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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS – UNIFIMES CURSO DE MEDICINA UNIDADE I NOTA: 8,5 ANA JÚLIA CARVALHO BENEDITO VICENTE DA SILVA FILHO CHARLES GUIMARÃES DAMASCENO CLARA BORGES OLIVEIRA GUIMARÃES DAVI ALVES VIEIRA DANIELA ALVES MESSAC GIOVANA FIGUEIREDO MACIEL IZADORA OLIVEIRA FRANCO JAMES VELOSO ALMEIDA JÚNIOR JULLY FARIA MONTEIRO RAFAELA TEIXEIRA DA SILVA SHARA RIBEIRO NASCIMENTO VITÓRIA PACHECO MENDES SP2- UNIDADE I - “A TEORIA NA PRÁTICA É OUTRA” 2 TRINDADE-GO 07/03/2020 SUMARIO 1. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM...................................................3 2. RESPOSTAS E DISCUSSÕES........................................................4 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................14 3 1. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: 1. Definir crescimento e desenvolvimento 2. Reconhecer a importância do aleitamento materno, como ele deve ser feito e as necessidades alimentares na infância (técnica, contraindicações, composição do leite, tipos de amamentação, fases do leite). 3. Reconhecer a importância da puericultura para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. 4. Reconhecer as consequências das principais carências alimentares na infância (marasmo, kwashiokor, anemia ferropriva, vitamina D, vitamina A C complexo B) e a oferta de alimentos inadequados. 5. Caracterizar os métodos de avaliação da idade gestacional (Capurro e New Ballard). 6. Descrever os mecanismos de crescimento normal e as formas de avaliação (antropometria). 7. Reconhecer as fases e os mecanismos que levam ao desenvolvimento neuropsicomotor normal. 8. Relacionar condições socioeconômicas e culturais com o crescimento e desenvolvimento infantil. 4 2. RESPOSTAS E DISCUSSÕES: A definição usualmente utilizada pra crescimento é: aumento físico do corpo, mediado por hipertrofias e hiperplasias. Já o desenvolvimento é entendido de uma forma mais ampla, abrangendo não somente os aspectos físicos mas também psicológicos e sociais, ou seja, a capacidade de desenvolver funções cada vez mais complexas. (MARCONDES, et. Al.) Esse interesse pelo desenvolvimento infantil vem aumentando com o passar dos anos para prevenção de problemas e patologias, no intuito de diminuir a morbidade infantil, utilizando para isso a puericultura. A puericultura é a avaliação integral da criança, adolescente, até que se inicie a vida adulta, é uma análise biopsicossocial entendendo que existe uma pirâmide, onde no topo se encontra a vitalidade da criança que reage como um todo, nas suas bases a criança assistida como um todo, bem como sua doença assistida como um todo e no centro da pirâmide existe a relação direta entre o ambiente, psiquismo e alimentação. (MARCONDES, et. Al.) Todos esses fatores interferem diretamente no desenvolvimento infantil, cabendo ao profissional possuir percepções, tais como: A criança como um todo, Promoção e prevenção de saúde, A dependência da criança nos seus respectivos nichos ecológicos, Puericultor com habilidade para obter dados (anamnese e exame físico), Monitorização do crescimento e desenvolvimento infantil (peso, estatura, suas atividades psicomotoras e sociais, assim como suas imunizações), Nutrição e Prescrição para os pais facilitada e objetiva. (MARCONDES, et. Al.). A partir do reconhecimento de que são muitos fatores indissociáveis que influenciam o crescimento e desenvolvimento infantil é de extrema importância uma visão médica utilizando da puericultura. Além disso, o crescimento e desenvolvimento é intimamente ligado a fatores socioeconômicos e culturais já que hábitos de vida e hábitos alimentares da mãe influenciam diretamente a qualidade da alimentação de uma criança, por exemplo uma mãe vegetariana que tenta introduzir o vegetarianismo no filho e por sua vez possui uma carência de proteínas, uma carência nutricional. 