar para os "espíritos em prisão" (1 Pedro 3:19 e 20), demonstrando a evidente ignorância desse ensino no meio evangélico, fruto da teoria dispensacionalista, que deixa muita gente confusa sobre este ponto (e outros): se agora é a "dispensação da graça", então as pessoas se salvam sem nada terem a ver com a lei. E na "dispensação da lei", as pessoas se salvavam sem nada terem a ver com a graça!
Arnaldo Christianini aborda esta questão de modo até irônico:
O autor do livro [O Sabatismo à Luz da Palavra de Deus, do batista Ricardo Pitrowski, que Christianini refuta inapelavelmente em sua obra] . . . defende o dispensacionalismo e crê que, depois de Cristo a graça suplantou a lei, substituiu-a, anulou-a, destruiu-a. Afirma que, com a morte de Cristo, findou-se a jurisdição da lei, iniciando-se a da graça... Se isso fosse verdade, gostaríamos de perguntar como se arrumaram os pecadores dos tempos do Velho Testamento? Como se teriam salvo? Este ponto não pode ser passado por alto porquanto as Escrituras ensinam clarissimamente que a salvação é obtida unicamente pela graça. E se a graça não existia antes da cruz, segue-se que os pecadores que viveram no tempopatriarcal e posterior não se salvaram. Viveram antes da graça, para sua perdição. Ou--se como querem alguns--os pecadores do Velho Testamento se teriam salvo pelas obras da lei, forçoso é convir que o Céu estará dividido em dois grupos: um grupo a proclamar altissonantemente ter-se salvo pelos seus méritos e esforços, por terem guardado a lei (e isto seria um insulto a Jesus, um ultraje ao Seu sacrifício e ao Seu sangue), ao passo que o povo que viveu depois da cruz lá estaria a proclamar humildemente os louvores de Cristo, que lhes deu a vida eterna. . . . Seria concebível?
Não, não há na Bíblia tal coisa: uma jurisdição da lei e outra da graça, separadas pela cruz. Isto é danosa invencionice humana, ofensa ao plano de Deus. . . . Diz a Bíblia que a graça vem de "tempos eternos" (Rom. 16:25), que o "Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo" (Apoc. 13:8), e que "a graça nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos" (II Tim. 1:9). Portanto, os pecadores sob o Velho Testamento também se salvaram pela graça. . . .
Abraão foi salvo pela graça, Gál. 3:8; Rom. 4:3. Davi não se salvou pelos próprios méritos, mas pela fé em Cristo. Rom. 4:6. A graça está estendida a TODOS os homens. Tito 2:11; Rom. 5:18. Estava planejada antes mesmo da queda e começou a vigorar desde Gên. 3:15. . .- Subtilezas do Erro, 1a. edição, pgs. 84 e 85.
O quinto dilema dos que advogam a teoria da abolição do decálogo divino é a evidente contradição e falta de lógica em seu raciocínio sobre a "restauração dos mandamentos no Novo Testamento". 
Se todos os mandamentos foram abolidos na cruz, mas sendo depois restaurados no Novo Testamento (menos o 4º.), imaginemos uma situação incrível que se estabeleceria: O 5º. mandamento foi de embrulho com todos os demais regulamentos morais e cerimoniais quando Jesus exalou o último suspiro e declarou, "Está consumado". Daí, no minuto seguinte qualquer filho de um seguidor de Cristo poderia chutar a canela de seu pai ou mãe, xingá-los, desobedecê-los e desrespeitá-los livremente, eis que o 5o. mandamento só foi "restaurado" quando Paulo se lembrou de referi-lo, escrevendo aos efésios, e isso no ano 58 AD (ver Efés. 6: 1-3)! E, pior ainda, os termos do mandamento "não matarás" só foram reiterados por Paulo em Romanos 13:9, no ano 56 ou 58 AD (bem como "não adulterarás", "não furtarás", "não cobiçarás". . .).
Ou seja, por quase 30 anos os filhos dos cristãos não tinham que respeitar os pais, pois o 5º. mandamento só é restaurado após umas três décadas, e mesmo assim só para os efésios. Muitas décadas mais se passaram até atingir toda a comunidade cristã para cientificar-se da necessidade de os filhos respeitarem seus pais! Além de os cristãos poderem matar uns aos outros, etc., nesse mesmo período "sem a lei". . . Faz sentido isso tudo?
Por aí se vê a enrascada em que se mete quem contraria o "assim diz o Senhor" das Escrituras.
Passemos, porém, para outro dilema, o sexto: não saberem definir a terminologia paulina ao tratar do tema da lei em suas epístolas e fazerem grande confusão a respeito. Isso é perigoso, pois Pedro já advertira que "Paulo escreveu segundo a sabedoria que lhe foi dada, e ao falar acerca destes assuntos, como de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas cousas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles". E recomenda logo a seguir: "Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza" (2 Ped. 3:15-17).
