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CO2006 - Apostila

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1 
 
 
 
2 
 
 
Aspectos fisiológicos e nutricionais do lactente 
 
“Existem diversos métodos para a avaliação do estado 
nutricional. Devem-se utilizar aqueles que melhor 
detectem o problema nutricional da população em 
estudo e/ou aqueles para os quais os profissionais 
tenham maior treinamento técnico” (Mello, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A criança apresenta-se em constante crescimento e desenvolvimento. Sendo 
assim, avaliar a evolução (física e mental) em toda consulta torna-se parte obrigatória 
da semiologia infantil. 
 
Crescimento 
 
 O crescimento é definido pelo aumento linear contínuo, mas não constante, 
das estruturas que o compõem e resultante da interação de fatores intrínsecos ou 
orgânicos (genéticos, neuroendócrinos) e extrínsecos ou ambientais (nutricionais, 
condições geofísicas, atividades físicas, vínculo mãe-filho). 
 A informação genética define as características físicas de cada indivíduo, 
incluindo altura, peso e outras características fenotípicas, tendo interferências na 
tradução da mensagem genética os fatores extrínsecos e intrínsecos, o que pode 
comprometer o tempo e a intensidade do agravo e da fase de desenvolvimento do 
indivíduo. 
 
3 
 
Doenças que podem alterar medidas: 
Estatura: síndrome de Noonam, de Seckel, de Russell-Silver, de Klinefelter, entre 
outras. 
Peso: Síndrome de Prader-Wille, hipotireoidismo, doença de Cushing, entre outras. 
Envergadura: síndrome de Marfan, gigantismo, entre outras. 
Segmento inferior: desnutrição energético-proteica, hipogonadismo, hipocondroplasia, 
entre outras. 
Perímetro cefálico: infecção congênita, síndrome alcoólica fetal, hidrocefalia, entre 
outras. 
Perímetro abdominal: obesidade, dislipidemias, cardiopatias, entre outras, podendo 
ser utilizadas como indicador desta condição. 
 
Curvas de crescimento: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Cada criança nasce com um potencial genético de crescimento, atingido ou não 
de forma plena; 
 Levar em consideração todos os fatores que envolvem essa criança; 
 FATORES: genéticos e ambientais; 
 Sempre colocar na curva de crescimento – desde o nascimento – carteirinha de 
saúde - até a data que o paciente chega a você. 
 
4 
 
 
Padrões de crescimento físico - PESO 
 
 
 
• Após o nascimento: ↓ cerca de 10% (urina + mecônio + jejum); 
• Peso ao nascimento: alcançado por volta do 10º - 14º dia de vida; 
• 1º mês: o peso ↑ cerca de 30g/dia; 
• 1º trimestre: 700g/mês; 
• 2º trimestre: 600g/mês; 
• 3º trimestre: 500g/mês; 
• 4º trimestre: 400g/mês; 
• Dobra o peso: do nascimento no 5° mês; 
• Triplica o peso: do nascimento no 12° mês; 
• Após 2 anos de idade: ganho médio de 2kg/ano até a idade de 8 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Padrões de crescimento físico - ESTATURA 
 Recém-nascido: mede ±50cm; 
 1º semestre: crescimento de ±15 cm; 
 2º semestre: crescimento de ±10cm; 
 Final do 1º ano: cresceu 50% da altura ao nascer (±75 cm); 
 Criança com 4 anos: mede ±100cm; 
 Criança entre 2 e 5 anos: cresce ±7 cm/ano; 
 Criança entre 6 e 12 anos: cresce ±6 cm/ano. 
 
Padrões de crescimento físico - PERÍMETRO CEFÁLICO 
 
 0 – 3 meses: 2 cm/mês; 
 3 – 6 meses: 1 cm/mês; 
 6 – 9 meses: 0,5 cm/mês; 
 9 – 12 meses: 0,5 cm/mês; 
 1 – 3 anos: 0,25 cm/mês; 
 4 – 6 anos: 1 cm/mês. 
 
 
 
 
Avaliação Nutricional 
A avaliação do estado nutricional tem se tornado aspecto cada vez mais 
importante no estabelecimento de situações de risco, no diagnóstico nutricional e no 
planejamento de ações de promoção à saúde e prevenção de doenças. Sua 
importância é reconhecida tanto na atenção primária, para acompanhar o crescimento 
e a saúde da criança e do adolescente, quanto na detecção precoce de distúrbios 
nutricionais, seja desnutrição, seja obesidade. 
A identificação do risco nutricional e a garantia da monitoração contínua do 
crescimento fazem da avaliação nutricional um instrumento essencial para que os 
 
6 
 
profissionais da área conheçam as condições de saúde dos pacientes pediátricos. Ao 
monitorá-los, é possível obter o conhecimento de seu padrão de crescimento, 
instrumento importante na prevenção e no diagnóstico de distúrbios nutricionais. 
Cabe ressaltar que algumas deficiências nutricionais específicas podem ocorrer sem 
comprometimento antropométrico imediato, e sua detecção depende da realização de 
cuidadosa anamnese nutricional. A fome oculta, deficiência isolada ou combinada de 
micronutrientes, pode ser identificada e confirmada utilizando-se métodos dietéticos, 
clínicos e bioquímicos, que também fazem parte da avaliação do estado nutricional. 
Na rotina da assistência pediátrica, compete ao profissional realizar anamnese 
alimentar tão completa e detalhada quanto possível. 
A anamnese deve abranger a alimentação habitual, o tipo e a frequência das 
refeições diárias. Também é importante perguntar a respeito de crenças e tabus e 
sobre a ocorrência de doenças até aquele momento. 
 
Investigar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se o lactente recebe fórmula infantil é fundamental perguntar sobre a diluição, 
oferta hídrica, modo de armazenamento da lata e a possível adição de outros 
ingredientes na mamadeira. 
• Creche/escola (período integral ou não?); 
• Exposição regular ao sol (tempo e área exposta). 
 
 
 
Se o lactente está em regime de aleitamento materno exclusivo, 
é importante saber o nº de vezes que a mãe amamenta, o tempo 
das mamadas, se há o esvaziamento e revezamento das mamas, 
a quantidade de fraldas utilizadas ao dia e as características das 
evacuações e da diurese (quantidade e coloração). 
 
7 
 
 
Avaliação física 
Peso do Nascimento: parâmetro mais utilizado para avaliar crescimento intra-
uterino e a maturidade do recém-nascido. A classificação dos recém-nascidos quanto 
ao peso de nascimento é: 
• Peso normal ao nascer: 2.500g a 3.999g; 
• Baixo peso ao nascer: <2.500g; 
• Muito baixo peso ao nascer: < 1.500g; 
• Extremo baixo peso ao nascer: <1.000g; 
• Existe uma perda fisiológica de peso nos primeiros dias de vida de, 
aproximadamente, 5 a 7% nos recém nascidos a termos e de 10 a 15% nos 
recém-nascidos pré-termos. 
 
Idade gestacional 
 
 
• RN pré-termo/prematuro: <37 semanas 
• RN termo: 38 e 42 semanas 
• RN pós-termo: >42 semanas 
 
 
Peso 
O peso de crianças de 0 a 23 meses deve ser aferido com balança do tipo pesa-
bebê, Mecânica ou eletrônica, que possui grande precisão, com divisões de 10 g e 
capacidade de até 16 kg. A criança deve estar completamente despida e descalça. 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
Estatura 
Na faixa etária de 0 a 23 meses, a aferição do comprimento deve ser realizada 
com a criança deitada e com o auxílio de régua antropométrica sobre uma superfície 
plana. 
Para efetuar a leitura da medida, a criança deve estar completamente despida 
e descalça e o procedimento deve contar com a participação de dois examinadores 
(ajuda dos pais). 
 
Curvas de crescimento 
 
Usada na observação do crescimento 
infantil. Foram elaboradas a partir de um estudo 
internacional em 6 países que representam as 
principais regiões geográficas do mundo. Um dos 
pontos principais, é que as curvas da OMS foram 
baseadas em crianças amamentadas ao seio 
como o modelo normativo de crescimento. 
 
Também pode ser baixado, um programa de computador (WHO Antro) que 
permite o cálculo dos indicadores, individual ou coletivamente, e que registra 
graficamente os resultados e a evolução individual dos parâmetros de crianças que 
nele são arquivadas. É possível baixar o software do cálculo de percentil e escore Z, 
com o manual. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cálculo de estatura ou alvo genético 
 
Estatura Alvo Meninos (cm) (Altura da mãe + 13) + Altura (pai) ÷ 2 
Estatura Alvo Meninas (cm) (Altura do pai -13) + Altura (mãe) ÷ 2 
 
 
 
Atendimento nutricional na gestação elactação 
A gestação é um período de maior demanda nutricional do ciclo de vida da 
mulher, uma vez que envolve rápida divisão celular e desenvolvimento de novos 
tecidos e órgãos. Os complexos processos que ocorrem no organismo durante a 
gestação demandam uma oferta maior de energia, proteínas, vitaminas e minerais 
para suprir as necessidades básicas e formar reservas energéticas para mãe e feto. 
 
Atendimento personalizado na primeira infância 
Cabe ao profissional realizar promoção, proteção e apoio ao aleitamento 
materno. Podem iniciar durante o pré-natal, através de rodas de conversas mini cursos 
Endereço eletrônico: 
 
http://www.who.int/growthref/en/ 
 
 
10 
 
para famílias, bate papo. Atividades que proporcionem um momento para explicações 
sobre as vantagens do aleitamento materno, sobre as novas condutas, sobre 
eventuais dificuldades, e principalmente para que seja possível conhecer os medos e 
as dúvidas das pacientes e seus familiares no que tange o assunto amamentação. 
 
