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administracao_do_capital_de_giro (1)

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Administração
do Capital de Giro
Adalto Acir Althaus Junior
O capital de giro é o elemento central das 
decisões de curto prazo e pode-se dizer que ele é 
o elo entre as atividades operacionais da empresa 
e as suas fontes de capital. Afinal, é o capital de giro 
que garante os recursos para “girar” as operações de 
uma organização, sejam elas de produção, 
de comércio ou de serviço.
Nesta obra, você poderá compreender como financiar 
as atividades de uma empresa, aprenderá a fazer uso 
de estratégias capazes de diminuir as necessidades de 
disponibilidades para girar as operações e, ao final, será capaz 
de planejar demandas de recursos, organizar e planejar fluxos de 
caixa, bem como de gerir o caixa de uma organização.
Adalto Acir Althaus Junior
Administração do Capital de Giro
Código Logístico
58881
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6532-5
9 7 8 8 5 3 8 7 6 5 3 2 5
Administração do 
capital de giro
IESDE
2019
Adalto Acir Althaus Junior
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
© 2019 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do detentor dos 
direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. 
Imagem da capa: Hand Robot/Ri luck/Syda Productions/Shutterstock
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
A469a
Althaus Junior, Adalto Acir
Administração do capital de giro / Adalto Acir Althaus Junior. - 1. ed. - Curitiba 
[PR] : IESDE, 2019.
100 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6532-5
1. Administração financeira. 2. Finanças. 3. Capital de giro. I. Título.
19-59472 CDD: 658.15
CDU: 658.15
Adalto Acir Althaus Junior
Doutor em Administração de Empresas na área de Finanças pela Fundação Getulio Vargas 
de São Paulo (FGV-SP). Pesquisador visitante no Bauer College of Business da Universidade de 
Houston (UH). Mestre em Administração na área de contabilidade e finanças pela Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). MBA em Planejamento e Gerenciamento Estratégico pela 
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Graduado em Administração de Empresas 
pela Fundação de Estudos Sociais do Paraná (FESP-PR) e em Engenharia Elétrica pela Universidade 
Federal do Paraná (UFPR). Atuou por muitos anos como professor e consultor em organizações 
públicas e privadas nas áreas de finanças e planejamento. Atualmente, é professor do Departamento 
de Economia da UFPR e produz artigos e livros nas áreas de finanças, economia e gestão.
Sumário
Apresentação 7
1 Administração do caixa 9
1.1 Administração financeira nas empresas 9
1.2 Demonstrações contábeis 12
1.3 Contas a pagar e contas a receber 19
1.4 Estoques 22
1.5 Fluxos de caixa 25
2 Administração do capital de giro 33
2.1 Definição de capital de giro e sua relação com o caixa 33
2.2 Fontes de capital de giro 35
2.3 Ciclo operacional e ciclo de caixa 40
2.4 Necessidade de capital de giro 43
3 Gestão e análise financeira de curto prazo 51
3.1 Política de crédito 51
3.2 Análise de resultados, risco e retorno 55
3.3 Efeito tesoura 63
3.4 Financiamento de capital de giro 68
4 Planejamento financeiro 75
4.1 Estratégias de gestão do capital de giro e do caixa 75
4.2 Projeções financeiras do caixa 81
4.3 Fluxo de caixa como instrumento gerencial 86
Gabarito 95
Apresentação
A gestão financeira de curto prazo é uma das questões mais relevantes quando o assunto são 
as finanças. O dia a dia das empresas é fortemente afetado por decisões financeiras, e as de curto 
prazo têm impacto imediato na saúde financeira das organizações.
O capital de giro é o elemento central de tais decisões de curto prazo e pode-se dizer que ele 
é o elo entre as atividades operacionais da empresa e as suas fontes de capital. Afinal, é o capital de 
giro que garante os recursos para “girar” as operações de uma organização, ou seja, o dia a dia de 
suas atividades de produção, comércio ou prestação de serviços.
Pensar no capital de giro e em finanças de curto prazo é uma das questões mais importantes 
para que uma empresa possa prosperar em suas atividades. Isso inclui financiar as atividades da 
empresa, usar estratégias para diminuir as necessidades de disponibilidade para girar as operações, 
planejar as demandas de recursos, organizar e planejar o fluxo de caixa e gerir o caixa no dia a dia.
Esta obra, estruturada em quatro capítulos, parte da definição de caixa e da discussão sobre 
como administrá-lo, como compreender seu comportamento ao longo do tempo e quais são os 
principais fatores de impacto na determinação do saldo de caixa de uma empresa. Em seguida, no 
Capítulo 2, apresenta-se a definição de capital de giro, a fim de que se compreenda a sua relação 
com o caixa e, ainda, quais são os tipos de recursos que podem ser considerados capital de giro para 
que seja possível estimar a necessidade de capital de uma empresa. 
No Capítulo 3, analisamos a situação de capital de giro de uma empresa, no intuito 
de identificar pontos relevantes de suas características e discutir políticas de crédito e efeitos 
causados por certas decisões. Finalmente, o Capítulo 4 apresenta algumas estratégias para gerir 
o capital de giro, modos de elaboração de um plano financeiro com projeções de fluxos de caixa 
e ensinamentos sobre como reconhecer os instrumentos de gestão do capital de curto prazo nas 
atividades gerenciais das empresas.
Bons estudos!
1
Administração do caixa
Neste capítulo, falaremos sobre a gestão financeira para entender o que é o caixa e a gestão 
do caixa nas empresas, assim como os elementos e os fatores importantes na administração diária 
do saldo em caixa e a função financeira das organizações.
A priori, é importante saber que todos esses conceitos se aplicam também aos diferentes 
tipos de organizações, não somente às companhias, que, naturalmente, acabam sendo o foco dos 
estudos e da teoria financeira.
1.1 Administração financeira nas empresas
A função financeira das empresas concentra os aspectos e as preocupações com a geração 
de riqueza para os acionistas ou proprietários. Isso significa que a área financeira deve sempre 
zelar para que as decisões no âmbito empresarial sejam tomadas no sentido de maximizar a 
riqueza dos proprietários. De maneira geral, deve-se pensar na maximização do valor da 
companhia, pois se ela vale mais, os empresários (acionistas ou proprietários) terão sua riqueza 
aumentada e, consequentemente, a função financeira terá sido cumprida.
Lucrar não é errado, pois somente com o lucro, ou seja, com resultados positivos, é que 
qualquer organização poderá reunir fundos (dinheiro) para investir em melhorias e crescer, 
adquirir novas máquinas ou equipamentos, investir em tecnologia, ampliar a gama de produtos e 
serviços oferecidos, contratar novos funcionários, melhorar a remuneração dos seus colaboradores 
e, também, distribuir lucros para seus sócios (acionistas ou proprietários), os quais utilizarão 
esse dinheiro para investir, consumir e fazer a economia girar. É um ciclo virtuoso gerado pela 
maximização do valor das organizações, isto é, pela riqueza de seus proprietários.
De acordo com Gitman (2004), as finanças podem ser definidas como a ciência e a arte de 
gerir fundos, ou seja, gerir bem o capital. Todos os indivíduos e organizações captam ou investem 
dinheiro, e as finanças lidam com o processo, as instituições, os mercados e os instrumentos 
envolvidos na transferência de dinheiro entre indivíduos, organizações e governos.
Dentre as atividades da gestão empresarial, a gestão financeira é aquela que tem a capacidade 
de integrar e conectar as demais atividades de gestão, pois todas as decisões das áreas de estratégia 
e visão futura do negócio, as áreas de marketing, de gestão de pessoas, de produção ou serviços, de 
logística e todas as outras têm ou terão reflexo na área financeira.Assim, a gestão financeira é capaz 
de integrar e enxergar toda a empresa. Entre as funções da área de finanças, podemos destacar 
algumas principais:
Administração do capital de giro10
• aferição do resultado do negócio;
• conhecimento do comportamento do negócio;
• mensuração do lucro;
• possibilidade de estabelecer e acompanhar metas de desempenho de outras áreas;
• conhecer a disponibilidade financeira;
• avaliar a necessidade de capital;
• avaliar riscos;
• avaliar a viabilidade de investimentos;
• decidir sobre endividamento e fontes financiamento;
• decidir sobre a destinação dos lucros etc.
O tamanho da área de gestão financeira depende do porte de cada empresa ou organização1. 
Quanto maior for a instituição, mais divisão de setores ocorrerá na área financeira. Em empresas 
pequenas, por exemplo, essa função, muitas vezes, é feita por uma ou duas pessoas mais o gerente ou 
gestor, que, frequentemente, é um dos sócios do negócio. A área financeira se relaciona fortemente 
com, pelo menos, duas outras áreas: a economia e a contabilidade.
Em relação à economia, é importante ter ciência de que os gestores financeiros devem 
estar atentos a variações nos níveis de atividade econômica, assim como a mudanças na política 
econômica estipuladas pelo governo. Além disso, eles devem ser capazes de usar as teorias 
econômicas como diretrizes para uma gestão eficiente dos negócios.
Um princípio econômico de suma importância e que deve sempre guiar as decisões 
financeiras é o da análise marginal. Segundo esse princípio, as decisões devem ser tomadas e 
executadas somente quando os benefícios adicionais excederem os custos adicionais somados. Em 
última análise, quase todas as decisões de gestão financeira passam por uma análise marginal.
Em relação a contabilidade, temos que compreender que ela é fonte de informações para 
a área financeira. É com base nos relatórios contábeis que muitas das decisões financeiras são 
avaliadas e tomadas. Entretanto, a contabilidade dá ênfase ao regime de competência, enquanto os 
gestores financeiros devem enfatizar os fluxos de caixa. Ou seja, a função essencial da contabilidade 
aponta para uma dedicação maior à coleta e apresentação de dados financeiros, enquanto os 
gestores financeiros devem avaliar as demonstrações contábeis, desenvolver dados adicionais e 
tomar decisões baseadas em sua avaliação e nos riscos associados (GITMAN, 2004).
Com base nessas relações com a economia e com a contabilidade, bem como nas principais 
funções do gestor financeiro, é que chamamos a atenção para a ênfase nos fluxos de caixa. Mas, 
afinal, o que é caixa?
1 Uma organização é uma associação de pessoas e processos que compartilham uma mesma política, regras ou 
burocracia, em direção a um ou mais objetivos comuns, com ou sem finalidades lucrativas, podendo ser uma empresa ou 
não. Além das empresas, o governo e seus diferentes órgãos, as ONGs e afins, também são organizações. Desse modo, 
organização tem um sentido mais amplo, enquanto empresa tem um sentido mais restrito.
