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Prévia do material em texto

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA 5a REGIÃO - ANO 7 - EDIÇÃO 31 - JULHO/AGOSTO/SETEMBRO - 2010
REVISTA
IMPRESSO AUTORIZADO 
PODE SER ABERTO P/ECT 
 
 
 
 
 Desconhecido Falecido 
 Mudou-se Recusado 
 End. Insuficiente 
 Não existe o n.º indicado 
 Ausente 
__________________________ 
Reint. ao Serviço postal em: 
_____ / _____ / _______ 
 
__________________________ 
Ass. Responsável 
__________________________ 
Avenida Palmeira, 27 - 403 
CEP: 90470-300 – Porto Alegre 
 
 
 
PARA USO DOS CORREIOS 
CREFITO-5 abre as portas
para diálogo sobre 
importantes temas:
+ Pilates + Saúde Mental
+ Métodos X Técnicas
Transformação, renovação. Essas são duas palavras que podem 
ajudar a definir o momento que vivemos no CREFITO-5. Pu-
demos perceber isso desde o início da nova Gestão, no traba-
lho desenvolvido com os funcionários, nas ruas, conversando 
com os profissionais, nas respostas dadas às demandas que 
surgiram desde o final do mês de junho, entre outros.
A revista reflete, também, esta mudança, essa transformação. 
Ainda não está no seu formato definitivo, mas estamos cami-
nhando para isso. Queremos fazer para nossos profissionais 
uma revista atrativa, com conteúdo interessante, que sirva 
para informar e atualizar a todos. Outra face importante da 
revista é que ela será cada vez mais feita por cada um de vocês: 
queremos sua sugestão de pauta, de entrevistado, queremos 
ir às ruas conhecer e contar novas realidades. E vocês são fun-
damentais para isso.
Nessa primeira edição, em que as transformações começam a 
ganhar força, já tivemos uma prova importante de que estamos 
no caminho certo. Mais entrevistados, mais pautas, mais partici-
pação. Fomos conhecer a realidade de Fisioterapeutas nas CTIs 
e falamos o que está sendo discutido sobre a saúde mental no 
país. Esse é um dos nossos objetivos: tornar a revista mais hu-
manizada, com mais depoimentos e histórias que mereçam ser 
divididas com mais de 10 mil leitores.Todos os entrevistados nos 
incentivaram a continuarmos nesse caminho.
Conversas e entrevistas à parte, não deixamos de lado as 
questões referentes à legislação. Tentamos, aqui, esclarecer as 
dúvidas sobre as novas resoluções COFFITO 377 e 378, que 
tratam das especialidades. Falamos, também, sobre a polêmica 
do Pilates com a visão dos Fisioterapeutas e dos Terapeutas 
Ocupacionais, que se reuniram no CREFITO para um debate 
sobre a ética das equipes multiprofissionais. Sem dúvida, a ação 
do CREF-RS uniu ainda mais as categorias e isso ficou muito 
Renovação e mudança: 
novos rumos no CREFITO-5
visível nas discussões e nas cartas e e-mails que recebemos.
Outro assunto que exige muita atenção e precisa ser muito 
bem debatida, envolve Métodos e Técnicas. Aproveitamos as 
mudanças e os novos rumos para assumir essa temática e tra-
tar do assunto junto a vocês. Afinal, o que é método, o que é 
técnica, o que é permitido e o que não é permitido? 
Sem esquecer o passado, continuamos contando a história dos 
Ed
ito
ri
al
Presidente
Dr. Alexandre Doval da Costa
Vice-Presidente
Dr. Antonio Alberto Fernandes (Prof. Betinho)
Diretora-Secretária
Dra. Lenise Hetzel
Diretora-Tesoureira
Dra. Luciana Gaelzer Wertheimer
Conselheiros Efetivos
Dr. Alexandre Doval da Costa
Dr. Antonio Alberto Fernandes (Prof. Betinho)
Dra. Lenise Hetzel
Dra. Luciana Gaelzer Wertheimer
Dra. Marisa Petrucci Gigante
Dr. Mauro Antonio Felix
Dr. Sandro da Silva Groisman
Dra. Sonia Aparecida Manacero 
Dra. Tânia Cristina Malezen Fleig
Conselheiros Suplentes
Dra. Carolina Santos da Silva
Dr. Daversom Bordin Canterle
Dr. Henrique da Costa Huve
Dr. Jeferson Ubiratan Mattos Vieira
Dr. Marcos Lisboa Neves
Dra. Mirtha da Rosa Zenker
Dra. Priscila Malmann Bordignon
Dra. Rosemeri Suzin
Dr. Otávio Augusto Duarte
Assessoria de Comunicação e 
Jornalistas Responsáveis
Flávia Lima Moreira - MTB 12914
Manuela Martini Colla - MTB 12449
Projeto gráfico 
Veiga Consultoria Integrada em Comunicação
Impressão
Gráfica Trindade
A revista do CREFITO-5 é o órgão oficial de divulga-
ção do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia 
Ocupacional – 5ª Região. 
Endereço: Av. Palmeira, 27 cj. 403, bairro Petrópo-
lis, Porto Alegre/RS | CEP 90470-300 
Fone/Fax: (51) 3334 6586 – Porto Alegre, RS
E-mail: crefito5@crefito5.org.br
Site: www.crefito5.org.br
Periodicidade: trimestral
Tiragem: 10.000 exemplares
As matérias assinadas são de responsabilidade de 
seus autores. Proibida a reprodução parcial ou total 
sem prévia autorização. As fotos, quando não cre-
ditadas, são de autoria de Flávia Lima Moreira ou 
Manuela Martini Colla. 
Gestão 2010-2014
Editorial 
Cartas 
Legislação 
Reportagem Especial - Métodos & Técnicas
Pilates 
Fisioterapia nas UTIs
Intercâmbio
Hora Livre
História das Profissões 
Notícias 
Dica de Pauta
Ensino & Pesquisa
Quiropraxia
Fiscalização
Agenda - Cursos e Eventos
Horário de expediente externo do CREFITO-5: de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h.
página 3
página 4
página 6
página 8
página 9
página 12
página 16
página 18
página 20
página 22
página 27
página 28
página 30
página 33
página 35
3
25 anos do Conselho. A última reportagem da retrospectiva 
será publicada na próxima revista, edição de dezembro.
Esses são apenas alguns dos assuntos que vocês encontrarão nas 
próximas páginas da nossa revista. Tem mais: artigos, Fiscaliza-
ção, sugestão de pauta e um Fisioterapeuta adepto aos esportes 
radicais... Esperamos que vocês sintam as mudanças, que se re-
conheçam nos entrevistados e nas histórias que contamos. 
E nós queremos cada vez mais a sua ajuda. Mande suas suges-
tões, dicas e críticas para comunicacao@crefito5.org.br. 
Uma boa leitura a todos.
Comissão Editorial
Errata: Na edição de abril, maio e junho da revista do 
CREFITO-5, publicamos uma entrevista com a Dra. 
Ana Fátima Badaró, sobre Bioética. Corrigimos aqui os 
nomes dos autores que ela citou na página 7: ao invés 
de Kotler, o autor é Van R. Potter e, onde se lê Heglers, 
o correto é André Hellegers.
Pilates
Venho manifestar-me em relação a nota de esclarecimento ao 
CREF-RS. Sou instrutora e Pilates e divido a “técnica” com edu-
cadores físicos, muitas vezes me deparo com algumas situações 
um pouco complicadas em relação ao posicionamento deles 
frente as patologias que recebemos, mas nem por isso tomamos 
atitudes tão desonestas e anti-éticas como a mostrada nesse 
fato. Afinal de contas estamos lutando contra um Ato médico, 
pois queremos trabalhar de forma interdisciplinar. Essa situação 
me indignou e me surpreendeu, pois já ouvi por mais de uma 
vez educadores físicos falando em cursos de RPG e recente-
mente tivemos abertura de uma pós em CinesioTERAPIA aqui 
em Santa Maria que aceita educadores físicos, esses são alguns 
dos inúmeros exemplos que posso dar em relação ao exercício 
ilegal da fisioterapia. Será que não está na hora de nós também 
apertarmos a fiscalização em relação a nossa profissão frente 
a eles? Também gostaria de parabenizar o trabalho deste con-
selho, pago minha anuidade sabendo que ela está sendo bem 
empregada na defesa dos meus direitos profissionais e de toda 
minha profissão.
Dra. Francéli Francki dos Santos
CREFITO-5 83.465F
Venho, por meio desse, demonstrar a minha indignação como 
fisioterapeuta. Já não bastasse a “antiga e árdua luta” que tra-
vamos diariamente com a classe médica, agora ganhamos mais 
um “desafeto”, os educadores físicos. Nem comentarei so-
bre a matéria da página 16 do Jornal Correio do Povo de hoje 
(22/07/2010), pois ao entrar em contato por telefone com o 
CREFITO5, fui informado que vocês haviam recebido inúmeras 
denúncias e reclamações sobre essa matéria. Mas gostaria de re-
latar um caso que aconteceu comigo: um paciente chegou e me 
disse, na frente dos demais pacientes: “tu viu a matéria que saiu 
no Jornal? Uma fisioterapeuta que foi pega exercendo ilegalmen-
te a profissão, acho que ela até foi presa!”.Como eu tinha lido 
antes a matéria, consegui esclarecer tudo na hora perante todos 
que ali estavam. Agora lhes pergunto: e as inúmeras pessoas que 
não tem o conhecimento da realidade, do que é certo ou errado 
dessa matéria, como ficam? 
Dr. Rogério M. Cordeiro 
CREFITO-5 - 83.375F
Foi ridículo o ato do conselho de Educação Física, repugnante. 
Ainda bem que nosso conselho se posicionou e tomou as devi-
das providências. Não podemos aceitar uma afronta dessas. Em 
minha clínica, trabalhamos junto com os professores de Edu-
cação Física em perfeita harmonia, sempre buscando o melhor 
para nossos clientes, sem competições profissionais. Infelizmen-
te temos que ver esse tipo de acontecimento. Apoio nosso Con-
selho e que as devidas providências sejam tomadas em defesa de 
nossa colega fisioterapeuta. 
Dra. Cláudia do Prado
CREFITO-5 - 20.791F
Para CREF/RS
Prezado Presidente,
Fiquei horrorizado com a notícia publicada no Correio do Povo 
sobre uma fiscalização em relação a uma fisioterapeuta. Tive ex-
periência com os dois profissionais: o educador físico e com o 
fisioterapeuta. Com o educador físico na natação e em pilates. 