Cronograma de consultas para crianças: 
Introdução da 
alimentação 
complementar 
Educação Nutricional – 
orientações para 
alimentação saudável 
Tratamento – obesidade e 
sobrepeso 
Periodicidade conforme 
definição do profissional. 
 
- Deve ser o suficiente para 
acompanhar a evolução do 
paciente em relação à 
alimentação. 
Dependente da idade da 
criança e aceitação quanto 
aos combinados. 
Sugestão: 1x a cada 20 
dias para retomar os 
combinados nos primeiros 
2 meses e após, 1x/mês. 
 
No momento em que a 
criança já estiver adaptada 
às mudanças 1x a cada 2 
ou 3 meses. 
Visitas ou consultas a cada 
15 dias nos primeiros 2 
meses. 
- Apoio para que a criança 
lembre da importância das 
mudanças. 
- Apoio para que os pais 
consigam auxiliar a criança 
na implementação das 
mudanças. 
 
Desenvolvimento X crescimento 
• Crescimento: aumento do tamanho do corpo, associado à multiplicação celular 
(hiperplasia) e ao aumento do tamanho das células (hipertrofia), como por 
exemplo: peso, altura/ estatura e composição corporal. 
• Desenvolvimento: aquisição das funções, associado à diferenciação celular e à 
maturação dos diferentes sistemas e órgãos. 
Para acompanhar o desenvolvimento da criança, a caderneta do MS dispõe de uma 
tabela na qual estão os marcos do desenvolvimento esperados, por idade, e dicas de 
como o profissional deve investigar a presença destes marcos. Tais marcos estão 
também representados, de maneira menos detalhada, por um dos gráficos da OMS. 
 
 
 
 
11 
 
 
Acompanhamento nutricional infantil 
 
Em consultório ou visita domiciliar, a avaliação nutricional se faz necessária. 
Eventualmente é possível não realizar as medidas antropométricas; porém, a não 
aferição de medidas cabe APENAS para aquelas crianças que: 
a) Estão em dia com a consulta de puericultura e compareceram à mesma em 
menos de 15 dias. 
b) Estão na fase de introdução da alimentação complementar, cujo as mães 
solicitam apenas orientações (preparo, combinações de alimentos e melhor 
maneira de proceder com a introdução alimentar). 
 
Para qualquer outro caso a aferição de medidas é 
essencial e indispensável. 
 
E será a partir desta avaliação que as sugestões e planos alimentares serão 
elaborados. É essencial estabelecer um roteiro para avaliação nutricional do recém-
nascido, principalmente prematuros, com o intuito de se fazer um diagnóstico 
nutricional. 
Durante o processo de crescimento e desenvolvimento, a composição corporal 
sofre mudanças e a avaliação nutricional deve utilizar ferramentas que possam refletir 
adequadamente tais alterações. 
A avaliação do estado nutricional objetiva verificar o crescimento e as 
proporções corporais, visando estabelecer atitudes de intervenção. A antropometria 
consiste na avaliação das dimensões físicas e da composição global do corpo humano. 
Segundo a OMS (1995), mesmo com suas limitações, a antropometria tem se 
revelado como o método isolado mais adequado para diagnóstico nutricional, em 
nível populacional e individual, sobretudo na infância e adolescência, pela facilidade de 
execução e baixo custo. 
 
12 
 
 
Etapas da avaliação nutricional 
 
1) A ANAMNESE CLÍNICA - Deve ser realizada minuciosamente, sendo necessário 
colher dados desde a gestação até o presente momento. 
a) Gestação e parto: 
• Estado nutricional prévio e ganho de peso durante a gestação; 
• Doenças associadas (HAS, DM, PEG...); 
• Uso de medicamentos e de suplementos vitamínicos e minerais; 
• Tabagismo, etilismo ou uso de drogas ilícitas; 
• Gestação planejada ou não; 
• Tipo de parto. 
b) Período neonatal: 
• Peso, comprimento e perímetro cefálico ao nascer; 
• Intercorrências ou doenças no 1º mês de vida; 
• Aleitamento materno. 
c) Fase de lactente (1-2 anos): 
• Aleitamento materno; 
• Intercorrências (doenças, internações..); 
• História alimentar detalhada; 
• Uso de suplementos vitamínicos e minerais; 
• Condições de habitação e saneamento; 
• Atividades da vida diária; 
• Desenvolvimento neuropsicomotor, cognitivo e social. 
 
1. A) ANAMNESE NUTRICIONAL: 
a) Recordatório alimentar de 24 horas; 
b) Registro Alimentar de 1 ou 3 dias; 
c) Questionário de Frequência Alimentar. 
 
 
13 
 
2) EXAME FÍSICO: 
• No exame físico são avaliadas características do corpo. Através desta avaliação 
podemos constatar sinais de deficiência nutricional leve, moderada ou grave. 
 
ANAMNESE ALIMENTAR INFANTIL 
 
Identificação da Criança 
Nome do Paciente: 
Data de Nascimento: Tipo Sanguíneo: 
Refeições realizadas na escola: ( ) Colação ( ) Almoço ( ) Lanche 
Gravidez e Pós-Parto 
Com quantas semanas a 
criança nasceu? 
 
Peso e altura ao nascer: 
 
Tempo de Amamentação: 
 
Aspectos Funcionais 
Doenças existentes? Qual? 
Está fazendo uso de medicação? Qual a posologia? 
 
Apresenta ou apresentou algum tipo de alergia? Comente. 
 
Histórico Patológico Familiar: ( ) Colesterol sanguíneo elevado ( ) Tabagismo 
( ) Diabete ( ) Obesidade ( ) Hipertensão ( ) Cardiopatias ( ) Hipercolesterolemia 
Peso: Perda ou Ganho de peso nos últimos meses? Quanto? 
Intestino funciona regularmente? 
Tem episódios de constipação? Frequência 
Tem episódios de diarreia? Frequência. 
Associa os episódios de diarreia a algum alimento? Qual? 
Já teve ou tem anemia? 
Como está o processo de dentição da criança? ( ) Iniciou-se no tempo correto 
( ) Existe dificuldade para mastigar por causa do nascimento ou queda dos dentes 
Faz acompanhamento com pediatra? Frequência. 
Alimentação 
O desmame já foi iniciado? Comente. 
Normalmente, durante o dia, seu filho: ( ) Sente fome e pede para comer 
( ) Um adulto tem que incentivá-lo ( ) Só come distraído ( ) Não segue horários fixos 
( ) Come sempre nos mesmos horários 
 
14 
 
Ele normalmente mastiga os alimentos? 
( ) Sim ( ) Mastiga tudo menos as proteínas que são um pouco mais duras 
( ) Só aceita comer os alimentos amassados ( ) Amassados e com bastante caldo 
Faz uso de: ( ) Copo com bico ( ) Copo sem bico ( ) Colher pequena ( ) Garfo pequeno 
( ) Faca pequena ( ) Mamadeira 
Considerando o apetite da criança, este é: ( ) Muito ( ) Moderado ( ) Pouco 
Seu filho toma café da manhã? ( ) Todos os dias ( ) Quase sempre ( ) Quase nunca ( ) 
Nunca 
Com que frequência a criança consome frutas? 
( ) Todos os dias ( ) 3X semana ( ) 2X semana ( ) De vez em quando ( ) Nunca 
Com que frequência a criança consome sucos naturais? 
( ) Todos os dias ( ) 3X semana ( ) 2X semana ( ) De vez em quando ( ) Nunca 
Com que frequência a criança consome verduras? 
( ) Todos os dias ( ) 3X semana ( ) 2X semana ( ) De vez em quando ( ) Nunca 
Com que frequência a criança consome legumes? 
( ) Todos os dias ( ) 3X semana ( ) 2X semana ( ) De vez em quando ( ) Nunca 
Atualmente qual a consistência das refeições? ( ) sólido ( ) pastoso ( )líquido 
Com que frequência a criança consome biscoitos industrializados? 
( ) Todos os dias ( ) 3Xsemana ( ) 2X semana ( ) De vez em quando ( ) Nunca 
Com que frequência a criança consome refrigerante? 
( ) Todos os dias ( ) 3X semana ( ) 2X semana ( ) De vez em quando ( ) Nunca 
Com que frequência a criança costuma consumir água? Qual é o volume? 
( ) Todos os dias ( ) 3X semana ( ) 2X semana ( ) De vez em quando ( ) Nunca 
Com que frequência a criança consome produtos integrais (pães, biscoitos, arroz etc)? 
( ) Todos os dias ( ) 3X semana ( ) 2X semana ( ) De vez em quando ( ) Nunca 
Com que frequência a criança consome frituras? 
( ) Todos os dias ( ) 3X semana ( ) 2X semana ( ) De vez em quando ( ) Nunca 
Com que frequência a criança consome peixe? 
( ) Todos os dias ( ) 3X semana ( ) 2X semana ( ) De vez em quando ( ) Nunca 
Com que frequência a criança consome carnes? 
( ) Todos os dias ( ) 3X semana ( ) 2X semana ( ) De vez em quando ( ) Nunca 
Com que frequência a criança consome derivados da soja (carnes e bebidas)? 
( ) Todos os dias ( ) 3X semana ( ) 2X semana ( ) De vez em quando ( ) Nunca 
Com que frequência a criança consome leite e derivados? 
( ) Todos os dias ( ) 3X semana ( ) 2X semana ( ) De vez em quando ( ) Nunca 
Com o que costumam ser adoçadas as bebidas (suco, vitaminas, chás)? 
( ) Açúcar branco ( ) Açúcar mascavo ( ) Adoçante ( ) Karo ( ) Mel ( ) Outros 
Quando em casa, quantas refeições fazem por dia? 
 
15 
 
Costuma comer entre as refeições? Se sim, qual alimento geralmente consome? 
 