5 Concomitante a isso, pode se destacar o fator econômico em que o leite materno além de nutrir de forma mais eficiente possui menor custo que uma fórmula que seriam usadas 3x latas por semana no mínimo. Nesse viés de visão integral, no início da vida o recém-nascido (RN) é submetido a uma avaliação da idade gestacional através do método de Capurro e New Ballard. Capurro É realizado com a soma do total de pontos obtidos na tabela abaixo mais 204 e o resultado dividido por 7, obtendo assim a idade gestacional em semanas. (SAÚDE, 2018) 6 New Ballard 7 É a avaliação de parâmetros neurológicos e físicos, a somatória determinará a estimativa da idade gestacional. É indicado para os RN em UTI. (SAÚDE, 2018) Outro aspecto importante para que seja estabelecido um crescimento e desenvolvimento adequado e saudável é a amamentação. O aleitamento materno é indicado exclusivo e de livre demanda até os seis primeiros meses de vida. (Brasil, 2009) Estudos comprovam que a sua importância é devido seu valor nutricional, rico em vitaminas e proteínas além da prevenção de fatores e estimulação de outros, são exemplos: 1. Ocorrência menor de mortes para as crianças que são amamentadas. Existe no leite materno fatores que previnem infecções, evitando mortes infantis. 2. Evita diarreia e diminui a gravidade da mesma. Existe um destaque para essa prevenção principalmente para crianças mais vulneráveis. O leite materno possui fator bífido que favorece o crescimento de uma bactéria não patogênica que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia ex.: Salmonella, Shigella. 3. Evita infecções respiratórias e também diminui a sua gravidade. Previne também otites, que são inflamações no ouvido. 4. Reduz risco de alergias. Principalmente a proteína existente no leite de vaca (caseína). 5. Diminui o risco de doenças crônicas tais como hipertensão, colesterol alto e diabetes. Tais benefícios também são atribuídos a mãe. 6. Diminui a chance de obesidade. 7. Ótima nutrição. O leite materno possui todas as proteínas essenciais necessárias para o crescimento e desenvolvimento infantil, além de ser melhor digerido pelo organismo. 8. Melhora no desenvolvimento da cavidade bucal, envolvendo a sucção. 9. Prevenção conta o câncer de mama. 10. Menor custo financeiro. 8 11. Evita nova gravidez, devido ao estimulo de ocitocina e prolactina, inibindo o pico de LH. 12. Aumento do vínculo mãe-filho, já que existe a proximidade corpórea e sentimental. (BRASIL, 2009) Existem quatro tipos de amamentação: 1. Aleitamento materno exclusivo (apenas leite materno). 2. Aleitamento materno predominante (leite materno + água, chá, suco). 3. Aleitamento materno complementar (leite materno + alimento sólido ou semi-sólido). 4. Aleitamento materno misto ou parcial (leite materno + outros tipos de leite). (BRASIL, 2009) Ressaltando que o indicado é o aleitamento materno exclusivo com duração até os seis meses.(exclusivo até os 6 meses, mas é recomendado até os dois anos) A composição do leite materno é semelhante para todas as mulheres que amamentam, mudando sua normalidade apenas com desnutrição grave da mãe. A sua proteína de destaque é a lactoalbumina, de fácil digestão para a espécie humana. Durante a mamada existem duas fases do leite, o leite anterior que é voltado para a hidratação da criança e o leite posterior que é mais calórico, ou seja, rico em energias, saciando melhor o recém-nascido. (BRASIL, 2009) Sendo assim, destaca-se a importância a criança esvaziar a mama, durando em torno de vinte minutos cada lado. Além disso, o leite humano possui anticorpos como IgA (reflexos contra agentes infecciosos com quais a mãe já teve contato, oferecendo proteção contra os antígenos prevalentes no nichoecológico em que o RN vive), existem também anticorpos do tipo IgM e IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos T e B, entre outros. (BRASIL, 2009) Não é recomendado que o leite seja aquecido em temperaturas muito altas e sim a banho maria pois fatores de proteção que contém no leite são destruídos pelo calor, não tendo o mesmo valor do leite cru. (BRASIL, 2009) A técnica de amamentação é primordial para evitar estresse da mãe e do bebê, além de evitar fissuras no mamilo, para isso há orientações sobre a pega adequada ou boa pega, em que, a boca do RN preencha toda a aréola, boca bem aberta, lábio inferior voltado para fora, corpo do bebê próximo ao da mãe, 9 bebê com cabeça e tronco alinhados, bebê bem apoiado, queixo tocando a mama, mama apresentado estar esticada ou deformada durante a mamada e a existência de ruídos da língua do bebê. (BRASIL, 2009) A amamentação é contraindicada em alguns casos em relação ao bebê ou em relação a mãe. Situações relativas à criança: -Galactosemia (deficiência de galactoquinase ou galactose-1- fosfatouridiltransferase, incapacidade de desdobrar a galactose, devendo eliminar da dieta). -Fenilcetonúria (ausência de