Esses "apologistas cristãos" se atrapalham muitas vezes com a rica terminologia paulina em Romanos, Gálatas, Efésios porque Paulo usa várias expressões no seu debate sobre lei-graça, fé-obras, pecado-justiça (como "lei de Cristo", ou "da graça", ou "da fé", ou "do espírito de vida", "ou do pecado e da morte"). Não percebendo o recurso retórico de seu uso não se dão conta de que "a lei do pecado e da morte", por exemplo, é como Paulo se refere à ação do pecado, não uma designação à lei de Deus sobre a qual ele declarou: "com a mente sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne da lei do pecado" (Rom. 7:25). Este texto e outros em que Paulo exalta a lei de Deus como "santa, justa, boa, espiritual" na qual tem "prazer" (vs. 12, 14, 16, 22) não condizem com a tese da "lei abolida". Iria Paulo ter prazer numa "lei do pecado", inteiramente abolida?
Sem falar em Rom. 3:31: "Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma, antes confirmamos a lei". Esta é um claro texto em que Paulo demonstra que sendo a salvação inteiramente pela fé, não ficam os redimidos sem a lei de Deus como sua norma de vida. Esses negadores da validade de tal lei simplesmente não sabem o que fazer com este texto diante das teses que advogam. E ainda vem logo a seguir Rom. 8:3 e 4, 7 e 8 que são versículos dos quais fogem, como "o diabo foge da cruz". . .
O sétimo dilema desses negadores da validade da lei divina é não conseguirem comprovar que no Novo Concerto há uma "nova lei" que nada tem a ver com o Decálogo, para o cristão, sendo mais "user friendly". Contudo, a Bíblia indica que o novo concerto tem por base não outra, mas a mesma lei moral dada a Israel. 
Vejamos um importante texto, de Hebreus em que, longe de ensinar que o Novo Testamento representa um novo concerto sem a lei divina básica expressa no Velho Testamento, o autor bíblico mostra que aos que aceitarem os termos do Novo Concerto (ou Novo Testamento) o próprio Deus escreveria a Sua lei em seus corações e a imprimiria em suas mentes: 
Agora, pois, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é Ele também mediador de superior aliança, instituída com base em superiores promessas. Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para segunda. E, de fato, repreendendo-os, diz: Eis aí vêm dias, diz o Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Judá, não segundo a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os conduzir até fora da terra do Egito, pois eles não continuaram na minha aliança, e eu não atentei para eles, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor. Nas suas mentes imprimirei as minhas leis, também sobre os seus corações as inscreverei; e Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo (Heb. 8:6-10; cf. 10:16).
Em 2 Coríntios 3:1-11 Paulo compara o cristão sob o novo concerto com uma "carta, escrita em nossos corações, conhecida por todos os homens . . . escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações".
No novo concerto, firmado sobre "superiores promessas", Deus escreve a Sua lei nos corações dos que aceitarem os seus termos, tirando-a das frias tábuas de pedra para gravá-la nos corações aquecidos pela graça divina (ver Heb. 8:6). Note-se que essa "lei de Deus" é a mesma que constava da promessa original dirigida aos filhos de Israel em Jeremias 31:31-33 e não outra. O ônus da prova fica com quem negue este fato, claramente estabelecido nestes textos, além de Hebreus 10:16, que confirma: Deus escreve a Sua lei nos corações de Seus filhos sob a nova aliança. Os leitores cristãos-hebreus da epístola entenderiam muito bem a que lei divina se referem tais dizeres.
E até agora nenhum desses "apologistas cristãos" conseguiu responder de forma minimamente aceitável a nossa pergunta-desafio: onde é dito que quando Deus escreve a Sua lei nos corações e mentes dos que aceitam os termos do Novo Concerto, Ele deixa de fora o 4o. mandamento ou este consta tendo o domingo no lugar do sábado?
Outro dilema dessas pessoas é que o contexto de Hebreus capítulos 8 e 10 é claro ao definir que se aplicam ao novo "Israel" de Deus, aqueles da dispensação cristã. Para desconsolo de tais indivíduos o texto fala em "leis de Deus", não "lei de Cristo". Afinal,o novo concerto é agora disponível a todos, judeus e gentios, pois o muro de separação foi desfeito com a abolição da "lei cerimonial"--não da "lei moral" (Efé. 2:11 a 22). 
Portanto, o tema da lei divina não é coisa do Velho Testamento. Pelo contrário, é componente fundamental do próprio Novo Testamento, por certo em seus aspectos morais, não cerimoniais (ver 1 Cor. 7:19).
O oitavo dilema desses negadores da validade do Decálogo como norma de conduta cristã é que não sabem o que fazer com a norma sobre dia de repouso dentro da "nova lei": ora dizem que os cristãos primitivos adotaram logo o domingo para comemorar a ressurreição de Cristo, mas por falta de comprovação bíblica dizem alternativamente que não há mais dia nenhum para observar, ou que o mandamento agora é o descanso num mero "dia em sete", não necessariamente no 7º. dia, ou que o repouso na verdade significa simplesmente aceitar a Cristo, e assim por diante. Agora, se "qualquer dia serve", por que não ficar logo com o que é claramente instituído na Bíblia, o 7º.?
