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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA 5a REGIÃO - ANO 7 - EDIÇÃO 31 - JULHO/AGOSTO/SETEMBRO - 2010 REVISTA IMPRESSO AUTORIZADO PODE SER ABERTO P/ECT Desconhecido Falecido Mudou-se Recusado End. Insuficiente Não existe o n.º indicado Ausente __________________________ Reint. ao Serviço postal em: _____ / _____ / _______ __________________________ Ass. Responsável __________________________ Avenida Palmeira, 27 - 403 CEP: 90470-300 – Porto Alegre PARA USO DOS CORREIOS CREFITO-5 abre as portas para diálogo sobre importantes temas: + Pilates + Saúde Mental + Métodos X Técnicas Transformação, renovação. Essas são duas palavras que podem ajudar a definir o momento que vivemos no CREFITO-5. Pu- demos perceber isso desde o início da nova Gestão, no traba- lho desenvolvido com os funcionários, nas ruas, conversando com os profissionais, nas respostas dadas às demandas que surgiram desde o final do mês de junho, entre outros. A revista reflete, também, esta mudança, essa transformação. Ainda não está no seu formato definitivo, mas estamos cami- nhando para isso. Queremos fazer para nossos profissionais uma revista atrativa, com conteúdo interessante, que sirva para informar e atualizar a todos. Outra face importante da revista é que ela será cada vez mais feita por cada um de vocês: queremos sua sugestão de pauta, de entrevistado, queremos ir às ruas conhecer e contar novas realidades. E vocês são fun- damentais para isso. Nessa primeira edição, em que as transformações começam a ganhar força, já tivemos uma prova importante de que estamos no caminho certo. Mais entrevistados, mais pautas, mais partici- pação. Fomos conhecer a realidade de Fisioterapeutas nas CTIs e falamos o que está sendo discutido sobre a saúde mental no país. Esse é um dos nossos objetivos: tornar a revista mais hu- manizada, com mais depoimentos e histórias que mereçam ser divididas com mais de 10 mil leitores.Todos os entrevistados nos incentivaram a continuarmos nesse caminho. Conversas e entrevistas à parte, não deixamos de lado as questões referentes à legislação. Tentamos, aqui, esclarecer as dúvidas sobre as novas resoluções COFFITO 377 e 378, que tratam das especialidades. Falamos, também, sobre a polêmica do Pilates com a visão dos Fisioterapeutas e dos Terapeutas Ocupacionais, que se reuniram no CREFITO para um debate sobre a ética das equipes multiprofissionais. Sem dúvida, a ação do CREF-RS uniu ainda mais as categorias e isso ficou muito Renovação e mudança: novos rumos no CREFITO-5 visível nas discussões e nas cartas e e-mails que recebemos. Outro assunto que exige muita atenção e precisa ser muito bem debatida, envolve Métodos e Técnicas. Aproveitamos as mudanças e os novos rumos para assumir essa temática e tra- tar do assunto junto a vocês. Afinal, o que é método, o que é técnica, o que é permitido e o que não é permitido? Sem esquecer o passado, continuamos contando a história dos Ed ito ri al Presidente Dr. Alexandre Doval da Costa Vice-Presidente Dr. Antonio Alberto Fernandes (Prof. Betinho) Diretora-Secretária Dra. Lenise Hetzel Diretora-Tesoureira Dra. Luciana Gaelzer Wertheimer Conselheiros Efetivos Dr. Alexandre Doval da Costa Dr. Antonio Alberto Fernandes (Prof. Betinho) Dra. Lenise Hetzel Dra. Luciana Gaelzer Wertheimer Dra. Marisa Petrucci Gigante Dr. Mauro Antonio Felix Dr. Sandro da Silva Groisman Dra. Sonia Aparecida Manacero Dra. Tânia Cristina Malezen Fleig Conselheiros Suplentes Dra. Carolina Santos da Silva Dr. Daversom Bordin Canterle Dr. Henrique da Costa Huve Dr. Jeferson Ubiratan Mattos Vieira Dr. Marcos Lisboa Neves Dra. Mirtha da Rosa Zenker Dra. Priscila Malmann Bordignon Dra. Rosemeri Suzin Dr. Otávio Augusto Duarte Assessoria de Comunicação e Jornalistas Responsáveis Flávia Lima Moreira - MTB 12914 Manuela Martini Colla - MTB 12449 Projeto gráfico Veiga Consultoria Integrada em Comunicação Impressão Gráfica Trindade A revista do CREFITO-5 é o órgão oficial de divulga- ção do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – 5ª Região. Endereço: Av. Palmeira, 27 cj. 403, bairro Petrópo- lis, Porto Alegre/RS | CEP 90470-300 Fone/Fax: (51) 3334 6586 – Porto Alegre, RS E-mail: crefito5@crefito5.org.br Site: www.crefito5.org.br Periodicidade: trimestral Tiragem: 10.000 exemplares As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores. Proibida a reprodução parcial ou total sem prévia autorização. As fotos, quando não cre- ditadas, são de autoria de Flávia Lima Moreira ou Manuela Martini Colla. Gestão 2010-2014 Editorial Cartas Legislação Reportagem Especial - Métodos & Técnicas Pilates Fisioterapia nas UTIs Intercâmbio Hora Livre História das Profissões Notícias Dica de Pauta Ensino & Pesquisa Quiropraxia Fiscalização Agenda - Cursos e Eventos Horário de expediente externo do CREFITO-5: de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h. página 3 página 4 página 6 página 8 página 9 página 12 página 16 página 18 página 20 página 22 página 27 página 28 página 30 página 33 página 35 3 25 anos do Conselho. A última reportagem da retrospectiva será publicada na próxima revista, edição de dezembro. Esses são apenas alguns dos assuntos que vocês encontrarão nas próximas páginas da nossa revista. Tem mais: artigos, Fiscaliza- ção, sugestão de pauta e um Fisioterapeuta adepto aos esportes radicais... Esperamos que vocês sintam as mudanças, que se re- conheçam nos entrevistados e nas histórias que contamos. E nós queremos cada vez mais a sua ajuda. Mande suas suges- tões, dicas e críticas para comunicacao@crefito5.org.br. Uma boa leitura a todos. Comissão Editorial Errata: Na edição de abril, maio e junho da revista do CREFITO-5, publicamos uma entrevista com a Dra. Ana Fátima Badaró, sobre Bioética. Corrigimos aqui os nomes dos autores que ela citou na página 7: ao invés de Kotler, o autor é Van R. Potter e, onde se lê Heglers, o correto é André Hellegers. Pilates Venho manifestar-me em relação a nota de esclarecimento ao CREF-RS. Sou instrutora e Pilates e divido a “técnica” com edu- cadores físicos, muitas vezes me deparo com algumas situações um pouco complicadas em relação ao posicionamento deles frente as patologias que recebemos, mas nem por isso tomamos atitudes tão desonestas e anti-éticas como a mostrada nesse fato. Afinal de contas estamos lutando contra um Ato médico, pois queremos trabalhar de forma interdisciplinar. Essa situação me indignou e me surpreendeu, pois já ouvi por mais de uma vez educadores físicos falando em cursos de RPG e recente- mente tivemos abertura de uma pós em CinesioTERAPIA aqui em Santa Maria que aceita educadores físicos, esses são alguns dos inúmeros exemplos que posso dar em relação ao exercício ilegal da fisioterapia. Será que não está na hora de nós também apertarmos a fiscalização em relação a nossa profissão frente a eles? Também gostaria de parabenizar o trabalho deste con- selho, pago minha anuidade sabendo que ela está sendo bem empregada na defesa dos meus direitos profissionais e de toda minha profissão. Dra. Francéli Francki dos Santos CREFITO-5 83.465F Venho, por meio desse, demonstrar a minha indignação como fisioterapeuta. Já não bastasse a “antiga e árdua luta” que tra- vamos diariamente com a classe médica, agora ganhamos mais um “desafeto”, os educadores físicos. Nem comentarei so- bre a matéria da página 16 do Jornal Correio do Povo de hoje (22/07/2010), pois ao entrar em contato por telefone com o CREFITO5, fui informado que vocês haviam recebido inúmeras denúncias e reclamações sobre essa matéria. Mas gostaria de re- latar um caso que aconteceu comigo: um paciente chegou e me disse, na frente dos demais pacientes: “tu viu a matéria que saiu no Jornal? Uma fisioterapeuta que foi pega exercendo ilegalmen- te a profissão, acho que ela até foi presa!”.Como eu tinha lido antes a matéria, consegui esclarecer tudo na hora perante todos que ali estavam. Agora lhes pergunto: e as inúmeras pessoas que não tem o conhecimento da realidade, do que é certo ou errado dessa matéria, como ficam? Dr. Rogério M. Cordeiro CREFITO-5 - 83.375F Foi ridículo o ato do conselho de Educação Física, repugnante. Ainda bem que nosso conselho se posicionou e tomou as devi- das providências. Não podemos aceitar uma afronta dessas. Em minha clínica, trabalhamos junto com os professores de Edu- cação Física em perfeita harmonia, sempre buscando o melhor para nossos clientes, sem competições profissionais. Infelizmen- te temos que ver esse tipo de acontecimento. Apoio nosso Con- selho e que as devidas providências sejam tomadas em defesa de nossa colega fisioterapeuta. Dra. Cláudia do Prado CREFITO-5 - 20.791F Para CREF/RS Prezado Presidente, Fiquei horrorizado com a notícia publicada no Correio do Povo sobre uma fiscalização em relação a uma fisioterapeuta. Tive ex- periência com os dois profissionais: o educador físico e com o fisioterapeuta. Com o educador físico na natação e em pilates. Com a fisioterapeuta na recuperação de cirurgia e no pilates. Na minha idade, 53 anos, servidor público, prefiro um fisioterapeu- ta para acompanhar minha atividade física porque sinto que o cuidado do profissional é saúde, evitar lesões - antes de melho- rar meu aspecto ou força física. Tive experiência com educador físico com pilates. O educador dedica atenção ao condiciona- mento físico e superar barreiras do corpo, sem cuidado com a saúde, evitar lesões. Assim, repudio veementemente a humi- lhação imposta a uma profissional da área da saúde, que buscou seu aperfeiçoamento profissional para prestar um atendimento ainda mais qualificado ao seu cliente. Cresceu, ainda mais, minha admiração pelo fisioterapeuta. Tenho dois sobrinhos que se for- maram em educação física. Minha esposa é nutricionista junto a uma clínica de cirurgia plástica em Porto Alegre. É colega de uma profissional formada em educação física, sem CREF/RS, que aplica