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Resenha Critica de Civil - Posse e função social da posse

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
GRADUAÇÃO EM DIREITO
Resenha Crítica de Caso 
Luellen Primo Gonçalves Silva 
Trabalho da disciplina Direito Civil IV
Professor (a): Cintia Souza
Nova Friburgo 
2020
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE E A TUTELA PROCESSUAL DA POSSE 
Referência: 
DIDIER JUNIOR, Fredie. A Função Social da Propriedade e a Tutela Processual da Posse. Disponível em: http://www.direito.mppr.mp.br/arquivos/File/Politica_Agraria/3diderjrfuncaosocial.pdf . Acesso em: 06/05/2020
Fredie Didier Junior, professor-adjunto de Direito Processual Civil na Universidade Federal da Bahia e professor-coordenador do curso de graduação da Faculdade Baiana de Direito. Em sua obra ‘’A função social da propriedade e a tutela processual da posse ‘’, Didier Junior demonstra a importância da função social da propriedade como um princípio fundamental e econômico dentro da Constituição Federal de 1988, e a repercussão na tutela processual da posse junto a seus fundamentos e como a função social da posse é um pressuposto para a concessão da proteção possessória. 
O autor começa descrevendo que propriedade privada e a sua função social são princípios que regem a ordem econômica e estruturam a regulamentação da chamada iniciativa privada, visto que ambos se complementam, pois para que se possa falar em direito de propriedade, o mesmo deve ser exercido de acordo com a função social. A função social nada mais é que o proprietário saber respeitar os limites de seu direito. O Código Civil, em seu Art. 1228 afirma que o proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, porém, nada disso será válido se o dono do bem não souber respeitar a função social da coisa. A função social impõe limites ao direito de propriedade para garantir que o exercício desse direito não seja prejudicial ao bem coletivo. Ou seja, o direito de propriedade não deve beneficiar apenas o proprietário, mas sim, a sociedade como um todo. 
Didier faz uma comparação à época no mundo greco-romano, onde a ideia de propriedade privada estava ligada à religião, à adoração do deus-lar, à casa de família, pois derivava da palavra domus, gerando dominus e dominium, que significam chefe da casa e o poder deste sobre todos os bens familiares. E a partir daqui que surge um direito de propriedade como um poder absoluto, exclusivo e soberano de um sujeito sobre a coisa. Com isso, o proprietário não se importava com o bem social coletivo, apenas consigo próprio. No passar dos tempos, a Constituição vem delimitando seu conteúdo e estabelece que a propriedade deixa de ser um poder absoluto, cuja utilização era atender unicamente aos interesses do proprietário, e se consagra a função social da propriedade, onde limita os poderes do proprietário. Assim o proprietário começa a deixar de lado um pensamento absoluto e começa a ter que pensar no bem comum. Como se trata de uma época passada a de se pensar desta forma, visto que naquela época o entendimento a propriedade ainda estava em descobrimento e possuidor só pensava em si próprio. 
Na obra, há uma passagem em que Fabio Konder Comparato conclui que: ‘’...Se a propriedade privada era reconhecida como garantia última da liberdade individual, tornava-se inevitável sustentar que a ordem jurídica deveria proteger não apenas os atuais, mas também os futuros e potenciais proprietários...’’. Ou seja, o reconhecimento constitucional da propriedade como direito fundamental liga-se com a função de proteção pessoal. Todavia, nem toda propriedade há de ser considerada direito fundamental e protegida. É preciso reconhecer a propriedade-dever, o lado passivo de direitos humanos alheios. Assim surgiu a concepção da função social da propriedade, outro princípio constitucional, que é um complemento ao estatuto da propriedade privada, impondo a ela um conjunto de deveres. Este princípio torna-se imprescritível a figura do possuidor do bem, pois ele diz respeito ao agir do proprietário e como ele deve passar a se comportar a respeito da coisa.
Com isso, para Fredie este novo princípio serve como forma de balizamento constitucional do direito fundamental da propriedade, delimitando o seu conteúdo, estabelecendo que a propriedade obriga ao proprietário. A propriedade traz consigo o dever de exercer este direito de modo a atingir determinadas finalidades; deixava a propriedade de ser um direito absoluto, cuja utilização deveria atender unicamente aos interesses do proprietário, na forma da concepção liberal e passa a visualizar o todo, o coletivo. 
Na Constituição de 1988, em seu Art. 5º, XXIII, que se trata dos direitos e garantias fundamentais, trata-se do direito de propriedade, mas especificamente da consagração a função social da propriedade. A Constituição brasileira explicita assim o conteúdo da função social da propriedade rural e da propriedade urbana como sendo a adequada utilização dos bens em provimento da coletividade. É de suma importância que haja um artigo junto a um inciso que deixe claro como o possuidor deve agir e o limite para que todas as partes tenham seus direitos assegurados. Quando apenas um lado há de se beneficiar, não há de se falar em função social, pois esse pensamento absoluto é o oposto de ser coletivo. 
Didier Junior cita em sua obra a tutela processual da posse que diz que o possuidor, porquanto exerça poderes inerentes ao domínio, muito provavelmente é o titular do direito sobre a coisa. Ao tutelar a posse, o legislador busca valorizar o sujeito que de fato exerce os poderes inerentes ao domínio, protegendo aquele que explora economicamente a coisa, sendo trabalhando, ou residindo no bem possuído. Razão pela qual se criam figuras especiais de usucapião e a aquisição forçada da propriedade em razão da posse-trabalho. 
Por fim, Didier afirma que o proprietário para cumprir a função social da propriedade, precisa possuir a coisa. Ou seja, a posse é o principal instrumento de exercício do direito de propriedade, por isso deve observar os deveres fundamentais decorrentes daquela clausula geral constitucional. Aos possuidores que não estejam em conformidade com os deveres que são constitucionalmente impostos, não é deferida a tutela processual da posse. Visto que, a tutela processual da posse serve à tutela do titular do domínio, se o domínio não é digno de proteção jurídica, não poderá receber proteção a posse. E isso é muito importante, pois assim se limita quem é o possuidor e como ele pode defender sua posse caso venha ser turbada ou esbulhada. 
Portanto, concluo que as argumentações de Didier Junior se tornam de extrema validade para que se possa entender o que é a função social da posse e como ela é importante para que se haja uma harmonia no coletivo e que pensar em um direito absoluto não te trará as garantias necessárias que um possuidor a de ter. Nos mostra como é importante entender os fundamentos da tutela processual da posse e como a função social está presente a concessão da proteção possessória, pois assim saberemos definir quem é o real possuidor do bem em questão e quem poderá tutela-lo, ou seja, aquele que é o titular dos direitos possessórios, o que poderá demandar em face desses direitos para proteger o bem. Porém, acho que Didier poderia ter ilustrado mais a questões por ele abordadas, trazendo mais exemplos, artigos e conhecimentos doutrinários sobre determinado assunto.

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