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Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE MANICA 
DIVISÃO DA AGRICULTURA 
CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA 
OPÇÃO AGRO-NEGÓCIOS 
Avaliação da Eficácia de Diferentes Estruturas de Armazenamento na Preservação da 
Qualidade do Grão de Milho (Zea mays L.) e Feijão Nhemba (Vigna unguiculata WALP) na 
Época Quente. 
 
Autor: 
Cipriano Afiado 
 
 Supervisor: EngoDovel Branquinho Ernesto, MSc 
 Co-supervisor: Engo Rafael Nguenha 
 
Matsinho, Maio, 2016 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página ii 
 
Avaliação de Diferentes Estruturas de Armazenamento na 
Preservação da Qualidade dos Grãos de Milho (zea mays l.) E Feijão 
Nhemba (Vigna Unguiculata Walp) na Época Quente 
 
 
 
Autor: Cipriano Afiado 
E-mail: ciprianon.afiado@gmail.com 
Celular: +258843969476 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Projecto de Licenciatura apresentado ao Instituto Superior 
Politécnico de Manica, como requisito parcial para obtenção 
 de Grau de Licenciatura em Engenharia Agrícola, opção 
 Agro-Negócios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Matsinho, Maio de 2016 
mailto:ciprianon.afiado@gmail.com
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página iii 
 
RESUMO 
O milho e feijão nhemba são grão mais importante para os países em desenvolvimento e 
constitui alimentação básica para mais que a metade da população mundial principalmente para 
famílias de baixa renda. Em Moçambique as perdas destes grãos atingem 30 a 40%e, cerca de 15 
% destas perdas são devido as más condições de armazenamento por falta de conhecimento de 
estruturas que pode manter a qualidade dos grãos. Com o objectivo de contribuir para a redução 
destas perdas, o presente trabalho avaliou as diferentes estruturas de armazenamento hermético 
na preservação da qualidade de grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba com casca. Foi 
realizado um ensaio no período de 11 de Setembro de 2015 à 11 de Fevereiro de 2016, na 
Estação Agrária de Sussundenga, usando estruturas herméticas (SGB, PST) e sacos de ráfia 
Foram analisados no grão de milho e feijão nhemba, poder de germinação, teor de humidade, 
densidade e nível de infestação, número de insectos mortos, espécies de insectos e percentagem 
de perda de peso . Para a análise dos dados foi feita a comparação múltipla de médias pelo teste 
de Tukey (5%). A estrutura de armazenamento RS/A apresentou densidade de infestação, 
percentagem de perda de peso e nível de infestação significativamente elevados quando 
comparado com estruturas herméticos, mostrando assim sua má preservação da qualidade dos 
grãos. Não houve diferenças significativas entre as estruturas herméticos com aplicação de 
actellic e SGBS/A Na estrutura de armazenamento RS/A, verificou-se uma redução significativa 
do poder germinativo para valores abaixo do mínimo estabelecido em Moçambique (80%), 
enquanto, nos herméticos estes mantiveram-se dentro dos parâmetros aceitáveis. Estas estruturas 
de armazenamento não apresentaram diferenças significativas quanto ao seu efeito sobre o teor 
de humidade dos grãos e percentagem de perda de peso. Os insectos identificados nos grãos do 
milho foram, em ordem decrescente de densidade: Sitophilus spp. Tribolium castaneum, 
Sitotroga cerealella, e no feijão nhemba foi verificada uma espécie de insectos: Acanthoscelides 
obtectus (Coleóptera:Bruchidae) – caruncho do feijão Os métodos herméticos mostraram melhor 
desempenho no controlo de todas as espécies de insectos identificadas 
Palavras-chave: Grãos de milho e de feijão nhemba, estruturas, armazenamento, poder 
germinativo, qualidade 
 
 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página iv 
 
DEDICATÓRIA 
Dedico este trabalho a minha mãe, Florinda Andrade a intercediam heroína da minha vida. Ao 
meu pai, Afiado Nassico por ter sido o meu termo regularizador. Ao meu irmão mais velho 
Timóteo Agostinho Nassico pelo apoio e amor incondicional, e finalmente aos meus irmãozinhos 
Benjamim, Difico, Mateus, Amos, Flora, Natália, Adolfo e Sara, que sempre estiveram ao meu 
lado. Ao meu grande amigo e irmão de todos os momentos Erginio Alberto Romão pelo 
incentivo e carinho. Ao meu tio Silva Nopeia que tanto me mostrou o caminho e me encorajou a 
insistir com a batalha académica. Aos meus irmãos na fé em Cristo, que por mim em oração. 
De uma forma geral para todos que directa ou indirectamente contribuíram para que terminasse 
com sucesso mais esta etapa da minha formação académica, que não foi nada fácil por conta das 
dificuldades enfrentadas. O meu muito obrigado por terem me apoiado e ter estado do meu lado. 
Que Deus continue abençoando a todos 
Obrigado! 
 
 Continuemos confiando em Deus mesmo sem 
 perceber o que ele faz, pois o que é impossível 
 para os seres humanos é possível para Deus! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página v 
 
AGRADECIMENTOS 
Em primeiro lugar agradecer a Deus, que sempre esteve presente em tudo quanto fiz. Obrigado 
por me dar Fé, paz, saúde e orientar-me em todos momentos da minha vida mesmo quando não 
soube ouvi-lo. 
Agradecer ao Doutor Rafael Massinga (ISPM), que facilitou a minha integração e as dos meus 
outros colegas bolseiros na atribuição de bolsa em coordenação com a incubadora da farma como 
oportunidade única de poder fazer o ensino superior. O meu muitíssimo abrigado. 
Ao Eng.º Albasini Caniço que sempre me submetia em pequenos projectos para me reforçar e 
suportar nesta batalha académica. 
Um especial agradecimento vai para meus supervisores: Eng.º Dovel Branquinho Ernesto 
(ISPM) e Eng.º Rafael José Nguenha (UEM) pela dedicação, adicionamento, respeito, 
ensinamentos, cooperação, apoio e amizade no decorrer do presente projecto de licenciatura, e 
que através do projecto APPSA/UEM me incluiu na investigação para esta tese. 
A todos colegas da turma 2012 de Engenharia agrícola, em especial Alquissone, Xavier, 
Veremos, Jamilo, Isaque, Edmundo, Márcia, Ivone, Amárcia, Regina, Salva, Cacilda, Celeste, e 
Ruthi pelo apoio prestado ao longo do curso, pelas alegrias e tristezas compartilhadas, pelos 
momentos inesquecíveis que passamos juntos. 
Ao Engo Manuel Temo (IIAM) pelo apoio incondicional que me deu, pelo transporte durante a 
colecta de dados no campo e pelo espaço no qual implantou-se o ensaio. Quero também estender 
o meu agradecimento a todos que dispensaram atenção e tempo para conclusão deste projecto, 
directa e indirectamente, 
Muito Obrigado! 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página vi 
 
 
DECLARAÇÃO DE HONRA 
 
 
Eu, Cipriano Afiado, declaro por minha honra que o presente trabalho foi por mim elaborado e 
que a informação nela contida é verdadeira, sendo parte desta obtida a partir de pesquisa 
experimental no campo e consultas bibliográficas. Este trabalho nunca foi apresentadoem 
nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico. 
Todas obras de outros autores, utilizadas neste trabalho foram devidamente citadas e listadas 
na lista de referências bibliográficas. 
 
Por ser verdade passo a assinar a presente declaração. 
 
 
Matsinho, Maio de 2016 
 
 
-------------------------------------------------------------- 
(Cipriano Afiado) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página vii 
 
Índice Pag. 
CAPITULO I: INTRODUÇÃO .......................................................................................................1 
1.2 -Problema de Estudo e Justificação ........................................................................................2 
1.3-Objectivos ..............................................................................................................................3 
1.3.1- Objectivo Geral ............................................................................................................. 3 
1.3.2- Objectivos Específicos .................................................................................................. 3 
1.4. Hipóteses: ..............................................................................................................................4 
CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...............................................................................5 
2.1-Cultura de Milho ....................................................................................................................5 
2.2-Cultura de Feijão Nhemba .....................................................................................................6 
2.3. Armazenamento dos grãos ....................................................................................................7 
2.3.1-Silos herméticos ............................................................................................................. 8 
2.3.2-Sacos herméticos (Super Grain Bags) ............................................................................ 9 
2.3.3-Pequenos Recipientes ................................................................................................... 10 
2.4- Perdas no Armazenamento .................................................................................................10 
2.5- Humidade relativa e Temperatura .......................................................................................11 
2.6. Fungos .................................................................................................................................11 
2.7- Pragas que atacam grãos de feijão nhemba e milho no armazém .......................................11 
CAPITULO III. MATERIAIS E MÉTODOS ...............................................................................14 
3.1- Descrição da área de estudo ................................................................................................14 
3.2– Materiais e métodos ...........................................................................................................14 
3.4. Amostragem e avaliação das variáveis em estudo ..............................................................15 
3.4.1. Densidade de insectos vivos ........................................................................................ 15 
3.4.2.Nível de infestação ....................................................................................................... 16 
3.4.3. Percentagem de perda de peso ..................................................................................... 16 
3.4.4.Número de insectos Mortos .......................................................................................... 17 
3.4.5. Teor de humidade ........................................................................................................ 17 
3.4.6. Poder germinativo........................................................................................................ 17 
3.5. Análise de dados.................................................................................................................18 
CAPITULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................19 
4.1. Resultados de Milho ............................................................................................................19 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página viii 
 
