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Introdução Define-se edema pulmonar como o aumento do líquido pulmonar extravascular, isto é, fluido no parênquima pulmonar que não esteja localizado no espaço intravascular. A fisiopatologia se divide em: (1) edema por alta pressão (cardiogênico) e (2) edema por aumento de permeabilidade (não cardiogênico). Na insuficiência cardíaca (IC), ocorrem congestão e edema devido a aumento na pressão hidrostática capilar. Na IC esquerda, o aumento da pressão diastólica no ventrículo esquerdo (VE) e, consequentemente, no átrio esquerdo (AE) (já que as duas câmaras se tornam uma durante a diástole, quando a valva mitral está aberta) faz com que o sangue se acumule nas veias e capilares pulmonares, causando transudação de fluido dos capilares para o interstício pulmonar e alvéolos (edema pulmonar). A elevação da pressão diastólica ventricular geralmente é causada por aumento acentuado do volume sanguíneo e do retorno venoso para o coração esquerdo que supera a capacidade de distensão do coração ou por VE rígido, que não consegue comportar retorno venoso normal sob pressão normal ou por ambos. Além do aumento da pressão hidrostática, a ativação dos mecanismos de compensação (sistema nervoso simpático, sistema renina-angiotensina-aldosterona e peptídio natriurético atrial) resulta em sinais de edema pulmonar. Além disso, estudos recentes têm mostrado que, no edema pulmonar cardiogênico, o envolvimento de mediadores inflamatórios causa aumento da permeabilidade da barreira alveolar. O edema pulmonar não cardiogênico é consequência de dano primário à membrana alveolar (edema de alta permeabilidade) e é associado a inalação de gases tóxicos, fumaça ou secreções gástricas, infecção pulmonar aguda, endotoxemia, hipovolemia, sepse, pancreatite, trauma, anafilaxia, doença imunomediada, herbicidas organofosforados, uremia, exposição prolongada a altas doses de oxigênio, obstrução da drenagem linfática (neoplasias), hipoalbuminemia profunda secundária a gastrenteropatia, glomerulopatias ou insuficiência hepática, sobrecarga hídrica, tromboembolia pulmonar, obstrução grave de via respiratória superior, convulsão, traumatismos cranianos, superdosagem de narcóticos, eclâmpsia, pós-cardioversão, períodos repetidos de apneia, choque elétrico e síndrome da angústia respiratória aguda (SARA). Existem relatos de edema pulmonar secundário a intoxicação por gossipol, tálio, picadas de abelhas africanas e indução anestésica com diazepam quetamina. EDEMA PULMONAR AGUDO MEDICINA VETERINÁRIA @tatarf sobrecarga de volume disfunção diastólica Fisiologia Base -> parte de cima do coração Ápice-> parte de baixo do coração Mediastino-> espaço entre os pulmões onde encontra-se o coração Envoltórios Pericárdio: é mais externo e tem o fibroso que "gruda" nos outros orgãos adjacentes dando estabilidade e o seroso Miocárdio: é o do meio e é a parte de musculatura que faz o coração " bater" Endocárdio: a parte interna do coração Túnicas vasculares (prolongamento do coração) Externa: tecido conjuntivo Média: músculo liso Íntima: tecido epitelial Causas de edema pulmonar cardiogênico Diversos mecanismos patológicos são responsáveis pelo aumento da pressão diastólica no VE e/ou no AE, por intermédio de dois fatores: Em cães frequentemente é resultado de afecção valvar degenerativa crônica (a regurgitação mitral é a causa mais comum em pacientes geriátricos de pequeno porte) e cardiomiopatia dilatada (principalmente em raças grandes). Em gatos, geralmente é consequência de IC diastólica associada a cardiomiopatia hipertrófica ou restritiva. ortopneia e evita se deitar abdução das costelas extensão da cabeça e pescoço respiração de boca aberta e identificação dos espaços intercostais sons respiratórios geralmente se encontram altos e ásperos hipoxemia Sopro cardíaco ou ritmo de galope Arritmia cardíaca Histórico de cardiopatia Sinais e sintomas clínicos Manifestações clínicas A formação de edema progride do espaço intersticial para o espaço alveolar, com sinais que variam de taquipneia a dispneia grave, de acordo com o grau de IC em que o paciente se apresenta. Pode variar de edema pulmonar discreto (na IC crônica) a edema pulmonar gravíssimo (na IC aguda fulminante) ou refratário (na IC crônica descompensada, apesar da administração de fármacos padrão em doses adequadas). Com a progressão do edema, o paciente desenvolve: durante a inspiração (dispneia inspiratória) Diagnóstico No plantão de urgência, a abordagem inicial do paciente instável deve ser direcionada a identificar os achados-chave do histórico e exame físico que caracterizem esse paciente como portador de edema pulmonar agudo emergencial, a saber: O paciente com congestão grave é, quase sempre, hemodinamicamente instável e um simples exame diagnóstico pode lhe ser fatal. Deve-se tratá-lo sintomaticamente para estabilização antes dos exames. O diagnóstico inicial é obtido por ausculta torácica e sintomas. A radiografia torácica deve ser realizada quando o paciente estiver mais estável e for capaz de tolerar o procedimento. Nos cães, o edema pulmonar cardiogênico