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2019-ALCANTARA-AnaliseEconomicoFinanceira-Apostila

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e-Book: Apostila do MBA 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE 
ECONÔMICO-FINANCEIRA 
DE EMPRESAS 
 
Prof. Alexandre Alcantara da Silva 
alexandre@alcantara.pro.br 
www.alcantara.pro.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maio |2019 
www.alcantara.pro.br 
APOSTILA MBA 
Análise Econômico-Financeira de Empresas Professor: Alexandre Alcantara da Silva 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPORTANTE 
 
Esta e-book, de autoria do Prof. Alexandre Alcantara da Silva, foi 
elaborada exclusivamente para o uso dos seus alunos MBA nas 
instituições aonde o mesmo atua como docente. 
 
Referências Bibliográficas ao final. 
 
É proibida a redistribuição ou utilização desta 
apostila sem autorização expressa do autor. 
 
Instituições de ensino não estão autorizadas a 
redistribuir essa apostila. 
 
Referenciar como: 
 
SILVA, Alexandre Alcantara da. Análise Econômico-Financeira de 
Empresas. Apostila, 26p. Maio 2018. Vitória da Conquista: Edição do 
Autor, 2019. 
 
APOSTILA MBA 
Análise Econômico-Financeira de Empresas Professor: Alexandre Alcantara da Silva 
 
3 
SUMÁRIO 
 
1. Introdução à Análise das Demonstrações Contábeis ....................................................5 
 
 1.1. Breve visão histórica .....................................................................................................6 
 
2. Qualidade da informação contábil .......................................................................................6 
 
3. Objetivos da análise ................................................................................................................7 
 
4. Produto da análise ...................................................................................................................8 
 
5. O processo de análise ............................................................................................................8 
 
6. Padronização das demonstrações contábeis ..................................................................9 
 
7. Demonstrações contábeis e demais informações publicadas ..................................10 
 
8. Análise através de indicadores contábeis financeiros .................................................11 
 
9. Análise Vertical e Horizontal das demonstrações financeiras...................................12 
 
 9.1. Análise Vertical .............................................................................................................12 
 9.2. Análise Horizontal ........................................................................................................12 
 9.3. Exemplo de Análise Vertical e Horizontal .............................................................12 
9.3.1. Comentários sobre a Análise Horizontal ........................................... 14 
9.3.2. Comentários sobre a Análise Vertical ............................................... 14 
 
10. Análise Através de Índices Econômico-Financeiros ....................................................14 
 
 10.1. Definição .........................................................................................................................15 
 10.2. Utilização ........................................................................................................................15 
 10.3. Quantidade de índices ................................................................................................15 
 10.4. Cálculo ............................................................................................................................15 
 10.5. Avaliação ........................................................................................................................16 
 
11. Indicadores de Atividade ......................................................................................................16 
 
 11.1. Prazo médio de recebimento de vendas (PMRV) ..............................................16 
 11.2. Prazo médio de renovação de estoques - (PMRE) ............................................17 
 11.3. Prazo médio de pagamento de fornecedores - (PMPF) ...................................17 
 11.4. Inter-relação entre os índices de atividade ...........................................................17 
 11.5. Ciclo operacional ..........................................................................................................17 
 
12. Indicadores de Liquidez .......................................................................................................18 
 
 12.1. Liquidez Corrente:........................................................................................................18 
 12.2. Liquidez Geral ...............................................................................................................18 
 12.3. Liquidez Seca ................................................................................................................18 
 12.4. Liquidez Imediata: ........................................................................................................18 
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4 
 
13. Indicadores da Estrutura de Capital .................................................................................19 
 
 13.1. Participação do capital de terceiros [Grau Endividamento] .............................19 
 13.2. Composição do Endividamento ...............................................................................19 
 13.3. Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido .......................................................19 
 13.4. Grau de Imobilização dos recursos não correntes .............................................19 
 
14. Indicadores de Rentabilidade .............................................................................................20 
 
 14.1. Giro do Ativo ..................................................................................................................20 
 14.2. Margem Líquida (Lucratividade) ..............................................................................20 
 14.3. Rentabilidade do Ativo ................................................................................................20 
 14.4. Rentabilidade do Patrimônio Líquido .....................................................................20 
 
15. Resumo dos principais indicadores econômico-financeiros ......................................21 
 
 15.1. Situação Operacional..................................................................................................21 
 15.2. Situação financeira ......................................................................................................21 
 15.3. Situação econômica ....................................................................................................21 
 15.4. Análise Fundamentalista ............................................................................................22 
 15.5. Alavancagem.................................................................................................................22 
 
16. Introdução à Avaliação de Empresas...............................................................................23 
 
 16.1. Circunstâncias em que se fará avaliação de empresas em bases 
estimativas .....................................................................................................................23 
 16.2. Principais modelos de avaliação .............................................................................23 
16.2.1.Modelo do valor contábil .................................................................. 24 
16.2.2.Modelo do valor contábil ajustado .................................................... 24 
16.2.3.Valor de liquidação .......................................................................... 24 
16.2.4.Valor substancial..............................................................................24 
16.2.5.Modelo do valor dos lucros .............................................................. 24 
16.2.6.Modelo do valor dos dividendos ....................................................... 25 
16.2.7.Modelo dos múltiplos de vendas ...................................................... 25 
16.2.8.Modelos baseados no Fluxo de Caixa ............................................. 25 
16.2.9.Free cash flow (Fluxo de caixa livre) ................................................ 25 
16.2.10. Modelos baseados no valor de bolsa ........................................... 26 
 
REFERÊNCIAS ..............................................................................................................................26 
 
 
 
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5 
1. Introdução à Análise das Demonstrações Contábeis1 
 
Inicialmente, a Análise das Demonstrações Contábeis foi um instrumento 
utilizado preponderantemente pelas instituições financeiras com objetivo de avaliar 
os riscos de crédito; mais tarde, porém, se firmou como instrumento de apoio 
gerencial e fornecedora de informações para investidores. 
Os usuários, sejam eles internos ou externos, têm diferentes necessidades a 
serem satisfeitas, conforme demonstrado no Quadro 1.1 (cf. SILVA, 2017, p. 8-9). 
 