atividade física para alcançar o emagrecimento. Relatei o fato ao CREF/RS, no ano passado, e nada foi feito - ou seja, edu- cadora física atua na área sem CREF/RS. Encerro, pedindo que busquem incentivar os educadores físicos a se capacitarem mais e deixarem os profissionais de outras áreas a atenderem seus clientes. Clovis Saldanha Olá, primeiramente, gostaria de agradecer pelo e-mail que me foi enviado. Achei de grande informação o mesmo, pois trabalho dentro de uma academia, em que atuam eu como fisioterapeu- ta e mais alguns educadores físicos. Sou professora do método Pilates e o dono do local em que atendo, é um educador físico. trabalhamos em conjunto, já que as duas profissões estão aptas a realizar o mesmo trabalho. Por isso, me espantei muito ao ler este email. Isso com certeza tem que ser mudado, para que a nossa profissão seja mais reconhecida e com certeza, mais res- peitada perante toda a sociedade. Dra. Camila Souza CREFITO-5 - 120499 Gostaria de manifestar meu repúdio pela fiscalização do CREF, visto que fui vítima de tal absurdo! Foram no meu consultório e sem respeito e ética nenhuma foram dizendo que eu não pode- ria dar aula de pilates,fazer prevenção, etc... me constrangendo em frente a minha paciente que estava aguardando, não respei- tando também o meu trabalho fazendo com que atrasasse os meus atendimentos. Não aceitei tais colocações me apoiando nas leis, mas mesmo assim se alteraram. Me senti humilhada e desrespeitada, e acho de extrema importância o CREFITO tomar uma atitude mais rígida. Também acho que deve publi- car uma reportagem no jornal Correio do Povo esclarecendo as capacidades e atuações do fisioterapeuta para a comunida- de. Gostaria, ainda, de relatar o fato de “fiscalização do CREF” acontecido no meu consultório na quarta-feira, dia 21 de julho de 2010, na zona sul de POA. Chegaram no meu consultório os fiscais questionando o fato de eu ser instrutora de pilates e gyrotonic sem a supervisão de um educador físico, de eu ter escrito na minha placa “ FISIOTERAPIA: prevenção, reabilitação e atividade física”. Queriam que eu tirasse da placa Prevenção e Atividade Física, pois eu roubava uma grande fatia do mercado. Expliquei que eu era instrutora de pilates, por isso a Atividade Física, mas discutiram comigo dizendo que só o Educador físico é o profissional que trabalha com a saúde, pois são os únicos que podem fazer PREVENÇÃO! Absurdo! Embasei todas as minhas discordâncias na legislação e percebi que eles não tinham idéia nenhuma do que eles estavam reivindicando. Tudo isso aconte- ceu na recepção do meu consultório na frente de uma paciente que estava aguardando, e ainda, fazendo com que eu atrasasse os atendimentos. Me senti humilhada e injustiçada! Deixei claro que eu só devo explicações ao meu conselho, e que se eles te- riam alguma coisa para reclamar deveria ser de conselho a con- selho (CREF a CREFITO) e não com os fisioterapeutas. Como eu me neguei a aceitar o que ele dizia, um dos fiscais disse que ia utilizar os meios jurídicos contra mim. Dra. Daiane Borges CREFITO-5 - 84.007F Boa tarde! Gostaria de agradecer o Conselho de nossa região pela rápida resposta quanto a matéria publicada no correio do povo (22 de julho) sobre fiscalização de uma fisioterapeuta pelo CREF/RS. Mas, antes de vocês enviarem o primeiro e-mail falan- do do assunto, eu enviei um e-mail ao CREF/RS para entender melhor a situação, pois a parte que mais me indignou foi: “A tarefa do fisioterapeuta é trabalhar nas lesões instaladas e a do profissional de Educação Física na prevenção”. Eu sou formada em Fisioterapia há 5 anos, e durante esse tempo convivi com muitos fisioterapeutas trabalhando com RPG, ginástica laboral e exercícios de forma preventiva para evitar dores nas costas. Mando para vocês resposta do e-mail: Prezada Sra. Paula C. de Moraes Agradecendo pelo contato, informo que a Lei 9696/98 (http://www. confef.org.br/extra/juris/mostra_lei.asp?ID=38) outorga aos profis- sionais de educação física a prerrogativa própria e exclusiva de ava- O pi n iã o O pi n iã o 54 liação, prescrição, e monitoramento de atividades físicas, enquanto a Resolução CONFEF 201/2010 (http://www.confef.org.br/extra/ resolucoes/conteudo.asp?cd_resol=268&textoBusca=) ratifica o Pilates como modalidade e método de ginástica que, como tal, deve ser orientado e dinamizado por Profissionais de Educação Física. Não há possibilidade legal de fisioterapeutas trabalharem com trei- namento físico como forma de “fisioterapia preventiva”, da mesma forma que não há possibilidade legal de profissionais de educação física trabalharem com alongamentos na forma de “educação física terapêutica”. No tocante à estética, idem. Na esperança de ter sido suficientemente claro, certo de vossa compreensão, coloco-me a disposição para eventuais esclarecimentos adicionais. Atenciosamente, Conselheiro Prof. Ms. Cristiano Pinto Paula C. De Moraes Boa noite, gostaria de parabenizar o CREFITO pela nota de esclarecimento e apoio aos colegas de profissão. Acredito que o CREF esteja atuando em uma fiscalização que não é de sua competência e deixando de lado o seu verdadeiro propósito, que é de fiscalizar profissionais de sua área, que muito comu- mente exercem atividades específicas de um fisioterapeuta sem nenhum pudor. hoppecris@hotmail.com Gostaria de manifestar meu repúdio também pela fiscalização do CREF, visto que fui vítima de tal absurdo! Foram no meu con- sultório e sem respeito e ética NENHUMA foram dizendo que eu não poderia dar aula de pilates, fazer prevenção, etc... me constrangendo em frente a minha paciente que estava aguardan- do, não respeitando também o meu trabalho fazendo com que atrasasse os meus atendimentos. Não aceitei tais colocações me apoiando nas leis, mas mesmo assim se alteraram. Me senti hu- milhada e desrespeitada, e acho de extrema importânciao cre- fito tomar uma atitude mais rígida. Também acho que deve pu- blicar uma reportagem no jornal correio do povo esclarecendo as capacidades e atuações do fisioterapeuta para a comunidade. Dr. Bruno Dreher Bosner CREFITO-5 - 122.221F Ao Dr. Alexandre e Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do RS Gostaria de manifestar através deste a minha indignação a maté- ria publicada esta semana em uns dos jornais do Rio Grande do Sul “rotulado de ação fiscalizatória” promovida pelo Conselho Regional de Educação Física do Rio Grande do Sul. Agradecer ao presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocu- pacional do RS, Dr. Alexandre Doval pelo manifesto e seu pro- nunciamento, lembrando que não podemos deixar fatos como estes sem respostas. Parabéns Dr. Alexandre! Dra. Silvana Carniel CREFITO-5 - 5930LTT/F Le gi sl aç ão Le gi sl aç ão 76 O COFFITO publicou duas novas Resoluções que dispõem sobre as novas normas e procedimentos para o registro de títulos de especialidade profissional em Fisioterapia e Terapia Ocupacional. A publicação das Resoluções nº 377 (Fisioterapia) e nº 378 (Terapia Ocupacional) ocorreu no dia 11 de junho, e as novas regras já estão em vigor. Ressaltamos que os profissionais que requereram seus regis- tros até o dia 18 de dezembro de 2008 estão sob as orienta- ções vigentes na Resolução anterior. A partir desta data , vale a resolução nº 360, de 18 de dezembro de 2008. Esta resolução não se aplica também aos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que já obtiveram seus registros de especialidade perante o COFFITO. Para quem vier a requerer registro de especialidade, como segue: As especialidades a serem concedidas serão aquelas criadas pelo Plenário do COFFITO mediante resolução e conforme regulamento próprio (conforme o Parágrafo Único do Art. 9º das Resoluções nº 377 e 378). A saber: Fisioterapia Acupuntura, Fisioterapia Dermato-Funcional, Fisioterapia Esportiva, Fisioterapia do Trabalho, Fisioterapia Neuro-Fun- cional, Fisioterapia Onco-Funcional, Fisioterapia Respiratória, Fisioterapia Traumato-Ortopédica, Fisioterapia Urogineco- Funcional, Osteopatia e Quiropraxia e Fisioterapia em saúde coletiva. Terapia Ocupacional - Acupuntura, Contextos Hospitalares, Contextos Sociais, Saúde Coletiva, Saúde da Família, Saúde Funcional e Saúde Mental. Condições de habilitação para a concessão de título de Especialidade Profissional: - O profissional precisa estar inscrito em seu CREFITO há pelo menos dois anos ininterruptos; - O profissional que esteve fora do país precisa comprovar dois anos de atividade profissional ou de aperfeiçoamento profissional no exterior (estes documentos serão analisados pelo Plenário do COFFITO); - O profissional estrangeiro ou brasileiro que tenha feito gra- duação no Exterior deverá apresentar seu Diploma de Gra- duação revalidado por uma Instituição Brasileira de Ensino Superior e também deverá estar inscrito no CREFITO por dois anos intermitentes. Condições para concessão do título de Especialidade Profissional: - O profissional precisa ser habilitado em Exame de Conheci- mento e Prova de Título na especialidade requerida – os dois são eventos públicos, anunciados através de Edital, com a fi- nalidade de valorar a experiência prática e o aperfeiçoamen- to profissional na especialidade requerida pelo profissional; - Este Exame de Conhecimento e Prova de Título podem ser convocados anualmente, dependendo da demanda ou da obrigatoriedade a cada dois anos; - A demanda referida anteriormente será apurada junto aos Conselhos Regionais e às Entidades Associativas de Caráter Nacional de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional convenia- das ao COFFITO, nos termos da Resolução COFFITO nº 360, de 18 de dezembro de 2008. - Para a realização deste Exame, o COFFITO pode estabe- lecer convênio com Entidades Associativas de Caráter Na- cional da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, bem como contratar institutos, fundações ou entidades especializadas para a realização das provas. Sobre a Prova de