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SÍNDROME PRÉ MENSTRUAL A síndrome pré-menstrual (SPM), ou, como é muito conhecida, tensão pré-menstrual (TPM), é caracterizada por um conjunto de sintomas físicos, emocionais e comportamentais, que se iniciam na semana anterior à menstruação e que aliviam com o início do fluxo menstrual SILVA, A. C. J. S. R. et al. Tensão Pré-Menstrual: Critérios para diagnóstico. FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). 2018 O ciclo menstrual mensal representa um dos muitos ritmos fisiológicos essenciais para a vida. Existem o ritmo dos hormônios sexuais que impulsionam o ciclo menstrual e outros que regulam o crescimento e o metabolismo. Esses ritmos também interagem entre si por meio da sincronização das atividades celulares com o ambiente externo, por meio de mecanismos de feedback que promovem a estabilidade dinâmica, como a interação entre os ritmos circadianos, o sono e o ciclo menstrual. DRAPER, C. F. et al. Menstrual cycle rhythmicity: metabolic patterns in healthy women. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 14568, 2018. A VIDA É FEITA DE CICLOS Somente em mulheres que ovulam O CICLO MENSTRUAL DURA EM MÉDIA 28 DIAS E É DIVIDO EM TRÊS FASES: Fase folicular: começa com o término do período menstrual, com os níveis de estrogênio aumentado. Dura de 10 a 15 dias. Mais disposição; Melhora do humor; Menor estresse. Ovulatória: pico do hormônio FSH (Hormônio Folículo Estimulante) e LH (Hormônio Luteinizante). Dura de 1 a 3 dias. Mais libido. Lútea: nível de estrogênio sobe, termina com o início do sangramento menstrual e o pico de progesterona. Dura em média 14 dias. Pode ser dividida em duas fases: • Lútea inicial: uma semana antes da menstruação; - Sem muitos sintomas da TPM • Lútea tardia: segunda semana da fase lútea, com o maior nível de sintomas de TPM. Ciclo menstrual e os níveis hormonais: Níveis hormonais de acordo com a fase do ciclo menstrual. Alterações nas concentrações dos hormônios sexuais femininos (progesterona, hormônio luteinizante, hormônio folículo- estimulante, estradiol) que caracterizam as 5 fases (ciclo menstrual, folicular, periovulatório, lútea e pré-menstrual) do ciclo menstrual. Alterações na concentração de hormônio estimulante folicular sobrepostas. 34 mulheres saudáveis Avaliação de 397 metabólitos e micronutrientes testados no plasma e urina A VARIAÇÃO DOS METABÓLITOS DURANTE A FASE DO CICLO MENSTRUAL: Este mapa de calor com gradientes de cor indica a ritmicidade ao longo do ciclo menstrual. Onde quanto mais baixas as concentrações dos componentes mais avermelhado estará 208 metabólicos foram significativamente alterados (<p 0,5) O TRATAMENTO DA SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL É INDIVIDUALIZADO! DEVE-SE APLICAR A CONDUTA DE ACORDO COM OS SINTOMAS APRESENTADOS PELO PACIENTE Até 90% das mulheres experimentam alguma forma de TPM ao longo dos seus anos reprodutivos. Essa etiologia não é clara ainda, mas um dos fatores que pode estar relacionado é a baixa concentração de vitamina B, vitamina D, cálcio e magnésio, visto que são vitaminas essenciais para a síntese de neurotransmissores e para garantir um equilíbrio hormonal. Magnésio: essencial para a síntese dopaminérgica do cérebro. Vitamina B: está envolvida em várias etapas do metabolismo da serotonina, incluindo na conversão do aminoácido triptofano em serotonina e na geração das substâncias ativas necessárias para o metabolismo da serotonina. Cálcio e vitamina D: Uma pesquisa observou que a deficiência de cálcio durante a fase lútea entre mulheres com TPM era secundária à perturbação dos hormônios reguladores de cálcio que acompanham o aumento das concentrações de hormônios esteroides ovarianos e deficiência de vitamina D. Outro estudo mostrou que mulheres que tinham um alto consumo de vitamina D e cálcio tinham menor risco de desenvolver a TPM A incidência de TPM é baixa entre mulheres que se alimentam com dietas ricas em vitaminas e minerais. KAEWRUDEE, Srinaree et al. Vitamin or mineral supplements for premenstrual syndrome. Cochrane Database of Systematic Reviews, n. 1, 2018. A TPM também pode agravar os sintomas da depressão. Por isso, na fase lútea pode-se utilizar substâncias que ativam a produção de serotonina ou que favorecem a inibição da recaptação de serotonina na fenda sináptica. Ex. de aplicativo para baixar: O DIU não impede a ovulação, mas como não ocorre a menstruação na maioria delas, as mulheres tendem a não sabem que tem TPM, porém os sintomas existem. Por isso, deve-se sugerir que o paciente utilize diários emocionais para saber os dias em que ela sente os sintomas de TPM. CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO Diagnóstico da TPM 1º A presença de pelo menos um dentre vários sintomas afetivos (depressão, explosões de raiva, irritabilidade, ansiedade, confusão, isolamento social) e pelo menos um sintoma somático (sensibilidade nos seios, inchaço abdominal, dor de cabeça, inchaço extremidades) durante os cinco dias anteriores à menstruação em cada um dos três ciclos menstruais anteriores; 2º A regressão espontânea desses sintomas em até quatro dias após o início da menstruação. (American College of Obstetricians and Gynecologists. Guidelines for Women’s Health Care: A Resource Manual. 4th ed. Washington, DC: American College of Obstetricians and Gynecologists; 2014:607-613.) Atualmente, há um total de 150 sintomas conhecidos de SPM que podem ser variáveis e inconstantes. Diagnóstico da TDPM Existe também, além da TPM, uma síndrome conhecida como TDPM (Transtorno Disfórico Pré-Menstrual). A TDPM é um subtipo de TPM, porém de uma forma mais grave, a prevalência do TDPM é de 3% a 8% e os sintomas estão relacionados ao humor, PODENDO CAUSAR IMPACTO NA VIDA PROFISSIONAL, SOCIAL E FAMILIAR. Os critérios utilizados para diagnosticar o TDPM são aqueles estabelecidos pelo Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana (DSM IV). Deve ser feito por um Médico Psiquiatra. Devem estar presentes cinco ou mais sintomas na maioria dos ciclos menstruais durante a última semana da fase lútea, sendo que estes começam a diminuir após o início da fase folicular. Dentre os cinco ou mais sintomas relatados, deve estar presente pelo menos um dos quatro primeiros listados a seguir: Humor deprimido, sentimentos de falta de esperança ou pensamentos autodepreciativos; Acentuada ansiedade, tensão, sentimento de estar com “nervos à flor da pele”; Instabilidade afetiva acentuada; Raiva ou irritabilidade persistente e acentuada ou conflitos interpessoais aumentados; Diminuição do interesse pelas atividades habituais; Sentimento subjetivo de dificuldade em concentrar-se; Letargia, fadiga fácil ou acentuada, falta de energia; Acentuada alteração do apetite, excessos alimentares ou avidez por determinados alimentos; Hipersônia ou insônia; Sentimento subjetivo de descontrole emocional; Outros sintomas físicos, como sensibilidade ou inchaço das mamas, cefaléia, dor articular ou muscular, sensação de “inchaço geral” e ganho de peso. SILVA, A. C. J. S. R. et al. Tensão Pré-Menstrual: Critérios para diagnóstico. FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). 2018 Arab, A., Golpour-Hamedani, S., & Rafie, N. (2019). The Association Between Vitamin D and Premenstrual Syndrome: A Systematic Review and Meta-Analysis of Current Literature. Journal of the American College of Nutrition, 1–9.QUESTIONÁRIO DE TDPM Na semana anterior ao período menstrual e/ou logo após o fim da menstruação você se sente: ( ) deprimida, sem esperança ou com pensamentos autodepreciativos ( ) ansiosa, tensa, com os “nervos à flor da pele” ( ) com significativa instabilidade afetiva ( ) irritada, com raiva e tem os conflitos interpessoais aumentados ( ) com menos interesse pelas atividades habituais ( ) com dificuldade de concentração ( ) sem energia ( ) com alteração acentuada do apetite ou avidez por determinados alimentos ( ) com hipersonia ou insônia ( ) em descontrole emocional ( ) com sensibilidade ou inchaço das mamas, dor de cabeça, dor articular ou muscular, sensação de inchaço geral “e ganho de peso” RESULTADO: Se você marcou 5 sintomas e pelo menos um está entre os quatro primeiros da lista acima e você teve estes sintomas em dois ciclos seguidos ou mais, procure um especialista para avaliar se você pode estar em risco de sofrer de TDPM. Fonte: Programa de Estudos em Sexualidade da Universidade de São Paulo (USP) e Associação Psiquiátrica Americana As mulheres devem buscar aceitar essas mudanças e entender que isso faz parte da nossa natureza. “Aquilo que não podemos mudar, aceitamos e ressignificamos. ” Por que as mulheres têm mais desejos de comer doce no período pré-menstrual? Açúcar Glicose Insulina Diminui a competição de triptofano com os aminoácidos de cadeia ramificadas, como o BCAA Serotonina O período menstrual influencia o tamanho das refeições e do apetite, podendo levar ao desenvolvimento de compulsão por certos tipos de alimentos. É muito comum acontecer uma ingestão maior de carboidratos na fase lútea, que pode ser explicada pela diminuição dos mediadores de serotonina nessa fase do ciclo. Uma modificação na dieta de modo que se priorizem alimentos ricos em