Buscar

Atividade Avaliativa - Processo Falimentar - Parecer Jurídico _Recuperação Judicial_

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIODE JANEIRO 
 INSTITUTO DE TRÊS RIOS 
Pós-Graduação Lato Sensu 
Direito Processual Contemporâneo 
 
 
Disciplina: Processo Falimentar 
Professora: Érica Guerra 
Aluna:Ana Carolina Chagas Soares 
Matricula: 20192000123 
Aluna:Ana CarolineR. Rufino de Souza Paes Leme 
Matricula:20192000132 
_______________________________________________________________________________________ 
 
PARECER JURÍDICO 
 
 
1. ENDEREÇAMENTO 
 
A Associação Educacional Trirriense de Educação Superior. 
 
 
2. EMENTA 
 
DIREITO EMPRESARIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. 
LEI DE RECUPERAÇÃO E FALÊNCIA (LEI Nº 
11.101/2005). ASSOCIAÇÃO SEM FINSLUCRATIVOS. 
AGENTE ECONÔMICO. ANÁLISE ECONÔMICA DO 
DIREITO.LEGITIMIDADEATIVA. POSSIBILIDADE. 
 
 
3. RELATÓRIO 
 
Trata-se de parecer jurídico solicitado pela ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL 
TRIRRIENSE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR, pessoa jurídica de direito privado, sem fins 
lucrativos, inscrita no CNPJ sob o nº 11.222.333/0001-44. Constituída em 01 de abril de 
1980. com sede na Av. Alberto Lavinas, nº 1001, bairro Centro. Três Rios-RJ, CEP. 25.411-
000. Composta por Diretoria Executiva formada de 4 (quatro) membros titulares, qual sejam: 
Presidente, vice-presidente, Secretário e Tesoureiro. Tendo por objeto principal a Educação 
superior (graduação), atualmente com 25.000 (vinte e cinco mil) alunos e um quadro 
atualizado de 3.500 (três mil e quinhentos) funcionários. 
A solicitação do referido parecer versa sobre a possibilidade de pedido de 
Recuperação Judicial por ocasião de grave crise financeira que ora é acometida. Em suma, o 
passivo da referida Pessoa Jurídica representa a monta de R$ 2.428.000.000,00 (dois bilhões, 
quatrocentos e vinte e oito milhões reais), sendo formado por créditos que se enquadram nas 
classes I, III e IV, definidas no art. 41 da Lei 11.101/05 e incisos, tal como segue: (a) Classe I 
- credores trabalhistas, no valor total de R$ 428.000.000,00 (quatrocentos e vinte e oito 
milhões reais); (b) Classe III - credores quirografários, R$ 1.000.000.000,00 (um bilhão), e; 
(c) Classe IV - credores quirografários ME/EPP, no valor R$ 1.000.000.000,00 (um bilhão). 
 
É o relatório. Passa-se ao opinativo. 
 
 
4. FUNDAMENTAÇÃO 
 
 
A primeira questão objeto de análise diz respeito à legitimidade ativa da 
ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL TRIRRIENSE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR para o 
pleito de Recuperação Judicial, vez que se questiona o fato deser ou não possível que uma 
associação sem fins lucrativos possa ser vista como “empresa” e seja, consequentemente, 
amparada pela Lei de Recuperação e Falência, mesmo não possuindo registro como sociedade 
empresária perante Junta Comercial competente. 
Primeiramente, é importante fazer algumas explanações. O Código Civil 
Brasileiro em seu Art. 966 dispõe sobre a figura do empresário destacando que “considera-se 
empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção 
e circulação de bens ou de serviços”. Neste contexto, o termo “empresa” represente um 
fenômeno econômico que carece de três elementos necessários para a destacada configuração: 
 
(I) exercício de atividade econômica para a produção ou circulação de 
bens ou serviços; 
(II) atividade organizada, com a coordenação dos fatores de produção 
(capital, trabalho e bens); e 
(III) atividade realizada de modo profissional, isto é, com habitualidade e 
visando ao lucro ou retorno financeiro.1 
 