Administração do caixa 11
1.1.1 O que é caixa?
O caixa de um negócio, de uma empresa, organização ou, até mesmo, de uma pessoa 
física está relacionado à disponibilidade imediata de dinheiro. Ou seja, quando falamos em 
caixa, falamos em disponibilidade de dinheiro ou, de modo mais formal, da disponibilidade de 
recursos financeiros.
O caixa pode estar representado por dinheiro e depósitos à vista nos bancos. Assim, quando 
se fala em quantidade de dinheiro em caixa, na verdade, está se falando na quantidade de dinheiro 
disponível mais o saldo das contas bancárias disponíveis para serem gastos imediatamente. A 
disponibilidade de dinheiro pode ser imediata ou futura, vejamos as diferenças entre elas:
• Disponibilidade imediata: quantidade de dinheiro que está disponível para ser gasto 
imediatamente.
• Disponibilidade futura: quantidade de dinheiro que estará disponível para ser gasto em 
uma data futura, por exemplo, ou daqui a uma semana, daqui a cinquenta e dois dias etc.
Ao observar o extrato bancário de sua conta-corrente, por exemplo, você verá uma lista 
com os valores e as respectivas datas em que foram debitados ou creditados. Ao final, verá 
também o seu saldo disponível que é chamado de disponibilidade de caixa, saldo de caixa ou, 
simplesmente, de disponibilidades.
Com um olhar bem atento, você perceberá que as datas informadas em seu extrato se 
referem aos dias em que os valores foram efetivamente retirados ou disponibilizados em sua conta. 
Por exemplo, se você comprou alguma coisa e pagou com cartão de crédito, em seu extrato não 
irá aparecer nada. Na data em que você efetuar o pagamento da fatura do cartão de crédito, aí sim 
aparecerá o débito em sua conta-corrente. Da mesma forma, caso você efetue um pagamento com 
cheque, o débito em sua conta-corrente só aparecerá na data em que o cheque for depositado, não 
na data em que você o emitiu.
Então, pode-se dizer que tanto o cheque como o cartão de crédito só afetam a sua 
disponibilidade de caixa no dia em que forem efetivamente debitados em sua conta. Situações 
como essa são bastante comuns no dia a dia de qualquer instituição e trazem um desafio sobre 
como controlar o saldo de caixa tanto dos negócios quanto da vida pessoal.
Da mesma forma, quando você efetua uma venda ou recebe algum valor, somente na data 
em que o valor for efetivamente depositado é que o crédito irá aparecer em sua conta-corrente. 
Portanto, quando uma empresa realiza vendas a prazo, por exemplo, ela somente obterá a 
disponibilidade desse recurso quando o comprador efetuar o pagamento. Veja na Figura 1, a seguir, 
o ciclo do dinheiro nas companhias.
Administração do capital de giro12
Figura 1 – Ciclo do dinheiro nas empresas
Produtos em elaboração
Prestação de serviços
Recebimento
Vendas a prazo
Compras
Vendas à vista
Produção
Comercialização
Caixa em R$
Vendas
Contas a receber EstoqueInsumos, matéria- 
-prima etc.
Despesas, salários, 
dividendos, 
investimentos etc.
Pagamentos
Fonte: Elaborada pelo autor.
Como vimos na figura anterior, o dinheiro em caixa circula nas instituições por meio dos 
pagamentos de despesas como aluguéis, telefonia, internet, energia elétrica, salários, distribuição 
de lucros (dividendos), investimentos (compra de máquinas, equipamentos etc.), entre outros. Os 
recursos também são gastos quando se efetua o pagamento de fornecedores de matéria-prima ou 
insumos, os quais serão utilizados na produção ou na prestação de serviços.
Após o produto ou serviço pronto, é feita a comercialização e finaliza-se o processo de vendas 
com o recebimento dos valores. É nesse momento que temos a entrada de dinheiro na companhia, 
isto é, recebemos os valores das vendas. Com isso, o ciclo se fecha e se inicia um novo.
Mais adiante, vamos explorar os detalhes do ciclo do dinheiro nas empresas e nas 
organizações de maneira geral, pois cada etapa desse ciclo muitas vezes ocorre com diferentes 
variações de períodos de tempo. É nesse sentido que dizemos que os gestores financeiros 
enfatizam os fluxos de caixa, pois eles precisam estar atentos aos diferentes períodos em que o 
dinheiro circula no caixa e como esses períodos de tempo variam.
1.2 Demonstrações contábeis
Como vimos na seção anterior, a contabilidade é uma das fontes de informação que os gestores 
financeiros utilizam para tomar decisões. Mais do que isso, os relatórios contábeis são estruturados 
de uma maneira lógica que, normalmente, é seguida em outras análises e demonstrativos elaborados 
e/ou utilizados pelos gestores e analistas financeiros.
Dentre as demonstrações contábeis mais utilizadas para estabelecer esse diálogo com a área 
financeira, podemos destacar o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE).
Administração do caixa 13
Para iniciar nossos estudos, vamos relembrar o conceito de conta contábil ou simplesmente 
conta. Ela é a descrição de uma determinada natureza que expressa certos tiposde movimentação 
da empresa ou organização de maneira geral, em termos financeiros e contábeis. Ao registrar esses 
movimentos, eles devem ser agrupados conforme sua natureza. São exemplos de contas contábeis:
• Fornecedores;
• Recursos Humanos;
• Caixa;
• Estoques;
• Empréstimos a longo prazo;
• Empréstimos BNDES;
• Vendas à vista;
• Vendas a prazo;
• Serviços de terceiros etc.
A conta contábil abrange determinadas movimentações financeiras e contábeis que são 
semelhantes. Esse tipo de registro é útil porque facilita a interpretação e a consolidação de números 
quando, por exemplo, desejamos avaliar o comportamento ou as movimentações financeiras de 
um certo período. Por exemplo, digamos que você tenha que realizar os pagamentos demonstrados 
na Tabela 1:
Tabela 1 – Pagamentos a fazer
Item Valor Data Categoria/conta
Companhia de energia elétrica R$ 500,00 Agosto/2019 Localização
Imposto sobre folha de pagamento R$ 800,00 Agosto/2019 Pessoal
Salários R$ 4.000,00 Agosto/2019 Pessoal
FGTS R$ 320,00 Agosto/2019 Pessoal
Aluguel R$ 2.500,00 Agosto/2019 Localização
Telefone (Operadora 1) R$ 119,00 Agosto/2019 Comunicação
Fonte: Elaborada pelo autor.
Uma vez que você queira obter um resumo dos pagamentos que precisa fazer, reunindo-os 
por categoria, ou seja, por conta contábil, essa demonstração ficaria assim:
Tabela 2 – Resumo dos pagamentos por conta contábil
Conta/categoria Valor Data
Localização R$ 3.000,00 Agosto/2019
Pessoal R$ 5.120,00 Agosto/2019
Comunicação R$ 119,00 Agosto/2019
Fonte: Elaborada pelo autor.
Administração do capital de giro14
Observe que agora você já tem resumidamente sua despesa total da categoria Pessoal, que 
representa os gastos de funcionários no mês de agosto. Você também visualiza as demais categorias, 
sem a necessidade de olhar cada movimento financeiro ou contábil realizado para se chegar a 
esse valor, podendo, assim, analisar as contas. Obviamente, é necessário que as classificações 
das movimentações financeiras e contábeis nas respectivas contas estejam corretas, para que sua 
interpretação, ao analisar apenas esses relatórios resumidos, seja igualmente precisa.
Outra vantagem de se analisar as movimentações por meio das categorias (contas) é que 
normalmente temos muitas movimentações financeiras e contábeis em uma companhia. Assim, 
analisar cada movimentação seria muito trabalhoso e dificultaria o trabalho do gestor financeiro 
em conseguir ter uma visão do comportamento geral da empresa. Essa maior facilidade de 
compreensão é trazida, então, pelas técnicas de agrupamento dos movimentos em categorias, ou 
seja, em contas contábeis.
O Balanço Patrimonial, no Brasil, é dividido em três grandes tópicos: Ativo, Passivo e 
Patrimônio Líquido (ASSAF NETO, 2010). É uma das principais demonstrações contábeis 
utilizadas pelos gestores financeiros, sendo um demonstrativo que apresenta a situação patrimonial 
de uma empresa ou organização em determinado momento, normalmente em uma data. Por isso, 
é comum verificarmos balanços do dia 31 de dezembro demonstrando a posição patrimonial da 
instituição no fechamento de um determinado ano, por exemplo.
O patrimônio de uma entidade pode ser visto como a soma de seus bens, produtos, recursos 
disponíveis, dinheiro em caixa ou depositado em bancos, aplicações financeiras, entre outros 
ativos; diminuídos das obrigações, dívidas, parcelamentos, pagamentos a fazer, entre outros. O 
resultado será o Patrimônio Líquido, que é a posição patrimonial para os acionistas, sócios ou 
proprietários da companhia.
Para entender o Balanço Patrimonial, considere-o como um relatório que apresenta uma 
fotografia do patrimônio da empresa ou da organização em determinada data. Trata-se de uma visão 
instantânea dos saldos de patrimônio de cada conta da instituição naquela data ou naquele momento 
de fechamento do balanço. A equação fundamental para a compreensão do Balanço Patrimonial é:
Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo
Nesse contexto, o Ativo são as aplicações de recursos, ou seja, os direitos da empresa. O 
Passivo são as origens dos recursos, isto é, suas obrigações. Normalmente, colocamos os Ativos 
do lado esquerdo, e os Passivos e o Patrimônio Líquido ao lado direito do Balanço Patrimonial. A 
Figura 2, a seguir, ilustra esse esquema.
Administração do caixa 15
Figura 2 – Esquema do Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
Ativo Circulante
Ativo não Circulante
- Realizável a longo prazo
- Permanente
Passivo Circulante
Passivo não Circulante
Patrimônio Líquido
Fonte: Elaborada pelo autor.
Observando o esquema do Balanço Patrimonial, notamos, do lado esquerdo, as contas do 
grupo Ativo, que representam direitos da instituição, e, do lado direito, genericamente chamado de 
Passivo, as contas que representam suas obrigações; mais o Patrimônio Líquido, que também pode 
ser visto como uma obrigação da empresa para com seus sócios ou proprietários.