4.1.1. Densidade de insectos vivos ...................................................................................... 19 
4.1.2. Densidade de insectos por espécie ............................................................................... 20 
4.1.3. Nível de Infestação ...................................................................................................... 22 
4.1.4. Número de insectos mortos ......................................................................................... 23 
4.1.5. Percentagem de perda de peso (P.P.P) ........................................................................ 24 
4.1.6. Teor de humidade ........................................................................................................ 25 
4.1.7. Poder Germinativo ....................................................................................................... 26 
4.2. Resultados de Feijão Nhemba .............................................................................................27 
4.2.1. Densidade de insectos vivos ........................................................................................ 27 
4.2.2. Nível de infestação ...................................................................................................... 29 
4.2.3. Número de insectos mortos ......................................................................................... 30 
4.2.4. Percentagem de perda de peso (P.P.P) ........................................................................ 30 
4.2.5. Humidade relativa ........................................................................................................ 31 
4.2.6. Poder germinativo........................................................................................................ 32 
CAPITULO V: CONCLUSOES ERECOMENDACOES.............................................................34 
5.1. Conclusões ..........................................................................................................................34 
5.2 Recomendações ....................................................................................................................35 
CAPITULO VI: REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA ..................................................................36 
CAPITULO VII: ANEXOS ...........................................................................................................42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página ix 
 
LISTA DE FIGURAS 
FIGURA 1. ANATOMIA DO GRÃO DE MILHO E SUAS PARTES. ............................................................. 5 
FIGURA 2. ALGUMAS ESTRUTURAS HERMÉTICAS ............................................................................ 9 
FIGURA 3. SACO HERMÉTICO. ..........................................................................................................9 
FIGURA 4. PEQUENOS RECIPIENTES USADOS PARA ARMAZENAMENTO DE GRÃOS SECOS. ............... 10 
FIGURA 5. S.ZEAMAYS (COLEÓPTERA: CURCULIONIDAE) ………………………………………20 
FIGURA5.1.TRIBOLIUM CASTANEUM………………………………………………………... 12 
FIGURA 6. SITOTROGA CEREALELLA. (LEPIDEPTERA: GELECHIIDAE………………………..…..23 
 FIGURA6.1- PLODIA INTERPUCTELLA ............................................................................................ 13 
FIGURA 7. ACANTHOSCELIDES OBTECTUS (COLEÓPTERA:BRUCHIDAE) – CARUNCHO DO FEIJÃO. .. 13 
FIGURA 8. DENSIDADE DE INSECTOS VIVOS .................................................................................... 20 
FIGURA 9. NÍVEL DE INFESTAÇÃO NO MILHO .................................................................................. 22 
FIGURA 10. NÚMERO DE INSECTOS MORTOS NO MILHO .................................................................. 23 
FIGURA 11. PERCENTAGEM DE PERDA DE PESO DE MILHO .............................................................. 24 
FIGURA 12. HUMIDADE RELATIVA DE MILHO ................................................................................. 25 
FIGURA 13. PERCENTAGEM DE PODER GERMINATIVO DE MILHO. ................................................... 27 
FIGURA 14. DENSIDADE DE INSECTOS VIVOS .................................................................................. 28 
FIGURA 15. NÍVEL DE INFESTAÇÃO NO FEIJÃO NHEMBA ................................................................. 29 
FIGURA 16. NÚMERO DE INSECTOS MORTO DE FEIJÃO NHEMBA ..................................................... 30 
FIGURA 17. PERCENTAGEM DE PERDA DE PESO DE FEIJÃO NHEMBA ............................................... 31 
FIGURA 18. TEOR DE HUMIDADE .................................................................................................... 32 
FIGURA 19. PERCENTAGEM DE PODER GERMINATIVO..................................................................... 33 
 
 
 
 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página x 
 
 LISTA DE TABELAS 
TABELA 1. TRATAMENTOS E RESPECTIVA QUANTIDADE DE GRÃO DE MILHO USADO ...................... 15 
TABELA 2. TRATAMENTOS E RESPECTIVA QUANTIDADE DE FEIJÃO NHEMBA USADA ...................... 15 
TABELA 3. DENSIDADE DE INSECTOS POR ESPÉCIE NO MILHO ........................................................ 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página xi 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
APPSA- Agricultural Productivity Programmer for Southern Africa 
EAS- Estacão Agrária de Sussundenga 
FAEF -Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal 
FAO - Food and Agriculture Organization 
ISPM - Instituto Superior Politécnico de Manica 
IIAM - Instituto de Investigação agrária de Moçambique 
MINAG- Ministério de Agricultura 
MINAGRI- Ministério de Agricultura do Ruanda 
MAE- Ministério da Administração Estatal 
OPV -Open Polinization Variety (Variedade de Polinização Aberta -VPA) 
PSTC/A -Silo Tanque Polietileno Com Actellic 
PSTS/A- Silo Tanque Polietileno Sem Actellic 
RS/A - Ráfia Sem Actellic 
RC/A -Ráfia Sem Actellic 
SGBS/A -Super Grain Bags Sem Actellic 
SGBC/A - Super Grain Bags Com Actellic 
UEM -Universidade Eduardo Mondlane 
 
 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 1 
 
CAPITULO I: INTRODUÇÃO 
O milho é um dos cereais mais importante cultivado em todo mundo devidas as suas inúmeras 
aplicações na alimentação humana e de animais domésticos, bem como na indústria para a 
produção de rações, cola, amido, óleo, álcool, bebidas e outros produtos. Em Moçambique além 
da produção ser insuficiente e ocorrerem problemas com produtividade e comercialização, 
também há preocupações com as altas perdas quantitativas e qualitativas. Essas perdas podem 
ocorrer pela falta de estruturas de armazenamento específicas nas propriedades e/ou nos níveis 
intermediário e final, ou pelas deficiências técnicas e operacionais das instalações existentes. 
Na alimentação humana, o milho é consumido na forma “in natura”, como milho verde, nas 
formas de milho em conserva, canjica, óleo, amido em várias apresentações, ou farinhas para 
elaboração de pães, polenta e outros (Hoseney, 1991). 
Feijão nhemba é uma cultura mais consumida em Moçambique principalmente com a família de 
baixa renda, na forma vagem verde, folhas grãos verdes e grãos secos, e a planta também é usada 
para conservação de solos pobres de nutrientes. 
Os produtos agrícolas são organismos que continuam vivos depois de sua colheita, mantendo 
activos todos os seus processos biológicos vitais. Devido a isso e ao alto teor de água em sua 
composição química, eles são altamente perecíveis. Para aumentar o tempo de conservação e 
reduzir as perdas pós-colheita, é importante que se conheçam e se utilizem práticas adequadas de 
manuseio durante as fases de colheita, armazenamento, comercialização e consumo, (Alves et 
al., 2001). 
Após a colheita, a maior parte dos grãos dos cereais e leguminosas passam por uma série de 
etapas como secagem, armazenagem e, finalmente, processamento industrial. Muitas destas 
operações podem reduzir sua qualidade e comprometer a conservação. Em casos específicos para 
Moçambique esses grãos são armazenados em celeiros construídos com materiais locais, usando 
estacas, bambus, matopes, e sacos de ráfia. Entretanto embora com vantagens de facilidade de 
aquisição de material disponível em cada zona de produção, os grãos não apresentam qualidades 
desejadas pelos consumidores devido a ataques de insecto e fumo que podem prejudicar a saúde 
humana. 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 2 
 