Com a fisioterapeuta na recuperação de cirurgia e no pilates. Na 
minha idade, 53 anos, servidor público, prefiro um fisioterapeu-
ta para acompanhar minha atividade física porque sinto que o 
cuidado do profissional é saúde, evitar lesões - antes de melho-
rar meu aspecto ou força física. Tive experiência com educador 
físico com pilates. O educador dedica atenção ao condiciona-
mento físico e superar barreiras do corpo, sem cuidado com 
a saúde, evitar lesões. Assim, repudio veementemente a humi-
lhação imposta a uma profissional da área da saúde, que buscou 
seu aperfeiçoamento profissional para prestar um atendimento 
ainda mais qualificado ao seu cliente. Cresceu, ainda mais, minha 
admiração pelo fisioterapeuta. Tenho dois sobrinhos que se for-
maram em educação física. Minha esposa é nutricionista junto 
a uma clínica de cirurgia plástica em Porto Alegre. É colega de 
uma profissional formada em educação física, sem CREF/RS, que 
aplica atividade física para alcançar o emagrecimento. Relatei o 
fato ao CREF/RS, no ano passado, e nada foi feito - ou seja, edu-
cadora física atua na área sem CREF/RS. Encerro, pedindo que 
busquem incentivar os educadores físicos a se capacitarem mais 
e deixarem os profissionais de outras áreas a atenderem seus 
clientes.
Clovis Saldanha
Olá, primeiramente, gostaria de agradecer pelo e-mail que me 
foi enviado. Achei de grande informação o mesmo, pois trabalho 
dentro de uma academia, em que atuam eu como fisioterapeu-
ta e mais alguns educadores físicos. Sou professora do método 
Pilates e o dono do local em que atendo, é um educador físico. 
trabalhamos em conjunto, já que as duas profissões estão aptas 
a realizar o mesmo trabalho. Por isso, me espantei muito ao ler 
este email. Isso com certeza tem que ser mudado, para que a 
nossa profissão seja mais reconhecida e com certeza, mais res-
peitada perante toda a sociedade.
Dra. Camila Souza
CREFITO-5 - 120499
Gostaria de manifestar meu repúdio pela fiscalização do CREF, 
visto que fui vítima de tal absurdo! Foram no meu consultório e 
sem respeito e ética nenhuma foram dizendo que eu não pode-
ria dar aula de pilates,fazer prevenção, etc... me constrangendo 
em frente a minha paciente que estava aguardando, não respei-
tando também o meu trabalho fazendo com que atrasasse os 
meus atendimentos. Não aceitei tais colocações me apoiando 
nas leis, mas mesmo assim se alteraram. Me senti humilhada 
e desrespeitada, e acho de extrema importância o CREFITO 
tomar uma atitude mais rígida. Também acho que deve publi-
car uma reportagem no jornal Correio do Povo esclarecendo 
as capacidades e atuações do fisioterapeuta para a comunida-
de. Gostaria, ainda, de relatar o fato de “fiscalização do CREF” 
acontecido no meu consultório na quarta-feira, dia 21 de julho 
de 2010, na zona sul de POA. Chegaram no meu consultório 
os fiscais questionando o fato de eu ser instrutora de pilates e 
gyrotonic sem a supervisão de um educador físico, de eu ter 
escrito na minha placa “ FISIOTERAPIA: prevenção, reabilitação 
e atividade física”. Queriam que eu tirasse da placa Prevenção e 
Atividade Física, pois eu roubava uma grande fatia do mercado. 
Expliquei que eu era instrutora de pilates, por isso a Atividade 
Física, mas discutiram comigo dizendo que só o Educador físico 
é o profissional que trabalha com a saúde, pois são os únicos que 
podem fazer PREVENÇÃO! Absurdo! Embasei todas as minhas 
discordâncias na legislação e percebi que eles não tinham idéia 
nenhuma do que eles estavam reivindicando. Tudo isso aconte-
ceu na recepção do meu consultório na frente de uma paciente 
que estava aguardando, e ainda, fazendo com que eu atrasasse 
os atendimentos. Me senti humilhada e injustiçada! Deixei claro 
que eu só devo explicações ao meu conselho, e que se eles te-
riam alguma coisa para reclamar deveria ser de conselho a con-
selho (CREF a CREFITO) e não com os fisioterapeutas. Como 
eu me neguei a aceitar o que ele dizia, um dos fiscais disse que ia 
utilizar os meios jurídicos contra mim. 
Dra. Daiane Borges 
CREFITO-5 - 84.007F 
Boa tarde! Gostaria de agradecer o Conselho de nossa região 
pela rápida resposta quanto a matéria publicada no correio do 
povo (22 de julho) sobre fiscalização de uma fisioterapeuta pelo 
CREF/RS. Mas, antes de vocês enviarem o primeiro e-mail falan-
do do assunto, eu enviei um e-mail ao CREF/RS para entender 
melhor a situação, pois a parte que mais me indignou foi: “A 
tarefa do fisioterapeuta é trabalhar nas lesões instaladas e a do 
profissional de Educação Física na prevenção”. Eu sou formada 
em Fisioterapia há 5 anos, e durante esse tempo convivi com 
muitos fisioterapeutas trabalhando com RPG, ginástica laboral 
e exercícios de forma preventiva para evitar dores nas costas. 
Mando para vocês resposta do e-mail: 
Prezada Sra. Paula C. de Moraes
Agradecendo pelo contato, informo que a Lei 9696/98 (http://www.
confef.org.br/extra/juris/mostra_lei.asp?ID=38) outorga aos profis-
sionais de educação física a prerrogativa própria e exclusiva de ava-
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pi
n
iã
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54
liação, prescrição, e monitoramento de atividades físicas, enquanto 
a Resolução CONFEF 201/2010 (http://www.confef.org.br/extra/
resolucoes/conteudo.asp?cd_resol=268&textoBusca=) ratifica o 
Pilates como modalidade e método de ginástica que, como tal, deve 
ser orientado e dinamizado por Profissionais de Educação Física. 
Não há possibilidade legal de fisioterapeutas trabalharem com trei-
namento físico como forma de “fisioterapia preventiva”, da mesma 
forma que não há possibilidade legal de profissionais de educação 
física trabalharem com alongamentos na forma de “educação física 
terapêutica”. No tocante à estética, idem. Na esperança de ter sido 
suficientemente claro, certo de vossa compreensão, coloco-me a 
disposição para eventuais esclarecimentos adicionais. 
Atenciosamente,
Conselheiro Prof. Ms. Cristiano Pinto 
Paula C. De Moraes
Boa noite, gostaria de parabenizar o CREFITO pela nota de 
esclarecimento e apoio aos colegas de profissão. Acredito que 
o CREF esteja atuando em uma fiscalização que não é de sua 
competência e deixando de lado o seu verdadeiro propósito, 
que é de fiscalizar profissionais de sua área, que muito comu-
mente exercem atividades específicas de um fisioterapeuta sem 
nenhum pudor. 
hoppecris@hotmail.com
Gostaria de manifestar meu repúdio também pela fiscalização 
do CREF, visto que fui vítima de tal absurdo! Foram no meu con-
sultório e sem respeito e ética NENHUMA foram dizendo que 
eu não poderia dar aula de pilates, fazer prevenção, etc... me 
constrangendo em frente a minha paciente que estava aguardan-
do, não respeitando também o meu trabalho fazendo com que 
atrasasse os meus atendimentos. Não aceitei tais colocações me 
apoiando nas leis, mas mesmo assim se alteraram. Me senti hu-
milhada e desrespeitada, e acho de extrema importânciao cre-
fito tomar uma atitude mais rígida. Também acho que deve pu-
blicar uma reportagem no jornal correio do povo esclarecendo 
as capacidades e atuações do fisioterapeuta para a comunidade. 
Dr. Bruno Dreher Bosner 
CREFITO-5 - 122.221F 
Ao Dr. Alexandre e Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia 
Ocupacional do RS 
Gostaria de manifestar através deste a minha indignação a maté-
ria publicada esta semana em uns dos jornais do Rio Grande do 
Sul “rotulado de ação fiscalizatória” promovida pelo Conselho 
Regional de Educação Física do Rio Grande do Sul. Agradecer ao 
presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocu-
pacional do RS, Dr. Alexandre Doval pelo manifesto e seu pro-
nunciamento, lembrando que não podemos deixar fatos como 
estes sem respostas. Parabéns Dr. Alexandre! 
Dra. Silvana Carniel 
CREFITO-5 - 5930LTT/F
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gi
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ão
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76
O COFFITO publicou duas novas Resoluções que dispõem 
sobre as novas normas e procedimentos para o registro de 
títulos de especialidade profissional em Fisioterapia e Terapia 
Ocupacional.
A publicação das Resoluções nº 377 (Fisioterapia) e nº 378 
(Terapia Ocupacional) ocorreu no dia 11 de junho, e as novas 
regras já estão em vigor.
Ressaltamos que os profissionais que requereram seus regis-
tros até o dia 18 de dezembro de 2008 estão sob as orienta-
ções vigentes na Resolução anterior. A partir desta data , vale 
a resolução nº 360, de 18 de dezembro de 2008.
Esta resolução não se aplica também aos fisioterapeutas e 
terapeutas ocupacionais que já obtiveram seus registros de 
especialidade perante o COFFITO.
Para quem vier a requerer registro de especialidade, como segue:
As especialidades a serem concedidas serão aquelas criadas 
pelo Plenário do COFFITO mediante resolução e conforme 
regulamento próprio (conforme o Parágrafo Único do Art. 9º 
das Resoluções nº 377 e 378). A saber:
Fisioterapia
Acupuntura, Fisioterapia Dermato-Funcional, Fisioterapia 
Esportiva, Fisioterapia do Trabalho, Fisioterapia Neuro-Fun-
cional, Fisioterapia Onco-Funcional, Fisioterapia Respiratória,
Fisioterapia Traumato-Ortopédica, Fisioterapia Urogineco-
Funcional, Osteopatia e Quiropraxia e Fisioterapia em saúde 
coletiva.
Terapia Ocupacional
- Acupuntura, Contextos Hospitalares, Contextos Sociais, 
Saúde Coletiva, Saúde da Família, Saúde Funcional e Saúde 
Mental.
Condições de habilitação para a concessão 
de título de Especialidade Profissional:
- O profissional precisa estar inscrito em seu CREFITO há 
pelo menos dois anos ininterruptos;
- O profissional que esteve fora do país precisa comprovar 
dois anos de atividade profissional ou de aperfeiçoamento 
profissional no exterior (estes documentos serão analisados 
pelo Plenário do COFFITO);
- O profissional estrangeiro ou brasileiro que tenha feito gra-
duação no Exterior deverá apresentar seu Diploma de Gra-
duação revalidado por uma Instituição Brasileira de Ensino 
Superior e também deverá estar inscrito no CREFITO por 
dois anos intermitentes.
Condições para concessão do título de 
Especialidade Profissional:
- O profissional precisa ser habilitado em Exame de Conheci-
mento e Prova de Título na especialidade requerida – os dois 
são eventos públicos, anunciados através de Edital, com a fi-
nalidade de valorar a experiência prática e o aperfeiçoamen-
to profissional na especialidade requerida pelo profissional;
- Este Exame de Conhecimento e Prova de Título podem 
ser convocados anualmente, dependendo da demanda ou da 
obrigatoriedade a cada dois anos;
- A demanda referida anteriormente será apurada junto aos 
Conselhos Regionais e às Entidades Associativas de Caráter 
Nacional de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional convenia-
das ao COFFITO, nos termos da Resolução COFFITO nº 
360, de 18 de dezembro de 2008.
