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Apostila Fundamentos II 2015 - 1 - Doc

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FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM II 
 
NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS DO HOMEM 
 
As necessidades humanas básicas são necessidades comuns a qualquer ser 
humano. Horta (1979) conceitua as necessidades humanas básicas como sendo “estado de 
tensões, conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequilíbrios homeodinâmicos dos 
fenômenos vitais”. 
Considera ainda que em estados de equilíbrio dinâmico as necessidades não se 
manifestam, porém estão latentes e surgem com maior ou menor intensidade, dependendo 
do desequilíbrio instalado. Maslow, em teoria da motivação humana, afirma que todo o ser 
humano possui necessidades comuns que motivam o seu comportamento e estão 
organizados em cinco níveis distintos e hierarquizados: necessidades fisiológicas, 
necessidade de segurança, necessidade de amor, necessidades de estima e necessidade 
de auto-realização. 
Concebe ainda que a necessidade de um nível tem que ser minimamente satisfeita 
para que o indivíduo tenha disposição para buscar a satisfação do nível seguinte. Por 
exemplo, um indivíduo que está faminto vai fazer o máximo para satisfazer esta necessidade 
e será motivado para uma outra quando a fome tiver sido saciada. 
João Mohana classifica as necessidades humanas básicas em três níveis: 
necessidades psicobiológicas, necessidades psicossocias e necessidades psicoespirituais. 
A abordagem descritiva e seqüencial das necessidades humanas básicas tem 
apenas caráter didático, pois na realidade o homem é um todo indivisível e as necessidades 
estão intimamente interligadas. 
 
NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS 
São essenciais para a manutenção da vida e estão relacionadas com o equilíbrio e o 
bom funcionamento do organismo. 
 
Necessidades de nutrição e hidratação 
A alimentação e a hidratação interferem diretamente no desenvolvimento e 
crescimento do indivíduo e na capacidade de trabalho físico e intelectual. O alimento 
ingerido fornece materiais celulares e energéticos para manter a estrutura biológica. Os 
alimentos são compostos por elementos que possuem funções biológicas diferenciadas, 
denominadas nutrientes ou princípios nutritivos, a saber: proteínas, gorduras, carboidratos, 
minerais, vitaminas e água. A maioria dos alimentos é formada por todos os nutrientes, 
variando-se apenas o teor de cada elemento na sua composição. 
As necessidades alimentares variam ao longo do ciclo vital e sofrem também 
influências de certos fatores como atividade, clima, estado emocional, gravidez, etc. 
Os alimentos, após ingeridos, sofrem várias transformações no organismo, dando 
origem à energia de que o homem necessita para desenvolver as suas atividades. 
 
Proteínas 
São nutrientes essenciais na formação de enzimas, hormônios e células. São 
indispensáveis no processo de crescimento e regeneração dos tecidos. 
 
Gorduras 
São nutrientes que possuem alta concentração energética e promovem a absorção 
de vitaminas lipossolúveis: A, D, E, K. A gordura se desdobra em ácidos graxos, cujo 
excesso fica armazenado no tecido adiposo. 
 
Hidratos de carbono ou carboidratos 
A função básica dos carboidratos é fornecer energia ao organismo. Através do 
processo digestivo, os hidratos de carbono são desdobrados em partículas menores e 
transformados em glicose, cujo excesso é armazenado em forma de glicogênio no fígado. 
 
Minerais 
São essenciais ao funcionamento do organismo, sendo encontrados na composição 
de fluidos corporais e nos diversos tecidos. Nos alimentos, em geral, há quantidades 
suficientes de minerais de maneira que uma dieta bem balanceada raramente acarreta um 
déficit orgânico. Os principais minerais que entram na composição do nosso organismo são 
cálcio, ferro, iodo, flúor, sódio e potássio. 
 
Vitaminas 
São substâncias encontradas nos alimentos e necessárias ao bom funcionamento 
do organismo. As vitaminas são fornecidas ao indivíduo por meio de uma alimentação 
variada, pois estas substâncias não são sintetizadas pelo organismo. 
 
 
 
Água 
A água representa 70% do peso corpóreo e é o principal constituinte do organismo. 
É elemento essencial ao metabolismo, pois a maioria das reações químicas ocorrem em seu 
meio. As necessidades do clima, atividades, vestuário, que determinam maiores ou menores 
perdas; em condições físicas e ambientais normais, um adulto tem necessidade de ingerir 
cerca de 1 a 2 litros de líquidos por dia. As perdas de água ocorrem através da pele (suor e 
evaporação), pulmões (expiração), trato urinário (urina) e intestinos (fezes). Perdas 
adicionais podem ocorrer através de vômitos, hemorragias, queimaduras, etc. 
 
Necessidade de eliminação 
A eliminação de resíduos e substâncias tóxicas formadas durante o processo 
metabólico é tão importante quanto a ingestão e assimilação de alimentos. Certas estruturas 
orgânicas desempenham a função de excreção: pulmões, glândulas sudoríparas, aparelho 
urinário e intestinos. 
 
Eliminação urinária 
O aparelho urinário, particularmente os rins, desempenha papel fundamental na 
manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e na eliminação de água, resíduos de produtos 
nitrogenados e certos sais orgânicos. 
O processo de esvaziamento da bexiga é denominado micção e, em indivíduo 
adulto, ocorre esta necessidade quando um volume aproximado de 300 ml se acumula no 
seu interior. Em média, um indivíduo adulto elimina de 1.000 ml a 2.000 ml de urina nas 24 
horas, porém, esta quantidade é variável, pois está condicionada a fatores como o clima, 
quantidade de ingesta liquida, ação de drogas, etc. 
 
Eliminação intestinal 
É através do processo da digestão que os alimentos ingeridos são transformados, 
absorvidos e o produto residual eliminado. 
No intestino grosso ocorre a absorção de água e formação de fezes, que são 
formados cerca de 400 ml a 700 ml de gases diariamente (flatos). 
A defecação é um ato reflexo originado pela presença de fezes no reto. 
A freqüência normal das evacuações é muito variável, porém observa-se que a 
maioria das pessoas evacua uma vez ao dia. 
A evacuação normal é semi-sólida e de cor marrom, devido à presença de 
pigmentos biliares. Os hábitos intestinais estão relacionados a aspectos culturais 
(privacidade, higiene e limpeza, etc.), estado psicológico, atividades físicas, entre outros. 
 
