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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE MANICA DIVISÃO DA AGRICULTURA CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA OPÇÃO AGRO-NEGÓCIOS Avaliação da Eficácia de Diferentes Estruturas de Armazenamento na Preservação da Qualidade do Grão de Milho (Zea mays L.) e Feijão Nhemba (Vigna unguiculata WALP) na Época Quente. Autor: Cipriano Afiado Supervisor: EngoDovel Branquinho Ernesto, MSc Co-supervisor: Engo Rafael Nguenha Matsinho, Maio, 2016 Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página ii Avaliação de Diferentes Estruturas de Armazenamento na Preservação da Qualidade dos Grãos de Milho (zea mays l.) E Feijão Nhemba (Vigna Unguiculata Walp) na Época Quente Autor: Cipriano Afiado E-mail: ciprianon.afiado@gmail.com Celular: +258843969476 Projecto de Licenciatura apresentado ao Instituto Superior Politécnico de Manica, como requisito parcial para obtenção de Grau de Licenciatura em Engenharia Agrícola, opção Agro-Negócios. Matsinho, Maio de 2016 mailto:ciprianon.afiado@gmail.com Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página iii RESUMO O milho e feijão nhemba são grão mais importante para os países em desenvolvimento e constitui alimentação básica para mais que a metade da população mundial principalmente para famílias de baixa renda. Em Moçambique as perdas destes grãos atingem 30 a 40%e, cerca de 15 % destas perdas são devido as más condições de armazenamento por falta de conhecimento de estruturas que pode manter a qualidade dos grãos. Com o objectivo de contribuir para a redução destas perdas, o presente trabalho avaliou as diferentes estruturas de armazenamento hermético na preservação da qualidade de grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba com casca. Foi realizado um ensaio no período de 11 de Setembro de 2015 à 11 de Fevereiro de 2016, na Estação Agrária de Sussundenga, usando estruturas herméticas (SGB, PST) e sacos de ráfia Foram analisados no grão de milho e feijão nhemba, poder de germinação, teor de humidade, densidade e nível de infestação, número de insectos mortos, espécies de insectos e percentagem de perda de peso . Para a análise dos dados foi feita a comparação múltipla de médias pelo teste de Tukey (5%). A estrutura de armazenamento RS/A apresentou densidade de infestação, percentagem de perda de peso e nível de infestação significativamente elevados quando comparado com estruturas herméticos, mostrando assim sua má preservação da qualidade dos grãos. Não houve diferenças significativas entre as estruturas herméticos com aplicação de actellic e SGBS/A Na estrutura de armazenamento RS/A, verificou-se uma redução significativa do poder germinativo para valores abaixo do mínimo estabelecido em Moçambique (80%), enquanto, nos herméticos estes mantiveram-se dentro dos parâmetros aceitáveis. Estas estruturas de armazenamento não apresentaram diferenças significativas quanto ao seu efeito sobre o teor de humidade dos grãos e percentagem de perda de peso. Os insectos identificados nos grãos do milho foram, em ordem decrescente de densidade: Sitophilus spp. Tribolium castaneum, Sitotroga cerealella, e no feijão nhemba foi verificada uma espécie de insectos: Acanthoscelides obtectus (Coleóptera:Bruchidae) – caruncho do feijão Os métodos herméticos mostraram melhor desempenho no controlo de todas as espécies de insectos identificadas Palavras-chave: Grãos de milho e de feijão nhemba, estruturas, armazenamento, poder germinativo, qualidade Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página iv DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha mãe, Florinda Andrade a intercediam heroína da minha vida. Ao meu pai, Afiado Nassico por ter sido o meu termo regularizador. Ao meu irmão mais velho Timóteo Agostinho Nassico pelo apoio e amor incondicional, e finalmente aos meus irmãozinhos Benjamim, Difico, Mateus, Amos, Flora, Natália, Adolfo e Sara, que sempre estiveram ao meu lado. Ao meu grande amigo e irmão de todos os momentos Erginio Alberto Romão pelo incentivo e carinho. Ao meu tio Silva Nopeia que tanto me mostrou o caminho e me encorajou a insistir com a batalha académica. Aos meus irmãos na fé em Cristo, que por mim em oração. De uma forma geral para todos que directa ou indirectamente contribuíram para que terminasse com sucesso mais esta etapa da minha formação académica, que não foi nada fácil por conta das dificuldades enfrentadas. O meu muito obrigado por terem me apoiado e ter estado do meu lado. Que Deus continue abençoando a todos Obrigado! Continuemos confiando em Deus mesmo sem perceber o que ele faz, pois o que é impossível para os seres humanos é possível para Deus! Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página v AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradecer a Deus, que sempre esteve presente em tudo quanto fiz. Obrigado por me dar Fé, paz, saúde e orientar-me em todos momentos da minha vida mesmo quando não soube ouvi-lo. Agradecer ao Doutor Rafael Massinga (ISPM), que facilitou a minha integração e as dos meus outros colegas bolseiros na atribuição de bolsa em coordenação com a incubadora da farma como oportunidade única de poder fazer o ensino superior. O meu muitíssimo abrigado. Ao Eng.º Albasini Caniço que sempre me submetia em pequenos projectos para me reforçar e suportar nesta batalha académica. Um especial agradecimento vai para meus supervisores: Eng.º Dovel Branquinho Ernesto (ISPM) e Eng.º Rafael José Nguenha (UEM) pela dedicação, adicionamento, respeito, ensinamentos, cooperação, apoio e amizade no decorrer do presente projecto de licenciatura, e que através do projecto APPSA/UEM me incluiu na investigação para esta tese. A todos colegas da turma 2012 de Engenharia agrícola, em especial Alquissone, Xavier, Veremos, Jamilo, Isaque, Edmundo, Márcia, Ivone, Amárcia, Regina, Salva, Cacilda, Celeste, e Ruthi pelo apoio prestado ao longo do curso, pelas alegrias e tristezas compartilhadas, pelos momentos inesquecíveis que passamos juntos. Ao Engo Manuel Temo (IIAM) pelo apoio incondicional que me deu, pelo transporte durante a colecta de dados no campo e pelo espaço no qual implantou-se o ensaio. Quero também estender o meu agradecimento a todos que dispensaram atenção e tempo para conclusão deste projecto, directa e indirectamente, Muito Obrigado! Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página vi DECLARAÇÃO DE HONRA Eu, Cipriano Afiado, declaro por minha honra que o presente trabalho foi por mim elaborado e que a informação nela contida é verdadeira, sendo parte desta obtida a partir de pesquisa experimental no campo e consultas bibliográficas. Este trabalho nunca foi apresentadoem nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico. Todas obras de outros autores, utilizadas neste trabalho foram devidamente citadas e listadas na lista de referências bibliográficas. Por ser verdade passo a assinar a presente declaração. Matsinho, Maio de 2016 -------------------------------------------------------------- (Cipriano Afiado) Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página vii Índice Pag. CAPITULO I: INTRODUÇÃO .......................................................................................................1 1.2 -Problema de Estudo e Justificação ........................................................................................2 1.3-Objectivos ..............................................................................................................................3 1.3.1- Objectivo Geral ............................................................................................................. 3 1.3.2- Objectivos Específicos .................................................................................................. 3 1.4. Hipóteses: ..............................................................................................................................4 CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...............................................................................5 2.1-Cultura de Milho ....................................................................................................................5 2.2-Cultura de Feijão Nhemba .....................................................................................................6 2.3. Armazenamento dos grãos ....................................................................................................7 2.3.1-Silos herméticos ............................................................................................................. 8 2.3.2-Sacos herméticos (Super Grain Bags) ............................................................................ 