- Para a realização deste Exame, o COFFITO pode estabe-
lecer convênio com Entidades Associativas de Caráter Na-
cional da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, bem como 
contratar institutos, fundações ou entidades especializadas 
para a realização das provas.
Sobre a Prova de Títulos e o Exame de
Conhecimento:
- O Exame de Conhecimento será composto por questões de 
múltipla escolha e dissertativas, e tem o objetivo de verificar 
o conhecimento do profissional na especialidade requerida;
- A Prova de Títulos uma avaliação objetiva da documentação 
apresentada pelo profissional e prima por valorar a experiên-
cia prática e o aperfeiçoamento do profissional na especiali-
dade requerida;
- Na Prova de Títulos, serão considerados para efeito de clas-
sificação e hierarquização dos títulos os seguintes domínios:
a) acadêmico – são aqueles outorgados por Instituições de 
Ensino Superior (nos termos da Lei 9.394/96) ou por Insti-
tuições autorizadas pelo Ministério da Educação e Cultura 
(MEC) na forma disposta em suas resoluções vigentes. Saiba 
mais lendo o Art. 15º das Resoluções nº 377 e 378;
b) de educação continuada em serviço – são as horas de edu-
cação continuada ofertadas pelo ente com o qual o profissio-
nal mantém vínculo de trabalho ou pelo próprio profissional 
que no mesmo período mantém registro de consultório.
c) acadêmico e de educação continuada em serviço – são as 
Residências promovidas e/ou cadastradas pelos Ministérios 
da Saúde e da Educação;
d) tempo de exercício profissional – corresponde à cada ano 
de atividade de prática clínica;
e) especialidade profissional – registrada pelo COFFITO em 
área afim;
f) produção profissional e certificação intelectuais;
Para esclarecimentos sobre cada um destes itens, leia o Art. 
15 das Resoluções 377 e 378.
Poderão ser obtidos junto ao COFFITO até dois títulos de 
Especialidade Profissional.
É vedado aos circunscricionados a divulgação de título de es-
pecialidade profissional e áreas de atuação que não possuam, 
bem como a divulgação de especialidade não reconhecida 
pelo COFFITO. O profissional só pode declarar vinculação 
com Especialidade Profissional ou área da atuação profissio-
nal quando for possuidor do título ou certificado a ele cor-
respondente, outorgado por Entidade Associativa de Caráter 
Nacional de Fisioterapia e devidamente registrado pelo CO-
FFITO. Confira a lista das Entidades Associativas no site do 
COFFTIO (www.coffito.org.br).
Se você tiver dúvidas a respeito deste assunto, entre em con-
tato através do e-mail betinho@crefito5.org.br ou do telefo-
ne (51) 3334-6586 ramal 223.
O COFFITO, junto com a Associação de Fisioterapeutas do 
Brasil (AFB), está definindo as normas para que possa con-
ceder a titulação aos profissionais. Para isso, numa reunião 
em Brasília, dia 7 de agosto, montou-se o Conselho Delibe-
rativo da Associação de Fisioterapeutas do Brasil, composto 
por onze Associações de Fisioterapia. Decidiu-se que será 
feita uma prova conjunta para todas as especialidades, e que 
cada profissional poderá fazer apenas uma prova. Ainda não 
há previsão de data para a realização desta prova de conhe-
cimento, porém já foram estabelecidos o peso da titulação a 
ser apresentada e também da prova (objetiva e subjetiva). A 
prova será realizada em regiões do Brasil, que será dividido 
entre três a cinco regiões simultaneamente. A decisão surgirá 
de acordo com a Comissão de Levantamento de Custos de 
Prova. As Associações Gaúchas foram convidadas a indicar 
um participante para participar das reuniões da Comissão de 
Especialidades a partir de setembro, para que todos contri-
buam para o processo e estejam sempre informados.
COFFITO publica novas 
Resoluções que mudam o 
registro de Especialidades
98
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 E
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 E
sp
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Método X Técnica: uma explicação 
através da origem das palavras
Muitas dúvidas que fazem parte do nosso dia a dia pode-
riam ser desfeitas mais facilmente se nosso conhecimento 
sobre a origem das palavras fosse mais aprimorado. As 
palavras trazem na sua escrita o seu signifcado e este pode 
ser absorvido através da análise das partes que compõem 
cada palavra, ou seja, seu radical e ospossíveis prefixos 
e sufixos. É esse o caminho que defende o professor de 
Filosofia da PUCRS e do IDC, Jorge Antônio Torres Ma-
chado. Jorge é mestre e doutorando em Filosofia.
Para o professor, a diferença entre método e técnica está 
toda explicada em suas escritas. “Cada palavra traz, na 
sua grafia, o seu signifIcado. Neste caso, método tem ori-
gem grega e nos remete à Platão e Aristóteles. Ela sig-
nifica caminho, rota, estrada”, afirma. Método deriva do 
Grego methodos, cuja signifcação é, literalmente, “cami-
nho para chegar a um fim”. Ou seja, podemos entender o 
método como um delimitador do modus da obtenção do 
conhecimento: a epistemologia.
Retrocendo um pouco no tempo, trazemos essa discus-
são para o início, para o século XV, especificamente o ano 
de 1619, período do Iluminismo, quando o filósofo Des-
cartes fez o Discurso sobre o método. Mas o que isso 
tem a ver com a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional, por 
exemplo? Essa obra abriu o caminho para a ciência mo-
derna e para o método científico em geral. No campo 
da ciência, método pode ser entendido como uma série 
de passos codificados que se têm de tomar para atingir 
um determinado objectivo científico. E, segundo Jorge, 
podemos, então, entender o Método como o objetivo do 
fazer.
Já a Técnica pode ser interpretada como o procedimento 
ou o conjunto de procedimentos cujo objetivo é obter 
um determinado resultado. Estes procedimentos não ex-
cluem a criatividade, que é o fator importante da Técnica. 
Jorge Machado define técnica como arte. “A técnica é ec-
lética, permite muitas experimentações. Na Psicanálise, 
por exemplo, no tratamento de uma determinada do-
ença, buscam-se resultados através de diferentes técni-
cas. Mas o objetivo é o mesmo. Isso significa dizer que a 
Técnica é bastante eclética nos processos terapêuticos”, 
explica. Mas voltemos um pouco: a palavra se técnica se 
origina também do grego techné, ou seja, arte. A técnica, 
portanto, confunde-se por algum tempo com a arte. 
A técnica pode, ainda, ter sua origem relacionada com o 
meio. É consciente, é reflexiva, é inventiva e é fundamen-
talmente individual. Há pesquisadores que definem que 
o indivíduo a aprende e a faz progredir. A relação com a 
arte firma-se ainda mais nesse sentido. 
Com relação aos campos de ação, pode-se entender a 
técnica como uma resposta ao interesse e à vontade do 
homem de transformar seu ambiente. Tentando tradu-
zir um pouco: existe um caminho, um objtivo traçado. 
O homem precisa, no entanto, buscar novas e melhores 
formas de satisfazer suas necessidades. E a esse conjunto 
de descobertas, ao resultado dessas formas surgem o que 
chamamos técnica. 
Por todas estas questões aqui descritas e por tantas que 
fazem parte dessa discussão, o professor Jorge Machado 
entende que as técnicas surgem dos métodos. “O mé-
todo é a estrada, o caminho, surge antes, portanto, das 
técnicas. Estas são as diferentes formas que surgem para 
que o objetivo seja alcançado. A técnica carrega em si 
a possibilidade de inovação, de mudança nos modos de 
procedimentos. O método garante que todas essas ino-
vações sejam conduzidas para que chegem a um ponto 
determinado: o objetivo”, finaliza Jorge.
Pilates: o inserção e as responsabilidades 
do fisioterapeuta na prática do método
Tudo começou no dia 22 de julho, com uma reportagem 
veiculada pelo jornal Correio do Povo. O texto relatava 
uma ação fiscalizatória do Conselho Regional de Educa-
ção Física do RS (CREF) e contava como o Presidente 
do CREF-RS agendou um atendimento experimental de 
Pilates no estúdio de uma fisioterapeuta na Zona Sul de 
Porto Alegre. No começo do atendimento, agentes fiscais 
do CREF-RS, acompanhados da imprensa, entraram no es-
tabelecimento e declararam que a atividade estava sendo 
executada de forma irregular. “A tarefa do fisioterapeuta é 
trabalhar nas lesões instaladas e a do profissional de Edu-
cação Física, na prevenção”, disse Eduardo Merino, presi-
dente do CREF-RS.
Estava criada a confusão. No dia seguinte, o CREFITO-5 
recebeu dezenas de ligações e e-mails de profissionais in-
dignados com a ação. Eles também pediam orientações, 
temerosos de sofrerem o mesmo tipo de fiscalização (aqui 
ressaltamos, mais uma vez, que somente o CREFITO-5 
pode fiscalizar fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais). 
Os profissionais estavam agitados, inseguros, indignados e 
pediam ações do Conselho e providências enérgicas em 
relação ao caso.
Para agravar a situação, no dia 25 de julho o CREF-RS pu-
blicou um anúncio no mesmo jornal, ressaltando a fiscali-
zação do Conselho que “flagrou novamente nesta semana 
uma aula de Pilates sendo aplicada por ministrante não-ha-
bilitada ao exercício profissional da Educação Física”. Mais 
indignação, ligações e reclamações dos fisioterapeutas.
A situação só amenizou quando o CREFITO-5 publicou, 
no dia 28 de julho, uma Nota de Esclarecimento que ocu-
pou meia página no Correio do Povo, esclarecendo uma 
série de dúvdas. 
Debate sobre a polêmica
Polêmica estabelecida, a Comissão de Comunicação do 
CREFITO-5 decidiu aprofundar o assunto e promoveu, 
no dia 19 de agosto, um bate-papo entre fisioterapeutas 
que atuam com Pilates. Todas são profissionais reconhe-
cidas e possuem um trabalho muito sério na área. Duran-
te o encontro, as fisioterapeutas falaram sobre diversos 
aspectos relacionados à prática do método Pilates. Parti-
ciparam, ainda, da reunião, o Presidente do CREFITO-5, 
Dr. Alexandre Doval, a Diretora-Tesoureira, Dra. Luciana 
Wertheimer e a Conselheira Dra. Priscila Bordignon. As fi-
sioterapeutas convidadas foram Dra. Adriane Krause, Dra. 
Alessandra Tegoni, Dra. Lilliane Hagemann, Dra. Roberta 
Aline Becker e Dra. Viviane Matsenauer. Confira, a seguir, 
uma síntese da opinião deste grupo sobre os seguintes te-
mas.