Integridade cutâneo-mucosa 
A pele e mucosa integras constituem a primeira linha de defesa do organismo contra 
agressões físicas, químicas e biológicas. 
A pele possui as seguintes funções: 
Proteção de órgãos e tecidos: A solução de continuidade da pele e mucosa constitui 
uma grave ameaça de infecção, pois torna-se porta de entrada para os microorganismos; é 
também fator de perdas líquidas e de eletrólitos quando houver extensas áreas lesadas, 
como nos casos de queimaduras. 
Excreção e secreção: A secreção de substâncias produzidas na pele tem efeito 
protetor sobre o organismo. As glândulas sebáceas lubrifica a pele e os pêlos, mantendo a 
elasticidade e a textura da pele; as glândulas sudoríparas eliminam substâncias inorgânicas 
como sódio, uréia, ácido úrico e amônia. 
Termorregulação: Além de constituir um importante meio de eliminação, o suor atua 
na regulação do calor do organismo. Quando a temperatura ambiente está elevada, asglândulas sudoríparas eliminam maior quantidade de suor, que na superfície da pele se 
evaporam. Em dias frios, a eliminação de suor é mínima. 
Sensação: A pele possui receptores sensitivos à dor, tato, temperaturas e pressão. 
Manter a pele e mucosas saudáveis e íntegras depende de vários fatores, destacando-se a 
alimentação, hidratação, higiene pessoal e circulação sangüínea adequada. 
 
Sono e repouso 
O sono é um estado de inconsciência relativa, caracterizada por ciclos de sono 
profundo e sono superficial, necessário para o organismo refazer-se das atividades 
desenvolvidas durante o estado de vigília. 
O recém-nascidos dormem, em média, 18 a 20 horas por dia e lactentes necessitam, 
em média, de 12 a 14 horas de sono. À medida que a criança vai crescendo, os 
condicionamentos sociais vão interferindo nos hábitos e nas necessidades de sono, uma 
criança de 2 anos passa a dormir em média 10 horas por dia. Em circunstâncias normais, 
um adulto com 8 horas por dia de sono sente-se descansado; pessoas idosas costumam 
apresentar variações significativas no padrão de sono. Os indivíduos que conseguem relaxar 
e se refazer facilmente do cansaço em estado de vigília, geralmente se sentem bem com 
menos horas de sono. 
A privação do sono pode ocasionar irritabilidade, depressão, comprometimento da 
atividade intelectual e laborativa, da concentração e da memória. 
Ambiente calmo e silencioso, obscuridade, cama e colchão confortáveis e vestuário 
adequado são fatores que favorecem o sono. Situações de estresse e de ansiedade, ao 
contrário, tendem a dificultar o relaxamento e o repouso. A enfermidade e a hospitalização 
podem gerar um nível de tensão suficiente para interferir no sono e repouso. O mal-estar da 
doença, ambiente hospitalar cercado de regras e normas, sujeito a inúmeros procedimentos 
terapêuticos a qualquer hora do dia, se somam a conflitos pessoais. 
 
Exercícios e atividades físicas 
A atividade física é fundamental para a saúde do indivíduo. A falta de exercício leva 
a diminuição do tônus muscular, podendo, em muitos casos, chegar à atrofia das áreas 
afetadas. É necessário manter um equilíbrio entre os exercícios e o repouso. 
 
Mecânica corporal 
A mecânica corporal significa a utilização eficiente do corpo, através do uso correto 
de todos os segmentos e visa a prevenção de deformidades, perda ou limitação de função 
do sistema músculo-esquelético. 
 
Oxigenação 
A necessidade de oxigenação compreende atividades básicas relacionadas a 
ventilação, difusão de gases e transporte de O​2 ​dos capilares pulmonares para as células. 
Para assegurar uma oxigenação capaz de manter a saúde do indivíduo, é primordial 
que os sistemas respiratórios, circulatório e hematológico estejam em boas condições de 
funcionamento. 
A deficiência na oxigenação em uma área do corpo, em conseqüência de perfusão 
sangüínea inadequada provoca graus variados de isquemia ou necrose. 
 
Sexualidade 
É comum associar a sexualidade apenas aos aspectos orgânicos, como mecanismo 
de reprodução e perpetuação da espécie ou atos meramente físicos. Fatores sociais e 
culturais como crenças, valores e a própria organização social condicionam o atendimento 
das necessidades relativas à sexualidade. A manifestação da sexualidade ocorre de maneira 
diferente ao longo do ciclo vital. 
 
Higiene 
A higiene está relacionada aos cuidados que um indivíduo tem em manter asseio 
corporal adequado e vestuário limpo. Os hábitos de higiene variam de acordo com a cultura, 
condições sociais, crenças e tabus. 
 
Abrigo 
 Compreende habitação e vestuário adequados conforme as condições climáticas. O 
ambiente deve ser livre de agentes agressores físicos, químicos e biológicos, enfim, de uma 
infra-estrutura básica que permita ao cidadão viver dignamente. 
 
NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS 
 
Gregarismo e liberdade - ​É a necessidade do indivíduo de conviver, participar e 
integrar-se em um grupo. A liberdade é o ato de poder ou não executar uma atividade, de 
agir sem coação. 
 
Segurança - ​É a necessidade do ser humano de sentir-se protegido, sem ameaças 
de ordem física, psíquica ou social. Com saúde, o indivíduo tem mais condições de se 
autoproteger das agressões, porém, quando enfermo, além das limitações que esta 
condição lhe impõe, sente-se inseguro ao sentir a sua vida ameaçada. 
 
Individualidade - ​Necessidade que o indivíduo manifesta de ser aceito por outras 
pessoas e de ser respeitado como é, com suas qualidades e defeitos. 
 
Amor - ​Sentimento de querer bem de maneira desinteressada, com base na 
simpatia mútua e respeito à individualidade. 
 
Auto-estima ​Trata-se de um sentimento pessoal e refere-se à maneira pela qual um 
indivíduo vê a si próprio. O grau de auto-estima de uma pessoa interfere no relacionamento 
interpessoal e em conviver com outras pessoas. 
 
Recreação - ​Necessidade de intercalar o trabalho ou atividade rotineira com 
atividades que propiciem divertimento, prazer. È uma forma de aliviar tensão. 
 
NECESSIDADES PSICOESPIRITUAIS 
 
O homem é o único ser vivo que possui necessidade desta ordem e complexidade. 
Procura a sua origem e questiona a sua natureza, o seu destino, a razão da sua existência. 
O Brasil é um país que permite ampla liberdade religiosa. A constituição federal garante a 
escolha religiosa individual. Sendo assim, ninguém pode ser descriminado por motivos 
religiosos. 
 
CONTROLES 
 
CONTROLE DE ELIMINAÇÃO INTESTINAL 
 
As fezes eliminadas através do orifício anal representam os resíduos acumulados 
vindos do intestino. A maior parte das fezes consiste em restos digestivos não ingeridos e 
água, sendo que esta representa cerca de 75% do total. 
 
Fatores que afetam o funcionamento intestinal 
▪ Dieta 
▪ Quantidade de líquidos ingeridos 
▪ Estilo de vida 
▪ Medicações 
▪ Estresse 
▪ Ansiedade 
▪ Traumatismo 
▪ Pós-operatório 
▪ Anormalidades congênitas 
 
Problemas comuns 
▪ Constipação 
▪ Diarreia 
▪ Distensão abdominal 
▪ Flatulência 
▪ Dor 
▪ Desconforto ao evacuar 
▪ Incontinência fecal 
▪ Infecções parasitárias 
 
O procedimento inclui isolar a cama com biombos, se for necessário, respeitar a 
privacidade expondo o paciente o mínimo possível, colocar a comadre, mantê-lo em posição 
confortável e que facilite a evacuação, após a evacuação mantê-lo em boas condições de 
higiene corporal, oferecer bacia com água para lavar as mãos. 
É importante observar a frequência das evacuações, a consistência, a coloração e o 
odor. Solicitar ao paciente que deambula que não acione a descarga e orientar quanto a 
higiene das mãos se necessário. 
 