Títulos e o Exame de Conhecimento: - O Exame de Conhecimento será composto por questões de múltipla escolha e dissertativas, e tem o objetivo de verificar o conhecimento do profissional na especialidade requerida; - A Prova de Títulos uma avaliação objetiva da documentação apresentada pelo profissional e prima por valorar a experiên- cia prática e o aperfeiçoamento do profissional na especiali- dade requerida; - Na Prova de Títulos, serão considerados para efeito de clas- sificação e hierarquização dos títulos os seguintes domínios: a) acadêmico – são aqueles outorgados por Instituições de Ensino Superior (nos termos da Lei 9.394/96) ou por Insti- tuições autorizadas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) na forma disposta em suas resoluções vigentes. Saiba mais lendo o Art. 15º das Resoluções nº 377 e 378; b) de educação continuada em serviço – são as horas de edu- cação continuada ofertadas pelo ente com o qual o profissio- nal mantém vínculo de trabalho ou pelo próprio profissional que no mesmo período mantém registro de consultório. c) acadêmico e de educação continuada em serviço – são as Residências promovidas e/ou cadastradas pelos Ministérios da Saúde e da Educação; d) tempo de exercício profissional – corresponde à cada ano de atividade de prática clínica; e) especialidade profissional – registrada pelo COFFITO em área afim; f) produção profissional e certificação intelectuais; Para esclarecimentos sobre cada um destes itens, leia o Art. 15 das Resoluções 377 e 378. Poderão ser obtidos junto ao COFFITO até dois títulos de Especialidade Profissional. É vedado aos circunscricionados a divulgação de título de es- pecialidade profissional e áreas de atuação que não possuam, bem como a divulgação de especialidade não reconhecida pelo COFFITO. O profissional só pode declarar vinculação com Especialidade Profissional ou área da atuação profissio- nal quando for possuidor do título ou certificado a ele cor- respondente, outorgado por Entidade Associativa de Caráter Nacional de Fisioterapia e devidamente registrado pelo CO- FFITO. Confira a lista das Entidades Associativas no site do COFFTIO (www.coffito.org.br). Se você tiver dúvidas a respeito deste assunto, entre em con- tato através do e-mail betinho@crefito5.org.br ou do telefo- ne (51) 3334-6586 ramal 223. O COFFITO, junto com a Associação de Fisioterapeutas do Brasil (AFB), está definindo as normas para que possa con- ceder a titulação aos profissionais. Para isso, numa reunião em Brasília, dia 7 de agosto, montou-se o Conselho Delibe- rativo da Associação de Fisioterapeutas do Brasil, composto por onze Associações de Fisioterapia. Decidiu-se que será feita uma prova conjunta para todas as especialidades, e que cada profissional poderá fazer apenas uma prova. Ainda não há previsão de data para a realização desta prova de conhe- cimento, porém já foram estabelecidos o peso da titulação a ser apresentada e também da prova (objetiva e subjetiva). A prova será realizada em regiões do Brasil, que será dividido entre três a cinco regiões simultaneamente. A decisão surgirá de acordo com a Comissão de Levantamento de Custos de Prova. As Associações Gaúchas foram convidadas a indicar um participante para participar das reuniões da Comissão de Especialidades a partir de setembro, para que todos contri- buam para o processo e estejam sempre informados. COFFITO publica novas Resoluções que mudam o registro de Especialidades 98 Re po rt ag em E sp ec ia l Re po rt ag em E sp ec ia l Método X Técnica: uma explicação através da origem das palavras Muitas dúvidas que fazem parte do nosso dia a dia pode- riam ser desfeitas mais facilmente se nosso conhecimento sobre a origem das palavras fosse mais aprimorado. As palavras trazem na sua escrita o seu signifcado e este pode ser absorvido através da análise das partes que compõem cada palavra, ou seja, seu radical e ospossíveis prefixos e sufixos. É esse o caminho que defende o professor de Filosofia da PUCRS e do IDC, Jorge Antônio Torres Ma- chado. Jorge é mestre e doutorando em Filosofia. Para o professor, a diferença entre método e técnica está toda explicada em suas escritas. “Cada palavra traz, na sua grafia, o seu signifIcado. Neste caso, método tem ori- gem grega e nos remete à Platão e Aristóteles. Ela sig- nifica caminho, rota, estrada”, afirma. Método deriva do Grego methodos, cuja signifcação é, literalmente, “cami- nho para chegar a um fim”. Ou seja, podemos entender o método como um delimitador do modus da obtenção do conhecimento: a epistemologia. Retrocendo um pouco no tempo, trazemos essa discus- são para o início, para o século XV, especificamente o ano de 1619, período do Iluminismo, quando o filósofo Des- cartes fez o Discurso sobre o método. Mas o que isso tem a ver com a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional, por exemplo? Essa obra abriu o caminho para a ciência mo- derna e para o método científico em geral. No campo da ciência, método pode ser entendido como uma série de passos codificados que se têm de tomar para atingir um determinado objectivo científico. E, segundo Jorge, podemos, então, entender o Método como o objetivo do fazer. Já a Técnica pode ser interpretada como o procedimento ou o conjunto de procedimentos cujo objetivo é obter um determinado resultado. Estes procedimentos não ex- cluem a criatividade, que é o fator importante da Técnica. Jorge Machado define técnica como arte. “A técnica é ec- lética, permite muitas experimentações. Na Psicanálise, por exemplo, no tratamento de uma determinada do- ença, buscam-se resultados através de diferentes técni- cas. Mas o objetivo é o mesmo. Isso significa dizer que a Técnica é bastante eclética nos processos terapêuticos”, explica. Mas voltemos um pouco: a palavra se técnica se origina também do grego techné, ou seja, arte. A técnica, portanto, confunde-se por algum tempo com a arte. A técnica pode, ainda, ter sua origem relacionada com o meio. É consciente, é reflexiva, é inventiva e é fundamen- talmente individual. Há pesquisadores que definem que o indivíduo a aprende e a faz progredir. A relação com a arte firma-se ainda mais nesse sentido. Com relação aos campos de ação, pode-se entender a técnica como uma resposta ao interesse e à vontade do homem de transformar seu ambiente. Tentando tradu- zir um pouco: existe um caminho, um objtivo traçado. O homem precisa, no entanto, buscar novas e melhores formas de satisfazer suas necessidades. E a esse conjunto de descobertas, ao resultado dessas formas surgem o que chamamos técnica. Por todas estas questões aqui descritas e por tantas que fazem parte dessa discussão, o professor Jorge Machado entende que as técnicas surgem dos métodos. “O mé- todo é a estrada, o caminho, surge antes, portanto, das técnicas. Estas são as diferentes formas que surgem para que o objetivo seja alcançado. A técnica carrega em si a possibilidade de inovação, de mudança nos modos de procedimentos. O método garante que todas essas ino- vações sejam conduzidas para que chegem a um ponto determinado: o objetivo”, finaliza Jorge. Pilates: o inserção e as responsabilidades do fisioterapeuta na prática do método Tudo começou no dia 22 de julho, com uma reportagem veiculada pelo jornal Correio do Povo. O texto relatava uma ação fiscalizatória do Conselho Regional de Educa- ção Física do RS (CREF) e contava como o Presidente do CREF-RS agendou um atendimento experimental de Pilates no estúdio de uma fisioterapeuta na Zona Sul de Porto Alegre. No começo do atendimento, agentes fiscais do CREF-RS, acompanhados da imprensa, entraram no es- tabelecimento e declararam que a atividade estava sendo executada de forma irregular. “A tarefa do fisioterapeuta é trabalhar nas lesões instaladas e a do profissional de Edu- cação Física, na prevenção”, disse Eduardo Merino, presi- dente do CREF-RS. Estava criada a confusão. No dia seguinte, o CREFITO-5 recebeu dezenas de ligações e e-mails de profissionais in- dignados com a ação. Eles também pediam orientações, temerosos de sofrerem o mesmo tipo de fiscalização (aqui ressaltamos, mais uma vez, que somente o CREFITO-5 pode fiscalizar fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais). Os profissionais estavam agitados, inseguros, indignados e pediam ações do Conselho e providências enérgicas em relação ao caso. Para agravar a situação, no dia 25 de julho o CREF-RS pu- blicou um anúncio no mesmo jornal, ressaltando a fiscali- zação do Conselho que “flagrou novamente nesta semana uma aula de Pilates sendo aplicada por ministrante não-ha- bilitada ao exercício profissional da Educação Física”. Mais indignação, ligações e reclamações dos fisioterapeutas. A situação só amenizou quando o CREFITO-5 publicou, no dia 28 de julho, uma Nota de Esclarecimento que ocu- pou meia página no Correio do Povo, esclarecendo uma série de dúvdas. Debate sobre a polêmica Polêmica estabelecida, a Comissão de Comunicação do CREFITO-5 decidiu aprofundar o assunto e promoveu, no dia 19 de agosto, um bate-papo entre fisioterapeutas que atuam com Pilates. Todas são profissionais reconhe- cidas e possuem um trabalho muito sério na área. Duran- te o encontro, as fisioterapeutas falaram sobre diversos aspectos relacionados à prática do método Pilates. Parti- ciparam, ainda, da reunião, o Presidente do CREFITO-5, Dr. Alexandre Doval, a Diretora-Tesoureira, Dra. Luciana Wertheimer e a Conselheira Dra. Priscila Bordignon. As fi- sioterapeutas convidadas foram Dra. Adriane Krause, Dra. Alessandra Tegoni, Dra. Lilliane Hagemann, Dra. Roberta Aline Becker e Dra. Viviane Matsenauer. Confira, a seguir, uma síntese da opinião deste grupo sobre os seguintes te- mas. Histórico do Pilates Joseph Pilates nasceu na Alemanha em 1880 e tinha saúde frágil. Por isso, ainda adolescente, tornou-se ginasta e bus- cou conhecimento em anatomia, fisiologia e medicina. Sua mãe era naturopata e o pai, ginasta. Ambos o