Os produtos agrícolas são organismos que continuam vivos depois de sua colheita, mantendo 
activos todos os seus processos biológicos vitais. Devido a isso e ao alto teor de água em sua 
composição química, eles são altamente perecíveis. Para aumentar o tempo de conservação e 
reduzir as perdas pós-colheita, é importante que se conheçam e se utilizem práticas adequadas de 
manuseio durante as fases de colheita, armazenamento, comercialização e consumo, (Alves et 
al., 2003), Entretanto o trabalho tem como objectivo avaliar as diferentes estruturas de 
armazenamento do sistema hermético na preservação da qualidade dos grãos de milho e feijão 
nhemba na época quente num período de seis (6) meses. 
1.2 -Problema de Estudo e Justificação 
As perdas dos grãos, de feijão nhemba e de milho principalmente, para o pequeno agricultor 
significam menos alimento disponível para a família e baixo rendimento pela venda dos grãos, 
afectando negativamente a segurança alimentar da família. Muitas vezes os produtos produzidos 
pelos pequenos produtores não são exportados devido a sua qualidade como resultado da má 
conservação o que origina o menor valor comercial e pode até ser rejeitado pelo consumidor, 
para além de provocar problemas de intoxicação alimentar. Sendo assim, todos os esforços 
concentrados no aumento da produção podem não dar bons resultados, se não houver uma 
melhoria nas condições de armazenamento dos mesmos grãos de milho e de feijão nhemba. 
Em Moçambique, e particularmente no meio rural, grande parte dos grãos de milho e Feijão 
nhembaproduzidos pelo pequeno agricultor, que é guardado para o consumo da família ou para 
ser comercializado, é acondicionado em sacos de ráfia e armazenado em celeiros não 
melhorados. Nestas condições um meio de garantir um grão de qualidade é o uso de pesticidas 
durante o armazenamento. No entanto, a maior parte dos agricultores não tem recursos 
suficientes para adquirir tais insecticidas, optando por armazenar os grãos sem usar nenhum meio 
de protecção. De uma forma geral, os sacos de ráfia possuem características que não impedem a 
presença e estabelecimento de pragas e o crescimento de fungos, devido à interacção da 
temperatura e humidade entre o produto e o meio ambiente comprometendo a quantidade e 
qualidade dos grãos armazenados (Hayma, 2005). 
O uso de embalagens herméticas constitui uma alternativa ao uso de sacos de ráfia para o 
armazenamento dos grãos de milho e feijão nhemba. O armazenamento hermético mantém a 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 3 
 
qualidade do grão e a viabilidade da semente uma vez que a humidade durante o armazenamento 
não se altera e, a alteração da atmosfera pelos organismos vivos reduz as perdas por insectos sem 
necessidade de usar pesticidas (Faroni et al., 2009). 
Um importante benefício económico decorrente do armazenamento seguro de grãos e de 
sementes é que os agricultores afectados por ameaças não serão pressionados a vender os seus 
produtos para responder às necessidades imediatas; isto incrementa a capacidade de negociação 
do pequeno agricultor, na medida em que ele pode optar por adiar a venda para negociar um 
melhor preço. Isso ajudará os agricultores a obter valor pelo seu produto e limitará o recurso a 
intermediário (Villers, et al, 2008). 
1.3-Objectivos 
1.3.1- Objectivo Geral 
 Avaliar diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de 
milho (Zea mays L.) e de feijão nhemba (Vigna unguiculata Walp.) durante a época 
quente por um período de seis (6) meses. 
1.3.2- Objectivos Específicos 
 Determinar a densidade de infestação por insectos e o nível de infestação nos grãos de 
feijão nhemba e milho armazenados em diferentes estruturas. 
 Determinar a percentagem de perda de peso dos grãos de milho e de feijão nhemba 
armazenados em diferentes estruturas 
 Determinar o poder germinativo dos grãos de milho e de feijão nhemba armazenados em 
diferentes estruturas 
 Determinar o teor de humidade dos grãos de milho e de feijão nhemba armazenado em 
diferentes estruturas 
 
 
 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 4 
 
1.4. Hipóteses: 
 
H1: Existe diferença significativa do poder germinativo dos grãos de milho e de feijão nhemba 
armazenados em diferentes estruturas. 
 
Ho: Não existe diferença significativa do poder germinativo s grãos de milho e de feijão nhemba 
armazenados em diferentes estruturas. 
 
H1: Existe diferença significativa do teor de humidade dos grãos de feijão e de Milho 
armazenados em diferentes estruturas. 
 
Ho: Não existe diferença significativa do teor de humidade dos grãos de feijão e de Milho 
armazenados em diferentes estruturas. 
 
H1: Existe diferença significativa da densidade de insectos vivos e o nível de infestação dos 
grãos de feijão nhemba e de milho armazenados em diferentes estruturas. 
 
Ho: Não existe diferença significativa da densidade de insectos vivos e o nível de infestação dos 
grãos de feijão nhemba e de milho armazenados em diferentes estruturas. 
 
H1: Existe diferença significativa da percentagem de perda de peso dos grãos de feijão e de 
Milho armazenados em diferentes estruturas. 
 
Ho: Não Existe diferença significativa da percentagem de perda de peso dos grãos de feijão 
nhemba e de Milho armazenados em diferentes estruturas. 
 
 
 
 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 5 
 
CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1-Cultura de Milho 
O milho (Zea mays L.),pertence à família Poaceae, compreendendo cerca de 600 géneros e mais 
de 8.000 espécies (Mangelsdorf, 1974 citado por Viegas, 1978). É uma das plantas cultivadas 
mais antigas do mundo, de acordo com estudos arqueológicos feitos permitem afirmar que o 
milho já existia em estado de domesticação, há cerca de 4.000 anos e teve sua origem no México, 
hemisfério norte das Américas (Filho & Almeida, 1987). 
 O milho é um cereal de grande importância no mundo e é extensivamente utilizado como 
alimento humano, como matéria-prima para amido e etanol, e como ração animal, devido as suas 
qualidades nutricionais, contendo quase todos os aminoácidos conhecidos, com excepção da 
lisina e o triptofano (Faostat, 2005). Este cereal é largamente cultivado em diversas regiões do 
mundo, desde os climas tropicais, subtropicais e temperadas entre os paralelos 50oN a 40oS 
(Purseglove, 1992). 
Sinha et, al, (2007) o conhecimento das características físicas dos produtos agrícolas e dos seus 
princípios tem grande importância para a construção e operação de equipamentos de secagem e 
armazenamento. Os grãos do milho são, geralmente, amarelos ou brancos, podendo apresentar 
colorações variando desde o preto até o vermelho. O peso individual do grão varia em média, de 
250 a 300mg e sua composição média em base seca é 72% de amido, 9,5% proteínas, 9% fibra (a 
maioria resíduo detergente neutro) e 4% de óleo. Conhecido botanicamente como uma cariopse, 
o grão de milho é formado por quatro principais estruturas físicas: endosperma, gérmen, 
pericarpo (casca) e ponta as quais diferem em composição química e também na organização 
dentro do grão, como mostra a figura 1: 
 
Figura 1. Anatomia do grão de milho e suas partes. Fonte: adaptado de Britânica (2006). 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 6 
 
O milho é produzido em quase todos os continentes, sendo sua importância económica 
caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, que vão desde a alimentação animal até a 
indústria de alta tecnologia, como a produção de filmes e embalagens biodegradáveis. Cerca de 
70% da produção mundial de milho é destinada à alimentação animal, podendo este percentual 
chegar a 85%, em países desenvolvidos. Em termos gerais, apenas 15% de toda a produção 
mundial destina-se ao consumo humano, de forma directa ou indirecta (FAO, 2012). 
Mello (1991) cita que a produção mundial de milho encontra-se por volta de 473 milhões de 
toneladas. Desse total, 40% provém dos Estados Unidos, maior produtor do mercado. Os Estados 
Unidos produzem três vezes mais que a China, segundo maior produtor, e oito vezes mais que o 
Brasil, terceiro maior produtor. Esses três países contribuem com 61,5% da produção mundial de 
milho. Em 2011, este cereal foi colhido em 170 milhões de hectares em todo o mundo, 
resultando em 883 milhões de produção (FAOSTAT, 2014). 
Em Moçambique o milho é uma cultura com muita prioridade na produção dentre várias culturas 
existentes, mas devido a alta humidade relativa e elevado teor de amido de milho, este é muito 
susceptível para moldagem. A qualidade dos grãos tem-se tornado um aspecto muito importante, 
tanto para comercialização interna como para exportação. Segundo Sitoe (2005), em 
Moçambique existe uma diversidadede alimentos produzidos na agricultura, e destes o milho é a 
principal cultura alimentar para o sector familiar uma vez que ocupa cerca de 34,5% da área total 
cultivada e é alimento básico para maior parte da população, mas devido a falta de condições 
adequadas de conservação as pragas têm um bom percentual de participação, principalmente no 
grão conservado pelos pequenos produtores durante 90 ou 180 dias, havendo necessidade de 
melhorar a situação. 
2.2-Cultura de Feijão Nhemba 
O feijão nhemba é uma planta herbácea, autógama, anual, cuja região de origem mais provável 
situa-se na parte oeste e central da África. É uma das leguminosas melhor adaptada, versátil e 
nutritiva entre as espécies cultivadas, sendo um importante alimento e componente essencial dos 
sistemas de produção nas regiões secas dos trópicos, cobrindo parte da África, Ásia, Estados 
Unidos, Oriente Médio e Américas Central e do Sul (SINGH e colaboradores., 2002). 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 7 
 