Terminologia: 
▪ flatos: gases que se formam no intestino; 
▪ meteorismo ou flatulência: retenção de gases; 
▪ tenesmo: tentativa inútil de evacuação; 
▪ constipação: evacuação difícil ou pouco frequente; 
▪ incontinência fecal: incapacidade de controlar o esfíncter que regula o reto; 
▪ diarréia: aumento do número de evacuações com alteração da consistência das 
fezes; 
▪ melena: fezes escuras, cor de borra de café, devido a presença de sangue; 
▪ fezes acólicas: fezes esbranquiçadas; 
▪ enterorragia: saída de sangue vivo pelo reto. 
 
LAVAGEM INTESTINAL 
 
É a introdução de líquidos no intestino através do ânus ouda boca da colostomia 
 
Variações 
Clister: 150 a 500 ml 
Enemas : 700 a 1000ml 
 
Finalidades 
▪ eliminar ou evitar distensão abdominal ou flatulência 
▪ facilitar eliminação das fezes 
▪ Remover sangue nos casos de melena 
▪ Preparo para cirurgias, exames e tratamento intestinal 
▪ Administrar medicamentos 
 
Soluções utilizadas: 
▪ Água corrente 
▪ Solução salina 
▪ Soluções hipertônicas 
▪ Solução saponácea 
▪ Óleos 
▪ Cloreto de potássio 
▪ neomicina 
 
Material 
▪ Irrigador com tubo de borracha 
▪ Soluções de lavagem intestinal prescrita 
▪ Pinça 
▪ Sonda retal (adultos n​o​22 a 26 e crianças e adolescentes n​o​14 a 20) 
▪ Luva de procedimento 
▪ Cuba rin 
▪ Gaze 
▪ Papel higiênico 
▪ Lubrificante 
▪ Suporte para o irrigador 
▪ Impermeável 
▪ Biombo 
▪ Comadre coberta 
 
Procedimento 
▪ Lavar as mãos 
▪ Preparar o material 
▪ Lavar as mãos 
▪ Ir à unidade do paciente e comunicar o que será realizado 
▪ Cercar o local com biombo 
▪ Colocar o impermeável no leito 
▪ Pendurar o irrigador no suporte a + ou – 50 cm acima do nível do paciente 
▪ Colocar o paciente em posição de Sims do lado esquerdo 
▪ Lubrificar 10 cm da sonda retal com gaze e lubrificante 
▪ Calçar luva 
▪ Envolver a sonda com gaze marcando o comprimento a ser introduzido (10 cm 
adulto e 5 a 7 cm crianças) 
▪ Afastar o glúteo com papel higiênico e introduzir a sonda 
▪ Abrir a pinça e deixar escoar o liquido 
▪ Pinçar a extensão novamente ao termino do escoamento do liquido 
▪ Retirar a sonda e desatá-la da extensão de borracha e colocá-la na cuba rin 
▪ Colocar o paciente na comadre ou encaminhá-lo ao vaso sanitário 
▪ Guardar o material 
▪ Deixar a unidade em ordem 
▪ Checar e anotar: horário da lavagem aspecto e consistência das fezes 
 
CUIDADOS IMPORTANTES 
▪ Nunca forçar a introdução da sonda 
▪ Orientar o paciente a reter o liquido por no mínimo 15 minutos 
▪ Orientar o paciente a não dar descarga no vaso sanitário ou desprezar as fezes da 
comadre antes da previa avaliação do enfermeiro 
▪ Evitar a realização de + de 3 lavagens 
▪ Verificar qual é a boca proximal e distal e introduzir a sonda no sentido do trajeto do 
intestino 
▪ Utilizar sondas menores (n​o​ 20) 
▪ Colocar o paciente para a realização do procedimento em decúbito lateral e após 
deitá-lo sobre a comadre para a eliminação das fezes 
▪ Nas lavagens intestinais em colostomias em boca distal encaminhar o paciente para o 
vaso sanitário 
 
Fecaloma 
A complicação mais comum é o fecaloma (65%). Difíceis de serem evacuados mesmo com 
o auxílio de lavagens intestinais, os fecalomas, na maioria das vezes, são de localização 
baixa, no momento do diagnóstico, e, portanto, passíveis de serem tocados, pelo ânus. 
Quando isso ocorre, a remoção é digital, estando o paciente sob efeito da raquianestesia 
limitada à região perineal. Com muito cuidado para não provocar lesões traumáticas, o 
extremo distal do fecaloma, em geral muito duro, é quebrado e a massa fecal, logo acima, 
com o auxilio de lavagem com água glicerinada, vai sendo removida digitalmente, até seu 
esvaziamento completo. Quando o fecaloma é muito alto e impossível de ser tocado, o 
artifício é promover sua remoção com o emprego de lavagens intestinais repetidas. Quando 
isso não for suficiente para sua retirada, o fecaloma será removido por ocasião do 
tratamento cirúrgico do megacólon, sem maiores problemas. 
 
 
CONTROLE DE ELIMINAÇÃO VESICAL 
 
O termo diurese é utilizado para denominar a quantidade de urina eliminada. O 
controle da diurese é prescrito pelo médico e consiste em guardar o volume urinário de 24 
horas, ou de um período, para ser medido e/ou encaminhado ao laboratório para análise. 
O procedimento consiste em providenciar frascos limpos conforme o número de 
períodos, rotular o frasco com o nome do paciente, leito e os períodos se necessário, 
orientar o paciente para guardar toda a urina no frasco correspondente a cada período, 
anotar o volume e antes de desprezar, verificar se não é preciso colher amostra ou 
encaminhar o volume todo ao laboratório. 
 
 
CATETERISMO VESICAL 
 
O cateterismo vesical consiste na introdução de um cateter estéril na bexiga, pela 
uretra, com a finalidade de drenar urina, este procedimento que deve ser realizado com todo 
o rigor da técnica asséptica. 
Pode ser de alívio ou de demora: 
● alívio, o cateter é introduzido com a indicação de esvaziamento da bexiga de 
pacientes com retenção urinária, sendo retirado em seguida, tendo como vantagem 
promover menor risco de infecção. 
● demora, o cateter é introduzido com a finalidade de manter a drenagem contínua da 
urina nos casos de controle rigoroso de volume urinário, cirurgias e pacientes com 
obstrução urinária, podendo permanecer no paciente por vários dias. 
O cateter mais comumente utilizado é o de Folley, composto de látex com balão de retenção 
na extremidade. Havendo necessidade de irrigação contínua da bexiga, utiliza-se um cateter 
similar de três vias. 
 
