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UNEB – Universidade do Estado da Bahia 
Disciplina: Direito Civil IV 
Docente: Emanuel Lins Freire Vasconcellos 
Discente: Deise Emanuelli Silva dos Santos 
 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
 
 Lógicas Proprietárias 
 
 O modelo de lógicas proprietárias é relativo e marcado pelo tempo histórico. Ao longo da 
história, a propriedade privada sempre foi um foco de conflitos e disputas socioeconômicas, que 
desestabilizam as relações jurídico-sociais, tanto entre os particulares, como entre esses e o Estado. 
Sendo assim, o Estado, através do exercício do Direito, passa a buscar meios para a proteção desse 
direito, bem como tentar regular seus efeitos, no sentido de alcançar um equilíbrio social. 
 A questão da propriedade no Brasil sempre fora tratada de forma concentradora e desigual. 
Desde a instituição do regime das sesmarias, o seu processo de distribuição sempre foi aleatório e 
privilegiou os interesses da Coroa e daqueles a ela ligados por traços sociais e até mesmo de 
afetividade. Esse modelo de privilégios prevaleceu durante todo o período colonial e, porque não 
ressaltar, também durante o Brasil Império e Republicano. Não é de se espantar que a propriedade 
tenha adquirido um caráter tão absoluto na nossa história. 
 Nas constituições, o direito de propriedade tem um tratamento evolutivo diferenciado. De um 
direito absoluto e inquestionável, assim tratado pelas primeiras constituições brasileiras, passa a ser 
paulatinamente relativizado, ficando atrelado à ideia de bem-estar social, desenvolvimento, até se 
chegar ao hodierno conceito de função social da propriedade. 
 Já no Código Civil de 2002, a lógica proprietária é a lógica burguesa, na qual Propriedade 
privada individual (o dono é um indivíduo). 
 
 
 Resumo esquemático sobre propriedade 
 
 
 Não há um conceito único de propriedade, já que sua definição se modifica conforme o 
contexto histórico, econômico, político, dentre outras circunstâncias. Apesar disso, o direito de 
propriedade é regulamentado no Art. 1228 do Código Civil Brasileiro e consiste na faculdade do 
proprietário de usar, gozar e dispor da coisa e o direito de reavê-la do poder de quem quer que 
injustamente a possua ou detenha, esses são os atributos da propriedade. 
 A noção de propriedade mudou ao longo do tempo, tendo sua origem no direito pré-clássico 
e se tornou a concepção atual que não se restringe somente a bens imóveis como casas, terrenos, pois 
não se refere somente a bens materiais. 
 Propriedade, em sentido amplo, é entendida como a qualidade inerente aos corpos. Nesse caso, 
implica as características essenciais que compõem algo. Para a Declaração de Direitos do homem e 
do cidadão, a propriedade é um direito inviolável e sagrado, isto é, ninguém pode ser dela privado a 
não ser quando uma necessidade pública, legalmente constatada, exigi-lo de modo evidente e sob 
condição de uma indenização justa e prévia. 
 O direito de propriedade garante que dela ninguém poderá ser privado de forma arbitrária, 
pois somente a necessidade ou utilidade pública ou o interesse social permitirão a desapropriação. 
Desta forma, a Constituição Federal adotou a moderna concepção de direito de propriedade, pois ao 
mesmo tempo em que o consagrou como direito fundamental, deixou de caracterizá-lo como 
incondicional e absoluto. 
 Toda pessoa física ou jurídica tem direito à propriedade, podendo o ordenamento jurídico 
estabelecer suas modalidades de aquisição, perda, uso e limites. 
 A função social é um conceito jurídico aberto, o qual positiva o interesse supraindividual na 
propriedade privada, sem que esta perca seu caráter individual de liberdade, mas relativizando-a em 
busca da igualdade social, como princípio estruturante de nossa ordem jurídica e será detalhadamente 
discutido ao longo deste trabalho. 
 O direito de propriedade possui limites pois deve ser exercido em consonância com as suas 
finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o 
estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio 
histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. Além disso, são defesos os atos 
que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção 
de prejudicar outrem. 
 O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou 
utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. 
O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, 
na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas 
nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de 
 
interesse social e econômico relevante. O juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago 
o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. 
 Após essa tentativa de resumir esse conteúdo tão extenso, vejamos detalhadamente cada uma 
de suas ramificações. 
 