 
1 Silva, 2017, p.8-9 
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6 
1.1. Breve visão histórica2 
Pode-se questionar quando se iniciou a utilização do processo de análise das 
demonstrações contábeis, seguramente ela aparece com o surgimento das próprias 
demonstrações, mas vejamos um quadro cronológico do processo3: 
• No final do século XIX banqueiros americanos passaram a solicitar balanços 
das empresas tomadoras de empréstimos. 
• Em 9 de fevereiro de 1895, o Conselho Executivo da Associação de Bancos 
de Nova York recomendou a seus membros que solicitassem balanços aos 
tomadores de empréstimos. 
• Em 1900, a associação divulgou um formulário de proposta de crédito que 
inclua espaço para balanço. 
• Em 1919, Alexander Wall (considerado o pai da análise de balanços) 
desenvolveu um modelo de análises de índices; 
• Em 1925, Stephen Gilman propôs a análise horizontal. 
• Em 1930, surgiu na Du Pont um modelo de análise de rentabilidade (Roi-
Return on Investiment) que depunha o retorno em margem e giro. 
• Em 1931, a Dun & Bradstreet passou a elaborar e divulgar índices padrões 
para os diversos ramos de atividades dos EUA. A empresa mantém uma filial 
no Brasil oferecendo os mesmos serviços em relação à empresas nacionais 
• No Brasil, em 1968, foi criada a SERASA e surgiu a metodologia de análise e 
de construção de índices - padrão. 
• Em 1974 é lançada a primeira edição de "Melhores e Maiores" da revista 
Exame, uma publicação anual que traz reportagens e tabelas com os 
principais números e indicadores extraídos das demonstrações contábeis das 
500 maiores e melhores companhias que operam no Brasil, agrupadas por 
segmento econômico. 
• Publicada em 1976 a nova Lei das Sociedades Anônimas (LSA - Lei 6.404) 
estabelece, entre outras normas, as principais práticas contábeis a serem 
seguidas pelas S.A. 
• Em 2008 o Brasil converge às normas internacionais de contabilidade, 
seguindo o padrão do IASB, mediante alteração na LSA. 
 
 
2. Qualidade da informação contábil4 
O processo de análise de demonstrações contábeis e dos relatórios e pare- 
ceres que o acompanham só́ alcançará́ bons resultados se estas informações ti- 
verem boa qualidade. Por boa qualidade se entende as que expressem (PEREZ 
JUNIOR; BEGALLI, 2002, p. 230): 
• Confiabilidade: com relatórios precisos e auditadas. 
• Abrangência: com a informação de todo o movimento da empresa. 
• Objetividade: com destaques nos pontos mais importantes. 
• Oportunidade: com dados atuais. 
 
2 Perez Junior & Begalli, 2002, p. 230-231 
3 Uma descrição mais pormenorizada sobre o desenvolvimento da Análise de Balanço nos EUA e Brasil, 
incluindo notas adicionais sobre os pioneiros da Análise de Balanços no Brasil pode ser vista em Silva (2017, 
13-21) 
4 Silva, 2017, p. 85 
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7 
Os demonstrativos contábeis e demais peças que lhe acompanham devem 
ser apresentados, portanto, com o objetivo de atender a dois requisitos básicos, 
refletindo uma boa governança corporativa: transparência (disclosure); e dever de 
prestar contas (accountability). 
 
3. Objetivos da análise5 
Através da Análise das Demonstrações Contábeis, é possível avaliar o 
desempenho da gestão econômica, financeira e patrimonial da empresa, quanto aos 
períodos passados, confrontando-o ou não com metas ou diretrizes 
preestabelecidas. É possível ainda realizar comparações com as tendências 
regionais ou dos segmentos onde a empresa esteja inserida, determinando também 
as perspectivas futuras de rentabilidade ou continuidade dos negócios, 
possibilitando aos gestores tomarem decisões de financiamentos e investimentos, 
bem como implementarem mudanças de práticas, caso as tendências projetadas 
sinalizem um cenário não condizente com as políticas até́ então estabelecidas, ou 
até́ mesmo subsidiar o estabelecimento de novos rumos. 
 
Como afirmava D’ÁURIA (1959, p. 286) a análise de balanço 
 
“tem por fim observar e confrontar os seus componentes [do quadro 
patrimonial], para o conhecimento minucioso de sua expressão qualitativa e 
quantitativa, para delinear o comportamento administrativo futuro e para 
revelar os fatores antecedentes e determinantes da situação atual”. 
 
Através da Análise das Demonstrações Contábeis, é possível avaliar o 
desempenho da gestão econômica, financeira e patrimonial da empresa, quanto aos 
períodos passados, confrontando-o ou não com metas ou diretrizes 
preestabelecidas. É possível ainda realizar comparações com as tendências 
regionais ou dos segmentos onde a empresa esteja inserida, determinando também 
as perspectivas futuras de rentabilidade ou continuidade dos negócios, 
possibilitando aos gestores tomarem decisões de financiamentos e investimentos, 
bem como implementarem mudanças de práticas, caso as tendências projetadas 
sinalizem um cenário não condizente com as políticas até́ então estabelecidas, ou 
até́ mesmo subsidiar o estabelecimento de novos rumos. 
 
Como afirmava D’ÁURIA (1959, p. 286) a análise de balanço 
 
“tem por fim observar e confrontar os seus componentes [do quadro 
patrimonial], para o conhecimento minucioso de sua expressão qualitativa e 
quantitativa, para delinear o comportamento administrativo futuro e para 
revelar os fatores antecedentes e determinantes da situação atual”. 
 