Histórico do Pilates 
Joseph Pilates nasceu na Alemanha em 1880 e tinha saúde 
frágil. Por isso, ainda adolescente, tornou-se ginasta e bus-
cou conhecimento em anatomia, fisiologia e medicina. Sua 
mãe era naturopata e o pai, ginasta. Ambos o influencia-
ram bastante. Em 1912, Joseph tornou-se boxeador pro-
fissional e começou a dar aulas de autodefesa na Scotland 
Yard. Na Primeira Guerra, tornou-se prisioneiro na Ingla-
terra por ser alemão e, na prisão, começou a usar as molas 
dos colchões para se exercitar e não perder o condicio-
namento físico. Mais tarde, isso serviria como base para 
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o ajudar a desenvolver um sistema de exercícios com-
binados com equipamentos. Joseph trabalhou como en-
fermeiro, cuidando dos feridos da guerra e desenvolveu, 
então, uma série de aparelhos que, hoje, são conhecidos 
de quem trabalha com Pilates: Reformer, Cadillac, Electric 
Chair, Wunda Chair, Full Barrel, Tower, e outros. Depois da 
guerra, ele voltou à Alemanha e incorporou elementos da 
dança ao seu método de trabalho. Em 1923, foi para os 
Estados Unidos e abriu seu primeiro Estúdio de Pilates. 
Seu trabalho, porém, só teria repercussão a partir da dé-
cada de 1940. Joseph Pilates morreu em 1967, mas sua 
esposa Clara Pilates seguiu seu trabalho e os alunos dos 
dois começaram a abrir seus estúdios e difundir o Pilates 
por todo o mundo. 
Pilates: Método ou Técnica?
Segundo o debate, o Pilates hoje é chamado de método 
pois abrange um conjunto de técnicas com um objetivo 
comum, mas no seu desenvolvimento ele era chamado de 
Contrologia. Trata-se de um processo racional usado para 
que se atinja um determinado objetivo. Um método é um 
sistema seguido no estudo ou ensino de qualquer proces-
so ou técnica para se chegar ao conhecimento. A técnica é 
o conjunto de processos, por isso, o Pilates é um método. 
(Leia reportagem na página 08)
O que é prevenção?
Nas nossas profissões, a prevenção é fazer algum tipo de 
trabalho que evite lesões em pessoas saudáveis no sentido 
de prevenir lesões e deformidades, mas que também tem 
uma pré-disposição ou um histórico familiar que sugere 
uma possível lesãoou alteração músculo esquelética no 
futuro. E o fisioterapeuta é um profissional altamente ca-
pacitado para promover a prevenção. 
O que o olhar do fisioterapeuta define no Pilates?
O Pilates é um método que nasceu da reabilitação, que é o 
cerne da profissão de fisioterapeuta, que atua, também, na 
prevenção e na correção. O olhar do fisioterapeuta, por-
tanto, é essencial em qualquer tipo de avaliação pela sua 
formação e conhecimento. Este olhar especial detecta as 
alterações posturais, as atrofias musculares, os movimen-
tos que podem ser executados de maneira incorreta, além 
das incapacidades ou falta de equilíbrio e flexibilidade. O 
fisioterapeuta olha para quem faz Pilates como um todo e 
auxilia o praticante a desenvolver a consciência corporal. 
De nada adianta fazer Pilates se isso causar dor, se a coluna 
estiver desalinhada. Quando alguém começa a fazer Pila-
tes com um fisioterapeuta, sente a diferença de um olhar 
cuidadoso e global sobre o seu corpo. O fisioterapeuta 
que utiliza Pilates está fazendo Fisioterapia (preventiva e 
reabilitadora).
Fisioterapeutas praticantes de Pilates deveriam se 
associar e redefinir as diretrizes?
Para as profissionais presentes na reunião, esse é um dos 
principais desafios a serem alcançados. Elas afirmam que 
isso é essencial para definirem-se pontos importantes, 
como um número mínimo de carga horária de formação, 
especificar as atribuições, a regulamentação com a criação 
de uma normativa sobre o Pilates para fisioterapeutas. 
Quem o fisioterapeuta atende é aluno, paciente ou 
cliente?
Este foi um dos grandes pontos da discussão, pois nele 
reside a polêmica do CREF, que afirma que fisioterapeuta 
não pode ter aluno. Para as fisioterapeutas que participa-
vam do bate-papo, as opiniões ficaram divididas: algumas 
chamam de pacientes, outras de alunos. As profissionais 
que chamam de alunos justificam-se: para elas, a palavra 
“paciente” sugere alguém passivo, doente, que apenas re-
cebe a ação do fisioterapeuta. Já “aluno”, buscando-se a 
origem da palavra, é alguém sem luz, a procura de conhe-
cimento. Nesses casos, alguém 
em busca de orientação e que é 
ativo no processo. 
Ao final do encontro, ficou cla-
ra a preocupação daqueles que 
são profissionais comprometidos 
com a profissão e com as pesso-
as que atendem. A fala incisiva de 
todas sobre a exigência de uma 
carga horária mínima e conside-
rável para o exercício legal do 
Pilates é prova do comprometi-
mento e da ética profissional de 
todos. Além disso, outra impor-
tante análise feita, é de que o Pi-
lates não pode ser visto como um 
Nota de esclarecimento COFFITO
O Coffito, tendo em vista a publicação oficial da Resolução 201/2010, do Conselho Federal de Educação Física (Con-
fef), esclarece que todo Fisioterapeuta tem o direito de utilizar o método Pilates com a finalidade fisioterapêutica, ou 
seja, para os fins de tratamento e prevenção de disfunções, conforme autoriza a legislação que trata da matéria. A 
prática pode ser realizada em qualquer local, como clínicas, academias, hospitais, dentre outros.
A Resolução do Confef, que dispõe sobre o Pilates como modalidade e método de ginástica, em seu artigo 4º, prevê 
que “caberá à pessoa jurídica prestadora de serviços na área de atividades físicas, desporto e similares que oferecer o 
Pilates em seu elenco de serviços, garantir que sua prática seja orientada e dinamizada por Profissionais de Educação 
Física”. A medida não trará qualquer dano ao exercício profissional do Fisioterapeuta, uma vez que a Cinesioterapia, 
que fundamenta o método Pilates, faz parte do currículo base da graduação em Fisioterapia. Assim, o Coffito destaca 
que os profissionais de Fisioterapia têm plena autonomia para utilizar o método Pilates na prevenção e no tratamento 
de disfunções.
O Coffito entende que o método Pilates é um dos muitos recursos cinésio-mecano-terápicos à disposição do fisiote-
rapeuta, com vistas à promoção, prevenção e recuperação da saúde. O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia 
Ocupacional entende que a prática clínica do Pilates exige um domínio técnico e científico acerca do método, por 
meio de aprimoramento profissional específico.
O profissional que, porventura, venha a se sentir prejudicado em seu exercício profissional por qualquer Conselho de 
Fiscalização, alheio ao sistema COFFITO/CREFITOS, deve, imediatamente, comunicar a atuação indevida ao CREFI-
TO de sua circunscrição para a adoção das medidas pertinentes.
Sobre o caso publicado no mesmo jornal, no dia 22 de julho, informamos que foi instaurado um processo administrati-
vo no CREFITO-5, através do qual estão sendo analisados todos os envolvidos e todos os fatos. Assim, tão logo sejam 
apuradas as responsabilidades e os acontecimentos sejam esclarecidos, as informações serão divulgadas nos veículos 
de comunicação do CREFITO-5 e as medidas jurídicas cabíveis serão adotadas.
Acompanhe todas as informações e as notas oficiais do CREFITO-5 no nosso site (www.crefito5.org.br) e pelas news-
letters institucionais, enviadas semanalmente.
O CREFITO-5 ressalta, mais uma vez, que Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais tenham claro que sua atuação 
profissional só pode ser fiscalizada pelo CREFITO-5.
método exclusivo de uma ou outra profissão. Ele é amplo 
e possui diferentes formas. O objetivo da sua prática é que 
deve determinar o profissional que guiará o processo. 
Portanto, estão equivocados aqueles que afirmam que 
fisioterapeuta não atua na pre-
venção e trata apenas de doen-
ças. O fisioterapeuta é um pro-
fissional da saúde e trabalha para 
que muitos problemas sejam 
evitados. Ele deve porém, pau-
tar-se pela ética, aperfeiçoar-se 
constantemente e oferecer aos 
seus pacientes, alunos ou clien-
tes, o melhor de si e o melhor da 
Fisioterapia.
Fotos: 1 Reformer, 2 Barrel, 3 
Exercício solo e 4 Cadillac. Agra-
decimento à Dra. Roberta Aline 
Becker.
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Responsabilidade e agilidade: as 
marcas da fisioterapia nas CTIs
Terça-feira, 24 de agosto. Che-
gamos ao Hospital Moinhos de 
Vento, em Porto Alegre para uma 
entrevista com parte da equipe de 
fisioterapeutas que atua no Cen-
tro de Terapia Intensiva (CTI). 
Hospital é um local que, para 
quem não atua na saúde, sempre 
causa uma sensação de descon-
forto. CTI, talvez um pouco mais, 
pelo risco que pressupõe. Todas 
essas impressões, porém, foram 
desfeitas em muito pouco tempo. 
Não podemos dizer que não há 
risco iminente onde estávamos. 
Mas podemos afirmar que a con-
fiança e competência dos fisiote-
rapeutas que lá atuam e que nos 
receberam diminuíram em muito 
essa sensação.
A saúde, todos sabem é um direi-
to constitucional de todo cidadão brasileiro. Existem, hoje, 
alguns órgãos reguladores dessa área e estes órgãos deter-
minam centenas de regras. Desde o dia 25 de fevereiro, 
está em vigor uma nova Resolução da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (Anvisa) que amplia atuação de profis-
sionais nas Unidades de Terapia Intensiva brasileiras. A Re-
solução RDC nº 7 estabelece os requisitos mínimos para o 
funcionamento das UTIs instaladas em hospitais públicos, 
privados ou filantrópicos. Ela torna obrigatória a presença, 
nessas unidades, de um coordenador da área de Fisiotera-
pia, com especialização em terapia intensiva ou em outra 
especialidade relacionada à assistência ao paciente grave. 
Juntamente com o responsável técnico (função ocupada 
necessariamente por um médico) e com o coordenador 
de Enfermagem, este profissional deve aprovar e registrar 
todas as ações, rotinas e procedimentos assistenciais e ad-
ministrativos realizados na UTI. A Resolução também es-
tabelece a obrigatoriedade da atuação de pelo menos um 
fisioterapeuta para cada dez leitos de UTI nos três turnos 
(matutino, vespertino e noturno), somando um total de 18 
horas diárias de atividade. Ainda de acordo com a RDC, 
estabeleceu-se que o atendimento em UTIs deve ser fei-
to por equipes multiprofissionais, dimensionadas(em nú-
mero de especialidades e profissionais) de acordo com o 
perfil e o tamanho da estrutura.