A classificação botânica aceita para o feijão nhemba é que ele seja uma planta Dicotyledonea, da 
ordem Fabales, família Fabaceae, subfamília Faboideae, tribo Phaseoleae, subtribo Phaseolineae, 
género Vigna, subgénero Vigna, secção Catyang, espécie Vigna unguiculata (L.) Walp. e 
subespécie unguiculata (Verdcourt, 1970; Smartt, 1990; Padulosi, 1997). 
De acordo com Silva (2002), os grãos do feijão nhemba constituem uma importante fonte de 
alimento, com teor proteico variando de 20% a 30%, rico em aminoácidos essenciais como a 
lisina, contudo, pobre em metionina e cisteína, porém, com razoável quantidade de vitaminas 
hidrossolúveis. Além disso, contém fibras e proteínas com a capacidade de reverter a deposição 
de gordura no fígado e, desta forma, baixar o nível de colesterol no organismo (Azevedo, 2009). 
O grão do feijão nhemba pode ser consumido seco ou verde, ou ainda, ser introduzido na 
alimentação de crianças menores de cinco anos, na alimentação escolar através da farinha 
integral; sendo possível produzir-se, caldos; enriquecer com proteínas as massas alimentícias 
para a fabricação de pães, biscoitos, entre outros produtos (Silva, 2008). Além disso, é utilizado 
como forragem verde, feno, ensilagem, farinha para alimentação animal e, ainda, como adubação 
verde e protecção do solo (Santos, et al, 2006). 
As sementes, que podem ser lisas ou enrugadas, variam desde brancas, cremes ou amarelas até 
vermelhas, castanhas ou pretas e são caracterizadas por um hilo (o olho do feijão) bem 
demarcado, rodeado por uma orla escura. O feijão nhemba é reproduzido por meio de sementes e 
é maioritariamente autogâmico, embora haja referências a níveis de polinizações cruzadas até 
2% (Faroni et, al, 2007). 
Dados da FAO sobre a produção mundial de feijão nhemba, no ano de 2007, indicam que a 
cultura atingiu 3,6 milhões de toneladas em 12,5 milhões de hectares. Produção essa alcançada 
em 36 países, destacando-se entre os maiores produtores a Nigéria, o Níger e o Brasil, os quais 
representam, respectivamente, 84,1 % da área e 70,9 % da produção mundial. 
 
2.3. Armazenamento dos grãos 
Nos últimos anos, pode ser notado um crescimento considerável das exigências de qualidade dos 
produtos agrícolas. A escolha de um produto pelo consumidor está baseada, principalmente, nos 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 8 
 
atributos visíveis e na presença e extensão de danos físicos, resultado da conjugação de diversos 
factores, dentre os quais a conservação tem um papel fundamental (Corrêa, ano citado por 
Borrem, 1998). 
O objectivo de armazenamento adequado de grãos é manter a sua duração, as qualidades 
biológicas, químicas e físicas, imediatamente após a colheita. A fase de armazenamento é a mais 
importante porque ocorrem perdas significativas dos produtos destinados à alimentação humana 
e animal (Villers, 2008). 
Para Alves et al., (2001) existem ainda no país muitos pontos que necessitam ser aprimorados 
afim de melhor atender às exigências dos mercados interno e externo, quanto à qualidade dos 
grãos, de forma que as práticas adoptadas para a colheita e o armazenamento sejam as mais 
adequadas, pois estas estão directamente ligadas ao nível de qualidade final dos grãos. 
Em Moçambique, e particularmente no meio rural, grande parte dos grãos de milho e Feijão 
nhemba produzidos pelo pequeno agricultor, que é guardado para o consumo da família ou para 
ser comercializado, é acondicionado em sacos de ráfia e armazenado em celeiros não 
melhorados. No entanto, o armazenamento adequado desses produtos é necessário, a fim de 
garantir o fornecimento constante durante o ano e também para fornecer a áreas distantes, visto 
que o consumo de grão de Milho e feijão nhemba é feito durante todo o ano e não tem um 
período limite, e também abrange todas regiões principalmente nas zonas rurais do País (Alves et 
al., (2001). 
2.3.1-Silos herméticos 
Os silos herméticos podem manter os grãos livres de insectos e impedir o desenvolvimento de 
fungos. Podem armazenar grãos húmidos para a alimentação animal, desde que seja consumido 
logo após sua retirada do silo. O princípio básico do armazenamento hermético é o mesmo em 
relação aos grãos secos ou húmidos, e baseia-se no seguinte: redução da taxa de oxigénio a um 
nível que causa a morte ou deixa inactivos os insectos e fungos, antes que esses organismos 
nocivos proliferem a ponto de prejudicar o produto. Em decorrência do processo respiratório dos 
grãos e daqueles organismos, há uma redução de oxigénio do ar confinado (FAO, 2012). 
 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 9 
 
A respiração dos grãos secos é baixa. Entretanto quando infestados por insectos, rapidamente 
consomem o oxigénio disponível e ficam asfixiados. A taxa de redução de oxigénio e do 
aumento de gás carbónico é determinada pelo grau de infestação de insectos e da temperatura 
(Navarro, 2007). A figura 2 mostra os modelos dos silos usados neste estudo. 
 
Figura 2. Algumas Estruturas Herméticas, (Afiado, 2016) 
2.3.2-Sacos herméticos (Super Grain Bags) 
Os sacos herméticos são um desenvolvimento relativamente novo. Trata-se de sacos 
hermeticamente selados de vários tamanhos (50kg – 1tonelada) que oferecem uma alternativa 
interessante ao armazenamento tradicional. Os sacos herméticos funcionam com base no 
princípio de que o grão liberta dióxido de carbono que rapidamente substitui o oxigénio existente 
no recipiente selado. Uma vez esgotado o oxigénio, as pragas morrem e os fungos não podem 
propagar-se. Para estas unidades seladas funcionarem devidamente elas precisam de ser cheias 
completa e rapidamente e abertas apenas quando todo o conteúdo tiver de ser utilizado. O saco 
hermético é muito adequado para o armazenamento de sementes, visto que pode ser selado 
hermeticamente e isso garante a manutenção de uma condição estável propícia para o 
armazenamento (FAO, 2009). 
 
Figura 3. Saco Hermético (Afiado, 2016). 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 10 
 
2.3.3-Pequenos Recipientes 
Jarros ou latos hermeticamente fechados podem ser utilizados para armazenar semente 
devidamente seca. Esses recipientes são viáveis para armazenarsementes de hortícolas ou de 
outras culturas que requerem pequenas quantidades de sementes. As garrafas ou latas de 
produtos vulgares dos agregados familiares adquiridos nas lojas locais podem ser utilizados para 
o mesmo fim desde que sejam hermeticamente selados com cera de velas para criar um ambiente 
apropriado para o armazenamento de pequenas quantidades de semente. Tendo em conta que os 
recipientes são pequenos, eles podem ser facilmente manuseados e colocados em local limpo e 
fresco fora do alcance de roedores (FAO. 2009). 
 
Figura 4. Pequenos recipientes usados para armazenamento de grãos secos (FAO, 2009). 
2.4- Perdas no Armazenamento 
Segundo Brooker et al. (1992), são muitos os factores que contribuem para a perda de qualidade 
e quantidade dos alimentos e, dentre eles, destacam-se: características da espécie e da variedade, 
condições ambientais durante o seu armazenamento (temperatura e humidade relativa), época e 
procedimento de colheita, método de secagem e práticas de armazenamento. 
A massa de grãos armazenados é um sistema ecológico em que a deterioração é o resultado da 
interacção entre variáveis físicas (temperatura, humidade, propriedades físicas da massa de 
grãos: porosidade, capacidade de fluir, acamamento dos grãos, propriedades termo físicas; 
estrutura do armazém e suas inter-relações e variáveis meteorológicas), variáveis químicas 
(disponibilidade de oxigénio no ar intergranular) e variáveis biológicas de fontes internas 
(longevidade, respiração, maturidade pós-colheita e germinação) e variáveis biológicas de fontes 
externas (fungos, leveduras, bactérias, insectos, ácaros, roedores e pássaros). O grau de 
deterioração depende da taxa de aumento destas variáveis que, por sua vez, são principalmente 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 11 
 