influencia- ram bastante. Em 1912, Joseph tornou-se boxeador pro- fissional e começou a dar aulas de autodefesa na Scotland Yard. Na Primeira Guerra, tornou-se prisioneiro na Ingla- terra por ser alemão e, na prisão, começou a usar as molas dos colchões para se exercitar e não perder o condicio- namento físico. Mais tarde, isso serviria como base para 1 Re po rt ag em E sp ec ia l 1110 Re po rt ag em E sp ec ia l o ajudar a desenvolver um sistema de exercícios com- binados com equipamentos. Joseph trabalhou como en- fermeiro, cuidando dos feridos da guerra e desenvolveu, então, uma série de aparelhos que, hoje, são conhecidos de quem trabalha com Pilates: Reformer, Cadillac, Electric Chair, Wunda Chair, Full Barrel, Tower, e outros. Depois da guerra, ele voltou à Alemanha e incorporou elementos da dança ao seu método de trabalho. Em 1923, foi para os Estados Unidos e abriu seu primeiro Estúdio de Pilates. Seu trabalho, porém, só teria repercussão a partir da dé- cada de 1940. Joseph Pilates morreu em 1967, mas sua esposa Clara Pilates seguiu seu trabalho e os alunos dos dois começaram a abrir seus estúdios e difundir o Pilates por todo o mundo. Pilates: Método ou Técnica? Segundo o debate, o Pilates hoje é chamado de método pois abrange um conjunto de técnicas com um objetivo comum, mas no seu desenvolvimento ele era chamado de Contrologia. Trata-se de um processo racional usado para que se atinja um determinado objetivo. Um método é um sistema seguido no estudo ou ensino de qualquer proces- so ou técnica para se chegar ao conhecimento. A técnica é o conjunto de processos, por isso, o Pilates é um método. (Leia reportagem na página 08) O que é prevenção? Nas nossas profissões, a prevenção é fazer algum tipo de trabalho que evite lesões em pessoas saudáveis no sentido de prevenir lesões e deformidades, mas que também tem uma pré-disposição ou um histórico familiar que sugere uma possível lesãoou alteração músculo esquelética no futuro. E o fisioterapeuta é um profissional altamente ca- pacitado para promover a prevenção. O que o olhar do fisioterapeuta define no Pilates? O Pilates é um método que nasceu da reabilitação, que é o cerne da profissão de fisioterapeuta, que atua, também, na prevenção e na correção. O olhar do fisioterapeuta, por- tanto, é essencial em qualquer tipo de avaliação pela sua formação e conhecimento. Este olhar especial detecta as alterações posturais, as atrofias musculares, os movimen- tos que podem ser executados de maneira incorreta, além das incapacidades ou falta de equilíbrio e flexibilidade. O fisioterapeuta olha para quem faz Pilates como um todo e auxilia o praticante a desenvolver a consciência corporal. De nada adianta fazer Pilates se isso causar dor, se a coluna estiver desalinhada. Quando alguém começa a fazer Pila- tes com um fisioterapeuta, sente a diferença de um olhar cuidadoso e global sobre o seu corpo. O fisioterapeuta que utiliza Pilates está fazendo Fisioterapia (preventiva e reabilitadora). Fisioterapeutas praticantes de Pilates deveriam se associar e redefinir as diretrizes? Para as profissionais presentes na reunião, esse é um dos principais desafios a serem alcançados. Elas afirmam que isso é essencial para definirem-se pontos importantes, como um número mínimo de carga horária de formação, especificar as atribuições, a regulamentação com a criação de uma normativa sobre o Pilates para fisioterapeutas. Quem o fisioterapeuta atende é aluno, paciente ou cliente? Este foi um dos grandes pontos da discussão, pois nele reside a polêmica do CREF, que afirma que fisioterapeuta não pode ter aluno. Para as fisioterapeutas que participa- vam do bate-papo, as opiniões ficaram divididas: algumas chamam de pacientes, outras de alunos. As profissionais que chamam de alunos justificam-se: para elas, a palavra “paciente” sugere alguém passivo, doente, que apenas re- cebe a ação do fisioterapeuta. Já “aluno”, buscando-se a origem da palavra, é alguém sem luz, a procura de conhe- cimento. Nesses casos, alguém em busca de orientação e que é ativo no processo. Ao final do encontro, ficou cla- ra a preocupação daqueles que são profissionais comprometidos com a profissão e com as pesso- as que atendem. A fala incisiva de todas sobre a exigência de uma carga horária mínima e conside- rável para o exercício legal do Pilates é prova do comprometi- mento e da ética profissional de todos. Além disso, outra impor- tante análise feita, é de que o Pi- lates não pode ser visto como um Nota de esclarecimento COFFITO O Coffito, tendo em vista a publicação oficial da Resolução 201/2010, do Conselho Federal de Educação Física (Con- fef), esclarece que todo Fisioterapeuta tem o direito de utilizar o método Pilates com a finalidade fisioterapêutica, ou seja, para os fins de tratamento e prevenção de disfunções, conforme autoriza a legislação que trata da matéria. A prática pode ser realizada em qualquer local, como clínicas, academias, hospitais, dentre outros. A Resolução do Confef, que dispõe sobre o Pilates como modalidade e método de ginástica, em seu artigo 4º, prevê que “caberá à pessoa jurídica prestadora de serviços na área de atividades físicas, desporto e similares que oferecer o Pilates em seu elenco de serviços, garantir que sua prática seja orientada e dinamizada por Profissionais de Educação Física”. A medida não trará qualquer dano ao exercício profissional do Fisioterapeuta, uma vez que a Cinesioterapia, que fundamenta o método Pilates, faz parte do currículo base da graduação em Fisioterapia. Assim, o Coffito destaca que os profissionais de Fisioterapia têm plena autonomia para utilizar o método Pilates na prevenção e no tratamento de disfunções. O Coffito entende que o método Pilates é um dos muitos recursos cinésio-mecano-terápicos à disposição do fisiote- rapeuta, com vistas à promoção, prevenção e recuperação da saúde. O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional entende que a prática clínica do Pilates exige um domínio técnico e científico acerca do método, por meio de aprimoramento profissional específico. O profissional que, porventura, venha a se sentir prejudicado em seu exercício profissional por qualquer Conselho de Fiscalização, alheio ao sistema COFFITO/CREFITOS, deve, imediatamente, comunicar a atuação indevida ao CREFI- TO de sua circunscrição para a adoção das medidas pertinentes. Sobre o caso publicado no mesmo jornal, no dia 22 de julho, informamos que foi instaurado um processo administrati- vo no CREFITO-5, através do qual estão sendo analisados todos os envolvidos e todos os fatos. Assim, tão logo sejam apuradas as responsabilidades e os acontecimentos sejam esclarecidos, as informações serão divulgadas nos veículos de comunicação do CREFITO-5 e as medidas jurídicas cabíveis serão adotadas. Acompanhe todas as informações e as notas oficiais do CREFITO-5 no nosso site (www.crefito5.org.br) e pelas news- letters institucionais, enviadas semanalmente. O CREFITO-5 ressalta, mais uma vez, que Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais tenham claro que sua atuação profissional só pode ser fiscalizada pelo CREFITO-5. método exclusivo de uma ou outra profissão. Ele é amplo e possui diferentes formas. O objetivo da sua prática é que deve determinar o profissional que guiará o processo. Portanto, estão equivocados aqueles que afirmam que fisioterapeuta não atua na pre- venção e trata apenas de doen- ças. O fisioterapeuta é um pro- fissional da saúde e trabalha para que muitos problemas sejam evitados. Ele deve porém, pau- tar-se pela ética, aperfeiçoar-se constantemente e oferecer aos seus pacientes, alunos ou clien- tes, o melhor de si e o melhor da Fisioterapia. Fotos: 1 Reformer, 2 Barrel, 3 Exercício solo e 4 Cadillac. Agra- decimento à Dra. Roberta Aline Becker. 2 3 4 Re po rt ag em E sp ec ia l 1312 Re po rt ag em E sp ec ia l Responsabilidade e agilidade: as marcas da fisioterapia nas CTIs Terça-feira, 24 de agosto. Che- gamos ao Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre para uma entrevista com parte da equipe de fisioterapeutas que atua no Cen- tro de Terapia Intensiva (CTI). Hospital é um local que, para quem não atua na saúde, sempre causa uma sensação de descon- forto. CTI, talvez um pouco mais, pelo risco que pressupõe. Todas essas impressões, porém, foram desfeitas em muito pouco tempo. Não podemos dizer que não há risco iminente onde estávamos. Mas podemos afirmar que a con- fiança e competência dos fisiote- rapeutas que lá atuam e que nos receberam diminuíram em muito essa sensação. A saúde, todos sabem é um direi- to constitucional de todo cidadão brasileiro. Existem, hoje, alguns órgãos reguladores dessa área e estes órgãos deter- minam centenas de regras. Desde o dia 25 de fevereiro, está em vigor uma nova Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que amplia atuação de profis- sionais nas Unidades de Terapia Intensiva brasileiras. A Re- solução RDC nº 7 estabelece os requisitos mínimos para o funcionamento das UTIs instaladas em hospitais públicos, privados ou filantrópicos. Ela torna obrigatória a presença, nessas unidades, de um coordenador da área de Fisiotera- pia, com especialização em terapia intensiva ou em outra especialidade relacionada à assistência ao paciente grave. Juntamente com o responsável técnico (função ocupada necessariamente por um médico) e com o coordenador de Enfermagem, este profissional deve aprovar e registrar todas as ações, rotinas e procedimentos assistenciais e ad- ministrativos realizados na UTI. A Resolução também es- tabelece a obrigatoriedade da atuação de pelo menos um fisioterapeuta para cada dez leitos de UTI nos três turnos (matutino, vespertino e noturno), somando um total de 18 horas diárias de atividade. Ainda de acordo com a RDC, estabeleceu-se que o atendimento em UTIs deve ser fei- to por equipes multiprofissionais, dimensionadas(em nú- mero de especialidades e