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APS CONSUMIDOR

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Amanda Sperb Lopes 201724363
Júlia Carneval de Souza 201710906
Vanessa Claudilene da Rosa Camargo 201321307
Copa Rio de Atletismo – RJ, 2018. O torneio previa, como premiação aos campeões de cada modalidade, a soma de R$ 20.000,00. Todos os especialistas no esporte estimavam a chance de vitória de José superior a 80%. Na semana que antecedeu a competição, o atleta, domiciliado no estado de Minas Gerais, viajou para a cidade do Rio de Janeiro para treinamento e reconhecimento dos locais de prova. Em um dia de folga, resolveu ir a Angra do Reis. Foi de ônibus, com a empresa de turismo Viagem LTDA, que oferecia a viagem no hotel em que estava. Na volta do passeio, dois dias antes do evento esportivo, o ônibus que José estava sofreu um grave acidente. A empresa, que prestava o serviço de tranporte, era a Rodando Ltda., com sede em São Paulo. O serviço de transporte é explorado pela sociedade empresária Rodando Ltda. de forma habitual, organizada profissionalmente e remunerada. Restou evidente que o acidente ocorreu devido à distração do condutor do ônibus. Em virtude do ocorrido, José não pôde competir no aludido torneio. O atleta precisou de atendimento médico-hospitalar de emergência, tendo realizado duas cirurgias e usado medicamentos. No processo de reabilitação, fez fisioterapia para recuperar a amplitude de movimento das pernas e dos quadris.
Sobre a situação descrita, responda aos itens a seguir.
A) Que legislação deve ser aplicada ao caso e como deverá responder a sociedade empresária D Ltda.? Quais os danos sofridos por José? 
No caso exposto, a legislação aplicada será o CDC (Código de Defesa do Consumidor), uma vez que José se qualifica como consumidor por equiparação art. 17 do CDC, assim nesta relação de consumo a empresa Rodando LTDA é classificado na condição de fornecedora de serviços (art. 3º, parágrafo 2 do CDC).
Portanto, aqui a responsabilidade civil será objetiva com base no art. 14 do CDC e art. 37 parágrafo 6º da Constituição Federal de 1988 que menciona que as pessoas jurídicas de direito público e privado prestadoras de serviços responderão pelos danos causados a terceiros.
No que tange aos danos sofridos pelo Jose identificamos a perda de uma chance, uma vez que o mesmo deixou de participar do torneio, e ainda a possibilidade de obter o prêmio já que previam esta capacidade no atleta, nisto deverá ser reparado. Ainda, será indenizado pelos danos morais sofridos e danos emergentes devido aos tratamentos médicos que o mesmo teve que se submeter para sua recuperação. ( Art. 402 do CC)
B) Qual o prazo para o ajuizamento da demanda reparatória? É possível fixar a competência do juízo em Minas Gerais? 
Aqui o prazo prescricional será de cinco anos (art27 do CDC). Sim, poderá José fixar a demanda em seu domicílio, ou seja, em Minas Gerais, uma vez que o CDC em seu art 101, inciso I sobre esta questão.
 C) Elabore a petição inicial para o caso.
EXCELENTÍSSIMO(A) SR.(A) DR.(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG
JOSÉ XXX XXX, nacionalidade xxx, estado civil xxx, profissão atleta , inscrito no CPF de n° XXX e RG de n° xxx, domiciliado no endereço xxx n° xxx, Bairro xxx, pertencente ao CEP XXXXX-XXX na cidade de xxx/MG, portador do e-mail xxxx@xxx.xxx.xx, neste ato representado por sua advogado(a) XXXX XXXX XXXX, nacionalidade brasileira, estado civil solteira, inscrito na OAB/RS XXX, no CPF xxx e RG xxx, com endereço profissional situado no endereço xxxx n°xx, Bairro xxx, CEP XXXXX-XXX, na cidade de xxxxxx/xx, portador(a) do e-mail xxxx@xxx.xxx.xx, vem perante Vossa Excelência ajuizar a presente:
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS, DANOS MATERIAIS
E PERDA DE UMA CHANCE
Em face de VIAGEM LTDA, pessoa jurídica de direito privado, com sede No endereço xxxxxx, N° xxxx, Bairro xxxx, na Cidade de Rio de Janeiro-RJ, CNPJ N°XXXXX, portador do e-mail xxxx@xxxx.xxx.xx, RODANDO LTDA, pessoa jurídica de direito privado, com sede no endereço xxxx, N° xxx, Bairro xxxxx, na Cidade de xxxx-SP, CNPJ N°XXXXX, portador do e-mail xxx@xxxxx.xxx.xx, SOCIEDADE EMPRESÁRIA RODANDO LTDA, pessoa jurídica de direito privado, com sede No endereço xxx xxx, N° xxxx, Bairro xxxx, na Cidade de Rio de Janeiro-RJ, CNPJ N°XXXXX, portador do e-mail xxxx@xxxx.xxx.xx, HOTEL XXX XXX, pessoa jurídica de direito privado, com sede No endereço xxx xxx, N° xxxx, Bairro xxxx, na Cidade de Rio de Janeiro-RJ, CNPJ N°XXXXX, portador do e-mail xxxx@xxxx.xxx.xx, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.
 I - DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
Há no caso presente a necessidade da antecipação de tutela de urgência, uma vez que o autor se encontra no estado de sua recuperação física, assim tendo muitos gastos com medicamentos e fisioterapia conforme fls. xx , o qual não estavam previstos em seu orçamento. 
Dispõe o artigo 300 do Código de Processo Civil, que:
 