afectadas pela interacção da temperatura e humidade e secundariamente pela inter-relação 
deles/delas com o grão, entre eles, e com a estrutura usada (Sinha, 1973). 
2.5- Humidade relativa e Temperatura 
A humidade relativa é a percentagem de vapor de água existente no ar entre os grãos e representa 
o equilíbrio entre a humidade do ar e o teor da humidade do grão: Se a humidade relativa for 
superior a 65% estarão reunidas as condições para o desenvolvimento de fungos e de insectos 
nos armazéns e as sementes estão sujeitas a deterioração. A quantidade de água livre contida em 
um cereal logo depois de colhido e durante o armazenamento determina, indirectamente, na 
maioria dos casos a qualidade dos grãos, (FAO, 2006). 
Humidade elevada dá condições ao desenvolvimento de microrganismos e aumenta as perdas de 
peso devido ao aceleramento do processo respiratório dos grãos, causando elevação da 
temperatura e deterioração do produto. Com essa temperatura o grão atinge um aquecimento em 
torno de 45ºC, o que não causa nenhum dano a sua integridade. Temperaturas mais elevadas até 
140ºC podem causar injúrias como quebras e fissuras nos grãos, prejudicando a qualidade de 
armazenamento. A humidade recomendada para o armazenamento é de 13 a 14% quando a 
granel (Lima, 2001). 
2.6. Fungos 
Somente há algumas décadas os fungos foram reconhecidos como um dos mais importantes 
causadores de danos às sementes. Os principais tipos de danos causados pelo desenvolvimento 
de fungos em grãos armazenados são: diminuição da percentagem de respiração, descoloração de 
parte ou de todo o grão, alterações biológicas, produção de toxinas que podem ser prejudiciais 
aos homens e animais e perda de peso (Cesa, 1974). 
2.7- Pragas que atacam grãos de feijão nhemba e milho no armazém 
Os resultados da acção de insectos em grãos armazenados se traduzem em perdas de peso e de 
poder germinativo, desvalorizações comerciais do produto, disseminação de fungos e origem de 
bolsas de calor durante o armazenamento. Os insectos encontrados nos produtos armazenados 
podem ser classificados, segundo suas características biológicas e de ecossistema, em pragas 
primárias e secundárias, pragas associadas e de infestação cruzada, e a acção dos insectos nos 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 12 
 
grãos, durante o armazenamento, é influenciada por vários factores ambientais e de maneio 
(Lorini, 2011). 
Pragas primárias são aquelas que atacam grãos íntegros e sadios e podem ser denominadas 
pragas primárias internas ou externas, dependendo da parte do grão que atacam. São primárias 
internas as que perfuram os grãos e neles penetram para completar seu desenvolvimento, 
alimentando-se de todo o interior do grão e possibilitando a instalação de outros agentes de 
deterioração. Os principais exemplos dessas pragas são Rhyzopertha dominica, Sitophilus oryzae 
e Sitophilus zeamais. Já as primárias destroem a parte exterior do grão para poderem se alimentar 
da parte interna, sem no entanto se desenvolverem no interior do grão. A destruição do grão é 
apenas para alimentação. O exemplo mais conhecido desta praga é a traça Plodia interpunctella 
(Navarro, 2006). 
As pragas secundárias se caracterizam por se alimentarem de grãos já danificados por insectos 
primários ou roedores, trincados, quebrados e/ou com defeitos na casca, pois não conseguem 
atacar grãos inteiros. Elas só ocorrem na massa de grãos quando estes estão com a integridade 
física comprometida. Multiplicam-se rapidamente e causam grandes prejuízos. São exemplos as 
espécies Triboluim castaneum, Oryzaephilus surinamensis e Cryptolestes ferrugineus (Oliver, 
1897). 
As espécies mais importantes são Sitophilus zeamais (Mato, 1855 citado por Lorini, 2008) - 
gorgulho do milho, Sitophilus granarius (L. 1758) - gorgulho do trigo e o Sitophilus oryzae - 
gorgulho do arroz. Oliveira (1897),esses insectos podem atacar qualquer tipo de cereal, sendo 
gorgulhos os coleópteros (cascudos, besouros) que, quando adultos, possuem corpo alongado e 
cabeça com uma projecção anterior, em cuja extremidade estão as peças bucais, as lavas desses 
insectos são de colorarão amarelo clara ou esbranquiçada, sendo desprovidas de pernas, (figura 
5 e 5.1). 
 
 
 
Figura 5. S.zeamays (Coleóptera: Curculionidae) - gorgulhos dos cereais. Figura5.1.Tribolium castaneum (Lorini, 
2008). 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 13 
 
As traças são insectos da ordem lepidóptera, predominantemente de hábitos nocturnos, como as 
mariposas, e atacam somente a superfície da massa de grãos. Destas, as espécies que representam 
maiores prejuízos para os cereais são Sitotroga cerealela (Oliver, 1897) e a Plodia interpuctella 
(Hebreu, 1813). A infestação pode ser verificada pela presença desses insectos voando pelo 
armazém, sendo que a P. interpuctella é mais activa à noite. Somente as larvas atacam os grãos. 
Também atacam as farinhas, onde se desenvolvem, causando deterioração no produto pronto 
para consumo. Sendo praga primária, ataca grãos inteiros. Como todo lepidóptero, ataca a 
superfície da massa de grãos (figura 6 e 6.1). 
 
 
Figura 6. Sitotroga cerealella. (Lepideptera: Gelechiidae (Oliver, 1897) e Figura 6.1- Plodia interpuctella (Hebreu, 
1813) 
As pragas mais importantes no armazenamento de grãos de leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, 
tremoço, fava e outros) são os carunchos e as traças. Os carunchos são insectos pertencentes à 
ordem coleóptera (cascudos, besouros). As espécies mais comuns são: Acanthoscelides obtectus 
(Lorini, 1831)e Zabrotes subfaciatus (Boh, 1833), também conhecidos como carunchos do 
feijão. São pragas de infestação cruzada e de hábitos cosmopolitas (existem disseminados em 
todo globo terrestre). As larvas, ao eclodirem no interior do grão, se alimentam do endosperma e 
o destroem. Na fase adulta, são cascudos de coloração castanho-escura, corpo ovóide e 
rubescente, como mostra a figura 7. 
 
 
 
Figura 7. Acanthoscelides obtectus (Coleóptera:Bruchidae) – caruncho do feijão (Oliver, 1897). 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 14 
 
CAPITULO III. MATERIAIS E MÉTODOS 
3.1- Descrição da área de estudo 
O ensaio foi conduzido na Estação Agrária de Sussundenga (EAS) do Instituto de Investigação 
Agrária de Moçambique (IIAM) no período de Setembro de 2015 a Fevereiro de 2016. A EAS 
situa-se na localidade de Matica, Distrito de Sussundenga, que dista sensivelmente a 17 km de 
sede do distrito, e tem como principal actividade a produção e transferência de tecnologia 
agrícola. Agronomicamente, a Estação Agrária de Sussundenga está na região agro-ecológica 4 
(R4) e apresenta um clima "tropical Chuvoso de Savana" com duas estações, seca e chuvosa, 
com precipitação média anual de 1100 mm e com temperatura máxima e mínima de 30° e 18°C, 
respectivamente, ocorrendo essencialmente de Novembro de um ano a Março do ano seguinte, 
enquanto a evapo-transpiração potencial média anual ronda nos 1.27 mm, a temperatura média 
está na ordem dos 23°C (MAE, 2005) 
3.2– Materiais e métodos 
 Estruturas de conservação – sacos de plásticos (Super Grain Bags IV-R 70X130 cm), 
sacos de ráfia, tanques de plástico (PST 1000L) e de (210L). 
 Material Vegetal - Milho (OPV) e Feijão Nhemba (IT18) proveniente nos pequenos 
produtores de Matica. 
 Material de controlo fitossanitário - insecticida (Actellic). 
 Material para medição – duas Balanças uma analítica, com0,0001 de precisão, e outra 
de Escala de 200kg e medidor de humidade de grão de cereais e leguminosas que 
regista o teor de humidade no intervalo de 0.5-20%. 
Para o enchimento das estruturas de armazenamento de grãos de milho e feijão nhemba foi feito 
manualmente, onde primeiramente fez-se o peso inicial usando a balança de escala 200kg e 
medição de humidade usando medidor de humidade relativa dos grãos de milho e feijão nhemba. 
Foram definidos doze tratamentos sendo seis tratamentos para cultura de milho onde: (1) PST 
1000L sem actellic, (2) PST 1000L com actellic, (3) SGB com actellic, (4) SGB sem actellic, (5) 
ráfia com actellic, (6) ráfia sem actellic, e seis tratamento para a cultura de feijão nhemba, onde: 
(1) PST 210L sem actellic, (2) PST 210L com actellic, (3) SGB com actellic, (4) SGB sem 
actellic, (5) ráfia com actellic, (6) ráfia sem actellic. Conforme mostra as tabelas 1 e 2. Com 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 15 
 
tudo, os tratamentos com actellic usou-se uma dose de 50g do pesticida em cada 100 kg dos 
grãos, conforme as indicações do rótulo do produto. 
Tabela 1. Tratamentos e respectiva quantidade de grão de milho usado 
Tratamentos Número de repetições Quantidade do grão(kg) 
PST*1000l+grão 1 500 
PST*1000l+grão + actellic 1 500 
SGB**+grão 3 150 
SGB**+grão +actellic 3 150 
Rafia+grão 3 150 
Rafia+grão + actellic 3 150 
*Silo Tanque de Polietileno; **Super Grain Bags IV-R 70X130 cm 
Tabela 2. Tratamentos e respectiva quantidade de feijão nhemba usada 
Tratamentos Número de repetições Quantidade do grão(kg) 
PST*210+grão 2 100 
PST*210+grão + actellic 2 100 
SGB**+grão 3 60 
SGB**+grão +actellic 3 60 
Rafia+grão 3 60 
Rafia+grão + actellic 3 60 
 