carboidratos faz com que aumente a produção de 3-fosfoglicerato, um metabólito da glicólise que gera a síntese de aminoácidos aromáticos, entre eles, o triptofano. Este através da enzima triptofano hidroxilase, transforma-se em serotonina, aumentando sua concentração. Costa, Y.R.; Fagundes, R.L.M.; Cardoso, R.B. Ciclo Menstrual e Consumo de Alimentos. Rev Bras Nutr Clin, Vol. 22. Num. 3, 2007. p. 203-209 CAUSAS Sensibilidade à oscilação dos hormônios Vulnerabilidade e suscetibilidade ao efeito dos hormônios sexuais; Sensibilidade - cerebral – circuitos no córtex pré-frontal (que tem vários receptores hormonais, como no útero, pele, nos neurônios e entre outros); ETIOLOGIA GENÉTICA O córtex pré-frontal é a região filogeneticamente mais moderna do cérebro humano, desempenha um papel essencial na formação de metas e objetivos, e no planejamento de estratégias de ação necessárias para a consecução destes objetivos, selecionando as habilidades cognitivas requeridas para a implementação dos planos, e coordenando as mesmas para aplicá-las na ordem correta. Além disso, ele é o responsável pela avaliação do sucesso ou fracasso das ações dirigidas a objetivos estabelecidos. MOURAO JUNIOR, Carlos Alberto; MELO, Luciene Bandeira Rodrigues. Integração de três conceitos: função executiva, memória de trabalho e aprendizado. Psic.: Teor. E Pesq., Brasília, v. 27, n. 3, p. 309-314, Sept. 2011. A sensibilidade adaptativa, bem como o desenvolvimento de sintomas de TDPM, é provavelmente baseada na interação entre alterações hormonais, vulnerabilidade individual (isto é, genética) e processos neuroquímicos. A relação entre genes, hormônios, comportamento e TDPM não foi realmente explorada. Em relação a vulnerabilidade, por conta da influência do estradiol e da progesterona na circulação podem levar a expressão do RNA mensageiro. Esse RNA pode alterar as atividades da rede cerebral relacionados a problemas cognitivos, comportamentais e afetivos, levando os sintomas da TPM. Comasco, E., & Sundström-Poromaa, I. (2015). Neuroimaging the Menstrual Cycle and Premenstrual Dysphoric Disorder. Current Psychiatry Reports, 17(10). TRATAMENTO DA TDPM Há necessidade de intervenção médica para o tratamento da TDPM! Tratamento padrão: Os Inibidores da Recaptação de Serotonina (IRSS) inibem a receptação pré-sináptica da receptação da serotonina, levando ao aumento da disponibilidade da serotonina sináptica. Ex. Fluoxetina Eficazes em até 85% das mulheres com TDPM Outros tratamentos: Utilização de contraceptivo oral – monofásico; Ovariectomia – retirada dos ovários. TRATAMENTOS PARA A TPM O nutricionista consegue ter mais eficácia para o tratamento. Paciente deve melhorar o estilo de vida: Qualidade do sono; Exercício físico; Meditação; Yoga. Trabalhos sobre os benefícios da yoga: Nutrientes chave na TPM Magnésio; B6; Cálcio; Vitamina D. MAGNÉSIO Mais de 50% da população em média possuem deficiência de magnésio. Estudos mostraram a diminuição das concentrações circulantes de magnésio durante a fase lútea entre mulheres com Síndrome Pré Menstrual. Consequência: cólica, enxaqueca, depressão, redução da serotonina e do receptor de serotonina O magnésio é fundamental para: Formação da serotonina; Aumento da expressão de BDNF (fator de crescimento); Redução de ACTH; Ativação do Eixo HHA; Ação anti-inflamatória. Por isso, na deficiência de magnésio, é muito comum as pessoas apresentarem alteração de humor, como ansiedade, irritabilidade, nervosismo, depressão, insônia e hiperatividade. Também participa para a síntese de dopamina (neurotransmissor do prazer), GABA e noradrenalina. Wang, J., Um, P., Dickerman, B., & Liu, J. (2018). Zinc, Magnesium, Selenium and Depression: A Review of the Evidence, Potential Mechanisms and Implications. Nutrients, 10(5), 584. DRAPER, C. F. et al. Menstrual cycle rhythmicity: metabolic patterns in healthy women. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 14568, 2018. SANT’ANNA, V. MARQUES, N. PASCHOAL, V. Nutrição clínica funcional: Suplementação. 2d. São Paulo: VP editora. 2012. 416 p. WANG, Jessica et al. Zinc, magnesium, selenium and depression: A review of the evidence, potential mechanisms and implications. Nutrients, v. 10, n. 5, p. 584, 2018. Magnésio Dose usual 250mg Dose mínima 100mg Dose máxima 700mg PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a prática clínica. SC: Ed. do autor. 2019, p 577 Secreção de serotonina: Nutrientes essenciais: Vitamina B6, Vitamina B3, zinco, ácido fólico e magnésio. Nutrientes essenciais: Vitamina B6, Vitamina C, zinco, ácido fólico e magnésio. Triptofano 5- hidroxitriptofano Serotonina Secreção de dopamina e noradrenalina: Tirosina L-Dopa Dopamina Noradrenalina Nutrientes essenciais: Vitamina B6, ácido fólico e ferro. Nutrientes essenciais: Vitamina B6 e magnésio. Nutrientes essenciais: Vitamina C e cobre. ATIVIDADE DA SEROTONINA Ela possui papel importante em diversas funções no nosso corpo, principalmente nos processos do SNC, como na depressão, no trato gastrointestinal, na regulação mediada pelo sistema nervoso entérico e entre outros. No SNC, ela participa na regulação do sono, apetite, temperatura corporal, ansiedade, atividade motora, ritmo biológico, aprendizagem e memória. No trato gastrointestinal, ela aumenta a secreção de eletrólitos (Cl-, Na+ e K+), água na luz intestinal e estimula a secreção de HCO3- nas criptas do íleo. A serotonina também modifica a absorção intestinal de nutrientes. Sendo também importante para a contração e o relaxamento do músculo liso presente no intestino, através da estimulaçãoda liberação de acetilcolina e do óxido nítrico., respectivamente, e pela sinalização molecular, participando na transdução sensorial da mucosa do estômago, estimulando as fibras nervosas aferentes intrínsecas, dando origem ao reflexo peristáltico. Sua deficiência pode causar doenças neuropsiquiátrica como desordens afetivas, conduta compulsivo-obsessiva, síndrome do pânico e depressão. Também pode causar ansiedade, mau humor, agressividade, nervosismo, problema no sono, fadiga e compulsão alimentar. NAVES, Andréia. Nutrição clínica funcional: Modulação Hormonal. São Paulo: VP editora. 2010. 272 p. BDNF O fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) pertence à superfamília da neurotrofina e tem um papel essencial na neurogênese e neuroplasticidade do cérebro. A sinalização do BDNF apoia a sobrevivência dos neurônios existentes e encoraja a proliferação e diferenciação de novos neurônios e sinapses no sistema nervoso central e periférico. No cérebro, o BDNF é altamente expresso no hipocampo, no córtex e no prosencéfalo basal e tem um papel importante em regiões vitais para a aprendizagem e a memória. TOH, Yi Long et al. Impact of brain-derived neurotrophic factor genetic polymorphism on cognition: A systematic review. Brain And Behavior, [s.l.], p.1-14, 1 jun. 2018. CÓLICA Durante a cólica ocorre: Uma hipertrofia do miométrio e vasoconstrição arteriolar; Aumento da quantidade de marcadores da inflamação. Na fase lútea inicial: há aumento da progesterona e acúmulo e Ômega 6 e AA nas membranas celulares. No pré-menstrual: há redução brusca da progesterona e libera esse Ômega 6 e AA. Essa liberação inicia a cascata de prostaglandinas e leucotrienos no útero que por sua vez induzem uma resposta inflamatória e à cólica e ao aparecimento de cãibras e outros sintomas sistêmicos, como náuseas, vômitos, inchaço e dores de cabeça atividade antagonista do cálcio sobre o músculo liso. Magnésio é antagonista do cálcio no musculo liso atuando na diminuição das cólicas e é um importante modulador da inflamação Parazzini F, Di Martino M, Pellegrino P. Magnesium in the gynecological practice: a literature review. Magnes Res 2017 ; 30(1) : 1-7. ENXAQUECA Estudos estimam que cerca de 50% das mulheres sofrem de enxaquecas relacionadas ao ciclo menstrual Enxaqueca pré-menstrual está associada a alteração dos hormônios (quedas naturais nos níveis de estrogênio durante a fase lútea tardia do ciclo menstrual) Parazzini F, Di Martino M, Pellegrino P. Magnesium in the gynecological practice: a literature review. Magnes Res 2017 ; 30(1) : 1-7 doi:10.1684/mrh.2017.0419 Peikert et al, realizaram um ensaio controlado por placebo para avaliar a eficácia do magnésio oral diário por 12 semanas e encontraram uma redução de 41,6% na frequência de crises de enxaqueca no grupo que consumiu magnésio em comparação com uma redução de 15,8% no grupo placebo. A suplementação de magnésio também foi avaliada em combinação com a vitamina B6 e os resultados mostraram ser mais eficaz do que o magnésio sozinho e placebo na diminuição dos sintomas da TPM. Na fase lútea ocorre redução de B6. O risco de desenvolver TPM é menor em mulheres com alta ingestão de vitamina B6 do que naquelas com baixa ingestão (CHOCANO; BEDOYA, 2011). VITAMINA B6 A piridoxina (B6) é uma vitamina hidrossolúvel que atua como cofator em mais de 100 reações enzimáticas, incluindo reações do metabolismo de aminoácidos e proteínas como hemoglobina, serotonina, dopamina, hormônios e prostaglandinas. Sua deficiência causa baixa produção de dopamina, com consequência, leva ao aumento de prolactina. A deficiência também pode causar depressão, distúrbios do sono, inflamação dos nervos, síndrome pré-menstrual, letargia, diminuição da concentração, mobilidade alterada, homocisteína elevada, náuseas, vômitos, dermatite seborreica, eczema em boca, nariz e ouvidos, estomatite angular, glossite e queilose. Também foi associada a alterações de marcadores inflamatórios, como a PCR (proteína C reativa) e com a ocorrência de doenças inflamatórias. SANT’ANNA, V. MARQUES, N. PASCHOAL, V. Nutrição clínica funcional: Suplementação. 