 
5 Silva, 2017, p. 6 
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8 
4. Produto da análise6 
O momento mais esperado de todo analista é reunir todas as percepções 
coletadas no decorrer do processo de análise e redigir o “relatório” ou “parecer” 
opinativo quanto a situação econômica, financeira e patrimonial da empresa objeto 
da análise. 
Cada um dos indicadores apurados não poderá́ ser interpretado de forma 
isolada, pois eles se inter-relacionam. Os impactos da rentabilidade da empresa 
podem ser sentidos no indicador de liquidez corrente, e a eficiência da gestão de 
ativos irá influenciar diretamente na captação de recursos junto às instituições 
financeiras e como consequência no custo do financiamento, por exemplo. As 
conclusões especificas do analista serão afetadas pelos objetivos iniciais 
estabelecidos no início do processo de análise. 
 
5. O processo de análise7 
 
O analista de demonstrações contábeis deve preliminarmente possuir 
conhecimento sobre os princípios contábeis que norteiama escrituração dos fatos 
econômicos, financeiros e patrimoniais, dos critérios de elaboração das 
demonstrações contábeis, das atividades da empresa e do comportamento do seu 
segmento econômico, culminando pelo entendimento dos tipos de análises que 
podem ser levadas a efeito. 
 
Este conhecimento preliminar irá capacitar o analista para iniciar o processo 
de análise das demonstrações contábeis propriamente dita (Figura 8.1, cf. SILVA, 
2017, p. 89), a partir da tomada de algumas providências no que diz respeito ao 
levantamento dos dados a serem apreciados. 
 
 
 
 
6 Silva, 2017, p.207 
7 Silva, 2017, p. 89 
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9 
6. Padronização das demonstrações contábeis8 
 
As demonstrações contábeis costumam evidenciar detalhamentos que 
precisam sofrer condensação e crítica através de uma padronização. A 
padronização é feita pelos seguintes motivos: 
 
• Simplificação - Quanto maior o volume de contas mais difícil fica a 
visualização e a compreensão do todo. 
 
• Comparabilidade - Como cada empresa possui o seu próprio plano de 
contas e diferenciado de outras empresas, torna-se necessário agregar 
contas a fim de que os balanços se tornem comparáveis. 
 
• Adequação aos objetivos da análise - Conforme o objetivo a que se propõe 
a análise deve-se montar um modelo padrão que permita identificar os fatores 
importantes. 
 
• Precisão na classificação das contas - O analista pode modificar as 
classificações que se forem falhas, como, por exemplo, certos investimentos 
de caráter permanente que aparecem no ativo circulante, despesas do próprio 
exercício que figuram como despesas do exercício seguinte, gastos, 
indevidamente lançados, como ativo diferido quando deveriam fazer parte das 
despesas ou perdas do exercício. Essas falhas, muitas vezes são 
"maquiagens" com objetivos estrategicamente traçados pela administração da 
empresa ("window dressing"). 
 
• Descoberta de erros - A padronização possibilita melhor análise e a 
descoberta de erros, tais como: 
➢ estoques finais ou iniciais que não coincidem; 
➢ provisão para devedores duvidosos do balanço que não coincide com 
a que foi constituída na demonstração de resultado do exercício; e 
➢ não-conciliação do patrimônio líquido final com os resultados do 
exercício mais o patrimônio líquido inicial. 
 
• Intimidade do analista com as demonstrações contábeis - A padronização 
obriga o analista a pensar em cada conta e a decidir sobre sua consistência 
com as demais contas, enquanto faz a transcrição para o modelo predefinido 
de demonstração. 
 
 
8 Perez Junior & Begalli, 2002, p. 231-232 
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10 
7. Demonstrações contábeis e demais informações publicadas9 
 
As principais demonstrações publicadas pelas sociedades anônimas (capital 
aberto ou fechado), empresas de grande porte são as seguintes: 
 
• Balanço Patrimonial; 
• Demonstração do Resultado do Exercício; 
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ou 
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados; 
• Demonstração dos Fluxos de Caixa 
• Demonstração do Valor Adicionado 
 
As demais empresas divulgarão o Balanço Patrimonial a Demonstração dos 
Resultados do Exercício e a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. 
Estas empresas não estão obrigadas a divulgar publicamente seus demonstrativos 
contábeis. 
Conforme Silva (2017, p. 67) 
 
As demonstrações contábeis não trazem todas as informações suficientes 
para que os interessados em conhecer a situação econômica, financeira e 
patrimonial da empresa possam formar uma opinião sobre a real situação em 
que a mesma se encontra. 
A própria legislação societária e comercial, assim como os órgãos 
reguladores do mercado de ações e agências reguladoras, estabelecem que 
as demonstrações contábeis deverão ser apresentadas ao público 
acompanhadas das seguintes informações, relatórios e pareceres 
complementares: 
• notas explicativas; 
• relatório da administração; 
• parecer do conselho fiscal; 
• relatório dos auditores independentes. 
 
 
9 Adaptado de Reis, s.d., p. 92 
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11 
8. Análise através de indicadores contábeis financeiros10 
 
A apuração de indicadores ou quocientes fornece uma ampla visão da 
situação econômica, financeira e patrimonial da empresa, e a sua análise deve ser 
realizada através da construção de série histórica com os números encontrados, os 
quais são apurados através da relação entre contas ou grupos de contas que 
integram as demonstrações contábeis. 
Os indicadores, para serem mais bem avaliados, devem ser confrontados 
com os que já foram identificados no segmento econômico onde a empresa está́ 
inserida, bem como com os indicadores de seus principais concorrentes. 
A análise de indicadores deverá ser realizada juntamente com a Análise 
Horizontal e Vertical do Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do 
Exercício. 
A análise através de índices é decomposta em dois grandes grupos: Indica- 
dores de Rotatividade/Atividade e Indicadores Financeiros. No Quadro 12.1 (cf. 
SILVA, 2017, p. 135-136) é possível visualizar quais são estes indicadores. 
 
 
 
10 Silva, 2017, p. 135-136 
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12 
9. Análise Vertical e Horizontal das demonstrações financeiras11 
 
9.1. Análise Vertical 
A análise vertical das contas das demonstrações contábeis mostra a sua 
composição percentual e a participação de cada conta em relação a um valor 
adotado como base (100%). A análise vertical é importante para avaliar a estrutura 
de composição de itens e sua evolução no tempo. 
Essa análise em períodos sucessivos pode fornecer uma base para a 
projeção de uma demonstração de resultados. Porém, essa projeção apresenta 
algumas limitações, principalmente porque não leva em conta as mudanças no 
processo tecnológico e / ou nos custos dos insumos e / ou nos preços de venda. 
Qualquer projeção baseada em dados históricos requer muito cuidado. 
 