Costuma consumir produtos industrializados com corantes? (ex: danoninho, balas, 
gelatinas, geleia de mocotó, biscoitos recheados etc) Quais? 
 
Hábitos de vida 
Pratica exercícios físicos regularmente? Qual? Com que frequência? 
 
Gosta de se movimentar, brincar? ( ) Muito ( ) Médio ( ) Pouco 
Demonstra concentrar-se em suas atividades? ( ) Muito ( ) Médio ( ) Pouco 
Em casa, faz suas refeições: ( ) À mesa ( ) Assistindo à televisão ( ) Outros 
 
 
Influência dieta da mãe na composição do leite materno 
 
RECOMENDAÇÃO: 
OMS e MS recomendam aleitamento materno exclusivo e em livre demanda 
até o 6º mês de vida e complementar até os 2 anos de idade ou mais! 
Amamentar é um ato natural e constitui a melhor forma de alimentar, 
proteger e amar o bebê. Amamentar é um processo fisiológico, mas que precisa ser 
aprendido. 
 
Vantagens da amamentação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientações gerais sobre a alimentação da nutriz: 
 
Dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos, leite e derivados, carnes 
variadas, ovos (comida de verdade). Evitar embutidos, caldos de carnes e legumes 
industrializados, açúcar e sal de adição, refrigerantes. 
 
Fórmula infantil 
 
Na impossibilidade do Aleitamento Materno 
recomenda-se o uso de fórmula infantil, que 
possuam quantidades e qualidades de nutrientes 
baseadas na composição do LM maduro e apesar 
de não serem iguais, tentam induzir as respostas 
fisiológicas mais próximas possíveis às induzidas 
pelo leite materno. 
Composto com proteína isolada do LV, intactas ou hidrolisadas e acrescida de demais 
nutrientes em quantidades e proporções recomendadas para lactentes até um ano de 
vida, de acordo com a fase de desenvolvimento e faixa etária. 
 
 
17 
 
 
 
Escolha da fórmula: 
 
O QUE CONSIDERAR: 
• Faixa etária; 
• Indicação clínica (diagnóstico clínico*); 
• Função gastrointestinal; 
• Requerimentos nutricionais; 
• Via de administração; 
• Características dos nutrientes oferecidos; 
• Densidade calórica; 
• Intolerâncias alimentares ou Alergias Alimentares; 
• Custos para a família. 
 
Características Nutricionais das fórmulas infantis - CALORIAS 
Na reconstituição deve suprir 60 a 70 Kcal /100 mL, podendo chegar até 85 
Kcal/100mL para prematuros. 
 
Características Nutricionais das fórmulas infantis - PROTEÍNAS 
Mistura de leite de vaca integral e soro do leite, com desnaturação da caseína para 
favorecer a digestão e absorção e relação caseína/ proteína do soro próximo ao 
encontrado no leite materno (40:60). 
Também pode conter proteína isolada da soja. Fórmulas Infantis para lactente a 
base de proteína de leite de vaca hidrolisada ou não. 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Taurina 
 A L-taurina é um aminoácido enxofrado que não se incorpora a uma proteína, 
portanto tem um papel antioxidante muito importante, pelo simples fato de ser 
carreador de enxofre. 
 É um aminoácido livre mais abundante em tecidos como músculos e sistema 
nervoso central (SNC). A função não está bem estabelecida, mas sugere-se que exerça 
um papel na fase II de destoxificação e nas reações de conjugação de ácidos biliares. 
Ajuda também na regulação do cálcio no músculo cardíaco e SNC. Auxilia no 
desenvolvimento do SNC (resposta auditiva e desenvolvimento da retina). 
 
 
 
 
 
 
Carboidratos 
 
Adição de lactose (exceto as fórmulas isentas desta): formação de microbiota 
benéfica – lactobacilos e bifidobactérias ↑ acidez fecal. Favorece a absorção de cálcio, 
fósforo e outros minerais. Presença de maltodextrina, sacarose, maltose, polímeros ou 
xarope de glicose e amido. 
 Amidos: pré gelatinizado isentos de glúten até no máx. 30% do total de CHO e 
até 2g/100 mL. 
 Conteúdo mínimo CHO: 9 g/ 100 Kcal e máximo: 14g/100 Kcal (ESPGHAN, 
2005 e Codex,2007). 
 Teor de lactose: mínimo 4,5g / 100 kcal (exceto fórmulas de soja com 50% 
valor de proteína). 
 
 
 
 
12mg/ 100 Kcal nas fórmulas destinadas a 
prematuros e lactentes menores de 6 meses. 
 
19 
 
Lipídeos 
Maior parte das calorias (35 a 55%) – crescimento, desenvolvimento visual e 
neurológico. Gordura animal saturada – gordura láctea (reduzida); Origem vegetal – 
óleo de soja, canola, milho, girassol, palma – melhor digestibilidade e presença de AG 
essenciais. 
• Óleo de peixe em algumas fórmulas: ↑ teor de LCPufas. 
• TCM e DHA/ARA: mielinização e maturação do SNC, estrutura da retina, 
prevenção de sintomas alérgicos, modulação da resposta inflamatória. 
• Composição Lipídeos: mín 4,4g/100 Kcal e máx 6,0g/100 Kcal. 
• Fosfolipídeos: até 300 mg/100 Kcal. 
• Ácido linoleico: mín 300 mg/100 Kcal e máx 1400 mg/100 Kcal. 
• Ácido alfa-linolênico: mín 50 mg/100 Kcal. 
 
Vitaminas e minerais 
Segue a legislação vigente. Todas as fórmulas são enriquecidas com ferro. Há 
modificação para se aproximar as proporções do Leite Materno 
• Melhor relação Ca/P – favorece mineralização óssea; Ca/P: mín 1:1 e máx 2:1. 
• Com nutrientes imunomoduladores: Zinco, Cobre, Selênio, vitamina A. 
 
Probióticos 
Probióticos são micro-organismos vivos que conferem benefícios à saúde em 
quantidades adequadas. Fatores antagônicos, competição e efeitos imunológicos – 
resistência a patógenos. 
• Recomendação: apenas nas fórmulas infantis de seguimento. 
 
Lactobacillus reuteris: diminui cólicas, dores abdominais, melhora motilidade 
intestinal, reduz a incidência de diarreia. 
 
20 
 
Bifidobacterium lactis: desenvolvimento do sistema imune, balanço da microbiota 
intestinal, reduz incidência de diarreia aguda, melhora severidade de doenças 
atópicas. 
Recém nascidos e crianças até 1 ano – somente se não estiver em Aleitamento 
materno. Acima de 6 meses para crianças em desmame e uso de fórmulas c/ 
probióticos (garantia de estudos e doses diárias). Estimulam a proliferação ou 
atividade de lactobacillos e bifidobactérias. 
Pode inibir a multiplicação de patógenos = ↓ infecções (respiratório e digestória) e 
dermatite atópica. Lactulose, inulina, oligossacrídeos (GOS e FOS). 
 
Volume e número de refeições lácteas por faixa etária no 1º ano de vida 
 
Idade Volume/Refeição Nº de refeições/dia 
Do nascimento a 30 dias 60 – 120ml 6 a 8 
30 a 60 dias 120 – 150ml 6 a 8 
2 a 3 meses 150 – 180ml 5 a 6 
3 a 4 meses 180 – 200ml 4 a 5 
>4 meses 180 – 200ml 2 a 3 
 
Fórmulas de Partida 
 
Lactentes até 5 meses e 29 dias: 
Produtos com densidade calórica de aproximadamente 67 Kcal/mL (próxima ao 
LM). Comadição de óleos vegetais para substituir a gordura láctea ou redução desta. 
Algumas formulações de mercado com óleo de peixe (1%). Predominância da Lactose e 
Maltodextrina. 
Todas suplementadas com ARA / DHA, porém com proporções diferenciadas de 
acordo com as tecnologias aplicadas e estudos desenvolvidos (1:1 até 2,5:1). 
Todas com nucleotídeos. Algumas com prebióticos (4g/L e 8g/L). 
• Proporção da PSL / caseína variando: 60:40 ou 70:30*. 
• Conteúdo proteico variando entre 1,8 a 2,1 g / 100 Kcal. 
 
21 
 
 
Fórmulas Infantis de partida - (0 a 6 meses) 
São fórmulas que atendem as necessidades dos lactentes de 0 a 6 meses. 
Geralmente vem com a descrição e o número 1, indicando fase 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Base de leite de vaca: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para regurgitação e refluxo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Sem lactose: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hipoalergênicas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fórmulas para tratamento da intolerâncias gastrointestinais leves 
Maioria compostas por 100% PSL parcialmente hidrolisada, e 1 opção com 
proporção PSL: caseína 60:40 com PSL parcialmente hidrolisada. 
• Lipídeos: 100% óleos vegetais. 
• Fonte de CHO: maltodextrina e lactose (com variação entre 2% a 38%). 
• Todas com acréscimo de DHA e ARA (1:2). 
 
23 
 
• Indicação: Alívio de cólicas, gases, constipação, digestibilidade alterada, 
irritabilidade e choro. 
• Conteúdo energético varia entre 66 a 68 / 100 Kcal. 
• Conteúdo proteico variando entre 1,6 g / 100 Kcal. 
 
Fórmulas extensamente hidrolisadas 
 
Compostas por proteína do soro do leite hidrolisadas pela 
ação da tripsina, com posterior tratamento térmico: ↓ 
alergenicidade. 
As fontes proteicas são de origem vegetal e menor parte 
láctea, fornecendo maior conteúdo de aminoácidos essenciais. 
Algumas fórmulas acrescidas de TCM e óleo de peixe. 
 
