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OS ESCRITOS JOANINOS - PARTE 1


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PARTE 1 – OS ESCRITOS JOANINOS – O EVANGELHO
INTRODUÇÃO
· Os escritos joaninos, em seu conteúdo principal, são essencialmente cristológicos. Com propósitos teológicos bem definidos, o apóstolo João ao tratar sobre qualquer importante temática o faz com o objeto de mostrar a pessoa de Cristo.
· A influência do propósito teológico de João pode ser vista, por exemplo, nas escolhas dos Sinais que registrou, no uso dos títulos atribuídos a Cristo, nos discursos de Jesus, nos testemunhos das pessoas e na revelação final de Jesus Cristo.
· Cada escrito joanino, seja Evangelho, epístolas ou literatura apocalíptica constituem-se numa apresentação de como Aquele que era Deus na eternidade passada agora torna-se carne e depois virá em glória.
· Nessa parte, abordaremos os principais temas de acordo com cada um dos escritos.
1. DEUS, O PAI
A. No Evangelho
· De acordo com Donald Guthrie a paternidade de Deus é um dos conceitos mais característicos de Jesus. Também destaca que “enquanto o mundo pagão da época temia seus deuses, a concepção cristã da paternidade de Deus traz, para a relação do homem com Deus, um elemento de intimidade sem paralelo. A paternidade de Deus é vista de três modos diferentes. Ele é o Pai de Jesus (veja a discussão acerca de Jesus como filho de Deus), é o Pai dos discípulos de Jesus e é o Pai de toda a criação.
· “Pai” é a palavra característica de João para referir-se a Deus. Ele usa o termo “Pai” 137 vezes, o maior número de ocorrências em todo o Novo Testamento. Mateus tem a palavra 64 vezes (o segundo em número de casos); Marcos, 18, e Lucas, 56 vezes. Portanto, João usa o termo mais que o dobro de vezes do que o segundo. E ele o usa quase sempre em referência a Deus (122 vezes). Ele usa a palavra “Deus” 83 vezes, um número bastante alto. Mas sua palavra característica é “Pai”.
· É importante observar que o relacionamento pai-filho com referência a Deus é quase totalmente reservado àqueles que são crentes. Esse relacionamento é resultado da atividade redentiva de Deus.
· Há uma afirmação acerca do tema da paternidade que requer menção porque não somente faz uma distinção entre Deus como Pai de Jesus e Deus como Pai dos discípulos, mas também mostra o vínculo entre eles. As palavras de Jesus dirigidas a Maria para que ela transmitisse aos discípulos - “Ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus” (Jo 20.17) - são expressas dessa maneira para tomar clara essa distinção. É em um sentido exclusivo que Jesus é o Filho de Deus Pai. Contudo, esse sentido exclusivo não é desarmônico com o relacionamento pai-filho que Deus mantém com todos aqueles que estão em Cristo.
B. Nas Epístolas
· Há um enfoque muito destacado em Deus nessas cartas. A palavra “Deus” é usada 67 vezes, e “Pai”, 18, das quais 16 se referem a Deus. Tantas referências a Deus num espaço tão curto não têm equivalente em nenhum outro lugar no Novo Testamento. E há algumas afirmações notáveis como "Deus é luz” (ljo 1.5) e “Deus é amor” (4.8, 16).
· Duas coisas se destacam de forma especial: a ligação entre Deus e Jesus Cristo e a ligação entre Deus e seu povo.
· Negar o Filho significa que não temos o Pai, ao passo que confessar o Filho é ter o Pai (2.23). Permanecer no Filho e no Pai são coisas que andam lado a lado (2.24). Continuar por conta própria, sem o ensino do Filho, significa que não temos a Deus, enquanto permanecer no ensino equivale a ter o Pai e o Filho (2Jo 9), pois o Pai enviou o Filho (ljo 4.9-10, 14)
· Conhecemos o amor, não em virtude do nosso amor por Deus, mas por causa do amor dele por nós, ao enviar seu Filho como propiciação por nossos pecados (4,10), é essa ação de Deus que nos permite ser aceitos na família celestial (3.1-2,10), e há várias referências a ser “nascido de Deus" (3.9; 4.7; 5.1,4,18). Somos recordados do ensino sobre o novo nascimento em João 3 (cf. Jo 1.13).
C. Em Apocalipse
· Apocalipse é a Revelação de Jesus que Deus o Pai lhe deu (1.1).
