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Apostila de avaliação de Adolescente 2016

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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA 
ADOLESCÊNCIA 
Disciplina: avaliação nutricional 
Profa. Eliana Murata 
ADOLESCÊNCIA 
  OMS ! 10 anos e 20 anos incompletos. 
  Segundo período da vida extra-uterina ! crescimento tem sua 
velocidade máxima. 
  15% total da estatura 
!  Meninos ! 9 a 10 cm/ano 
!  Meninas ! 8 cm/ano 
  50% da massa óssea do adulto 
  Etapa evolutiva peculiar ! culmina com a maturação 
biopsicossocial. 
ADOLESCÊNCIA 
PUBERDADE 
  Aparecimento de características sexuais secundárias em 
resposta à ativação do mecanismo neuro-hormonal do eixo 
hipotálamo-hipófise-gônadas. 
  Propicia: 
  Estirão pubertário: Aceleração e posterior desaceleração do 
crescimento ! pico de velocidade de crescimento 
  Maturação sexual: 
!  desenvolvimento das gônadas ! testículos e ovários 
!  desenvolvimento das características sexuais secundárias ! pêlos e 
mamas 
  Mudanças de composição corporal 
!  Quantidade("meninas – estrogênio) e distribuição de gordura 
!  Crescimento esquelético 
!  Ganho de massa muscular ("meninos – testosterona) 
Meninas: INÍCIO ! 19% de gordura 
 FINAL ! 23% de gordura 
Meninos: INÍCIO ! 17% de gordura 
 FINAL ! 15% de gordura 
ADOLESCÊNCIA 
PUBERDADE 
  Hormônios ! alterações físicas apresentam diferenças entre 
meninos e meninas, observadas claramente durante o estirão 
de crescimento !estágios de maturação sexual ou estágio puberal 
! ESTÁGIOS DE TUNNER 
  ESTÁGIOS DE TUNNER 
  Critérios enumerados de 1 a 5 ! mamas (M), pêlos pubianos (P) e 
genitália masculina (G) 
  Avaliação ! exame físico ou auto avaliação. 
  Exame físico: médico especializado em adolescentes 
!  Tamanho de mama ! presença de excesso de gordura pode mascarar 
a fase de maturação sexual ! exame clínico deverá detectar 
material mamário. 
!  Pêlo pubiano ! diferenças étnicas e possíveis distúrbios hormonais. 
!  M e P não devem ser utilizados como parâmetros isolados. 
  Auto-avaliação: prancha de Tunner 
!  Super ou subestimação do estágio pelo adolescente ! confirmar ou 
suspeitar da auto-avaliação através da avaliação nutricional 
ADOLESCÊNCIA 
PUBERDADE 
ESTÁGIOS DE TUNNER 
Estágio de Tunner Pêlos Pubianos (P) Genitália (G) 
Estágio 1 Pré adolescência – nenhum 
pelugem. 
Características infantis sem 
alteração. 
Estágio 2 Presença de pêlos finos e claros 
na base do pênis. 
Aumento inicial do volume do 
testículos e escrotos, com 
ausência ou pequeno aumento do 
pênis. 
Estágio 3 Púbis coberto – pêlos mais 
escuros e ásperos. 
Crescimento peniano em 
cumprimento e maior 
crescimento dos testículos e 
escrotos 
Estágio 4 Tipo adulto: com extensão para a 
coxa, porém com a área coberta 
consideravelmente menor do que 
no adulto. 
Crescimento peniano e da 
glande, principalmente do 
diâmetro, e escurecimento do 
testículo e escroto. 
Estágio 5 Tipo adulto: com extensão para a 
coxa. 
Desenvolvimento completo da 
genitália 
TABELA 1: Características do adolescente do sexo masculino de acordo com estágio 
de maturação sexual de Tunner 
FONTE: Tunner, 1962 
ADOLESCÊNCIA 
PUBERDADE 
ESTÁGIOS DE TUNNER 
Estágio de Tunner Pêlos Pubianos (P) Mamas (G) 
Estágio 1 Pré adolescência – nenhum 
pelugem. 
Características infantis sem 
alteração. 
Estágio 2 Presença de pêlos finos e claros 
na região dos grandes lábios. 
Brotos mamários: elevação da 
mama e aréola formando uma 
pequena saliência. 