9.2. Análise Horizontal 
A análise horizontal das contas das demonstrações financeiras mostra as 
variações que ocorreram nos valores monetários ou em valores relativos (% ou 
índices) num determinado período de tempo. 
A análise horizontal enfatiza a modificações ou evoluções em cada conta das 
demonstrações financeiras em relação a uma demonstração básica, geralmente a 
mais antiga da série, a fim de caracterizar tendências. 
A avaliação das modificações das contas poderá ser realizada através da 
comparação com: 
• variações históricas da própria empresa; 
• taxas de crescimento da economia; 
• taxas de crescimento do setor ao qual pertence à empresa; 
• taxa de variação da UFIR ou da inflação oficial; e 
• variações nas contas idênticas das demonstrações contábeis de concorrentes 
próximos. 
9.3. Exemplo de Análise Vertical e Horizontal 
Neste tópico seguinte veremos um exemplo de Análise Vertical e Horizontal 
simplificado de um Balanço Patrimonial e de uma Demonstração do Resultado do 
Exercício. 
Após a apuração dos percentuais de variação horizontal e vertical serão 
apresentadas algumas reflexões sobre as principais variações. 
Sugerimos a leitura prévia do “Capítulo 11 – Análise Horizontal e Vertical” de SILVA 
(2017). 
 
11 Perez Junior & Begalli, 2002, p. 234 
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13 
Exemplo de Análise Vertical e Horizontal 12 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 31/12/X1 AH AV 31/12/X2 AH AV 31/12/X3 AHAV 
Ativo Circulante 100.000 100,00 17,86 110.000 10,00 16,08 95.000 (5,00) 12,98 
Ativo Não Circulante - RLP 160.000 100,00 28,57 184.000 15,00 26,90 192.000 20,00 26,23 
Ativo Não Circulante - 
Imobilizado 300.000 100,00 53,57 390.000 30,00 57,02 445.000 48,33 60,79 
TOTAL 560.000 100,00 100,00 684.000 22,14 100,00 732.000 30,71 100,00 
Passivo Circulante 70.000 100,00 12,50 90.300 29,00 13,20 106.400 52,00 14,54 
Passivo Não Circulante - ELP 150.000 100,00 26,79 200.000 33,33 29,24 235.000 56,67 32,10 
Patrimônio Líquido 340.000 100,00 60,71 393.700 15,79 57,56 390.600 14,88 53,36 
TOTAL 560.000 100,00 100,00 684.000 22,14 100,00 732.000 30,71 100,00 
 
 
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO 
 31/12/X1 AH AV 31/12/X2 DAH AV 31/12/X3 DAH AV 
Receitas de Vendas 830.000 100,00 100,00 1.260.000 51,81 100,00 2.050.000 146,99 100,00 
CMV -524.167 100,00 (63,15) -840.500 60,35 (66,71) -1.594.600 204,22 (77,79) 
Lucro Bruto 305.833 100,00 36,85 419.500 37,17 33,29 455.400 48,90 22,21 
Despesas Vendas e 
Administrativas -139.500 100,00 (16,81) -190.000 36,20 (15,08) -277.500 98,92 (13,54) 
Despesas Financeiras -88.000 100,00 (10,60) -140.000 59,09 (11,11) -186.000 111,36 (9,07) 
Resultado Operacional 
antes IR 78.333 100,00 9,44 89.500 14,26 7,10 -8.100 -110,34 (0,40) 
Imposto de Renda -31.333 100,00 (3,78) -35.800 14,26 (2,84) 0 0,00 0,00 
Resultado Líquido 47.000 100,00 5,66 53.700 14,26 4,26 -8.100,00 -117,23 (0,40) 
 
NOTA: Veja na página seguinte alguns comentários sobre os percentuais encontrados acima 
 
12 Adaptado de Reis, s.d., p. 94-95 
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14 
9.3.1. Comentários sobre a Análise Horizontal 
Deterioração na capacidade de pagamento a curto prazo da empresa como 
consequência da evolução mais que proporcional de suas obrigações - passivo 
circulante - em relação às suas disponibilidades e valores realizáveis - ativo 
circulante. Note-se que, de ano para ano, está decaindo a diferença entre ativo e 
passivo circulante tanto em valores relativos como em valores absolutos, 
proporcionando uma redução na liquidez. 
Nos dois últimos exercícios considerados, os custos de venda da empresa 
apresentaram um crescimento maior que suas receitas, proporcionando uma 
redução na evolução do lucro bruto. Em outras palavras, em X2 para auferir um 
crescimento de 37,17% no lucro bruto, a empresa elevou suas vendas em 51,81%. 
Em X3 para uma elevação de 48,901% no lucro bruto, as receitas precisaram 
crescer 146,99%. 
9.3.2. Comentários sobre a Análise Vertical 
Os investimentos de Curto Prazo (Ativo Circulante) sofreram pequenas 
reduções no período, passando de 17,86% do total do ativo em X1, para 12,98 em 
X3. Em contrapartida de forma desequilibrara, as dívidas de Curto Prazo (Passivo 
Circulante) apresentaram uma participação maior ao longo dos períodos. Em X1, 
12,50% do total do financiamento era representado por PC, subindo para 14,54% 
em X3. 
O único grupo patrimonial que proporcionalmente cresceu ao longo dos anos 
foi o Ativo Imobilizado. A maior preocupação por estes investimentos produtivos 
pode ser a causa do crescimento dos níveis de vendas da empresa, que alcançaram 
51,81% e 62,70% em X2 e X3, respectivamente. 
Nos anos X1 e X2, apesar de ter apresentado um Lucro Líquido crescente em 
valores absolutos, houve uma redução proporcional à Receita de Vendas. Pelas 
demonstrações de resultados, confirma-se a necessidade de um volume maior de 
receitas de vendas para cobrir os custos. Em X1 63,15% das vendas eram 
destinados a reporem os custos incorridos, e elevando-se para 77,79% em X3. 
 