· No livro de Apocalipse há três afirmações “Eu sou” (1.8; 21.6; 22.13), seguidas do mesmo predicado (“o Alfa e o Omega”). Dessas, é provável que primeira seja mais bem entendida como um pronunciamento de Deus Pai (1.8), enquanto a última (22.13) é do Jesus exaltado (cf. 22.16).
· Somente em Apocalipse 1.8 e 21.6* ocorre essa descrição de Deus. Mais adiante, ainda em Apocalipse, esse título é usado para Jesus (Ap 22.13). Ele deve ser entendido como uma figura de total inclusividade, no sentido de que o começo, o fim e tudo o que há entre os dois estão relacionados a Deus. Esse título é especialmente significativo em um livro que trata muito do fim dos tempos. Ele concebe toda a extensão da história em termos da atividade de Deus. Não há lacunas. Esse conceito está estreitamente relacionado ao conceito de Deus como Criador.
*É difícil ter certeza se em 21.6 quem fala é Jesus ou o Pai, todavia, provavelmente é melhor ver aqui uma referência ao Pai.
D. Considerações importantes sobre a unidade de Deus
· Um fator totalmente novo, porém, foi introduzido com o surgimento do evangelho cristão, que levou a um desenvolvimento da abordagem monoteísta e culminou na doutrina da Trindade. A evidência neotestamentária pode ser resumida por quatro diferentes tipos de passagem.
i. Primeiro, há algumas passagens em que são usadas fórmulas deliberadamente trinitárias. Em Mateus 28.19, o nome do Pai, do Filho e do Espírito aparece na fórmula batismal. Existem problemas sobre essa fórmula, pois no livro de Atos o batismo é realizado apenas no nome de Jesus. Mesmo que a fórmula trinitariana de Mateus seja um desenvolvimento da fórmula usada em Atos, isso é uma clara evidência de um reconhecimento primitivo de que os nomes do Pai, do filho e do Espírito são inextricavelmente unidos. Outra passagem desse tipo é 2Coríntios 13.14, na qual Paulo acrescenta uma bênção que envolve Deus, o Senhor Jesus Cristo e o Espírito Santo. Nenhuma distinção é feita entre eles, e é razoável supor que Paulo os considerava pessoas co-iguais. Uma forma semelhante de saudação é encontrada em Apocalipse 1.4, que se refere a Deus como aquele que era, que é e que há de vir, ao Espírito como “os sete espíritos” e ao Filho como Jesus Cristo. 
ii. O segundo grupo de passagens é o que reúne as escritas em forma triádica. Em Efésios 4.4-6, Paulo fala de “um Espírito... um só Senhor... um só Deus e Pai”. A forma tríplice aparece também em I Coríntios 12.3-6, em que cada pessoa é apresentada com o adjetivo “mesmo” na sequência Espírito, Senhor e Deus, como em Efésios 4. Nessa categoria pode ser incluído o texto de 1 Pedro 1.2, no qual temos: “eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo”. Embora de maneira mais indireta, as três pessoas são mencionadas na extensa passagem de Ef 1.3-14.
iii. O terceiro tipo consiste de passagens em que as três pessoas são mencionadas juntas, mas sem uma estrutura triádica clara. Exemplos de passagens desse tipo são Gálatas 4.4-6 (“Enviou Deus ao nosso coração o Espírito de Seu Filho”), Marcos 1.9-11 (o batismo de Jesus, em que o Pai, o Filho e o Espírito estão envolvidos). Romanos 8.Iss., 2Tessalonicenses 2.13s., Tito 3.4-6 e Judas 20s. A relação entre Pai, Filho e Espírito nessas passagens não pode ser considerada incidental.
iv. O último grupo é, provavelmente, o mais importante, pois revela o relacionamento entre as diferentes pessoas da Trindade. As passagens são todas provenientes do Evangelho de João (João 14.26; 15.26; 16.15; e talvez 14.6). É o Pai que envia o Espírito em nome do Filho. Além disso, o Filho também envia o Espírito, que procede do Pai. Todas as três pessoas estão envolvidas na declaração da verdade ao homem. Não há como negar que a contribuição dessas passagens para o testemunho do NT sobre a Trindade é singular.
ATIVIDADE PARA CASA
1. Registre pelo menos 20 referências onde aparece a palavra Pai nos escritos joaninos.
PROF. AARON SANTOS 	(aaron_cgr@hotmail.com) 	TBNT /2017.2

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