Material necessário: 
● pacote de cateterismo contendo 1 cuba-rim, 1 cuba redonda,1 pinça cheron, gazes, 1 
campo fenestrado e 1 ampola de água destilada 
● seringa de 10ml 
● povidine tópico 
● lubrificante estéril 
● sistema de drenagem fechado (para cateterismo vesical de 
● demora) 
● micropore, esparadrapo ou similar 
● 1 par de luvas estéril 
● sonda Folley ou uretrovesical simples 
● 1 pacote de compressas 
● Biombo 
 
Procedimento para sexo feminino : 
● Posicionar a paciente 
● Colocar a paciente em decúbito dorsal, com joelhos fletidos e pés afastados. 
● Posicionar o oleado sob as nádegas da paciente 
● Realizar higiene íntima na paciente 
● Abrir bandeja de cateterismo vesical usando técnica asséptica 
● Lavar as mãos 
● Calçar luvas estéreis 
● Separar os pequenos lábios de modo que o meato fique visível 
● Limpar ao redor do meato uretral com solução antisséptica 
● Introduzir a sonda bem lubrificada por 5 a 7 cm no meato uretral até que a urina flua 
● Inflar o balonete (caso seja cateterismo de demora) 
● Permitir que alguma urina flua pela sonda antes, nos casos de coletar amostras 
● Conectar ao sistema fechado caso indicado 
● Fixar a sonda caso seja de demora 
● Recolher o material 
● Deixar o paciente confortável 
● Lavar as mãos 
● Anotar no prontuário o procedimento realizado 
 
Procedimento para sexo masculino: 
● Posicionar a paciente 
● Colocar o paciente em decúbito dorsal, com joelhos fletidos e pés afastados. 
● Posicionar o oleado sob as nádegas do paciente 
● Realizar higiene íntima na paciente 
● Abrir bandeja de cateterismo vesical usando técnica asséptica 
● Lavar as mãos 
● Calçar luvas estéreis 
● Lavar a glande do pênis ao redor do meato urinário com solução antisséptica 
● Limpar ao redor do meato uretral com solução antisséptica 
● Manter a retração do prepúcio 
● Segurar a diáfise do pênis e elevá-lo 
● Introduzir a sonda bem lubrificada por 15 a 25 cm no meato uretral até que a urina 
flua 
● Inflar o balonete caso seja cateterismo de demora 
● Permitir que alguma urina flua pela sonda antes, nos casos de coletar amostras 
● Conectar ao sistema fechado caso indicado 
● Fixar a sonda caso seja de demora 
● Recolher o material 
● Deixar o paciente confortável 
● Lavar as mãos 
● Anotar no prontuário o procedimento realizado 
 
 
USO DA “COMADRE” OU “PATINHO” 
 
O uso de comadre e papagaio é indicado em pacientes acamados ou quando houver 
necessidade de recolher material para exame ou controle de diurese. Geralmente, o 
paciente enfrenta dificuldades no seu uso, cabendo à enfermagem atende-lo com 
compreensão e tato. A privacidade é fundamental para evitaro constrangimento. A 
colocação da comadre ou papagaio deve ser feita com exposição mínima do paciente, e de 
preferência deve ser executada por pessoal de enfermagem do mesmo sexo. Se possível, 
deve-se deixar o paciente só, colocando-se o cordão da campainha ao seu alcance. 
 
O uso da comadre ou papagaio tem como finalidades: 
▪ Proporcionar ao paciente acamado meios adequado para atender à necessidade 
básica de eliminação, 
▪ Facilitar o controle de diurese. 
 
Preparar o material: 
● 01 par de luvas de procedimento, 
● Comadre ou papagaio limpo e seco, 
● Papel higiênico, 
● Papel para cobrir a comadre, 
● Bacia com água e sabonete, 
● Toalha. 
 
Procedimento 
▪ Isolar o leito com biombos, 
▪ Orientar o paciente para flexionar as pernas e elevar os quadris, 
▪ Colocar a comadre, 
▪ Elevar o decúbito, se não houver contra-indicação e mantê-lo confortável, 
▪ O papagaio deve ser colocado entre os membros inferiores, e o pênis dentro do 
recipiente, 
▪ Deixar o paciente sozinho, com o cordão da campainha e o papel higiênico ao 
alcance das mãos, 
▪ Para retirar a comadre, solicitar ao paciente que eleve os quadris, flexionando os 
joelhos. Retirar a comadre cobri-la e coloca-la sobre a cadeira, 
▪ Se o paciente estiver impossibilitado, a comadre deve ser colocada e retirada com 
auxílio de outra pessoa, 
▪ Oferecer a bacia com água, sabonete e toalha para a higiene das mãos, 
▪ Levar a comadre para o banheiro, observar o conteúdo e medir se necessário, 
▪ Esvaziar a comadre, lavar enxaguar e secar, guardando-a em local apropriado, ou 
proceder à esterilização ou desinfecção, se for a rotina da clínica, 
▪ Registrar as observações na anotação de enfermagem. 
 
 
 
 
 
MEDIDAS DE SEGURANÇA E CONFORTO 
 
RESTRIÇÃO E CONTENÇÃO NO LEITO 
 
Essas medidas visam principalmente evitar a queda de pacientes do leito. Pacientes 
graves, crianças, idosos, inconscientes e agitados devem ser colocados em cama com 
grades e, muitas vezes, há necessidade de restringir os movimentos por meio de ataduras, 
lençóis em diagonal, coletes etc. 
De acordo com a necessidade, as seguintes restrições são usadas: 
▪ restrição de ombro: a faixa de lençol é colocada sob o dorso do paciente, passa pelas 
axilas, cruza sob o pescoço e amarra-se na cabeceira da cama; 
▪ restrição de abdome: usar uma faixa de lençol sob a região lombar e outra sobre o 
abdome, trançar ambas as pontas de cada lado e amarrar no estrado da cama; 
▪ restrição de joelhos: usar a faixa de lençol e envolver separadamente cada perna e 
amarrar as pontas em cada lado do estrado da cama; 
▪ restrição de membros superiores: é feita com ataduras de crepom larga. Há várias 
maneiras de realizar a restrição; o importante é proteger a área com algodão ou compressas 
e evitar o garroteamento. 
 
OBSERVAÇÕES: 
▪ vigilância constante da área restringida, refazendo, se houver cianose, edema, 
queixas de dor ou formigamento; 
▪ a restrição deve ser aplicada com cuidado para evitar complicações; 
▪ remover a restrição duas vezes ao dia e fazer a higiene com água e sabão. 
Massagear, proteger e restringir novamente, se necessário. 
 