2d. São Paulo: VP editora. 2012. 416 p; KAEWRUDEE, Srinaree et al. Vitamin or mineral supplements for premenstrual syndrome. Cochrane Database of Systematic Reviews, n. 1, 2018. Piridoxina (B6) Dose usual 40mg Dose mínima 30mg Dose máxima 200mg PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a prática clínica. SC: Ed. do autor. 2019, p 577 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6491313/ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6491313/ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6491313/ Fontes alimentares de B6: farelo de arroz, alho, fígado de boi, semente de girassol, melado de cana, farinha de soja, atum fresco, banana, amendoim, abacate, castanha- de-caju e entre outros. Resultados: o grupo da Vitamina B6 e placebo tiveram a maior e menor eficiência em melhorar o escore médio da síndrome pré-menstrual. Suplementação de magnésio Fontes alimentares: Folhas verdes*, nozes, legumes e feijões. Avaliar os efeitos do magnésio e vitamina B6 sobre a gravidade da TPM 126 mulheres 3 grupos (magnésio, vitamina B6 ou placebo) Magnésio dimalato* – 200 a 400mg *Elementar *Folhas verdes concentram mais magnésio biodisponível, quando comparado as leguminosas e grãos, pois os oxalatos das folhas verdes escuras prejudicam menos a absorção do que os fitatos. Dica: deixar as leguminosas e cereais de molho FONTES ALIMENTARES DE MAGNÉSIO E MEDIDA CASEIRA: Alimento Medida caseira Magnésio (mg) Arroz integral 6 colheres de sopa (90g) 99 Grão-de-bico 3 colheres de sopa cheias (60g) 88 Feijão preto 1 ½ concha pequena (120g) 84 Castanha do Brasil 4 unidades (16g) 58 Ervilha em vagem 7 colheres de sopa cheias (120g) 50 Espinafre (cozido) 4 ½ colheres de sopa (50g) 44 Semente de abobora (seca) 2 colheres de sopa cheias (8g) 43 Cacau em pó 1 colher de sopa rasa (8g) 40 Amêndoa (torrada e salgada) 14 unidades (16g) 36 Aveia 2 colheres de sopa (30g) 36 Amendoim 2 colheres de sopas rasas (20g) 34 Nozes 5 unidades (22g) 34 Mandioca (cozida) 4 pedaços pequenos (100g) 27 Couve (refogada) 4 colheres de sopa cheias (89g) 23 Lentilha (cozida) 5 colheres de sopa (100g) 22 Camarão (cozido) 1 colher de servir cheia (100g) 19 Rúcula 6 folhas (40g) 19 Banana-nanica 1 unidade média (60g) 17 Beterraba (cozida) ½ unidade média (100g) 17 Abacate ¼ de abacate pequeno (100g) 15 Quiabo (cozido) 2 colheres de sopa rasa (35g) 13 Leite de vaca (integral) 1 copo americano (100g) 10 Semente de girassol 1 colher de sopa cheia (5g) 6 Uva passa (sem semente) 1 colher de sopa cheia (17g) 5 Figo 1 unidade média (19g) 2 CÁLCIO Confira o Plano Alimentar Magnésio no Material Complementar do curso! O estradiol influencia no metabolismo do cálcio e da vitamina D ao longo do ciclo menstrual, induzindo flutuações nas concentrações de cálcio e desencadeando os sintomas da fase lútea. E2 representa estradiol; PTH - hormônio paratormônio; Ca ++ - cálcio ionizado. Cálcio e TPM O cálcio pode ajudar a prevenir e reduzir os sintomas da TPM porque o cálcio afeta o comportamento celular normal e o desenvolvimento da serotonina, o último dos quais afeta o humor. O cálcio também está ligado à absorção da vitamina D, e altos níveis de vitamina D têm sido associados à diminuição do risco do desenvolvimento de TPM. Dado que muitas pessoas são deficientes em (ou ambos) vitamina D ou cálcio.Nos pacientes diagnosticados com SPM, a suplementação de cálcio mostrou diminuir a gravidade dos sintomas, como depressão e fadiga. De maneira semelhante, um estudo mostrou que aqueles com alto consumo de cálcio podem ser menos propensos a desenvolver TPM. VITAMINA D E ABSORÇÃO DO CÁLCIO O cálcio depende de vitamina D para a sua absorção. O efeito da 1,25 (OH)2D no transporte ativo de cálcio ocorre nas células intestinais. A ,25 (OH)2D se liga ao receptor da vitamina D regulando o transporte ativo através da célula. A vitamina D também exerce efeitos em órgãos alvo como ossos, intestinos e rins, auxiliando no transporte de cálcio desses órgãos na circulação. Sem a vitamina D, somente 10% a 15% do cálcio dietético é absorvido. SANT’ANNA, V. MARQUES, N. PASCHOAL, V. Nutrição clínica funcional: Suplementação. 2d. São Paulo: VP editora. 2012. 416 p Resultados: Houve diferenças significativas foram notadas entre os dois grupos de intervenção no primeiro (P = 0,01) e no segundo ciclo menstrual (P = 0,001) após a intervenção. As diferenças foram significativas em subgrupos de ansiedade, depressão, alterações emocionais, retenção de água e alterações somáticas no grupo de cálcio em comparação com grupo placebo no ciclo menstrual antes da intervenção e dois ciclos menstruais após a intervenção e entre ciclos menstruais (0, ciclo 1, ciclo 2) no grupo de cálcio (P = 0,01). No geral, os resultados do presente estudo sugerem que o tratamento com suplementos de cálcio é um MÉTODO EFICAZ para reduzir os transtornos de humor durante a TPM. Ensaio clínico, randomizado e duplo-cego 66 alunas diagnosticadas com TPM, distribuídos aleatoriamente em dois grupos (experimental e controle) 500mg de cálcio por dia ou placebo por dois meses Sugestão de formulação: Vira oral: Cálcio quelato – 500mg Aviar X doses em cápsulas* *(1 dose rende em média 5 cápsulas) Ou Cálcio Taste free – 500mg Aviar X doses em bombom Duplo-cego randomizado controlado 76 estudantes 76 estudantes Resultados: O resultado mostrou que, embora a gravidade dos sintomas tenha diminuído em ambos os grupos, essa redução foi mais significativa no grupo combinado de cálcio e vitamina B6. VITAMINA D Durante a fase lútea: Dois grupos, grupo de intervenção 1, cálcio (500 mg) e vitamina B6 (40 mg) e grupo 2, apenas vitamina B6 2x por dia durante 2 meses. Cálcio e Vitamina D Paratormônio Deve-se prestar atenção no período menstrual em que a paciente está quando for avaliar os níveis de vitamina D sérica Estudos mostraram que existe redução no nível de vitamina D durante a fase lútea e que essa deficiência pode estar associada à gravidade dos sintomas pré-menstruais. Essa redução se dá pela presença de receptores de vitamina D que é expresso em tecido ovariano, no endométrio e no SNC. A vitamina D reduz a produção de prostaglandinas, substâncias inflamatórias e melhora o humor por atuar na síntese de serotonina (agindo na Triptofano hidroxilase 2). Papel da vitamina D na síntese de serotonina: A importância da Vitamina D: A Vitamina D bloqueia a conversão de triptofano em 5-HTP no intestino Aumento da absorção do triptofano no intestino Via circulação sanguínea ultrapassa a barreira hematoencefálica Chega nos neurônios da rafe Vitamina D TRPH 1 (GLUT) TRPH 2 (cérebro) Triptofano 5-HTP Serotonina BH4 Fe Vit B6 Converte triptofano em 5-HTP com a expressão da TRPH 2 (precisa de vitamina D) Sua interferência no humor: A vitamina D é um neurosteróide com a capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica. Os receptores de vitamina D são distribuídos em áreas do cérebro associadas ao desenvolvimento de depressão e transtornos de humor. Portanto, a vitamina D pode exercer significância clínica efeitos sobre sintomas como ansiedade, depressão ou resposta emocional exagerada. Arab, A., Golpour-Hamedani, S., & Rafie, N. (2019). The Association Between Vitamin D and Premenstrual Syndrome: A Systematic Review and Meta-Analysis of Current Literature. Journal of the American College of Nutrition, 1–9. Análise transversal sobre os níveis de vitamina D e alguns sintomas 998 mulheres entre 20 e 29 anos Recrutadas no campus da Universidade de Toronto de 2004 a 2010 Resultados: Comparado com participantes com o nível adequado de vitamina D, aqueles com status inadequado de vitamina D (<20) tiveram um risco aumentado de apresentar os seguintes sintomas leves: confusão e desejo de estar sozinho, assim como os seguintes sintomas moderados/ graves: cãibras, fadiga, ansiedade, confusão e desejo sexual. O status da vitamina D não foi associado a outros sintomas pré-menstruais (acne, inchaço, alterações de humor, aumento do apetite, dor de cabeça, falta de jeito, insônia, depressão ou náusea). Revisão sistemática e meta-análise sobre a relação da vitamina D com a SPM Embora nossa meta-análise de estudos observacionais não tenha mostram qualquer associação significativa entre a vitamina D sérica e SPM, evidências atuais de estudos clínicos indicam que a terapia com vitamina D pode ser proposta como segura, eficaz e método conveniente para melhorar a qualidade de vida mulheres com TPM. 2019 Como modular as alterações do período pré-menstrual pela nutrição e fitoterapia? A conduta deve ser baseada nos sintomas do paciente! SINTOMAS: SPM: depressão, explosões de raiva, irritabilidade, ansiedade, confusão, isolamento social TDPM: Instabilidade afetiva acentuada (oscilação importante humor, sentimentos repentinos