 Conceito de propriedade 
 
 A propriedade é um direito real preestabelecido em lei, e que em regra não está limitada, salvo 
no concernente ao interesse público. 
 A noção de propriedade no direito pré-clássico era chamada de propriedade quiritária, 
enquanto no direito clássico existiam mais três formas de propriedade, a monetária, provincial e 
peregrina. Antes da noção de propriedade, de qualquer uma das quatro citadas, suscitou a posse, e os 
possuidores, que mantinham o bem sob sua custódia constante, são quem instituíram a propriedade, 
numa espécie de usucapião. 
 Por fim, tais definições foram se tornando obsoletas com os avanços da humanidade, por conta 
da deixa do coletivismo para o individualismo suscitado na era do renascimento e do mercantilismo, 
alcançando o conceito atual de hoje, a época do capitalismo social. 
 E sob esse exame, conceitua-se a propriedade no laço, de amarra forte, entre um sujeito de 
direito e um bem, corpóreo ou incorpóreo, cujo caráter da relação é de domínio, no sentido de 
contemplar o sujeito com amplos e plenos poderes, se exteriorizando e se comprovando a existência 
dessa modalidade de ligação entre pessoa e coisa mediante documentação. Nesse seguimento, 
estabelece a doutrinadora Maria Helena Diniz 
“Poder-se-á definir, analiticamente, a propriedade, como sendo o direito que 
a pessoa natural ou jurídica tem, dentro dos limites normativos, de usar, 
gozar e dispor de um bem, corpóreo ou incorpóreo, bem como de reivindicá-
lo de quem injustamente o detenha [...]” (Curso de Direito Civil Brasileiro: 
Direito das Coisas, Ed. Saraiva, 2010, p. 113). 
 Tal conceituação proveio da análise do artigo 1.228 do Código Civil, onde o legislador 
demonstra qual a vertente adotada no entendimento de propriedade. Contudo, para alcançar esta 
compreensão, os civilistas ponderam esse instituto sob três perspectivas, que são: 
 Extrair de toda a gama de poderes concedidos pela propriedade, os elementos mais essenciais, isto 
é, as faculdades de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la; 
 
 Destacar a vontade do proprietário com relação ao bem, estando exteriorizada a propriedade pelo 
animus do dono. 
 Pela constatação da pertinência do bem ao proprietário, não importando qual seja a sua manifestação 
de vontade. 
 Percebe-se, portanto que foi adotada pelo Direito Civil Brasileiro a primeira perspectiva, 
tornando-se evidente quais são os elementos constitutivos da propriedade, que por sua vez são 
correspondentes ao jus utendi, fruendi e abutendi e à rei vindícatio dos romanos. Não se pode olvidar 
que tais elementos somados não é o que constituem a propriedade, posto que pode ocorrer de um 
proprietário de um imóvel não poder dispor desse, por tê-lo herdado num testamento com cláusula de 
inalienabilidade,o que não o torna menos proprietário, cabendo então verificar como segurança a 
veracidade da propriedade, por meio da existência de adequada aquisição da coisa, seja por tradição 
quando de bem móvel, ou pelo registro se bem imóvel cujo valor seja superior a 30 (trinta) salários-
mínimos vigentes. 
 Atributos 
 
 Os atributos da propriedade constam no artigo 1.228 do Código Civil, que são: 
a) Gozar ou fruir; 
b)Reaver ou buscar a coisa de quem o injustamente possua ou detenha; 
c) Usar ou utilizar a coisa e 
d) Dispor ou alienar a coisa. 
 