Não há consenso entre os vários crentes e igrejas, algumas observando rigorosamente o domingo, outras não dando muito valor ao dia, sendo usado apenas como o "horário do culto", ou não tendo qualquer escrúpulo por dia algum. Mas Jesus disse que "o sábado foi feito por causa do homem [não do judeu]" (Mar. 2:27) e João revela, na introdução de seu livro profético, que tinha um "dia do Senhor" que dedicava a Deus (Apo. 1:10).
Que João não se refere ao domingo fica claro pelo fato que, ao escrever o seu evangelho na mesma época, refere-se ao dia da Ressurreição simplesmente como "primeiro dia da semana", sem nenhuma indicação especial quanto ao dia (ver João 20:1).
O nono dilema dos advogados do fim de toda a lei (moral, cerimonial, civil) na cruz é que, percebendo não haver fundamentação bíblica segura para sustentar a guarda do domingo (por isso nem todas as igrejas e/ou seus membros o adotam) recorrem a textos patrísticos inteiramente isolados de sua contextuação, ao mesmo tempo em que buscam ignorar os resultados do trabalho realmente erudito, profundo e reconhecido por autoridades tanto católicas quanto protestantes do Dr. Samuele Bacchiocchi dentro do próprio Vaticano, e o de outros pesquisadores sérios. 
Citar Barnabé, Tertuliano, Justino Mártir, Eusébio pode parecer muito impressionante, mas se não se levar em conta a verdadeira contextualização histórica desses escritos, tais declarações omissas haverão de ser enganosas, como de fato se dá.
Também os que citam tais autoridades não mencionam TODAS, pois deixam de fora Sozomen, Sócrates, Epifânio, não explicam a origem do Domingo de Páscoa em substituição da regra de observar-se a Páscoa em 14 de Nisã como os judeus, ignoram as razões da famosa Controvérsia Quatrodecimana ou das medidas antijudaicas do Imperador Adriano em 135 AD e seus desdobramentos para a igreja cristã a partir de Roma*. Tudo isso merece séria pesquisa. . .
O décimo dilema dos que pregam o fim do Decálogo divino na cruz é que precisam recorrer à pura e simples mentira para promoverem a falsa equação: "Observância do sábado = justificação por obras". Ou seja, insinuam insistentemente que quem deseja observar o sábado do sétimo dia é por estar querendo salvar-se pelas obras da lei!
Apesar de lhes terem sido apresentadas as POSIÇÕES OFICIAIS das igrejas observadoras do sábado sobre a salvação pela graça, nunca pelas obras da lei, esses "apologistas cristãos" passam por alto tais fatos devidamente documentados e partem para a repetida, injusta e falsa alegação de que todos os que ensinam e praticam a guarda do sábado do 7º dia pregam a salvação pelas obras da lei, sendo, portanto, legalistas.
Há, porém, duas simples razões pelas quais demonstramos ser isto uma falsidade caluniosa:
1o. -- É antibíblico: Crer em salvação ainda que parcialmente pelas obras e ensinar isso choca-se com o teor todo do que as Escrituras ensinam, e os adventistas e demais observadores do sábado conhecem muito bem suas Bíblias para incorrerem em erro tão primário. Sabemos o que Paulo diz em Romanos, Gálatas, Efésios, e não iríamos jamais contrariar tão claras exposições do apóstolo. Ademais, no exame dos textos de Efés. 2:8 e 9, tão citados em círculos evangélicos, não podemos nos esquecer do verso seguinte, o 10. . .
2o. -- É desnecessário: Não há nenhuma condição sine qua non para quem observa o mandamento do sábado de crer em salvação por obras por sua prática de guardar o dia do Senhor bíblico. Ou seja, não precisamos apelar a essa posição antibíblica de salvação por obras para defender a vigência e guarda do sábado, tanto quanto os demais cristãos não obtêm mérito por não adorarem imagens, por exemplo. Assim, se os evangélicos respeitam os termos do mandamento contra as imagens, acaso com isso se tornam legalistas e obtêm salvação por cumprir tal obra? Claro que não. O mesmo raciocínio se aplica à questão do sábado e a todos os demais mandamentos da lei divina.
Sendo que estão perfeitamente avisados dos fatos, se insistem com tais insinuações caluniosas, o que praticam é o puro e simples "falso testemunho contra o . . . próximo". Como, porém, teimam em ensinar que os Dez Mandamentos não são mais norma de conduta cristã, tendo sido inteiramente abolidos, e, como lembra um deles, "Abolir significa: "Revogar, anular, extinguir, suprimir"", dá para compreender o porquê de tais atitudes. O que fazem é, como se diz, despejarem o bebê junto com a água do banho!
Se o Decálogo foi revogado, anulado, extinto, suprimido, claro. . . foi por água abaixo o seu 9º mandamento: "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo" (Êxo. 20:9). Agora, sim, isso faz perfeito sentido! Estão explicadas estas atitudes deploráveis de falsas acusações desses "apologistas cristãos".
O problema para essa gente é o que encontramos em Apocalipse 21:8 onde é dito sobre "... todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte".
Deus tenha deles misericórdia e faça-os despertarem à realidade (e à verdade) enquanto é tempo!
Prof. Azenilto G. Brito
Ministério Sola Scriptura

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