Uma das fórmulas do mercado acrescido com prebiótico. Indicação: Alergias 
simultâneas ao leite de vaca ou soja; na transição de nutrição parenteral para nutrição 
enteral; na realimentação de pacientes críticos. 
 Conteúdo energético varia entre 67 a 74g / 100 Kcal. 
 Conteúdo proteico varia entre 1,7 a 2,7g / 100 Kcal. 
 
Fórmulas elementares 
Fórmulas compostas por proteínas na sua forma mais simples: 100% aminoácidos 
livres. Adição de aminoácidos essenciais, vitaminas e minerais. 
 Composição lipídica com óleos vegetais e TCM*. 
 CHO: maltodextrina e 1 fórmula (xarope de milho, maltodextrina e amido de 
batata). 
 
 
 
 
 
24 
 
Fórmulas infantis especializadas 
Alergia a Proteína do Leite de Vaca, Soja, Múltiplas proteínas, Síndrome do 
intestino curto, doenças de absorção de nutrientes, entre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alergias e intolerâncias alimentares 
Como identificar? 
 
 
 
• Sintomas: Inchaço abdominal, gases são mais comuns em intolerâncias; 
Diarreia, vômito, vermelhidão da pele, urticária, dificuldades para respirar, 
coriza, olhos lacrimejantes são mais comuns em alergias; 
• Consultar o pediatra para diagnóstico; 
• Estratégias possíveis de prevenção de alergia: aleitamento materno; 
introdução alimentar; fórmulas hidrolisadas e aminoácidos. 
 
 
 
25 
 
Cafeína 
 
Ingestão contraindicada pela Academia Americana de Pediatria. 
1 xícara de café contém cerca de 100mg a 150mg de cafeína e níveis mais altos são 
encontrados no leite após 1 hora de ingestão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alimentos enxofrados e temperos 
 
Não restringir da dieta da nutriz, são ricos em ferro. 
O bebê vai ter cólica independente do que a mãe ingerir, pois seu TGI está em 
formação. Cuidar com o excesso de alho, cebola e pimenta, eles podem passar seu 
ODOR para o leite materno e o bebê pode refugar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não ultrapassar 100ml 3x ao dia e planejar o horário. 
 
26 
 
 
Álcool 
 
• Não ingerir! 
• Mãe vai relaxar e bebê vai dormir muito 
“bêbado”. 
 
 
 
 
 
 
 
Alimentação complementar 
Quando e como introduzir: 
 
A orientação para introdução da alimentação complementar deve seguir o 
manual do Ministério da Saúde (2010) sobre alimentação para crianças menores de 2 
anos, no qual são largamente explicados os 10 passos para alimentação saudável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Passos para a alimentação saudável: 
 
• Passo 1 – Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás 
ou quaisquer outros alimentos. 
• Passo 2 – A partir dos 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros 
alimentos, mantendo-se o leite materno até os 2 anos de idade ou mais. 
• Passo 3 – Após os 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, 
tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) 3 vezes ao dia se a criança 
receber leite materno e cinco vezes ao dia se estiver desmamada. 
• Passo 4 – A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de 
horários, respeitando-se sempre a vontade da criança. 
• Passo 5 – A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e 
oferecida com colher; começar com consistência pastosa (papas/purês) e, 
gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família. 
• Passo 6 – Oferecer à criança diferentes alimentos todos os dia. Uma 
alimentação variada é, também, uma alimentação colorida. 
• Passo 7 – Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas 
refeições. 
• Passo 8 – Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, 
salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com 
moderação. 
• Passo 9 – Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o 
armazenamento e conservação adequados. 
• Passo 10 – Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, 
oferecendo a alimentação habitual e seus alimentos preferidos e respeitando 
sua aceitação. 
 
 
28 
 
 
Janela de oportunidades: 
 
Idade Tipo de alimento 
Até completar 6 meses Aleitamento materno exclusivo. 
Ao completar 6 meses Leite materno, papa de fruta, papa salgada. 
Ao completar 7 meses Segunda papa salgada. 
Ao completar 8 meses Gradativamente passar para a alimentação da família. 
Ao completar 12 meses Comida da família. 
Fonte: Adaptação da Sociedade Brasileira de Pediatria (2006). 
 
É importante que a mãe seja orientada sobre: 
Sabores vivenciados nos primeiros meses de vida podem influenciar as 
preferências alimentares subsequentes. Uma vez que o alimento se torna familiar 
nessa fase, parece que a preferência se perpetua. Tema abordado com destaque no IV 
Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas. Criança 2015 - Introdução 
alimentar no momento ideal (após 6 meses)! 
ALERTA: os sistemas digestivo e renal da criança pequena 
são IMATUROS, o que limita a sua habilidade em manejar 
alguns componentes de alimentos diferentes do leite 
humano/substituto, podendo causar sobrecarga e 
consequências a CURTO, MÉDIO e LONGO prazo‼ 
 
 
29 
 
Devido à alta permeabilidade do tubo digestivo, a criança corre o risco de 
apresentar reações de hipersensibilidade a proteínas estranhas, e ainda, o rim 
imaturo, por sua vez, não tem a necessária capacidade de concentrar a urina para 
eliminar altas concentrações de solutos provenientes de alguns alimentos‼ Em torno 
do 6º mês, a criança encontra-se em estágio de MATURIDADE FISIOLÓGICA que a torna 
capaz de lidar com alimentos diferentes do leite. 
Introdução alimentar no momento ideal NÃO é frescura, e sim PREVENÇÃO! 
Não há evidencias de que exista alguma vantagem na introdução precoce (anterior aos 
6 meses) de outros alimentos na dieta da criança. Por outro lado, os relatos de que 
essa prática possa ser prejudicial são abundantes. 
Para as crianças que usam fórmulas infantis, a introdução de alimentos não lácteos 
deverá seguir o mesmo padrão preconizado para aquelas que estão em aleitamento 
materno exclusivo → A PARTIRDO 6º MÊS! Já adiar além dos 6 meses também tem 
risco pois as reservas de ferro começam a diminuir. 
No ÚTERO e no LEITE MATERNO se iniciam as preferências alimentares. A 
capacidade de reconhecer sabores começa ainda no útero com o desenvolvimento 
primário do olfato e paladar. Presentes no líquido amniótico, diversas moléculas 
derivadas da dieta da mãe são o início do aprendizado sensorial essenciais no preparo 
do bebê para as experiências de sabores após o nascimento. 
A introdução dos alimentos complementares deve ser 
lenta e gradual. A mãe deve ser informada de que a 
criança tende a rejeitar as primeiras ofertas dos 
alimentos, pois tudo é novo: a colher, a consistência e o 
sabor. 
A alimentação deve complementar o leite materno e 
não substituí-lo. A introdução das refeições não deve 
substituir as mamadas. A partir da introdução dos 
alimentos complementares é importante oferecer água à 
criança (tratada, filtrada e fervida). 
 
30 
 
Há crianças que se adaptam facilmente e aceitam muito bem novos alimentos. 
Outras precisam de mais tempo, não devendo esse fato ser motivo de ansiedade e 
angústia para as mães. No início da introdução alimentar, a quantidade que a criança 
ingere pode ser pequena. Após a refeição, se ela demonstrar sinais de fome, poderá 
ser amamentada. 
 
As frutas, legumes e verduras produzidas na sua região 
apresentam na composição importantes vitaminas e mineras que 
contribuem para o crescimento das crianças. 
 
 
Como começar a oferta 
GRADUAL! 
• Consistência: espessa (papa/purê), inclusive frutas; 
• Não utilizar liquidificador, Mixer, nem peneira; 
• Amassar com garfo, cortar pedaços pequenos, desfiar; 
• Variada: colorida, saborosa, harmônica. 
Comece com um sorriso. Deixe de lado a ansiedade, você está prestes a ensinar o 
bebê a comer e experimentar alimentos sólidos, um dos grandes prazeres da vida. 
Alguns dias antes deixe a criança brincar com uma colher (sob supervisão), para 
ela não estranhar quando começar a oferecer comida. 
Começar oferecendo papinha bem rala (para ele se habituar com alimento). 
Sempre ofereça os alimentos quando o bebê estiver descansado (entre as mamadas). 
Colocar a colher com o alimento mais no começo da língua. 
É normal o bebê rejeitar os alimentos no começo, não ficar assustada. Não dê 
importância para a quantidade que o bebê consome nas primeiras semanas (os leites 
ainda são maior fonte de nutrientes). 
Ter paciência, não forçar jamais, se tiver muita resistência espere uma semana e 
comece a tentar novamente. 
 
31 
 
Alimentos: 
Cereais: 
• Principal fonte energética (amido); 
• Cereais integrais, excesso de fibras alimentares 
(fitatos) CUIDAR: diminuem digestibilidade 
proteíca e biodisponibilidade de minerais (Fe, Zn, 
Ca). 
 
Tubérculos: 
• São ricos em amido; 
• Batata, cará, inhame, mandioca, batata doce, etc. 
 
Fontes proteicas: 
• Proteínas de AVB; 
• Ferro heme de elevada biodisponibilidade; 
• Melhora a biodisponibilidade do ferro não-heme 
dos outros alimentos; 
• Carnes magras de boi e aves, menos alergênicas; 
• Carnes cozidas, moídas ou desfiadas com 
aproveitamento do caldo. 
Hortaliças: 
• Fonte de vitaminas e minerais; 
• Espinafre elevado teor de oxalato - depressor da absorção de ferro e cálcio; 
• Tomate potencial alergênico e contaminação por agrotóxicos (preferência 
orgânico); 
• Cenoura, abóbora, couve, agrião, vagem, couve-flor, brócolis, fontes de 
vitaminas A, C, folato e outras. 
 
 
 
 
32 
 
Leguminosas: 
• Feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico; 
• Arroz/feijão: proporção adequada = 3:1; 
• Demolho (melhora digestibilidade). 
 