Todas estas normatizações e 
exigências da Anvisa encontra-
mos na equipe da Dra. Luísa 
Novaes. Dra. Luísa é a Coor-
denadora de Fisioterapia do 
Hospital, que atualmente conta 
com uma equipe de 41 fisiote-
rapeutas e 10 estagiários; além 
de três temporários. Segundo 
ela, a média de procedimen-
tos realizados por mês é de 
12.000, com uma média de 
atendimento de 140 pacientes 
por dia e 300 procedimentos. 
“É impressionante vermos o 
quanto crescemos. São 10 anos 
de atuação - o setor existe no 
Hospital desde 2000. Lembro 
muito bem dos primeiros dias, 
quando começamos atendendo 
24 pacientes”, lembra Dra. Luísa.
A fisioterapeuta é tranquila e talvez seja essa uma das ca-
racterísticas fundamentais para os profissionais que preten-
dem atuar em CTIs. Afinal, Unidades de Terapia Intensiva 
são, geralmente, locais que abrigam graves casos e, tanto 
para os adoentados quanto para os familiares, segurança e 
confiança caminham lado a lado com a tranquilidade. “A 
tensão de saber se seu familiar está sendo bem atendido, 
se está recebendo atenção adequada e se sua dor está sen-
do minimizada são fundamentais para os familiares. Todos 
querem a certeza de que os profissionais são qualificados e 
preparados. Essas são as maiores preocupações de quem 
passa por esta experiência”, conta a fisioterapeuta. 
Dra. Luísa tem uma equipe competente sob sua coorde-
nação. Na CTI, são 30 leitos e cada turno tem a atuação de 
três fisioterapeutas. A equipe é composta pela Dra. Fer-
nanda Callefe Moreira, Dr. Ricardo Wickert, Dra. Cíntia 
Dias de Barros, Dra. Fernanda Gehm, Dr. Luis Guilherme 
Borges, Dr. Augusto Savi, Dra. Joyce Michele Silva, Dra. 
Soraia Ibrahim, Dr. Leonardo Silva e Dr. Glauber Gotardo. 
Conversamos com a equipe do turno da manhã e eles nos 
contam a seguir como escolheram esta área e um pouco 
da sua rotina e impressões.
Seleção natural 
Segundo a Dra. Luísa Novaes, o processo de seleção para 
fisioterapeutas que irão atuar em UTIs envolve uma ava-
liação de perfil diferenciada. “O perfil é muito claro: ele 
tem de ser especializado nesta área, ter agilidade especial, 
saber responder às demandas de forma segura e rápida, 
deve saber trabalhar sob pressão e ter uma visão de todo 
em relação ao paciente e à equipe”, afirma. O Coorde-
nador Médico da UTI, Dr. Eubrando Silvestre, resumiu: 
“nós não sobrevivemos sem a fisioterapia aqui”. O mesmo 
dizem os fisioterapeutas da equipe: enfatizam que essas 
características são muito particulares e que entre eles há 
esse reconhecimento de perfil, o que permite uma troca 
de conhecimento e informações constante. A confiança, 
assim, só aumenta de todos que fazem parte da equipe 
não apenas de fisioterapeutas, das de todos que atuam na 
CTI. Para a Dra. Fernanda Callefe Moreira, uma paulis-
ta que mora em Porto Alegre há oito anos, o diferencial 
necessário para quem quer trabalhar numa UTI é a união 
de conhecimento técnico, agilidade e tranquilidade. “É 
um trabalho que envolve muita responsabilidade porque 
é tudo uma questão de momento, ou seja, precisamos 
fazer a escolha certa, baseado em nosso conhecimento, 
sem muito tempo. São respostas muito rápidas e precisas 
o tempo todo”, diz.
A diferença de rotina
Para o Dr. Ricardo Wickert a maior diferença entre os 
profissionais que atuam em CTIs daqueles que atuam em 
outras áreas, é a urgência, o pensamento e atitude rápida 
exigidas. “Precisamos de tudo isso porque atuamos em si-
tuações críticas o tempo todo. Isso seria muito diferente 
se estivéssemos atendendo um paciente em situação mais 
tranquila. O paciente de UTI está passando mal e o traba-
lho não pode ser feito a longo prazo – tem que ser agora 
(enfatizando). É o momento em que podemos fazer ou 
não a diferença em um desfecho muito grave”, conta. Por 
isso, é uníssona a fala sobre conhecimento técnico apu-
rado, experiência e tranquilidade. “A experiência é o que 
te oferece caminhos para fazer a diferença nestas horas 
graves. Em momentos críticos, sabemos que temos uma 
vida em nossas mãos. É muita responsabilidade. Mas há, 
também, reconhecimento e valorização do trabalho”, afir-
ma Dr. Ricardo. Dra. Fernanda conta, ainda, que a rotina 
da equipe exige uma sintonia entre calma e agilidade. Ela 
defende a constante atualização técnica e a consciência da 
importância de uma equipe interdisciplinar alinhada. “Há 
casos em que um olhar basta para que o médico se co-
munique conosco. Sabemos a importância do trabalho em 
equipe, essencial para nossa rotina funcionar da melhor 
forma possível”, defende.
Reconhecimento
O contato com os pacientes, pela situação de risco que 
estão vivenciando, torna a relação entre profissionais e pa-
cientes diferente. Se um tratamento normal (seja em clíni-
ca ou em leitos de hospitais) o paciente reconhece o seu 
Da esquerda para a direita: Dra. Cintia, Dra. Luísa, Dr. Ricardo e Dra. Fernanda
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O mês de outubro de 2010 será marcado por uma das principais 
atividades da Democracia: as eleições. O processo eleitoral é 
um dos momentos mais importantes para o exercício da cida-
dania. E a Democracia, para existir de fato, exige que os seus 
cidadãos cumpram seu papel.
Nesse momento torna-se ainda mais importante que todos sai-
bam o seu papel. O voto, já é chavão, mas vale reforçar, é a 
arma do cidadão. É através dele que uma realidade pode ser 
certificada ou modificada. É através do voto que os cidadãos in-
dicam suas vontades pois colocam nas mãos de alguns políticos 
o poder de decisão. Essas decisões refletem-se diretamente no 
cotidiano de todos. 
Mas não estamos falando aqui de programas sociais, de progra-
mas de governo ou mesmo de simpatias políticas. Estamos fa-
lando de Projetos de Lei que afetam o mercado de trabalho, que 
podem comprometer ou ampliar os sistemas e os atendimentos 
na área da saúde. Você lembra em quem votou nas últimas elei-
ções para a Câmara dos Deputados? Sabe qual a posição e o 
voto dele sobre o PL do Ato Médico? 
Durante todo o andamento e tramitação do PL do Ato Médico 
o CREFITO-5 enviou a seus profissionais a lista completa dos 
Deputados da bancada gaúcha em Brasília. Mostramos o voto 
de cada um. Por quê? Porque são esses os nossos re-
presentantes em Brasília, são esses parlamentares que 
criam as Leis que todos devemos cumprir. 
A questão que fica para este ano é: você vota cons-
cientemente, pensando no que o seu Deputado 
pode fazer tanto na Câmara dos Deputados, quanto 
no Senado e na Assembleia Legislativa? Você sabe o 
papel de cada um destes parlamentares? 
O voto é secreto e deve ser levado muito a sério. 
Eleições 2010: a festa da 
democracia nas mãos dos eleitores
Quando escolhemos um candidato, estamos depositando no 
trabalho dele (e da sua equipe) nossos próximos quatro anos. 
Hoje, a Democracia está reforçada. Há transparência na trami-
tação dos Projetos de Lei. Eles podem ser acessados e acompa-
nhados a qualquer momento, por qualquer cidadão através dos 
sites: www.camara.gov.br e www.al.rs.gov.br. 
Faça valer o seu direito e o seu voto. Exerça a sua cidadania para 
que a Democracia tenha, de fato, o poder que pressupõe. Essa 
decisão e esse exercício são responsabilidade de cada um dos 
eleitores brasileiros.
Alguns PLs são fundamentais para o futuro de Fisioterapeutas e 
Terapeutas Ocupacionais. Pesquise, conscientize-se:
> PL 5979/2009, que trata do piso salarial de Fisioterapeutas e 
Terapeutas Ocupacionais;
> PLS 467/2008, que trata da prestação de serviços de Fisio-
terapeutas e Terapeutas Ocupacionais adequadas ao Simples 
Nacional;
> PL 1220/2007, que aborda a tabela de honorários médicos, 
odontológicos e de outros profissionais, como base mínima com 
as operadoras de planos de saúde;
> PL 5404/2005, que institui e estabelece critérios para a edição 
do Rol de Procedimentos e serviços em fisioterapia;
> PL 1444/2003, que discute o exame de suficiên-
cia parao exercício das profissões de Fisioterapeu-
ta e Terapeuta Ocupacional;
> PL 1549/2003, que disciplina o exercício pro-
fissional de Acupuntura;
> PL 4261/2004, que inclui Fisioterapeuta e 
Terapeuta Ocupacional no Programa Saúde da 
Família – PSF;
> PLS 268/2002, o PL do Ato Médico.
Democracia (“demo+kratos”) é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões polí-
ticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, que escolhe seus representantes através do voto.
fisioterapeuta, por exemplo, na CTI isso não é possível. Dr. 
Ricardo lembra que a grande maioria dos pacientes está sem-
pre sedado, possui alguma alteração neurológica ou passou 
por alguma cirurgia. Ou seja, isso torna o agente de saúde um 
tanto quanto anônimo para o paciente. “Nós, fisioterapeutas, 
mobilizamos, alongamos, procuramos aliviar a dor e dar con-
forto respiratório. Quando o paciente está mais acordado, 
consciente, consegue estabelecer algum tipo de relação com 
a equipe. E isso é recompensador”, afirma ele. 
Segundo a Dra. Fernanda, há, por consequência dessa si-
tuação, uma gratificação: a do contato com a família do 
paciente. “Já atendemos pacientes que ficaram sete meses 
na CTI e acabamos conhecendo toda a família dele. No 
início, ele não nos reconhecia. Aos poucos ele começou a 
recuperar a lucidez até conseguir dar seus primeiros pas-
sos. Depois de ter sido encaminhado para o andar de in-
ternação, ele veio dar um abraço em todos e dizer tchau”, 
recorda. Ao contar essas histórias, todos se emocionam 
e relembram de pelo me-
nos um fato ou de um pa-
ciente especial. E, como 
não poderia deixar de 
ser, as novas ferramentas 
de comunicação também 
fazem parte das relações 
estabelecidas nos perío-
dos de tratamento. Não 
são poucos os pacientes 
que mantêm vínculo por 
e-mail. 
A Dra. Luísa Novaes 
lembra, ainda, que o re-
conhecimento da família 
e do paciente está dire-
tamente ligado com a 
gravidade do momento. 
“Em doenças graves, é 
natural que a família fique 
extremamente preocu-
pada, devido à criticidade 
do momento para todos. 
Por isso, eles sentem 
uma grande gratidão pelos profissionais que estão aqui na 
CTI trabalhando”, destaca.