Por convenção das regras contábeis, colocamos as contas em ordem de liquidez, ou seja, 
aquelas que aparecem mais acima são as que têm prazos de disponibilidade ou exigibilidade mais 
curtos. Portanto, o Ativo Circulante representa direitos que podem estar disponíveis para serem 
utilizados mais rapidamente ou em prazos mais curtos que o Ativo não Circulante. Seguindo esse 
raciocínio, o Caixa, que representa a disponibilidade imediata de recursos da empresa, normalmente 
é a primeira conta contábil que aparece dentro do Ativo Circulante.
Ao lado direito, no Passivo, temos a mesma lógica, de tal forma que as obrigações que serão 
exigidas em prazos mais curtos aparecem mais acima e as de prazo mais longo, mais abaixo. O 
Patrimônio Líquido, que representa os recursos dos sócios ou proprietários, é uma das contas 
de maior prazo de exigibilidade, pois, como sabemos, em uma eventual liquidação da empresa, 
os sócios são os últimos a receber. A Figura 3, a seguir, ilustra a ordem de liquidez das contas do 
Balanço Patrimonial.
Figura 3 – Liquidez das contas no Balanço Patrimonial
Li
qu
id
ez
Li
qu
id
ez
Pr
az
o
Ativo Passivo
Ativo Circulante
Ativo não Circulante
- Realizável a longo prazo
- Permanente
Passivo Circulante
Passivo não Circulante
Patrimônio Líquido
Fonte: Elaborada pelo autor.
Compreender a configuração do Balanço Patrimonial é muito importante para que 
possamos entender e aplicar corretamente os conceitos financeiros. Para exemplificar um Balanço 
Patrimonial real, vejamos, na Tabela 3, o consolidado da Magazine Luiza S.A., referente ao dia 31 
de dezembro de 2018.
Administração do capital de giro16
Tabela 3 – Balanço Patrimonial consolidado da Magazine Luiza S.A. em 31 de dezembro de 2018, em 
R$ milhões2
ATIVO dez/18
ATIVO CIRCULANTE
Caixa e Equivalentes de Caixa 599,1
Títulos e Valores Mobiliários 409,1
Contas a Receber 2.051,6
Estoques 2.810,2
Partes Relacionadas 190,2
Tributos a Recuperar 303,7
Outros Ativos 48,5
Total do Ativo Circulante 6.412,4
ATIVO NÃO CIRCULANTE
Títulos e Valores Mobiliários 0,2
Contas a Receber 7,6
Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 181,0
Tributos a Recuperar 150,6
Depósitos Judiciais 349,2
Outros Ativos 34,2
Investimentos em Controladas 308,5
Imobilizado 754,3
Intangível 598,8
Total do Ativo não Circulante 2.384,4
TOTAL DO ATIVO 8.796,7
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO dez/18
PASSIVO CIRCULANTE
Fornecedores 4.105,2
Empréstimos e Financiamentos 130,7
Salários, Férias e Encargos Sociais 259,0
Tributos a Recolher 141,0
Partes Relacionadas 125,4
Tributos Parcelados –
Receita Diferida 39,2
Dividendos a Pagar 182,0
Outras Contas a Pagar 406,1
Total do Passivo Circulante 5.388,6
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Empréstimos e Financiamentos 325,2
Provisão para Riscos Tributários, Cíveis e Trabalhistas 387,4
Receita Diferida 391,0
Outras Contas a Pagar 1,7
Total do Passivo não Circulante 1.105,3
TOTAL DO PASSIVO 6.493,9
2 Em milhões de reais.
(Continua)
Administração do caixa 17
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO dez/18
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 1.719,9Reserva de Capital 52,2
Ações em Tesouraria (87,0)
Reserva Legal 65,6
Reserva de Retenção de Lucros 546,9
Ajuste de Avaliação Patrimonial 5,3
Lucros Acumulados –
Total do Patrimônio Líquido 2.302,9
TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 8.796,7
Fonte: Magazine Luiza S.A., 2019, p. 13.
Ao avaliar o Balanço Patrimonial da Magazine Luiza S.A., notamos com facilidade essa 
estruturação das contas por ordem de liquidez, bem como a separação entre os grupos do Ativo 
(bens e direitos), do Passivo (obrigações) e do Patrimônio Líquido.
Além do Balanço Patrimonial, outra demonstração contábil de suma importância é 
o Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE). O DRE representa os resultados dos 
lucros obtidos pela empresa ou organização, em determinado período. Nesse sentido, quando 
falamos de exercício, nos referimos a um período, mês ou ano, por exemplo. Normalmente, 
esses demonstrativos são elaborados tomando por base exercícios, ou seja, períodos mensais, 
trimestrais ou anuais.
O DRE é o relatório no qual se verifica a apuração dos lucros da instituição. O relatório segue 
uma estrutura lógica, sendo que as receitas aparecem na primeira linha, logo depois os custos e tributos 
mais vinculados às receitas, seguido das despesas e, por fim, o lucro. Assim, um DRE trata das contas 
de resultado, pois é a partir dessas movimentações que se medem os resultados da empresa, ou seja, 
o lucro em caso de resultado positivo, ou o prejuízo em caso de resultado negativo.
Para se compreender o DRE, imagine que ele seja como um filme sobre o desempenho da 
companhia ao longo do ano ou de um certo período. Vejamos, na Tabela 4, a seguir, o DRE da 
Magazine Luiza S.A., referente ao quarto trimestre de 2018.
Tabela 4 – DRE da Magazine Luiza S.A. referente ao quarto trimestre de 2018 em R$ milhões
DRE CONSOLIDADO (em R$ milhões) 4T18
Receita Bruta 5.598,5
Impostos e Cancelamentos (988,0)
Receita Líquida 4.610,5
Custo Total (3.314,4)
Lucro Bruto 1.296,2
Despesas com Vendas (775,0)
Despesas Gerais e Administrativas (181,4)
(Continua)
Administração do capital de giro18
DRE CONSOLIDADO (em R$ milhões) 4T18
Perda em Liquidação Duvidosa (16,6)
Outras Receitas Operacionais, Líquidas 15,7
Equivalência Patrimonial 14,7
Total de Despesas Operacionais (942,7)
EBITDA 353,5
Depreciação e Amortização (41,0)
EBIT 312,5
Resultado Financeiro (90,7)
Lucro Operacional 221,8
IR / CS (32,1)
Lucro Líquido 189,6
Fonte: Magazine Luiza S.A., 2019, p. 12.
Note que temos, na primeira linha, a receita das vendas obtidas pela Magazine Luiza S.A. 
no quarto trimestre de 2018. Diferentemente do Balanço Patrimonial do dia 31 de dezembro de 
2018, que apresentamos na Tabela 3, o DRE se refere aos resultados obtidos do total produzido 
pela empresa entre o dia 1 de outubro de 2018 até o dia 31 de dezembro de 2018, ou seja, no 
quarto trimestre de 2018. Desse modo, o volume de vendas alcançado nesses três meses foi de 
R$ 5.598,50 milhões.
Após a receita bruta, temos a dedução dos impostos incidentes da receita bruta e das 
devoluções e cancelamentos da receita para, após essas deduções, obtermos a receita líquida, que 
é a receita efetiva obtida pela instituição. Depois da receita líquida, temos os custos dos produtos 
vendidos (ou serviços), que foram vendidos pela empresa (e que compõem a receita líquida) no 
período abrangido pelo DRE e, agora, são deduzidos da receita para se chegar ao lucro bruto.
Após o lucro bruto, temos as despesas operacionais e o resultado financeiro para, então, 
chegarmos ao lucro operacional. Por fim, deduzindo-se o imposto de renda e a contribuição social, 
indicados por IR/CS, chegamos ao lucro líquido.
Observe que as contas de resultado vão sendo apresentadas nesse demonstrativo em ordem 
de proximidade com a operação, ou seja, com a natureza do negócio. Desse modo, primeiro 
aparecem as receitas, depois os custos, pois são gastos mais correlacionados com a operação central 
da empresa. Depois, despesas cada vez menos relacionadas com a atividade principal e, por fim, 
o lucro líquido, que é uma medida de desempenho, isto é, uma medida dos resultados alcançados 
no quarto período.
Você poderá encontrar diferentes formas de apresentação do Balanço Patrimonial e do DRE 
das companhias, mas todos seguirão a estrutura aqui apresentada.
Administração do caixa 19
1.3 Contas a pagar e contas a receber
Uma vez que você já compreendeu os principais demonstrativos contábeis que 
utilizamos na gestão financeira, comecemos agora a falar sobre alguns controles financeiros 
igualmente importantes.
O controle de contas a pagar e de contas a receber são importantes para que se tenha 
uma visão dos pagamentos e dos recebimentos futuros da organização. Como o próprio nome 
sugere, o controle das contas a pagar é uma relação das contas a serem pagas pela empresa 
e controlá-las é fundamental para a vida saudável de qualquer negócio. Isso pode envolver 
operações muito simples, como pagar a conta de energia elétrica todos os meses, mas também 
operações que exigem maior nível de informação como, por exemplo, não esquecer de pagar a 
conta do seu fornecedor que vencerá em quatro meses ou os impostos sobre suas vendas que 
devem ser pagos todo dia 20.
Definindo, contas a pagar é o conjunto de recursos financeiros que estarão comprometidos 
em algum momento no futuro para pagamento de dívidas da instituição. Os tipos de documentos 
que são utilizados para pagamento são a nota fiscal de compra ou de prestação de serviço, 
acompanhada ou não de boletos bancários, cheques pré-datados, carnês ou compras “fiado”, 
contratos de fornecimento, cartão de crédito etc. (ALTHAUS JUNIOR, 2018).
Para uma gestão eficiente das contas a pagar, cada compromisso financeiro deve ser 
controlado e gerenciado. Fazendo esse trabalho de maneira inteligente, o próprio controle de 
contas a pagar poderá ser integrado com outras informações para, assim, formar o fluxo de caixa 
da organização. Quando ocorre um bom controle dessas contas, cada compromisso financeiro 
deve possuir o registro das seguintes informações:
• Credor: é o nome do fornecedor que emitiu o documento, ou seja, para quem devemos;
• Tipo: é a identificação do tipo de documento emitido pelo fornecedor;
• Número do documento: é o número do documento, se houver, por exemplo, o número 
de uma nota fiscal;
• Banco: é o banco ao qual pertence o documento emitido, se houver;
• Data de emissão: é a data de emissão do documento, geralmente é a data em que foi 
efetuada a compra;
• Data de vencimento: é a data em que o valor deverá ser pago ao fornecedor;
• Data de pagamento: é a data em que o pagamento foi, de fato, realizado;
• Valor do documento: é o valor correspondente ao documento;
• Valor pago: é o valor efetivamente pago;
• Observações: anotações adicionais para facilitar a cobrança ou o entendimento de cada 
situação particular.