10. Análise Através de Índices Econômico-Financeiros13 
Para que o administrador financeiro possa planejar suas atividades, precisa 
conhecer o ambiente econômico, político e social que pode afetar as operações da 
empresa, os seus "pontos fortes" e os "pontos fracos". Os pontos fortes são 
identificados para que se possa tirar certas vantagens para a empresa, no meio 
onde atua. 
Por outro lado, as fraquezas devem ser analisadas para que ações corretivas 
sejam tomadas, em tempo hábil, objetivando melhora da performance da empresa. 
Um dos principais instrumentos para se avaliar certos aspectos do desempenho 
passado, presente e futuro da empresa é a análise de índices 
econômico-financeiros, calculados basicamente a partir das contas das 
demonstrações financeiras. 
 
13 Perez Junior & Begalli, 2002, p. 234-237 
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15 
10.1. Definição 
Índice é a relação entre contas ou grupos de contas das demonstrações 
financeiras, que visa a evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou 
financeira de uma empresa. 
Os índices constituem a técnica de análise mais empregada e, muitas vezes, 
o leigo ao extraí-los acredita ter feito análise das demonstrações financeiras. Alguns 
dos índices que surgiram inicialmente permanecem em uso até hoje, apesar de que, 
com o passar do tempo, a técnica de análise foi sofrendo aprimoramentos e 
refinamentos pelos profissionais e pesquisadores das universidades. 
 
10.2. Utilização 
A análise das demonstrações financeiras de uma empresa pressupõe, de 
início, definir o "ponto de vista sob o qual está se examinando a empresa". Cada tipo 
de análise tem um propósito ou utilidade que irá determinar as diferentes relações a 
serem enfatizadas na análise. 
O analista pode, por exemplo, ser o gerente de um banco comercial que deve 
decidir sobre a concessão de um empréstimo de curto prazo para uma firma. Nestas 
condições ele está principalmente interessado na liquidez da firma e, portanto, deve 
enfatizar os índices que medem a liquidez e a atividade (prazos médios). 
A administração da empresa está interessada, naturalmente, em todos os 
aspectos da análise financeira. 
Para obtenção de recursos, tanto de curto como de longo prazo, a 
apresentação de índices favoráveis representa segurança para os credores (bancos, 
fornecedores, acionistas e outros) e para a empresa. Ademais, trata-se de um 
instrumento de grande utilidade para avaliação periódica do desempenho da 
empresa. 
 
10.3. Quantidade de índices 
Importante não é o cálculo de grande quantidade de índices, mas de um 
conjunto de índices que permita atingir o fim a que se propõe a análise. 
No entanto, a experiência tem mostrado que chega um ponto que o aumento 
no número de índices não traz benefícios na mesma proporção. 
 
10.4. Cálculo 
A determinação dos índices financeiros é realizada através do quociente entre 
contas (parciais ou totais) do balanço patrimonial entre si e entre contas do balanço 
patrimonial e contas da demonstração de resultados. 
Para que o cálculo dos índices financeiros seja possível e os seus resultados 
tenham significado, é necessário que tanto as contas do balanço como da 
demonstração de resultados sejam "enquadradas" numa forma padronizada que 
permita comparações. 
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16 
Além disso, deve-se, comparar demonstrações contábeis correspondentes às 
mesmas datas, evitando-se possíveis efeitos distorcidos devido à sazonalidade das 
operações da empresa. 
 
10.5. Avaliação 
Calculados os índices, é necessário avaliá-los. Há três formas básicas de 
avaliação de um índice: 
• pelo significado intrínseco; 
• pela comparação ao longo de vários exercícios; e 
• pela comparação com índices de outras empresas (índices padrões). 
É possível, de maneira grosseira, avaliar índices pelo seu significado 
intrínseco. 
Por exemplo, pode-se tentar qualificar a situação financeira de uma empresa 
com base no índice de liquidez corrente: se apresentar 1,80, sabe-se que para cada 
unidade monetária de dívida de curtoprazo há 1,80 de investimento a curto prazo, 
portanto, com uma margem de segurança de 80%. O analista poderá também usar 
seu conhecimento das empresas que tem analisado e concluir através de seu 
"feeling" que o índice oferece segurança. 
A comparação dos índices da empresa ao longo do tempo pode dar uma idéia 
das tendências seguidas pela empresa. No entanto, é necessário analisar esses 
índices de forma conjunta. 
A avaliação de um índice e sua conceituação como ótimo, bom, satisfatório, razoável 
ou deficiente só pode ser feita através da comparação com padrões. 
Alguns dos índices dos principais setores da economia são fornecidos por 
publicações especializadas anuais tais como: Melhores e Maiores (Exame); Balanço 
Anual (Jornal Gazeta Mercantil); Valor 1000 (Jornal Valor Econômico), dentre outras. 
Índices padrões também podem ser obtidos na SERASA, que elabora 
estatística de índices de empresas por setor / ramo14. 
 
11. Indicadores de Atividade15 
Os índices desse grupo mostram a eficiência com que a empresa utiliza os 
recursos disponíveis, tais como estoques, duplicatas a receber e outros. Através 
deste índice é possível avaliar certas políticas adotadas pela empresa. 
11.1. Prazo médio de recebimento de vendas (PMRV) 
Esse índice indica quantos dias, semanas ou meses a empresa deverá 
esperar, em média, para receber suas vendas a prazo. O prazo médio de contas a 
receber deveria ser obtido a partir do maior número possível de saldos. Deveria 
representar a média do maior número possível de saldos da conta "Contas a 
Receber" durante o período observado 
 
14 A utilização da Análise de Balanço como ferramenta de Benchmarking é explorada no Capítulo 8 da obra de 
SILVA (2017, p. 95-99) 
15 Reis, s.d., p. 102-103 
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17 
PMRV = 
360 x Duplicatas a Receber 
Vendas Realizadas 
 
11.2. Prazo médio de renovação de estoques - (PMRE) 
Esse índice fornece o número de dias, semanas ou meses que existe de 
cobertura de estoques e mede a eficiência com que a empresa administra os seus 
investimentos em estoques. Esse índice deve ser o menor possível e com o risco 
mínimo de falta de estoque. 
PMRE = 
360 x Estoque [Médio] 
C.M.V. 
 