Responsabilidade e ansiedade
O tempo ajuda. Os colegas ajudam. Essas são duas das 
situações lembradas pela equipe do Hospital Moinhos de 
Vento quando questionados sobre a responsabilidade que 
possuem e a ansiedade. Dra. Fernanda lembra que logo 
que iniciou seu trabalho na CTI não reconhecia em si as 
características essenciais para um fisioterapeuta poder 
atuar nesse local. Mas seus colegas, Dra. Luísa e Dr. Ricardo, 
viram e hoje, é tudo natural. Com o tempo, com os anos, 
a pressão diminui significativamente. Dr. Ricardo afirma que, 
como são anos de experiência e vivência dessas situações de 
risco, a situação precisa ser bastante difícil para poder abalar 
a equipe. “Mas é importante sabermos que existem casos em 
que não há uma segunda chance para corrigir algo errado. É 
preciso saber lidar com isso”, enfatiza. Para a Dra. Cíntia Dias 
de Barros, não poder errar é um diferencial. “Sou nova, me 
sinto muito preparada, mas ter a certeza de que temos uma 
chance só nos traz, sem dúvida, mais responsabilidade. Com 
o tempo tenho certeza de que isso diminui”, fala.
Dra. Luísa lembra uma questão importante: “Não existe 
‘melhor’ ou ‘pior’ no profissional da CTI. Ele simplesmen-
te é diferente porque tem que ter habilidades específicas 
como agilidade, responsabilidade, conhecimento técnico e 
calma. É preciso desenvolver uma visão do todo, já que 
temos possibilidade de desenvolver um bom trabalho em 
equipe. Isso transmite segurança aos familiares do pacien-
te, que sabem que ele está sendo bem assistido”, defende.
A visão do paciente
Nós queríamos contar essas histórias através da visão de 
um paciente. Infelizmente não foi possível pois todos os 
pacientes que estavam internados naquele dia estavam em 
situação delicada. Porém, na próxima edição da revista do 
CREFITO-5, esperamos poder contar essas histórias, pois 
falaremos sobre outra equipe de fisioterapeutas em CTIs, 
desta vez em hospitais públicos. Se você tem alguma su-
gestão ou dica, mande para a gente.
Intercâmbio de conhecimento e prática
Dr. Vinícius Montiel de Castro é um 
fisioterapeuta formado pela Ulbra em 
1999 que trabalhou em diversos luga-
res enquanto morava em Porto Alegre 
– clínicas particulares, hospitais, serviço 
voluntário, entre outros. Em 2009, ele 
decidiu que queria mais e perseguiu seu 
sonho: trabalhar fora do Brasil – mais 
especificamente, na Inglaterra. Deu tão 
certo que ele está lá até hoje. Nesta 
nova seção da nossa revista, ele conta 
um pouco das suas vivências e da expe-
riência de atuar em outro país. Confira!
Sou o fisioterapeuta Vinícius Montiel de 
Castro (Vico) e estou trabalhando em 
um hospital no Reino Unido que cuida 
basicamente de pacientes idosos e am-
putados de membros inferiores. A vida 
de fisioterapeuta aqui é bem diferente, 
primeiro que posso sonhar em ter uma 
família, casa, carro, viajar, apenas traba-
lhando em um local das 8h30min até as 
16h30min e em alguns hospitais se deve 
fazer plantão também - mas não todos. 
Fisioterapeuta é dividido por bandas 5, 
6, 7, 8, 8a, 8b - em virtude da experi-
ência, o salário aumenta. O legal é que 
posso ser cabeludo tatuado, ter brinco, 
que ninguém dá bola...
Quando cheguei aqui na Inglaterra pedi 
num bar um copo de água pronuncian-
do a letra “D” onde tinha o “T” como 
me ensinaram no inglês americano 
(watter) e o atendente não entendia o 
que eu queria, depois ele disse: “ok, you 
want waTTer, mate...” Enfim. 
Hoje percebo que o fisioterapeuta 
brasileiro tem muito conhecimento te-
órico/científico prático em relação ao 
inglês, porém a autonomia e o poder 
de decisão e a participação do fisiotera-
peuta inglês ainda é muito maior. Aqui, 
eu não preciso de prescrição de médico 
para atender meus pacientes e dou alta 
da fisioterapia na hora em que eu achar 
melhor. Isso no sistema público - no pri-
vado, os pacientes vão nas clínicas sem 
prescrição médica vão porque sabem 
que fazer fisioterapia ou ir ao profissio-
nal é um direito deles.
Para um paciente ter alta hospitalar, tem 
que ter a participação do fisioterapeuta 
e do terapeuta ocupacional. Participo 
de MDT (reuniões semanais com mé-
dicos, terapeutas ocupacionais, enfer-
meiras e assistentes sociais) para deci-
dirmos juntos qual será o melhor plano 
de alta hospitalar para o paciente). 
O governo britânico oferece as seguin-
tes opções para a alta: o velhinho vai 
para casa com cuidadores que irão, em 
alguns turnos em alguns dias da semana, 
ajudar o vovô a tomar banho, se alimen-
tar, realizar as tarefas básicas do cotidia-
no. Porém, às vezes, o vovô tem que 
pagar metade e, em outras, o governo 
paga tudo, depende do rendimento do 
paciente. Também, o vovô vai para um 
asilo mais dependente ou para uma casa 
de repouso sob as mesmas condições 
em relação ao pagamento. O governo 
disponibiliza fisioterapia em casa de gra-
ça mas, às vezes, demora 6 semanas pra 
começar e não e todos os dias mas en-
fim, disponibiliza. A parte comunitária 
e muito forte e funciona relativamente 
bem.
Os hospitais ingleses possuem do-
cumentos e protocolos pra tudo 
que é lado, a quantidade de buro-
cracia que eu faço é absurdo (pode 
ter sido castigo, pois odeio papel). 
Algumas com razão, até mesmo 
para proteger o hospital e o pro-
fissional. Aqui, é muito comum pa-
ciente querer entrar na justiça.
É muito engraçado o quanto o fisio-
terapeuta brasileiro tem jogo de cin-
tura para resolver situações diárias na 
atividade hospitalar além de trabalhar 
com sorriso no rosto (ao menos, eu 
sou assim). É impressionante como os 
pacientes percebem isto e que meu 
tratamento é diferente. Eles me dão 
cartões agradecendo por isso - no 
Brasil, em 10 anos de profissão, recebi 
um cartão e poucos agradecimentos. 
Aqui, estou recebendo uma média de 
um cartão por mês. Alguns pacientes 
me disseram que, em umasemana, 
eu fiz mais que em um ano (exagero 
também deles). Isso porque o fisiote-
rapeuta brasileiro foi instruído a real-
mente tocar o paciente, mobilizá-lo no 
leito, retirá-lo da cama... Usar terapia 
manual e tudo que foi ensinado na 
Faculdade (e foi bastante). Aliás, hoje 
vendo tudo daqui de cima, realmente 
o fisioterapeuta brasileiro tá sempre 
buscando se aperfeiçoar, lindo isto. O 
inglês já e mais tranquilo e entre meus 
colegas não lembro quem tinha uma 
especialização ou mestrado. 
Muita gente no Brasil acha que fisiotera-
peuta aqui faz serviço de enfermagem, 
o que é a maior mentira - cada um sabe 
sua função e obrigações. Mas, como 
eu não sou bobo, ajudo no que posso 
a equipe de enfermagem dentro dos 
meus limites para que eu conquiste a 
harmonia do ambiente o que sempre 
ajuda - e muito!
Aqui na Inglaterra, existem regras para 
manuseio de paciente. Por exemplo: 
jamais posso tentar levantar um pa-
ciente sozinho se ele não é capaz de 
me ajudar ou se ele é muito pesado. 
Caso alguém me pegar fazendo força 
inapropriada eu posso tomar um pu-
xão de orelha bem forte, basta alguém 
me pegar na tampa. O que se faz en-
tão? Regra de manual handling: usar 
equipamentos hidráulicos para retirar 
e colocar da cama, sentar e levantar... 
Isso porque, na concepção do inglês 
eu, como fisioterapeuta tenho que 
estar com minha saúde em primeiro 
lugar, pois eu ainda terei que cuidar 
de muitos pacientes durante toda 
minha vida. Obrigatoriamente tenho 
que fazer uma pausa de 30 minutos 
além da minha meia hora de almo-
ço normal. Para se trabalhar aqui, é 
obrigatório antes fazer o curso de 
parada respiratória, manual handling, 
exame de rubéola, catapora, hepati-
te B, além de não ter antecedentes 
criminais. Caso não tenha isso, nem 
adianta se candidatar.
Assistente de fisioterapia aqui é permi-
tido - mas eu que delego o que ele 
tem que fazer e eles me ajudam com 
os pacientes pesados e com a docu-
mentação, uma vez que fica impossí-
vel atender a demanda e ainda realizar 
a burocracia.
A demanda de velhinhos é muita e 
eles vivem muito - 70 anos prá eles 
é jovem. O Fisioterapeuta aqui usa 
camisa pólo branca e calça azul, não 
usam jaleco, e tanto homem como 
mulher podem usar uma espécie de 
túnica branca com golinha (nem pen-
sar!). Preferi usar a camisa pólo bran-
ca com o logo do sindicato/sociedade 
de fisioterapia. A maioria dos lugares 
só quer trabalhar com fisioterapeutas 
sindicalizados.
O tratamento fisioterapêutico hospi-
talar aqui para o idoso neste caso está 
voltado para treinamento das passagens 
de posições, buscando a funcionalida-
de, além de terapeuta ocupacional e 
fisioterapeuta precisam andar na mes-
ma direção - se algo der errado na alta 
hospitalar poderão ser julgados por 
isto. Também, a prevenção de quedas 
é muito trabalhada.
O sistema público de fisioterapia hospi-
talar na Inglaterra tem suas qualidades e 
defeitos, mas uma coisa eles sabem fazer: 
priorizar quem realmente precisa ser 
atendido, paciente crônico aqui acama-
do não precisa de fisioterapia e sim uma 
casa geriátrica. A base da avaliação fisio-
terapêutica do idoso e principalmente o 
aspecto social, e saber como era a mobi-
lidade do paciente antes de ser internado 
para então recuperá-la. Um exemplo: 
se o velhinho antes de vir caminhava so-
mente cinco metros com andador este 
será o objetivo. Uma vez atingido e o pa-
ciente estiver medicamente estável, ele 
é mandado para casa. Muito importante, 
saber se o paciente tem escadas e se vai 
ter alta hospitalar antes obrigatoriamen-
te treino de escadas, se não for capaz de 
executar, esta vetada a alta e rediscutido 
o plano. 
Aqui existe até um formato exclusivo 
para se evoluir em pasta médica. A evo-
lução em pasta medica é obrigatória e 
importantíssima – descrevo todos os 
dias, através do que eles denominaram 
de “SOAP notes”. Explico: através des-
se relatório diário de cada paciente, 
eu tenho que escrever como ele tá, 
e principalmente se ele consentiu 
que eu o atendesse. Depois, relato 
o que eu fiz e pratiquei; em seguida, 
como ele ficou após o atendimento, 
se ele melhorou, minha opinião. Por 
fim, desde o primeiro dia de avalia-
ção, sempre tem que ter o plano que 
pretendo colocar em prática que fará 
com que ele tenha alta. Na maioria 
dos hospitais, eu tenho que fazer uma 
avaliação da mobilidade antes e de-
pois da alta, além de outra avaliação 
de risco de quedas e anexar tudo na 
pasta médica. 