profissionais) de acordo com o perfil e o tamanho da estrutura. Todas estas normatizações e exigências da Anvisa encontra- mos na equipe da Dra. Luísa Novaes. Dra. Luísa é a Coor- denadora de Fisioterapia do Hospital, que atualmente conta com uma equipe de 41 fisiote- rapeutas e 10 estagiários; além de três temporários. Segundo ela, a média de procedimen- tos realizados por mês é de 12.000, com uma média de atendimento de 140 pacientes por dia e 300 procedimentos. “É impressionante vermos o quanto crescemos. São 10 anos de atuação - o setor existe no Hospital desde 2000. Lembro muito bem dos primeiros dias, quando começamos atendendo 24 pacientes”, lembra Dra. Luísa. A fisioterapeuta é tranquila e talvez seja essa uma das ca- racterísticas fundamentais para os profissionais que preten- dem atuar em CTIs. Afinal, Unidades de Terapia Intensiva são, geralmente, locais que abrigam graves casos e, tanto para os adoentados quanto para os familiares, segurança e confiança caminham lado a lado com a tranquilidade. “A tensão de saber se seu familiar está sendo bem atendido, se está recebendo atenção adequada e se sua dor está sen- do minimizada são fundamentais para os familiares. Todos querem a certeza de que os profissionais são qualificados e preparados. Essas são as maiores preocupações de quem passa por esta experiência”, conta a fisioterapeuta. Dra. Luísa tem uma equipe competente sob sua coorde- nação. Na CTI, são 30 leitos e cada turno tem a atuação de três fisioterapeutas. A equipe é composta pela Dra. Fer- nanda Callefe Moreira, Dr. Ricardo Wickert, Dra. Cíntia Dias de Barros, Dra. Fernanda Gehm, Dr. Luis Guilherme Borges, Dr. Augusto Savi, Dra. Joyce Michele Silva, Dra. Soraia Ibrahim, Dr. Leonardo Silva e Dr. Glauber Gotardo. Conversamos com a equipe do turno da manhã e eles nos contam a seguir como escolheram esta área e um pouco da sua rotina e impressões. Seleção natural Segundo a Dra. Luísa Novaes, o processo de seleção para fisioterapeutas que irão atuar em UTIs envolve uma ava- liação de perfil diferenciada. “O perfil é muito claro: ele tem de ser especializado nesta área, ter agilidade especial, saber responder às demandas de forma segura e rápida, deve saber trabalhar sob pressão e ter uma visão de todo em relação ao paciente e à equipe”, afirma. O Coorde- nador Médico da UTI, Dr. Eubrando Silvestre, resumiu: “nós não sobrevivemos sem a fisioterapia aqui”. O mesmo dizem os fisioterapeutas da equipe: enfatizam que essas características são muito particulares e que entre eles há esse reconhecimento de perfil, o que permite uma troca de conhecimento e informações constante. A confiança, assim, só aumenta de todos que fazem parte da equipe não apenas de fisioterapeutas, das de todos que atuam na CTI. Para a Dra. Fernanda Callefe Moreira, uma paulis- ta que mora em Porto Alegre há oito anos, o diferencial necessário para quem quer trabalhar numa UTI é a união de conhecimento técnico, agilidade e tranquilidade. “É um trabalho que envolve muita responsabilidade porque é tudo uma questão de momento, ou seja, precisamos fazer a escolha certa, baseado em nosso conhecimento, sem muito tempo. São respostas muito rápidas e precisas o tempo todo”, diz. A diferença de rotina Para o Dr. Ricardo Wickert a maior diferença entre os profissionais que atuam em CTIs daqueles que atuam em outras áreas, é a urgência, o pensamento e atitude rápida exigidas. “Precisamos de tudo isso porque atuamos em si- tuações críticas o tempo todo. Isso seria muito diferente se estivéssemos atendendo um paciente em situação mais tranquila. O paciente de UTI está passando mal e o traba- lho não pode ser feito a longo prazo – tem que ser agora (enfatizando). É o momento em que podemos fazer ou não a diferença em um desfecho muito grave”, conta. Por isso, é uníssona a fala sobre conhecimento técnico apu- rado, experiência e tranquilidade. “A experiência é o que te oferece caminhos para fazer a diferença nestas horas graves. Em momentos críticos, sabemos que temos uma vida em nossas mãos. É muita responsabilidade. Mas há, também, reconhecimento e valorização do trabalho”, afir- ma Dr. Ricardo. Dra. Fernanda conta, ainda, que a rotina da equipe exige uma sintonia entre calma e agilidade. Ela defende a constante atualização técnica e a consciência da importância de uma equipe interdisciplinar alinhada. “Há casos em que um olhar basta para que o médico se co- munique conosco. Sabemos a importância do trabalho em equipe, essencial para nossa rotina funcionar da melhor forma possível”, defende. Reconhecimento O contato com os pacientes, pela situação de risco que estão vivenciando, torna a relação entre profissionais e pa- cientes diferente. Se um tratamento normal (seja em clíni- ca ou em leitos de hospitais) o paciente reconhece o seu Da esquerda para a direita: Dra. Cintia, Dra. Luísa, Dr. Ricardo e Dra. Fernanda Re po rt ag em E sp ec ia l Po lít ic a 1514 O mês de outubro de 2010 será marcado por uma das principais atividades da Democracia: as eleições. O processo eleitoral é um dos momentos mais importantes para o exercício da cida- dania. E a Democracia, para existir de fato, exige que os seus cidadãos cumpram seu papel. Nesse momento torna-se ainda mais importante que todos sai- bam o seu papel. O voto, já é chavão, mas vale reforçar, é a arma do cidadão. É através dele que uma realidade pode ser certificada ou modificada. É através do voto que os cidadãos in- dicam suas vontades pois colocam nas mãos de alguns políticos o poder de decisão. Essas decisões refletem-se diretamente no cotidiano de todos. Mas não estamos falando aqui de programas sociais, de progra- mas de governo ou mesmo de simpatias políticas. Estamos fa- lando de Projetos de Lei que afetam o mercado de trabalho, que podem comprometer ou ampliar os sistemas e os atendimentos na área da saúde. Você lembra em quem votou nas últimas elei- ções para a Câmara dos Deputados? Sabe qual a posição e o voto dele sobre o PL do Ato Médico? Durante todo o andamento e tramitação do PL do Ato Médico o CREFITO-5 enviou a seus profissionais a lista completa dos Deputados da bancada gaúcha em Brasília. Mostramos o voto de cada um. Por quê? Porque são esses os nossos re- presentantes em Brasília, são esses parlamentares que criam as Leis que todos devemos cumprir. A questão que fica para este ano é: você vota cons- cientemente, pensando no que o seu Deputado pode fazer tanto na Câmara dos Deputados, quanto no Senado e na Assembleia Legislativa? Você sabe o papel de cada um destes parlamentares? O voto é secreto e deve ser levado muito a sério. Eleições 2010: a festa da democracia nas mãos dos eleitores Quando escolhemos um candidato, estamos depositando no trabalho dele (e da sua equipe) nossos próximos quatro anos. Hoje, a Democracia está reforçada. Há transparência na trami- tação dos Projetos de Lei. Eles podem ser acessados e acompa- nhados a qualquer momento, por qualquer cidadão através dos sites: www.camara.gov.br e www.al.rs.gov.br. Faça valer o seu direito e o seu voto. Exerça a sua cidadania para que a Democracia tenha, de fato, o poder que pressupõe. Essa decisão e esse exercício são responsabilidade de cada um dos eleitores brasileiros. Alguns PLs são fundamentais para o futuro de Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais. Pesquise, conscientize-se: > PL 5979/2009, que trata do piso salarial de Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais; > PLS 467/2008, que trata da prestação de serviços de Fisio- terapeutas e Terapeutas Ocupacionais adequadas ao Simples Nacional; > PL 1220/2007, que aborda a tabela de honorários médicos, odontológicos e de outros profissionais, como base mínima com as operadoras de planos de saúde; > PL 5404/2005, que institui e estabelece critérios para a edição do Rol de Procedimentos e serviços em fisioterapia; > PL 1444/2003, que discute o exame de suficiên- cia parao exercício das profissões de Fisioterapeu- ta e Terapeuta Ocupacional; > PL 1549/2003, que disciplina o exercício pro- fissional de Acupuntura; > PL 4261/2004, que inclui Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional no Programa Saúde da Família – PSF; > PLS 268/2002, o PL do Ato Médico. Democracia (“demo+kratos”) é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões polí- ticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, que escolhe seus representantes através do voto. fisioterapeuta, por exemplo, na CTI isso não é possível. Dr. Ricardo lembra que a grande maioria dos pacientes está sem- pre sedado, possui alguma alteração neurológica ou passou por alguma cirurgia. Ou seja, isso torna o agente de saúde um tanto quanto anônimo para o paciente. “Nós, fisioterapeutas, mobilizamos, alongamos, procuramos aliviar a dor e dar con- forto respiratório. Quando o paciente está mais acordado, consciente, consegue estabelecer algum tipo de relação com a equipe. E isso é recompensador”, afirma ele. Segundo a Dra. Fernanda, há, por consequência dessa si- tuação, uma gratificação: a do contato com a família do paciente. “Já atendemos pacientes que ficaram sete meses na CTI e acabamos conhecendo toda a família dele. No início, ele não nos reconhecia. Aos poucos ele começou a recuperar a lucidez até conseguir dar seus primeiros pas- sos. Depois de ter sido encaminhado para o andar de in- ternação, ele veio dar um abraço em todos e dizer tchau”, recorda. Ao contar essas histórias, todos se emocionam e relembram de pelo me- nos um fato ou de um pa- ciente especial. E, como não poderia deixar de ser, as novas ferramentas de comunicação também fazem parte das relações estabelecidas nos perío- dos de tratamento. Não são poucos os pacientes que mantêm vínculo por e-mail. A Dra. Luísa Novaes lembra, ainda, que o re- conhecimento da família e do paciente está dire- tamente ligado com a gravidade do momento. “Em doenças graves, é natural que a família fique extremamente preocu- pada, devido