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Os impactos do Covid-19 no ambiente de trabalho e o crescimento do Home Office

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
Centro de Ciências Sociais e Aplicadas
Programa de Graduação em Administração de Empresas
Disciplina: Comportamento Organizacional
O crescimento do Home Office como de trabalho prevalente
São Paulo
2020
INTRODUÇÃO
O intuito deste trabalho é demonstrar como está a rotina de muitos brasileiros e como as empresas estão lidando com essa mudança drástica por forças maiores. Através das nossas entrevistas, buscamos relatar a situação de trabalho e os sentimentos de alguns funcionários que estão em situação de home office, bem como o feedback geral e alguns pontos positivos e negativos, observando também o aspecto psicológico, como o aumento da ansiedade e medo de ser demitido. 
Além disso, discorreremos sobre o possível aumento de empresas que adotarão o sistema Home Office pós pandemia de Covid-19, tema hoje que está muito em pauta, pois essa possível mudança no mercado corporativo poderia trazer muito benefícios financeiros para as empresas à médio prazo. 
1. REVISÃO DA LITERATURA
A pandemia de Covid-19 fez com que a rotina de profissionais em diversas áreas de inúmeras empresas fosse alterada de maneira repentina ao redor do mundo, com o propósito de conter o avanço do contágio da doença. Aqui no Brasil o modelo de Home Office está sendo muito utilizado, visto que, de acordo com a OMS o isolamento social é a forma mais eficaz comprovada cientificamente de frear a disseminação do vírus. As empresas que dependem do trabalho presencial estão sendo orientadas a seguir protocolos divulgados pelo governo.
O método de trabalho remoto foi se tornando uma tendência ao longos do últimos anos, devido ao avanço da tecnologia que está obrigando as empresas a se remodelarem. No atual momento, esse modelo está sendo valorizado e discutido nas gerencias das empresas sobre os benefícios financeiros que podem desencadear em um futuro próximo. Isso por que, diversas empresas pagam alugueis anuais milionários para ter algum(uns) escritórios, fora os custos fixos padrões para se manter um local funcionando.
Em uma entrevista com o CEO de uma empresa que já atua com seus funcionários em home office desde 2003, o empresário afirma que se as empresas não tomarem uma atitude em uma busca pelo trabalho remoto poderão sofrer as consequências no futuro, pois, após a crise atual o modelo de trabalho será revisto de forma permanente. Tal afirmação do CEO é veraz, muitas companhias já relataram um aumento de produtividade e eficiência após o trabalho remoto ter sido adotado 
Além de benefícios financeiros, a empresa irá beneficiar o meio ambiente, em São Paulo, nos primeiros dias de quarentena a redução de poluição no ar reduziu em mais de 50%, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), isso fez com que a emissão de poluentes no ar ficasse em um patamar muito abaixo do normal. Em Veneza, seus canais nunca estiveram tão limpos, sendo o principal motivo a falta de turistas, porém, com toda a população italiana que mora ali aos redores em casa, contribuiu mais ainda para que isso fosse possível. Muitas cidades na China que não viam o céu há anos, puderam contar com isso após o isolamento social e consequentemente o trabalho home office. Portanto, esse meio de trabalho não é apenas um simples período que estamos passando, é uma forma revolucionária que pode contribuir para a melhora de muitos fatores. 
Estes acima são os principais fatores positivos que podem ser esperados após uma possível alteração para home office definitivo. Por outro lado, devemos entender o que a população está passando, quais são suas dificuldade e o que estão sentindo durante essa mudança. 
Grande parte da população mundial está tendo problemas com ansiedade, depressão e sentimento de medo de perder o emprego, isto porque com a economia desaquecida, logo vem em mente de que empresas irão fazer cortes em seu plantel de funcionários para diminuir seus custos. 
O Hospital do Coração (Hcor) alega que a ociosidade e o medo podem contribuir para que ocorra a ansiedade, isso acaba prejudicando a vida profissional dos contribuidores de uma organização. Além disso, o medo pode contribuir para que o colaborador não tenha motivação e fique desamparado, caso tenha algum sintoma desses é necessário buscar ajuda, pois, isso não prejudicará apenas na vida profissional como também na vida pessoal. 
Além da falta de motivação relatada por muitas pessoas e notícias, problemas como esses impedem que os colaboradores tenham um engajamento bom, um alinhamento de qualidade e boas reuniões. Evidente que o home office está sendo aplicado por um motivo de saúde, o que incorpora mais ainda o sentimento de vazio e medo, e isso pode mudar caso esse método seja adotado após a pandemia, porém, a dúvida para o futuro é: “O home office é eficaz para as empresas e ineficaz para seus colaboradores?”.
Esses problemas podem ocorrer com qualquer um, independentemente de seu cargo. Isto significa que, muitos líderes estão passando por isso e então é mais um fator negativo para os funcionários, sem uma liderança de qualidade e pouco presente, os times acabam por se perder e ficam sem um norte a seguir. Líderes que as vezes são excelentes, acabam se prejudicando e até mesmo sujando sua imagem com outras pessoas e podem também prejudicar os feedbacks.