Os meus colegas ingleses, na maioria, 
são difíceis de mudarem de opinião. 
É difícil admitirem quando estão er-
rados, mas eles acabam respeitando 
e muito quem tem atitude e persona-
lidade e ficam espantados quando co-
nhecem um brasileiro fisioterapeuta. 
Eles nunca imaginavam que levamos 
cinco anos pra nos formarmos em 
Fisioterapia (aqui eles se formam em 
três anos) e que trabalhamos mui-
to, muito mesmo. Isso foi o que me 
abriu porta para muitos hospitais in-
gleses inclusive convites de trabalhos 
permanentes, mas aqui, a saudade 
bate, família, mulheres gaúchas, chur-
rasco, abraço dos amigos (aqui é só 
aperto de mão), entre outras coisas... 
Ainda bem que tenho bons amigos 
aqui também e estou a 45 minutos de 
Amsterdam. Saudades.
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Fisioterapia: 
aventura e paixão unidas
Manhã calma em um dos pontos mais movimentados 
de Porto Alegre: bairro Cidade Baixa. Lugar ideal para 
ouvir as histórias e as aventuras de um fisioterapeu-
ta que resolveu unir sua profissão e algumas de suas 
paixões. Duas horas de conversa e poderiam ter sido 
muitas mais. Sim, porque o fisioterapeuta Dr. Fabiano 
Bartmann é uma mistura de profissão, desafios, paixões 
e muitas histórias.
Dr. Fabiano, ou melhor, Fabiano, tem (e gosta) um en-
volvimento muito intenso com as questões relaciona-
das à profissão. Por trás de sua fala tranquila, ele deixa 
transparecer ideais e vontades que ainda estão fazendo 
com que ele procure o seu lugar no mundo. Uma coisa, 
porém, é certa: o gosto e a dedicação aos esportes, à 
Fisioterapia e aos desafios.
Para unir essas três áreas, Fabiano dedicou boa parte de 
seus estudos aos temas. Já durante a faculdade ele es-
colheu a área em que atuaria: esporte. Mas, como bom 
escoteiro, não bastava ser esporte, tinha que ter aven-
tura. Ele lembra e conta diversas situações pelas quais 
passou dos seus 12 aos 18 anos. “Minha primeira expe-
riência com esportes de aventura foi o bicicross, quando 
eu tinha sete anos. Mas considero o tempo de escoteiro 
como verdadeira descoberta mesmo”, afirma.
E não é só prática, não. O fi-
sioterapeuta também falava 
alto e a sede de conhecimen-
to o levou ao mestrado que 
abarcava esporte e aventura. 
Estudo, profissão, prática, co-
nhecimento, paixão, aventu-
ra. Tudo isso só poderia levá-
lo a um país: a Nova Zelândia. 
“Sempre tive o sonho de mo-
rar no exterior, aprender com 
diferentes culturas, conhecer pessoas sem nenhum laço 
e construir minha identidade”. Foi assim durante um 
ano, em 2007. Foram seis mudanças em apenas um ano. 
Se isso não é aventura, o que pode ser? 
Pois bem, como o conhecimento anda, na vida de Fa-
biano, lado a lado com as práticas e aventuras, quando 
falamos sobre esportes radicais, ele logo destaca um 
ponto importante e que muitos desconhecem. Qual a 
diferença entre esporte radical e esporte de aventura? 
“Esporte radical envolve medo, risco, perigo, morte. 
Já os esportes de aventura significam, para seus prati-
cantes, a superação de limites. São coisas novas, coisas 
inventadas e que nos levam, sempre, um pouco além, 
nos levam à superação”, explica. E um pouco além aqui, 
outro pouco logo mais, Fabiano vai, ao longo de sua vida 
(recente, ainda, vale lembrar) reinventando seus limi-
tes. Ele já fez trilhas de moto e parou após sofrer um 
acidente e provocar uma lesão na coluna. Não era a 
hora de parar. Uma troca foi necessária: jetski, barco 
à vela, sandboard, lancha, snowboard, canoagem, roller, 
paintball, surf, caiaque... A lista é longa e deve aumentar 
nos próximosanos.
Mas e a Nova Zelândia, país dos esportes radicais? “É 
um país incrível, seguro, com um povo extremamente 
receptivo. Voltaria prá lá, de férias. Trabalhei e descobri 
um mundo rico, cheio de detalhes, cheio 
de novidades. Vale a pena. Foi a realização 
de um sonho. Só que nem tudo é como 
vemos nos guias de viagens. Existem mui-
tos locais para a prática de esportes radi-
cais, como os saltos de bung jump e voo 
livre, por exemplo, porém esses locais são 
distantes e fica complicado aproveitar ao 
máximo todas as possibilidades”. Fabiano 
conta, entre suas muitas histórias de convi-
vência com uruguaios, ingleses, argentinos, coreanos, chi-
lenos, japoneses, chineses, brasileiros e os nativos (claro!), 
que foi apelidado de “Batata Frita” e até hoje recebe ligações 
de quem ainda está por lá. “Eu sempre digo que vale a pena. Logo 
que cheguei, fiz toda a burocracia e informei que era fisioterapeuta. 
Como a carência desses profissionais lá é muito grande, me informei 
sobre a validação do nosso diploma. Eles fazem em 15 dias. Sim, 15 dias 
e eu poderia atuar e ser, de fato, um fisioterapeuta brasileiro na Nova 
Zelândia. Não deu certo porque na época eu não tinha proficiência em 
inglês. Mas vale a pena e prá quem quer arriscar, há uma grande chance 
de dar certo”, diz. 
Se não dava para atuar como fisioterapeuta, o jeito era trabalhar prá 
poder descobrir as riquezas naturais. Foi assim durante quase um ano, 
indo de norte a sul (literalmente) da ilha. Numa dessas idas e vindas, 
mais um sonho realizado. E aqui a paixão falou mais alto, porque foi 
um grande sonho realizado. “Eu sou apaixonado por velocidade. E 
quando estava lá, aconteceu uma etapa do World Rally Champion. Fo-
ram cinco dias fantásticos!”, conta empolgado e saudoso.
Mas e aquela história de paixão, fisioterapia, conhecimento, práti-
ca... tudo junto? Fabiano, pode-se dizer, foi para o exterior api-
mentar seu gosto pelos esportes de aventura. Hoje, há sonhos 
diferentes e são eles que fazem deste fisioterapeuta, que atua 
em pelo menos cinco locais com acupuntura e shiatsu, querer ir 
além. “Tem uma área ainda não explorada: a fisioterapia voltada 
aos esportes de aventura. Temos competência e espaço a conquis-
tar nessa área”, defende. 
E assim, entre a prática de rapel, passeios noturnos de bicicleta, acu-
puntura, shiatsu, aulas, cursos, reuniões, manifestações e participa-
ção ativa, Fabiano Bartmann abre essa nova seção da nossa revista. 
“Minha história tem a ver com a superação de limites. E o esporte 
traz isso. Ele se renova, como os nossos limites. Superamos alguns, 
outros deixamos para trás... mas não dá para desistir. A adrenalina é 
alta, o gosto pela velocidade também. Só que é tudo proporcional à 
responsabilidade e isso me faz ter mais certeza de que é possível fazer 
a fisioterapia crescer e, ao mesmo tempo, preservar algumas das minhas 
paixões”, afirma.
Duas horas de história não se resumem em duas páginas. Fica, porém, 
a clara mensagem de que, seja lá qual for o limite de cada um, ele pode 
ser superado. Se for através do conhecimento e da paixão, tanto melhor. 
É isso que queremos para todos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacio-
nais: limites vencidos, desafios superados e novos limites, novos desafios.... 
porque o tempo não pára (e isso nos faz lembrar que a poesia faz parte das 
nossas vidas) e a vida, essa é feita para isso: para superação.
2120
CREFITO5/RS 1990-1998: 
foco na fiscalização e modernização
Nesta edição da revista do CREFITO-5, continuamos contan-
do um pouco mais da história do nosso Conselho. Na primeira 
matéria desta série, contamos um pouco da luta da primeira e 
segunda Gestões do CREFITO-5, que ainda abrangia também 
Santa Catarina, além do Rio Grande do Sul, e que enfrentaram 
uma série de dificuldades técnicas e financeiras, superadas com 
muita garra.
Após 1990, quando foi nomeada uma Diretoria Provisória, que 
durou de abril a junho daquele ano, até quando acontecesse 
uma nova eleição para o Conselho Regional. No Boletim Infor-
mativo do CREFITO-5 de janeiro de 1990, foi feito um Balanço 
de Gestão que resgatava conquistas importantes, como as Dele-
gacias em Blumenau, Joinville e Florianópolis, além de uma atua-
ção conjunta com as entidades representativas da classe, como 
Sindicato e Associações. Além disso, ainda foi ressaltada a par-
ticipação do CREFITO em discussões da Carta Constitucional 
estadual e municipal, no que tangia à área da saúde, discutindo 
a forma como o Estado deveria reger esta questão e já mos-
trando pioneirismo ao falar de interdisciplinaridade. No dia 30 
de junho de 1990, aconteceram as eleições, e a nova Diretoria 
foi empossada no dia 7 de julho, composta pelo Dr. Fernando 
Antônio de Mello Prati, Presidente, Dra. Viviane Mello Dresch, 
Vice-Presidente, Dr. Jadir Camargo Lemos, Diretor-Secretário e 
pela Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira, Diretora-Tesoureira.
A Diretoria trabalhou de 1990 a 1994, com a proposta de mo-
dernizar o fluxo administrativo, reformular a política de fiscaliza-
ção, dinamizar as ações do Conselho junto aos órgãos públicos, 
integrar ações junto a entidades das categorias de Fisioterapia 
e Terapia Ocupacional e ampliar as relações com as represen-
tações da comunidade gaúcha e catarinense. “O novo perfil da 
fiscalização era o de mostrá-la como um grande parceiro dos 
profissionais e clínicas, já que ela garante a qualidade assistencial 
dos serviços de fisioterapia e de terapia ocupacional. A fiscaliza-
ção é algo extremamente positivo, e é a essência do trabalho de 
um Conselho, por isso tratamos de tirar a carga negativa que 
pode estar associada a este termo”, relembra o Dr. Fernando 
Prati, presidente na época.