9 2.3.3-Pequenos Recipientes ................................................................................................... 10 2.4- Perdas no Armazenamento .................................................................................................10 2.5- Humidade relativa e Temperatura .......................................................................................11 2.6. Fungos .................................................................................................................................11 2.7- Pragas que atacam grãos de feijão nhemba e milho no armazém .......................................11 CAPITULO III. MATERIAIS E MÉTODOS ...............................................................................14 3.1- Descrição da área de estudo ................................................................................................14 3.2– Materiais e métodos ...........................................................................................................14 3.4. Amostragem e avaliação das variáveis em estudo ..............................................................15 3.4.1. Densidade de insectos vivos ........................................................................................ 15 3.4.2.Nível de infestação ....................................................................................................... 16 3.4.3. Percentagem de perda de peso ..................................................................................... 16 3.4.4.Número de insectos Mortos .......................................................................................... 17 3.4.5. Teor de humidade ........................................................................................................ 17 3.4.6. Poder germinativo........................................................................................................ 17 3.5. Análise de dados.................................................................................................................18 CAPITULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................19 4.1. Resultados de Milho ............................................................................................................19 Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página viii 4.1.1. Densidade de insectos vivos ...................................................................................... 19 4.1.2. Densidade de insectos por espécie ............................................................................... 20 4.1.3. Nível de Infestação ...................................................................................................... 22 4.1.4. Número de insectos mortos ......................................................................................... 23 4.1.5. Percentagem de perda de peso (P.P.P) ........................................................................ 24 4.1.6. Teor de humidade ........................................................................................................ 25 4.1.7. Poder Germinativo ....................................................................................................... 26 4.2. Resultados de Feijão Nhemba .............................................................................................27 4.2.1. Densidade de insectos vivos ........................................................................................ 27 4.2.2. Nível de infestação ...................................................................................................... 29 4.2.3. Número de insectos mortos ......................................................................................... 30 4.2.4. Percentagem de perda de peso (P.P.P) ........................................................................ 30 4.2.5. Humidade relativa ........................................................................................................ 31 4.2.6. Poder germinativo........................................................................................................ 32 CAPITULO V: CONCLUSOES ERECOMENDACOES.............................................................34 5.1. Conclusões ..........................................................................................................................34 5.2 Recomendações ....................................................................................................................35 CAPITULO VI: REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA ..................................................................36 CAPITULO VII: ANEXOS ...........................................................................................................42 Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página ix LISTA DE FIGURAS FIGURA 1. ANATOMIA DO GRÃO DE MILHO E SUAS PARTES. ............................................................. 5 FIGURA 2. ALGUMAS ESTRUTURAS HERMÉTICAS ............................................................................ 9 FIGURA 3. SACO HERMÉTICO. ..........................................................................................................9 FIGURA 4. PEQUENOS RECIPIENTES USADOS PARA ARMAZENAMENTO DE GRÃOS SECOS. ............... 10 FIGURA 5. S.ZEAMAYS (COLEÓPTERA: CURCULIONIDAE) ………………………………………20 FIGURA5.1.TRIBOLIUM CASTANEUM………………………………………………………... 12 FIGURA 6. SITOTROGA CEREALELLA. (LEPIDEPTERA: GELECHIIDAE………………………..…..23 FIGURA6.1- PLODIA INTERPUCTELLA ............................................................................................ 13 FIGURA 7. ACANTHOSCELIDES OBTECTUS (COLEÓPTERA:BRUCHIDAE) – CARUNCHO DO FEIJÃO. .. 13 FIGURA 8. DENSIDADE DE INSECTOS VIVOS .................................................................................... 20 FIGURA 9. NÍVEL DE INFESTAÇÃO NO MILHO .................................................................................. 22 FIGURA 10. NÚMERO DE INSECTOS MORTOS NO MILHO .................................................................. 23 FIGURA 11. PERCENTAGEM DE PERDA DE PESO DE MILHO .............................................................. 24 FIGURA 12. HUMIDADE RELATIVA DE MILHO ................................................................................. 25 FIGURA 13. PERCENTAGEM DE PODER GERMINATIVO DE MILHO. ................................................... 27 FIGURA 14. DENSIDADE DE INSECTOS VIVOS .................................................................................. 28 FIGURA 15. NÍVEL DE INFESTAÇÃO NO FEIJÃO NHEMBA ................................................................. 29 FIGURA 16. NÚMERO DE INSECTOS MORTO DE FEIJÃO NHEMBA ..................................................... 30 FIGURA 17. PERCENTAGEM DE PERDA DE PESO DE FEIJÃO NHEMBA ............................................... 31 FIGURA 18. TEOR DE HUMIDADE .................................................................................................... 32 FIGURA 19. PERCENTAGEM DE PODER GERMINATIVO..................................................................... 33 Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página x LISTA DE TABELAS TABELA 1. TRATAMENTOS E RESPECTIVA QUANTIDADE DE GRÃO DE MILHO USADO ...................... 15 TABELA 2. TRATAMENTOS E RESPECTIVA QUANTIDADE DE FEIJÃO NHEMBA USADA ...................... 15 TABELA 3. DENSIDADE DE INSECTOS POR ESPÉCIE NO MILHO ........................................................ 