3.4. Amostragem e avaliação das variáveis em estudo 
3.4.1. Densidade de insectos vivos 
A densidade de infestação foi determinada por meio da contagem de insectos vivos nos 
tratamentos de milho e feijão numa amostra de 1 kg de grão de milho e 0.5kg de grão de feijão 
nhemba. A identificação das espécies foi feita nos laboratórios do Instituto Superior Politécnico 
de Manica (ISPM) com o auxílio de uma lupa estereoscópica, manual de etimologia e de 
imagens obtidas na internet para efeitos de comparação ou confirmação das espécies. Calculou-
se a densidade para cada espécie de insectos identificado. 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 16 
 
A densidade de insectos vivos foi determinada segundo a equação de autor (Martinez et; al, 
2000). 
DI =
n
m
 (1) 
Onde: 
DI= Densidade de infestação (insectos/kg) 
n= Número de insectos vivos 
m= Peso de grão (kg) 
3.4.2.Nível de infestação (%) 
O nível de infestação é a quantidade de grãos furados pelos insectos contidos na amostra. Para a 
determinação do nível de infestação usou-se uma amostra de 100 sementes, tirada três vezes em 
cada repetição, e separou-se o grão danificado e não danificado e de seguida fez-se a contagem 
do grão em cada uma das duas categorias. O nível de infestação foi calculado usando-se com a 
fórmula de autores Adams e Schulten (1978): 
NI =
NGF
NTG
x100 (2) 
Onde: 
NI - Nível de infestação (%) 
NGF - Número de grãos furados 
NTG - Número total de grãos da amostra 
3.4.3. Percentagem de perda de peso 
Para a determinação da percentagem de perda de peso também foi usada uma amostra de 100 
grãos, repetida três vezes, em cada repetição. As amostras foram pesadas e o peso foi comparado 
com o peso do grão no início do experimento. Para este parâmetro foi usada a expressão 
seguinte: 
(𝑃𝑃𝑃 = (𝑚𝑖 − 𝑚𝑓) /mi (3) 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 17 
 
Onde: 
PPP=> percentagem de perda de peso; 
mi => peso inicial; 
mf => peso final 
3.4.4.Número de insectos Mortos 
Para quantificar insectos mortos de todas espécies usou-se método de observação a olho nú e 
uma contagem dos mesmos, em todas amostras tiradas em cada tratamento de grãos de milho e 
feijão. Este processo fez-se mensalmente durante seis meses. 
3.4.5. Teor de humidade (T.H) 
Neste parâmetro não se médio a evaporação de ` água dos grãos, usou-se medidor de humidade 
que mede os grãos de cereais e leguminosas com intervalo de 0.5-20% e em cada amostra fez-se 
três medições em todas repetições. Esta actividade foi realizada mensalmente no laboratório de 
semente do Instituto Superior Politécnico de Manica (ISPM). 
3.4.6. Poder germinativo 
Para a determinação do poder germinativo foram analisadas 200 sementes de grão (milho e feijão 
nhemba) por cada amostra, distribuídas em oito repetições de 25 sementes usando o método de 
papel de filtro. Para a realização do teste, dois papéis foram colocados na base das Bandejas e 
foram humedecidos com água destilada. As bandejas contendo o grão foram acondicionadas à 
temperatura ambiente. Para a obtenção dos resultados realizaram-se duas contagens, a primeira 
no 4o dia, contando apenas as plântulas com estruturas desenvolvidas e que permitissem a sua 
separação em plantas normais e anormais e, a segundacontagem, feita no 7o dia, separando 
também as plântulas em normais e anormais e as sementes remanescentes em sementes não 
germinadas. 
Os resultados foram expressos em percentagem de germinação usando-se a fórmula seguinte: 
P =
Y
Z
x100 (4) 
Onde: 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
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P- Percentagem de germinação; 
Y- Número de plantas normais; 
Z - Número total de sementes analisadas. 
 
3.5. Análise de dados 
 Todos os dados forão apresentados como média ± erro padrão (SE), para observar as possíveis 
diferenças entre os dados em cada tratamento através da Analise de Variância (ANOVA). Após a 
observação das diferenças significativas no ensaio, fez-se teste de Tuckey ao nível de 5%. E a 
análises de dados usou-se pacote estatístico, statistix 8,0 onde fez – se a comparação entre 
tratamentos para cada variável e para cada cultura, também usou-se programas tais como 
Microsoft (Word e Excel). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
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CAPITULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO 
4.1. Resultados de Milho 
4.1.1. Densidade de insectos vivos 
Os resultados da densidade de insectos vivos encontrados em diferentes estruturas de 
armazenamento do milho por tempo de duração do ensaio são apresentados na figura 8. 
Nela, pode se ver que os grãos de milho armazenados em estruturas de RS/A sofre maior ataque 
de insectos pois encontrou-se valores mais altos comparativamente a outras estruturas, tendo 
iniciado com 4 insectos/kg de milho, mas aumentou até chegar a uma densidade de infestação de 
203.70 insectos por quilograma de cereal aos 30 a 180 dias. 
Por outro lado notou-se que o grão armazenado na estrutura PSTS/A embora não tendo a mesma 
tendência com RS/A sofreu ataques de insectos vivos que variaram desde aos 30 dias, 90 dias 
e180 dias de armazenamento onde obteve-se 4, 52 e 63.7 insectos/kg de este cereal 
respectivamente. 
No entanto, nenhum insecto vivo foi verificado nos tratamentos com a aplicação do insecticida e 
SGBS/A depois de 60 dias. Este facto deve-se ao efeito do próprio insecticida, ao passo que para 
SGBS/A deve-se pela falta de oxigénio dentro do recipiente, uma vez a estrutura fechada não 
permite a interferência do ar com o meio ambiente, mostrando assim uma vantagem para 
armazenamento consequentemente os insectos morrem devido ao dióxido de carbono que os 
grãos libertam. 
Nela ainda pode se ver que há diferenças significativas entre alguns tratamentos, sendo que a 
estrutura RS/A e o PS/A diferiram estatisticamente entre si e com os restantes tratamentos 
(Anexo 1). 
Num estudo similar de armazenamento hermético de milho seco são amplamente utilizados em 
Ruanda, Gana e Filipinas para armazenar tanto o milho em grão e sem vagem, normalmente em 
capacidades que variam de 50 a 150 toneladas (Minagri, 2006), onde foram obtidos melhores 
resultados de preservação de qualidade para o milho quando armazenada em SGB. 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
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As grandes unidades de armazenamentos herméticos flexíveis são geralmente utilizadas a nível 
da aldeia, mas Também como reservas estratégicas para prevenir a fome a nível distrital 
(Navarro et., al. 2006). 
 
Figura 8. Densidade de insectos vivos 
4.1.2. Densidade de insectos por espécie 
As espécies de insectos identificadas durante o armazenamento foram: Sitotroga cerealella 
(Olivier), Sitophilus sp, e Tribolium castaneum (Herbst). As maiores densidades de infestação 
determinada como o número de indivíduos encontrados na estrutura de armazenamento num 
certo período de tempo destas espécies foram verificadas no sexto mês de armazenamento, onde, 
Sitophilus spp.foi a espécie mais predominante em todas estruturas, entretanto algumas estruturas 
de armazenamento como RC/A, PSTC/A, SGBC/A e SGBS/A apesar de terem insectos 
inicialmente, não se verificou mais insectos principalmente a partir do terceiro mês até no final 
do período de estudo, factor este, mostrou vantagens comparativas de estruturas com aplicação e 
a SGBS/A, que pode facilitar a adopção da mesma ao passo que para as estruturas RS/A e 
PSTS/A, mostraram valores mais altos de densidade de infestação podendo chegar cerca de 188 
e 58 indivíduos/kg de grãos de milho respectivamente. Como mostra a (tabela3) 
A diferença da densidade de infestação entre as estruturas indica uma eficiência nos métodos 
herméticos no controlo de insectos mantendo as densidades de infestação muito baixas, 
conforme atesta a Tabela 3. De acordo com Rodriguez et al. (2008) e Ben et al. (2006), o 
processo respiratório dos agentes bióticos da massa de grão, armazenado na estrutura SGB, 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 21 
 
promove a redução na concentração de oxigénio e aumenta a concentração de dióxido de 
carbono, constituindo uma atmosfera bio-modificada onde a capacidade de reprodução e/ou 
desenvolvimento dos insectos é suprimida e a actividade metabólica dos grãos é reduzida, 
favorecendo a manutenção da qualidade do produto durante o seu armazenamento, entretanto os 
resultados obtidos no presente estudo são similares aos obtidos por (Rodriguez et al., 2008), não 
registou infestação por insectos em grãos de milho e trigo armazenados na estrutura SGB, por 
um período de 150 dias na Argentina, devido a toxicidade de dióxido de carbono. 
Tabela 3. Densidade de insectos por espécie no milho 
 Meses 
 