 É importante ressaltar que, quando a pessoa tem os quatro atributos, possui a propriedade 
plena. Se possui um atributo apenas ela é possuidora, de acordo com o artigo 1.196 do mesmo diploma 
legal. Assim, todo proprietário é possuidor, mas nem todo possuidor é proprietário. 
 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, 
e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou 
detenha. 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, 
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. (Código Civil 
Brasileiro/2002) 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/código-civil-lei-10406-02
 
 Características 
 
Algumas características do Direito de Propriedade são: 
 – Absoluto: o proprietário pode utilizar a coisa em toda sua substância e conforme o bem-estar social; 
– Exclusivo: o titular deste direito pode usar, fruir e dispor dele → tem o proprietário direito sobre o 
solo, espaço aéreo e subsolo (não pertencerão, contudo, as riquezas naturais encontradas, tais como 
jazidas, recursos minerais e monumentos arqueológicos). 
 – Perpétuo: tem duração ilimitada, passando aos sucessores do proprietário. O direito também não 
desaparece se ele não usufrui da propriedade. 
 – Elástico: meus direitos podem diminuir ou aumentar de acordo com o meu uso na propriedade. 
Ex: se eu cedo meu direito de usar e fruir, somente me restará o direito de dispor e, desta forma, meus 
direitos terão diminuídos. Neste caso, eu serei a nu-proprietária e a pessoa a usufrutuária. 
 
 Função Social 
 
 O Art. 5°, XXIII da Constituição Federal de 1988 aduz que a propriedade atenderá a sua 
função social. É necessário uma limitação a função porque a propriedade passa, a partir deste 
momento, a não ser mais um direito vazio, mas uma situação patrimonial apenas passível de proteção 
na medida em que exercer um dado papel no ordenamento. 
 Este papel é tomando em conta não individualmente, mas socialmente, daí a menção ao termo 
social. A propriedade de cada um está em termos de titularidade associada a cada um não por conta 
da utilidade que cada um aufere da coisa mas tendo em vista a utilidade que a sociedade obtém de 
benefício a cada titularidade associada. 
 O próprio Código Civil, no art. 1228, §1°, traz-nos algumas ideias que especificam o conteúdo 
da função social: meio ambiente, proteção do patrimônio histórico, etc., além das previstas no próprio 
texto constitucional (CRFB, art. 182, §2°, sobre o atendimento ao plano diretor, art.170, sobre os 
princípios da ordem econômica, e art. 186 — sobre a propriedade rural: aproveitamento racional e 
adequado; utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; 
observância das disposições que regulam as relações de trabalho; exploração que favoreça o bem-
estar dos proprietários e dos trabalhadores). 
 A jurisprudência delineia diversas hipóteses nas quais se verá a função social, porém também 
há jurisprudência que confirma o seu caráter de cláusula geral, como na Apelação Cível 
2006.001.44440, julgada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro: 
 