 
1COSTA, Mariana. SPERCEL, Thiago. VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Associações Sem Fins 
Lucrativos Podem Falir e Pedir Recuperação Judicial? O Recente C aso da Universidade Cândido 
Mendes. Disponível em: <https://www.migalhas.com.br/arquivos/2020/5/19C6F871BFC1C7_Associacoesse 
mfinslucrativospo.pdf>. Acesso em: 04. Ago. 2020. p. 2. 
Não obstante a ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL TRIRRIENSE DE 
EDUCAÇÃO SUPERIOR se enquadrar apenas nos dois primeiros elementos, não se pode 
negar que embora vedada a distribuição de lucros com seus associados, a sua atuação como 
agente econômico permite que haja competição no mercadocapaz de gerar superávit 
financeiro e acréscimo em patrimônio. 
Assim, o Art. 966 demonstra emaranhar-seem conceitos de caráter econômico e 
jurídico, pois o elemento organizativo está no centro da noção de empresa2.Pela Teoria da 
Empresa a atividade realizada pelo empresário não é definida por sua natureza, mas sim pela 
forma como é explorada. Dessa forma, o ponto central para que seja admissívelo 
procedimento da Recuperação Judicial não se reduz à natureza jurídica que o agente 
econômico detém, mas sim ao impacto que a sua atividade econômica acarreta na economia e 
na sociedade. Sobre este aspecto, far-se-á uma abordagem mais aprofundada em linhas 
futuras. 
No que diz respeito, especificamente, à Lei de Recuperação e Falência (Lei nº 
11.101/2005) é incontroverso que a mesma se destine a permitir que alguns mecanismos 
sejam empregados para que ocorra a recuperação de empresas que estejam em reais 
dificuldades econômicas. A Recuperação tem a finalidade, portanto, de assegurar a 
possibilidade de superação da situação de crise econômico-financeira da empresa, permitindo 
a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, 
permitindo, desta forma, a sua preservação, a função social e o estímulo à atividades 
econômica3. 
Nestes termos, o Art. 47 da Lei 11.101/2005 dispõe que: 
 
“A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação 
de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da 
fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos 
credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e 
o estímulo à atividade econômica”.(Grifamos) 
 
Note-se que o supracitado artigo menciona “fonte produtora” e “empresa” 
(atividade econômica organizada), e não menciona “sociedade empresária”.Nessa toada, a 
função social da empresa contida no Art. 47 da Lei de Recuperação, em verdade, refere-se à 
atividade em si, exercida através dos bens de produçãoe não propriamente da entidade jurídica 
a que reveste ou da pessoa do empresário. 
 
2COSTA,Mariana. SPERCEL, Thiago. VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Associações Sem Fins 
Lucrativos Podem Falir e Pedir Recuperação Judicial? O Recente C aso da Universidade Cândido 
Mendes. Disponível em: <https://www.migalhas.com.br/arquivos/2020/5/19C6F871BFC1C7_Associacoesse 
mfinslucrativospo.pdf>. Acesso em: 04. Ago.2020. p. 2. 
3OLIVEIRA, Gleydson. A Lei de Recuperação e as Atividades Econômicas Não Empresariais. Disponível 
em: <http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/a-lei-da-recuperaa-a-o-e-as-atividades-econa-micas-na-o-
empresariais/471215>. Acesso em: 05.Ago.2020. 
Outro aspecto importante a ser destacado recai sobre o Princípio da Preservação 
da Empresa que o artigo acima mencionadoexterna. A preservação da atividade econômica 
representa fator imprescindível não somente aos seus sócios e funcionários, mas igualmente 
aos fornecedores, ao fisco, aos alunos, etc. Ademais, o agente econômico cumpre sua função 
social ao realizar seu objeto, incluindo-se, dentre outros, fatores como a criação de empregos, 
pagamento de tributos, geração de riqueza, contribuição para o desenvolvimento econômico. 
 Sua abrangência é irrestrita e, consequentemente, se a sua manutenção consolida 
benefícios interna e externamente a inúmeros indivíduos e instituições, de igual modo pode 
resultar em severos prejuízos se não houver margem para uma recuperação judicial frente a 
uma crise financeira enfrentada. Este é o ponto fulcral que ora se questiona. 
Outrossim, o Art. 2º da supracitada Lei demonstra que não há vedação legal 
expressa para que a Associação referida possa requerer Recuperação Judicial. Senão vejamos: 
 
Art. 2º Esta Lei não se aplica a: 
 
I – empresapública e sociedade de economia mista; 
 
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, 
consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de 
plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de 
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. 
 