 
Métodos Nome da espécie Inicio Set Out Nov Dez Jan Fev 
PST C/A Sitophilus spp. 4 0 0 2 1 0 0 
 Sitotroga cerealela 0 0 0 0 0 0 0 
 Tribolium spp. 0 0 0 0 0 0 0 
PST S/A Sitophilus spp. 4 2 0 44 47 56 58 
 Sitotroga cerealela 0 0 0 6 0 4.5 5 
 Tribolium spp. 0 0 0 2 0 1 0.7 
SGB C/A Sitophilus spp. 4 1.3 0 0 0 0 0 
 Sitotroga cerealela 0 0 0 0 0 0 0 
 Tribolium spp. 0 0 0 0 0 0 0 
SGB S/A Sitophilus spp. 4 0 0 0 0 0 0 
 Sitotroga cerealela 0 0 0 0 0 0 0 
 Tribolium spp. 0 0 0 0 0 0 0 
RAFIA C/A Sitophilus spp. 4 0 0 0 0 0 2 
 Sitotroga cerealela 0 0 0 0 0 0 0 
 Tribolium spp. 0 0 0 0 0 0 0 
RAFIA S/A Sitophilus spp. 4 12.7 7 31 56 181.5 188 
 Sitotroga cerealela 0 0 1 2 7 8.2 10 
 Tribolium spp. 0 0 0 1 2.3 3 5.7 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
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4.1.3. Nível de Infestação 
Os resultados de nível de infestação encontrados em diferentes estruturas de armazenamento de 
milho são apresentados na (figura 9). Nele, pode se ver que a estrutura RS/A apresentou nível 
infestação mais alto a partir de 90 dias podendo variar de 35% até chegar aos 100% de nível de 
infestação em 180 dias, devido a facilidade de circulação de ar com o meio ambiente, 
favorecendo assim a sobrevivência de insectos, seguido pelo PSTS/A que mostrou níveis de 
infestação 35 a partir de 120 dias, podendo atingir 40% de nível de infestação aos 150 dias, 
contudo houve uma descida brusca até 20% de nível de infestação aos 180 dias namesma 
estrutura. 
 Por outro lado foi verificado que no caso das restantes estruturas com aplicação de actellic e 
SGBS/A não apresentou nível de infestação significativo. Anexo 2. Assim, justifica-se o facto de 
estrutura RS/A apresentar maior nível de infestação comparativamente com as restantes 
estruturas, uma vez que a densidade de infestação verificada na RS/A também foi relativamente 
maior. Segundo et al. (1997), quanto maior é o nível de infestação dos grãos, maior é a 
susceptibilidade do produto à deterioração qualitativa e, consequentemente, maior é a redução do 
seu valor comercial. 
Gottardi e Dionello (2010), não verificaram diferenças significativas entre os métodos de 
armazenamento hermético e tradicional na incidência do A. flavusdurante seis meses de 
armazenamento de soja. 
 
Figura 9. Nível de infestação no milho 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
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4.1.4. Número de insectos mortos 
Os resultados de número de insectos mortos obtidos em diferentes estruturas de armazenamento 
de milho são apresentados na figura 10. Nela pode-se verificar que a estrutura PSTC/A aos 90 
dias mostrou valores altos de insectos mortos podendo até atingir 119 insectos mortos/kg e 
depois houve uma redução brusca dos mesmos de 39 insectos/kg para 30 insectos/kg, aos 150 
dias até 180 dias respectivamente. Pois as estruturas PSTC/A e RC/A mostraram tendências de 
aumento de número de insectos mortos ,ao passar do tempo onde a estrutura RC/A atingiu 129 
insectos mortos/kg e a PSTC/A com 124 insectos mortos/kg aos 180 dias respectivamente, 
seguida da estrutura RS/A que atingiu 60% de insectos mortos aos 150 dias, todavia notou-se que 
as estruturas SGBC/A e SGBS/A não tiveram maiores números de insectos mortos até no final 
do período de estudo (180 dias), (Anexo 3). 
Resultados estes vão de acordo com os estudos feitos por (Faroni et. al., 2002), Moreno et al. 
(2000) e Quezada et al. (2006) após a realização de estudos de análise do período de 
concentração de oxigénio em diferentes métodos de armazenamento cereais e leguminosas, 
demonstraram que os insectos, seguidos por fungos e grãos (nessa ordem), são os principais 
consumidores de oxigénio durante o armazenamento hermético, até que o oxigénio atmosférico 
não possa mais suportar a respiração aeróbia destes organismos devido o aumento na 
concentração de CO2 e uma redução nas concentrações de O2 nos mesmos métodos no 
armazenamento ou em atmosfera controlada, ou até mesmo em atmosfera modificada 
verificaram baixas concentrações de oxigénio e elevadas concentrações de CO2 e esta condição 
impediram o desenvolvimento de pragas, causando, em pouco tempo, a morte de toda a 
população de insectos nas inversas fases evolutivas. 
 
 
Figura 10. Número de insectos mortos no milho 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
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4.1.5. Percentagem de perda de peso (P.P.P) 
Obtidos os resultados desta variável de (P.P.P) de diferentes estruturas de armazenamento de 
grão de milho, foram demonstrados na figura 11. Podendo se notar que as estruturas RS/A e 
PST/A tiveram uma tendência 7.9% de perda de peso/kg de cereal a partir de 90 dias depois de 
armazenamento comparativamente com as outras estruturas, porém a estrutura RS/A que 
aumentou a sua percentagem de perda de peso até 29.9% /kg de milho aos 180 dias. De acordo 
com Gwinner et al. (1997), este factor deve-se através do ataque de Sitophilus spp, poque 
segundo mesmo autor,todos os insectos que infestam e se desenvolvem no grão, consomem todo 
ou parte deste. Espécies infestando internamente, como o Sitophilus spp.,R.dominica e S. 
cerealella, alimentam-se largamente do endosperma, resultando em um grão com variável 
percentagem de perda de peso . Contudo a pesar deste facto em relação a análises estatísticos não 
mostraram diferenças significativas para todas estruturas usadas para armazenamento de grãos 
no período de seis meses. (Anexo 4). 
Os resultados obtidos neste estudo vão de acordo com os de (Sábio et al. 2004), citados por 
(Nguenha, 2013) os quais, averiguaram menor percentagem de perda de peso (1.33%) em grãos 
de arroz armazenados hermeticamente em relação aos armazenados em métodos tradicionais 
(4.82%) durante seis Meses. 
Todavia, quando os grãos são acondicionados adequadamente, segundo Villers et al. (2008), a 
perda de peso causada pelos insectos é insignificante, o que se verifica nos métodos herméticos. 
. 
Figura 11. Percentagem de perda de peso de milho 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
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4.1.6. Teor de humidade 
Os resultados de humidade relativa obtidos em diferentes estruturas de armazenamento de milho 
são apresentados na figura12. Onde mostram que o teor de humidade inicial de grão de milho 
armazenado em diferentes estruturas era de 12.2%, nela pode-se ver que a estrutura RS/A teve 
uma tendência de variação da percentagem de teor de humidade de grão podendo chegar ate 
13.1% aos 180 dias, seguido da estrutura PSTS/A que teve uma variação de 12,2% no inicio, e 
12.9% aos 180 dias de armazenamento de grão de milho. Entretanto embora com essas pequenas 
variações não apresentaram diferenças significativas estatisticamente entre si desde o tempo 
inicial até no fim do período de estudo (180 dias) em todas as estruturas. (Anexo 5). 
De acordo com os estudos semelhantes feitos por (Rupollo et al., 2004) em diversos Países sobre 
avaliação de qualidade dos grãos de trigo e milho, armazenados no sistema hermético, usando 
recipientes recicláveis, não houve variação de humidade devido a não ocorrência de trocas com o 
ambiente, permitindo a estabilidade da humidade dos grãos. Segundo Radunz (2006), durante o 
armazenamento o teor de humidade dos grãos pode variar, isto é, aumentar ou diminuir, as vezes 
manter. 
Hayma (2005), cada produto possui um equilíbrio característico entre a humidade nele presente e 
o vapor de água contido no ar que o rodeia, conhecido como equilíbrio higroscópico. 
Os estudos feitos pelo (Nasar-Abbas et al. 2008a), que pesquisaram efeitos do armazenamento 
com atmosfera modificada sobre a cor de fava (Vicia faba L.) com 12% de humidade a 30°C e 
protegido da luz. Os pesquisadores constataram que o armazenamento em atmosfera modificada 
com nitrogénio foi o melhor sistema para a preservação da cor, comparado à atmosfera com 
dióxido de carbono, oxigénio e etileno. 
 