 
 
Frutas 
• Frutas cítricas – como laranjas contém substâncias que melhoram a absorção 
do ferro, ácidos cítrico, málico; ótima combinação como sobremesa; 
• Nos intervalos das mamadas ou como sobremesa; 
• Oferecer amassada, raspada, no vapor, em pedaços. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gorduras 
 
• ↑ teor energético; 
Essenciais para o desenvolvimento do sistema nervoso e integridade das 
membranas celulares, além de contribuir para a absorção de vitaminas lipossolúveis 
(A, D, E, K). 
• Preferência: óleos vegetais, incluindo os AG essenciais (ω-3 e ω-6); 
 
33 
 
• Fontes azeite de oliva extravirgem, óleo de coco, óleo de abacate – indicado 1 
colher de chá ou sobremesa ao final da preparação antes de servir para o bebe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma refeição principal bebê deve ser composta: 
 
• 1 alimento cereal ou tubérculo; 
• + 1 fonte leguminosas; 
• + 1 fonte de proteínas; 
• + 1 hortaliças e verduras; 
• E alguma fonte de óleo vegetal; 
 
Nas refeições lanches: 
Podem ser compostas por 1 fruta Ou 1 fruta + cereal + proteína 
 
SAL 
 
• Sal de adição – SEM NECESSIDADE! 
• Limitada capacidade renal do lactente; 
• Controle e formação de bons hábitos alimentares. 
 
 
 
 
 
34 
 
Água 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Oferecer com frequência, nos intervalos das refeições; 
• Equilíbrio hidroeletrolítico; 
• Fervida ou filtrada ou ainda, mineral; 
• 7–12 meses 800 mL/dia de líquido, assumindo ser do leite materno, alimentos 
complementares e bebidas. 
 
Alimentos Não Recomendados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Potencialmente alergênicos: amendoim e oleaginosas; 
• Mel; 
• Açúcares, doces, refrigerantes e sucos artificiais; 
• Alimentos c/ ↑ teor de agrotóxico, preferir orgânicos (tomate, morango); 
• Embutidos (presunto, mortadela, salsicha) → ricos em nitratos, nitritos; 
• Industrializados (longas datas de validade) = aditivos, corantes, mascaram o 
sabor dos alimentos e ↓ valor nutricional. 
 
 
 
35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seletividade alimentar 
DEPENDENTE DE OFERTA → 10x cada alimento. 
EXEMPLO DE CONSUMO → Alimentação dos pais, cuidadores e familiares. Considerar a 
fase de aceitação alimentar (caretas para alguns alimentos) Muitas vezes as mães 
acreditam que a criança não gostou do alimento. 
 
 
 
 
Alimentos não 
indicado até 1 ano 
de idade 
Mel 
Industrializados Frutos do mar 
Sucos fermentados 
uva 
Amendoim e todas 
as oleaginosas - 
dentes 
 
Alimentos comuns a 
desencadear alergias 
antes de 1 ano de 
idade 
Chocolate (cacau) 
Frutas e sucos cítricos 
(laranja, limão) 
Leite de vaca e 
derivados 
Clara de ovo e comidas 
que contenham claras 
Alho 
Trigo (glúten) 
Soja e produtos 
derivados 
Morangos 
Alimentos com 
aditivos, como 
corantes, conservantes 
e sabores artificiais 
 
36 
 
O que fazer quando há rejeição alimentar? 
 
 
 
• Levar em consideração que são sabores novos, nova experiência; 
• Não parar de ofertar o alimento até que a criança se acostume; 
• Apresentar de diversas formas o mesmo alimento: sozinho, misturado com 
outro que a criança já tenha aprovado, em receitas → indicado ofertar 15 
vezes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Técnica dietética 
 
Recusa de carne: 
• Oferecer pequenas porções, carne moída, carnes macias ou frango; 
• Incluir bolos de carne, espaguete com molho de carne, ensopados, panquecas, 
muffins; 
• Fazer escondidinhos com batatas, cenoura, moranga; 
• Oferecer leguminosas sempre, ovos de galinha e codorna, peixes. 
 
Recusa de leite: 
• Oferecer queijo, iogurte; 
• Incluir leite em pó nas preparações; 
• Adicionar frutas (vitaminas). 
 
 
 
37 
 
 
Recusa de frutas: 
• Sirva frutas in natura e frutas secas com cereais e iogurtes; 
• Oferecer frutas na forma de sucos, salada de frutas; 
• Picolé e sorvete caseiro (iogurte com a fruta – batido e congelado); 
• Ofereça de maneira contínua. 
 
Recusa de verduras: 
• Adicionar a preparações como bolos, sopas, panqueca, omeletes; 
• Ao preparar vegetais cozinhe por pouco tempo, deixando-os mais duros e não 
muito amolecidos; 
• Vegetais cortados em tiras cozidos ao vapor (ou crus, quando possível) 
possibilitam que a criança coma com as mãos. 
 
Congelamento e armazenamento de alimentos para o bebê 
• O que congelar:Alguns alimentos sofrem alteração no sabor e na textura após 
o congelamento, como por exemplo a batata. Os melhores alimentos para 
serem congelados são cenoura, brócolis, mandioca, chuchu e as carnes depois 
de cozidas. 
• Quantidade: Não indicado fazer grandes quantidades de papinha. 
• Estocar no freezer e dar sempre a mesma preparação para o bebê, visto que 
eles têm a necessidade de ingerir diversos tipos de nutrientes, por isso orientar 
a sempre variar os ingredientes. 
• Armazenamento: Os melhores potes para o congelamento são os de vidro. 
• Ao optar pelos potes de plástico, veja se o produto não possui “Bisfenol A”, ou 
“BPA”, em sua composição, já que esse composto pode causar danos ao 
sistema endócrino e reprodutor da criança, compre produtos de alta qualidade. 
Além disso, garanta que o pote seja bem vedado, para a papinha não entrar em 
contato com outro tipo de alimento, o que pode contaminá-la. 
 
38 
 
• Consumo: Depois de congelada, a papinha deve ser consumida em até 1 mês. 
Coloque uma etiqueta no pote, indicando a data em que foi feita e quais 
alimentos a compõem, para não se confundir e misturar tudo. 
• Nutrientes: Todo o alimento, à partir do mínimo processamento, está sujeito a 
perda de nutrientes. Procure cozinhar utilizando a água dos alimentos, não 
descartando o líquido que eles produzem. Legumes assados perdem menos 
nutrientes. A técnica de branqueamento também é bastante indicada. 
• Não deixar a papinha descongelar em temperatura ambiente, isso aumenta a 
chance de contaminação por bactérias. Descongelar na geladeira e levar ao 
banho-maria para aquecimento. 
• Nada de descongelar uma papinha e congelar de novo. Uma vez que tirou do 
freezer e esquentou, não congele de novo. As bactérias são mais atraídas de 
acordo com a temperatura, o que torna essa oscilação perigosa. Para resolver 
isso, a dica é separar tudo em potes pequenos, de acordo com a quantidade 
que o seu filho vai comer em cada refeição. 
 
Utensílios e equipamentos para facilitar a alimentação do bebe 
1 – Colheres de silicone são ótimas para o início 
da introdução alimentar (6 meses do bebê), são 
mais molinhas, evitando machucar a boquinha do 
bebê, não esquentam com a comida e servem 
para coçar as gengivas de dentinhos nascendo! 
 
 
 
 
 
 
2 – Prato com divisórias permite que o bebê possa experimentar cada uma das coisas 
e aprenda a diferenciar sabores, texturas, densidades. 
 
39 
 
3- Pratos com ventosas são uma boa ideia! A criança pode querer virar tudo, tirar do 
lugar e fazer aquela sujeira, as ventosas garantem que ele não vá fazer estas “artes” na 
hora do almoço! 
4- Potes de vidro e plástico: Para congelar alimentos. Os potes de plástico são 
específicos para bebês, porque não contém Bisfenol-A 
5- Forminha de gelo com tampa: Para congelar molho de tomate, leguminosas, caldos 
caseiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 - Filme plástico e fita crepe: Fita crepe para etiquetar as porções congeladas. Coloco 
na etiqueta os ingredientes e a data de preparação e identificar o que tem em cada 
pote. 
7- Panelas específicas: de cerâmica, inox ou vidro, 
materiais que transferem menos resíduos aos alimentos. 
Além das panelas específicas pra comida do bebê, é bom 
ter também aquele utensílio para preparar os legumes no 
vapor, pois os alimentos feitos no vapor tem seu valor 
nutricional menos afetado. Esse tipo de utensílio também 
é bem fácil de ser encontrado na internet e em lojas 
físicas especificas de coisas pra casa. 
 
 
 
40 
 
8- Formas de silicone: Para fazer bolo, pães e omeletes, essas forminhas são uma mão 
na roda! Como são de silicone, o alimento não fica grudado nelas. Existem de vários 
tipos, tamanhos e formatos e são fáceis de encontrar. 
 
 
 
 
 
9 - Cadeira própria para alimentação: Independente do tamanho da casa ou do 
modelo escolhido, ter uma cadeira específica para o bebê fazer a sua refeição á muito 
importante. Além de facilitar na hora da comida, as cadeiras ou cadeirões dão noção 
de rotina pra criança, assim, quando você sentar seu filho na cadeira, ele saberá que é 
hora de comer. 
 