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”
 
Completa o §2° do artigo supracitado
 
“§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
 
Enfim, para a concessão da tutela de urgência é comprovado nos autos o dano causado à saúde do autor, tendo a necessidade e urgência para manter –se realizando seus procedimentos clínicos para recuperação de sua saúde.
 II- DOS FATOS 
Em XX de XXX de 2018, José, atleta, domiciliado no estado de Minas Gerais, viajou para a cidade de Rio de Janeiro para treinamento e reconhecimento dos locais de prova, pois o mesmo como atleta participaria da Copa do Rio de Atletismo 2018 do estado do Rio de Janeiro na semana seguinte.
O atleta em seu dia de folga resolveu utilizar dos serviços de turismo e trasporte em que o hotel que estava hospedado oferecia, o mesmo se locomoveu até a cidade de Angra dos Reis com o ônibus da empresa de turismo indicada, empresa Viagem LTDA. Dois dias antes do campeonato, José resolve voltar ao hotel, porém o que não se esperava era que na volta de seu passeio sofreria um grave acidente no ônibus em que estava.O serviço de transporte era prestado pela empresa Sociedade empresária Rodando LTDA, no qual se subordinava a empresa sede Rodando LTDA de forma habitual, organizada profissionalmente e remunerada.
Ocorreu então que o atleta ao utilizar dos serviços oferecidos pelo Hotel em que estava hospedado, se envolveu no acidente citado, no qual foi evidente que o acontecido foi por distração do condutor do ônibus de transporte. José ficou impossibilitando de participar do torneio, pois precisou de atendimento médico-hospitalar de emergência, realizou também duas cirurgias e precisou usar muitos medicamentos.
Além de josé ter prejudicado seu trabalho como atleta e ter perdido sua chance de ganhar o tão esperado torneio, teve tambémalgumas coordenações do seu corpo prejudicadas,como a amplitude de movimento das pernas e dos quadris, tendo que realizar sessões de fisioterapia no processo de reabilitação, isso também acabou afetando a sua capacidade para futuros eventos.
 III- DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Percebe-se, outrossim, que o requerente deve se beneficiado pela inversão do ônus da prova, pelo que versa o inciso VIII do artigo 6° do Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que a narrativa dos fatos encontra respaldo nos documentos anexos, que demonstram a verossimilhança do pedido, conforme disposição legal:
"Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
(…)
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências".
O requerimento ainda, vem embasado da Doutrina de Antônio Herman:
“ A vulnerabilidade é um traço universal de todos os consumidores, ricos ou pobres, educados ou ignorantes, crédulos ou espertos. Já a hipossuficiência é marca pessoal,limitada a alguns – até mesmo a uma coletividade – mas nunca a todos os consumidores. “
“ A vulnerabilidade do consumidor justifica a existência do Código. A hipossuficiência, por seu turno, legitima alguns tratamentos diferenciados no interior do próprio Código, como, por exemplo, a previsão de inversão do ônus da prova (art. 6°, VIII)”.
Exatamente por tais questões, deve se dar a inversão do ônus da prova.
 IV- DO DIREITO
Da Aplicação do Código de Defesa do Consumidor 
Diante, dos fatos narrados podemos observar que o presente caso trata –se de um consumidor por equiparação (art.17 do CDC), uma vez esta prestação de serviço era destinada aos hospedes daquele hotel, local onde se encontrava o autor hospedado. 
“Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.”(grifo nosso)
 Assim, conforme parte grifada do artigo acima citado, podemos concluir que o autor desta ação foi vítima de uma prestação de serviço oferecida no hotel e ainda porque houve a relação de consumo entre as partes.
 V- DO MÉRITO
Outrossim, o Código de Defesa do Consumidor assim dispõe:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
Do Código Civil:
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”.
Nesse ponto de vista, nossos Tribunais se confirmam que, é dever da empresa indenizar seus passageiros em caso de acidente, independentemente da gravidade da lesão, vejamos um Apelação Cível do Tribunal de Justiça do estado de Minas Gerais que alude sobre o referido tema:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ACIDENTE EM ÔNIBUS COLETIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. LEVES ESCORIAÇÕES. DANO MORAL CONFIGURADO. FIXAÇÃO. - A existência de lesões leves, decorrente de acidente de trânsito ocorrido em ônibus coletivo não elide o dano moral, tendo em vista a situação de pânico e constrangimento emocional pela qual passou o passageiro. As lesões, ainda que leves, sofridas pela vítima, associadas à angústia, temor, aflição e sentimentos similares causados pela manobra brusca e repentina do coletivo, justificam a condenação ao pagamento de dano moral, ainda que em patamar moderado. - Para fixar o quantum da indenização por danos morais o julgador deve observar diversos aspectos, dentre eles a natureza e a intensidade do dano, sua repercussão no meio social, a conduta do ofensor, bem como a capacidade econômica das partes envolvidas. Recurso provido.
 IV- DOS PEDIDOS
Assim em face do exposto requer:
a) A citação das requeridas para que respondam à presente ação, no prazo legal, sob pena de revelia e confissão;
b) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos;
c) A designação de audiência previa de conciliação, nos termos do Art. 319, VII, do CPC/2015.
d) A procedência do pedido, com a condenação das requeridas ao ressarcimento imediato das quantias pagas, no valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil Reais), acrescidas de juros e correção monetária, conforme artigo 18° do Código de Defesa do Consumidor.
e) Conceder A TUTELA DE URGÊNCIA, porque presentes os requisitos do art. 300 do NCPC, em especial, o de perigo de dano irreparável;
f) Sejam as requeridas condenadas por Vossa Excelência, pagarem a requerente um quantum a título de danos morais e por não pode participar no valor de R$ 40.000,00 (quanreta mil Reais) devido à gravidade da lesão, e também por ter perdido a competição tendo em vista que tinha 80% de chance de vitoria, sua repercussão e as circunstâncias fática, este não seria enriquecimento sem causa e, devido ao poder financeiro das Requeridas, tornando-se tal pena pecuniária em uma proporção que atingisse o caráter punitivo ora pleiteado, como também o compensatório.
g) A condenação das requeridas nas custas judiciais e honorários advocatícios, estes a serem fixados por Vossa Excelência no que tange o artigo 85° parágrafo 2° e parágrafo 6° do CPC, 20% sobre o valor da condenação.
h) Requer também o recolhimento das custas processuais.
 Dá-se a causa o valor de R$ 100.000,00.
Nestes termos, pede deferimento.
Belo Horizonte, xx de xxxxx de 2018.
 Xxxxxx Xxxxx Xxxxx
 OAB xxx

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