Fora esses problemas naturais, o home-office pode gerar a ociosidade em uns e o trabalho dobrado para outros, visto que, ainda não é comum o sistema das empresas serem capaz de detectarem o que cada funcionário está fazendo. Ao mesmo tempo que falamos em ociosidade, podemos relatar também trabalhos excessivos para outros e o descumprimento das 8h de trabalho diárias.
Por último, deixamos para falar sobre a falta de estrutura que as empresas que ainda não estão adaptadas ao home office oferecem. Dentre as maiores reclamações estão a falta de sistemas bem adaptados, quedas de conexão e wi-fi residencial de baixa velocidade, que elevam os níveis de estresse através do retrabalho.
Organizações que não puderem oferecer um modelo de home office de qualidade a seus funcionários estarão atrasadas quanto às tendências do mundo corporativo moderno, prejudicando a performance de sus funcionários. Diversas metodologias e approach foram desenvolvidos ao longo doa anos visando preparar e encaminhar as empresas para os tempos do trabalho de casa, mas todas as abordagens dependem de um esforço coletivo por parte do funcionários e das instituições. 
2. METODOLOGIA
Nossa metodologia se baseia em utilizar um roteiro de entrevista com sete perguntas abertas que abrangem temas como produtividade e situação emocional, através das quais procuramos obter opiniões pessoais que reflitam a visão dos entrevistados. Entrevistamos um Analista Sênior, que chamaremos de entrevistado A, e um Gerente, o entrevistado B, ambos do setor bancário e homens entre 35 e 45 anos.
Não estabelecemos uma duração máxima para as entrevistas, sintetizando as respostas dos entrevistados caso ficassem muita longas ou contivessem muitas informações irrelevantes. A empresa em questão é o local onde um dos integrantes do grupo trabalha, e os dados obtidos são pessoais, e as devidas autorizações cedidas pelos entrevistados.
Segue abaixo o roteiro das entrevistas conduzidas:
1. Comparando os cenários de trabalho no escritório e no home office, como diria que a produtividade foi impactada?
2. Em comparação dos cenários de trabalho no escritório e no home office, como diria que comunicação foi impactada?
3. Comparando os cenários de trabalho no escritório e no home office, como diria que a integração dentro com a equipe foi impactada?
4. Trabalhando em home office, diria que o senso de pertencimento com a empresa foi afetado positivamente, negativamente, ou não foi afetado?
5. Trabalhando em home office, diria que sua situação emocional foi afetada positivamente, negativamente, ou não foi afetada?
6. Na sua opinião, quais são os três principais pontos positivos de trabalhar em home office, quando comparado ao trabalho no escritório?7. Quais são os três principais pontos negativos de trabalhar em home office, na sua opinião, quando comparado ao trabalho no escritório?
3. RESULTADOS
Analisando as respostas obtidas na ordem que aparecem no roteiro, observamos que tanto o entrevistado A quanto o B concordam que a produtividade foi impactada positivamente quando trabalhando de maneira remota. Ambos relataram que sentiram um aumento de produtividade mesmo quando considerando as barreiras técnicas que foram introduzidas, o que corrobora com estudos realizados sobre tema, em que o consenso comum é que de fato a produtividade é aumentada, geralmente ao custo de mais horas de trabalho. Como colocado por um dos entrevistados, “Para mim eu acho que a produtividade aumentou bastante, até por que estamos trabalhando muito mais, fazendo almoços mais curtos, ficando logado até mais tarde [...]”.
No quesito comunicação, principalmente entre as áreas, ambos concordaram que foi negativamente impactada, quer seja pelas dificuldades de ligar através das ferramentas que o banco disponibiliza ou pela incapacidade de simplesmente ir até a mesa de um colega de trabalho ou de rapidamente marcar uma reunião com um grupo de pessoas. Conforme dito pelo entrevistado B, “Está bem mais difícil (de se comunicar), principalmente se a gente olhar para assuntos simples. Antes era só ir até a mesa de alguém e em 5 minutos estava resolvido, hoje precisamos de 20 e-mails ou agendar uma videoconferência.”
Ao abordar o tema de integração entre o time, tivemos visões divergentes. O entrevistado A afirmou que não foi muito impactado, já que acaba sendo fácil de ligar para alguém da equipe por Whatsapp, por exemplo. Já o entrevistado B afirmou que fica mais complicado de rapidamente discutir algo, especialmente no que diz respeito ao contato constante que é necessário com integrantes mais novos do time, que precisam de mentoria e treinamento constante ao longo do expediente.