ATADURAS E BANDAGENS 
 
Bandagem é o recurso usado para diminuir os movimentos ou cobrir um segmento 
corpóreo, com finalidade terapêutica. 
A bandagem é feita com o emprego de ataduras sendo essas, tiras de pano enrolada 
de forma circular, assemelhando-se a um cilindro ou aspecto de uma bobina. 
Existem vários tipos de ataduras disponíveis conforme sua finalidade: 
● ataduras de crepom 
● gesso 
● atadura de borracha 
● faixa de Smarch. 
Ataduras de crepom: é uma das mais utilizadas sendo constituída de material elástico. 
É usada para fixar curativos, diminuir os movimentos ou para imobilizar articulações. 
As ataduras de gesso são encontradas, confeccionadas e embaladas separadamente 
em envoltórios protetores contra a umidade, devendo ser molhadas na água no momento do 
uso. Secam rapidamente após aplicação e conferem perfeita imobilização do segmento 
corpóreo em que foi aplicada. 
A atadura de borracha ou faixa de Smarch é um tipo de atadura elástica para fazer 
hemostasia temporária de um membro. 
 
Tamanho 
As ataduras devem ter o formato adequado à região a ser bandada. 
As larguras variam de 1,5 à 30 centímetros, e o comprimento varia entre 1,5 a 7 
metros. 
 
TIPOS 
● Circular 
● Espiral 
● Espiga ou oito 
● Recorrente 
● Velpeau 
 
Observações 
● Para uma boa fixação a 1ª e a ultima volta da bandagem deve ser circular simples. 
● Escolher o tipo e o tamanho adequado de atadura para cada segmento a ser bandado 
● Fazer a bandagem com o membro em ligeira flexão, pois esta postura é a posição do 
repouso fisiológico da articulação 
● Proteger as saliências ósseas 
● Não enfaixar frouxamente para a atadura não deslizar e não apertar fortemente para 
não prender a circulação 
● Deixar a extremidade do membro enfaixado descoberta de forma que seja possível 
observar a circulação sanguínea 
● Bandar o membro da parte distal para a proximal ou seja, de baixo para cima. 
 
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 
 
A terapia farmacológica faz parte da assistência prestada a clientes por membros da 
equipe de saúde. Portanto, é parte das funções de enfermagem. A enfermagem deve 
conhece e compreender as ações dos medicamentos de forma a garantir o seu efeito 
terapêutico bem como evitar ou, pelo menos diminuir os efeitos colaterais. 
 
Vias de Administração de Medicamentos 
● Via oral; 
● Sublingual; 
● Gástrica; 
● Retal; 
● Vaginal; 
● Cutânea ou tópica; 
● Nasal; 
● Ocular; 
● Auricular; 
● Via Parenteral (Intramuscular, Endovenosa, Intradérmica, subcutânea). 
 
Fontes de medicamentos 
● Plantas 
● Animais 
● Minerais 
● Vitaminas 
● Drogas sintéticas 
 
A composição das drogas pode apresentar-se sob três formas básicas diferentes: 
● Líquida 
● Sólida 
● Semi-sólida 
 
Preparos Líquidos 
○ Emulsões 
○ Soluções 
○ Misturas e suspensões 
○ Xaropes 
○ Elixires 
○ Tinturas 
○ Soluções alcoólicas 
○ Extratos fluidos 
○ Loções 
○ Linimentos 
 
Preparos Sólidos 
○ Comprimidos 
○ Comprimidos divisíveis 
○ Pílulas 
○ Capsulas 
○ Pastilhas 
○ Supositórios 
 
Preparos Semi-sólidos 
○ Sprays 
○ Unguentos 
○ Pomadas ou cremes 
 
Seis certos 
● cliente certo 
● Medicação certa 
● Preparo certo 
● dose certa 
● via certa 
● Horário certo 
 
DOSAGEM DE MEDICAMENTOS 
É muito importante que o enfermeiro conheça a dose média das drogas e aprenda 
como prepara estes medicamentos. A exatidão é extremamente importante. A desatenção 
pode induzir o enfermeiro ao erro na administração de medicamentos. 
● dose média: ​é a quantidade de medicamento que provou ser a mais eficaz; com 
um mínimo de efeitos tóxicos, em um numero médio de pacientes. 
● dose inicial: ​é a primeira dose 
● dose de ataque: ​é a dose inicial numa quantidade superior a dose de 
manutenção para que seu nível sérico seja alcançado mais rapidamente 
● dose de manutenção: é a dose dada depois que a dose inicial alcançou o efeito 
desejado 
● dose máxima: ​é a maior quantidade de medicação que pode ser dada ao 
paciente sem perigo 
● dose letal: ​é a dosagem que poderá matar o paciente 
 
Fatores que afetam a dosagem e a segurança química durante a administração de 
medicamentos 
● Idade 
● Peso corporal 
● Sexo 
● Funcionamento dos sistemas orgânicos 
● Fatores psicológicos 
● Informações sobreo medicamento na história clínica 
● Condições patológicas 
 
Princípios gerais de administração de medicamentos 
Os seguintes princípios ajudam a enfermagem a garantir a segurança do paciente e sua 
competência no desempenho da tarefa: 
● Conhecer a droga que será administrada. 
● Saber calcular a quantidade necessária do medicamento a partir da apresentação da 
droga disponível. 
● Verificar as seis regras da administração de medicamentos. 
● Evitar distrações durante o preparo da administração. 
● Observe o prazo de validade da droga 
● Se o paciente tem dúvidas sobre a medicação esclarecer antes da administração. 
● Verificar a existência de alergias. 
● Dizer o nome e o propósito do medicamento para o paciente. 
● Registrar a administração do medicamento assim que possível. 
● Não administrar medicamentos preparados por outra pessoa 
● Etiquetar o medicamento 
 
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR VIA ORAL 
 
A administração oral de medicamentos é segura, mais conveniente e menos dispendiosa, 
a maior parte das medicações é normalmente administrada por esta via. As medicações 
para administração oral são disponíveis em muitas formas; comprimidos, xaropes, elixires, 
óleos, líquidos, pós e grânulos. 
 
Material Utilizado 
● Bandeja; 
● Copo descartável; 
● Conta-gotas, colher ou copo graduado; 
● Medicação prescrita. 
 
Procedimento 
● Verificar a medicação prescrita; 
● Lavar as mãos; 
● Separar a medicação e o material necessário; 
● Informar ao cliente o que será feito; 
● Administrar a medicação; 
● Desprezar o material utilizado; 
● Checar o horário da administração; 
● Lavar as mãos; 
● Anotar no prontuário. 
Observações 
● Não colocá-las na mão evitando assim a contaminação, em caso de não ter copo de 
medicamento, colocá-lo em gaze; 
● Quando administrar medicamento líquido lembrar de virar o frasco sempre com o 
rótulo virado para a palma da mão, evitando que caso haja derrame de liquido e não 
danifique o mesmo; 
● Ao administrar mais de um medicamento oral à um paciente seguir a seguinte 
sequencia: Comprimidos ou cápsulas seguidos de água ou outro liquido (líquidos 
diluídos), medicamentos para tosse (que não devem ser diluídos) e por ultimo os 
comprimidos bucais e sublinguais; 
● Antes de preparar o medicamento certificar-se da dieta do paciente; 
● Evite misturar medicamentos em forma líquida. 
Medidas equivalentes 
● 1 colher de chá = 4ml = 60 gotas = 4 gramas 
● 1 colher de sopa = 15ml = 15 gramas 
● 1 copo pequeno = 60ml 
● 15 gotas = 1ml 
● 1 colher de sobremesa = 8ml 
● 1 copo graduado = 250ml 
 
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS SUBLINGUAL 
 
Consiste na aplicação de um agente farmacológico sob a língua. Tendo assim um efeito 
mais rápido da medicação. 
 