de tristeza e vontade de chorar, aumento da sensibilidade à rejeição); acentuada irritabilidade, raiva ou aumento de conflitos interpessoais; acentuado humor deprimido, sentimentos de desesperança ou pensamentos autodepreciativos; acentuada ansiedade, tensão e/ou sentimentos de estar tenso ou no limite. Principal: EMOCIONAL Controlam a ansiedade, tristeza, irritabilidade, desejos por doce e entre outros. Ehring T. Et al. Emotion regulation and vulnerability to depression: spontaneous versus instructed use of emotion suppression and reappraisal. Emotion 10(4), 563–572 (2010). Principal causa das alterações é a flutuação de: Esses dois hormônios reprodutivos podem ter um impacto na amígdala e no córtex pré- frontal e, portanto, podem ter efeitos no processamento e na regulação das emoções. No período menstrual ocorre: Exacerbação do sistema límbico; Maior ativação das amígdalas; Maior ativação do eixo HHA. Focar no que controla as emoções: NEUROTRANSMISSORES Estrógeno Progesterona Amígdala A amígdala ou complexo amigdaloide, é um aglomerado heterogêneo de núcleos neurais localizados no lobo temporal. Considerada o centro emocional cerebral, acredita-se que a amígdala desempenhe um papel chave no planejamento comportamental baseado na integração de informação íntero e exteroceptiva. Tem-se atribuído uma grande variedade de funções para o complexo amigdaloide, incluindo memória, atenção, interpretação do significado emocional dos estímulos sensoriais e gênese dos aspectos emocionais dos sonhos. A amígdala parece desempenhar um papel crítico no aprendizado sempre que este envolver o condicionamento a um reforço com valor emocional, independente de se tratar de recompensa ou punição, e estudos em humanos, roedores e primatas não humanos sugerem que a atividade neural nessa estrutura é diferencialmente afetada pela valência emocional do estímulo. ALBUQUERQUE, Fabíola da Silva;SILVA, Regina Helena. Amygdala and the slight boundary between memory and emotion. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, v. 31, n. 3, p. 0-0, 2009. SAIBA MAIS Estruturas do cérebro relacionadas à emoção: ESPERIDIÃO-ANTONIO, Vanderson et al. Neurobiology of the emotions. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), v. 35, n. 2, p. 55-65, 2008. Confira o artigo na íntegra no Material Complementar do curso: Neurobiologia das emoções Síntese do estradiol: Inibe Os neurônios produtores de serotonina são sensíveis à presença ou ausência de estrogênio e durante a fase lútea, ocorre uma queda do estrogênio e uma predominância de progesterona. Estrogênio: Conversão do triptofano em serotonina; Inibição da MAO (monoamina oxidase); Inibição de COMT (Catecol O- Metiltransferase). Progesterona: Estimula MAO (monoamina oxidase); Estimula COMT (Catecol O- Metiltransferase); Reduz GABA; Reduz Beta endorfinas. MAO degrada serotonina, dopamina e noradrenalina COMT degrada dopamina, adrenalina e noradrenalina “Como aumentar a serotonina no cérebro humano sem drogas” Como aumentar a serotonina: É uma via de mão dupla: Sorriso Bom humor Filmes de comédia Boas companhias Rir Exercício físico Luz solar BOM HUMOR SORRISO SEROTONINA Aumenta Aumenta Aumenta o triptofano no cérebro Exercício e síntese de serotonina: “Evidências indicam que o exercício físico atua no sistema serotoninérgico através de medidas de triptofano sanguíneo e concentrações de ácido 5- Hidroxiindolacético, que é o metabólico da serotonina no fluido cérebro-espinhal. Durante o exercício físico, a distribuição do triptofano, aminoácido precursor da serotonina seria alterado pela lipólise, já que uma concentração crescente de ácidos graxos livres no plasma deslocaria o triptofano de seus sítios de ligação da albumina elevando, assim, os níveis de triptofano livre. Por outro lado, ocorreria um aumento da captação e oxidação dos aminoácidos de cadeia ramificada pelos músculos que estão sendo submetidos ao exercício, e, consequentemente, a concentração desses aminoácidos na circulação seria reduzida. Todo esse processo estimularia a capacidade de captação do triptofano livre e promoveria tanto a síntese quanto a liberação de serotonina centralmente. ” LESSA, Patrícia; OSHITA, Tais Akemi Dellai. A Influência do exercício físico para tratamento do portador de transtorno afetivo bipolar. Unimontes científica, v. 7, n. 1, p. 87-94, 2008. Outros cofatores para a síntese de serotonina: Triptofano - 5HTP; Zinco; Cobre; Ferro; Magnésio; B6; B9; Ácido fólico; B12; SAME (S adenosilmetionina). Fluxo muito intenso possível deficiência de ferro AVALIAR HEMOGLOBINA, HEMATÓCRITO E FERRITINA! Na inflamação pode ocorrer a conversão do triptofano em outros compostos, gerando aumento de Radicais Livres *Indoleamina-2,3-dioxigenase (IDO) **Quinureninase, 3-hidroxi-antranilato, 3,4-dioxigenase Como está o intestino do seu paciente? Triptofano Inflamação * Quinurenina Ácido quinolínico ** 3-hidroxi-quinurenina PRESENÇA DE NEUROTRANSMISSORES NOS ALIMENTOS SEROTONINA (HUMOR) Mamão Banana Banana- da-terra Maracujá Abacaxi Ameixa Romã Morango Feijão de veludo Espinafre Tomate Arroz selvagem Chicória Repolho chinês Café Avelã Urtica Cebola verde Alface Páprica Batata GABA (RELAXAMENTO) Crucíferas Soja Feijão comum Feijão azuki Ervilha Tomate Espinafre Cogumelos Trigo sarraceno Aveia, trigo e cevada Arroz Batata e batata doce Apium Passiflora Pilosella officinarum Phytolacca Erva de São João Castanha DOPAMINA (PRAZER) Espinafre Banana Banana-da-terra Abacate Laranja Maçã Berinjela Espinafre Ervilha Feijão de veludo Feijão comum Tomate NO PERÍODO PRÉ MENSTRUAL OCORRE AUMENTO DO APETITE Causa: Redução do estrogênio (menor ativação do núcleo da saciedade) e aumento da progesterona; Redução da serotonina, GLP1 e PYY (peptídeos da saciedade); Aumento da grelina (hormônio da fome). Menor sensibilidade à CCK. Geary N. Estradiol, CCK and satiation. Peptides 22: 1251–1263, 2001; MCKIE, Greg L. et al. Characterizing the appetite-regulatory response throughout the menstrual cycle. The FASEB Journal, v. 32, n. 1_supplement, p. 756.2-756.2, 2018. Influência do apetite na SPM NO PERÍODO PRÉ MENSTRUAL OCORRE AUMENTO DO DESEJO POR ALIMENTOS COM MISTURA DE GORDURA E AÇÚCAR Para aumentar os peptídeos da saciedade, consumir boas fontes proteicas e melhorar a microbiota intestinal e consumir fontes de fibras para ocorrer a produção de AGCC (ácidos graxos de cadeia curta). AÇÚCAR GORDURA DOPAMINA Será que o desejo do chocolate na TPM é fisiológico ou cultural? É cultural! Yen, J.-Y., Chang, S.-J., Ko, C.-H., Yen, C.-F., Chen, C.-S., Yeh, Y.-C., & Chen, C.-C. (2010). The high-sweet-fat food craving among women with premenstrual dysphoric disorder: Emotional response, implicit attitude and rewards sensitivity. Psychoneuroendocrinology, 35(8), 1203–1212; Hormes, J. M., & Niemiec, M. A. (2017). Does culture create craving? Evidence from the case of menstrual chocolate craving. PLOS ONE, 12(7), e0181445. NO PERÍODO DA FASE LÚTEA TARDIA OFCORRE UM MAIOR DESEJO DE DOCES O esvaziamento gástrico é mais rápido; A fome e o consumo de energia são maiores (167kcal) (possivelmente pelo maior gasto de energia desta fase); Maior nível de insulina e menor sensibilidade à insulina. Resultados: Quase dois terços das mulheres com diabetes tipo 1 experimentam um fenômeno do ciclo menstrual, atribuível a um aumento nas excursões hiperglicêmicas durante a fase lútea. Estudos em ambiente controlado com mulheres magras e saudáveis Resultados: Aumento na frequência de hiperglicemia durante a fase lútea; Mulheres com diabetes tipo 1 nas duas fases do ciclo menstrual devem ser levado em consideração ao planejar a terapia com insulina. Resultados: Inflamação na fase lútea reduz a sensibilidade à insulina em diabéticas tipo 2. Progesterona aumentaria mediadores inflamatórios e estrogênio reduziria. ALTERNATIVAS Não cortar carboidrato, para não prejudicar a síntese de serotonina; Fornecer o carboidrato em horários estratégicos; Carboidrato com carga glicemica moderada; Doces ofertados pontualmente, em pequenas quantidades; Ou se o paciente tem muita vontade, ofertar em maiores quantidades, mas que sejam nutritivos. Escolher carboidratos que irão promover a entrada do triptofano na barreira hematocefálica e que não gere picos de glicemia ex. grão de bico, batata salsa, batata doce, batata inglesa e entre outros. Sempre ofertar proteínas, a partir do café da manhã, que irá trazer mais saciedade ex. panquequinhas de ovos com banana, shake com whey e cacau. Em todas as refeições, principalmente no café da tarde, ofertar carboidrato + proteínas irá diminuir a compulsão noturna. Ofertar chás de camomila ou maracujá efeito calmante. Ofertar CHOCOLATE meio amargo. Mas abacate, nozes, semente de gergilim, semente de girassol e azeite de olivasão uma boa opção para uma ingestão saudávelde gordura. Aumentar o aporte proteico. Durante a fase lútea inicial ocorre maior utilização de gordura para a síntese esteroide. Nessa fase, pode ocorrer redução de TGL em até 30% e redução de colesterol também. Por isso, pode-se consumir mais gordura nessa fase. Durante a fase lútea inicial ocorre maior necessidade de proteína. Por conta da síntese de hormônio, ocorre maior necessidade de nitrogênio e uma