Estágio 3 Púbis coberto – pêlos mais 
escuros e ásperos. 
Maior aumento da mama e 
aréola, mas sem separação dos 
contornos 
Estágio 4 Tipo adulto: cobrindo mais 
densamente a região púbica, sem 
atingir as coxas 
Maior crescimento da mama e 
da aréola, com separação de 
contornos 
Estágio 5 Tipo adulto: invasão da parte 
interna da coxa 
Mamas com aspecto adulto, o 
contorno areolar é incorporado 
novamente ao contorno da 
mama. 
TABELA 2: Características do adolescente do sexo feminino de acordo com estágio 
de maturação sexual de Tunner 
FONTE: Tunner, 1962 
ADOLESCÊNCIA 
PUBERDADE 
ESTÁGIOS DE TUNNER 
  Estágio 1 – PRÉ-PÚBERE 
Meninas ! 9 -10 anos ! P1 E M1 
!  Meninos ! 11-12 anos ! P1 E G1 
!  Características infantis 
!  Período pré-estirão (Meninas: 8 a 9 anos/Meninos: 10 a 11 anos) : 
repleção pré-puberal ! acúmulo de tecido adiposo para reserva 
energética para posterior estirão. 
Não rotular como risco para obesidade caso não ultrapasse 20% de excesso de peso 
em relação a estatura esperada ! intervenção nutricional, caso seja necessária, tem 
como objetivo o crescimento linear ("de suprimento de nutrientes) e não para o 
excesso de peso (# do aporte calórico). 
  Estágio 2 – PRÉ-PÚBERE 
!  Meninas ! 8 -14 anos ! P2 E M2 
"  Início da fase de Estirão ! precede a velocidade máxima de 
crescimento (VMC) e após 2 anos apresentarão a menarca. 
!  Meninos ! 9 anos e 6 meses - 15 anos e 6 meses ! P2 E G2 
ADOLESCÊNCIA 
PUBERDADE 
ESTÁGIOS DE TUNNER 
  Estágio 4 
!  Meninas ! 11 -15 anos ! P4 E M4 
"  Maioria já teve a menarca 
"  " eficiência de depósito de gordura ! estabilização da funções 
hormonais ovarianas ! realizar monitorização do consumo alimentar 
e do gasto energético ! objetivo de prevenir a deposição do excesso 
de gordura. 
!  Meninos ! 11 anos e 6 meses - 16 anos e 6 meses ! P4 E G4 
"  Desaceleração do crescimento ! precede a velocidade máxima de 
crescimento (VMC) 
"  Características de emagrecimento igual a das meninas no estágio 3 
"  Maior apetite ! " dimensão física e massa muscular 
  Estágio 3 - PÚBERES 
!  Meninas ! 10 -14 anos e 6 meses ! P3 E M3 
"  Já passou pelo estirão pubertário ! aspecto longilíneo e “emagrecido” 
! classificada como baixo peso pelos indicadores ! utilização das 
reservas energéticas pelo fenômeno do crescimento linear. 
"  Menarca ocorrerá no final do estágio, na transição para o estágio 4. 
População geral apresenta a menarca por volta de 12 anos (Vitolo 2003) 
!  Meninos ! 10 anos e 6 meses - 16 anos ! P3 E G3 
"  Estirão pubertário ! precede a velocidade máxima de crescimento 
(VMC) 
ADOLESCÊNCIA 
PUBERDADE 
ESTÁGIOS DE TUNNER 
  Estágio 5 – FINAL DA MATURAÇÃO SEXUAL. 
!  Meninas ! 12 -18 anos ! P5 E M5 
"  Reduzem espontaneamente o consumo alimentar ! manutenção do peso 
proporcional à estatura. 
!  Meninos ! 12 anos e 6 meses - 17 anos ! P5 E G5 
"  Manutenção o maior consumo alimentar 
“Importante para o nutricionista conhecer a fase de crescimento e maturação 
sexual em que se encontra o adolescente para definir o melhor critério de 
avaliação nutricional e estabelecer as estratégias de intervenção nutricional.” 
VITOLO, 2003 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA ADOLESCÊNCIA 
ÍNDICES/INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS 
  OMS (2007) e MS (2011) ! IMC/I e E/I 
  Calcular o IMC 
  Verificar em que escore-z encontra-se utilizando os critérios de 
OMS (tabela/gráficos). 