 
 
Papinhas industrializadas 
 
A quantidade de nutrientes presentes nos potinhos industrializados e a falta 
de texturas. 
Não faz mal se usada esporadicamente e não como substituta da comida 
caseira. O uso contínuo e regular não é recomendado. 
Importante observar que antes de serem abertas, as papinhas industrializadas 
apresentam validade de mais ou menos 6 meses. Após abertas as embalagens, a 
validade se iguala à das versões caseiras, que duram 24 horas sob refrigeração. 
Quando a embalagem é aberta, a papinha fica exposta ao oxigênio e perde sua 
esterilização. Não podem ser congeladas. Antes de serem abertas conservam-se em 
 
41 
 
temperatura ambiente. Após abertura e retirada da porção a ser consumida pelo bebê, 
a sobra pode ser conservada sob refrigeração por até 24 horas. 
Se não utilizada, deverá ser descartada. Se o bebê consumir a papinha 
diretamente do pote, a sobra não deverá ser reutilizada. 
A conservação das papinhas é garantida por um rigoroso processo de 
esterilização e embalagem a vácuo que impede a deterioração do alimento por muito 
tempo, desde que a embalagem esteja intacta. 
Podem ser aquecidas no fogão em banho-maria até a temperatura de 36 °C 
(morno), mexendo de vez em quando para uniformizar a temperatura. 
Importante sempre oferecer uma alimentação diversificada, colorida e 
balanceada deve ser estimulada desde cedo. 
Os primeiros anos de vida são fundamentais para a formação dos hábitos 
alimentares. É claro que a fase de introdução da alimentação complementar é uma 
fase de experiência para o bebê. 
Observar também nos ingredientes das papas salgadas se há a presença de pelo 
menos um alimento representante de cada grupo alimentar, ou seja, um alimento 
fonte de carboidrato (arroz, batata, milho, mandioca, mandioquinha, aveia, macarrão), 
um alimento fonte de proteína (carne, frango, peixe, ovo, queijo, leguminosas como 
feijão, grão-de-bico, ervilha, lentilha) e ao menos um alimento fonte de vitaminas, sais 
minerais e fibras (legumes, verduras e frutas). Normalmente não tem conservantes e 
aditivos. 
Algumas têm adição de açúcar, outras são adoçadas com sucos de fruta 
concentrados, então sempre ler rótulos. 
 
Técnica de introdução de sólidos – Baby Led Weaning 
É proposto pela agente de saúde britânica Gill Rapley, que publicou o livro 
Baby-led Weaning: Helping Your Baby to Love Good Food. O método propõe que o 
bebê seja participativo e tenha papel de decisão acerca do “desmame”, sendo o 
termo utilizado para o momento de introdução dos sólidos na alimentação do bebê, e 
não relacionado ao cessar do aleitamento materno. 
 
42 
 
O que é: 
É a exploração dos alimentos pelo bebê. Consiste em oferecer os alimentos 
cortados em pedaços grandes ao alcance da criança, para que ela escolha, pegue, 
explore e leve o alimento à boca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando fazer: 
A partir do 6º mês o leite materno não supre mais todas as necessidades 
nutricionais do bebê. Neste período, ocorre a maior maturação gastrointestinal da 
criança, devendo iniciar a introdução alimentar complementar. Alguns sinais devem 
ser observados: 
• Quando o bebê começa a demonstrar interesse pelo que a família come; 
• Quando o bebê já consegue sentar-se sem apoio; 
• Quando o bebê perde o reflexo de colocar para fora todo alimento sólido que é 
oferecido; 
• Quando o bebê mostra que já sabe mastigar, mesmo quando ainda não tem 
dentes; 
• Quando o bebê já consegue pegar objetos com facilidade. 
 
Benefícios: 
• Oferece à criança um mundo de cores, texturas, aromas e sabores, 
estimulando uma relação saudável e lúdica com a comida; 
 
43 
 
• Incentiva a autonomia desde cedo, pois permite escolher o que, quando e 
quanto se come; 
• Desenvolvimento da mastigação, capacidade aguçar o paladar;• Sem necessidade de preparar comida separada para o bebê, pois ele pode 
comer o que os adultos estão comendo (alimentação saudável). 
 
Dicas e cuidados: 
• O bebê estar bem alimentado só depende de você. Seja qual for o método que 
você decida usar, você tem a responsabilidade de oferecer alimentos 
nutritivos e que compõem uma dieta equilibrada. A diferença no BLW é que o 
bebê decide o que ele quer comer ou não entre o que lhe foi oferecido; 
• No início, é esperado que o bebê mais brinque com os alimentos do que coma. 
Não se preocupe nem insista. Jamais o obrigue a comer; 
• Tenha paciência, não apresse o bebê, deixe que ele leve o tempo necessário. 
Escolha uma hora em que não esteja irritado ou com muita fome. 
• Apesar de a ideia central do BLW ser que o bebê se alimente sozinho, os pais 
devem estar presentes a todo momento. O pai ou a mãe devem estar 
sentados de frente para a criança, observando seus movimentos com atenção. 
• Se o bebê estiver sentado com as costas encostadas no cadeirão, o risco de 
engasgo é muito pequeno. Se a criança estiver bem acomodada, o natural é 
que a própria língua faça um movimento de extrusão e jogue para frente o que 
estiver emperrado. 
• Como o bebê ainda não consegue fazer o movimento de pinça (encostando o 
polegar ao dedo indicador), ele agarra os alimentos fechando a mão. Por isso, 
um bom indicador para saber de que tamanho cortar o alimento é pensar que 
ele deve caber na palma da mão do bebê. 
• Forre o chão onde você colocará a cadeira com um plástico. Assim, fica mais 
fácil recolher a sujeira. 
 
44 
 
• Como ainda não há um gama importante de estudos cientificamente 
qualificados para justificar a escolha do método, a SBP e o MS ainda não 
contemplam orientações sobre o método em seus materiais. 
 
Suplementos 
 
 Ferro 
 A anemia carencial é um sério problema de saúde pública. Segundo relatório da 
Organização Mundial da Saúde (OMS), mas de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo 
são portadoras de anemia, ou seja, cerca de 40% da população mundial. Estima-se que 
sua prevalência seja 4 vezes maior em países em desenvolvimento. 
 A ocorrência das anemias carenciais mostra-se como um grande desafio em 
saúde pública, não somente no Brasil, mas em nível mundial. 
 
Faixa etária UL 
Crianças 0-6 meses 40mg 
Crianças 7-12 meses 40mg 
Crianças 1-3 anos 40mg 
Crianças 4-8 anos 40mg 
Gestantes e lactantes 14-18 anos 45mg 
Gestantes e lactantes 19-30 anos 45mg 
Gestantes e lactantes 31-50 anos 45mg 
 Níveis máximos de segurança 
Lactentes 2,0mg/Kg do peso corporal até o limite de 15mg 
Pediátrico 2,0mg/Kg do peso corporal até o limite de 50mg 
 
As anemias carenciais ocorrem por deficiência da produção de eritrócitos, devido à 
falta de elementos essenciais para sua formação e diferenciação. Os principais fatores 
são as deficiências de ferro, vitamina B12 e ácido fólico. Outras anemias relacionadas 
às deficiências de proteínas, vitamina C, riboflavina e outras vitaminas possuem 
menores taxas de ocorrência. 
Na instalação da deficiência de ferro, ocorrem 3 estágios progressivos: 
 
45 
 
1. Diminuição dos níveis de ferro no organismo, pois o aporte mostra-se incapaz 
de suprir as necessidades do elemento, com redução nos seus depósitos, 
observanda pela queda na ferritina sérica; 
2. Eritropoiese deficiente, caracterizada por diminuição do ferro sérico, saturação 
de transferrina abaixo de 16% e elevação da protoporfirina eritrocitária; 
3. Anemia com redução na síntese da hemoglobina e com hemácias microcíricas e 
hipocrômicas. 
Necessidade muito elevada, impossível atingir a recomendação através da 
alimentação → Indicada suplementação. 
• Suplementação com 1,0mg/kg/dia, a partir dos 6 meses (ou da introdução 
alimentar) até 2 anos RN AIG em AM; 
• RN AIG em uso de pelo menos 500ml de fórmula infantil: não recomendado 
suplementação; 
OMS propõe suplementação profilática de ferro medicamentoso para lactentes 
realizada de maneira universal, em regiões com alta prevalência de anemia carencial 
ferropriva e na dose diária de 12,5 mg, a partir do 6º mês de vida. 
• Pode ser encontrado sob duas formas: heme (boa disponibilidade) e não heme 
(baixa disponibilidade); 
• Alimentos ricos em ferro de origem animal, como as carnes vermelhas e o ovo, 
pois o ferro destes alimentos é absorvido com facilidade; 
• Alimentos ricos em ferro de origem vegetal como o feijão, as ervilhas ou a 
salsa. 
Para melhorar a absorção do ferro não heme, deve-se introduzir agentes 
facilitadores, como carnes e vitamina C (laranja, morango ou pimentão), e evitar os 
agentes inibidores, como refrigerantes, café, chás, chocolate, leite. Por exemplo, 
comer arroz com feijão preto e laranja de sobremesa. 
 