se acumula mais na região hilar e tende a ser bilateral e simétrico. Na IC aguda fulminante, tende a haver distribuição difusa. Nos gatos, tende a assumir distribuição macular. Tratamento Os objetivos do tratamento são aliviar os sinais de congestão, melhorar a função cardíaca para reduzir a formação de edema e promover perfusão tecidual e reduzir o nível de estresse do paciente. A terapia agressiva com diuréticos e suplementação de oxigênio deve ser iniciada antes da realização de radiografias torácicas. intravenosa (IV), sempre que possível intramuscular (IM) quando houver suspeita de insuficiência cardíaca A suplementação de oxigênio em altas concentrações deve ser iniciada imediatamente, com a técnica que cause menor estresse ao paciente. No momento da admissão, pode-se optar pela técnica flow by, que utiliza tubo de silicone de grosso calibre diretamente conectado ao cilindro de oxigênio em fluxo aproximado de 10 ℓ/min entre 1 e 3 cm de distância da narina do animal. Após a abordagem primária, deve-se optar por método mais eficiente e menos dispendioso. O uso da máscara é uma técnica simples e difundida, mas que depende da cooperação e da anatomia do paciente e necessita de altos fluxos de gás (10 ℓ/min). A técnica do colar elisabetano, é simples, eficiente e permite oxigenação por longos períodos. Utiliza-se colar elisabetano com 1 cm de distância entre a coleira e a pele do animal. O colar é coberto com filme de PVC até 2/3 a 3/4 de sua circunferência, o que permite a saída de gás carbônico e ar quente. O oxigênio é fornecido pelo tubo ligado ao cilindro e inserido dentro do colar, a um fluxo de 10 ℓ/min, que pode ser reduzido quando o oxigênio dentro do colar se estabilizar. A colocação de tubo nasal é uma técnica de excelência para oxigenação constante .Utiliza-se sonda uretral de PVC para machos ou tubo de nutrição enteral neonatal de calibre adequado às dimensões da narina do paciente. Mede-se a distância entre a narina e a rima lacrimal medial para oxigenação nasal, ou entre a narina e o canto lateral para oxigenação nasofaríngea e marca-se a distância no tubo. Prepara-se o paciente com a instilação de 1 a 2 gotas de lidocaína intranasal e lubrifica-se o tubo com gel hidrofílico (KY-Gel ® ). Eleva-se a cabeça do paciente e insere-se o tubo até a marcação. A fixação deve ser feita com sutura ou cola para tecidos, em posição medial para gatos e lateral para cães. Com fluxo de 100 mℓ/kg/min, conseguem-se até 50% de FIO2 (fluxo inspirado de oxigênio), ou até 65%, se utilizadas as duas narinas. Furosemida Só funciona com PA boa! No soro glicose 5% pois é o único que não tem sal/sódio É o diurético de escolha e deve ser administrada imediatamente por via Cão: 4 mg/kg IV Reaplicações de 2 mg/kg a cada 1-2 horas Infusão de 0,66 mg/kg/h Gato: 2 mg/kg IV Reaplicações de 1 mg/kg a cada 1-2 horas Infusão de 0,2 a 0,4 mg/kg/h Efeito beta adrenérgico Inotropismo positivoCronotropismo positivo Vasodilatação discreta Efeito produzido por metabólito Isossorbida Amlodipina Hidralazina Nitropussiato de Sódio (PAS > 90 mmHg) Morfina 0,1-0,2 mg/kg/h infusão(cão) 0,1 -0,2 mg/kg/ 4-6 horas, SC (gato) Metadona 0,1 mg/kg Butorfanol Manutenção da pressão arterial Pressão precisa estar boa pra usar a Furosemida, dai faz o vasodilatador. Se tiver baixa e fizer isso mata o paciente com o vasodilatador. Se está baixa precisa melhorar antes fazendo teste de carga usando glicose 5% em uma dose de 5 a 10ml/kg – fazendo uma única vez abrindo tudo. PAS > 90 mmHg PAM > 70 mmHg Fluidoterapia 2 mL/kg/h – glicose 5% Pacientes desidratados Teste de carga – 5 a 10 ml/kg Dobutamina se não tiver funcionado, melhora bombeamento cardíaco , a PA da grande maioria melhora e se não melhorar associa com nora. Doses Cão: 2 a 10 mcg/kg/min Gato: 2 a 5 mcg/kg/min Opções 1,25 a 2,5 mg sublingual Cães: 0,1 a 0,25 mg/kg Gatos: 0,625 mg/gato Cães: 0,5 a 2 mg/kg Gatos: 2,5 mg/gato Cães: 1 a 5 mcg/kg/h Gatos: 1 a 2 mcg/kg/h Tranquilização e Analgesia Morfina e metadona em dose baixa - IMPORTANTÍSSIMO O2 Acesso venoso glicose 5% Furosemida bolus+IC Medir PA Normo ou hiper – vasodilatador Hipotenso – teste de carga glicose 5 a 10 ml/kg /dobutamina Vasodilatador Opióide Qual a sequência? 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Referências Hughes D. Pulmonary edema. In: King LG, editor. Textbook of respiratory disease in dogs and cats. St. Louis:Saunders; 2004. p. 487-97. Rosa KT. Edema agudo do pulmão. In: Rabelo RC, editor. Emergências de pequenos animais. Rio de Janeiro: Elsevier; 2013. p. 894-900. Kittleson MD. Pathophysiology of heart failure. In: Kittleson MD, Kienle RD, editors. Small animal cardiovascular medicine. St. Louis: Mosby; 1998. p. 137- 48. Lucena AR. Edema pulmonar. In: Rabelo RC, Crowe Jr DT, editores. Fundamentos de terapia intensiva veterinária em pequenos animais: condutas no paciente crítico. Rio de Janeiro: LF livros; 2005. p. 236-9. Uzal FA, Puschner B, Tahara JM, Nordhausen RW. Gossypol toxicosis in a dog consequent to ingestion of cottonseed bedding. J Vet Diagn Invest.
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