queda de aminoácidos no plasma. SAIBA MAIS Sugestão de suplementos de proteína MOUSSE DE CACAU Ingredientes: 1 abacate médio maduro ou 3 avocados; 5 colheres (sopa) de cacau em pó sem açúcar, 4 colheres (sopa) de açúcar demerara ou açúcar de coco; 2 colheres (sopa) água ou leite amêndoas; 1 pitada de canela em pó; Macadâmias picadas para decorar Modo de preparo: Coloque tudo no processador ou liquidificador e bata até adquirir consistência de mousse. Distribua em potinhos ou taças e leve para geladeira por no mínimo 16 horas. Distribua as macadâmias picadas quando for servir. SMOOTHIE DE CACAU EM PÓ Ingredientes: 200 ml de bebida vegetal de arroz; 1 banana prata congelada; 1 colher de chá de cacau em pó; 1 colher de sobremesa de semente de linhaça. Modo de preparo: Bater todos os ingredientes listados no liquidificador até formar uma mistura homogênea. Leve para gelar e sirva Confira algumas receitinhas de doces nutritivos no Material Complementar Filme orodispersível para reduzir a vontade de doces Formulação via oral: Gymnena silvestre, extrato seco padronizado a 75% de ácidos gimnêmicos, folhas -25mg; Strip oral/filme orodispersível – 90 unidades Posologia: Colocar o filme sobre a língua e deixar dissolver. Usar 03 vezes ao dia antes das refeições. Não requer água para ser administrado. Apenas profissionais habilitados em fitoterapia podem prescrever essa formulação. Formulação via oral: Garcinia camboja, extrato seco padronizado a no mínimo de 50% de ácido hidroxicítrico – 25 mg Strip oral/filme orodispersível – 90 unidades. Posologia: colocar o filme sobre a língua e deixar dissolver. Usar 03 vezes ao dia antes das refeições. Não requer água para ser administrado. Melissa officinalis Estudo duplo-cego randomizado e controlado por placebo Efeito da cápsula de M. officinalis sobre a intensidade da SPM em meninas do ensino médio Efeito da cápsula de M. officinalis sobre a intensidade da SPM em meninas do ensino médio 100 meninas do ensino médio Grupo de intervenção (n = 50) recebeu 1.200 mg de extrato de M. officinalis diariamente desde o primeiro até o último dia do ciclo menstrual por três ciclos consecutivos O segundo grupo (n = 50) recebeu o placebo Efeito da cápsula de M. officinalis sobre a intensidade da SPM em meninas do ensino médio Resultados: Os resultados do estudo revelaram uma diferença significativa entre os dois grupos quanto à intensidade total média dos sintomas físicos, psicológicos e sociais da SPM no primeiro, segundo e terceiro mês após a intervenção. M. officinalis pode reduzir os sintomas da TPM através dos neurotransmissores GABA (ácido gama-aminobutírico, sistema GABAérgico). Os neurotransmissores do GABA têm grandes efeitos inibitórios no sistema nervoso central Cúrcuma Longa Para prescrever esse extrato ou tintura é necessário ter habilitação em fitoterapia Pode ser utilizado um chá de M. officinalis mais concentrado 1 a 2 c/ sopa cheia para cada xícara Ofertar 2 a 3 vezes ao dia Ensaio clínico, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo Resultados: demonstram que a curcumina reduz a gravidade dos sintomas da TPM pode ser através do aumento dos níveis séricos de BDNF. Estudos sugeriram que os níveis circulantes de BDNF sérico têm correlação com a ocorrência de sintomas da TPM e podem desempenhar um papel na fisiopatologia da TPM. Existem evidências de que em mulheres com SPM, o nível sérico de BDNF é diferente do que mulheres sem TPM e que a curcumina aumenta o BDNF. Fanaei, H., Khayat, S., Kasaeian, A., & Javadimehr, M. (2016). Effect of curcumin on serum brain-derived neurotrophic factor levels in women with premenstrual syndrome: A randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Neuropeptides, 56, 25– 31.doi:10.1016/j.npep.2015.11.003 Avaliaram o efeito da curcumina sobre o nível sérico de BDNF e a gravidade dos sintomas da SPM em mulheres com SPM. Efeito da cápsula de M. officinalis sobre a intensidade da SPM em meninas do ensino médio Cada amostra nos grupos placebo e curcumina recebeu duas cápsulas por dia durante sete dias antes da menstruação e durante três dias após a menstruação durante três ciclos menstruais sucessivos. Crocus sativus Profissionais sem habilitação põem prescrever alguns nutracêuticos, que na ANVISA é classificado como alimento: Saffrin®, Saffron®, Satiereal®. Funções C. sativus: Melhora da glicemia Prevenção de DCV; Modulação da inflamação; Diminuição do apetite e sintomas do período pré-menstrual. Princípios ativos do C. sativus: Crocina, crocetina e safranal. As crocinas atuam como inibidores de recaptação de dopamina e noradrenalina. A noradrenalina é antagônica à adrenalina é uma catecolamina um dos que mais influencia o humor, ansiedade, sono e alimentação. O safranal atua principalmente na receptação de serotonina e protege contra a inflamação e o estresse oxidativo. Kell, G., Rao, A., Beccaria, G., Clayton, P., Inarejos-García, A. M., & Prodanov, M. (2017). Affron ® a novel saffron extract (Crocus sativus L .) improves mood in healthy adults over 4 weeks in a double-blind, parallel, randomized, placebo-controlled clinical trial. Complementary Therapies in Medicine, 33, 58–64. Fitoterápico Estudo duplo-cego e controlado por placebo Resultados: Consumo oral de 15 mg de C. sativus duas vezes ao dia por dois ciclos levaram a uma diminuição de 50% da gravidade dos sintomas da TPM em 75% dos indivíduos e uma diminuição em 50% dos sintomas de depressão em 60% dos indivíduos no grupo de intervenção. Investigar se o Crocus sativus L. poderia aliviar os sintomas da síndrome pré- menstrual (TPM) Mulheres entre 20 e 45 anos As mulheres foram aleatoriamente designadas para receber 30 mg/dia de Crocus sativus L. ou placebo cápsula Duas vezes ao dia (15mg de manhã e à noite) Aswhaganda – Whitania somnifera Obs. Se tiver tendência à acne, a Whitania somnifera pode agravar o quadro por aumentar testosterona. Para o nutri que não pode prescrever fitoterápico: KSM-66 é o extrato de Whitania somnifera que no Brasil está classificado como alimento e, portanto, pode ser prescrito por nutricionistas sem habilitação em fitoterapia. Alívio da insônia e a depressão induzida pelo estresse Melhora a insônia e disposição Redução significativa das concentrações de cortisol e do efeito imunossupressor do estresse Redução da PCR Aumento da testosterona Melhora a libido Estudo mostrou que o C. sativus também reduz a frequência das “beliscadas” Snacking é um comportamento alimentar descontrolado, que predispõe ao ganho de peso e obesidade. Ela afeta principalmente a população feminina e é frequentemente associada ao estresse. 1 capsula de Saiereal (176.5mg de extrato/ dia) Resultados: Houve redução dos snackings e perda de peso.JANA 2008; 11:50–6; Indian J Psychiatry 2000, 42:295–301; Indian J Psychol Med 2012, 34:255–62; J Int Soc Sports Nutr 2015, 12:43. Resultados: Melhora na qualidade do sono; Redução da depressão, ansiedade e PCR. Pode ser utilizado: 1 dose de 300mg pela manhã e outra antes de dormir OU 600mg antes de dormir Uma queima comum na SPM é a alteração do sono, que ocorre pela redução de melatonina e do sono REM Levando a diminuição da leptina e grelina, fazendo com que a mulher tenha mais apetite durante o dia. Na fase tardia Redução de progesterona e GABA. SHECHTER, Ari; VARIN, France; BOIVIN, Diane B. Circadian variation of sleep during the follicular and luteal phases of the menstrual cycle. Sleep, v. 33, n. 5, p. 647-656, 2010; DRAPER, C. F. et al. Menstrual cycle rhythmicity: metabolic patterns in healthy women. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 14568, 2018. 600mg à noite, 2 horas antes da ingestão de alimentos com água. Magnésio e sono O magnésio pode melhorar o sono, através do aumento da secreção de melatonina da glândula pineal, estimulando a atividade da serotonina N-acetiltransferase, a enzima chave na síntese de melatonina, e sendo um agonista do ácido gama-aminobutírico (GABA). O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central, e está bem estabelecido que a ativação dos receptores GABA favorece o sono. Triptofano e o sono Possíveis mecanismos de influência dos componentes da dieta na síntese de serotonina e melatonina. A dieta como fonte de triptofano (TRP): TRP é metabolizado no cérebro ao longo de diferentes vias para a serotonina, melatonina e niacina e parcialmente usado como um fonte de síntese de proteínas. B influência dietética no transporte de TRP para o cérebro: outros componentes da dieta, como carboidratos e outros grandes aminoácidos neutros (LNAAs) afetam a intensidade do TRP no cruzamento da barreira hematoencefálica. C Estimulando a síntese de serotonina e melatonina: o 5-HTP é convertido em serotonina por uma enzima, L-aminoácido aromático descarboxilase (AADC), que necessita de piridoxina (vitamina B6) e enzima arilalquilamina-N-acetiltransferase (NAT) que necessita de ácidos graxos D Disponibilidade de TRP para a síntese de serotonina e melatonina: triptofano 2,3- dioxigenase (TOD) é uma enzima que catalisa a reação química do TRP à formilquinurenina, que é rapidamente convertida em quinurenina e, finalmente, a niacina. A niacina (vitamina B3) suprime a atividade do TDO, deixando assim mais TRP para ser usado