 
 
 
 
46 
 
 
Vitamina A 
A vitamina A é um termo genérico usado para os compostos que possuem 
propriedades biológicas do retinol. É uma vitamina lipossolúvel, termo e fotossensível. 
Existem três formas ativas da vitamina A no organismo: retino (álcool), retinaldeído 
(aldeído) e ácido retinóico (ácido). Praticamente toda vitamina A ingerida é absorvida, 
ao contrário do caroteno, do qual se absorve apenas 50% sendo o betacaroteno o mais 
importante. 
Causas da deficiência de vitamina A podem ser: 
 Primárias: dieta carente nessa vitamina ou em gordura (veículo da 
vitamina), falta de amamentação ou desmame precoce, desnutrição 
energético- proteica, deficiência de zinco, deficiência de vitamina E ou 
outros antioxidantes que melhoram a absorção de vitaminas; 
 Secundárias: doenças que interferem na absorção e no 
armazenamento de vitamina (giardíase, síndrome celíaca, colite ulcerativa, 
cirrose, atresia biliar, pancreatite), na conversão do caroteno em vitamina A 
(hipotireoidismo, diabete melito) ou na rápida baixa das reservas da 
vitamina (processos infecciosos como pneumonia, escarlatina, infecções 
respiratórias). 
Faixa etária UL 
Crianças 0-6 meses 600mcg 
Crianças 7-12 meses 600mcg 
Crianças 1-3 anos 600mcg 
Crianças 4-8 anos 900mcg 
Gestantes e lactantes 14-18 anos 2800mcg 
Gestantes e lactantes 19-30 anos 3000mcg 
Gestantes e lactantes 31-50 anos 3000mcg 
 Níveis máximos de segurança 
Lactentes 500UI/Kg do peso corporal até o limite de 5000UI 
Pediátrico 500UI/Kg do peso corporal até o limite de 10000UI 
 
A deficiência de vitamina A pode cursar com alterações oculares, cutâneas e fetais. 
As estruturas oculares mais diretamente afetadas são a conjuntiva, a córnea e a retina. 
 
47 
 
Na córnea e na conjuntiva, as alterações são predominantemente somáticas e, na 
retina, funcionais. 
Os sinais cutâneos (hiperqueratose folicular ou frinoderma, xerose cutânea ou 
xerodermia) não são específicos da deficiência de vitamina A. Outras manifestações 
observadas são perda do apetite, diminuição do crescimento com deformidades 
ósseas, ceratinização das papilas gustativas com diminuição do paladar, ceratinização 
das mucosas do trato respiratório, digestório e geniturinário, além de uma diminuição 
dos linfócitos T. 
As alterações fetais e neonatais incluem prematuridade, retardo de crescimento 
intra-uterino e predisposição às infecções neonatais (principalmente respiratórias, 
geniturinátias e gastrintestinais). Os níveis normais da vitamina podem ser o fator que 
promove a recuperação e a cura mais rápida nos casos de displasia broncopulmonar 
em recém-nascido pré-termo (RNPT), devido à regeneração das lesões pulmonares. 
Tanto a deficiência quanto o excesso podem ser responsáveis por malformações 
congênitas. 
Durante a amamentação a dieta da mãe deve ser monitorada para que esteja 
suprindo as necessidades. A inclusão de alimentos fontes na dieta supre a necessidade 
(3x/semana). 
Os principais alimentos fonte de vitamina A são fígado, gema de ovo, produtos 
lácteos, folhas verde-escuras e vegetais e frutas de cor laranja (cenoura, abóbora, 
pimentão vermelho ou amarelo, manga, maracujá, mamão).48 
 
A concentração no leite materno varia de acordo com a dieta da mãe. Em regiões 
com alta prevalência de deficiência, a OMS, o MS e a SBP preconizam o seguinte 
esquema de suplementação medicamentosa, na forma de megadoses por via oral, que 
devem ser administradas a cada 4-6 meses: Alimentação do Lactente Manual de 
Orientação – Departamento de Nutrologia. 
• Crianças de 6 a 12 meses, 100.000 UI. 
• Crianças de 12 a 72 meses, 200.000 UI. 
 
Vitamina C 
 
A vitamina C, ou ácido ascórbico, é hidrossolúvel, termo e fotossensível, tendo 
como principais fontes as frutas e hortaliças de folhas verdes. Possui várias funções 
metabólicas: 
 Biossíntese do colágeno, da carnitina, dos ácidos biliares e da 
norepinefrina; 
 Ajuda no metabolismo da tirosina e da fenilalanina; 
 Atua no funcionamento do sistema misto da oxigenasse; 
 Facilita a absorção intestinal do ferro não-heme dos alimentos; 
 Transforma ácido fólico em folínico. 
 
Faixa etária UL 
Crianças 0-12 meses Não estabelecido 
Crianças 1-3 anos 400mg 
Crianças 4-8 anos 650mg 
Gestantes e lactantes 14-18 anos 1800mg 
Gestantes e lactantes 19-30 anos 2000mg 
Gestantes e lactantes 31-50 anos 2000mg 
 Níveis máximos de segurança 
Lactentes 25mg/kg de peso corporal até o limite de 300mg 
Pediátrico 25mg/kg de peso corporal até o limite de 1000mg 
 
O uso de doses elevadas da vitamina pode produzir diarreia, aumento do 
oxalato urinário com predisposição à formação de cálculos e precipitação de crises 
hemolíticas em portadores de deficiência de (G6PD) glicose-6-fosfato-desidrogenase. 
 
49 
 
A deficiência de vitamina C leva ao quadro clínico do escorbuto e ocorre 
geralmente associada à desnutrição proteico-energética, ao uso de dietas exóticas e 
em pessoas em condições de cuidados precários. Os achados clínicos observados no 
escorbuto são mais frequentemente encontrados em crianças entre 6 meses e 2 anos 
de idade. 
As manifestações clínicas podem evidenciar: 
 Escorbuto latente: com perda de peso, anorexia, irritabilidade, palidez, 
sudorese, aumento da sensibilidade dolorosa (principalmente nos membros); 
 Escorbuto declarado: com sinais relacionados ao defeito da formação da 
substância intercelular (colágeno) que constam de manifestações hemorrágicas 
como: petéquias, púrpuras, equimoses e hematomas gengivais, se houver 
erupção dentária. Ocorre, também, dor à manipulação dos membros, 
principalmente os inferiores, em consequência das hemorragias subperiósticas, 
incapacidades motoras, posições de defesa (antálgicas), simulando 
pseudoparalisias, e “posição de rã”. Quando ocorrem hemorragias 
subperiósticas volumosas, geralmente nas extremidades dos ossos longos, 
percebem-se tumefações cutâneas muito dolorosas, que podem evoluir para 
calcificação ou absorção após o tratamento. Pode-se observar, também, a 
presença do rosário costal escorbútico. 
Devem ser ingeridos alimentos ricos diariamente frutas. 
 
Vitamina D 
A vitamina D é representada por um grupo de compostos lipossolúveis cuja 
atividade biológica se processa após sua ativação pela luz ultravioleta na pele. Existem 
duas formas biologicamente ativas dessa vitamina que possuem em comum a 
capacidade de prevenir o raquitismo ou de curar o estado raquítico já estabelecido: 
 D2 (ergocalciferol), obtida pela irradiação ultravioleta do ergosterol 
vegetal (vegetais, fungos, levedos) e em produtos comerciais; 
 D3 (colecalciferol), resultado da transformação não-enzimática do 
precursor 7-deidrocolesterol existente na pele dos mamíferos, pela ação 
 
50 
 
dos raios ultravioleta. É responsável por cerca de 90% da vitamina D do 
organismo, quando em condições normais de exposição solar. O 7-
deidrocolesterol é encontrado também, em óleo de fígado de bacalhau, 
atum, cação, sardinha, gema de ovo, manteiga e pescados gordos 
(arenque). O leite humano e de vaca contêm baixos teores da vitamina. 
Por ser lipossolúvel, sua absorção está prejudicada quando há má 
absorção de gorduras. As fórmulas infantis são enriquecidas com 
vitamina D2. 
Faixa etária UL 
Crianças 0-6 meses 1000UI 
Crianças 7-12 anos 1500UI 
Crianças 1-3 anos 2500UI 
Crianças 4-8 anos 3000UI 
Gestantes e lactantes 14-18 anos 4000UI 
Gestantes e lactantes 19-30 anos 4000UI 
Gestantes e lactantes 31-50 anos 4000UI 
 Níveis máximos de segurança 
Lactentes 40UI/kg de peso corporal até o limite de 400UI 
Pediátrico 40UI/kg de peso corporal até o limite de 800UI 
 
Nos últimos anos, a vitamina D tem sido considerada um hormônio, pois pode 
ser sintetizada no organismo a partir de esteroides e da ação da luz ultravioleta do sol. 
É regulada por retroalimentação (feedback), sintetizada em um órgão e com efeito em 
outro. 
As principais formas de raquitismo relacionadas ao metabolismo da vitamina D 
são: 
 Carencial: resulta de falta de exposição à luz solar, suplementação oral 
deficiente, vegetarianismo restrito, dietas macrobióticas, dietas com 
baixos teores de vitamina D, de cálcio e de fósforo e com grande 
concentração de fitatos (farinhas e cereais integrais) e síndromes de 
má-absorção (esteatorréia), mas responde ao tratamento com doses 
habituais da vitamina; 
 
51 
 
 Dependente tipo I: resulta de defeito de hidroxilação da 25(OH)D para 
1,25(OH)2D e responde a doses fisiológicas da 1,25(OH)2D ou a doses 
elevadas da vitamina; 
 Dependente do tipo II: resulta da resistência periférica ao metabólito 
ativo da vitamina D e é de difícil tratamento; 
 Por deficiência de hidroxilação hepática: ainda em estudos; 
 Induzido por medicamentos: descrito em usuários de fenobarbital e 
hidantoína. 
Exposição solar é mais importante que a dieta; também necessária 
suplementação. 
“A melhor via de ingestão de vitamina D não é o trato gastrointestinal, por 
permitir absorção de quantidades tóxicas. A pele, na presença de luz solar, é adequada 
tanto para fabricar grandes quantidades de vitamina D quanto para impedir a absorção 
de quantidades tóxicas.” 
 
Deficiência Vitamina D: 
• Fraqueza muscular; 
• Hipotonia generalizada; 
• Raquitismo; 
 
 
Exame: Concentração sérica de 25-OH-D: melhor indicador do estado nutricional 
relativo à vitamina D. A AAP, o IOM e a SBP consideram deficiência quando as 
concentrações de 25-OH-D estão abaixo de 50 nmol/L (20 ng/mL), independentemente 
do método laboratorial empregado. 
• Exposição solar é mais importante que a dieta. 
 