Figura 12. Humidade relativa de milho 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
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4.1.7. Poder Germinativo 
Os resultados de poder germinativo de grãos de milho armazenados em diferentes estruturas, 
foram apresentadas na figura 13, onde observa-se que aos 30 dias todas as estruturas 
apresentaram a mesma percentagem de 87,1%, mas passando 90 dias algumas estruturas 
mostraram uma variação percentual de poder germinativo, sendo a estrutura RS/A que mostrou 
percentagem mais baixa, podendo até chegar 10% de poder germinativo/kg dos grão de milho 
armazenados aos 180 dias, seguida da estrutura PSTS/A que aos 180 dias verificou-se um nível 
baixo de 63,3% de poder germinativo/kg. Mediante outro lado as estruturas RC/A, PC/A e 
SGBS/A demonstram poucas variações de percentagem de poder germinativoate aos 180 dias 
que foi 88.3%,86.% e 86.6% respectivamente. 
Mas a estrutura SGBC/A mostrou uma tendência de subida de percentagem de poder 
germinativo tendo atingido 93.3%/kg de grãos armazenados aos 180 dias. Segundo Rupollho, 
(2004), citado por Nguenha, (2012) as normas e padrões de produção de sementes para a África 
Austral estabelecem germinação mínima de 80%, portanto, para além da estrutura RS/A 
verificada para os métodos herméticos mantiveram o poder germinativo acima do mínimo 
estabelecido. 
Segundo Freitas (2009), o decréscimo no poder germinativo influência directamente o número 
inicial de plantas no campo, reflectindo-se no rendimento da cultura. Porém os s resultados do 
presente estudo estão de acordo com os obtidos por Sábio et al. (2004), onde verificou-se no 
armazenamento tradicional uma redução do poder germinativo na ordem dos 16.49% (de 92.87 a 
76.38%) após seis meses de armazenamento de arroz, enquanto, no método hermético a redução 
foi apenas de 2.86% no mesmo período. Rickman e Aquino (2004), avaliando a qualidade da 
semente de arroz armazenada em método hermético e tradicional, verificaram que após seis 
meses de armazenamento o poder germinativo foi de 90% e 51% no método hermético e 
tradicional, respectivamente. 
A germinação é um parâmetro que pode ser utilizado na avaliação da qualidade de grãos 
armazenados, pois a diminuição no valor deste indicador sugere deficiências no processo 
conservativo (Freitas, 2009). De acordo com Freitas et al. (2011), os grãos que apresentam alta 
viabilidade germinativa durante o armazenamento são também os que retêm os demais 
parâmetros considerados importantes na comercialização e na qualidade tecnológica. 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
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O maior desempenho dos métodos herméticos na preservação do poder germinativo justifica-se 
pelo facto de não permitirem trocas com o meio ambiente controlando eficazmente a densidade 
de insectos que poderiam influenciar na redução significativa do poder germinativo do grão 
(Weber, 2001). 
No armazenamento de ráfia sem actellic verificou-se uma maior incidência de insectos, o que 
explica o menor desempenho na preservação do poder germinativo. De acordo com (Faroni et al. 
2007), os insectos praticamente se alimentam do endosperma na fase inicial e, depois, do germe, 
o que causa considerável perda de peso e do poder germinativo. Algumas espécies destroem 
somente causando pequena perda de peso, mas grande efeito na capacidade germinativa. 
 
 
Figura 13. Percentagem de poder germinativo de milho. 
 
4.2. Resultados de Feijão Nhemba 
4.2.1. Densidade de insectos vivos 
Os resultados da densidade de insectos vivos encontrados nas diferentes estruturas de 
armazenamento de grão de feijão nhemba foram apresentadas na figura14, onde a estrutura RS/A 
mostrou a intensidade de insectos vivos depois de 30 dias com 1.3 insectos vivos/kg de feijão 
nhemba, e aos 60 até 90 dias não houve nenhum insecto vivo, mas a partir dos 120 dias 
verificou-se a densidade de 4 insectos vivos/kg de feijão nhemba tendo aumentado até 12.3 
insectos vivos/kg de feijão nhemba aos 180 dias, diferentemente da estrutura PSTS/A que 
começou com uma densidade de 4 insectos vivos/kg aos 90 dias e decresceu para 2.7 insectos 
vivos/kg de feijão nhemba aos 180 dias. 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 28 
 
 Por tanto as estruturas com aplicação de insecticida e a SGBS/A não mostraram nenhum insecto 
vivo, embora terem apresentado 4 insectos/kg de feijão nhemba em todas estruturas no inicio de 
estudo, assim como estatisticamente não mostraram diferenças significativas. (Anexo 6). 
 Esses resultados estão de acordo com os estudos de Nasar et al. (2008a), que pesquisaram 
efeitos do armazenamento de feijão fava (Vicia faba L.) e feijão comum (Phaseolus vulgaris L.), 
usando garrafas metálicas, plásticas e sacos SGB durante seis meses. Os pesquisadores 
constataram que o armazenamento em SGB foi o melhor sistema para a preservação da qualidade 
dos grãos do feijão e não tiveram nenhum insecto vivo. Brackmann et al. (2002) verificaram que 
o armazenamento em métodos herméticos preservou a cor do tegumento dos grãos de feijão 
comum (Phaseolus vulgaris L). 
Segundo (Faroni, 2006) estudos feito em Argentina usando sistemas fechado com objectivos de 
preservar cacau durante 12 meses descreve que os dados foram apresentados para o controle de 
insectos e para a preservação de café e de cacau armazenados empregando uma nova abordagem 
através da utilização de atmosferas modificadas como uma alternativa. As taxas de respiração de 
sementes de cacau no equilíbrio humidade relativa de 73% a 26ºC em recipientes 
hermeticamente fechados empobrecido a concentração de oxigénio para <1% e aumentou o 
concentração de dióxido de carbono a 23%, em seis dias. A estrutura flexível hermeticamente 
fechado contendo 6,7 toneladas de sementes de cacau foi monitorada para os parâmetros de 
concentração de oxigénio e de qualidade do feijão (Navarro et, al., 2007) as medições mostraram 
uma diminuição na concentração de oxigénio para 0,3% após 5,5 dias sem insectos. 
 
Figura 14. Densidade de insectos vivos de feijão nhemba/kg) 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
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4.2.2. Nível de infestação (%) 
Os resultados de nível de infestação encontrados em diferentes estruturas de armazenamento de 
feijão nhemba são apresentados na figura14. Nele pode se ver que para todas estruturas desde aos 
30 dias até 90 dias não mostraram tendências de variação de nível de infestação, mas de 120 aos 
180 dias algumas estruturas como PSTS/A, SGBS/A e RS/A mostraram uma pequena variação 
de nível de infestação podendo até chegar 14.7%, 18% e 12,7% respectivamente. Sendo que a 
RS/A com maior nível de infestação devido as características da própria estrutura, uma delas é a 
completa exposição a variação dos factores do meio ambiente como a circulação do ar dentro da 
estrutura que facilita a sobrevivência e desenvolvimento dos insectos. 
No entanto as restantes estruturas com mesmas não mostraram estatisticamente diferenças 
significativas entre si, (Anexo7). Para Hoseney et al. (1991), quanto maior é o nível de 
infestação dos grãos, maior é a susceptibilidade do produto à deterioração qualitativa e, 
consequentemente, maior é a redução do seu valor comercial. Mas estudos desenvolvidos por 
Villers et al., (2008) no armazenamento de grãos de feijão nhemba usando estruturas herméticas 
e armazenamento tradicional num período de seis meses em Tanzânia e Ghana mostraram 
diferenças significativas de nível de infestação. 
 
 
 
Figura 15. Nível de infestação no feijão nhemba 
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) 
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. 
 
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 30 
 
4.2.3. Número de insectos mortos (kg) 
Os resultados de número de insectos mortos obtidos em diferentes estruturas de armazenamento 
de milho são apresentados na figura15. Todavia verifica-se que as estruturas PSTS/A, SGBS/A e 
RS/A tiveram altos valores de insectos mortos colhidos nos grão de feijão nhemba armazenado 
podendo chegar 125.7; 142.3 e 133.7 insectos mortos/kg aos 180 dias. Porém as estruturas com 
aplicação de actellic não mostraram diferenças

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