11.3. Prazo médio de pagamento de fornecedores - (PMPF) 
Esse índice mede o número de dias, semanas ou meses que a empresa leva 
para pagar seus fornecedores. As empresas têm procurado expandir esses prazos 
para que esse valor financie os seus investimentos em ativo circulante. Geralmente, 
quando o PMPF é superior àquele concedido pelo fornecedor significa que a 
empresa está com problemas de liquidez. 
 
PMPC = 
360 x Fornecedores 
[Médios] 
Compras a Prazo 
11.4. Inter-relação entre os índices de atividade 
A análise dos prazos médios só é útil quando os três prazos são analisados 
conjuntamente. 
Prazo médio de renovação de estoques - PMRE: representa na empresa 
comercial o tempo médio de estocagem de mercadorias; na empresa industrial, o 
tempo de produção e estocagem. 
Prazo médio de recebimento de vendas - PMRV: expressa o tempo 
decorrido entre venda e recebimento. 
A soma dos prazos, PMRE + PMRV, representa o que se chama de CICLO 
OPERACIONAL, ou seja, o tempo decorrido entre a compra e o recebimento da 
venda de mercadorias. 
 
11.5. Ciclo operacional 
O Ciclo Operacional mostra o prazo de investimento, que se for confrontado 
com o prazo médio de pagamento de compras, decorrido entre o momento em que a 
empresa coloca o dinheiro (pagamento de fornecedor) e o momento em que recebe 
as vendas (recebimento de cliente). É o período em que a empresa precisa arrumar 
dinheiro para financiar suas operações. 
 
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18 
12. Indicadores de Liquidez 
 
O objetivo deste grupo de índices é demonstrar a situação financeira da 
empresa e sua capacidade de saldar suas obrigações. 
 
12.1. Liquidez Corrente: 
Estabelece quanto à empresa realizará em um ano, para pagar suas obrigações de 
um ano, portanto é medida de capacidade preditiva. 
Liquidez Corrente = 
AC 
PC 
12.2. Liquidez Geral 
 Estabelece a capacidade de liquidez levando em conta o longo prazo. Como inclui 
um longo prazo ativo que pode ter prazo diferente do longo prazo passivo, perde 
capacidade preditiva, devendo ser avaliado com muita cautela. 
Liquidez Geral = 
AC + RLP 
PC + ELP 
12.3. Liquidez Seca 
Semelhante à Liquidez Corrente, porém exclui o risco de não realização dos 
estoques, portanto é uma medida mais conservadora. 
Liquidez Seca = 
AC - Estoques 
PC 
12.4. Liquidez Imediata: 
Estabelece a capacidade de liquidez das obrigações de curto prazo, 
utilizando-se os recursos do Ativo Disponível. 
Liquidez Imediata = 
Disponibilidades 
PC 
 
 
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19 
13. Indicadores da Estrutura de Capital16 
 
É o nível de participação do capital de terceiros na atividade da empresa, 
pode-se dizer que quanto maior a participação de capital de terceiros maior o grau 
de endividamento. 
Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras, 
em termos de obtenção e aplicação de recursos. 
As medidas básicas de estrutura de capital ou endividamento são: 
 
13.1. Participação do capital de terceiros [Grau Endividamento] 
Estabelece a relação entre capital de terceiros e capital próprio. 
 Participação de Capitais de Terceiros = (PC + ELP) x 100 
 
PL 
 
13.2. Composição do Endividamento 
Demonstra a concentração do endividamento a curto prazo 
Composição do Endividamento = 
PC x 100 
PC + ELP 
 
13.3. Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido 
Estabelece quanto foi aplicado no Ativo Permanente para cada $ 1 de 
Patrimônio Líquido. 
Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido = 
AP x 100 
PL 
13.4. Grau de Imobilização dos recursos não correntes 
 Estabelece o nível de imobilização dos recursos de longo prazo. 
Grau de Imobilização dos Recursos não 
Correntes 
= 
AP x 100 
PL + ELP 
 
 
16 Adaptado de Reis, s.d., p. 98-99 
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20 
14. Indicadores de Rentabilidade17 
 
Os índices deste grupo têm o objetivo de demonstrar o retorno ou 
rentabilidade do capital investido e a eficiência de sua administração. Medidas: 
margens e retorno. 
 
14.1. Giro do Ativo 
Estabelece a relação entre as vendas do período e os investimentos totais 
efetuados na empresa, expressando o nível de eficiência com que são utilizados os 
recursos aplicados. 
Giro do Ativo = 
Vendas Líquidas 
Ativo Médio 
14.2. Margem Líquida (Lucratividade) 
Esta medida leva em conta inclusive o resultado não operacional e representa 
o que “sobra” da atividade da empresa no final do período. Tradicionalmente é a 
mais usada e é do interesse do sócios ou investidores. 
Margem Líquida = 
Lucro Líquido x 100 
Vendas Líquidas 
 
14.3. Rentabilidade do Ativo 
Ë o retorno sobre os investimentos totais (Ativo Total) efetuados na empresa, 
independente de sua procedência seja dos proprietários (Capital Próprio), das 
operações da empresa ou de terceiros (Capital de Terceiros). 
 
Rentabilidade do Ativo (ROA ou 
ROI) 
= 
Lucro Líquido x 
100 
 
Ativo Médio ou 
Total 
 
14.4. Rentabilidade do Patrimônio Líquido 
Representa o nível de remuneração do capital investido pelos sócios 
acionistas, quotistas, proprietários. 
 