Material Utilizado 
● Medicação prescrita; 
● Bandeja; 
● Gaze; 
● Copinho para a medicação. 
 
Procedimento 
● Lavar as mãos; 
● Reunir o material necessário; 
● Preparar a medicação colocando no copinho; 
● Explicar ao cliente o que será feito; 
● Solicitar que o cliente coloque a medicação sob a língua e solicitar que o mesmo não 
engula a saliva por alguns minutos. 
● Desprezar o material utilizado; 
● Lavar as mãos; 
● Anotar no prontuário. 
 
Observações 
● Não administrar o medicamento SL por via oral, sem a devida orientação médica, pois 
em alguns medicamentos pode haver a inativação de agentes pelo suco gástrico 
● A via SL possui ação mais rápida que a via oral 
● Em alguns casos pode haver a necessidade da realização da higiene oral antes da 
administração do medicamento SL, pois partículas de alimentos contidas na cavidade 
oral podem absorver resíduos da medicação diminuindo sua ação. 
 
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTO POR VIA GÁSTRICA 
 
Consiste na aplicação de um agente farmacológico pela sonda gástrica. Tendo assim 
um efeito mais rápido da medicação. 
 
Material Utilizado 
● Bandeja; 
● Triturados de medicamentos 
● Luvas de procedimento; 
● Medicação prescrita; 
● estetoscópio; 
● Gaze; 
● Copo com água; 
● Seringa de 20 ml 
 
Procedimento 
● Lavar as mãos; 
● Preparar o material 
● Ir a unidade do paciente; 
● Avisar o que vai ser feito; 
● Testar o funcionamento da sonda; 
● Conectar corpo da seringa a sonda; 
● Administrar medicamento por gavagem; 
● Lavar sonda com água; 
● Deixar o paciente confortável 
● Deixar a unidade em ordem; 
● Guardar o material; 
● Anotar o procedimento realizado e as reações do paciente. 
 
Observação: 
● Não deixar introduzir ar pela sonda para evitar flatulência 
● Caso a sonda esteja em sifonagem, mantê-la fechada por 30 minutos, após a 
administração do medicamento 
● Lavar a sonda com água após todos os procedimentos de gavagem 
 
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTO RETAL 
 
Consiste na introdução de medicamentos através do orifício anal atingindo a mucosa retal. 
Um supositório retal é uma massa medicinal sólida e pequena, geralmente em forma de 
cone. Ele pode ser inserido para estimular peristalse e a defecação ou para alívio de dores, 
vômitos, febre, etc. 
 
Material Utilizado 
● Bandeja; 
● Luvas de procedimento; 
● Medicação prescrita (supositório, pomada e aplicador); 
● Papel higiênico; 
● Gaze; 
● Saco de lixo; 
● Biombo 
 
Procedimento 
● Lavar as mãos; 
● Colocar o material e medicamento na bandeja e levá-lo ao quarto do cliente; 
● Explicar o procedimento e solicitar a colaboração; 
● Posicionar o biombo 
● Colocar o cliente em decúbito lateral esquerdo (posição de sims); 
● Descobrir a região anal expondo somente o local da aplicação; 
● Abrir o supositório e envolvê-lo em uma gaze ou preparar o tubo de pomada; 
● Afastar as pregas interglúteas com o papel higiênico ou gaze para melhor 
visualização do orifício anal; 
● Solicitar ao cliente que respire profundamente relaxando o esfíncter anal; 
● Introduzir o supositório ou pomada delicadamente ultrapassando o esfíncter anal; 
● Solicitar ao cliente que retenha por mais ou menos 30 minutos; 
● Certificar-se que o supositório tenha sido totalmente introduzido; 
● Limpar o excesso de pomada; 
● Desprezar o material no expurgo; 
● Lavar as mãos; 
● Anotar no prontuário. 
 
APLICAÇÃO DE MEDICAMENTOS VAGINAIS 
 
As medicações vaginais incluem supositórios, cremes, gel e pomadas. Estas medicações 
podem ser inseridas como tratamento tópico para inflamação ou infecção, ou como 
contraceptivos. 
As medicações vaginais geralmente vem com um aplicador descartável que permite a 
colocação na vagina. 
 
Material Utilizado 
● Bandeja com a medicação; 
● Luvas de procedimento; 
● Gaze; 
● Absorvente íntimos; 
● Aplicador. 
 
Procedimento 
● Lavar as mãos. 
● Calçar as luvas 
● Remover o medicamento da embalagem. 
● Colocar o mesmo no aplicador. 
● Orientar a paciente se estiver lúcida. Posicioná-la em decúbito dorsal, com joelhos 
dobrados e afastados, e as plantas dos pés apoiadas na cama. 
● Segurar o aplicador horizontalmente e introduzi-lo na vagina, tão profundamente 
quanto possível, sem fazer força. 
● Empurrar o embolo do aplicador lentamente, fazendo o produto passar para a vagina. 
● Retirar o aplicador e lavá-lo com água morna ou descartá-lo. 
● Retirar as luvas, lavar as mãos. 
● Anotar no prontuário. 
 
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS TÓPICOS 
 
As medicações tópicas são aplicadas diretamente na superfície epidérmica. Incluem 
loções, pastas, pomadas, cremes, pós, xampus. A medicações é absorvida através da 
camada epidérmica para a derme. A extensão da absorção depende da vascularização da 
região, as pomadas tem um base lipídica, a qual é um veículo ideal para a medicação como 
os antimicrobianos e os anti-sépticos. Tipicamente as medicações tópicas devemser 
aplicadas duas ou três vezes as dia para atingir seus efeitos terapêuticos. 
Nunca aplique a medicação sem antes remover a anteriormente aplicada para prevenir 
irritação da pele provocado por acúmulo de medicação. 
 
ATENÇÃO: Certifique-se de usar luvas para impedir a absorção pela sua própria pele. 
 
Material Utilizado 
● Bandeja; 
● Medicação prescrita; 
● Luvas de procedimento. 
 
Procedimento 
● Lavar as mãos e calçar as luvas. 
● Lavar a região onde o produto vai ser aplicado e secar bem. 
● Colocar a quantidade prescrita de pomada ou creme. 
● Fazer uma massagem delicada na pele, até o completo desaparecimento da 
medicação. 
● Retirar as luvas e descarta-las. 
● Lavar as mãos e anotar no prontuário. 
 
APLICAÇÃO DE MEDICAMENTOS NASAIS 
 
É a aplicação de soluções medicamentosas na mucosa nasal através dos orifícios 
nasais. As medicações nasais podem ser instiladas por meio de gotas, borrifadas ou 
aerossol (usando um nebulizador). 
 
Material Utilizado 
● Bandeja; 
● Medicação prescrita; 
● Conta-gotas; 
● Gaze. 
 