Administração do capital de giro20
Cada um desses itens ou informações ajuda a organizar os controles financeiros em tabelas, 
planilhas ou em programas (softwares) específicos. São itens importantes, que ajudarão na 
elaboração do planejamento financeiro, o qual veremos nos próximos capítulos. Veja na Tabela 5, 
a seguir, um exemplo de controle de contas a pagar.
Tabela 5 – Exemplo de controle de contas a pagar
Nome da empresa Mês/Ano: janeiro/20xx
Credor Tipo Número do documento Banco
Data de 
emissão
Data de 
vencimento
Data de 
pagamento
Valor do 
documento Valor pago Observações
Ferragens 
XYZ
Boleto 1234
Banco do 
Brasil
09/01/20xx 24/01/20xx 26/01/20xx R$ 156,00 R$ 156,00
Vencimento 
no sábado.
Loja 
Felicidade
Cheque 
pré-
datado
12455
Caixa 
Econômica 
Federal
10/01/20xx 27/01/20xx 27/01/20xx R$ 234,00 R$ 234,00
Fornecedora 
AAA
Boleto 1653 Bradesco 12/01/20xx 27/01/20xx 27/01/20xx R$ 378,00 R$ 378,00
Fornecedora 
AAA
Boleto 1654 Bradesco 13/01/20xx 28/01/20xx 28/01/20xx R$ 414,00 R$ 414,00
Fornecedora 
AAA
Boleto 1655 Bradesco 16/01/20xx 31/01/20xx R$ 392,00
FornecedoraAAA
Boleto 1689 Bradesco 17/01/20xx 17/02/20xx R$ 892,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
Da mesma forma que as contas a pagar, as contas a receber representam recebimentos futuros 
da instituição e é importante que se tenha o controle desses recebimentos para planejar pagamentos, 
investimentos e outros gastos, além de programar ações de cobrança, quando for o caso.
Em geral, a tarefa de controlar as contas a receber tende a ser mais fácil, pois o objetivo é 
ter uma visão dos valores que a empresa tem a receber, e isso geralmente obtém maior atenção 
dos gestores, muito embora com o crescimento da companhia, cresce também a complexidade 
dessa tarefa. Além disso, um bom controle das contas a receber ajuda a prever necessidades futuras 
de dinheiro e permite uma cobrança mais ágil, melhorando a saúde financeira do negócio.
Definindo, contas a receber é o conjunto de recursos financeiros que estarão disponíveis para 
o uso da organização, em algum momento no futuro. Os tipos de documentos utilizados para cobrar 
e receber os valores das vendas são a nota fiscal (com recebimento por depósito – “DOC” ou “TED”– 
na conta da empresa), emissão de boleto bancário, aceite de cheque pré-datado, venda a crédito (a 
prazo), cartão de crédito (mais usado em negócios comerciais) etc. (ALTHAUS JUNIOR, 2018).
Partindo do pressuposto que a empresa possui contas a receber, isso significa que ela concedeu 
prazo para pagamento a seus clientes. Mas quando os recebimentos das vendas são à vista, não há 
contas a receber, pois o valor já foi imediatamente embolsado. Em um bom controle dessa contas, 
cada recebível financeiro da entidade deve possuir o registro das seguintes informações:
• Devedor: é o nome do cliente que fará o pagamento, ou seja, aquele que deve.
• Tipo: é a identificação do tipo de documento utilizado para cobrança.
Administração do caixa 21
• Número do documento: é o número do documento, se houver, por exemplo, o número 
da nota fiscal ou do boleto.
• Banco: é o banco ao qual pertence o documento, se houver.
• Data de emissão: é a data de emissão do documento, geralmente é a data em que foi 
efetuada a venda.
• Data de vencimento: é a data em que o valor deve se tornar disponível.
• Data de recebimento: é a data em que o valor realmente se tornou disponível.
• Valor do documento: é o valor correspondente ao documento.
• Valor recebido: é o valor efetivamente recebido pelo documento.
• Observações: anotações adicionais para facilitar a cobrança ou o entendimento de 
situações particulares.
Cada um desses itens ou informações cria as bases, ou seja, cria as condições para que 
se possa organizar os controles financeiros da entidade em tabelas, planilhas ou em programas 
(softwares) específicos. Eventualmente, alguns desses itens podem ser dispensáveis e outros podem 
ser necessários. Isso é válido tanto para o controle de contas a receber como para o controle de 
contas a pagar. No entanto, a maioria deles ajuda na elaboração do planejamento financeiro da 
empresa, conforme veremos em capítulos futuros. Veja na Tabela 6, a seguir, um exemplo de 
controle de contas a receber.
Tabela 6 – Exemplo de controle de contas a receber
Nome da Empresa Mês/Ano: janeiro/20xx
Devedor Tipo
Número do 
documento
Banco
Data de 
emissão
Data de 
vencimento
Data de 
recebimento
Valor do 
documento
Valor 
recebido
Observações
Sr. 
Adélcio
Boleto 1234
Banco do 
Brasil
05/01/20xx 25/01/20xx 26/01/20xx R$ 324,00 R$ 324,00
Vencimento 
no domingo
Indústria 
XYZ
Boleto 1235
Banco do 
Brasil
09/01/20xx 25/01/20xx 27/01/20xx R$ 532,00 R$ 542,64
Sr. João
Cheque 
pré-datado
33131 Itaú 12/01/20xx 27/01/20xx 28/01/20xx R$ 246,00 R$ 246,00
Sra. 
Adriana
Visa –
Caixa 
Econômica 
Federal
15/01/20xx 15/02/20xx R$ 389,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
Obviamente, com os recursos de informática atuais, é fácil elaborar planilhas de controle 
para as contas a receber e para as contas a pagar, ou até mesmo utilizar sistemas financeiros que 
possuam esses recursos, eliminando a dependência do controle de documentos físicos (que podem 
ser extraviados), aumentando a segurança e a qualidade da gestão.
O importante é compreender que os controles dos valores a receber e a pagar devem possuir 
essas informações e facilidades de busca e pesquisa de fornecedores, clientes, valores, número da 
nota fiscal ou da fatura e outras possibilidades, de acordo com as necessidades do negócio, sejam 
eles manuais ou informatizados por sistemas, planilhas ou por qualquer outro recurso.
Administração do capital de giro22
1.4 Estoques
Os estoques são parte essencial das operações, especialmente de empresas comerciais e 
industriais. Negócios que envolvam a prestação de serviços normalmente não necessitam estoques, 
muito embora diversos tipos de prestação de serviços envolvam também a utilização de alguns 
insumos que devem estar disponíveis nos estoques da instituição.
A utilização dos estoques pode afetar o caixa, pois com as movimentações e o consumo dos 
estoques, definem-se os momentos de compra que, inevitavelmente, refletirão nas contas a pagar 
e, por sua vez, no caixa.
Por serem considerados ativos com grau de liquidez relativamente alta, os estoques figuram 
no Ativo Circulante e podem representar uma parcela significativa desse ativo, provocando custos 
financeiros e despesas operacionais diversos.
A quantidade de itens em estoque é o resultado de suas compras em algum momento, e a 
utilização desses itens, sejam eles materiais ou insumos, deve estar relacionada com a produção 
e com as vendas. Então, se os estoques giram rapidamente, isso significa que a companhia está 
comprando produtos em um ritmo alinhado à sua produção e/ou às suas vendas. Quando os itens 
ficam muito tempo em estoque, esperando para serem utilizados, isso significa que a empresa 
comprou em quantidades desalinhadas desses ritmos.
Desse modo, o administrador financeiro deve manter um controle rígido sobre os estoques, 
de modo que seja preservada a capacidade financeira do negócio e maximizado o retorno dos 
recursos investidos.
O conceito de giro rápido ou giro lento de estoque depende de cada companhia e dos negócios 
que explora. Alguns tipos de negócios têm, intrinsecamente, um tempo maior de produção e/ou de 
conversão do estoque em vendas e, por isso, terão maiores períodos de tempo de itens em estoque, 
por razões como volume mínimo de compras, tempo de fornecimento, entre outros.
É importante compreender que quando um item fica em estoque, ele representa dinheiro 
parado a espera de aplicação na produção ou nas vendas para render, sendo que, muitas vezes, 
esses itens já estão pagos. Nesse tipo de situação, a companhia está demorando mais tempo do que 
o necessário para fazer render o dinheiro gasto com os estoques, ou seja, a rentabilidade será mais 
baixa quanto mais lento for o giro do estoque (ALTHAUS JUNIOR, 2018).
Para que se possa manter estoques mais elevados e/ou trabalhar com giros mais lentos, os 
valores pagos devem compensar essa diminuição da rentabilidade, seja por conseguir descontos na 
compra de maiores quantidades a fim de reduzir riscos de desabastecimento ou por maior diluição 
dos custos de transporte, barateando o frete de entrega.
A administração financeira precisa manter sempre o equilíbrio entre os aspectos 
operacionais e financeiros, zelando para que a operação não seja prejudicada por desabastecimento 
de algum item necessário, mantendo níveis de estoques de segurança para isso, e, por outro lado, 
maximizando a rentabilidade dos valores investidos em estoque, fazendo com que seu giro seja 
o mais alto possível.
Administração do caixa 23
Podemos dizer que existem alguns custos e riscos na manutenção de estoques. De acordo 
com Braga (1989), são estes:
• Custos de capital: correspondem aos recursos financeiros investidos nos materiais e 
produtos estocados e nos equipamentos utilizados para armazenagem e movimentação 
física. Em outras palavras, seria a rentabilidade “perdida” pela aplicaçãodesses recursos 
(dinheiro) nos estoques e na infraestrutura de armazenagem e movimentação.
• Custos das instalações: envolvem a manutenção da infraestrutura de armazenagem e 
de movimentação física destinada aos estoques. São os gastos com aluguéis, barracões, 
galpões, prédios, empilhadeiras, caminhões, taxas públicas (como IPTU), seguro das 
instalações, entre outros.