 
Apelação. Ordinária. Concessão real de uso de bem público. Municipalidade 
que não deu função social à propriedade dominical sua e pretende desalijar 
família de baixa renda, que ocupou imóvel abandonado. Sentença de 
improcedência. Apelação do Município arguindo preliminares de apreciação 
de agravo retido e de inconstitucionalidade da Medida Provisória 
nº2220/2001. No mérito, requer a reforma da sentença alegando que:1 — não 
cumpriu a apelada os pressupostos da MP2220/2001; 2 — inexiste direito de 
retenção por benfeitorias;3 — a recorrida é devedora de perdas e danos, na 
qualidade de lucros cessantes, tendo em vista que habitou bem público por 
anos, sem qualquer pagamento. Desprovimento do agravo retido e do recurso 
principal. Correta a concessão de tutela antecipatória, uma vez que a decisão 
não é teratológica, contrária à lei ou à prova dos autos, aplicação do verbete 
sumular nº 59 deste Tribunal. Não merece acolhida a arguição de 
inconstitucionalidade da Medida Provisória 2220/2001, tendo em vista que o 
Poder Executivo Federal nada mais fez do que disciplinar matéria 
constitucional e legalmente prevista, através do ato administrativo normativo. 
Vale observar que não seria necessária Medida Provisória para s fazer 
respeitar o princípio constitucional da função social da propriedade (art. 5º, 
XXIII e 170, III da CRFB/88) que, na hipótese, se materializa pelo abandono 
do bem pela municipalidade e pela comprovação de sua utilização pela 
apelada e sua família, de acordo com o que se extrai do acervo probatório 
colacionado aos autos. No mérito, vê-se que há prova sufi ciente de que a 
apelada é possuidora do imóvel há mais de vinte anos, realizando, portanto, 
o comando insculpido no artigo 1º da MP nº2220/2001. Ausente a fi nalidade 
pública bem delimitada, é viável a permanência da apelada e sua família no 
imóvel, uma vez que, mantida a situação fática existente, estar-se-ia, sem 
dúvida, cumprindo com a função social do imóvel. Como dito alhures, 
desnecessária a edição d medida de provisória com o fi to de disciplinar a 
função social da propriedade, tendo em vista que esta goza de assento 
constitucional (arts. 5º, XXIII e 170, III, CRFB/88), e, repita-se, não dando a 
municipalidade função social ao bem, este caracterizado como dominical, 
faz-se mister a chamada concessão de uso especial. Observando-se, contudo, 
que não se está conferindo o domínio, mas sim a posse do imóvel para o fi m 
específi co de moradia, estando o possuidor, que deu função social ao imóvel, 
sujeito à cassação da concessão do benefício, na hipótese de descumprimento 
 
dos requisitos e fi ns determinados. Recurso conhecido e desprovido. (TJRJ. 
AC 2006.001.44440. Rel. Des. Azevedo Pinto. Décima Terceira Câmara Cível. 
J. 13/12/2006) 
 
 Dessa forma, é perceptível que a função social comporta-se como conceito jurídico 
indeterminado, a ser preenchido pelo intérprete não se restringindo ao cuidado de preservar o direito 
individual ou coletivo, mas também à proteção do meio ambiente; evitando danos à flora, fauna, ao 
patrimônio histórico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.. Em suma, o exercício da função 
social deve estar refletida pelo bem-estar comum. 
 
 Limitações 
 
 A propriedade, em regra, não contém limitações, podendo o proprietário exercer todos os 
poderes inerentes à propriedade, como usar, gozar, dispor e reaver, desde que seja a propriedade plena, 
não estando condicionada a algumas das possibilidades de restrição dos poderes aludidos, como 
condiciona as servidões, a superfície, art. 1.225 incisos II e III, dentre outros. Todavia, está limitada 
a propriedade ao interesse público como ocorre no caso de desapropriação, ou à função social o que 
se vê quando são adotadas providências contra a especulação imobiliária. 
 Destarte, o direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades 
econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei 
especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, 
bem como evitada a poluição do ar e das águas. 
 
 Tipos de propriedade 
 
 Levandoem conta os elementos que consolidam a essência da propriedade, esta se apresenta 
de quatro possíveis maneiras: 
 – Propriedade plena: Quando o proprietário pode exercer plenamente os direitos previstos no artigo 
1.228 do CC; 
 – Propriedade restrita ou limitada: Quando o proprietário tem qualquer de seus poderes sobre a 
coisa cerceada; 
 – Propriedade perpétua ou definitiva: Que é aquela não sujeita a qualquer tipo de gravame ou 
negócio que a torne resolúvel. 
 
 – Propriedade resolúvel: Que ocorre quando há algum gravame sobre o bem que limita a 
temporalidade da relação do proprietário com a coisa, extinguindo a propriedade quando do 
cumprimento de determinada condição ou termo, como no caso de fideicomisso, art. 1.951 do CC. 
 