Além da inexistência de vedação legal para que as associações sem fins lucrativos 
possam figurar como autoras em pedidos de Recuperação Judicial, é imprescindível 
mencionar que a jurisprudência pátria tem se posicionado favorável ao destacado pleito, 
sobretudo através da Análise Econômica do Direito. Observemos agora alguns exemplos que 
corroboram com a assertiva acima. 
Em recente decisão, - processo nº 0093754-90.2020.8.19.0001 - o Tribunal de 
Justiça do Rio de Janeiro deferiu o processamento de Recuperação Judicial pleiteado pela 
ASBI - Associação Sociedade Brasileira de Instrução, mantenedora da Universidade Cândido 
Mendes. Na decisão, a douta juíza enfatizou que: 
 
“deve prevalecer o entendimento de que a feição empresarial da pessoa 
jurídica não fica adstrita à mera natureza jurídica do agente econômico. 
A atividade da ASBI pode não estar formalmente enquadrada como 
empresarial, mas trata-se, sem dúvida, de atividade que se adequa à 
definição do art. 47 da LRF. A vida comercial flutua nas águas das 
transformações socioeconômicas, adaptando-se aos tempos.” (p.7055) 
 
Além do deferimento conquistado pelo Instituto Cândido Mendes, conforme 
destacado alhures, igualmente,no ano de 2005, após requerimento do Ministério Público do 
Rio Grande do Sul, houve o deferimento de processamento para Recuperação Judicial da 
Universidade de Cruz Alta, processamento este que se deu sob suspeição e indícios de gestão 
temerária4. Após o aludido deferimento houve a nomeação de administrador judicial que 
permaneceu na administração da UNICRUZ até o ano de 20085. 
Em 2006 a 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deferiu o 
pedido de Recuperação em favor do Hospital Casa de Portugal (associação civil filantrópica) 
que foi confirmada posteriormente pelo Superior Tribunal de Justiça. O referido deferimento 
propiciou a manutenção do Hospital, este que ainda hoje continua a exercer suas atividades e 
a sua função socialem benefício da sociedade. Em suma, a decisão da 4ª Turma do STJ (Resp. 
1.004.910/RJ) não enfrentou a questão da legitimidade de uma associação sem fins lucrativos 
pleitear Recuperação Judicial, mas aplicou a “teoria do fato consumado”6, enfatizando que a 
maior finalidade judicial é a preservação da atividade econômica7. Houve, portanto, uma 
decisão mais pragmática do que técnica. 
Não é despiciendo ainda mencionar a Recuperação Judicial da Associação 
Luterana do Brasil (Instituição Educacional, em atuação há mais de 20 anos no Rio Grande do 
Sul), que na primeira instância teve seu pleito rejeitado, mas que em sede de Apelação 
(Apelação Cível nº 5000461-37.2019.8.21.0008/RS) foi devidamente concedido o 
requerimento, sob a fundamentação de que, em razão da prestação de serviços e da criação de 
riquezas, ainda que sem a finalidade lucrativa, a associação representava uma atividade 
econômica. 
Assim, por todos esses precedentes, nota-seque não há óbice para que a 
Recuperação Judicial da ASSOCIAÇÃO EDUCACIONALTRIRRIENSE DE 
EDUCAÇÃO SUPERIOR seja devidamente aceita e processada. 
Ademais, é preciso ratificar a importância econômica e social da atividade 
desempenhada pela referida Associação, que diretamente atua conta com vinte e cinco mil 
alunos e três mil e quinhentos funcionários. 
Trata-se aqui da análise econômica do direito, necessária à plena compreensão da 
matéria, segundo a qual técnicas de macro e micro economia são utilizadas para validar a 
tomada de decisões no âmbito judicial. 
 