Quanto ao senso de pertencimento à empresa, os dois entrevistados afirmaram que se sentem um pouco desconectados, com esse sentimento sendo mais forte no entrevistado A. Isso se dá possivelmente pelo contato maior que o entrevistado B tem com outros membros da alta gerência das mais diversas áreas do Banco, estando mais a par do que está acontecendo no background. Segundo o entrevistado A, “dá para perceber que o pessoal (Diretoria) está tentando manter uma presença, mas para mim não adianta muito... mandar um e-mail semanal falando como o Banco está não tem o mesmo efeito de um Town Hall ao vivo com todo mundo, sabe?”.
Ao perguntar sobre o estado emocional dos entrevistados, um deles afirmou que sentiu pouca diferença nesse sentido com a mudança de ambiente, “não vi tanta diferença assim, na verdade acho que meu emocional até tenha melhorado um pouquinho, já que não passo duas horas por dia no trânsito que nem antes”. Já o entrevistado B disse ter sofrido e estar sofrendo um pouco. O motivo descrito por ele é o fato de ter dois filhos em casa que precisam de atenção devido às mudanças na metodologia de ensino, de presencial para EAD. Isso faz com que constantemente tenha que parar o serviço para ajudar as crianças com suas tarefas, o que prejudica o andamento do trabalho e gera um nível muito maior de estresse ao longo da semana, que acompanha a ansiedade de ver as tarefas se acumulando.
Quando perguntados sobre os principais pontos positivos de se trabalhar em casa, dois deles foram apontados por ambos os entrevistados. Um deles é a economia, já que ambos cortaram gastos no geral, que seja com locomoção, refeições, lavagem de roupas etc. O outro ponto em comum é o deslocamento, que não se faz necessário no home office. Os dois entrevistados gastavam uma grande parte do dia com deslocamento. Esse tempo é economizado no trabalho remoto, o que abre espaço para que atividades e projetos pessoais sejam realizados, bem como tempo para lazer e diversão. O terceiro ponto para o entrevistado A era a flexibilidade maior nos horários de trabalho, e para o entrevistado B é a chance de poder passar mais tempo com sua família.
Finalizando nossas entrevistas, ambos os entrevistados concordaram que os problemas de conexão/problemas técnicos são um dos principais pontos negativos do home office, já que a assistência por parte do departamento de TI se faz muito mais difícil, tornando pequenos problemas muito maiores do que deveriam ser. Para o entrevistado A, os outros dois problemas são a comunicação com outros colaboradores, drasticamente afetada, e a falta de um tempo de descontração no escritório, afetando as relações pessoais com outros funcionários. Já o entrevistado B elencou a falta de concentração causada por estar em um ambiente que teoricamente não é próprio para o trabalho e a dificuldade de integração com sua equipe, que acaba sendo muito menos orgânica e natural quando comparada às reuniões informais e almoços em equipe realizados no escritório.
4. CONCLUSÕES
Neste trabalho abordamos o impacto que Home Office teve na vida dos colaboradores de empresas no Brasil e a decorrência de ter que obrigatoriamente trabalhar na própria residência, sejam elas positivas ou negativas.
Pela nossa metodologia, pudemos analisar diferentes visões de dois trabalhadores e entender melhor quais eram os pensamentos de cada um. Se por um lado muitas pessoas foram prejudicadas e até demitidas com as consequências do Coronavírus, alguns trabalhadores puderam enxergar benefícios tanto em suas vidas profissionais, quanto na vida pessoal. Os maiores benefícios relatados pelos entrevistados foram a economia financeira; a interrupção do deslocamento ao local de trabalho, que por sua vez proporcionou uma grande “redução de tempo” e a flexibilidade no horário de expediente. Houve também queixas em relação aos problemas envolvendo TI e a falta de concentração em um ambiente que até então não estava preparado para se tornar um escritório.
Sempre que há uma mudança abrupta no cotidiano de uma nação por motivos de força maior, a adaptação torna-se um ponto crucial para continuar vivendo adequadamente. O brasileiro foi fortemente impactado pelo vírus e teve que pensar em novas maneiras de continuar trabalhando e, consequentemente, lucrando. Resta saber como será o futuro pós Covid-19. Cogita-se que as atividades corporativas serão mais híbridas e flexíveis, com fortes investimentos em ferramentas digitais e redução de custos empresariais, como luz, água e transporte público. O trabalho remoto chegou de uma maneira inesperada e tem tudo para ser uma forte aposta das empresas. O Home Office chegou para ficar.
REFERÊNCIAS
HRABI, DALE. Welcome to the new Home office. The Wall Street Journal, 2020.
STERN, JOANNA. Living the Coronavirus Work-From-Home Life? Here Are All the Tech Tips You Need. The Wall Street Journal, 2020.
ANDRÉ, PHELIPE; MEDEIROS, ISRAEL. Covid-19 muda a rotina do mercado de trabalho com o home office. Correio Braziliense, 2020.
HCOR. Saiba como identificar a ansiedade na quarentena. Hcor explica, 2020.
CHOUDHURY, PRITHWIRAJ. Work-from-anywhere: The Productivity Effects of Geographic Flexibility. HBS (Harvard Business School), 2019.
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