Procedimento 
● Lavar as mãos. 
● Calçar as luvas. 
● Limpar o nariz e enxugá-lo com um lenço de papel, ou aspirar em presença de muita 
secreção nasal. 
● Encher o conta-gotas com o medicamento. 
● Inclinar a cabeça para trás e pingar nas narinas o número de gotas prescrita pelo 
médico, procurando não encostar o aplicador dentro do nariz. 
● Continuar com a cabeça para trás durante alguns segundos. 
● Voltar a posição normal. Se o paciente estiver lúcido solicitar que inspire 
profundamente por 2 ou 3 vezes. 
● Descartar as luvas e lavar as mãos. 
● Anotar no prontuário. 
 
APLICAÇÃO DE MEDICAÇÕES OFTÁLMICAS 
 
É a administração de medicação (colírio ou pomada) no saco conjuntival inferior. As 
medicações oftálmicas (colírios ou pomadas), sevem para propósitos de diagnóstico e 
terapêutica. Durante um exame oftalmológico os colírios podem ser usados para anestesiar 
o olho, dilatar a pupila para facilitar o exame e corar a córnea para identificar atritos, 
cicatrizes ou outras anomalias. 
 
Material Utilizado 
● Bandeja; 
● Medicação prescrita; 
● Gaze; 
● Recipiente para lixo. 
 
Procedimento 
● Lavar as mãos. 
● Posicionar o paciente (lúcido) sentado, colocando a cabeça bem inclinada para trás 
ou em decúbito dorsal. 
● Puxar a pálpebra inferior para baixo, usando o dedo indicador. 
● Pingar o colírio sem encostar o aplicador ao olho, usando a quantidade prescrita. 
● Fechar o olho devagar. 
● Após pingar o colírio e fechar o olho, colocar o dedo indicador no canto do olho que 
fica próximo ao nariz, fazendo uma ligeira pressão, durante 1 a 2 minutos. Esse 
procedimento evita que o medicamento escorra para os canais que comunicam os 
olhos com o nariz e a garganta, tornando a medicação mais efetiva e impedindo que 
ela seja absorvida pelo organismo, o que poderia aumentar os riscos de efeitos 
adversos. 
● Lavar as mãos. 
● Em caso de conjuntivite usar luvas de procedimento. 
● Anotar no prontuário. 
 
APLICAÇÃO DE MEDICAÇÃO NO CANAL AUDITIVO 
 
As medicações utilizadas no canal auditivo podem ser instilados para tratar infecção ou 
inflamação, para amolecer o cerume para uma remoção posterior, para produzir uma 
anestesia local ou para facilitar a remoção de um inseto aprisionado na orelha 
imobilizando-o e asfixiando-o a instilação de medicação na orelha é contra indicado se o 
paciente tiver o tímpano perfurado. 
 
 
Material Utilizado 
● Bandeja; 
● Frasco de medicação; 
● Conta-gotas; 
● Bola de algodão seco; 
● Gaze. 
 
Procedimento 
● Lavar as mãos. 
● Sentar e inclinar a cabeça para o lado (lúcido) ou deitar deixando o ouvido afetado 
para cima (decúbito lateral esquerdo ou direito conforme o ouvido a ser medicado). 
● Segurar o lóbulo da orelha ( a ponta da orelha) e puxa-lo delicadamente para cima e 
para trás (em adultos), a fim de permitir que o produto chegue mais facilmente ao 
canal auditivo. Em crianças o lóbulo da orelha deve ser puxado para baixo e para 
trás. 
● Encher o aplicador e pingar o número de gotas prescrita pelo médico, tendo o cuidado 
de não encostar o aplicador no conduto auditivo, pois este seria facilmente 
contaminado. 
● Permanecer segurando o lóbulo da orelha na posição acima indicada, durante alguns 
segundos. 
● Fazer uma bola de algodão e coloca-lo no ouvido (tamponar), para evitar que o 
medicamento escorra para fora do mesmo. 
● Fechar bem a embalagem do produto. 
● Lavar as mãos. 
● Anotar no prontuário. 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR VIA PARENTERAL 
 
VIA INTRADÉRMICA 
 
Consiste na introdução de medicação na derme. Usada principalmente com fins de 
diagnóstico, como em testes para alergia ou tuberculose. 
 
Agulha utilizada: 13 x 4,5 num ângulo de 15º. 
 
Locais de aplicação 
● Região deltóide do braço direito 
● Região escapular 
● Face interna do antebraço 
 
Material 
● Bandeja; 
● Medicação prescrita; 
● Seringa de insulina; 
● Agulha 13 x 4,5; 
 
Procedimento 
● Lavar as mãos; 
● Reunir o material necessário; 
● Preparar a medicação conforme prescrição; 
● Colocar a medicação em uma bandeja e levá-la até o quarto do cliente; 
● Explicar o procedimento; 
● Expor a área de aplicação; 
● Firmar a pele com o dedo indicador e o polegar da mão não dominante; 
● Com as mão dominante segurar a seringa paralela á superfície da pele com o bisel 
voltado para cima e Injetar a medicação; 
● Retirar a agulha sem friccionar o local; 
● Colocar algodão seco sobre o local somente se houver sangramento ou 
extravasamento da droga; 
● Deixar o cliente confortável no leito; 
● Desprezar o material no expurgo (receptor de perfuro-cortante); 
● Lavar as mãos; 
● Anotar no prontuário. 
Observações 
● a penetração da agulha não deve ultrapassar 2mm (somente o bisel); 
● Não deve fazer a anti-sepsia com álcool pois ela interfere nos resultados do 
diagnóstico ou nas medicações; 
● Não friccione o local para não irritar o tecido subjacente alterando o resultado do 
teste; 
● Circular com caneta o local do teste nos casos de pesquisa de sensibilidade; 
● Em clientes hipersensíveis os testes podem resultar em grave reação anafilática. 
 
VIA SUBCUTÂNEA 
 
Consiste na introdução de medicamento no tecido subcutâneo ou hipoderme. A injeção 
subcutânea permite uma administração medicamentosa mais lenta e gradual que a injeção 
intramuscular. Sua quantidade é até 2 ml de líquido. 
 
Ângulo 
● Agulha 13 x 4,5- ângulo de 90º 
● Agulha 25 x 7- ângulo de 45º 
 
Locais de aplicação 
● Região externa superior do braço; 
● Abdome; 
● Região anterior e lateral da coxa; 
● Região dorso-glútea. 
 
Material Utilizado 
● Bandeja; 
● Medicação prescrita; 
● Agulha; 
● Seringa; 
● Algodão seco; 
● Algodão com álcool; 
● Luva de procedimento. 
 