 Aquisição e perda 
 
 Se adquire propriedade com a compra e venda, doação, permuta, sucessão, acessão, usucapião 
e demais outras formas, nas quais se transmite o domínio, isto é, um poder pleno sobre um bem, esteja 
o proprietário no poder de fato ou não sobre o bem, e isto ocorre com a tradição em caso de bens 
móveis e pelo registro em cartório, em caso de bens imóveis com o valor superior a 30 (trinta) 
salários-mínimos vigentes de acordo com o Artigo 108 do Código Civil. 
 A Aquisição da Propriedade Imóvel é positivada nos arts. 1238 a 1259 CC, que aduz que 
modalidades de aquisição da propriedade imóvel: usucapião, registro de título, acessão e o direito 
hereditário. 
 A usucapião é considerada forma de aquisição originária, porque a transmissão é através de 
sentença declaratória da usucapião e não por manifestação da vontade; já o registro e o direito 
hereditário são modos de transmissão derivada, porque exigem um anterior proprietário. Portanto, a 
aquisição será originária quando não houver relação de causalidade entre o direito do antecessor e o 
do sucessor. Existindo essa relação, que se dá através da transmissão do bem pelo anterior ao novo 
proprietário, o modo de aquisição será o derivado. 
 O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou 
utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. 
 A desapropriação consiste no ato pelo qual o Estado toma para si, ou transfere para outrem, 
bens de particulares, contando ou não com o consentimento do proprietário. Esta forma de 
intervenção na propriedade resulta na perda desta para os poderes públicos de forma irreversível. Só 
é cabível em casos de utilidade pública, necessidade pública e interesse social. 
 Utilidade Pública é aquela em que o poder público manifesta a vontade de utilizar um bem, 
por exemplo: determinada propriedade pode ser desapropriada para fins de se construir escolas, 
orfanatos, etc. Necessidade Pública acontece quando há uma razão imperiosa que obriga a 
desapropriação do bem, por exemplo: necessidade de se construir uma rodovia ou uma represa nas 
terras onde se situa a propriedade. Interesse Social acontece quando o motivo da desapropriação trará 
benefícios à coletividade, por exemplo: terras inativas são tomadas para se fazer o assentamento de 
 
famílias sem-terra. O ato de desapropriar tem como característica a indenização, que deve ser em 
dinheiro, além de justa e prévia, isto é, realizada antes da desapropriação. 
 Em suma, o proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir 
em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número 
de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços 
considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. O juiz fixará a justa indenização 
devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome 
dos possuidores. 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
TEPPEDINO, Gustavo. Contornos constitucionais da propriedade privada. In. Temas de Direito Civil. 
Rio de Janeiro: Renovar, 1999, pp. 267-293. 
 
FRANÇA, Vladimir da Rocha (1999). Perfil constitucional da função social da propriedade. 
http://www.senado.gov.br/web/cegraf/ril/Pdf/pdf_141/r141-02.pdf. Acesso em: 20 out 2014. 
 
LÉPORE, Paulo Eduardo (2005). Função social da propriedade. 
http://www.revistajuridicaunicoc.com.br/midia/arquivos/ArquivoID_14.pdf. Acesso em: 15 out 2014. 
EVANGELISTA, Eduardo Rodrigues. A função social da propriedade e o conceito de princípio 
jurídico. Jus Navigandi, Teresina, ano 18, n. 3594, 4 de maio 2013. Disponível em: 
<http://jus.com.br/artigos/24354>. Acesso em: 13 out. 2014. 
 
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 
BERCOVICI, Gilberto. A função social da propriedade, constituição econômica e desenvolvimento, 
uma leitura a partir da Constituição de 1988. São Paulo: Malheiros, 2005. 
http://jus.com.br/artigos/24354/a-funcao-social-da-propriedade-e-o-conceito-de-principio-juridico
http://jus.com.br/artigos/24354/a-funcao-social-da-propriedade-e-o-conceito-de-principio-juridico

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