na síntese de serotonina. Peuhkuri, K., Sihvola, N., & Korpela, R. (2012). Diet promotes sleep duration and quality. Nutrition Research, 32(5), 309– 319.doi: 10.1016/j.nutres.2012.03.009 TRIPTOFANO NO CAFÉ DA MANHÃ V Jantar e o sono Não seja um jantar pesado; Jantar com baixa ingestão de fibra e alta ingestão de gordura saturada e açúcar está associada a um sono mais leve e menos restaurador com mais excitação. WIRZ-JUSTICE, A.; KRAUCHI, K.; WERTH, E. et al. Carbohydrate-rich meals: a zeitgeber in humans. J Sleep Res. v. 7, 69, 308, 1998. Consumir carboidrato entre as 17h até 19h para dar tempo do CHO favorecer a entrada do triptofano e poder garantir os níveis de melatonina à noite; Jantar de alto IG aumenta o triptofano plasmático e leva a um pico de serotonina e melatonina imediato, mas leva a uma queda desses hormônios durante o sono REM, prejudicando a qualidade do sono. Semente de Abóbora 10g – 58 mg Aveia em flocos 30g – 100 mg Chia 10g – 44 mg Amêndoas 10g – 21 mg Ovo cozido 100g – 150 mg Pistache 50g – 125 mg Advances in Nutrition: An International Review Journal,, 7 5, 938-949, 2016; WIRZ- JUSTICE, A.; KRAUCHI, K.; WERTH, E. et al. Carbohydrate-rich meals: a zeitgeber in humans. J Sleep Res. v. 7, 69, 308, 1998; KRAUCHI, K.; CAJOCHEN, C.; WERTH, E. et al. Alteration of internal circadian phase relationships after morning versus evening carbohydrate-rich meals in humans. J Biol Rhythms. v. 17, n. 4, p. 364-376, 2002. Consumir 2 kiwis antes de dormir diminui os distúrbios do sono por conter serotonina e fitomelatonina. LIN, Hsiao-Han et al. Effect of kiwifruit consumption on sleep quality in adults with sleep problems. Asia Pacific journal of clinical nutrition, v. 20, n. 2, p. 169- 174, 2011; B ARNAO, Marino; HERNÁNDEZ-RUIZ, Josefa. The potential of phytomelatonin as a nutraceutical. Molecules, v. 23, n. 1, p. 238, 2018. Formulação via oral: Magnésio dimalato – 300 mg Piridoxal 5 fosfato – 20 mg Nicotinamida – 10 mg Associar com: Fórmula Fitoterápica: Griffonia simplicifolia*, extrato seco padronizado a no mínimo 90% de 5-hidroxitriotofano – 100mg Aviar 30 doses em cápsulas qsp. Posologia: Consumir 1 dose à noite 2 horas longe das refeições. Apenas profissionais habilitados em fitoterapia podem prescrever a segunda formulação REGULAÇÃO DE FLUIDOS CORPORAIS A retenção de líquidos ocorre por conta da progesterona, que é o principal hormônio que causa flacidez na parede venosa e prejudica a drenagem e a retenção de água. A progesterona também estimula a aldosterona (hormônio antidiurético) que aumenta a retenção de sódio e excreção de potássio, levando a retenção de líquidos. TACANI, Pascale Mutti et al. Characterization of symptoms and edema distribution in premenstrual syndrome. International journal of women's health, v. 7, p. 297, 2015. Estratégia nutricional Reduzir o consumo de sódio; Reduzir o consumo de glutamato monosódico; Utilizar chás diuréticos, como: cabelo de milho ou cavalinha. Cavalinha Quisetum arvense L., A presença de altas concentrações de flavonóides, compostos fenólicos e sais minerais são responsáveis pela ação diurética. A atividade diurética também pode ser causada pela Cavalinha devido à irritação do epitélio renal causada pela equisetonina e saponina presente na Cavalinha. SAIBA MAIS Chá diurético Ingredientes: • 2 colheres de sopa de hibisco (12,6g) (Hibiscus sabdariffa) (flor); • 3 colheres de sopa (3,9g) de cavalinha (Equisetum arvense L.) (planta inteira e partes aéreas); • 1 colher de sobremesa (0,4g) de cabelo de milho (Zea mays L) (estigmas); • 1 litro de água. Modo de fazer: Colocar 1 litro de água para ferver, quando as bolhas começarem (100°C) desligue. Após a água atingir 85°C adicione as ervas e abafe. Deixe em infusão por 10 minutos. Consumir 1 xícara (200ml) antes de dormir. Fitoterápicos Estimulantes do Metabolismo, Destoxificante e Diurético Formulação via oral: Equisetum arvense L, Cavalinha, extrato seco padronizado a 2,0/2,5% de flavonóides – 100mg Cynara scolymus L., Alcachofra, extrato seco padronizado a 0,5% cinarina – 100mg Baccharis trimera, carqueja, extrato seco padronizado a 1% taninos totais – 100mg Aviar X doses em cápsulas. Posologia: Consumir uma dose, três vezes ao dia, antes das principais refeições. Apenas profissionais habilitados em fitoterapia podem prescrever essa formulação Para quem não tem habilitação em fitoterápico, é interessante utilizar: Cacti-Nea® Nome científico: Opuntia fícus indica (L.) Estudos in vivo apresentam o efeito diurético de Cacti-Nea. Resultados mostraram que Cacti-Nea dobrou o volume da urina ao mesmo tempo em que preservou os minerais, prevenindo quadros de hipotensão. Confira essa e outras formulações no livro Manual de Formulações para Prática Clínica O consumo de Cacti-Nea induziu uma redução de ganho de peso de quase 20% comparando-se com ogrupo controle. FEUGANG, J.M.; KONARSKI, P.; ZOU, D.; STINZING, F.C.; ZOU, C. Nutritional and medicinal use of Cactus pear (Opuntia spp.) cladodes and fruits. Frontiers in Bioscience, v.11, p.2574-2589, set.2006. Resultados: Não foram observadas diferenças significativas nas concentrações de sódio, potássio e ácido úrico na urina em comparação com o grupo controle. Os efeitos diuréticos crônicos do Cacti-Nea® foram comparáveis aos do medicamento padrão hidroclorotiazida. Seu uso é contraindicado na gravidez e lactação! Comparou a eficácia da Cactínea vs. Hidroclorotiazida Estudos em animais 500 a 1000mg/dia SPM E INFLAMAÇÃO Durante a fase lútea ocorre o aumento dos marcadores inflamatórios, como: Prostaglandinas 2; PCR; Acilcarnitinas; IL 1 Beta; Redução da conversão de ácido linoleico (w-6) em ácido gama linolênico (w-3). Exacerbando os sintomas relacionados da SPM. DRAPER, C. F. et al. Menstrual cycle rhythmicity: metabolic patterns in healthy women. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 14568, 2018. Estratégia nutricional para ser utilizada principalmente esse período: ALIMENTAÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA E ANTIOXIDANTE Rica em polifenóis; Muita fruta; Muita verdura; Chás variados; Temperos antioxidantes; Oleaginosas. Suplementos indicados: Alimentos fontes de antocianinas: Como repolho roxo, mirtilo, groselha preta, amora, cereja, sabugueiro preto, soja preta, chokeberry e jaboticaba. Smoothie Super Skin Ingredientes: 2 col. (sopa) mirtilos desidratados 2 col. (sopa) aveia em flocos 1 col. (sobremesa) chia 150mL de suco de laranja gelado Modo de Preparo: Deixe os mirtilos e a aveia de molho, por 2 horas, após isso descarte a água da aveia, bata no liquidificador todos os ingredientes e sirva em seguida! Smoothie de Chá Verde Ingredientes: ½ xícara de Chá Verde (já preparado) ½ xícara de Iogurte Grego Zero 1 xícara de Manga em cubos 3-5 cubos de gelo Modo de Preparo: Bata todos os ingredientes no liquidificador e beba imediatamente. MASTALGIAS As três principais causas de dor periódica de mama são: Diminuição da progesterona; Aumento da prolactina; Aumento do processo inflamatório + retenção de líquido que deixa o ceio com aspecto duro, pesado e causa dor. JAAFARNEJAD, Farzaneh et al. Compare the effect of flaxseed, evening primrose oil and Vitamin E on duration of periodic breast pain. Journal of education and health promotion, v. 6, 2017. Ocorre redução na proporção de ácidos graxos insadurados para saturado em membranas, levando ao aumento dos níveis de biomarcadores inflamatórios, como interleucina 6 e TNF alfa também têm sido propostos. A progesterona diminui a conversão de ácido linolênico para ácido gama linolênico; Metas para atingir: Diminuir a prostaglandina 2 inflamatória; Inserir o ácido gama linolênico. Fontes de GLA: Óleo de borragem e óleo de prímula São classificados na ANVISA como alimento! GAMA, Carlos Romualdo Barboza et al. Clinical Assessment of Treatment Outcomes Following Borago officinalis Extract Therapy in Patients Presenting with Cyclical Mastalgia. International Journal of Clinical Medicine, v. 6, n. 06, p. 363, 2015. Exemplos de suplementos: O ácido gama linolênico (GLA) é um ácido graxo ômega-6 insaturado, que inibe o ácido áraquidônico e age como um precursor na síntese de prostaglandinas 1. Levando ao equilibrio com a prostaglandina 2. É importante que o suplemento tenha uma maior quantidade de DGLA (ácido gama linolênico) *O Gamaline-V é o que mais contém DGLA, porém este produto é registrado como medicamento Consumo: Consumir de 3 a 4 cápsulas por dia durante a fase lútea Outra opção para diminuir a mastalgia: Chá de Hamamelis Ingredientes: • 1 xícara de água (250ml) • 2 colheres de Hamamelis (20g) Preparação: Ferver um copo de água e, quando estiver a ferver, adicione as colheres de sopa de Hamamelis. Deixe a bebida repousar por 20 minutos, ou até atingir uma temperatura adequada para uso Modo de uso: Mergulhe um pano ou algodão na infusão e aplique sobre os seios. Deixe atuar por 10 minutos, massageando continuamente para manter uma leve sensação de calor. Repita sua aplicação até que a dor alivie. Hamamelis diminui prolactina Água de linhaça Ingredientes: • 1 colher de sopa de linhaça (10g) • 1 xícara de água (250ml) Preparação: Coloque uma colher de sopa de sementes de linhaça em uma xícara de água morna. Cubra a bebida