• Custos dos serviços: são os gastos com o trabalho de gerenciar e movimentar o estoque 
em si. São gastos com mão de obra, encargos, controles administrativos, seguros dos itens 
estocados etc.
• Riscos da estocagem: estão mais ligados à obsolescência, deterioração, furtos e roubos, 
variação nos preços dos estoques, entre outros.
Falamos dos riscos e dos custos dos estoques, mas, obviamente, é fácil perceber que não 
mencionamos o preço dos itens em estoque. Assim, além dos custos e riscos acima mencionados, 
não podemos nos esquecer que há o custo de compra dos itens que estão em estoque e, normalmente, 
ele é composto do preço de compra, despesas de entrega e despesas tributárias.
Uma vez que os itens de estoque, sejam eles matérias-primas, insumos, ou produtos acabados, 
estejam dentro da empresa, começam a ocorrer os demais custos associados à transformação e/ou 
preparação para venda, além daqueles acima mencionados.
Considerando os custos envolvidos nos estoques, o tempo que demora desde a entrada 
de um determinado item na instituição até sua saída na forma de venda de produto final é fator 
importante não só na determinação e no impacto dos custos desses estoques na rentabilidade do 
negócio, mas também na gestão das disponibilidades financeiras, ou seja, na gestão do caixa.
Uma das formas de medir essa velocidade é pelo giro dos estoques. A fórmula de se calcular 
o giro médio global dos estoques é:
Giro dos estoques = 
custo dos produtos vendidos
saldo médio dos estoques
O resultado dessa fórmula nos dirá o número de vezes que o estoque “girou” em determinado 
período, que corresponderá ao mesmo período de estimação do custo dos produtos vendidos e do 
saldo médio dos estoques. Outro ponto relevante é o prazo médio de estocagem, ou seja, a idade 
média dos estoques. Essa estimativa se dá por uma das seguintes fórmulas:
Administração do capital de giro24
Idade média do estoque = saldo médio do estoque × número de dias do período
custo dos produtos vendidos
Idade média do estoque = 
número de dias do período
giro dos estoques
O resultado da fórmula anterior, a idade média dos estoques, dirá o número médio de dias 
que um item fica estocado na entidade, desde a sua entrada até sua venda. O saldo médio do 
estoque, o custo dos produtos vendidos e o número de dias devem todos se referir ao mesmo 
intervalo de tempo. Podemos simplificar essa fórmula, substituindo a razão entre o saldo médio 
dos estoques e os custos dos produtos vendidos pelo giro dos estoques.
Embora tenhamos apresentado duas fórmulas para a idade média dos estoques, note 
que, na verdade, temos uma mesma fórmula apresentada de duas maneiras distintas. Veja essa 
dedução a seguir:
Idade média do estoque = saldo médio do estoque × número de dias do período
custo dos produtos vendidos
Idade média do estoque = saldo médio do estoque
custo dos produtos vendidos
 × número de dias do período
Idade média do estoque = 
1
custo dos produtos vendidos 
saldo médio do estoque
 × número de dias do período
Lembre-se de que:
Giro dos estoques = 
custo dos produtos vendidos
saldo médio dos estoques
Idade média do estoque = 1
giro dos estoques
 × número de dias do período
Idade média do estoque = número de dias do período
giro dos estoques
Caso você quisesse estimar a idade média do estoque de uma empresa que teve, em um 
determinado ano, um custo dos produtos vendidos de R$ 500 mil e o saldo médio dos estoques 
foi de R$ 160 mil no mesmo ano, o giro dos estoques e a idade média dos estoques ficariam assim:
Giro dos estoques = 
custo dos produtos vendidos
saldo médio dos estoques
 = 
500.000
160.000
 = 3,125 vezes
O estoque girou 3,125 vezes no ano.
Administração do caixa 25
Idade média do estoque = 
número de dias do período
giro dos estoques
 = 
360
3,125
 = 115,2 dias
Considerando um ano com 360 dias, o tempo médio que o item ficou no estoque foi de 115,2 
dias no ano.
Em geral, quanto menor o estoque, mais rápido será seu giro e mais constantes serão os 
pagamentos aos fornecedores. A tendência é que esses pagamentos sejam frequentes, mas com 
valores mais baixos.
Em contrapartida, quanto maior o estoque, mais lento será seu giro e mais inconstantes serão 
os pagamentos a fornecedores. A tendência é que haja pagamentos espaçados e de valores mais altos. 
Estoques maiores exigem maior investimento em capital de giro e, em geral, são sujeitos a maiores 
perdas por desperdício ou vencimento do produto. Isso será tratado nos próximos capítulos.
Os estoques podem ser divididos em três tipos:
• Estoque de insumos e matérias-primas: são os itens estocados da forma como foram 
comprados, sem nenhum ou com o mínimo de tratamento ou preparação.
• Estoque de produtos em elaboração: são as matérias-primas e os insumos durante o 
processo produtivo, mas antes do produto ficar pronto para comercialização.
• Estoque de produtos acabados: é o produto já pronto e preparado para comercialização.
Saber qual é exatamente a quantidade, o tempo necessário, as condições e o momento certo 
de efetuar compras para repor ou ampliar os níveis de estoque são aspectos importantes da gestão de 
suprimentos de qualquer negócio, e isso afeta consideravelmente o tempo e a quantidade de produtos 
que ficarão no seu estoque ao longo de determinado período – um ano, por exemplo.
Então, a boa gestão do caixa também passa pelo adequado controle dos estoques, 
especialmente otimizando a relação entre os prazos de fornecimento, o giro do estoque e os prazos 
de pagamento, além das quantidades adquiridas.
É fácil perceber que gerir estoque não é algo trivial, então, caso seja necessário, você pode 
complementar seus estudos com materiais sobre gestão de suprimentos, de modo a obter detalhes 
de como estimar com precisão os custos, a quantidade e o momento adequado de se fazer um 
pedido para reposição dos estoques, entre outros interesses.
1.5 Fluxos de caixa
Como já sabemos, o caixa diz respeito à disponibilidade de recursos financeiros para 
utilização imediata. Fluxo é uma palavra que nos dá a ideia de movimento, de uma quantidade se 
movimentando ao longo do tempo. Então, fluxo de caixa significa a movimentação do caixa, ou 
seja, da disponibilidade financeira ao longo do tempo.
Administração do capital de giro26
A questão agora é entender o que pode ser considerado dinheiro e o quão imediato deve 
ser sua disponibilidade para que seja considerado caixa. Ao substituirmos a palavra caixa pelo 
termo caixa e equivalente de caixa, começamos a visualizar alternativas de como acumular saldos 
de caixa sem que fiquem completamente parados na conta bancária sem sofrer rendimento. O 
critério adequado para que esse tipo de recurso possa ser considerado caixa é a liquidez do recurso.
Conforme vimos, liquidez é a velocidade ou o tempo necessário para que um Ativo (recurso 
financeiro, investimento, bem, direito etc.) seja transformado em dinheiro, ou seja, utilizado para 
pagamento dos compromissos da empresa. Por exemplo, dinheiro em espécie é um Ativo com 
altíssima liquidez, podemos utilizá-lo imediatamente para pagar uma conta. Já um terreno e um 
veículo têm liquidez mais baixa, pois precisamos vendê-los e receber o valor da venda para, só 
então, utilizarmos o recurso para efetuar o pagamento de compromissos. Podem ser considerados 
como caixa os seguintes instrumentos:
• dinheiro em espécie;
• moeda estrangeira em espécie;
• saldos em conta-corrente bancária;
• depósitos em poupança;
• aplicações com liquidez diária;
• títulos da dívida pública (por exemplo, tesouro direto);
• títulos do mercado financeiro (ações, opções, futuros);
• algunstipos de debêntures;
• outros ativos com alta liquidez.
O critério utilizado para o grau de liquidez, que faz com que um Ativo seja considerado 
caixa, é variável e depende de cada gestor. Normalmente, recomendamos que sejam considerados 
como caixa os ativos que podem ser transformados em dinheiro em até três dias úteis.
Então, o fluxo de caixa trata de como o caixa estará disponível para utilização pela empresa 
ou organização ao longo do tempo. Estabelecer essa previsão não é tarefa fácil e envolve uma série 
de informações para que o gestor financeiro possa elaborar o fluxo de caixa.
Althaus Junior (2018) explica que para se elaborar um fluxo de caixa são necessárias algumas 
informações sobre o funcionamento da instituição, a relação entre as variáveis desse funcionamento, 
os prazos ou tempos que ocorrem e como terão impacto nos movimentos de entradas e saídas de 
dinheiro da organização. Essas informações podem ser sintetizadas nos quatro grandes itens:
• contas a pagar;
• contas a receber;
• conhecimento dos ciclos operacionais e de caixa;
• orçamento ou planejamento financeiro.
Administração do caixa 27
Com base nesses quatro grupos de informações, é possível construir um eficiente sistema de 
gestão do fluxo de caixa da entidade que será capaz de integrar informações de toda a companhia. 
Veremos esse sistema completo de planejamento financeiro e gestão do fluxo de caixa mais 
adiante. Vamos, agora, entender melhor o que é o fluxo de caixa com base nas informações, que já 
conhecemos, das contas a pagar e das contas a receber.
O Fluxo de Caixa é um relatório financeiro que apresenta o comportamento esperado do 
caixa de uma determinada empresa ou organização ao longo de um período. Geralmente, falamos 
em semanas, meses, trimestres, semestres e anos. Esse relatório pode ser entendido como uma 
planilha ou uma tabela que apresenta as datas (dias, semanas ou meses) e as respectivas entradas e 
saídas de caixa nessas datas. As entradas de caixa correspondem aos recebimentos de dinheiro do 
negócio, ou seja, suas contas a receber, mais recebimentos de vendas à vista, mais outras entradas 
de recursos. As saídas de caixa, por sua vez, correspondem aos desembolsos, ou seja, suas contas a 
pagar, mais pagamentos à vista, mais outras saídas de recursos.
Assim, o Fluxo de Caixa é um formulário de controle que permite sintetizar todas as 
informações de entradas e saídas de dinheiro em um determinado período. É, desse modo, uma 
poderosa ferramenta para auxílio nas tomadas de decisão e seu principal objetivo é prover uma 
visão mais clara do futuro das disponibilidades financeiras da entidade. Com isso, pode-se tomar 
melhores decisões no presente e agir antecipadamente a fim de resolver problemas de falta de 
dinheiro ou aplicar, satisfatoriamente, possíveis sobras de recursos.