  Classificar o estado nutricional de acordo com os escore-Z 
encontrado segundo os valores de referência de: OMS(2006)/
SISVAN (2011) 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
  INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS: 
  Idade cronológica associados com maturação sexual (idade 
biológica) 
“Adolescentes com a mesma idade e sexo podem estar em diferentes 
estágios de maturação sexual.” 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA ADOLESCÊNCIA 
QUADRO 1: Classificação do EN de adolescentes para IMC/I e E/I segundo 
recomendações do SISVAN: 
  Valores de referência 
OMS, 2006; SISVAN, 2008 
LJT , sexo masculino 
17 anos e 3 meses 
P = 57,8 kg 
E = 1,7m 
IMC = 20 kg/m2 
Escore Z = -1 a 0 $ eutrofia 
Escore Z ≥ -1 e escore Z ≤ 1OMS (2006) 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA ADOLESCÊNCIA 
CIRCUNFERÊNCIAS 
  Valores de referência 
  Circunferência do braço (Frisancho, 1990) 
!  < p5 ! circunferência reduzida 
!  p5 - p15 ! risco de circunferência reduzida 
!  p15 – p85 ! normal 
!  > p85 ! circunferência aumentada 
  Circunferência Muscular do braço (Frisancho, 1990) 
!  < p5 ! déficit de massa magra 
!  p5 - p10 ! risco de déficit de massa magra 
!  p10 – p90! normalidade 
!  > p90 ! musculatura desenvolvida 
CMB= CB - π x [DCT/10] 
CMB = cm CB = cm π= 3,14 DCT = 
mm 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA ADOLESCÊNCIA 
DOBRAS CUTÂNEAS 
  São utilizadas como medida de adiposidade 
  Mais utilizadas para crianças e adolescente ! DCT e DCSE 
  Acompanhamento de percentis de DC isolados ! excelente 
parâmetro para avaliar impacto de intervenção nutricional 
  Percentil ! verificar nas tabelas de Frisancho (1990) 
  Valores de referência 
  Classificação ! normalidade p5 a p85 
  DCT e DCSE (Frisancho, 1990) 
Análise individual 
!  < p5 ! déficit de gordura 
!  p5 - p15 ! risco de déficit de gordura 
!  p15 – p85 ! normalidade 
!  > p85 ! excesso de gordura 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA ADOLESCÊNCIA 
DOBRAS CUTÂNEAS 
  DCT e DCSE ! % de gordura corporal (Fórmula de Slaughter, 
1988) 
MENINOS (RAÇA BRANCA) 
Pré-púberes: 1,21 x (DCT + DCSE) - 0,008 x (DCT + DCSE)2 - 1,7 
Púberes: 1,21 x (DCT + DCSE) - 0,008 x (DCT + DCSE)2 – 3,4 
Pós Púberes: 1,21 x (DCT + DCSE) - 0,008 x (DCT + DCSE)2 – 5,5 
MENINOS (RAÇA NEGRA) 
Pré-púberes: 1,21 x (DCT + DCSE) - 0,008 x (DCT + DCSE)2 – 3,2 
Púberes: 1,21 x (DCT + DCSE) - 0,008 x (DCT + DCSE)2 – 5,2 
Pós Púberes: 1,21 x (DCT + DCSE) - 0,008 x (DCT + DCSE)2 – 6,8 
MENINAS 
1,33 x (DCT + DCSE) - 0,013 x (DCT + DCSE)2 – 2,5 
Se a soma da DCT e DCSE >35mm 
Meninos: 0,783 x (DCT + DCSE) + 1,6 
Meninas: 0,546 x (DCT + DCSE) + 9,7 
DCT e DCSE = mm 
Pré-púberes = estágios 1 e 2 de Tanner 
Púberes = estágios 3 de Tanner 
Pós-púberes = estágios 4 e 5 de Tanner 
REFERÊNCIAS 
  JUZWIAK, CR;ZIMBERG, IZ. Avaliação de adolescente. 
In:TIRAPEGUI,J; RIBEIRO,SML. Avaliação nutricional: teoria e 
prática. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2009. p.220-34. 
  VITOLO, RM. Avaliação Nutricional na adolescência. In: 
VITOLO, RM. Nutrição da gestação ao envelhecimento. Rio de 
Janeiro: Ed. Rubio, 2009.p.273-76.

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