e deixe-a repousar durante a noite. No dia seguinte, coe e aproveite o líquido gelatinoso. Rica em Lignana que possui efeito estrogênico, leva a diminuição do efeito da progesterona. Além de ser fonte de fibras, que gera a produção de AGCC e modulam o processo inflamatório. SAIBA MAIS Confira no material de apoio o artigo: Vitex agnus castus na saúde feminina Chá de cavalinha Retenção de líquidos Ingredientes: • 1 colher de chá de cavalinha (5 g); • 1 xícara de água (250 ml). Preparação: Coloque a colher de chá de cavalinha em um copo de água fervente. Cubra a bebida e deixe-a repousar até atingir a temperatura ambiente por 10 minutos. Coe e beba. Modo de uso: Beba um copo de infusão duas vezes ao dia, 3 ou 4 dias antes do período menstrual. Promove a eliminação de líquidos , restaura a circulação para uma oxigenação correta dos tecidos mamários. MASTALGIA E CAFEÍNA Atualmente, o Congresso Americano de Obstetrícia e Ginecologia, Associação de Profissionais de Saúde Reprodutiva e outros grupos recomendam que as mulheres que sofrem de TPM evitem totalmente a cafeína, particularmente mulheres que sofrem de sensibilidade mamária. Porém, estudos prospectivos de consumo de cafeína e café e síndrome pré-menstrual não encontraram evidências que sugerissem que a ingestão total de cafeína ou o consumo de café estivessem associados ao aumento da probabilidade de sintomas específicos da TPM, como sensibilidade nos seios, irritabilidade e fadiga, mesmo em mulheres que relataram ingestão de café com cafeína. Purdue-Smithe, A. C., Manson, J. E., Hankinson, S. E., & Bertone- Johnson, E. R. (2016). A prospective study of caffeine and coffee intake and premenstrual syndrome. The American Journal of Clinical Nutrition, 104(2), 499–507.doi:10.3945/ajcn.115.127027 Sugestão: FAÇA UMA AVALIAÇÃO CLÍNICA COM O SEU PACIENTE! https://melhorcomsaude.com.br/10-frutas-e-verduras-para-tratar-retencao-de-liquidos/ VITAMINA E Resultados: Demonstrou ser efetivo em reduzir a gravidade da dor após quatro meses do tratamento, em comparação com o grupo placebo. Sugere-se que o mecanismo envolvido seja o efeito anti-inflamatório da vitamina E em inibir os eicosanoides mediados por ciclo-oxigenases 1 e 2 (COX-1 e COX-2) além de suprimir as vias de sinalização de NF-kB. Pode estimular síntese de PTG1 e regulação de neurotransmissores. JIANG, Q. Natural forms of vitamin E: metabolism, antioxidant, and anti-inflammatory activities and their role in disease prevention and therapy. Free Radical Biology and Medicine, v. 72, p.76-90, 2014 Fonte de Vitamina E: GERME DE TRIGO: magnésio, zinco, cálcio, selênio, sódio, potássio, fósforo, cromo, antioxidantes, incluindo betacaroteno (para vitamina A), vitamina E, vitamina C, vitamina B12, vitamina B6, tiamina, riboflavina, niacina, ácido fólico, ferro, aminoácidos e enzimas, e tem um alto valor dietético e medicinal. O ferro no germe de trigo é um cofator necessário para o triptofano hidroxilase.Além disso, o papel do ferro tem sido relatado no metabolismo da serotonina e do GABA. Os sintomas da deficiência de ferro incluem depressão, distúrbio Mulheres iranianas que sofriam de mastalgia 200mg de vitamina E, duas vezes ao dia de atividade física e problemas cognitivos, e a relação entre o recebimento de ferro e a redução dos sintomas da TPM tem sido relatada. ATAOLLAHI, Maryam et al. The effect of wheat germ extract on premenstrual syndrome symptoms. Iranian journal of pharmaceutical research: IJPR, v. 14, n. 1, p. 159, 2015. Ensaio clínico triplo-cego Dois meses consecutivos, cápsulas de 400 mg de extrato de germe de trigo ou placebo foram usadas três vezes ao dia, do dia 16 até o dia 5 do próximo ciclo menstrual. Resultados: O germe de trigo reduziu significativamente os sintomas físicos (63,56%), os sintomas psicológicos (66,30%) e o escore geral (64,99%). DESCONFORTO INTESTINAL “Estudos já apontam que mulheres que possuem Síndrome do Intestino Irritável (SII) tendem a ter piora das intolerâncias durante o período da SPM. Tanto a SII-D (com diarreia) ou SII-C (com constipação) ” Resultados: Uma revisão de estudos publicada em 2015 concluiu que as flutuações hormonais (especialmente estrogênio e progesterona) em mulheres em idade reprodutiva influenciam a função gastrointestinal (GI). Progesterona e motilidade intestinal O musculo do cólon tem receptores de progesterona. Quando ela cai, estimula a motilidade intestinal. Por isso, mulheres que usam remédios anticoncepcionais com progestógenos (Ex. DIU) tendem a ter piora da constipação intestinal. Alterando a função motora do cólon, tendo sintomas como: constipação, inchaço e exacerbação dos sintomas intestinais. As prostaglandinas 2 (PTG 2) geram relaxamento da musculatura lisa, gerando uma diminuição da contração e com isso levando a constipação pré-menstrual. Mulak, A. (2014). Sex hormones in the modulation of irritable bowel syndrome. World Journal of Gastroenterology, 20(10), 2433.doi:10.3748/wjg. v20.i10.2433 Estratégias para melhorar a constipação: Avaliar a retirada de leite e derivados; Lactose: fermenta mais nesse período Betacaseomorfina 7: opioide derivada da Betacaseína A1, causa inibição da motilidade intestinal, que pode levar à constipação e estimular a produção de muco através das vias mediadas pelo receptor de opiáceos. Avaliar a retirada fontes de metano e enxofre, como: ovo cozido, brócolis, couve flor, repolho, leguminosas, alho, cebola e entre outros; Há evidências experimentais e clínicas de que o metano provavelmente é capaz de retardar o trânsito intestinal, implicando que ele pode ser responsável pela constipação. Suplementar probióticos: Probióticos – 1 a 10 bilhões de UFC: Lactobacillus reuteri Bifidobacterium longum/lactis Bifidobacterium infantis (melhora do humor). Crowley, ET, Nutrients, 2013, 5, 253-266); (Zoghbi, S., Am. J. Physiol. Gastrointest. Liver Physiol., 2006, 290 (6): G1105-13); SHAH, Ayesha; MORRISON, Mark; HOLTMANN, Gerald. A novel treatment for patients with constipation: Dawn of a new age for translational microbiome research? 2018. Suco laxativo Low FODMAPs Ingredientes: 2 colheres (sopa) de sementes de chia deixadas de molho em 200 ml de água de um dia para o outro 1 sachê (5g) de glutamina 1 cápsula de probiótico* (abrir a cápsula e misturar o conteúdo no suco) ½ mamão papaia ou 1 fatia de abacaxi 1 kiwi Água e gelo à gosto. Modo de preparo: Bater os ingredientes no liquidificador e consumir 1 vez ao dia. Glutationa na fase lútea Ocorre redução da Glutationa durante o período lúteo, diminuindo a capacidade antioxidante e destoxificante. Por isso, deve-se aumentar o consumo de alimentos antioxidantes, principalmente nesse período! DRAPER, C. F. et al. Menstrual cycle rhythmicity: metabolic patterns in healthy women. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 14568, 2018. SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO (SOP) A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino ginecológico comum, de etiologia desconhecida, com prevalência variando de 8,7 a 17,8% em mulheres em idade reprodutiva. Evidências sugerem que o fenótipo da SOP pode variar amplamente e é mais comumente observado no período pós-puberal. Apesar da diversidade de fenótipos, as mulheres com SOP são caracterizadas por ovários policísticos, anovulação crônica, hiperandrogenismo e anormalidades gonadotróficas. Além das características inerentes à SOP, é comum a ocorrência de anormalidades metabólicas e hormonais associadas à obesidade, diabetes mellitus tipo 2 e dislipidemia. Uma combinação dessas características leva à SÍNDROME METABÓLICA. A variedade de distúrbios metabólicos na SOP pode estar relacionada a um maior risco de desenvolver doença cardiovascular. Esse fato pode explicar uma predisposição à hipertensão arterial em mulheres que sofrem da síndrome. Embora a associação entre alterações na pressão arterial e SOP ainda não tenha sido totalmente elucidada, o aumento do risco de estado hipertensivo pode ser explicado pela resistência à insulina e pelo hiperandrogenismo, mesmo quando ajustados pela idade, índice de massa corpórea e outros parâmetros antropométricos. ANDRADE, VICTOR HUGO LOPES DE et al. Current aspects of polycystic ovary syndrome: A literature review. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 62, n. 9, p. 867-871, 2016. SINAIS E SINTOMAS CARACTERÍSTICOS: • Hirsutismo; • Acne; • Alopecia; • Obesidade – Síndrome metabólica; • Dificuldade para perder peso; • Oligo ou anovulação: ovários não liberam um óvulo durante um ciclo menstrual (28 dias); • Oligomenorreia ou amenorreia: a ausência da menstruação (por períodos de três a seis meses). DIAGNÓSTICO Critérios Diagnósticos de SOP PROTOCOLO CRITÉRIO CONDIÇÃO NIH (1990) Hiperandrogenismo Clínico e/ou Laboratorial (HA) Oligo-amenorreia Critérios Ultrassonográficos HA e oligo-amenorreia obrigatórios, US opcional Rotterdam (2003; 2012) Hiperandrogenismo Clínico e/ou Laboratorial (HA) Oligo-amenorreia Critérios Ultrassonográficos Presença de pelo menos 2 dos 3 critérios, nenhum obrigatório AE-PCOS Society (2009) Hiperandrogenismo Clínico e/ou Laboratorial (HA) Oligo-amenorreia Critérios Ultrassonográficos Obrigatório, HA associado a mais um dos 2 critérios, nenhum obrigatório HA – hiperandrogenismo; US - ultrassonografia O mais indicado e usado é o critério de ROTTERDAM (2003; 2012). O histórico menstrual de oligo-amenorreia será caracterizado como a ausência de menstruação por 90 dias ou mais, ou a ocorrência de menos de 9 ciclos menstruais em um ano. FISOPATOLOGIA É muito comum a doença aparecer já na adolescência, evidências mostram que a doença pode ter sua origem no ambiente intrauterino, indicando envolvimento genético. Alguns estudos demonstraram uma influência definitiva dos polimorfismos dos genes da interleucina-6 e interleucina-10, do interferon-c e do fator de crescimento transformador-beta1 no desenvolvimento da SOP, embora nenhum padrão claro de herança tenha sido identificado. Outros fatores causais são exposições epigenéticas, destacando a associação entre exposição intrauterina e andrógenos maternos e fenótipos relacionados à síndrome. Variações étnicas na SOP podem estar associadas a fatores ambientais, como condições socioeconômicas e estilo de vida. A patogênese da SOP ainda precisa de maior elucidação. No entanto, alguns mecanismos fisiopatológicos são conhecidos, por exemplo, alterações na secreção do hormônio liberador de gonadotrofinas, defeito na síntese de andrógenos e desenvolvimento de resistência à insulina. Uma outra proposta é a perturbação do eixo hipotalâmico-hipofisário, resultandona secreção desordenada de gonadotrofinas pelo hipotálamo com consequente elevação dos níveis de hormônio luteinizante (LH) e níveis normais e/ ou baixos de hormônio folículo-estimulante (FSH). ANDRADE, VICTOR HUGO LOPES DE et al. Current aspects of polycystic ovary syndrome: A literature review. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 62, n. 9, p. 867-871, 2016. ESTÁGIOS PROPOSTOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA SOP ESTÁGIO 1: A primeira etapa dessa abordagem é examinar a produção de esteroides sexuais, particularmente o estradiol, no folículo ovariano. Ovário secreta hormônios Na embriogênese (barriga da mãe) ocorre o desenvolvimento dos óvulos/ovócitos – folículos Folículo é a unidade produtora de hormônios O Hipotálamo estimula a hipófise a produzir FSH e LH. Esses hormônios agem nas células ovarianas, conhecidas como TECA e GRANULOSA. GRANULOSA: produz estradiol e progesterona sob a estimulação do hormônio folículo estimulante (FSH). TECA: desenvolvimento do folículo, ovulação e a produção de androgênio (ex. testosterona) sob o estímulo do hormônio luteinizante (LH). Duncan, W. C. (2014). A guide to understanding polycystic ovary syndrome (PCOS). Journal of Family Planning and Reproductive Health Care, 40(3), 217– 225.doi:10.1136/jfprhc-2012-100505 O folículo possui duas camadas de células esteroidogênicas: a camada de células externas da teca e a camada de células da granulosa interna, separadas por uma membrana basal. São as células da granulosa responsáveis pela síntese e secreção do estradiol. Eles fazem isso inicialmente sob o estímulo do hormônio folículo-estimulante (FSH) da glândula hipófise anterior, que se liga e ativa seus receptores de FSH. O estradiol é um esteroide sexual e todos os esteroides são derivados do colesterol. Portanto, o colesterol tem que ser transformado em estradiol por modificação enzimática através de uma série de esteroides intermediários. Na via, as células da granulosa contêm grandes quantidades de aromatase, mas não expressam proteínas e enzimas que são necessárias para a conversão do colesterol em andrógenos e eles não podem produzir andrógenos. Como eles não podem sintetizar o substrato de andrógeno para fazer o estradiol, as células da granulosa precisam obter andrógeno de outra fonte. O androgênio é produzido em células de teca e convertido em estrogênio nas células da granulosa. As células de teca produzem androgênio sob estimulação do hormônio luteinizante (LH) da glândula hipófise anterior, que ativa seus receptores de LH. Assim, para facilitar a secreção de estradiol folicular, a produção de andrógeno e LH a partir de células de colesterol e FSH promove a conversão desses andrógenos em estrogênios em células da granulosa. Os hormônios são fisiologicamente equilibrados (Figura abaixo). ESTÁGIO 2: O desenvolvimento de um ovário policístico está associado ao aumento da exposição aos andrógenos (testosterona), já que estes têm seus próprios efeitos no crescimento e desenvolvimento folicular. Um ovário policístico contém um número aumentado de pequenos folículos antrais que são os pequenos folículos cheios de líquido. Eles não são "cistos", pois contêm um oócito potencialmente saudável e podem ser estimulados a crescer normalmente com FSH administrado exogenamente. Os "cistos" ovarianos na SOP são, portanto, folículos essencialmente em pausa, com crescimento celular reduzido, bem como redução da morte celular (atresia). O androgênio inibe o crescimento de folículos antrais maiores, mas estimula o crescimento de folículos antrais menores. Clinicamente, a morfologia da SOP está associada ao aumento dos andrógenos endógenos. E a resposta do ovário ao aumento de andrógenos é, portanto, o desenvolvimento de uma morfologia policística e inibição do crescimento folicular posterior. Isso resulta em um aumento da incidência de anovulação. ESTÁGIO 3: O terceiro ponto é entender os mecanismos pelos quais o ovário pode ser exposto a concentrações locais aumentadas de andrógenos. Está claro que as mulheres com SOP têm maior probabilidade de ter concentrações basais de LH aumentadas, bem como aumento da amplitude e frequência do pulso de LH. E é provável que o desequilíbrio LH: FSH seja algo com o qual nascem mulheres com tendência à SOP e que isso cause anovulação. Há evidências crescentes de modelos humanos e animais de que a SOP pode ser programada pelo aumento da exposição fetal ao andrógeno antes do nascimento. Isso pode programar permanentemente o aumento da secreção basal de LH, bem como aumentar a quantidade de LH liberada em resposta ao hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) e, portanto, a amplitude dos pulsos de LH. Uma maneira pela qual o ovário pode ser exposto a um aumento de androgênio é, portanto, uma razão aumentada de LH: FSH, que pode ser programada no período pré-natal. ESTÁGIO 4: Deve-se entender que há um regulador da biodisponibilidade androgênica. Isso poderia ser imaginado como uma "esponja" que pode absorver o excesso de andrógeno, a fim de evitar que ele afete o crescimento e o desenvolvimento folicular. Essa “esponja” existe na forma de globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG), que se liga e inibe os andrógenos e, em menor grau, os estrogênios. Se essa esponja for pequena, não absorverá completamente o excesso de andrógenos, podendo haver aumento na biodisponibilidade de andrógenos na presença de concentrações normais de LH e se houver um aumento na relação LH: FSH, uma pequena esponja aumentaria a exposição aumentada de andrógenos. A SHBG está inversamente relacionada ao peso. Ou seja, a medida em que o peso aumenta, o SHBG da mulher diminui e a disponibilidade de andrógenos irá, portanto, aumentar levando a piora do quadro da SOP. O peso é, portanto, um controlador da ação do LH no ovário e, portanto, os efeitos do LH serão exagerados pela obesidade ESTÁGIO 5: Deve-se focar na regulação molecular da síntese de androgênio dependente de LH pelas células da teca. A chave aqui é imaginar o efeito que um multiplicador de ação de LH teria no nível da célula teca. A presença de um multiplicador aumentaria a produção de androgênio para uma dada concentração de LH. Isso significa que o androgênio ovariano pode ser aumentado na presença de concentrações normais de LH. Esse multiplicador é a insulina, que é um cofator que aumenta a secreção de androgênio induzida por LH. Na presença de resistência à insulina periférica (RI) são necessárias concentrações aumentadas de insulina para promover a captação de glicose em tecidos com um papel metabólico chave, como músculo e gordura. Embora estes possam ser resistentes aos efeitos metabólicos da insulina, o ovário permanecerá sensível aos efeitos da insulina. A hiperinsulinemia associada à RI, portanto, significa que mais androgênio será produzido no ovário. À medida que a RI se agrava e as concentrações de insulina aumentam, os andrógenos ovarianos aumentam e a SOP piora. E se ocorrer ao contrário, a SOP melhorará. ESTÁGIO 6: Esse último congrega as informações obtidas nos cinco primeiros estágios. O grau de manifestação da SOP pode ser modificado tanto pelo aumento do peso e quanto pelo fator da resistência à insulina. E há um ciclo vicioso onde à medida em que o peso aumenta, a RI aumenta e os níveis circulantes de insulina aumentam. E a insulina em si pode inibir a síntese de SHBG hepática. Há, portanto, três impulsionadores para o aumento da produção de andrógenos ovarianos: aumento de LH, hiperinsulinemia e aumento de peso. Mulheres magras com SOP têm mais elevação do que mulheres obesas com SOP. Enquanto algumas mulheres com SOP têm principalmente uma alta relação LH: FSH, algumas são principalmente resistentes à insulina e algumas têm um grande problema de peso. A consequência
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