Observe o comportamento hipotético do saldo de caixa de uma determinada instituição 
na Figura 4, a seguir. Nela temos o saldo de caixa no eixo vertical e seu comportamento ao longo 
do tempo.
Figura 4 – Saldo de caixa ao longo do tempo
0
Tempo
$
Fonte: Elaborada pelo autor.
Na Figura 4, vemos a variação do caixa, com altos e baixos, chegando a ficar negativo em 
alguns períodos. Veja novamente como isso ocorre na Figura 5, agora com dois destaques:
Administração do capital de giro28
Figura 5 – Saldo de caixa ao longo do tempo com dois destaques
0
Tempo
$
Entradas < Saídas
Entradas > Saídas
Fonte: Elaborada pelo autor.
No período destacado com as linhas pontilhadas, notamos que houve uma redução do saldo 
de caixa ao longo do tempo e isso ocorreu porque nele as saídas foram maiores que as entradas, 
levando a empresa a ficar com saldo negativo no fim do período.
No período demarcado em traço normal, notamos que houve um aumento do saldo de caixa 
ao longo do tempo, e isso ocorreu porque nesse período as saídas foram menores que as entradas, 
levando a organização a ficar com saldo positivo no fim do período.
Para que possamos ter essa visão antecipada do comportamento do saldo de caixa, precisamos 
articular nossos controles de contas a pagar, de contas a receber, e outras previsões financeiras do 
negócio. Veja, na Tabela 7, um exemplo de fluxo de caixa semanal.
Tabela 7 – Exemplo de planilha de fluxo de caixa semanal 
Nome da Empresa Mês/Ano: janeiro/20xx
Descrição
 Semana 01 Semana 02 Semana 03 Semana 04
Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado
1.Entradas
Recebimento 
de vendas à 
vista
 R$ 650,00 R$ 1.300,00 R$ 650,00 R$ 300,00
Recebimento 
de vendas a 
prazo
 R$ 1.500,00 R$ 1.600,00 R$ 300,00 R$ 300,00
Outras 
entradas
 R$ 350,00
Total das 
entradas (1)
 R$ 2.150,00 – R$ 2.900,00 – R$ 950,00 – R$ 950,00 –
2. Saídas
Compras à 
vista
 R$ 900,00
Pagamento 
de compras a 
prazo
 R$ 647,00 R$ 1.670,00 R$ 1.276,00
(Continua)
Administração do caixa 29
Nome da Empresa Mês/Ano: janeiro/20xx
Descrição
 Semana 01 Semana 02 Semana 03 Semana 04
Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado
2. Saídas
Pagamento de 
despesas
 R$ 539,00 R$ 1.178,00
Total de saídas 
(2)
R$ 2.086,00 – R$ 2.848,00 – R$ 1.276,00 – – –
Saldo Inicial (3) – – R$ 64,00 – R$ 116,00 –
 R$ 
(210,00)
–
+ Entradas (1) R$ 2.150,00 – R$ 2.900,00 – R$ 950,00 – R$ 950,00 –
(-) Saídas (2) R$ 2.086,00 – R$ 2.848,00 – R$ 1.276,00 – – –
= Saldo de 
caixa final (3 + 
1 - 2)
R$ 64,00 – R$ 116,00 – R$ (210,00) – R$ 740,00 –
Fonte: Elaborada pelo autor.
A Tabela 7 mostra um exemplo de fluxo de caixa semanal, com valores hipotéticos, no 
qual as previsões são colocadas em valores esperados conforme os controles de contas a pagar e a 
receber (pagamentos e recebimentos a prazo), e as previsões de pagamentos e recebimentos à vista 
que podem ocorrer.
À medida que o tempo for passando e as contas forem sendo pagas, os valores vão aparecendo 
na coluna realizado, e, enquanto são apenas previsões, ficam na coluna previsto. No final de cada 
semana, teremos as duas colunas (previsto e realizado) preenchidas.
Por meio desse entendimento, podemos perceber que o fluxo de caixa é um relatório 
dinâmico, que deve ser atualizado frequentemente. O ideal é que a atualização do fluxo de caixa 
seja diária, ou, no máximo, semanal.
A importância desse instrumento reside no fato de que ele permite ao gestor financeiro 
antecipar necessidades de recursos financeiros e agir antecipadamente em caso de previsões que 
mostrem saldos negativos a frente. É fácil entender que, na realidade, nosso saldo de caixa nunca 
é negativo. Quando dizemos que o saldo está negativo, é porque, na verdade, estamos em dívida 
(se for algo realizado) ou teremos que assumir uma dívida (se for algo previsto) para podermos 
pagar os compromissos.
De modo mais direto, previsões de saldos negativos indicam que não teremos dinheiro 
suficiente para cumprirmos os compromissos, ou seja, não conseguiremos efetuar todos os 
pagamentos, sendo o valor negativo do saldo de caixa previsto como o montante de dinheiro 
que irá faltar.
Administração do capital de giro30
O fluxo de caixa pode ser feito, também, diariamente, dependendo da necessidade da 
companhia. Em geral, fluxos de caixa diários são mais úteis para a gestão e, por essa razão, vistos 
com mais frequência no cotidiano das empresas e organizações. Falaremos mais detalhadamente 
sobre como elaborar orçamentos de caixa, ou seja, sobre previsões de fluxos de caixa, nos próximos 
capítulos desta obra.
Considerações finais
Como vimos, a administração do caixa é essencial para a solvência das instituições, pois é por 
meio do saldo em caixa, ou seja, dos recursos disponíveis para uso, que as empresas e organizações 
são capazes de saldar seus compromissos financeiros.
Assim, se faz necessário compreender como as disponibilidades de recursos estão 
representadas nas principais demonstrações contábeis utilizadas pelos administradores financeiros.
Com base nesse entendimento, é possível manter controlesno negócio para pagamentos e 
recebimentos, bem como para as necessidades de compras e manutenção de estoques. Desse modo, 
com a elaboração do fluxo de caixa da empresa, o gestor financeiro pode ter uma visão antecipada 
das necessidades futuras, das disponibilidades de que precisará para cumprir compromissos, 
tomando ações para manter sempre saldos positivos de caixa.
Ampliando seus conhecimentos
Acesse o site de relações com investidores da Magazine Luiza S.A. e baixe as demonstrações 
financeiras para você avaliar os temas estudados neste capítulo.
• MAGAZINE LUIZA S.A. Demonstração de resultados do quarto trimestre de 2018 (em 
IFRS). Disponível em: https://ri.magazineluiza.com.br/#3t Acesso em: 12 ago. 2019.
Assista ao vídeo do Sebrae e aprenda a importância de separar as despesas e custos da 
entidade dos gastos pessoais, problema bastante comum em empresas pequenas ou com 
pouca estrutura administrativa.
• ADMINISTRAÇÃO – contas pessoais versus contas empresariais. 2015. Publicado 
pelo canal Sebrae SP. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?time_
continue=15&v=MhdDFwP6G6E Acesso em: 13 ago. 2019.
Acesse o site do Sebrae e baixe a planilha modelo de fluxo de caixa. Veja como as contas 
são organizadas e como está estruturada a planilha, com as contas que representam as 
movimentações financeiras de entradas e saídas de caixa da empresa, como estudamos 
neste capítulo.
• SEBRAE. Planilha ajuda a fazer fluxo de caixa da sua empresa. Brasília, 2019. Disponível 
em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosFinancas/planilha-
ajuda-a-fazer-fluxo-de-caixa-da-sua-empresa,adf8d53342603410VgnVCM100000b2720
10aRCRD Acesso em: 13 ago. 2019.
Administração do caixa 31
Atividades
1. Diante do que estudamos neste capítulo, qual é o saldo mínimo possível que podemos ter 
em caixa?
2. Gilberto está elaborando um controle de contas a pagar e a receber e possui diversos 
pagamentos. Ajude-o a estruturar esse controle totalizando as contas a pagar e a receber em 
cada dia e também em cada mês.
Data Evento Credor / Devedor Valor
01/03/20x1 Venda de 10 produtos A, D+2. Moinho Pluma R$ 440,00
05/03/20x1 Guia de imposto, vencimento 20/03/20x1. Receita Federal R$ 500,00
15/03/20x1
Pedido n. 200, compra de mercadorias a prazo, 
30/45 e 60 dias, boletos Banco Itaú – valor total.
Distribuidora Dias R$ 1.110,00
15/03/20x1
Recebimento de mercadorias pagamento no 
vencimento em 07/04/20x1 – Boleto
Água Santa R$ 1.300,00
18/0320x1
Matéria-prima, vencimento em 28, 56 e 72 dias – 
valor total.
Casa Souza R$ 900,00
20/03/20x1 Venda de 100 produtos B, vencimento 15 dias. Indústria Moriá R$ 6.350,00
22/03/20x1
Venda de 500 caixas de produto C, vencimento 
28 dias.
Supermercado Carter R$ 17.500,00
25/03/20x1 Frete, pagamento à vista. Transportadora Antônio R$ 350,00
25/03/20x1
Venda de 250 caixas de produto C e 100 produtos 
B, vencimento 30/60.
Indústria Jobatar R$ 9.650,00
01/04/20x1 Compra de insumos, 28 dias. Ferragens JJ R$ 2.187,50
01/04/20x1
Venda de 50 produtos A e 30 produtos B, 
vencimento 52 dias direto.
Indústria Natureba R$ 4.100,00
02/04/20x1 Salários, pagamento 5º dia útil, 06/04/20x1. Funcionários R$ 6.500,00
10/04/20x1
Compra de mercadorias, vencimento 30 dias/45 
dias – valor total.
Distribuidora Dias R$ 2.500,00
16/04/20x1 Venda 800 produtos B, 15 dias. Indústria Hermann R$ 51.220,00
25/04/20x1 Venda de 400 caixas de produto C, 21 dias. Distribuidora HTa R$ 14.000,00
05/05/20x1
Venda de 300 produtos A, 50% em D+2 e 50% em 
21 dias.
Moinho Pluma R$ 13.200,00
3. Considere que você esteja com o saldo em caixa de R$ 1.000,00 no final do dia 28/02/20x1, e 
tem previsão dos eventos de contas a pagar e a receber indicados na Questão 2. Considerando 
apenas essas informações, qual seu saldo de caixa previsto para o final do mês de abril de 20x1?