fenil-hidroxilase que impede a metabolização de fenilalanina, e evolui para o retardo mental). -Síndrome do xarope de bordo (caso raro, deficiência na metabolização de leucina, valina e isoleucina, provocando acidose metabólica e dano neurológico), Icterícia (em casos de icterícia tardia). (MARCONDES, et. al.) Situações relativas à mãe: -Doenças graves (insuficiência cardíaca, endocardite bacteriana, eclampsia, febre tifoide, doenças mentais que ocorrem associadas à quadros psicóticos e depressivos que não permite o contato seguro do RN e sua mãe), -Doenças bacterianas (Tuberculose bacilífera, apenas possível com a medicação do RN até os 3 meses de vida), -Doenças virais (Varicela que é transmitida por via respiratória, herpes simples, hepatites – Hepatite A apenas deve existir preocupação se a mãe está em fase aguda, Hepatite B oferece risco se a mãe for AgHBs positiva, ocorrendo o tratamento do RN-, AIDS). (MARCONDES, et. al.) CI absolutas: HIV e HTLV. Há inumeras CI relativas, incluindo tuberculose, hanseníase, hepatice C etc. Durante o nascimento crescimento e desenvolvimento infantil ocorrem inúmeras transformações antropométricas,para isso existem mecanismos que contribuem sendo de ordem físico-química: é fornecida através da alimentação nutricional calorias adequadas para o crescimento, realizando um processo de embebição de micelas coloidais que por sua vez constituem as células do 10 organismo, resultando no papel da água que vai até o coloide (atratividade), sendo classificada como um alimento plástico e é indispensável e necessário quanto mais jovem é o organismo. Juntamente do último consideramos que a atuação celular em sua hiperplasia e hipertrofia são fatores fundamentais do crescimento normal. (MARCONDES, et. al.) Portanto, estima-se alguns valores de referência baseando em hábitos de vida saudáveis e sem interferência genética, para avaliar esse desenvolvimento. As medidas avaliadas são: estatura, perímetro cefálico, perímetro torácico e peso. 1. Estatura Primeiro semestre de vida: crescimento de 15 cm Segundo semestre de vida: crescimento de 10 cm Final do 1º ano de vida: crescimento de 50% da altura ao nascimento Quatro anos de idade: altura por volta de 1 metro Fase pré-escolar cresce em média 6,5 cm por ano 2. Perímetro Cefálico Primeiro semestre de vida: crescimento de 10 cm Nos 15 anos seguintes: crescimento em torno de 10 cm (para medição a fita é colocada no ponto mais saliente do osso occipital dando a volta acima dos sulcos supra orbitários) 3. Perímetro Torácico Ao nascimento: tórax é cilíndrico e com relação entre o diâmetro transversal e ântero-posterior igual a 1 1º ano de vida: o diâmetro transversal cresce mais rápido com relação de 1,25 6 anos de idade: relação de 1,35 4. Peso Ao nascimento: perda de 10% do peso Décimo dia de vida: peso reestabelecido Quinto mês de vida: dobra o peso de nascimento Décimo Segundo mês: Peso é triplicado Segundo ano de vida: 2Kg por ano até os 8 anos de idade (MARCONDES, et. al.) 11 Diante desse amadurecer infantil saudável, existem alguns marcos esperados para a idade, atravessando uma série de etapas evolutivas traduzidas no aparecimento de novas condutas, consistindo no desenvolvimento neuropsicomotor. A. Gesell, dividiu as condutas do bebê em quatro partes, sendo: motor, adaptativo, linguagem e sociabilidade, de acordo com a idade da criança. O ministério da saúde agrupou tais condutas esperadas em um quadro: Ministério da Saúde Brasília, 2002. – secretaria de políticas públicas "Acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento Infantil" 12 As carências alimentares e nutricionais na infância geram repercussões negativas para todos os aspectos analisados anteriormente e podem levar a duas doenças: Marasmo e Kwashiokor. Ambas as síndromes tem relação com a má alimentação, entretanto, as duas se diferem em desnutrição proteica (Kwashiokor) e energético-proteica (Marasmo). Na desnutrição de kashiokor a criança apresenta aspecto clínico de: edema, diarreia, descamação da pele, despigmentação do cabelo, apatia, tristeza, face de lua e é mais frequente em crianças menores de cinco anos. No marasmo a criança geralmente é irritadiça e existe deficiência de crescimento e de peso, a atrofia muscular, a ausência de gordura subcutânea e a caquexia, apresenta face envelhecida.