Em 2011, o Institute of Medicine aumentou a recomendação de vitamina D, 
estabelecendo um valor de referência (adequate intake) de 400 UI/dia até um ano de 
idade e de 600 UI/dia (RDA) para crianças de 1 a 18 anos de idade. 
 
52 
 
A concentração de vitamina D no leite materno é de aproximadamente 22 UI/litro 
e nas fórmulas infantis de cerca 10 mg/L (400 UI/litro). 
O DC de Nutrologia da SBP recomenda a suplementação profilática de 400 UI/dia 
a partir da primeira semana de vida até os 12 meses, e de 600 UI/dia dos 12 aos 24 
meses, inclusive para as crianças em aleitamento materno exclusivo, 
independentemente da região do país. 
A Sociedade Brasileira de Pediatria adota essa preconização, a orientação a 
exposição ao sol, conforme em 1985, Specker et al relataram que 30 minutos de 
exposição solar semanal (ou 6 a 8 minutos por dia, três vezes por semana) para 
lactentes apenas com fraldas, no primeiro ano de vida, ou de 2 horas semanais (17 
minutos por dia) em lactentes com vestimentas (apenas face e mãos expostas). 
 
Ômega-3 
Os benefícios do consumo de Ômega 3, para praticamente todas as faixas etárias 
já está bastante estabelecido na literatura, em especial para o público materno 
infantil. 
Diversos estudos fazem correlação entre a ingestão de ácidos graxos poli-
insaturados de cadeia longa, ácido araquidônico (AA ou Ômega 6) e o ácido 
docosahexanóico (DHA ou Ômega 3), e neuro desenvolvimento. 
Tal relação merece destaque, pois ambos LCPUFAs são importantes para o 
desenvolvimentodas estruturas do cérebro e da retina. DHA e AA estão disponíveis 
no ambiente intrauterino, sendo que o estabelecimento do transporte placentário 
ocorre mais intensamente no terceiro trimestre gestacional pelo leite materno. 
Há estudos também que relatam associação benéfica entre níveis adequados de 
LCPUFAS e melhor formação do sistema imunológico. Diante das evidências, a 
Sociedade Brasileira de Nutrologia divulgou o I Consenso no final do ano de 2014. 
Neste documento consta a orientação garantir aporte adequado, especificamente de 
DHA para gestantes, nutrizes e crianças. 
Os estudos sugerem doses bastante divergentes para suplementação de DHA 
durante a gestação, e portanto, no Consenso da Sociedade de Nutrologia, a 
 
53 
 
recomendação é de uma dose, menor, e considerada segura: suplementação de 
200mg de DHA para todas as gestantes, independente do consumo via alimentação; 
esta recomendação não impede suplementação de doses maiores, caso o profissional 
esteja certo de que a paciente necessita. 
 
Personal Diet Baby 
Atendimento às mulheres que pretendem engravidar, gestantes, nutrizes e 
crianças na primeira infância; deve englobar promoção do aleitamento materno e 
pode englobar também, atendimento direcionado ao manejo e de dificuldades com 
aleitamento materno 
Etapas da estruturação do serviço – traçar objetivos: 
1) Estruturar material de atendimento; 
2) Determinar valores para consultas; 
3) Determinar o público alvo; 
4) Determinar estratégia de marketing; 
5) Feedback. 
 
Quem procura o serviço: 
• Mulheres que pretendem engravidar: cronograma conforme necessidade; 
orientações sobre alimentação saudável e fertilidade; quando necessário – 
perda de peso saudável pré-gestação; 
• Gestantes: cronograma conforme orientação dos órgãos competentes – 1x/ 
mês ou em intervalos mais curtos (gestantes de alto risco); orientações 
pertinentes à fase da gestação para manutenção da saúde e controle do ganho 
de peso; iniciar orientações sobre aleitamento materno (baseado em 
evidências atuais); 
• Nutrizes ou puérperas: cronograma conforme necessidade – orientações para 
perda de peso saudável; manutenção do aleitamento materno para as nutrizes; 
• Crianças: cronograma dependente da idade e necessidades; tratamento de 
patologias/ intolerâncias >> orientar consulta com profissional habilitado; 
 
54 
 
• Mãe – bebê para manejo e promoção do aleitamento materno: não há 
cronograma específico ou pré-definido. Atendimento deve ser realizado 
sempre conforme a necessidade; se atendimento pré-natal >> orientações 
iniciais e promoção do aleitamento; se atendimento pós-natal: reforço de 
orientações e manejo das dificuldades. 
 
 
 
 
 
 
Diferenciais: 
 
 
 
 
Não julgar 
OUVIR as principais queixas 
COMPREENDER as reais 
necessidades 
APOIAR as decisões 
CONHECER o paciente além do 
prontuário 
RESPEITAR OS LIMITES 
Caso o profissional não seja apto a realizar tais 
orientações indicar outro profissional e bancos de 
leite de sua cidade. 
 
55 
 
 
Cardápio de introdução alimentar: 6- 12 meses 
 
Primeiras 2 semanas começamos com a oferta de frutas e raízes → 1 de cada vez, 2x 
por dia. 
Após a 3 semana podemos incluir mais preparações conforme sugestão de cardápio 
abaixo. 
 
Desjejum (6/7 horas) → Leite materno ou fórmula infantil 
 
Lanche da manhã (9/9:30 horas) → 1 Fruta (sob forma de papinha, raspadinha, cozida, 
vapor ou em pedaços). 
 
 
Almoço (11- 12 /horas): Comidinha salgada contendo → Composição das primeiras 2 
semanas. 
 
 QUANT. GRUPO DO ALIMENTO CONSISTÊNCIA 
 
1 
Cereal/tubérculo/massas (batatas, 
inhame, cará, macarrão, arroz, 
quinoa) 
forma de purê ou 
pedaços 
 
1 
Leguminosa 
(feijões, lentilha, ervilha, grão de bico) 
cozido 
 
1 Hortaliças 
cozidas, 
refogadas ou 
cruas conforme 
aceitação bebê 
 
1 
Proteína 
(carne bovina, frango, peixe, fígado de 
galinha orgânico ou ovo - gema e 
clara) 
cozidas, 
refogadas, 
assadas 
 
1 
Óleos e gorduras 
Fio de Azeite extra virgem, óleo de 
coco extra virgem ou outro óleo 
vegetal 
por cima da 
comida no prato 
da 
 
1 Bebida - água 
pouca 
quantidade, se 
necessário 
 
Mamada → Leite materno. Quando fórmula infantil esperar 1h após almoço para 
oferecer leite. 
 
Lanche tarde (15h – 15:30h) → Fruta: pode misturar 2 diferentes + 1 fibra (amaranto 
em flocos ou aveia em flocos finos ou quinoa em flocos) OU 
 
56 
 
Mingau de farelo aveia com fruta seca (tâmaras, ameixa, damasco) 
 
Exemplos preparações 
Papa de mamão com farinha de chia OU Papa abacate com farinha de quinoa 
 
Mingau Receita: Ferver 2 colheres sopa farelo de aveia (com água filtrada ou leite 
vegetal – arroz, aveia, coco) – misturar a fruta seca e ao final a fruta fresca. 
Mingau de coco com calda de ameixa preta: faça o mingau com farinha de arroz e leite 
de coco fresco). Esperar amornar e servir. Caso a criança estiver com leite fórmula 
pode acrescentar 2 medidas do leite fórmula. 
Crianças baixo peso: acrescentar 1 colher sobremesa óleo de coco para aumento 
calorias. 
Jantar (18h – 19h): Sopinha de vegetais com gema de ovo (moranga, couve-flor, 
cebola, ervilha torta, aipim); Creme de vegetais com macarrão de quinoa ou macarrão 
trigo e carne moída; 
 
Ceia: Após 7 meses quando a criança já ficar sentada fazer a hora da frutinha como 
ceia. Se possível toda a família sentada no chão da sala ou sofá. Momento agradável. 
Leite materno ou fórmula infantil 
 
ORIENTAÇÕES 
 
• Os horários são para exemplificar o fracionamento das refeições e o intervalo 
em horas entre elas. No geral, fica em torno de 3 horas entre uma refeição e 
outra; 
• Leite materno deve ser oferecido em livre-demanda até 1 ano de idade, se 
possível; 
• Os alimentos devem ser amassados, com garfo e aumentando as texturas, 
tamanhos, pedaços com o passar dos meses, conforme a aceitação da criança. 
Não liquidificar, não peneirar, porque atrapalha desenvolvimento mastigação 
e mandíbula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATE 1 ANO → NÃO OFERECER 
 
 
1. Frutos do mar; 
2. Açúcares e doces; 
3. Alimentos industrializados ou processados (danoninho, farináceos açucarados como farinha 
lactea, neston, cremogema, leite fermentado, iogurtes com sabor, cereais matinais, biscoitos 
tipo maisena, recheados, salgadinhos, chocolates e achocolatados), karo 
4. Sucos de frutas (industrializados); 
5. Os sucos naturais podem ser oferecidos mas sem excesso e não substituir refeições por 
sucos; 
6. Mel; 
7. Leite de vaca; 
8. Frutas oleaginosas (nozes, castanhas, amêndoas, avelãs etc.). 
 
 
58 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
WEFFORT, V. R. S.; LAMOUNIER, J. A. Nutrição em pediatria: da neonatologia à 
adolescência. Barueri, SP: Manole, 2009. 
 
SEIXAS, D. Nutrição Clínica Funcional: Compostos bioativos dos alimentos. São Paulo: 
VP Editora, 2015. 
 
PASCHOAL, V. et al. Nutrição Clínica Funcional: Suplementação vol. I e II. São Paulo: VP 
Editora, 2015.

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