Administração do capital de giro32
Referências
ALTHAUS JUNIOR, Adalto Acir. Gestão: fluxo de caixa. Curitiba: SENAR AR/PR, 2018.
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas, 1989.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 10. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004.
MAGAZINE LUIZA S.A. Demonstração de resultados do quarto trimestre de 2018 (em IFRS). Disponível em: 
https://ri.magazineluiza.com.br/#3t. Acesso em: 12 ago. 2019.
2
Administração do capital de giro
Já compreendemos as questões centrais, que servem de base para entender como deve ser 
feito o gerenciamento do caixa, por isso, agora é o momento de compreender as bases conceituais 
para o gerenciamento do capital de giro e, consecutivamente, de sua gestão.
Por envolver um processo contínuo de tomada de decisões voltadas, principalmente, para a 
preservação da liquidez da instituição e para a sua rentabilidade, a administração do capital de giro 
torna-se essencial para a saúde financeira e operacional das organizações.
2.1 Definição de capital de giro e sua relação com o caixa
O capital de giro é um item fundamental para a saúde de qualquer negócio, permitindo que a 
companhia desempenhe suas atividades operacionais e arque com seus compromissos financeiros 
no prazo correto, especialmente quando os prazos de recebimento das contas são desencaixados 
dos prazos de pagamentos das contas.
Mas o que é capital de giro? O capital de giro é aquele dinheiro, ou montante de recursos 
utilizados no “giro” das atividades do cotidiano de uma empresa ou organização. De modo mais 
formal, o capital de giro corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, os quais são 
compostos principalmente pelo caixa ou equivalentes de caixa, pelos estoques e pelas contas a 
receber. A Figura 1, a seguir, ilustra o capital de giro.
Figura 1 – Capital de giro
+
+
Caixa e bancos
Compras
Produção
Vendas
Estoques
Contas a receber
Fonte: Elaborada pelo autor.
Além dos ativos circulantes, em um sentido mais amplo, o capital de giro também é 
impactado pelos passivos circulantes. Assim, a administração do capital de giro está relacionada 
aos aspectos e problemas da gestão dos ativos e dos passivos circulantes, dando especial atenção 
para as inter-relações dos dois conjuntos de contas do Balanço Patrimonial.
Como vimos na Figura 1, o capital circula “girando” entre caixa, estoques, compras, produção, 
vendas e contas a receber, conferindo o nome de Ativo Circulante ao capital de giro. Dessa forma, 
fica fácil compreender que o capital de giro é composto também pelo caixa da empresa, que é um 
dos seus elementos.
Administração do capital de giro34
Pela natureza das contas do Ativo Circulante (AC), suas flutuações são geralmente grandes, 
sofrendo frequentes mutações entre seus grupos de contas. Atividades industriais, por exemplo, 
transformam estoques de matéria-prima em estoques de produtos em elaboração e, em um segundo 
momento, em estoques de produtos acabados. As vendas, por sua vez, transformam esse estoque 
de produtos acabados em valor em caixa ou em contas a receber, e essas somente se transformarão 
em caixa após a concretização do recebimento, estando sujeitas a atrasos e/ou perdas por falta de 
pagamento (inadimplência ou devoluções).
O Passivo Circulante (PC), por sua vez, é composto basicamente por dois tipos de passivos, os 
passivos onerosos e os não onerosos. Passivos não onerosos são compostos pelas fontes de recursos 
geradas pela atividade operacional, como fornecedores a pagar, salários a pagar, encargos e impostos 
a recolher etc. São, portanto, as contas a pagar da empresa, em um sentido mais amplo. Já os passivos 
onerosos são compostos por dívidas e financiamentos da companhia, e envolvem empréstimos de 
recursos financeiros e seus respectivos encargos (juros), por isso são onerosos. 
Ao considerarmos os passivos circulantes na composição do capital de giro, temos o capital 
de giro líquido, também chamado de capital circulante líquido (CCL), que é obtido por meio doseguinte cálculo:
CCL = AC - PC
Em que:
CCL = capital circulante líquido
AC = Ativo Circulante
PC = Passivo Circulante
A Figura 2, a seguir, traz uma representação visual do capital circulante líquido no Balanço 
Patrimonial de uma entidade.
Figura 2 – Representação do capital circulante líquido no Balanço Patrimonial
Ativo Circulante
• Caixa
• Bancos
• Estoques
• Contas a receber
• Demais contas
Ativo não Circulante
• Realizável a longo prazo
• Permanente
Passivo Circulante
• Fornecedores
• Salários a pagar
• Empréstimos
• Demais contas
ATIVO PASSIVO
Passivo não Circulante
• Exigível a longo prazo
• Dívidas de longo prazo
Patrimônio Líquido
Capital 
de giro 
líquido
Fonte: Elaborada pelo autor.
Administração do capital de giro 35
Normalmente, há maior assertividade nas estimativas dos pagamentos dos passivos circulantes, 
ou seja, dos gastos da organização para manter suas atividades. Esses pagamentos são praticamente 
exatos, pois referem-se a compromissos já firmados e a obrigações já contraídas pela empresa.
No entanto, com os ativos circulantes não ocorre a mesma coisa, pois não há uma perfeita 
sequência entre as três etapas que envolvem a conversão dos estoques em contas a receber e dessas 
em caixa, ou seja, em disponibilidades. A sincronização entre essas etapas dificilmente será perfeita, 
logo, existirão atrasos ou excessos na formação do estoque e na conversão em vendas, gerando, 
assim, as contas a receber.
As vendas dependem das ações e da atuação comercial da equipe, e, de certo modo, também 
dependem da economia. Além disso, inadimplência ou outras questões podem interferir no 
recebimento dessas vendas, caracterizando empecilhos para transformá-las em dinheiro para o 
caixa da companhia. Resumidamente, essas questões tornam maiores os riscos de assertividade nas 
estimativas da sequência das etapas dos ativos circulantes até o recebimento dos recursos em caixa.
O capital circulante líquido, dessa forma, representa o valor excedente do Ativo Circulante, 
que está livre após a quitação dos passivos circulantes, e pode ser considerado como uma média de 
folga financeira de curto prazo (BRAGA, 1989).
2.2 Fontes de capital de giro
Uma vez entendida a natureza do capital de giro, cabe discutir suas fontes, ou seja, a forma e 
a origem dos recursos que podem ser utilizados como capital de giro nas empresas e organizações 
de modo geral.
Sabe-se que, ao analisarmos o Balanço Patrimonial, notamos, no lado do Passivo (direito), 
as origens ou fontes de recursos; do lado esquerdo, lado do Ativo, temos as aplicações de recursos. 
Então, podemos dizer que as fontes do capital de giro correspondem, de maneira genérica, aos 
passivos aplicados no Ativo Circulante, conforme esquema da Figura 3.
Figura 3 – Balanço Patrimonial e fontes de aplicação em ativos circulantes
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante
Ativo não Circulante
• Realizável a longo prazo
• Permanente
Passivo Circulante
Passivo não Circulante
Patrimônio Líquido
Fonte: Elaborada pelo autor.
As fontes do capital de giro, ou seja, do Ativo Circulante, podem vir de qualquer um dos 
grupos do Passivo, seja do Circulante, do não Circulante ou do Patrimônio Líquido. As que têm 
Administração do capital de giro36
origem do Passivo Circulante podem ser divididas em duas categorias principais: fontes espontâneas 
de capital de giro e fontes de financiamento de curto prazo de capital de giro.
As fontes espontâneas consistem em fontes oriundas das atividades normais da empresa. 
Um exemplo muito simples são as contas a pagar resultantes de prazos de pagamentos obtidos com 
fornecedores. Nesse tipo de situação, ao obter prazos de pagamentos, a entidade está mantendo 
recursos em caixa ou equivalente de caixa, pois evita pagar o fornecedor no momento da compra, 
gerando uma conta a pagar que será contabilizada no Passivo Circulante. Nesse exemplo, a 
organização ficaria com um valor em caixa e com o produto adquirido em estoque, ambos no 
Ativo Circulante, e o valor das compras estaria no Passivo Circulante, que seria a fonte do capital 
de giro desse exemplo. Veja, a seguir, uma representação desse movimento no Balanço Patrimonial 
exemplificado na Figura 4.
Figura 4 – Fonte espontânea de capital de giro
ATIVO ATIVOPASSIVO PASSIVO
Ativo Circulante
Caixa: R$ 10.000,00
Ativo Circulante
Caixa: R$ 10.000,00
Estoques: R$ 4.000,00
Ativo não Circulante
Realizável a longo prazo
Permanente: R$ 90.000,00
Ativo não Circulante
Realizável a longo prazo
Permanente: R$ 90.000,00
Passivo Circulante Passivo CirculanteFornecedores: R$ 4.000,00
Passivo não Circulante Passivo não Circulante
Patrimônio Líquido
Capital Social: R$ 100.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social R$ 100.000,00
Situação 1 Situação 2
Fonte: Elaborada pelo autor.
A Figura 4 exemplifica duas situações patrimoniais em momentos ou datas distintas: na 
situação patrimonial 1, o negócio possui ativos circulantes que totalizam R$ 10 mil e todos estão 
disponíveis no caixa.
Imagine, agora, que a instituição adquiriu R$ 4 mil em produtos para revenda. Na situação 
2, é mostrada essa aquisição feita mediante concessão de prazo de pagamento pelos fornecedores. 
Ou seja, comprou-se R$ 4 mil em produtos para revenda e o pagamento será a prazo. Assim, 
o Balanço Patrimonial, mostrado na situação 2, apresenta os R$ 4 mil em estoque no Ativo 
Circulante. O Passivo Circulante também apresenta a dívida que existe com os fornecedores, no 
igual valor de R$ 4 mil.
Dessa forma, os ativos circulantes na situação 2 totalizam R$ 14 mil e evidenciam um 
aumento de R$ 4 mil em relação à situação 1. Isto é, o capital de giro total (Ativo Circulante total) 
aumentou com base em prazo concedido pelos fornecedores, o que também está evidenciado na 
situação 2 do Balanço Patrimonial.
Administração do capital de giro 37
Em resumo, de acordo com Gitman (2004), as fontes espontâneas de capital de giro são 
aquelas oriundas das operações da companhia. Então, os prazos com fornecedores e prazos para 
pagamentos de impostos são os principais exemplos dessas fontes, mas podem existir outras.