à criticidade do momento para todos. Por isso, eles sentem uma grande gratidão pelos profissionais que estão aqui na CTI trabalhando”, destaca. Responsabilidade e ansiedade O tempo ajuda. Os colegas ajudam. Essas são duas das situações lembradas pela equipe do Hospital Moinhos de Vento quando questionados sobre a responsabilidade que possuem e a ansiedade. Dra. Fernanda lembra que logo que iniciou seu trabalho na CTI não reconhecia em si as características essenciais para um fisioterapeuta poder atuar nesse local. Mas seus colegas, Dra. Luísa e Dr. Ricardo, viram e hoje, é tudo natural. Com o tempo, com os anos, a pressão diminui significativamente. Dr. Ricardo afirma que, como são anos de experiência e vivência dessas situações de risco, a situação precisa ser bastante difícil para poder abalar a equipe. “Mas é importante sabermos que existem casos em que não há uma segunda chance para corrigir algo errado. É preciso saber lidar com isso”, enfatiza. Para a Dra. Cíntia Dias de Barros, não poder errar é um diferencial. “Sou nova, me sinto muito preparada, mas ter a certeza de que temos uma chance só nos traz, sem dúvida, mais responsabilidade. Com o tempo tenho certeza de que isso diminui”, fala. Dra. Luísa lembra uma questão importante: “Não existe ‘melhor’ ou ‘pior’ no profissional da CTI. Ele simplesmen- te é diferente porque tem que ter habilidades específicas como agilidade, responsabilidade, conhecimento técnico e calma. É preciso desenvolver uma visão do todo, já que temos possibilidade de desenvolver um bom trabalho em equipe. Isso transmite segurança aos familiares do pacien- te, que sabem que ele está sendo bem assistido”, defende. A visão do paciente Nós queríamos contar essas histórias através da visão de um paciente. Infelizmente não foi possível pois todos os pacientes que estavam internados naquele dia estavam em situação delicada. Porém, na próxima edição da revista do CREFITO-5, esperamos poder contar essas histórias, pois falaremos sobre outra equipe de fisioterapeutas em CTIs, desta vez em hospitais públicos. Se você tem alguma su- gestão ou dica, mande para a gente. Intercâmbio de conhecimento e prática Dr. Vinícius Montiel de Castro é um fisioterapeuta formado pela Ulbra em 1999 que trabalhou em diversos luga- res enquanto morava em Porto Alegre – clínicas particulares, hospitais, serviço voluntário, entre outros. Em 2009, ele decidiu que queria mais e perseguiu seu sonho: trabalhar fora do Brasil – mais especificamente, na Inglaterra. Deu tão certo que ele está lá até hoje. Nesta nova seção da nossa revista, ele conta um pouco das suas vivências e da expe- riência de atuar em outro país. Confira! Sou o fisioterapeuta Vinícius Montiel de Castro (Vico) e estou trabalhando em um hospital no Reino Unido que cuida basicamente de pacientes idosos e am- putados de membros inferiores. A vida de fisioterapeuta aqui é bem diferente, primeiro que posso sonhar em ter uma família, casa, carro, viajar, apenas traba- lhando em um local das 8h30min até as 16h30min e em alguns hospitais se deve fazer plantão também - mas não todos. Fisioterapeuta é dividido por bandas 5, 6, 7, 8, 8a, 8b - em virtude da experi- ência, o salário aumenta. O legal é que posso ser cabeludo tatuado, ter brinco, que ninguém dá bola... Quando cheguei aqui na Inglaterra pedi num bar um copo de água pronuncian- do a letra “D” onde tinha o “T” como me ensinaram no inglês americano (watter) e o atendente não entendia o que eu queria, depois ele disse: “ok, you want waTTer, mate...” Enfim. Hoje percebo que o fisioterapeuta brasileiro tem muito conhecimento te- órico/científico prático em relação ao inglês, porém a autonomia e o poder de decisão e a participação do fisiotera- peuta inglês ainda é muito maior. Aqui, eu não preciso de prescrição de médico para atender meus pacientes e dou alta da fisioterapia na hora em que eu achar melhor. Isso no sistema público - no pri- vado, os pacientes vão nas clínicas sem prescrição médica vão porque sabem que fazer fisioterapia ou ir ao profissio- nal é um direito deles. Para um paciente ter alta hospitalar, tem que ter a participação do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional. Participo de MDT (reuniões semanais com mé- dicos, terapeutas ocupacionais, enfer- meiras e assistentes sociais) para deci- dirmos juntos qual será o melhor plano de alta hospitalar para o paciente). O governo britânico oferece as seguin- tes opções para a alta: o velhinho vai para casa com cuidadores que irão, em alguns turnos em alguns dias da semana, ajudar o vovô a tomar banho, se alimen- tar, realizar as tarefas básicas do cotidia- no. Porém, às vezes, o vovô tem que pagar metade e, em outras, o governo paga tudo, depende do rendimento do paciente. Também, o vovô vai para um asilo mais dependente ou para uma casa de repouso sob as mesmas condições em relação ao pagamento. O governo disponibiliza fisioterapia em casa de gra- ça mas, às vezes, demora 6 semanas pra começar e não e todos os dias mas en- fim, disponibiliza. A parte comunitária e muito forte e funciona relativamente bem. Os hospitais ingleses possuem do- cumentos e protocolos pra tudo que é lado, a quantidade de buro- cracia que eu faço é absurdo (pode ter sido castigo, pois odeio papel). Algumas com razão, até mesmo para proteger o hospital e o pro- fissional. Aqui, é muito comum pa- ciente querer entrar na justiça. É muito engraçado o quanto o fisio- terapeuta brasileiro tem jogo de cin- tura para resolver situações diárias na atividade hospitalar além de trabalhar com sorriso no rosto (ao menos, eu sou assim). É impressionante como os pacientes percebem isto e que meu tratamento é diferente. Eles me dão cartões agradecendo por isso - no Brasil, em 10 anos de profissão, recebi um cartão e poucos agradecimentos. Aqui, estou recebendo uma média de um cartão por mês. Alguns pacientes me disseram que, em umasemana, eu fiz mais que em um ano (exagero também deles). Isso porque o fisiote- rapeuta brasileiro foi instruído a real- mente tocar o paciente, mobilizá-lo no leito, retirá-lo da cama... Usar terapia manual e tudo que foi ensinado na Faculdade (e foi bastante). Aliás, hoje vendo tudo daqui de cima, realmente o fisioterapeuta brasileiro tá sempre buscando se aperfeiçoar, lindo isto. O inglês já e mais tranquilo e entre meus colegas não lembro quem tinha uma especialização ou mestrado. Muita gente no Brasil acha que fisiotera- peuta aqui faz serviço de enfermagem, o que é a maior mentira - cada um sabe sua função e obrigações. Mas, como eu não sou bobo, ajudo no que posso a equipe de enfermagem dentro dos meus limites para que eu conquiste a harmonia do ambiente o que sempre ajuda - e muito! Aqui na Inglaterra, existem regras para manuseio de paciente. Por exemplo: jamais posso tentar levantar um pa- ciente sozinho se ele não é capaz de me ajudar ou se ele é muito pesado. Caso alguém me pegar fazendo força inapropriada eu posso tomar um pu- xão de orelha bem forte, basta alguém me pegar na tampa. O que se faz en- tão? Regra de manual handling: usar equipamentos hidráulicos para retirar e colocar da cama, sentar e levantar... Isso porque, na concepção do inglês eu, como fisioterapeuta tenho que estar com minha saúde em primeiro lugar, pois eu ainda terei que cuidar de muitos pacientes durante toda minha vida. Obrigatoriamente tenho que fazer uma pausa de 30 minutos além da minha meia hora de almo- ço normal. Para se trabalhar aqui, é obrigatório antes fazer o curso de parada respiratória, manual handling, exame de rubéola, catapora, hepati- te B, além de não ter antecedentes criminais. Caso não tenha isso, nem adianta se candidatar. Assistente de fisioterapia aqui é permi- tido - mas eu que delego o que ele tem que fazer e eles me ajudam com os pacientes pesados e com a docu- mentação, uma vez que fica impossí- vel atender a demanda e ainda realizar a burocracia. A demanda de velhinhos é muita e eles vivem muito - 70 anos prá eles é jovem. O Fisioterapeuta aqui usa camisa pólo branca e calça azul, não usam jaleco, e tanto homem como mulher podem usar uma espécie de túnica branca com golinha (nem pen- sar!). Preferi usar a camisa pólo bran- ca com o logo do sindicato/sociedade de fisioterapia. A maioria dos lugares só quer trabalhar com fisioterapeutas sindicalizados. O tratamento fisioterapêutico hospi- talar aqui para o idoso neste caso está voltado para treinamento das passagens de posições, buscando a funcionalida- de, além de terapeuta ocupacional e fisioterapeuta precisam andar na mes- ma direção - se algo der errado na alta hospitalar poderão ser julgados por isto. Também, a prevenção de quedas é muito trabalhada. O sistema público de fisioterapia hospi- talar na Inglaterra tem suas qualidades e defeitos, mas uma coisa eles sabem fazer: priorizar quem realmente precisa ser atendido, paciente crônico aqui acama- do não precisa de fisioterapia e sim uma casa geriátrica. A base da avaliação fisio- terapêutica do idoso e principalmente o aspecto social, e saber como era a mobi- lidade do paciente antes de ser internado para então recuperá-la. Um exemplo: se o velhinho antes de vir caminhava so- mente cinco metros com andador este será o objetivo. Uma vez atingido e o pa- ciente estiver medicamente estável, ele é mandado para casa. Muito importante, saber se o paciente tem escadas e se vai ter alta hospitalar antes obrigatoriamen- te treino de escadas, se não for capaz de executar, esta vetada a alta e rediscutido o plano. Aqui existe até um formato exclusivo para se evoluir em pasta médica. A evo- lução em pasta medica é obrigatória e importantíssima – descrevo todos os dias, através do que eles denominaram de “SOAP notes”. Explico: através des- se relatório diário de cada paciente, eu tenho que escrever como ele tá, e principalmente se ele consentiu que eu o atendesse. Depois, relato o que eu fiz e pratiquei; em seguida, como ele ficou após o atendimento, se ele melhorou, minha opinião. Por fim, desde o primeiro dia de avalia- ção, sempre tem que ter o plano que pretendo colocar em prática que fará com que ele tenha alta. Na maioria dos hospitais, eu tenho que fazer uma avaliação da mobilidade antes e de- pois da alta, além de outra avaliação de risco de quedas e anexar tudo na pasta médica. Os meus colegas ingleses, na maioria, são difíceis de mudarem de opinião. É difícil admitirem quando estão er- rados, mas eles acabam respeitando e muito quem tem atitude e persona- lidade e ficam espantados quando co- nhecem um brasileiro fisioterapeuta. Eles nunca imaginavam que levamos cinco anos pra nos formarmos em Fisioterapia (aqui eles se formam em três anos) e que trabalhamos mui- to, muito mesmo. Isso foi o que me abriu porta para muitos hospitais in- gleses inclusive convites de trabalhos permanentes, mas aqui, a saudade bate, família, mulheres gaúchas, chur- rasco, abraço dos amigos (aqui é só aperto de mão), entre outras coisas... Ainda bem que tenho bons amigos aqui também e estou a 45 minutos de Amsterdam. Saudades. 