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Síndrome da Tensão Pré-Menstrual - TPM [RESUMO]

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Ginecologia Thomás R. Campos | Medicina – UFOB 
 
SÍNDROME DA TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL 
 
A síndrome da tensão pré-menstrual (SPM) é caracterizada pelo aparecimento cíclico de um ou 
mais sintomas físicos, emocionais e comportamentais no período pré-menstrual, podendo ser 
de intensidade leve ou capaz de interferir na qualidade de vida, que aliviam com o início do fluxo 
e segue-se por um período completamente assintomático até o próximo ciclo. 
 
*Sintomas frequentes: 
– Distensão abdominal 
– Tensão ou ansiedade 
– Aumento da sensibilidade mamária 
– Crises de choro 
– Depressão 
– Fadiga 
– Falta de energia 
– Raiva ou irritabilidade não provocada 
– Dificuldades de concentração 
– Mudanças no padrão da sede ou do apetite 
– Edema de extremidades em graus variados 
 
 
EPIDEMIOLOGIA: 
 
▪ Acomete 80% das mulheres no período reprodutivo 
▪ Normalmente é leve e não interfere no cotidiano 
▪ Moderada em 14% e grave em 10% das mulheres 
▪ Nas formas mais graves pode até haver tendência ao suicídio, sendo englobadas dentro 
do Transtono Disfórico Pré-Menstrual (TDPM). 
 
 
FISOPATOLOGIA 
 
A real causa é desconhecida, mas acredita-se que a causa seja a instabilidade hormonal 
(estrogênio e progesterona) atuando sobre a função serotoninérgica, em mulheres mais 
sensíveis, levando às manifestações da SPM. 
– Evidências implicam a serotonina como um importante fator na etiopatogênese da SPM 
e do TDPM 
– Sintomas pré-menstruais ocorreriam como resultado de uma sensibilidade diferenciada 
para os efeitos dos esteroides gonadais sobre as flutuações de humor, sendo 
perturbadores nas mulheres com SPM e TDPM. 
 
Os sintomas comportamentais são possivelmente relacionados a resposta de centros cerebrais 
e fatores ovarianos. 
 
Causas ambientais podem também estar relacionadas à SPM, dentre elas, ressalta-se o papel 
da dieta: acredita-se que dietas pobres em Cálcio, Magnésio e Piroxidina (Vit. B6) podem 
contribuir para a SPM. 
– Porém, até o momento, o papel desses nutrientes na causa ou no tratamento não foi 
confirmado 
 
 
Os sintomas podem começar em qualquer 
idade após a menarca, mas geralmente 
começam na adolescência (até os 20 anos) 
Podem ser diferentes de um ciclo pra outro, 
podendo haver piora deles com o passar da 
idade 
Com a menopausa, os sintomas 
normalmente apresentam remissão 
Existe uma significante relação entre 
mãe e filha 
Ginecologia Thomás R. Campos | Medicina – UFOB 
 
DIAGNÓSTICO 
 
O diagnóstico de SPM é exclusivamente clínico, baseando-se em sintomas cíclicos e recorrentes: 
▪ Somáticos: edema, ganho de peso, mastalgia, distensão abdominal, cefaleia, alterações 
de sono, alterações de apetite (principalmente direcionada para carboidratos). 
▪ Psíquicos: depressão, tensão, instabilidade emocional, ansidedade, irritabilidade, 
nervosismo e esquecimento. 
▪ Comportamentais: agressividade, isolamento social, sensação de irracionalidade e 
tentativa de suicídio. 
 
Devemos diferenciar clinicamente essa síndrome da exacerbação pré-menstrual de outras 
patologias que podem ser agravadas no período pré-menstrual, como: 
– Desordens de ansiedade 
– Transtornos depressivos 
– Psicoses 
– Crises epilépticas 
– Bulimia 
– Transtornos de personalidade 
– Enxaqueca 
– Asma 
– Algumas alergias 
 
Ademais, é preciso diferenciar do Transtorno Disfórico Pré-menstrual, que é uma forma grave, 
podendo haver tendência ao suicídio. 
 
 
TRATAMENTO 
 
Nenhum é eficaz para todas as pacientes 
Não medicamentoso: 
▪ Dieta (redução da ingestão de açúcar, cafeína ou sal) 
▪ Exercícios físicos (aeróbicos) 
▪ Psicoterapia 
▪ Acunpultura 
Medicamentoso: 
▪ Anticoncepcionais Orais Combinados: bloqueiam a formação de corpo lúteo, 
consequentemente a alta de progesterona. 
– São preferidos os ACO a base de etinilestradiol + 3 mg de Drospirenona 
▪ Inibidores seletivos da recaptação de serotonina: são efetivos nas formas graves 
– Fluoxetina 20-60 mg/dia 
– Sertralina 50-150 mg/dia 
– Paroxetina 20-30 mg/dia 
– Citalopram 20-30 mg/dia 
– Venlafaxina 30-90 mg/dia 
– Clomipramina 50-75 mg/dia 
▪ Placebos (Cálcio e Magnésio): melhoram o afeto negativo, retenção de líquidos, desejos 
alimentares e dor. 
▪ Piridoxina (Cuidado! Doses > 200 mg/dia podem causar neuropatia) 
▪ Espironolactona (25-50 mg/dia), indicada para o ganho de peso e edema. 
▪ Outros: erva de São João, óleo de prímula, ervas chinesas e açafrão. 
A drospirenona é derivada da 17alfa-
espirolactona e seu perfil farmacológico é 
mais semelhante às progesteronas naturais 
quando comparada a outros progestágenos. 
Além disso, tem propriedades 
antimineralocorticoide e antiandrogênica,

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