As fontes de financiamento de curto prazo de capital de giro consistem em empréstimos 
que a entidade faz para utilização desses recursos no curto prazo, ou seja, que tenham prazo de 
vencimento curto, no máximo de um ano.
As fontes de financiamento de curto prazo podem ser com e sem garantia. A garantia, ou 
colateral, é um ativo (um bem ou um direito) dado em compromisso de pagamento do empréstimo, 
para o caso de não ser possível honrar o empréstimo na data acordada.
Os financiamentos de curto prazo para capital de giro sem garantia, normalmente, se 
resumem a empréstimos bancários, especialmente no Brasil, ou à emissão de commercial papers.
Os commercial papers são títulos de curto prazo emitidos por uma organização, como, por 
exemplo, notas promissórias. Por meio deles, alguém, normalmente uma instituição financeira, 
adquire esses títulos por determinado valor, o qual é repassado para a instituição. Desse modo, ela se 
compromete a pagar o valor desses títulos acrescido de juros em uma data futura. Essa modalidade 
geralmente é acessível somente às empresas grandes e com ilibado histórico de bom pagador.
Para a grande maioria das entidades no Brasil, financiamentos de curto prazo sem garantias 
resumem-se a empréstimos bancários que podem assumir diferentes formas contratuais. Em síntese, 
trata-se de dinheiro tomado em bancos ou instituições financeiras para pagamento em curto prazo.
Já os financiamentos de curto prazo com garantias são semelhantes aos de curto prazo, 
porém, há a figura das garantias para o caso do não pagamento. Uma das formas mais comuns 
são os empréstimos de curto prazo com garantia dos recebíveis da empresa, nesse tipo de situação 
os recebimentos que a instituição possui são dados em garantia do pagamento dos empréstimos. 
Falaremos, no próximo capítulo, um pouco mais sobre diversos tipos de financiamento com 
e sem garantia utilizados parafinanciar o capital de giro. Veja, na Figura 5, uma ilustração de 
financiamento de curto prazo como fonte de capital de giro.
Figura 5 – Financiamento de curto prazo como fonte de capital de giro
ATIVO ATIVOPASSIVO PASSIVO
Ativo Circulante
Caixa: R$ 10.000,00
Estoques: R$ 4.000,00
Ativo Circulante
Caixa: R$ 25.000,00
Estoques: R$ 4.000,00
Ativo não Circulante
Realizável a longo prazo
Permanente: R$ 90.000,00
Ativo não Circulante
Realizável a longo prazo
Permanente: R$ 90.000,00
Passivo Circulante
Fornecedores: R$ 4.000,00
Passivo Circulante
Fornecedores: R$ 4.000,00
Financiamento de curto prazo: 
R$ 15.000,00
Passivo não Circulante
Passivo não Circulante
Patrimônio Líquido
Capital Social: R$ 100.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social: R$ 100.000,00
Situação 1 Situação 2
Fonte: Elaborada pelo autor.
Ilibado: sem 
mancha, puro.
Administração do capital de giro38
A Figura 5 exemplifica duas situações patrimoniais em momentos ou datas distintas. No 
primeiro momento, apresenta-se uma situação patrimonial na qual os ativos circulantes totalizam 
R$ 14 mil disponíveis no caixa e no estoque. Imagine, agora, que foi obtido um financiamento 
de R$ 15 mil em recursos para utilização no curto prazo e, por isso, deixou-se esse dinheiro em 
caixa em um primeiro momento, como demonstrado na situação 2, sendo o prazo de vencimento 
desse empréstimo inferior a 1 ano, por exemplo, 90 dias (curto). Na situação 2, demonstra-se a 
contabilização do empréstimo de curto prazo no valor de R$ 15 mil, com vencimento em 90 dias. 
Ou seja, a companhia tomou um empréstimo de R$ 15 mil em dinheiro para utilizar em seu Ativo 
Circulante, e vai pagá-lo com prazo inferior a um ano.
Portanto, o Balanço Patrimonial mostrado na situação 2 apresenta os R$ 15 mil adicionados 
ao caixa, no Ativo Circulante. Já o Passivo Circulante apresenta a dívida referente ao financiamento 
de curto prazo em igual valor.
Dessa forma, os ativos circulantes da situação 2 totalizam R$ 29 mil e evidenciam um 
aumento de R$ 15 mil em relação à situação 1. Ou seja, o capital de giro total (Ativo Circulante 
total) aumentou com base em um financiamento de curto prazo, e isso também está evidenciado 
no Passivo Circulante da situação 2.
Outras fontes de capital de giro podem ser oriundas de recursos de longo prazo. Isso ocorre 
quando, por exemplo, realizam-se empréstimos de longo prazo ou quando os sócios aportam 
recursos na empresa e os investem em sua totalidade ou parcialmente em ativos circulantes, 
gerando aumento no capital de giro total. As fontes de longo prazo de capital de giro podem ser, 
portanto, dívidas de longo prazo e aporte de recursos dos sócios.
As dívidas de longo prazo podem ser classificadas, de maneira genérica, como empréstimos, 
financiamentos e títulos de dívida de longo prazo (debêntures). Elas consistem na tomada de 
recursos pela companhia, que fará o pagamento do valor retirado nas datas combinadas, acrescido 
dos juros cobrados pela concedente.
No Brasil, o acesso à obtenção de dívidas de longo prazo é bastante restrito para o público 
das pequenas e médias empresas e, por consequência, o uso dessa estratégia para aportar recursos 
nos ativos circulantes é bem limitado.
De maneira geral, a lógica é semelhante a das dívidas de curto prazo, porém, agora o prazo 
de vencimento das dívidas é maior que um ano. Dadas as dificuldades e burocracias que são, 
tradicionalmente, exigidas para a concessão de um empréstimo de longo prazo – tornando o 
custo dessa transação mais alto em termos de tempo investido para fornecer informações para a 
análise dos entes financiadores –, os valores envolvidos são maiores. Tal fato acarreta a principal 
diferença em relação ao financiamento de curto prazo: normalmente, o recurso tomado como 
dívida é aplicado parcialmente nos ativos não circulantes e parcialmente (quando for o caso) nos 
ativos circulantes.
Outra fonte para os ativos circulantes, que pode ser considerada como de longo prazo, é o 
Patrimônio Líquido, ou seja, os recursos dos sócios. Todas essas situações vistas estão apresentadas 
na Figura 6, a seguir.
Administração do capital de giro 39
Figura 6 – Fontes de longo prazo para o capital de giro
ATIVO ATIVOPASSIVO PASSIVO
Ativo Circulante
Caixa: R$ 10.000,00
Ativo Circulante
Caixa: R$ 15.000,00
Ativo não Circulante
Realizável a longo prazo
Permanente: R$ 90.000,00
Ativo não Circulante
Realizável a longo prazo
Permanente: R$ 105.000,00
Passivo Circulante Passivo Circulante
Passivo não Circulante Passivo não Circulante
Financiamento de longo prazo: 
R$ 20.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social: R$ 100.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social: R$ 100.000,00
Situação 1 Situação 2
Fonte: Elaborada pelo autor.
A Figura 6 exemplifica duas situações patrimoniais em momentos ou datas distintas. Na 
situação 1, é apresentada a situação patrimonial de uma organização na qual os ativos circulantes 
totalizam R$ 10 mil disponíveis em caixa. Note que, do lado dos passivos, ela possui Capital Social de 
R$ 100 mil, formando a totalidade de seu Patrimônio Líquido. Isso significa que os sócios investiram 
R$ 100 mil na empresa, e desses, R$ 90 mil foram investidos em ativos permanentes (não circulantes), 
como, por exemplo, em máquinas, equipamentos e/ou infraestrutura. Os R$ 10 mil restantes foram 
aportados no caixa, formando seu Ativo Circulante. Dessa forma, na situação 1, o capital de giro total 
está em R$ 10 mil.
Imagine, agora, que a instituição obteve um financiamento de R$ 20 mil em recursos que 
serão utilizados da seguinte forma: R$ 15 mil serão aplicados em ativos permanentes, na compra de 
computadores, e melhorias na sua infraestrutura; os R$ 5 mil restantes serão disponibilizados no 
caixa para reforçar seu capital de giro. O prazo de vencimento desse empréstimo é longo (superior 
a um ano), por exemplo, 720 dias (dois anos).
A situação 2 mostra, então, a contabilização do empréstimo de longo prazo, no valor 
de R$ 20 mil, como no exemplo, com vencimento em dois anos. Ou seja, a instituição tomou 
um empréstimo de R$ 20 mil em dinheiro para utilizar em seu ativo permanente, adquirindo 
computadores e melhorando a infraestrutura, bem como em seu Ativo Circulante, reforçando 
seu caixa para alguma necessidade de curto prazo, pagando esse empréstimo em um prazo 
superior a um ano.
Então, o Balanço Patrimonial mostrado na situação 2 apresenta os R$ 20 mil no Passivo 
não Circulante, os quais são distribuídos no ativo permanente (adição de R$ 15 mil) e no caixa da 
(adição dos R$ 5 mil restantes).
Desse modo, os ativos circulantes na situação 2 totalizam R$ 15 mil e evidenciam um aumento 
de R$ 5 mil em relação à situação 1. Ou seja, o capital de giro total (Ativo Circulante total) aumentou 
com base em um financiamento de longo prazo, o que também está evidenciado no Passivo não 
Circulante da situação 2. Os outros R$ 10 mil, mostrados no caixa, vieram dos recursos aportados 
pelos sócios, evidenciados no Patrimônio Líquido, conforme ilustrado na situação 1.
Administração do capital de giro40
As fontes de curto prazo, utilizadas para reforçar o capital de giro das empresas brasileiras, 
tendem a ser mais dinâmicas do que as fontes de longo prazo, especialmente pelo cenário do mercado 
financeiro do Brasil, que se caracteriza por ser altamente centrado nos bancos, e por ter poucos 
instrumentos e linhas de empréstimos ou financiamentos de longo prazo disponíveis ao negócio.
No entanto, são variados os tipos de contratos e operações financeiras utilizadas para financiar 
o capital de giro, sejam elas de curto ou de longo prazo e – dependendo das características do negócio, 
do mercado e da própria instituição – em cada situação será mais vantajosa uma ou outra alternativa.
2.3 Ciclo operacional e ciclo de caixa
Toda empresa ou organização tem características operacionais próprias que podem seguir 
algum tipo de “média do setor” ou se distanciar dessa “média”. Quando falamos em operação 
ou em características operacionais,

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