( HAY, et. al. 2012) Além disso, essa deficiência de nutrientes e principalmente vitaminas podem resultar em diversas doenças como o escorbuto que é caracterizado pela deficiência da vitamina C, do ácido ascórbico, a carência da vitamina impede síntese de colágeno pelos fibroblastos resultando na fase inicial os seguintes sinais clínicos: anorexia, perda de peso, apatia e irritabilidade. Mas, as lesões nas gengivas é o principal sintoma da doença. A vitamina D é um dos nutrientes essenciais para o desenvolvimento e crescimento infantil já que é importante para a absorção de cálcio e fósforo, formando e fortalecendo os ossos, quando isso não acontece existe a chance de ocorrer algumas doenças crônica. A Deficiência de vitamina D causa o Raquitismo, que é uma patologia óssea que falta mineralização do tecido e baixo nível de cálcio e fosforo para mineralização. A deficiência de vitamina A causa xeroftalmia que acarreta em ressecamento da córnea, pode ocasionar também a cegueira noturna pela falta da proteína Rodopsina. São fontes de vitamina A: gema de ovo, margarina, leite, fígado, vegetais amarelos. Todas as vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B6, B9 e B12) ajudam em n fatores: participação no sistema imunológico, circulatório e nervoso, além de influenciar positivamente no metabolismo, na produção de energia. A vitamina B12 e B9 (ácido fólico) são úteis para o crescimento das crianças, porque ajudam na multiplicação celular portanto, a sua ausência traz consequências para os sistemas já citados. (BLOG SAÚDE, 2020) 13 B1: A deficiência deste nutriente no organismo pode levar à doença denominada beribéri, que afeta os sistemas nervoso e cardiovascular. (BLOG SAÚDE, 2020) B2: Importante para a formação das hemoglobinas. A deficiência é causada por baixa ingestão dessa vitamina por um longo período. (BLOG SAÚDE, 2020) B3: Media o metabolismo dos carboidratos e proteínas, participam da síntese das gorduras e da respiração. Anormalidades digestivas causadas pela deficiência do composto levam à irritação e à inflamação das mucosas da boca e do trato gastrointestinal, o que pode resultar em diarreia. (BLOG SAÚDE, 2020) B6: O composto é responsável pelo metabolismo das proteínas, dos carboidratos e gorduras e é fundamental para o desenvolvimentodo sistema nervoso central e da função cognitiva. A deficiência isolada em vitamina B6 é rara, pois geralmente é acompanhada da deficiência de outras vitaminas do complexo B. (BLOG SAÚDE, 2020) B9: O principal papel do ácido fólico está no metabolismo de aminoácidos e na síntese de DNA, sendo fundamental para o desenvolvimento embrionário. Estudos mostram que a suplementação com ácido fólico previne defeitos nesse desenvolvimento nos períodos de gestação. (BLOG SAÚDE, 2020) B12: As causas da deficiência da vitamina podem ser classificadas em três categorias: redução da capacidade absortiva, aumento das necessidades e consumo insuficiente. A manifestação mais evidente da deficiência é a anemia perniciosa ou megaloblástica, causada pela má absorção de B12, podendo ser acompanhada de alterações neurológicas. (BLOG SAÚDE, 2020) 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MARCONDES, Eduardo.; COSTA VAZ, Flávio Adolfo.; RAMOS, José Lauro Araújo. Pediatria Básica: Tomo I. Editora Sarvier. MARCONDES, Eduardo.: COSTA VAZ, Flávio Adolfo: OKAY Yassuhiko.; RAMOS, José Lauro Araújo. Pediatria Básica: Tomo II. Editora Sarvier BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da Criança: nutrição infantil, aleitamento materno e alimentação complementar. CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA. Brasília: Ed. Ministério da Saúde, 2009. AVALIAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL. Saúde em ação, 2018. Disponível em: http://saudeemacao.saude.sp.gov.br/crianca/avaliacao- da-idade-gestacional/. Acesso em: 08 de março de 2020. HAY, William W. et al. CURRENT: Diagnóstico e Tratamento: pediatria. 20 ed. São Paulo: Editora Artmed/McGraw-Hill, 2012. VITAMINAS. Blog da saúde, Disponível em: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/570-destaques/34285-vitaminas- parte-do-complexo-b-as-vitaminas-b6-b9-e-b12-possuem-papeis- importantes-para-o-metabolismo Acesso em: 12 de março de 2020. 15 VITAMINAS. Blog da saúde, Disponível em: http://www.blog.saude.gov.br/34284-vitaminas-as-vitaminas-b1-b2-e-b3- sao-essenciais-para-o-organismo-humano-e-podem-evitar-doencas.html . Acesso em: 12 de março de 2020.
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