Rentabilidade do Patrimônio Líquido 
(ROE) 
= 
Lucro Líquido x 100 
Patrimônio Líquido Médio ou 
Total 
 
 
 
17 Adaptado de Reis, s.d., p. 99-100 
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21 
15. Resumo dos principaisindicadores econômico-financeiros18 
 
15.1. Situação Operacional 
PMRE - Prazo Médio de 
Rotação dos Estoques 
= 
Estoque [Médio] x 360 
C.M.V. 
PMRV - Prazo Médio de 
Recebimento das Vendas 
= 
Contas a Receber de Clientes [Médios] x 360 
Receita Líquida de Vendas 
PMPF - Prazo Médio de 
Pagamento dos Fornecedores 
= 
Fornecedores [Médios] x 360 
Compras a Prazo 
Identificação dos Dias Financiados (Ciclo Operacional 
x Ciclo Financeiro) 
(PMRE + PMRV) - PMPF 
 
15.2. Situação financeira 
Liquidez 
Liquidez Imediata = 
Disponibilidades 
PC 
Liquidez Geral = 
AC + RLP 
PC + ELP 
Liquidez Corrente = 
AC 
PC 
Liquidez Seca = 
AC - Estoques 
PC 
 
Estrutura de 
Capital 
Participação de Capitais de Terceiros 
(Grau Endividamento) 
= 
 (PC + ELP) x 100 
PL 
Composição do Endividamento = 
PC x 100 
PC + ELP 
Grau de Imobilização do Patrimônio 
Líquido 
= 
AP x 100 
PL 
Grau de Imobilização dos Recursos 
não Correntes. 
= 
AP x 100 
PL + ELP 
15.3. Situação econômica 
Rentabilidade 
Giro do Ativo = 
Vendas Líquidas 
Ativo Médio 
Margem Líquida = 
Lucro Líquido x 100 
Vendas Líquidas 
Rentabilidade do Ativo (ROA ou 
ROI) 
= 
Lucro Líquido x 100 
Ativo Médio ou Total 
 
18 Silva, 2017, p. 263-265 
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22 
 
Rentabilidade 
Rentabilidade do Patrimônio 
Líquido (ROE) 
= 
Lucro Líquido x 100 
Patrimônio Líquido Médio 
ou Total 
 
Análise do ROI pelo Modelo 
DuPont 
Margem Líquida X Giro do 
Ativo 
 
15.4. Análise Fundamentalista 
PL (Preço/Lucro): = 
Valor de cotação da ação 
Lucro por Ação 
 
Lucro por Ação (LPA) = 
Lucro Líquido 
 
Número de ações 
 
Dividend Yield (DY) = 
Dividendo por Ação 
 
Valor de cotação da ação 
 
Valor Patrimonial por Ação 
(VPA) 
= 
Patrimônio Líquido 
Número de ações 
 
Pay-out = 
Dividendo pago por Ação 
Lucro por Ação 
 
 
15.5. Alavancagem 
Alavancagem 
GAF – Alavancagem Financeira = 
ROE 
ROA/ROI 
GAO – Alavancagem Operacional = 
VLOP 
(Variação no Lucro 
Operacional) 
 
 VAt 
(Variação no Volume da 
Atividade) 
GAT – Alavancagem Total = GAF × GAO 
 
APOSTILA MBA 
Análise Econômico-Financeira de Empresas Professor: Alexandre Alcantara da Silva 
 
23 
16. Introdução à Avaliação de Empresas 
 
Uma avaliação econômica, ao contrário do que possa parecer, não é 
uma fixação concreta de um preço ou valor específico de um bem, mas 
é uma estimativa de base, uma tentativa de estabelecer, dentro de uma 
faixa, um valor referencial de tendência, em torno do qual atuarão as 
forças de mercado. 
Falcini (1995, p.15) 
16.1. Circunstâncias em que se fará avaliação de empresas em bases 
estimativas 
 