4Informações obtidas dos autos do Processo nº 1.050005014-6. 
5COSTA, Mariana. SPERCEL, Thiago. VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Associações Sem Fins 
Lucrativos Podem Falir e Pedir Recuperação Judicial? O Recente C aso da Universidade Cândido 
Mendes. Disponível em: 
<https://www.migalhas.com.br/arquivos/2020/5/19C6F871BFC1C7_Associacoessemfinslucrativospo.pdf>. 
Acesso em: 04. Ago.2020. p. 4. 
6 A Teoria do Fato Consumado refere-se a uma aplicação excepcional, quando os atos praticados em virtude de 
uma ordem judicial devem ser preservados, ainda que, posteriormente, tal decisão venha a ser revogada. Essa 
teoria esta intimamente ligada aos princípios da segurança jurídica e da estabilidade das relações socias. 
7
Idem. p.4. 
Com efeito, as decisões judiciais produzem inúmeros efeitos no mundo dos fatos, 
especialmente no campo econômico, especialmente através do gravame de despesas, isenções 
fiscais, relações trabalhistas etc. 
O Superior Tribunal de Justiça, através de voto proferido pelo ministro Luis 
Felipe Salomão, quando do julgamento do REsp 1.163.283/RS, assim se manifestou sobre a 
matéria: 
 “a análise econômica do direito não pretende, por óbvio, esclarecem seus 
estudiosos, submeter as normas jurídicas à economia, mesmo porque o Direito não 
existe para atender exclusivamente aos anseios econômicos. Por outro lado, visa à 
aproximação das normas jurídicas à realidade econômica, por meio do 
conhecimento de institutos econômicos e do funcionamento dos mercados.” 
 
 Desta feita, a análise econômica do direito aproxima o provimento 
jurisdicional da realidade fática, dos possíveis contornos e reflexos daquele paradigma 
debatido e serve de critério de apreciação dos direitos apreciados no caso concreto. 
 Assim, o prejuízo advindo da sustação da atividade prestada pela Associação 
no caso em comento seria notório, tanto do ponto de vista social, haja vista o significativo 
de número de alunos, tanto do ponto de vista econômico. 
 Neste sentido, cumpre assegurar ainda a observância à função social da 
instituição, que atua em um ramo sensível a sociedade e ainda emprega mais de três mil 
funcionários. 
 Deste modo, a análise econômica do direito permite concluir que no caso 
concreto o benefício social e econômico advindo da manutenção da associação é 
significativamente relevante. 
 Neste ponto, cabe tecer ainda algumas breves considerações sobre o Projeto 
de Lei nº. 1.397/2020 de autoria do Deputado Federal Hugo Leal que tem por objeto à 
adoção de uma série de medidas protetivas aos agentes econômicos, para além daqueles 
caracterizados como sociedade empresária. 
 Pode-se mencionar algumas destas medidas previstas no mencionado projeto 
de lei, a saber, proibição temporária de atos executórios, bem como dos pedidos de falência, a 
criação de um período de suspensão legal onde o devedor não se encontra em mora, a 
permissão da celebração de contratos de financiamento com qualquer agente financiador, a 
inauguração do instituto da negociação preventiva, bem como algumas alterações nas 
recuperações extrajudicial e judicial. 
 Trata-se de verdadeira tendência à adoção e um regime falimentar de caráter 
emergencial que nasce como resposta aos desdobramentos da crise econômica provocada pela 
pandemia do novo corona vírus. 
 Assim, este novo sistema emergencial poderia ser aplicado a pessoas físicas e 
jurídicas, estendendo, deste modo, à recuperação judicial a agentes econômicos não 
classificados como sociedades empresárias. 
 O referido projeto ainda está em tramitação, mas já obteve êxito em votações 
preliminares, o que indica possível inclinação do Congresso Nacional a aprovação e remessa à 
sanção presidencial. 
 Tem-se a oportunidade de revisar à legislação afeta à recuperação judicial, 
especialmente em um momento histórico de grave crise econômica, no entanto, espera-se que 
a segurança jurídica seja observada para que as garantias e princípios do direito empresarial 
sejam atendidos. 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Neste sentido, não se pode olvidarque a finalidade precípua da recuperação 
judicial é a condigna preservação da atividade econômica, devendo ser aplicada - como já 
elucidado acima - a teoria do fato consumado à espécie, sob pena de incorrer na extinção de 
agente econômico fundado há 40 (quarenta) anos, cujos os prejuízos e impactos sociais serão 
amplos e irrestritos. Por tal razão, e por todo o exposto na fundamentação alhures, é 
plenamente possível que a ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL TRIRRIENSE DE 
EDUCAÇÃO SUPERIOR pleiteie a Recuperação Judicial, sobretudo diante da moderna 
tendência que sugere que tal instituto jurídico se destine a atender à função econômico-social 
do próprio ciclo produtor e do agente econômico que atua no mercado, em consonância com a 
Análise Econômica do Direito que denota impactos socias relevantes para além dos limites da 
supramencionada Pessoa Jurídica. 
 
É o parecer. 
 
 
Três Rios, 05 de agosto de 2020.

Continue navegando