18 H or a Li vr e Fisioterapia: aventura e paixão unidas Manhã calma em um dos pontos mais movimentados de Porto Alegre: bairro Cidade Baixa. Lugar ideal para ouvir as histórias e as aventuras de um fisioterapeu- ta que resolveu unir sua profissão e algumas de suas paixões. Duas horas de conversa e poderiam ter sido muitas mais. Sim, porque o fisioterapeuta Dr. Fabiano Bartmann é uma mistura de profissão, desafios, paixões e muitas histórias. Dr. Fabiano, ou melhor, Fabiano, tem (e gosta) um en- volvimento muito intenso com as questões relaciona- das à profissão. Por trás de sua fala tranquila, ele deixa transparecer ideais e vontades que ainda estão fazendo com que ele procure o seu lugar no mundo. Uma coisa, porém, é certa: o gosto e a dedicação aos esportes, à Fisioterapia e aos desafios. Para unir essas três áreas, Fabiano dedicou boa parte de seus estudos aos temas. Já durante a faculdade ele es- colheu a área em que atuaria: esporte. Mas, como bom escoteiro, não bastava ser esporte, tinha que ter aven- tura. Ele lembra e conta diversas situações pelas quais passou dos seus 12 aos 18 anos. “Minha primeira expe- riência com esportes de aventura foi o bicicross, quando eu tinha sete anos. Mas considero o tempo de escoteiro como verdadeira descoberta mesmo”, afirma. E não é só prática, não. O fi- sioterapeuta também falava alto e a sede de conhecimen- to o levou ao mestrado que abarcava esporte e aventura. Estudo, profissão, prática, co- nhecimento, paixão, aventu- ra. Tudo isso só poderia levá- lo a um país: a Nova Zelândia. “Sempre tive o sonho de mo- rar no exterior, aprender com diferentes culturas, conhecer pessoas sem nenhum laço e construir minha identidade”. Foi assim durante um ano, em 2007. Foram seis mudanças em apenas um ano. Se isso não é aventura, o que pode ser? Pois bem, como o conhecimento anda, na vida de Fa- biano, lado a lado com as práticas e aventuras, quando falamos sobre esportes radicais, ele logo destaca um ponto importante e que muitos desconhecem. Qual a diferença entre esporte radical e esporte de aventura? “Esporte radical envolve medo, risco, perigo, morte. Já os esportes de aventura significam, para seus prati- cantes, a superação de limites. São coisas novas, coisas inventadas e que nos levam, sempre, um pouco além, nos levam à superação”, explica. E um pouco além aqui, outro pouco logo mais, Fabiano vai, ao longo de sua vida (recente, ainda, vale lembrar) reinventando seus limi- tes. Ele já fez trilhas de moto e parou após sofrer um acidente e provocar uma lesão na coluna. Não era a hora de parar. Uma troca foi necessária: jetski, barco à vela, sandboard, lancha, snowboard, canoagem, roller, paintball, surf, caiaque... A lista é longa e deve aumentar nos próximosanos. Mas e a Nova Zelândia, país dos esportes radicais? “É um país incrível, seguro, com um povo extremamente receptivo. Voltaria prá lá, de férias. Trabalhei e descobri um mundo rico, cheio de detalhes, cheio de novidades. Vale a pena. Foi a realização de um sonho. Só que nem tudo é como vemos nos guias de viagens. Existem mui- tos locais para a prática de esportes radi- cais, como os saltos de bung jump e voo livre, por exemplo, porém esses locais são distantes e fica complicado aproveitar ao máximo todas as possibilidades”. Fabiano conta, entre suas muitas histórias de convi- vência com uruguaios, ingleses, argentinos, coreanos, chi- lenos, japoneses, chineses, brasileiros e os nativos (claro!), que foi apelidado de “Batata Frita” e até hoje recebe ligações de quem ainda está por lá. “Eu sempre digo que vale a pena. Logo que cheguei, fiz toda a burocracia e informei que era fisioterapeuta. Como a carência desses profissionais lá é muito grande, me informei sobre a validação do nosso diploma. Eles fazem em 15 dias. Sim, 15 dias e eu poderia atuar e ser, de fato, um fisioterapeuta brasileiro na Nova Zelândia. Não deu certo porque na época eu não tinha proficiência em inglês. Mas vale a pena e prá quem quer arriscar, há uma grande chance de dar certo”, diz. Se não dava para atuar como fisioterapeuta, o jeito era trabalhar prá poder descobrir as riquezas naturais. Foi assim durante quase um ano, indo de norte a sul (literalmente) da ilha. Numa dessas idas e vindas, mais um sonho realizado. E aqui a paixão falou mais alto, porque foi um grande sonho realizado. “Eu sou apaixonado por velocidade. E quando estava lá, aconteceu uma etapa do World Rally Champion. Fo- ram cinco dias fantásticos!”, conta empolgado e saudoso. Mas e aquela história de paixão, fisioterapia, conhecimento, práti- ca... tudo junto? Fabiano, pode-se dizer, foi para o exterior api- mentar seu gosto pelos esportes de aventura. Hoje, há sonhos diferentes e são eles que fazem deste fisioterapeuta, que atua em pelo menos cinco locais com acupuntura e shiatsu, querer ir além. “Tem uma área ainda não explorada: a fisioterapia voltada aos esportes de aventura. Temos competência e espaço a conquis- tar nessa área”, defende. E assim, entre a prática de rapel, passeios noturnos de bicicleta, acu- puntura, shiatsu, aulas, cursos, reuniões, manifestações e participa- ção ativa, Fabiano Bartmann abre essa nova seção da nossa revista. “Minha história tem a ver com a superação de limites. E o esporte traz isso. Ele se renova, como os nossos limites. Superamos alguns, outros deixamos para trás... mas não dá para desistir. A adrenalina é alta, o gosto pela velocidade também. Só que é tudo proporcional à responsabilidade e isso me faz ter mais certeza de que é possível fazer a fisioterapia crescer e, ao mesmo tempo, preservar algumas das minhas paixões”, afirma. Duas horas de história não se resumem em duas páginas. Fica, porém, a clara mensagem de que, seja lá qual for o limite de cada um, ele pode ser superado. Se for através do conhecimento e da paixão, tanto melhor. É isso que queremos para todos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacio- nais: limites vencidos, desafios superados e novos limites, novos desafios.... porque o tempo não pára (e isso nos faz lembrar que a poesia faz parte das nossas vidas) e a vida, essa é feita para isso: para superação. 2120 CREFITO5/RS 1990-1998: foco na fiscalização e modernização Nesta edição da revista do CREFITO-5, continuamos contan- do um pouco mais da história do nosso Conselho. Na primeira matéria desta série, contamos um pouco da luta da primeira e segunda Gestões do CREFITO-5, que ainda abrangia também Santa Catarina, além do Rio Grande do Sul, e que enfrentaram uma série de dificuldades técnicas e financeiras, superadas com muita garra. Após 1990, quando foi nomeada uma Diretoria Provisória, que durou de abril a junho daquele ano, até quando acontecesse uma nova eleição para o Conselho Regional. No Boletim Infor- mativo do CREFITO-5 de janeiro de 1990, foi feito um Balanço de Gestão que resgatava conquistas importantes, como as Dele- gacias em Blumenau, Joinville e Florianópolis, além de uma atua- ção conjunta com as entidades representativas da classe, como Sindicato e Associações. Além disso, ainda foi ressaltada a par- ticipação do CREFITO em discussões da Carta Constitucional estadual e municipal, no que tangia à área da saúde, discutindo a forma como o Estado deveria reger esta questão e já mos- trando pioneirismo ao falar de interdisciplinaridade. No dia 30 de junho de 1990, aconteceram as eleições, e a nova Diretoria foi empossada no dia 7 de julho, composta pelo Dr. Fernando Antônio de Mello Prati, Presidente, Dra. Viviane Mello Dresch, Vice-Presidente, Dr. Jadir Camargo Lemos, Diretor-Secretário e pela Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira, Diretora-Tesoureira. A Diretoria trabalhou de 1990 a 1994, com a proposta de mo- dernizar o fluxo administrativo, reformular a política de fiscaliza- ção, dinamizar as ações do Conselho junto aos órgãos públicos, integrar ações junto a entidades das categorias de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e ampliar as relações com as represen- tações da comunidade gaúcha e catarinense. “O novo perfil da fiscalização era o de mostrá-la como um grande parceiro dos profissionais e clínicas, já que ela garante a qualidade assistencial dos serviços de fisioterapia e de terapia ocupacional. A fiscaliza- ção é algo extremamente positivo, e é a essência do trabalho de um Conselho, por isso tratamos de tirar a carga negativa que pode estar associada a este termo”, relembra o Dr. Fernando Prati, presidente na época. A Gestão assumia em um momento delicado da economia brasi- leira, que ainda vivia o Plano Collor, e as pessoas físicas e jurídicas tiveram suas poupanças bloqueadas. A medida foi adotada pelo ex-presidente para conter a inflação, porém trouxe muito de- sassossego e insegurança à população. As dificuldades financei- ras ainda estavam assombrando o CREFITO-5, como nas