De acordo com Falcini (1995, p.16), existem várias circunstâncias em será 
necessário realizar estimativas do valor de uma empresa: 
• a compra ou a venda de um bem, de uma empresa ou de um fundo de 
comércio; 
• nos estudos de viabilidade de associações de interesses da empresa; 
• numa expropriação legal: 
• numa partilha entre herdeiros; 
• na determinação do valor das participações sociais; 
• na fusão de duas ou mais empresas; 
• na divisão de uma sociedade em duas ou mais empresas; 
• no aporte parcial em bens de uma empresa para outra; 
• num aumento de capital com aporte de bens; 
• Numa dissolução societária. 
16.2. Principais modelos de avaliação 
Segundo Falcini (1995) os principais modelos de avaliação de empresas são: 
• Modelos baseados no BP 
• Modelos baseados na DRE 
• Modelos baseados no Goodwill 
• Modelos baseados no Fluxo de Caixa 
• Modelos baseados no Valor de Bolsa 
Esses modelos propõem-se a determinar o valor de uma empresa pela 
estimativa do valor de seus ativos. 
Em geral, os modelos baseados no balanço patrimonial apresentam valores 
para as empresas que não guardam relação com seu valor de mercado. 
Eles determinam o valor de um ponto de vista estático, que, entretanto, não 
contempla a possível evolução da empresa no futuro, com o conceito de valor do 
dinheiro no tempo. 
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24 
Esses modelos não consideram outros fatores que afetam o valor de uma 
empresa, como o posicionamento no mercado de atuação, os recursos humanos, os 
problemas organizacionais, contratuais e outros, que não aparecem nas 
demonstrações contábeis. 
16.2.1. Modelo do valor contábil 
O modelo do valor contábil considera como valor contábil de uma empresa, 
de forma líquida, o valor do patrimônio líquido, apresentado no balanço patrimonial, 
com contas como as de capital social, reservas e lucros ou prejuízos acumulados. 
PL = Ativo - Passivo 
16.2.2. Modelo do valor contábil ajustado 
O modelo do valor contábil ajustado procura corrigir a deficiência mencionada 
no método do valor contábil, atualizando os valores dos ativos e passivos, 
registrados na contabilidade, ao valor de mercado. 
Quando se atualizam os valores de ativos e passivos (obrigações com 
terceiros), encontra-se o valor do patrimônio líquido atualizado, por uma 
consequência matemática. 
16.2.3. Valor de liquidação 
O valor de liquidação representa o valor da empresa se essa fosse liquidada, 
encerrando suas atividades, com a venda de todos os seus ativos e o pagamento de 
todas as suas obrigações. 
Representa o valor mínimo de uma empresa, assumindo-se que essa teria um 
valor maior se continuasse suas atividades. 
16.2.4. Valor substancial 
O modelo do valor substancial representa o cálculo do valor do investimento 
que deveria ser feito para constituir uma empresa em idênticas condições às da 
empresa que está sendo avaliada. 
Esses modelos são baseados na demonstração do resultado do exercício das 
empresas, também conhecida por suas iniciais DRE. 
Tais modelos buscam determinar o valor das empresas através do volume de 
lucros, vendas e outros indicadores de resultado que são apresentados. 
16.2.5. Modelo do valor dos lucros 
O modelo do valor dos lucros (PER) trata como valor patrimonial o resultado 
da multiplicação das receitas anuais líquidas (lucros) por uma taxa denominada 
PER, que é a taxa da relação preço/lucro. 
Assim, se os lucros por ação no último ano fossem de $ 4,00 e o 
preço da ação fosse de $ 29,00, a PER seria de 7,25 (29/4). 
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25 
Em outras situações, a PER usa como referência a previsão dos lucros por 
ação para o próximo ano no mercado acionário ou, às vezes, a média dos lucros por 
ação dos últimos dois ou três anos. 
16.2.6. Modelo do valor dos dividendos 
O modelo do valor dos dividendos considera que os dividendos são uma parte 
dos lucros que efetivamente foram propostos ou pagos aos acionistas e, em muitos 
casos, são o único fluxo regular de recursos recebidos pelos investidores. 
16.2.7. Modelo dos múltiplos de vendas 
O modelo dos múltiplos de vendas ou de receitas é usado no mercado em 
alguns segmentos, com certa frequência. Consiste em calcular o valor da empresa 
multiplicando-se seu volume de vendas por um multiplicador. 
Genericamente, o denominado goodwill é o valor que uma empresa possui, 
que sobrepõe seu valor contábil ou seu valor contábil ajustado. 
O goodwill representa o valor dos ativos intangíveis de uma empresa, além de 
seus ativos tangíveis, devidamente apontados pela contabilidade empresarial. 
O goodwill pode ser considerado como um excesso de valor em um processo 
de avaliação. 
Muitos valores de intangíveis que compõem o goodwill não aparecem na 
contabilidade tradicional; no entanto, contribuem com adições ao valor de uma 
empresa comparativamente a outras do mesmo segmento de atividade. 
Modelo clássico de goodwill 
O modelo clássico de goodwill estabelece que o valor de uma empresa 
é igual à soma do valor de seus ativos líquidos (a valor demercado ou 
a valor substancial) e do valor de seu goodwill. 
16.2.8. Modelos baseados no Fluxo de Caixa 
Esses modelos procuram determinar o valor de uma empresa pela estimativa 
dos fluxos de caixa que devem ser gerados no futuro e então descontam esses 
valores a uma taxa condizente com o risco do fluxo. 
São modelos muito aceitos no mercado de consultoria e também amplamente 
citados e divulgados nas bibliografias que versam sobre avaliações de ativos e 
avaliações empresariais. 
Os modelos baseados no fluxo de caixa têm sido mais utilizados, dada a 
conclusão do aspecto pouco científico dos modelos anteriormente apresentados. 
• Free cash flow (Fluxo de caixa livre) 
• Equity cash flow (Modelo ECF) 
• Capital cash flow (Modelo CCF) 
16.2.9. Free cash flow (Fluxo de caixa livre) 
O modelo do fluxo de caixa livre ou free cash flow utiliza o denominado fluxo 
de caixa operacional, que é o fluxo de caixa gerado pelas operações normais da 
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26 
empresa, desconsiderando empréstimos. É o montante financeiro que estará 
disponível para investimentos em ativos fixos e necessidades de capital de giro. 
16.2.10. Modelos baseados no valor de bolsa 
Específico para empresas de capital aberto com ações livremente negociadas 
no mercado, esse valor e obtido pelo resultado da multiplicação da cotação, em 
Bolsa, das ações da empresa pela quantidade das ações que compõem o capital 
social. O valor obtido e também utilizado como substituto do valor de mercado. 
Em condições normais, poderia ser aceita a hipótese de que o preço da ação 
no mercado representaria um consenso do valor econômico intrínseco dessa ação 
num dado momento; porém, dadas as várias forças atuantes de ordem subjetiva e 
os diversos níveis de eficiência, esse valor deve ser usado com precaução. 
 
REFERÊNCIAS 
 
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econômico-financeiro. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
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Harbra, 1997. 
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Atlas, 1995. 
FIPECAFI - GRUPO DE PROFESSORES DA FEA/USP – Manual de Contabilidade 
Societária. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
IUDICIBUS, Sergio. Análise de Balanços. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2017. 
KAPLAN. S. Robert. JOHNSON, H. Thomas. Contabilidade Gerencial. Rio de 
Janeiro: Campus. 
MARTINS, Eliseu; MIRANDA, Gilberto José; DINIZ, Josedilton Alves. Análise 
Didática das Demonstrações Contábeis. São Paulo: Atlas: 2014 
MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços. 7. ed. São Paulo: Atlas, 
2010. 
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas 
PEREZ JUNIOR, José Hernandez; BEGALLI, Clauco Antonio. Elaboração das 
demonstrações contábeis. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
REIS, Almir Carvalho dos. Contabilidade para Executivos. Mogi das Cruzes (SP), 
s.d., 114 p. Apostila do MBA em Gestão Empresarial - FGV. 
SILVA, Alexandre Alcantara. Estrutura, análise e interpretação das 
demonstrações contábeis. 5 ed. São Paulo: Atlas: 2017. 
SILVA, José Pereira da. Análise financeira das empresas.11 ed. São Paulo: Atlas, 
2012.

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