20 Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página xi LISTA DE ABREVIATURAS APPSA- Agricultural Productivity Programmer for Southern Africa EAS- Estacão Agrária de Sussundenga FAEF -Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal FAO - Food and Agriculture Organization ISPM - Instituto Superior Politécnico de Manica IIAM - Instituto de Investigação agrária de Moçambique MINAG- Ministério de Agricultura MINAGRI- Ministério de Agricultura do Ruanda MAE- Ministério da Administração Estatal OPV -Open Polinization Variety (Variedade de Polinização Aberta -VPA) PSTC/A -Silo Tanque Polietileno Com Actellic PSTS/A- Silo Tanque Polietileno Sem Actellic RS/A - Ráfia Sem Actellic RC/A -Ráfia Sem Actellic SGBS/A -Super Grain Bags Sem Actellic SGBC/A - Super Grain Bags Com Actellic UEM -Universidade Eduardo Mondlane Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 1 CAPITULO I: INTRODUÇÃO O milho é um dos cereais mais importante cultivado em todo mundo devidas as suas inúmeras aplicações na alimentação humana e de animais domésticos, bem como na indústria para a produção de rações, cola, amido, óleo, álcool, bebidas e outros produtos. Em Moçambique além da produção ser insuficiente e ocorrerem problemas com produtividade e comercialização, também há preocupações com as altas perdas quantitativas e qualitativas. Essas perdas podem ocorrer pela falta de estruturas de armazenamento específicas nas propriedades e/ou nos níveis intermediário e final, ou pelas deficiências técnicas e operacionais das instalações existentes. Na alimentação humana, o milho é consumido na forma “in natura”, como milho verde, nas formas de milho em conserva, canjica, óleo, amido em várias apresentações, ou farinhas para elaboração de pães, polenta e outros (Hoseney, 1991). Feijão nhemba é uma cultura mais consumida em Moçambique principalmente com a família de baixa renda, na forma vagem verde, folhas grãos verdes e grãos secos, e a planta também é usada para conservação de solos pobres de nutrientes. Os produtos agrícolas são organismos que continuam vivos depois de sua colheita, mantendo activos todos os seus processos biológicos vitais. Devido a isso e ao alto teor de água em sua composição química, eles são altamente perecíveis. Para aumentar o tempo de conservação e reduzir as perdas pós-colheita, é importante que se conheçam e se utilizem práticas adequadas de manuseio durante as fases de colheita, armazenamento, comercialização e consumo, (Alves et al., 2001). Após a colheita, a maior parte dos grãos dos cereais e leguminosas passam por uma série de etapas como secagem, armazenagem e, finalmente, processamento industrial. Muitas destas operações podem reduzir sua qualidade e comprometer a conservação. Em casos específicos para Moçambique esses grãos são armazenados em celeiros construídos com materiais locais, usando estacas, bambus, matopes, e sacos de ráfia. Entretanto embora com vantagens de facilidade de aquisição de material disponível em cada zona de produção, os grãos não apresentam qualidades desejadas pelos consumidores devido a ataques de insecto e fumo que podem prejudicar a saúde humana. Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 2 Os produtos agrícolas são organismos que continuam vivos depois de sua colheita, mantendo activos todos os seus processos biológicos vitais. Devido a isso e ao alto teor de água em sua composição química, eles são altamente perecíveis. Para aumentar o tempo de conservação e reduzir as perdas pós-colheita, é importante que se conheçam e se utilizem práticas adequadas de manuseio durante as fases de colheita, armazenamento, comercialização e consumo, (Alves et al., 2003), Entretanto o trabalho tem como objectivo avaliar as diferentes estruturas de armazenamento do sistema hermético na preservação da qualidade dos grãos de milho e feijão nhemba na época quente num período de seis (6) meses. 1.2 -Problema de Estudo e Justificação As perdas dos grãos, de feijão nhemba e de milho principalmente, para o pequeno agricultor significam menos alimento disponível para a família e baixo rendimento pela venda dos grãos, afectando negativamente a segurança alimentar da família. Muitas vezes os produtos produzidos pelos pequenos produtores não são exportados devido a sua qualidade como resultado da má conservação o que origina o menor valor comercial e pode até ser rejeitado pelo consumidor, para além de provocar problemas de intoxicação alimentar. Sendo assim, todos os esforços concentrados no aumento da produção podem não dar bons resultados, se não houver uma melhoria nas condições de armazenamento dos mesmos grãos de milho e de feijão nhemba. Em Moçambique, e particularmente no meio rural, grande parte dos grãos de milho e Feijão nhembaproduzidos pelo pequeno agricultor, que é guardado para o consumo da família ou para ser comercializado, é acondicionado em sacos de ráfia e armazenado em celeiros não melhorados. Nestas condições um meio de garantir um grão de qualidade é o uso de pesticidas durante o armazenamento. No entanto, a maior parte dos agricultores não tem recursos suficientes para adquirir tais insecticidas, optando por armazenar os grãos sem usar nenhum meio de protecção. De uma forma geral, os sacos de ráfia possuem características que não impedem a presença e estabelecimento de pragas e o crescimento de fungos, devido à interacção da temperatura e humidade entre o produto e o meio ambiente comprometendo a quantidade e qualidade dos grãos armazenados (Hayma, 2005). O uso de embalagens herméticas constitui uma alternativa ao uso de sacos de ráfia para o armazenamento dos grãos de milho e feijão nhemba. O armazenamento hermético mantém a Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 3 qualidade do grão e a viabilidade da semente uma vez que a humidade durante o armazenamento não se altera e, a alteração da atmosfera pelos organismos vivos reduz as perdas por insectos sem necessidade de usar pesticidas (Faroni et al., 2009). Um importante benefício económico decorrente do armazenamento seguro de grãos e de sementes é que os agricultores afectados por ameaças não serão pressionados a vender os seus produtos para responder às necessidades imediatas; isto incrementa a capacidade de negociação do pequeno agricultor, na medida em que ele pode optar por adiar a venda para negociar um melhor preço. Isso ajudará os agricultores a obter valor pelo seu produto e limitará o recurso a intermediário (Villers, et al, 2008). 1.3-Objectivos 1.3.1- Objectivo Geral Avaliar diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e de feijão nhemba (Vigna unguiculata Walp.) durante a época quente por um período de seis (6) meses. 1.3.2- Objectivos Específicos Determinar a densidade de infestação por insectos e o nível de infestação nos grãos de feijão nhemba e milho armazenados em diferentes estruturas. Determinar a percentagem de perda de peso dos grãos de milho e de feijão nhemba armazenados em diferentes estruturas Determinar o poder germinativo dos grãos de milho e de feijão nhemba armazenados em diferentes estruturas Determinar o teor de humidade dos grãos de milho e de feijão nhemba armazenado em diferentes estruturas Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 4 1.4. Hipóteses: H1: Existe diferença significativa do poder germinativo dos grãos de milho e de feijão nhemba armazenados em diferentes estruturas. Ho: Não existe diferença significativa do poder germinativo s grãos de milho e de feijão nhemba armazenados em diferentes estruturas. H1: Existe diferença significativa do teor de humidade dos grãos de feijão e de Milho armazenados em diferentes estruturas. Ho: Não existe diferença significativa do teor de humidade dos grãos de feijão e de Milho armazenados em diferentes estruturas. H1: Existe diferença significativa da densidade de insectos vivos e o nível de infestação dos grãos de feijão nhemba e de milho armazenados em diferentes estruturas. Ho: Não existe diferença significativa da densidade de insectos vivos e o nível de infestação dos grãos de feijão nhemba e de milho armazenados em diferentes estruturas. H1: Existe diferença significativa da percentagem de perda de peso dos grãos de feijão e de Milho armazenados em diferentes estruturas. Ho: Não Existe diferença significativa da percentagem de perda de peso dos grãos de feijão nhemba e de Milho armazenados em diferentes estruturas. Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 5 CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1-Cultura de Milho O milho (Zea mays L.),pertence à família Poaceae, compreendendo cerca de 600 géneros e mais de 8.000 espécies (Mangelsdorf, 1974 citado por Viegas, 1978). É uma das plantas cultivadas mais antigas do mundo, de acordo com estudos arqueológicos feitos permitem afirmar que o milho já existia em estado de domesticação, há cerca de 4.000 anos e teve sua origem no México, hemisfério norte das Américas (Filho & Almeida, 1987). O milho é um cereal de grande importância no mundo e é extensivamente utilizado como alimento humano, como matéria-prima para amido e etanol, e como ração animal, devido as suas qualidades nutricionais, contendo quase todos os aminoácidos conhecidos, com excepção da lisina e o triptofano (Faostat, 2005). Este cereal é largamente cultivado em diversas regiões do mundo, desde os climas tropicais, subtropicais e temperadas entre os paralelos 50oN a 40oS (Purseglove, 1992). Sinha et, al, (2007) o conhecimento das características físicas dos produtos agrícolas e dos seus princípios tem grande importância para a construção e operação de equipamentos de secagem e armazenamento. Os grãos do milho são, geralmente, amarelos ou brancos, podendo apresentar colorações variando desde o preto até o vermelho. O peso individual do grão varia em média, de 250 a 300mg e sua composição média em base seca é 72% de amido, 9,5% proteínas, 9% fibra (a maioria resíduo detergente neutro) e 4% de óleo. Conhecido botanicamente como uma cariopse, o grão de milho é formado por quatro principais estruturas físicas: endosperma, gérmen, pericarpo (casca) e ponta as quais diferem em composição química e também na organização dentro do grão, como mostra a figura 1: Figura 1. Anatomia do grão de milho e suas partes. Fonte: adaptado de Britânica (2006). Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 6 O milho é produzido em quase todos os continentes, sendo sua importância económica caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, que vão desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia, como a produção de filmes e embalagens biodegradáveis. Cerca de 70% da produção mundial de milho é destinada à alimentação animal, podendo este percentual chegar a 85%, em países desenvolvidos. Em termos gerais, apenas 15% de toda a produção mundial destina-se ao consumo humano, de forma directa ou indirecta (FAO, 2012). Mello (1991) cita que a produção mundial de milho encontra-se por volta de 473 milhões de toneladas. Desse total, 40% provém dos Estados Unidos, maior produtor do mercado. Os Estados Unidos produzem três vezes mais que a China, segundo maior produtor, e oito vezes mais que o Brasil, terceiro maior produtor. Esses três países contribuem com 61,5% da produção mundial de milho. Em 2011, este cereal foi colhido em 170 milhões de hectares em todo o mundo, resultando em 883 milhões de produção (FAOSTAT, 2014). Em Moçambique o milho é uma cultura com muita prioridade na produção dentre várias culturas existentes, mas devido a alta humidade relativa e elevado teor de amido de milho, este é muito susceptível para moldagem. A qualidade dos grãos tem-se tornado um aspecto muito importante, tanto para comercialização interna como para exportação. Segundo Sitoe (2005), em Moçambique existe uma diversidadede alimentos produzidos na agricultura, e destes o milho é a principal cultura alimentar para o sector familiar uma vez que ocupa cerca de 34,5% da área total cultivada e é alimento básico para maior parte da população, mas devido a falta de condições adequadas de conservação as pragas têm um bom percentual de participação, principalmente no grão conservado pelos pequenos produtores durante 90 ou 180 dias, havendo necessidade de melhorar a situação. 2.2-Cultura de Feijão Nhemba O feijão nhemba é uma planta herbácea, autógama, anual, cuja região de origem mais provável situa-se na parte oeste e central da África. É uma das leguminosas melhor adaptada, versátil e nutritiva entre as espécies cultivadas, sendo um importante alimento e componente essencial dos sistemas de produção nas regiões secas dos trópicos, cobrindo parte da África, Ásia, Estados Unidos, Oriente Médio e Américas Central e do Sul (SINGH e colaboradores., 2002). Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 7 A classificação botânica aceita para o feijão nhemba é que ele seja uma planta Dicotyledonea, da ordem Fabales, família Fabaceae, subfamília Faboideae, tribo Phaseoleae, subtribo Phaseolineae, género Vigna, subgénero Vigna, secção Catyang, espécie Vigna unguiculata (L.) Walp. e subespécie unguiculata (Verdcourt, 1970; Smartt, 1990; Padulosi, 1997). De acordo com Silva (2002), os grãos do feijão nhemba constituem uma importante fonte de alimento, com teor proteico variando de 20% a 30%, rico em aminoácidos essenciais como a lisina, contudo, pobre em metionina e cisteína, porém, com razoável quantidade de vitaminas hidrossolúveis. Além disso, contém fibras e proteínas com a capacidade de reverter a deposição de gordura no fígado e, desta forma, baixar o nível de colesterol no organismo (Azevedo, 2009). O grão do feijão nhemba pode ser consumido seco ou verde, ou ainda, ser introduzido na alimentação de crianças menores de cinco anos, na alimentação escolar através da farinha integral; sendo possível produzir-se, caldos; enriquecer com proteínas as massas alimentícias para a fabricação de pães, biscoitos, entre outros produtos (Silva, 2008). Além disso, é utilizado como forragem verde, feno, ensilagem, farinha para alimentação animal e, ainda, como adubação verde e protecção do solo (Santos, et al, 2006). As sementes, que podem ser lisas ou enrugadas, variam desde brancas, cremes ou amarelas até vermelhas, castanhas ou pretas e são caracterizadas por um hilo (o olho do feijão) bem demarcado, rodeado por uma orla escura. O feijão nhemba é reproduzido por meio de sementes e é maioritariamente autogâmico, embora haja referências a níveis de polinizações cruzadas até 2% (Faroni et, al, 2007). Dados da FAO sobre a produção mundial de feijão nhemba, no ano de 2007, indicam que a cultura atingiu 3,6 milhões de toneladas em 12,5 milhões de hectares. Produção essa alcançada em 36 países, destacando-se entre os maiores produtores a Nigéria, o Níger e o Brasil, os quais representam, respectivamente, 84,1 % da área e 70,9 % da produção mundial. 2.3. Armazenamento dos grãos Nos últimos anos, pode ser notado um crescimento considerável das exigências de qualidade dos produtos agrícolas. A escolha de um produto pelo consumidor está baseada, principalmente, nos Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 8 atributos visíveis e na presença e extensão de danos físicos, resultado da conjugação de diversos factores, dentre os quais a conservação tem um papel fundamental (Corrêa, ano citado por Borrem, 1998). O objectivo de armazenamento adequado de grãos é manter a sua duração, as qualidades biológicas, químicas e físicas, imediatamente após a colheita. A fase de armazenamento é a mais importante porque ocorrem perdas significativas dos produtos destinados à alimentação humana e animal (Villers, 2008). Para Alves et al., (2001) existem ainda no país muitos pontos que necessitam ser aprimorados afim de melhor atender às exigências dos mercados interno e externo, quanto à qualidade dos grãos, de forma que as práticas adoptadas para a colheita e o armazenamento sejam as mais adequadas, pois estas estão directamente ligadas ao nível de qualidade final dos grãos. Em Moçambique, e particularmente no meio rural, grande parte dos grãos de milho e Feijão nhemba produzidos pelo pequeno agricultor, que é guardado para o consumo da família ou para ser comercializado, é acondicionado em sacos de ráfia e armazenado em celeiros não melhorados. No entanto, o armazenamento adequado desses produtos é necessário, a fim de garantir o fornecimento constante durante o ano e também para fornecer a áreas distantes, visto que o consumo de grão de Milho e feijão nhemba é feito durante todo o ano e não tem um período limite, e também abrange todas regiões principalmente nas zonas rurais do País (Alves et al., (2001). 2.3.1-Silos herméticos Os silos herméticos podem manter os grãos livres de insectos e impedir o desenvolvimento de fungos. Podem armazenar grãos húmidos para a alimentação animal, desde que seja consumido logo após sua retirada do silo. O princípio básico do armazenamento hermético é o mesmo em relação aos grãos secos ou húmidos, e baseia-se no seguinte: redução da taxa de oxigénio a um nível que causa a morte ou deixa inactivos os insectos e fungos, antes que esses organismos nocivos proliferem a ponto de prejudicar o produto. Em decorrência do processo respiratório dos grãos e daqueles organismos, há uma redução de oxigénio do ar confinado (FAO, 2012). Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 9 A respiração dos grãos secos é baixa. Entretanto quando infestados por insectos, rapidamente consomem o oxigénio disponível e ficam asfixiados. A taxa de redução de oxigénio e do aumento de gás carbónico é determinada pelo grau de infestação de insectos e da temperatura (Navarro, 2007). A figura 2 mostra os modelos dos silos usados neste estudo. Figura 2. Algumas Estruturas Herméticas, (Afiado, 2016) 2.3.2-Sacos herméticos (Super Grain Bags) Os sacos herméticos são um desenvolvimento relativamente novo. Trata-se de sacos hermeticamente selados de vários tamanhos (50kg – 1tonelada) que oferecem uma alternativa interessante ao armazenamento tradicional. Os sacos herméticos funcionam com base no princípio de que o grão liberta dióxido de carbono que rapidamente substitui o oxigénio existente no recipiente selado. Uma vez esgotado o oxigénio, as pragas morrem e os fungos não podem propagar-se. Para estas unidades seladas funcionarem devidamente elas precisam de ser cheias completa e rapidamente e abertas apenas quando todo o conteúdo tiver de ser utilizado. O saco hermético é muito adequado para o armazenamento de sementes, visto que pode ser selado hermeticamente e isso garante a manutenção de uma condição estável propícia para o armazenamento (FAO, 2009). Figura 3. Saco Hermético (Afiado, 2016). Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 10 2.3.3-Pequenos Recipientes Jarros ou latos hermeticamente fechados podem ser utilizados para armazenar semente devidamente seca. Esses recipientes são viáveis para armazenarsementes de hortícolas ou de outras culturas que requerem pequenas quantidades de sementes. As garrafas ou latas de produtos vulgares dos agregados familiares adquiridos nas lojas locais podem ser utilizados para o mesmo fim desde que sejam hermeticamente selados com cera de velas para criar um ambiente apropriado para o armazenamento de pequenas quantidades de semente. Tendo em conta que os recipientes são pequenos, eles podem ser facilmente manuseados e colocados em local limpo e fresco fora do alcance de roedores (FAO. 2009). Figura 4. Pequenos recipientes usados para armazenamento de grãos secos (FAO, 2009). 2.4- Perdas no Armazenamento Segundo Brooker et al. (1992), são muitos os factores que contribuem para a perda de qualidade e quantidade dos alimentos e, dentre eles, destacam-se: características da espécie e da variedade, condições ambientais durante o seu armazenamento (temperatura e humidade relativa), época e procedimento de colheita, método de secagem e práticas de armazenamento. A massa de grãos armazenados é um sistema ecológico em que a deterioração é o resultado da interacção entre variáveis físicas (temperatura, humidade, propriedades físicas da massa de grãos: porosidade, capacidade de fluir, acamamento dos grãos, propriedades termo físicas; estrutura do armazém e suas inter-relações e variáveis meteorológicas), variáveis químicas (disponibilidade de oxigénio no ar intergranular) e variáveis biológicas de fontes internas (longevidade, respiração, maturidade pós-colheita e germinação) e variáveis biológicas de fontes externas (fungos, leveduras, bactérias, insectos, ácaros, roedores e pássaros). O grau de deterioração depende da taxa de aumento destas variáveis que, por sua vez, são principalmente Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 11 afectadas pela interacção da temperatura e humidade e secundariamente pela inter-relação deles/delas com o grão, entre eles, e com a estrutura usada (Sinha, 1973). 2.5- Humidade relativa e Temperatura A humidade relativa é a percentagem de vapor de água existente no ar entre os grãos e representa o equilíbrio entre a humidade do ar e o teor da humidade do grão: Se a humidade relativa for superior a 65% estarão reunidas as condições para o desenvolvimento de fungos e de insectos nos armazéns e as sementes estão sujeitas a deterioração. A quantidade de água livre contida em um cereal logo depois de colhido e durante o armazenamento determina, indirectamente, na maioria dos casos a qualidade dos grãos, (FAO, 2006). Humidade elevada dá condições ao desenvolvimento de microrganismos e aumenta as perdas de peso devido ao aceleramento do processo respiratório dos grãos, causando elevação da temperatura e deterioração do produto. Com essa temperatura o grão atinge um aquecimento em torno de 45ºC, o que não causa nenhum dano a sua integridade. Temperaturas mais elevadas até 140ºC podem causar injúrias como quebras e fissuras nos grãos, prejudicando a qualidade de armazenamento. A humidade recomendada para o armazenamento é de 13 a 14% quando a granel (Lima, 2001). 2.6. Fungos Somente há algumas décadas os fungos foram reconhecidos como um dos mais importantes causadores de danos às sementes. Os principais tipos de danos causados pelo desenvolvimento de fungos em grãos armazenados são: diminuição da percentagem de respiração, descoloração de parte ou de todo o grão, alterações biológicas, produção de toxinas que podem ser prejudiciais aos homens e animais e perda de peso (Cesa, 1974). 2.7- Pragas que atacam grãos de feijão nhemba e milho no armazém Os resultados da acção de insectos em grãos armazenados se traduzem em perdas de peso e de poder germinativo, desvalorizações comerciais do produto, disseminação de fungos e origem de bolsas de calor durante o armazenamento. Os insectos encontrados nos produtos armazenados podem ser classificados, segundo suas características biológicas e de ecossistema, em pragas primárias e secundárias, pragas associadas e de infestação cruzada, e a acção dos insectos nos Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 12 grãos, durante o armazenamento, é influenciada por vários factores ambientais e de maneio (Lorini, 2011). Pragas primárias são aquelas que atacam grãos íntegros e sadios e podem ser denominadas pragas primárias internas ou externas, dependendo da parte do grão que atacam. São primárias internas as que perfuram os grãos e neles penetram para completar seu desenvolvimento, alimentando-se de todo o interior do grão e possibilitando a instalação de outros agentes de deterioração. Os principais exemplos dessas pragas são Rhyzopertha dominica, Sitophilus oryzae e Sitophilus zeamais. Já as primárias destroem a parte exterior do grão para poderem se alimentar da parte interna, sem no entanto se desenvolverem no interior do grão. A destruição do grão é apenas para alimentação. O exemplo mais conhecido desta praga é a traça Plodia interpunctella (Navarro, 2006). As pragas secundárias se caracterizam por se alimentarem de grãos já danificados por insectos primários ou roedores, trincados, quebrados e/ou com defeitos na casca, pois não conseguem atacar grãos inteiros. Elas só ocorrem na massa de grãos quando estes estão com a integridade física comprometida. Multiplicam-se rapidamente e causam grandes prejuízos. São exemplos as espécies Triboluim castaneum, Oryzaephilus surinamensis e Cryptolestes ferrugineus (Oliver, 1897). As espécies mais importantes são Sitophilus zeamais (Mato, 1855 citado por Lorini, 2008) - gorgulho do milho, Sitophilus granarius (L. 1758) - gorgulho do trigo e o Sitophilus oryzae - gorgulho do arroz. Oliveira (1897),esses insectos podem atacar qualquer tipo de cereal, sendo gorgulhos os coleópteros (cascudos, besouros) que, quando adultos, possuem corpo alongado e cabeça com uma projecção anterior, em cuja extremidade estão as peças bucais, as lavas desses insectos são de colorarão amarelo clara ou esbranquiçada, sendo desprovidas de pernas, (figura 5 e 5.1). Figura 5. S.zeamays (Coleóptera: Curculionidae) - gorgulhos dos cereais. Figura5.1.Tribolium castaneum (Lorini, 2008). Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 13 As traças são insectos da ordem lepidóptera, predominantemente de hábitos nocturnos, como as mariposas, e atacam somente a superfície da massa de grãos. Destas, as espécies que representam maiores prejuízos para os cereais são Sitotroga cerealela (Oliver, 1897) e a Plodia interpuctella (Hebreu, 1813). A infestação pode ser verificada pela presença desses insectos voando pelo armazém, sendo que a P. interpuctella é mais activa à noite. Somente as larvas atacam os grãos. Também atacam as farinhas, onde se desenvolvem, causando deterioração no produto pronto para consumo. Sendo praga primária, ataca grãos inteiros. Como todo lepidóptero, ataca a superfície da massa de grãos (figura 6 e 6.1). Figura 6. Sitotroga cerealella. (Lepideptera: Gelechiidae (Oliver, 1897) e Figura 6.1- Plodia interpuctella (Hebreu, 1813) As pragas mais importantes no armazenamento de grãos de leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, tremoço, fava e outros) são os carunchos e as traças. Os carunchos são insectos pertencentes à ordem coleóptera (cascudos, besouros). As espécies mais comuns são: Acanthoscelides obtectus (Lorini, 1831)e Zabrotes subfaciatus (Boh, 1833), também conhecidos como carunchos do feijão. São pragas de infestação cruzada e de hábitos cosmopolitas (existem disseminados em todo globo terrestre). As larvas, ao eclodirem no interior do grão, se alimentam do endosperma e o destroem. Na fase adulta, são cascudos de coloração castanho-escura, corpo ovóide e rubescente, como mostra a figura 7. Figura 7. Acanthoscelides obtectus (Coleóptera:Bruchidae) – caruncho do feijão (Oliver, 1897). Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 14 CAPITULO III. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1- Descrição da área de estudo O ensaio foi conduzido na Estação Agrária de Sussundenga (EAS) do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) no período de Setembro de 2015 a Fevereiro de 2016. A EAS situa-se na localidade de Matica, Distrito de Sussundenga, que dista sensivelmente a 17 km de sede do distrito, e tem como principal actividade a produção e transferência de tecnologia agrícola. Agronomicamente, a Estação Agrária de Sussundenga está na região agro-ecológica 4 (R4) e apresenta um clima "tropical Chuvoso de Savana" com duas estações, seca e chuvosa, com precipitação média anual de 1100 mm e com temperatura máxima e mínima de 30° e 18°C, respectivamente, ocorrendo essencialmente de Novembro de um ano a Março do ano seguinte, enquanto a evapo-transpiração potencial média anual ronda nos 1.27 mm, a temperatura média está na ordem dos 23°C (MAE, 2005) 3.2– Materiais e métodos Estruturas de conservação – sacos de plásticos (Super Grain Bags IV-R 70X130 cm), sacos de ráfia, tanques de plástico (PST 1000L) e de (210L). Material Vegetal - Milho (OPV) e Feijão Nhemba (IT18) proveniente nos pequenos produtores de Matica. Material de controlo fitossanitário - insecticida (Actellic). Material para medição – duas Balanças uma analítica, com0,0001 de precisão, e outra de Escala de 200kg e medidor de humidade de grão de cereais e leguminosas que regista o teor de humidade no intervalo de 0.5-20%. Para o enchimento das estruturas de armazenamento de grãos de milho e feijão nhemba foi feito manualmente, onde primeiramente fez-se o peso inicial usando a balança de escala 200kg e medição de humidade usando medidor de humidade relativa dos grãos de milho e feijão nhemba. Foram definidos doze tratamentos sendo seis tratamentos para cultura de milho onde: (1) PST 1000L sem actellic, (2) PST 1000L com actellic, (3) SGB com actellic, (4) SGB sem actellic, (5) ráfia com actellic, (6) ráfia sem actellic, e seis tratamento para a cultura de feijão nhemba, onde: (1) PST 210L sem actellic, (2) PST 210L com actellic, (3) SGB com actellic, (4) SGB sem actellic, (5) ráfia com actellic, (6) ráfia sem actellic. Conforme mostra as tabelas 1 e 2. Com Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 15 tudo, os tratamentos com actellic usou-se uma dose de 50g do pesticida em cada 100 kg dos grãos, conforme as indicações do rótulo do produto. Tabela 1. Tratamentos e respectiva quantidade de grão de milho usado Tratamentos Número de repetições Quantidade do grão(kg) PST*1000l+grão 1 500 PST*1000l+grão + actellic 1 500 SGB**+grão 3 150 SGB**+grão +actellic 3 150 Rafia+grão 3 150 Rafia+grão + actellic 3 150 *Silo Tanque de Polietileno; **Super Grain Bags IV-R 70X130 cm Tabela 2. Tratamentos e respectiva quantidade de feijão nhemba usada Tratamentos Número de repetições Quantidade do grão(kg) PST*210+grão 2 100 PST*210+grão + actellic 2 100 SGB**+grão 3 60 SGB**+grão +actellic 3 60 Rafia+grão 3 60 Rafia+grão + actellic 3 60 3.4. Amostragem e avaliação das variáveis em estudo 3.4.1. Densidade de insectos vivos A densidade de infestação foi determinada por meio da contagem de insectos vivos nos tratamentos de milho e feijão numa amostra de 1 kg de grão de milho e 0.5kg de grão de feijão nhemba. A identificação das espécies foi feita nos laboratórios do Instituto Superior Politécnico de Manica (ISPM) com o auxílio de uma lupa estereoscópica, manual de etimologia e de imagens obtidas na internet para efeitos de comparação ou confirmação das espécies. Calculou- se a densidade para cada espécie de insectos identificado. Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 16 A densidade de insectos vivos foi determinada segundo a equação de autor (Martinez et; al, 2000). DI = n m (1) Onde: DI= Densidade de infestação (insectos/kg) n= Número de insectos vivos m= Peso de grão (kg) 3.4.2.Nível de infestação (%) O nível de infestação é a quantidade de grãos furados pelos insectos contidos na amostra. Para a determinação do nível de infestação usou-se uma amostra de 100 sementes, tirada três vezes em cada repetição, e separou-se o grão danificado e não danificado e de seguida fez-se a contagem do grão em cada uma das duas categorias. O nível de infestação foi calculado usando-se com a fórmula de autores Adams e Schulten (1978): NI = NGF NTG x100 (2) Onde: NI - Nível de infestação (%) NGF - Número de grãos furados NTG - Número total de grãos da amostra 3.4.3. Percentagem de perda de peso Para a determinação da percentagem de perda de peso também foi usada uma amostra de 100 grãos, repetida três vezes, em cada repetição. As amostras foram pesadas e o peso foi comparado com o peso do grão no início do experimento. Para este parâmetro foi usada a expressão seguinte: (𝑃𝑃𝑃 = (𝑚𝑖 − 𝑚𝑓) /mi (3) Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 17 Onde: PPP=> percentagem de perda de peso; mi => peso inicial; mf => peso final 3.4.4.Número de insectos Mortos Para quantificar insectos mortos de todas espécies usou-se método de observação a olho nú e uma contagem dos mesmos, em todas amostras tiradas em cada tratamento de grãos de milho e feijão. Este processo fez-se mensalmente durante seis meses. 3.4.5. Teor de humidade (T.H) Neste parâmetro não se médio a evaporação de ` água dos grãos, usou-se medidor de humidade que mede os grãos de cereais e leguminosas com intervalo de 0.5-20% e em cada amostra fez-se três medições em todas repetições. Esta actividade foi realizada mensalmente no laboratório de semente do Instituto Superior Politécnico de Manica (ISPM). 3.4.6. Poder germinativo Para a determinação do poder germinativo foram analisadas 200 sementes de grão (milho e feijão nhemba) por cada amostra, distribuídas em oito repetições de 25 sementes usando o método de papel de filtro. Para a realização do teste, dois papéis foram colocados na base das Bandejas e foram humedecidos com água destilada. As bandejas contendo o grão foram acondicionadas à temperatura ambiente. Para a obtenção dos resultados realizaram-se duas contagens, a primeira no 4o dia, contando apenas as plântulas com estruturas desenvolvidas e que permitissem a sua separação em plantas normais e anormais e, a segundacontagem, feita no 7o dia, separando também as plântulas em normais e anormais e as sementes remanescentes em sementes não germinadas. Os resultados foram expressos em percentagem de germinação usando-se a fórmula seguinte: P = Y Z x100 (4) Onde: Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 18 P- Percentagem de germinação; Y- Número de plantas normais; Z - Número total de sementes analisadas. 3.5. Análise de dados Todos os dados forão apresentados como média ± erro padrão (SE), para observar as possíveis diferenças entre os dados em cada tratamento através da Analise de Variância (ANOVA). Após a observação das diferenças significativas no ensaio, fez-se teste de Tuckey ao nível de 5%. E a análises de dados usou-se pacote estatístico, statistix 8,0 onde fez – se a comparação entre tratamentos para cada variável e para cada cultura, também usou-se programas tais como Microsoft (Word e Excel). Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 19 CAPITULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Resultados de Milho 4.1.1. Densidade de insectos vivos Os resultados da densidade de insectos vivos encontrados em diferentes estruturas de armazenamento do milho por tempo de duração do ensaio são apresentados na figura 8. Nela, pode se ver que os grãos de milho armazenados em estruturas de RS/A sofre maior ataque de insectos pois encontrou-se valores mais altos comparativamente a outras estruturas, tendo iniciado com 4 insectos/kg de milho, mas aumentou até chegar a uma densidade de infestação de 203.70 insectos por quilograma de cereal aos 30 a 180 dias. Por outro lado notou-se que o grão armazenado na estrutura PSTS/A embora não tendo a mesma tendência com RS/A sofreu ataques de insectos vivos que variaram desde aos 30 dias, 90 dias e180 dias de armazenamento onde obteve-se 4, 52 e 63.7 insectos/kg de este cereal respectivamente. No entanto, nenhum insecto vivo foi verificado nos tratamentos com a aplicação do insecticida e SGBS/A depois de 60 dias. Este facto deve-se ao efeito do próprio insecticida, ao passo que para SGBS/A deve-se pela falta de oxigénio dentro do recipiente, uma vez a estrutura fechada não permite a interferência do ar com o meio ambiente, mostrando assim uma vantagem para armazenamento consequentemente os insectos morrem devido ao dióxido de carbono que os grãos libertam. Nela ainda pode se ver que há diferenças significativas entre alguns tratamentos, sendo que a estrutura RS/A e o PS/A diferiram estatisticamente entre si e com os restantes tratamentos (Anexo 1). Num estudo similar de armazenamento hermético de milho seco são amplamente utilizados em Ruanda, Gana e Filipinas para armazenar tanto o milho em grão e sem vagem, normalmente em capacidades que variam de 50 a 150 toneladas (Minagri, 2006), onde foram obtidos melhores resultados de preservação de qualidade para o milho quando armazenada em SGB. Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 20 As grandes unidades de armazenamentos herméticos flexíveis são geralmente utilizadas a nível da aldeia, mas Também como reservas estratégicas para prevenir a fome a nível distrital (Navarro et., al. 2006). Figura 8. Densidade de insectos vivos 4.1.2. Densidade de insectos por espécie As espécies de insectos identificadas durante o armazenamento foram: Sitotroga cerealella (Olivier), Sitophilus sp, e Tribolium castaneum (Herbst). As maiores densidades de infestação determinada como o número de indivíduos encontrados na estrutura de armazenamento num certo período de tempo destas espécies foram verificadas no sexto mês de armazenamento, onde, Sitophilus spp.foi a espécie mais predominante em todas estruturas, entretanto algumas estruturas de armazenamento como RC/A, PSTC/A, SGBC/A e SGBS/A apesar de terem insectos inicialmente, não se verificou mais insectos principalmente a partir do terceiro mês até no final do período de estudo, factor este, mostrou vantagens comparativas de estruturas com aplicação e a SGBS/A, que pode facilitar a adopção da mesma ao passo que para as estruturas RS/A e PSTS/A, mostraram valores mais altos de densidade de infestação podendo chegar cerca de 188 e 58 indivíduos/kg de grãos de milho respectivamente. Como mostra a (tabela3) A diferença da densidade de infestação entre as estruturas indica uma eficiência nos métodos herméticos no controlo de insectos mantendo as densidades de infestação muito baixas, conforme atesta a Tabela 3. De acordo com Rodriguez et al. (2008) e Ben et al. (2006), o processo respiratório dos agentes bióticos da massa de grão, armazenado na estrutura SGB, Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 21 promove a redução na concentração de oxigénio e aumenta a concentração de dióxido de carbono, constituindo uma atmosfera bio-modificada onde a capacidade de reprodução e/ou desenvolvimento dos insectos é suprimida e a actividade metabólica dos grãos é reduzida, favorecendo a manutenção da qualidade do produto durante o seu armazenamento, entretanto os resultados obtidos no presente estudo são similares aos obtidos por (Rodriguez et al., 2008), não registou infestação por insectos em grãos de milho e trigo armazenados na estrutura SGB, por um período de 150 dias na Argentina, devido a toxicidade de dióxido de carbono. Tabela 3. Densidade de insectos por espécie no milho Meses Métodos Nome da espécie Inicio Set Out Nov Dez Jan Fev PST C/A Sitophilus spp. 4 0 0 2 1 0 0 Sitotroga cerealela 0 0 0 0 0 0 0 Tribolium spp. 0 0 0 0 0 0 0 PST S/A Sitophilus spp. 4 2 0 44 47 56 58 Sitotroga cerealela 0 0 0 6 0 4.5 5 Tribolium spp. 0 0 0 2 0 1 0.7 SGB C/A Sitophilus spp. 4 1.3 0 0 0 0 0 Sitotroga cerealela 0 0 0 0 0 0 0 Tribolium spp. 0 0 0 0 0 0 0 SGB S/A Sitophilus spp. 4 0 0 0 0 0 0 Sitotroga cerealela 0 0 0 0 0 0 0 Tribolium spp. 0 0 0 0 0 0 0 RAFIA C/A Sitophilus spp. 4 0 0 0 0 0 2 Sitotroga cerealela 0 0 0 0 0 0 0 Tribolium spp. 0 0 0 0 0 0 0 RAFIA S/A Sitophilus spp. 4 12.7 7 31 56 181.5 188 Sitotroga cerealela 0 0 1 2 7 8.2 10 Tribolium spp. 0 0 0 1 2.3 3 5.7 Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 22 4.1.3. Nível de Infestação Os resultados de nível de infestação encontrados em diferentes estruturas de armazenamento de milho são apresentados na (figura 9). Nele, pode se ver que a estrutura RS/A apresentou nível infestação mais alto a partir de 90 dias podendo variar de 35% até chegar aos 100% de nível de infestação em 180 dias, devido a facilidade de circulação de ar com o meio ambiente, favorecendo assim a sobrevivência de insectos, seguido pelo PSTS/A que mostrou níveis de infestação 35 a partir de 120 dias, podendo atingir 40% de nível de infestação aos 150 dias, contudo houve uma descida brusca até 20% de nível de infestação aos 180 dias namesma estrutura. Por outro lado foi verificado que no caso das restantes estruturas com aplicação de actellic e SGBS/A não apresentou nível de infestação significativo. Anexo 2. Assim, justifica-se o facto de estrutura RS/A apresentar maior nível de infestação comparativamente com as restantes estruturas, uma vez que a densidade de infestação verificada na RS/A também foi relativamente maior. Segundo et al. (1997), quanto maior é o nível de infestação dos grãos, maior é a susceptibilidade do produto à deterioração qualitativa e, consequentemente, maior é a redução do seu valor comercial. Gottardi e Dionello (2010), não verificaram diferenças significativas entre os métodos de armazenamento hermético e tradicional na incidência do A. flavusdurante seis meses de armazenamento de soja. Figura 9. Nível de infestação no milho Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 23 4.1.4. Número de insectos mortos Os resultados de número de insectos mortos obtidos em diferentes estruturas de armazenamento de milho são apresentados na figura 10. Nela pode-se verificar que a estrutura PSTC/A aos 90 dias mostrou valores altos de insectos mortos podendo até atingir 119 insectos mortos/kg e depois houve uma redução brusca dos mesmos de 39 insectos/kg para 30 insectos/kg, aos 150 dias até 180 dias respectivamente. Pois as estruturas PSTC/A e RC/A mostraram tendências de aumento de número de insectos mortos ,ao passar do tempo onde a estrutura RC/A atingiu 129 insectos mortos/kg e a PSTC/A com 124 insectos mortos/kg aos 180 dias respectivamente, seguida da estrutura RS/A que atingiu 60% de insectos mortos aos 150 dias, todavia notou-se que as estruturas SGBC/A e SGBS/A não tiveram maiores números de insectos mortos até no final do período de estudo (180 dias), (Anexo 3). Resultados estes vão de acordo com os estudos feitos por (Faroni et. al., 2002), Moreno et al. (2000) e Quezada et al. (2006) após a realização de estudos de análise do período de concentração de oxigénio em diferentes métodos de armazenamento cereais e leguminosas, demonstraram que os insectos, seguidos por fungos e grãos (nessa ordem), são os principais consumidores de oxigénio durante o armazenamento hermético, até que o oxigénio atmosférico não possa mais suportar a respiração aeróbia destes organismos devido o aumento na concentração de CO2 e uma redução nas concentrações de O2 nos mesmos métodos no armazenamento ou em atmosfera controlada, ou até mesmo em atmosfera modificada verificaram baixas concentrações de oxigénio e elevadas concentrações de CO2 e esta condição impediram o desenvolvimento de pragas, causando, em pouco tempo, a morte de toda a população de insectos nas inversas fases evolutivas. Figura 10. Número de insectos mortos no milho Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 24 4.1.5. Percentagem de perda de peso (P.P.P) Obtidos os resultados desta variável de (P.P.P) de diferentes estruturas de armazenamento de grão de milho, foram demonstrados na figura 11. Podendo se notar que as estruturas RS/A e PST/A tiveram uma tendência 7.9% de perda de peso/kg de cereal a partir de 90 dias depois de armazenamento comparativamente com as outras estruturas, porém a estrutura RS/A que aumentou a sua percentagem de perda de peso até 29.9% /kg de milho aos 180 dias. De acordo com Gwinner et al. (1997), este factor deve-se através do ataque de Sitophilus spp, poque segundo mesmo autor,todos os insectos que infestam e se desenvolvem no grão, consomem todo ou parte deste. Espécies infestando internamente, como o Sitophilus spp.,R.dominica e S. cerealella, alimentam-se largamente do endosperma, resultando em um grão com variável percentagem de perda de peso . Contudo a pesar deste facto em relação a análises estatísticos não mostraram diferenças significativas para todas estruturas usadas para armazenamento de grãos no período de seis meses. (Anexo 4). Os resultados obtidos neste estudo vão de acordo com os de (Sábio et al. 2004), citados por (Nguenha, 2013) os quais, averiguaram menor percentagem de perda de peso (1.33%) em grãos de arroz armazenados hermeticamente em relação aos armazenados em métodos tradicionais (4.82%) durante seis Meses. Todavia, quando os grãos são acondicionados adequadamente, segundo Villers et al. (2008), a perda de peso causada pelos insectos é insignificante, o que se verifica nos métodos herméticos. . Figura 11. Percentagem de perda de peso de milho Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 25 4.1.6. Teor de humidade Os resultados de humidade relativa obtidos em diferentes estruturas de armazenamento de milho são apresentados na figura12. Onde mostram que o teor de humidade inicial de grão de milho armazenado em diferentes estruturas era de 12.2%, nela pode-se ver que a estrutura RS/A teve uma tendência de variação da percentagem de teor de humidade de grão podendo chegar ate 13.1% aos 180 dias, seguido da estrutura PSTS/A que teve uma variação de 12,2% no inicio, e 12.9% aos 180 dias de armazenamento de grão de milho. Entretanto embora com essas pequenas variações não apresentaram diferenças significativas estatisticamente entre si desde o tempo inicial até no fim do período de estudo (180 dias) em todas as estruturas. (Anexo 5). De acordo com os estudos semelhantes feitos por (Rupollo et al., 2004) em diversos Países sobre avaliação de qualidade dos grãos de trigo e milho, armazenados no sistema hermético, usando recipientes recicláveis, não houve variação de humidade devido a não ocorrência de trocas com o ambiente, permitindo