Procedimento 
● Lavar as mãos; 
● Reunir o material necessário; 
● Preparar a medicação conforme prescrição; 
● Colocar a medicação em uma bandeja e levá-la até o quarto do cliente; 
● Explicar o procedimento; 
● Expor a área de aplicação; 
● Calçar as luvas de procedimento; 
● Segurar a seringa com a mão não dominante; 
● Fazer a antissepsia da pele com algodão embebido em álcool 70%; 
● Firmar a pele com o dedo indicador e o polegar da mão não dominante fazendo uma 
prega; 
● Introduzir a agulha; 
● Soltar a prega formada pela pele e tecido subcutâneo; 
● Aspirar com o êmbolo para averiguar que não tenha atingido nenhum vaso; 
● Injetar a medicação lentamente; 
● Retirar a agulha; 
● Colocar algodãoseco sobre o local; 
● Deixar o cliente confortável no leito; 
● Desprezar o material no expurgo (receptor de perfuro-cortante); 
● Retirar as luvas de procedimento; 
● Lavar as mãos; 
● Anotar no prontuário. 
 
Observações 
● Não massagear o local após aplicação de insulina e heparina; 
● Alterar sempre o local de aplicação; 
● A posição do bisel da agulha na via subcutânea é indiferente. 
● Caso tenha sido atingido um vaso sanguíneo, retirar a agulha do local e introduzi-la 
em outro. 
 
VIA INTRAMUSCULAR 
 
Injeções intramusculares depositam a medicação profundamente no tecido muscular, o 
qual é bastante vascularizado, podendo absorver rapidamente. Esta via de administração 
fornece uma ação sistêmica rápida e a absorção de doses relativamente grandes. 
 
agulhas utilizadas: 25 x 7 / 25 x 8/ 30 x 7/ 30 x 8/ num ângulo de 90º. 
 
Objetivos 
● Administrar medicações que exijam uma absorção mais rápida e um maior volume; 
● Administrar soluções oleosas e irritantes por outras vias. 
 
Locais de Aplicação 
● Deltóide; 
● Dorsoglútea; 
● Ventroglútea; 
● Face antero-lateral da coxa. 
 
 
Material 
● Bandeja; 
● Medicação prescrita; 
● Seringa do tamanho adequado ao volume da medicação; 
● Agulha; 
● Algodão seco; 
● Algodão embebido em álcool a 70%; 
● Luvas de procedimento. 
 
Procedimento 
● Lavar as mãos; 
● Reunir o material necessário; 
● Preparar a medicação conforme prescrição; 
● Colocar a medicação em uma bandeja e levá-la até o quarto do cliente; 
● Explicar o procedimento; 
● Expor a área de aplicação; 
● Calçar as luvas de procedimento; 
● Segurar a seringa com a mão não dominante; 
● Fazer a antissepsia da pele com algodão embebido em álcool 70%; 
● Firmar a pele com o dedo indicador e o polegar da mão não dominante fazendo uma 
prega de forma a aprisionar o músculo; 
● Introduzir a agulha em um ângulo de 90º com o bisel lateralizado; 
● Soltar a prega muscular; 
● Aspirar com o êmbolo para averiguar que não tenha atingido nenhum vaso; 
● Injetar a medicação lentamente; 
● Retirar a agulha; 
● Colocar algodão seco sobre o local; 
● Deixar o cliente confortável; 
● Desprezar o material no expurgo (receptor de perfuro-cortante); 
● Retirar as luvas de procedimento; 
● Lavar as mãos; 
● Anotar no prontuário. 
 
 
VIA ENDOVENOSA 
 
É a introdução de medicação diretamente na corrente sanguínea. 
 
Objetivos 
● Administrar medicações para efeito imediato; 
● Administrar medicações em grande quantidade. 
 
Material 
● Bandeja; 
● Medicação prescrita; 
● Luvas de procedimento; 
● Seringa e agulha; 
● Forro; 
● Algodão embebido em álcool 70% 
● Algodão seco; 
● Garrote. 
● Scalp 
 
Procedimento 
● Lavar as mãos; 
● Reunir o material necessário; 
● Preparar a medicação conforme técnica; 
● Colocar o material e medicação identificado na bandeja e levá-la até o quarto do 
cliente; 
● Explicar o que será feito; 
● Expor a área de aplicação; 
● Forrar o leito; 
● Garrotear o membro (8 a 10 cm) do local da punção; 
● Calçar as luvas; 
● Fazer a antissepsia do local; 
● Firmar a pele no local com a mão não dominante; 
● Introduzir o scalp refluindo sangue conecte a seringa no scalp; 
● Soltar o garrote; 
● Introduzir a medicação lentamente; 
● Retirar o scalp fazendo compressão no local com algodão seco; 
● Deixar o cliente confortável; 
● Levar o material para o expurgo (receptor de lixo perfuro-cortante); 
● Retirar as luvas de procedimento; 
● Anotar no prontuário 
 
VENÓCLISE 
 
Introdução de grandes quantidades de líquido na circulação sanguínea. 
 
Material 
● Bandeja; 
● Rótulo de soro; 
● Medicamento prescrito; 
● Equipo; 
● Scalp ou jelco; 
● Esparadrapo; 
● Garrote; 
● Algodão embebido com álcool 70%; 
● Cuba rim; 
● Forro. 
 
Procedimento 
● Verificar a prescrição médica; 
● Preencher o rótulo de soro; 
● Reunir o material necessário; 
● Lavar as mãos; 
● Preparar a solução observando os princípios de assepsia; 
● Fazer assepsia ao redor da ponta do frasco; 
● Abrir o frasco torcendo o local indicado; 
● Aspirar na seringa as soluções ou medicamentos prescritos; 
● Adaptar o equipo na ponta do frasco; 
● Retirar o ar do equipo passando a solução por toda a sua extensão; 
● Fechar a roldana do equipo; 
● Fixar o rótulo de identificação no frasco; 
● Colocar o material e medicação na bandeja e levá-lo ao quarto do cliente; 
● Explicar ao cliente o que será feito; 
● Dispor o material sobre a mesa de cabeceira; 
● Posicionar o cliente confortavelmente no leito em decúbito dorsal; 
● Pendurar o frasco de solução no suporte de soro; 
● Adaptar o scalp a ponta do equipo passando a solução em todo a sua extensão; 
● Colocar o forro sob o membro a ser puncionado; 
● Garrotear o membro; 
● Cortar o esparadrapo; 
● Calçar as luvas de procedimento; 
● Solicitar que o cliente abra e feche a mão mantendo-a fechada até que a veia seja 
puncionada; 
● Fazer a antissepsia do local a ser puncionado; 
● Fixar a veia com o polegar da mão não dominante; 
● Puncionar a veia; 
● Soltar o garrote; 
● Abrir a roldana do equipo lentamente; 
● Fixar o scalp com o esparadrapo; 
● Controlar o gotejamento do soro conforme prescrito, colocando a hora de início e 
término da solução; 
● Deixar o cliente confortável e a unidade em ordem; 
● Desprezar o material no expurgo; 
● Retirar as luvas de procedimento; 
● Lavar as mãos; 
● Anotar no prontuário. 
 
Cálculo para Gotejamento de Soro 
Gotejamento de soro com equipo de macrogotas 
 
Nº gts = _____​Volume total_____ 
 nº de horas x 3 
 
Gotejamento de soro com equipo de microgotas 
 
Nº gts = _____​Volume total_____ 
 nº de horas

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