duas primeiras Gestões, e havia muita luta pela frente. A ideia de in- formatizar o Conselho foi leva- da adiante, com a aquisição de equipamentos, e a fiscalização foi priorizada. “Não tínhamos nenhum computador no CRE- FITO-5, instituímos um Livro Ouro para arrecadarmos doa- ções dos profissionais e, assim, conseguimos adquirir nosso primeiro computador”, escla- rece o Dr. Fernando. Em outubro de 1990, a Portaria nº 03/90 criou e estabeleceu as atribuições dos Delegados Regionais do CREFITO-5, que repre- sentam o Conselho junto às autoridades de suas regiões, insti- tuições públicas e particulares, entidades de classe, profissionais da área e a comunidade em geral. “Uma das metas desta gestão era estreitar o relacionamento entre os profissionais, estudan- tes e o Conselho. Promovíamos conversas com estudantes nas universidades, com as Associações e criamos os Delegados do CREFITO-5”, diz o Dr. Fernando. Em 1994, foi realizada uma nova eleição, que elegeu a Diretoria que trabalhou até 1998, composta pelo Dr. Fernando Antônio de Mello Prati, Presidente, Dr. Marcelo Krás Borges, Vice-Presi- dente, Dra. Adriana Luisa Oliveira Ramos, Diretora-Secretária e Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira, Diretora-Tesoureira. Um dos primeiros acontecimentos marcantes foi a realização do XII Congresso Brasileiro de Fisioterapia, que aconteceu em Porto Alegre – a mesa de abertura do evento contou com a presença do Dr. José Rebelatto, entrevistado da última edição da revista do CREFITO-5 que, na época, era vice-reitor da Univer- sidade São Carlos (SP). Fazia vinte anos que o mais importante evento nacional de Fisioterapia não acontecia em Porto Alegre. “Criamos uma ótima relação do CREFITO-5 com os demais Conselhos Regionais e também com o COFFITO, e a prova dis- so foi a realização do Congresso Brasileiro em Porto Alegre”, conta o Dr. Fernando Prati. Foi durante esta Gestão que o CREFITO-5 comprou sua sedeprópria, na Avenida Palmeira, onde funciona até hoje. “Esta foi uma grande conquista para os fisioterapeutas e terapeutas ocu- pacionais, já que houve ampliação do espaço para uma melhor ação em favor da defesa do exercício das profissões explica o Dr. Fernando. H is tó ri a da s Pr of is sõ es A primeira reunião da comissão de criação do Referencial de Honorários Fisioterapêuticos aconteceu na sede do CREFITO-5 durante a realização do XII Congresso Brasileiro de Fisioterapia ocorrido em Porto Alegre no mês de outubro. Em 1995, o informativo do CREFITO-5 viraria um jornal, tam- bém com quatro páginas e mais informações. No informativo de dezembro de 1995, o CREFITO-5 demonstrava sua pre- ocupação com um tema que até hoje é bastante discutido: o Ato Médico. Na época, havia sido encaminhada a proposta do Projeto de Lei, e o Conselho promoveu uma reunião entre os Conselhos da área da saúde na sua sede. Em setembro de 1996, o CREFITO-5 ganhou no primeiro grau da Justiça Federal, ação contra a Secretaria Estadual de Saúde, que exigia a contratação de médicos fisiatras, ortopedistas e traumatologistas pelas clíni- cas de fisioterapia do Rio Grande do Sul. A primeira reunião do Sistema COFFITO/CREFITOs que foi sediada pelo CREFITO-5 aconteceu de 12 a 14 de março de 1997. Foram discutidos temas como fiscalização, educação e formação de antigos e novos profissionais. Também foi formu- lado um plano de ação que incluía fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais na política de saúde. Em 28 de junho de 1997, foi apresentado aos fisioterapeutas gaúchos, o Referencial de Honorários da Fisioterapia, concluído após dois anos de estudos e reuniões do Sistema COFFITO/ CREFITOs. Logo depois, em agosto de 1997, o CREFITO-5 teve sua primeira página na internet publicada, trazendo infor- mações do órgão, da diretoria, legislação, resoluções e código de ética. Foi uma atitude pioneira do Conselho numa época em que a internet ainda não era popular. Já havia, também, um es- paço para o cadastro de profissionais que desejassem receber informações do Conselho por e-mail. O informativo impresso do CREFITO-5 sofreu novas altera- ções: o jornal passou a ter seis páginas, abrindo espaço para noticiar todas as ações do Conselho, com mais fotos e artigos de interesse dos profissionais. Na ocasião, a tiragem do informa- tivo anterior era de 5.000 exemplares. A revista aumentou este número: passou para 8.000 exemplares. “Priorizávamos tudo o que melhorasse nossa comunicação, seja a criação do primeiro e-mail do Conselho, do primeiro site, a modernização do infor- mativo... As possibilidades de aumentar nossa comunicação com profissionais e estudantes sempre foram muito importantes, pois entendíamos que eram essenciais para uma maior sintonia entre o Conselho e estas pessoas”, afirma o Dr. Fernando. Fazendo um balanço sobre este período, o ex-presidente ressal- ta três pontos que considera fundamentais: “Acredito que hou- ve um grande crescimento político do CREFITO-5 nesta época, uma grande modernização do Conselho e também o fato de sermos aguerridos e não nos curvarmos diante das adversidades que apareciam ao longo do trajeto”, ressalta. No ano de 1998, uma nova eleição aconteceu. Na próxima edi- ção da revista do CREFITO-5, você confere mais um capítulo da nossa história. Até lá! H is tó ri a da s Pr of is sõ es N ot íc ia s 2322 N ot íc ia s Empresários da área da Saúde têm grupo para fortalecer Gestão de Negócios Há pouco mais de dois anos, o Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA), o Sindicato Mé- dico do RS (SIMERS) e o grupo Unicred deram início a um projeto pioneiro em Porto Alegre: criaram o Eko Grupo Saúde. O resultado dessa parceria, que recebeu o apoio do SEBRAE/RS, foi a implementação da Gestão pela Inova- ção e Desenvolvimento. O objetivo é promover a profissionalização da gestão de empresas prestadoras de serviços especificamente na área de saúde. Esta profissionalização se dá através da im- plantação de ferramentas de gestão e de indicadores de desempenho e do desenvolvimento de ações conjuntas e cooperadas. O grupo destaca que, mesmo sendo constituído por em- presas da área da saúde, há uma pluralidade muito grande de atividades e isso fortalece ainda mais as ações, além de fazer dos debates mais ricos em conhecimento. Segundo Eduardo Hostyn Sabbi, há muita troca de experiências e in- formação. “Isso nos permite atuar de forma interdisciplinar, propiciando um maior conhecimento e um intercâmbio en- tre as diferentes áreas de atuação da saúde”, diz. Três importantes cursos já foram promovidos: Planejamen- to Estratégico, Atendimento e Gestão de Qualidade para Processos. “Pudemos, por fazermos parte do Eko, pro- mover um curso personalizado, que atendesse às nossas demandas tornando-se, assim, muito mais eficaz”, explica Alessandra Lima, fisioterapeuta que faz parte do grupo. Para fazer parte do Eko Grupo Saúde, as empresas preci- sam passar por uma análise feita (por um consultor). Nes- sa análise, é avaliado o perfil da empresa e tem de haver, necessariamente, uma convergência de objetivos, além de afinidades, princípios e valores. Mas, afinal, por que participar? Porque o Eko visa melho- rar a rentabilidade das empresas, os controles gerenciais e processos internos e a qualificação do capital humano. Além, disso, visa fortalecer a união e a cooperação no segmento da saúde em parceria com entidades repre- sentativas do setor, profissionais da área e empresários. Desta forma, os profissionais que são também empresá- rios passam a ter apoio e suporte para fazer seus negócios prosperarem e, assim, fazer as suas profissões ainda mais fortes. Tudo baseado no comprometimento, na coopera- ção, no respeito à diversidade, com pró-atividade e res- ponsabilidade social. O Eko reúne-se quinzenalmente na sede do SINDIHOS- PA. Para obter mais informações e conhecer um pouco o trabalho desenvolvido pelo grupo, acesse www.ekogrupo- saude.com.br. CREFITO-5 presente no IV Congresso Paranaense de Terapia Ocupacional Ao final do mês de junho, início de julho, aconteceu em Curi- tiba o IV Congresso Paranaense de Terapia Ocupacional, e também a I Jornada Paranaense de Terapia Ocupacional em Saúde Mental e a I Jornada Paranaense de Terapia Ocupa- cional em Contextos Hospitalares. Com o tema “Terapia Ocupacional e Direitos Sociais: acesso, inclusão e cidadania” o IV Congresso Parana- ense de Terapia Ocupacional trouxe a possibilidade de diálogo e de reco- nhecimento das ações desenvolvidas pelos terapeutas ocupacionais, na atualidade, voltadas à garantia dos di- reitos sociais e ao exercício pleno da cidadania. “O saldo do evento foi muito positivo: nele, foram discutidas várias situ- ações da Terapia Ocupacional em nível federal. Em uma das mesas, os Conselheiros do COFFITO Dra. Rita Bittencourt e Dr. Mário Battisti apresentaram uma proposta que prevê a criação do Con- selho Federal de Terapia Ocupacional. Segundo eles, já existe um grupo de trabalho dentro do próprio COFFITO delineando as Especialidades da Tera- pia Ocupacional”, conta a Dra. Mirtha Zenker, Conselheira do CREFITO-5 que participou do evento. Ministério da Saúde reconhece trabalho da Unicruz A professora Dra. Themis Goretti Moreira Leal de Carva- lho, do curso de Fisioterapia da Universidade de Cruz Alta, recebeu o selo de 2° lugar no prêmio “Município – Mundo de Boas Práticas de Prevenção”, como reconhecimento por iniciativas preventivas a doenças sexualmente transmissíveis (DST), em especial a Aids, na rede de atenção básica à saúde e educação, no biênio 200-2010. A entrega foi em sessão so- lene no VIII Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, realizado em Brasília. A premiação reconhece o trabalho de extensão desenvolvido na rede escolar da comunidade de Tupanciretã pelos acadê- micos da disciplina de Fisioterapia na Promoção e Prevenção à Saúde, do segundo semestre do curso de Fisioterapia,
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