a estabilidade da humidade dos grãos. Segundo Radunz (2006), durante o armazenamento o teor de humidade dos grãos pode variar, isto é, aumentar ou diminuir, as vezes manter. Hayma (2005), cada produto possui um equilíbrio característico entre a humidade nele presente e o vapor de água contido no ar que o rodeia, conhecido como equilíbrio higroscópico. Os estudos feitos pelo (Nasar-Abbas et al. 2008a), que pesquisaram efeitos do armazenamento com atmosfera modificada sobre a cor de fava (Vicia faba L.) com 12% de humidade a 30°C e protegido da luz. Os pesquisadores constataram que o armazenamento em atmosfera modificada com nitrogénio foi o melhor sistema para a preservação da cor, comparado à atmosfera com dióxido de carbono, oxigénio e etileno. Figura 12. Humidade relativa de milho Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 26 4.1.7. Poder Germinativo Os resultados de poder germinativo de grãos de milho armazenados em diferentes estruturas, foram apresentadas na figura 13, onde observa-se que aos 30 dias todas as estruturas apresentaram a mesma percentagem de 87,1%, mas passando 90 dias algumas estruturas mostraram uma variação percentual de poder germinativo, sendo a estrutura RS/A que mostrou percentagem mais baixa, podendo até chegar 10% de poder germinativo/kg dos grão de milho armazenados aos 180 dias, seguida da estrutura PSTS/A que aos 180 dias verificou-se um nível baixo de 63,3% de poder germinativo/kg. Mediante outro lado as estruturas RC/A, PC/A e SGBS/A demonstram poucas variações de percentagem de poder germinativoate aos 180 dias que foi 88.3%,86.% e 86.6% respectivamente. Mas a estrutura SGBC/A mostrou uma tendência de subida de percentagem de poder germinativo tendo atingido 93.3%/kg de grãos armazenados aos 180 dias. Segundo Rupollho, (2004), citado por Nguenha, (2012) as normas e padrões de produção de sementes para a África Austral estabelecem germinação mínima de 80%, portanto, para além da estrutura RS/A verificada para os métodos herméticos mantiveram o poder germinativo acima do mínimo estabelecido. Segundo Freitas (2009), o decréscimo no poder germinativo influência directamente o número inicial de plantas no campo, reflectindo-se no rendimento da cultura. Porém os s resultados do presente estudo estão de acordo com os obtidos por Sábio et al. (2004), onde verificou-se no armazenamento tradicional uma redução do poder germinativo na ordem dos 16.49% (de 92.87 a 76.38%) após seis meses de armazenamento de arroz, enquanto, no método hermético a redução foi apenas de 2.86% no mesmo período. Rickman e Aquino (2004), avaliando a qualidade da semente de arroz armazenada em método hermético e tradicional, verificaram que após seis meses de armazenamento o poder germinativo foi de 90% e 51% no método hermético e tradicional, respectivamente. A germinação é um parâmetro que pode ser utilizado na avaliação da qualidade de grãos armazenados, pois a diminuição no valor deste indicador sugere deficiências no processo conservativo (Freitas, 2009). De acordo com Freitas et al. (2011), os grãos que apresentam alta viabilidade germinativa durante o armazenamento são também os que retêm os demais parâmetros considerados importantes na comercialização e na qualidade tecnológica. Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 27 O maior desempenho dos métodos herméticos na preservação do poder germinativo justifica-se pelo facto de não permitirem trocas com o meio ambiente controlando eficazmente a densidade de insectos que poderiam influenciar na redução significativa do poder germinativo do grão (Weber, 2001). No armazenamento de ráfia sem actellic verificou-se uma maior incidência de insectos, o que explica o menor desempenho na preservação do poder germinativo. De acordo com (Faroni et al. 2007), os insectos praticamente se alimentam do endosperma na fase inicial e, depois, do germe, o que causa considerável perda de peso e do poder germinativo. Algumas espécies destroem somente causando pequena perda de peso, mas grande efeito na capacidade germinativa. Figura 13. Percentagem de poder germinativo de milho. 4.2. Resultados de Feijão Nhemba 4.2.1. Densidade de insectos vivos Os resultados da densidade de insectos vivos encontrados nas diferentes estruturas de armazenamento de grão de feijão nhemba foram apresentadas na figura14, onde a estrutura RS/A mostrou a intensidade de insectos vivos depois de 30 dias com 1.3 insectos vivos/kg de feijão nhemba, e aos 60 até 90 dias não houve nenhum insecto vivo, mas a partir dos 120 dias verificou-se a densidade de 4 insectos vivos/kg de feijão nhemba tendo aumentado até 12.3 insectos vivos/kg de feijão nhemba aos 180 dias, diferentemente da estrutura PSTS/A que começou com uma densidade de 4 insectos vivos/kg aos 90 dias e decresceu para 2.7 insectos vivos/kg de feijão nhemba aos 180 dias. Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 28 Por tanto as estruturas com aplicação de insecticida e a SGBS/A não mostraram nenhum insecto vivo, embora terem apresentado 4 insectos/kg de feijão nhemba em todas estruturas no inicio de estudo, assim como estatisticamente não mostraram diferenças significativas. (Anexo 6). Esses resultados estão de acordo com os estudos de Nasar et al. (2008a), que pesquisaram efeitos do armazenamento de feijão fava (Vicia faba L.) e feijão comum (Phaseolus vulgaris L.), usando garrafas metálicas, plásticas e sacos SGB durante seis meses. Os pesquisadores constataram que o armazenamento em SGB foi o melhor sistema para a preservação da qualidade dos grãos do feijão e não tiveram nenhum insecto vivo. Brackmann et al. (2002) verificaram que o armazenamento em métodos herméticos preservou a cor do tegumento dos grãos de feijão comum (Phaseolus vulgaris L). Segundo (Faroni, 2006) estudos feito em Argentina usando sistemas fechado com objectivos de preservar cacau durante 12 meses descreve que os dados foram apresentados para o controle de insectos e para a preservação de café e de cacau armazenados empregando uma nova abordagem através da utilização de atmosferas modificadas como uma alternativa. As taxas de respiração de sementes de cacau no equilíbrio humidade relativa de 73% a 26ºC em recipientes hermeticamente fechados empobrecido a concentração de oxigénio para <1% e aumentou o concentração de dióxido de carbono a 23%, em seis dias. A estrutura flexível hermeticamente fechado contendo 6,7 toneladas de sementes de cacau foi monitorada para os parâmetros de concentração de oxigénio e de qualidade do feijão (Navarro et, al., 2007) as medições mostraram uma diminuição na concentração de oxigénio para 0,3% após 5,5 dias sem insectos. Figura 14. Densidade de insectos vivos de feijão nhemba/kg) Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 29 4.2.2. Nível de infestação (%) Os resultados de nível de infestação encontrados em diferentes estruturas de armazenamento de feijão nhemba são apresentados na figura14. Nele pode se ver que para todas estruturas desde aos 30 dias até 90 dias não mostraram tendências de variação de nível de infestação, mas de 120 aos 180 dias algumas estruturas como PSTS/A, SGBS/A e RS/A mostraram uma pequena variação de nível de infestação podendo até chegar 14.7%, 18% e 12,7% respectivamente. Sendo que a RS/A com maior nível de infestação devido as características da própria estrutura, uma delas é a completa exposição a variação dos factores do meio ambiente como a circulação do ar dentro da estrutura que facilita a sobrevivência e desenvolvimento dos insectos. No entanto as restantes estruturas com mesmas não mostraram estatisticamente diferenças significativas entre si, (Anexo7). Para Hoseney et al. (1991), quanto maior é o nível de infestação dos grãos, maior é a susceptibilidade do produto à deterioração qualitativa e, consequentemente, maior é a redução do seu valor comercial. Mas estudos desenvolvidos por Villers et al., (2008) no armazenamento de grãos de feijão nhemba usando estruturas herméticas e armazenamento tradicional num período de seis meses em Tanzânia e Ghana mostraram diferenças significativas de nível de infestação. Figura 15. Nível de infestação no feijão nhemba Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente. Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 30 4.2.3. Número de insectos mortos (kg) Os resultados de número de insectos mortos obtidos em diferentes estruturas de armazenamento de milho são apresentados na figura15. Todavia verifica-se que as estruturas PSTS/A, SGBS/A e RS/A tiveram altos valores de insectos mortos colhidos nos grão de feijão nhemba armazenado podendo chegar 125.7; 142.3 e 133.7 insectos mortos/kg aos 180 dias. Porém as estruturas com aplicação de actellic não mostraram diferenças
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