A Gestão assumia em um momento delicado da economia brasi-
leira, que ainda vivia o Plano Collor, e as pessoas físicas e jurídicas 
tiveram suas poupanças bloqueadas. A medida foi adotada pelo 
ex-presidente para conter a inflação, porém trouxe muito de-
sassossego e insegurança à população. As dificuldades financei-
ras ainda estavam assombrando o CREFITO-5, como nas duas 
primeiras Gestões, e havia muita luta pela frente. A ideia de in-
formatizar o Conselho foi leva-
da adiante, com a aquisição de 
equipamentos, e a fiscalização 
foi priorizada. “Não tínhamos 
nenhum computador no CRE-
FITO-5, instituímos um Livro 
Ouro para arrecadarmos doa-
ções dos profissionais e, assim, 
conseguimos adquirir nosso 
primeiro computador”, escla-
rece o Dr. Fernando.
Em outubro de 1990, a Portaria nº 03/90 criou e estabeleceu as 
atribuições dos Delegados Regionais do CREFITO-5, que repre-
sentam o Conselho junto às autoridades de suas regiões, insti-
tuições públicas e particulares, entidades de classe, profissionais 
da área e a comunidade em geral. “Uma das metas desta gestão 
era estreitar o relacionamento entre os profissionais, estudan-
tes e o Conselho. Promovíamos conversas com estudantes nas 
universidades, com as Associações e criamos os Delegados do 
CREFITO-5”, diz o Dr. Fernando.
Em 1994, foi realizada uma nova eleição, que elegeu a Diretoria 
que trabalhou até 1998, composta pelo Dr. Fernando Antônio 
de Mello Prati, Presidente, Dr. Marcelo Krás Borges, Vice-Presi-
dente, Dra. Adriana Luisa Oliveira Ramos, Diretora-Secretária e 
Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira, Diretora-Tesoureira. 
Um dos primeiros acontecimentos marcantes foi a realização 
do XII Congresso Brasileiro de Fisioterapia, que aconteceu em 
Porto Alegre – a mesa de abertura do evento contou com a 
presença do Dr. José Rebelatto, entrevistado da última edição da 
revista do CREFITO-5 que, na época, era vice-reitor da Univer-
sidade São Carlos (SP). Fazia vinte anos que o mais importante 
evento nacional de Fisioterapia não acontecia em Porto Alegre. 
“Criamos uma ótima relação do CREFITO-5 com os demais 
Conselhos Regionais e também com o COFFITO, e a prova dis-
so foi a realização do Congresso Brasileiro em Porto Alegre”, 
conta o Dr. Fernando Prati.
Foi durante esta Gestão que o CREFITO-5 comprou sua sedeprópria, na Avenida Palmeira, onde funciona até hoje. “Esta foi 
uma grande conquista para os fisioterapeutas e terapeutas ocu-
pacionais, já que houve ampliação do espaço para uma melhor 
ação em favor da defesa do exercício das profissões explica o 
Dr. Fernando. 
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A primeira reunião da comissão de criação do Referencial de 
Honorários Fisioterapêuticos aconteceu na sede do CREFITO-5 
durante a realização do XII Congresso Brasileiro de Fisioterapia 
ocorrido em Porto Alegre no mês de outubro.
Em 1995, o informativo do CREFITO-5 viraria um jornal, tam-
bém com quatro páginas e mais informações. No informativo 
de dezembro de 1995, o CREFITO-5 demonstrava sua pre-
ocupação com um tema que até hoje é bastante discutido: o 
Ato Médico. Na época, havia sido encaminhada a proposta do 
Projeto de Lei, e o Conselho promoveu uma reunião entre os 
Conselhos da área da saúde na sua sede. Em setembro de 1996, 
o CREFITO-5 ganhou no primeiro grau da Justiça Federal, ação 
contra a Secretaria Estadual de Saúde, que exigia a contratação 
de médicos fisiatras, ortopedistas e traumatologistas pelas clíni-
cas de fisioterapia do Rio Grande do Sul. 
A primeira reunião do Sistema COFFITO/CREFITOs que foi 
sediada pelo CREFITO-5 aconteceu de 12 a 14 de março de 
1997. Foram discutidos temas como fiscalização, educação e 
formação de antigos e novos profissionais. Também foi formu-
lado um plano de ação que incluía fisioterapeutas e terapeutas 
ocupacionais na política de saúde.
Em 28 de junho de 1997, foi apresentado aos fisioterapeutas 
gaúchos, o Referencial de Honorários da Fisioterapia, concluído 
após dois anos de estudos e reuniões do Sistema COFFITO/
CREFITOs. Logo depois, em agosto de 1997, o CREFITO-5 
teve sua primeira página na internet publicada, trazendo infor-
mações do órgão, da diretoria, legislação, resoluções e código 
de ética. Foi uma atitude pioneira do Conselho numa época em 
que a internet ainda não era popular. Já havia, também, um es-
paço para o cadastro de profissionais que desejassem receber 
informações do Conselho por e-mail. 
O informativo impresso do CREFITO-5 sofreu novas altera-
ções: o jornal passou a ter seis páginas, abrindo espaço para 
noticiar todas as ações do Conselho, com mais fotos e artigos 
de interesse dos profissionais. Na ocasião, a tiragem do informa-
tivo anterior era de 5.000 exemplares. A revista aumentou este 
número: passou para 8.000 exemplares. “Priorizávamos tudo o 
que melhorasse nossa comunicação, seja a criação do primeiro 
e-mail do Conselho, do primeiro site, a modernização do infor-
mativo... As possibilidades de aumentar nossa comunicação com 
profissionais e estudantes sempre foram muito importantes, 
pois entendíamos que eram essenciais para uma maior sintonia 
entre o Conselho e estas pessoas”, afirma o Dr. Fernando. 
Fazendo um balanço sobre este período, o ex-presidente ressal-
ta três pontos que considera fundamentais: “Acredito que hou-
ve um grande crescimento político do CREFITO-5 nesta época, 
uma grande modernização do Conselho e também o fato de 
sermos aguerridos e não nos curvarmos diante das adversidades 
que apareciam ao longo do trajeto”, ressalta. 
No ano de 1998, uma nova eleição aconteceu. Na próxima edi-
ção da revista do CREFITO-5, você confere mais um capítulo da 
nossa história. Até lá!
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Empresários da área da Saúde
têm grupo para fortalecer Gestão de Negócios
Há pouco mais de dois anos, o Sindicato dos Hospitais e 
Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA), o Sindicato Mé-
dico do RS (SIMERS) e o grupo Unicred deram início a um 
projeto pioneiro em Porto Alegre: criaram o Eko Grupo 
Saúde. O resultado dessa parceria, que recebeu o apoio 
do SEBRAE/RS, foi a implementação da Gestão pela Inova-
ção e Desenvolvimento.
O objetivo é promover a profissionalização da gestão de 
empresas prestadoras de serviços especificamente na 
área de saúde. Esta profissionalização se dá através da im-
plantação de ferramentas de gestão e de indicadores de 
desempenho e do desenvolvimento de ações conjuntas e 
cooperadas. 
O grupo destaca que, mesmo sendo constituído por em-
presas da área da saúde, há uma pluralidade muito grande 
de atividades e isso fortalece ainda mais as ações, além de 
fazer dos debates mais ricos em conhecimento. Segundo 
Eduardo Hostyn Sabbi, há muita troca de experiências e in-
formação. “Isso nos permite atuar de forma interdisciplinar, 
propiciando um maior conhecimento e um intercâmbio en-
tre as diferentes áreas de atuação da saúde”, diz.
Três importantes cursos já foram promovidos: Planejamen-
to Estratégico, Atendimento e Gestão de Qualidade para 
Processos. “Pudemos, por fazermos parte do Eko, pro-
mover um curso personalizado, que atendesse às nossas 
demandas tornando-se, assim, muito mais eficaz”, explica 
Alessandra Lima, fisioterapeuta que faz parte do grupo.
Para fazer parte do Eko Grupo Saúde, as empresas preci-
sam passar por uma análise feita (por um consultor). Nes-
sa análise, é avaliado o perfil da empresa e tem de haver, 
necessariamente, uma convergência de objetivos, além de 
afinidades, princípios e valores. 
Mas, afinal, por que participar? Porque o Eko visa melho-
rar a rentabilidade das empresas, os controles gerenciais 
e processos internos e a qualificação do capital humano. 
Além, disso, visa fortalecer a união e a cooperação no 
segmento da saúde em parceria com entidades repre-
sentativas do setor, profissionais da área e empresários. 
Desta forma, os profissionais que são também empresá-
rios passam a ter apoio e suporte para fazer seus negócios 
prosperarem e, assim, fazer as suas profissões ainda mais 
fortes. Tudo baseado no comprometimento, na coopera-
ção, no respeito à diversidade, com pró-atividade e res-
ponsabilidade social.
O Eko reúne-se quinzenalmente na sede do SINDIHOS-
PA. Para obter mais informações e conhecer um pouco o 
trabalho desenvolvido pelo grupo, acesse www.ekogrupo-
saude.com.br.
CREFITO-5 presente no IV Congresso
Paranaense de Terapia Ocupacional
Ao final do mês de junho, início de julho, aconteceu em Curi-
tiba o IV Congresso Paranaense de Terapia Ocupacional, e 
também a I Jornada Paranaense de Terapia Ocupacional em 
Saúde Mental e a I Jornada Paranaense de Terapia Ocupa-
cional em Contextos Hospitalares. 
Com o tema “Terapia Ocupacional 
e Direitos Sociais: acesso, inclusão e 
cidadania” o IV Congresso Parana-
ense de Terapia Ocupacional trouxe 
a possibilidade de diálogo e de reco-
nhecimento das ações desenvolvidas 
pelos terapeutas ocupacionais, na 
atualidade, voltadas à garantia dos di-
reitos sociais e ao exercício pleno da cidadania. “O saldo do 
evento foi muito positivo: nele, foram discutidas várias situ-
ações da Terapia Ocupacional em nível federal. Em uma das 
mesas, os Conselheiros do COFFITO Dra. Rita Bittencourt 
e Dr. Mário Battisti apresentaram uma 
proposta que prevê a criação do Con-
selho Federal de Terapia Ocupacional. 
Segundo eles, já existe um grupo de 
trabalho dentro do próprio COFFITO 
delineando as Especialidades da Tera-
pia Ocupacional”, conta a Dra. Mirtha 
Zenker, Conselheira do CREFITO-5 
que participou do evento.
Ministério da Saúde reconhece 
trabalho da Unicruz
A professora Dra. Themis Goretti Moreira Leal de Carva-
lho, do curso de Fisioterapia da Universidade de Cruz Alta, 
recebeu o selo de 2° lugar no prêmio “Município – Mundo 
de Boas Práticas de Prevenção”, como reconhecimento por 
iniciativas preventivas a doenças sexualmente transmissíveis 
(DST), em especial a Aids, na rede de atenção básica à saúde 
e educação, no biênio 200-2010. A entrega foi em sessão so-
lene no VIII Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites 
Virais, realizado em Brasília.
A premiação reconhece o trabalho de extensão desenvolvido 
na rede escolar da comunidade de Tupanciretã pelos acadê-
micos da disciplina de Fisioterapia na Promoção e Prevenção 
à Saúde, do segundo semestre do curso de Fisioterapia,

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