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SISTEMA ENDÓCRINO Principais endocrinopatias – diabetes mellitus (deficiência de insulina), hiperadrenocorticismo (excesso de produção de cortisol), hipoadrenocorticismo, hipertireoidismo e hipotireoidismo. São doenças endócrinas de maior ocorrência na clínica de pequenos animais, e relacionado ao sistema hormonal, sempre terá o sistema nervoso, com o hipotálamo produzindo hormônios para estimular a hipófise a produzir outros hormônios que serão secretados na corrente sanguínea e irão atuar em glândulas distantes (tireoide, adrenal e pâncreas). São controles do SNC que estarão ligados ao sistema endócrino. Diabetes mellitus – doença metabólica pelo aumento anormal dos níveis de glicose sanguínea, ocorrendo uma glicemia maior do que a aceitável pelo organismo e as células não conseguem utilizar essa glicose vinda da alimentação ou de doenças metabólicas. É uma incapacidade das células B- pancreáticas (porção endócrina do pâncreas) em secretar insulina e /ou da ação insuficiente da insulina nos tecidos, quando ocorre secreção da insulina mas os tecidos não respondem (poucos receptores, não ocorrendo a entrada de insulina nas células). A ocorrência de diabetes é muito ligada ao processo de humanização, onde os tutores querem que os seus animais sejam parecidos com eles, fazendo a oferta errada de alimentação aos animais (o mesmo alimento que o tutor consome), e isso acaba auxiliando o metabolismo e gerando picos de glicose com excesso de carboidratos. Os gatos são carnívoros estritos, tendo dificuldade na metabolização de carboidratos, e o organismo não sente falta dos carboidratos fazendo da proteína a sua fonte de energia, mas os tutores acabam por adicionar carboidratos em excesso na alimentação, gerando uma exaustão das células pancreáticas na produção de insulina: e associado a isso, também tem o sedentarismo, pois os gatos, antigamente, precisavam caçar e gastavam energia, porem hoje em dia, os animais tem sempre o prato de comida a disposição, e mais alimento do que necessitam (balanço energético positivo). O pâncreas endócrino possui três células que irão secretar hormônios: Células α (alfa): localizadas na periferia do pâncreas, secretam o glucagon, que é um hormônio hiperglicemiante auxiliando na estimulação da liberação de insulina e de somatostatina. Células δ (delta): secretam somatostatina, envolvido na digestão e estimula a liberação da insulina após a absorção dos nutrientes provenientes da alimentação. Células β (beta): responsáveis por produzir e secretar insulina – os receptores de membrana nas células β-pancreáticas identificam o nível de glicose na circulação, e a glicose está interiorizada nas células, é quebrada em ATP que será utilizada pela célula para produzir insulina, e acaba tendo a abertura dos canais de cálcio; o cálcio entra na célula e estimula a liberação da vesícula que contem a insulina por exocitose para a corrente sanguínea. As células β tem função de captar glicose e deposição; então a ideia da insulina é ser secretada quando se tem um nível elevado de glicose circulante, e essa glicose precisa ser captada e ir para os locais onde as células irão utilizar para manter o metabolismo e manter o animal saudável, principalmente no cérebro, que é o órgão que mais necessita de oxigênio e de glicose. As células sanguíneas também utilizam uma grande quantidade de glicose, assim como os hepatócitos, que irão auxiliar, lá no fígado, a metabolização dos carboidratos. A insulina irá fazer a síntese de glicogênio, que será depositado no hepatócito como fonte de energia e também promove a síntese de glicogênio nos músculos, que será a reserva para quando o músculo precisar fazer contração, quebrar o glicogênio em ATP; também tem a função de fazer a síntese de ácidos graxos e proteínas e demandar para as necessidades do organismo, além de fazer anabolismo. A insulina também impede a lipólise (quebra da gordura), fazendo apenas o armazenamento – a glicose vinda da alimentação, que o fígado utilizou, os substratos sejam de lipídeos, carboidratos ou proteínas, acaba sendo depositado em formato de triglicerídeos, e no tecido adiposo, como glicogênio fazendo a demanda necessária para o organismo. COMO OCORRE: o animal come, o alimento chega ao estômago onde é quebrado, passa para o intestino, sendo absorvido, passa pelo sistema porta até o fígado, sendo então metabolizado. O fígado quebra o glicogênio, liberando a glicose, aumentando a taxa de glicose sanguínea; e essa alta taxa de glicose será identificada pelo pâncreas, que estimula as células β a secretar a insulina, além de inibir a secreção de células α, não ocorrendo a liberação do glucagon, e a insulina irá promover a absorção de glicose e armazenamento em formato de glicogênio. A insulina acelera a entrada de glicose nas células, e na falta de insulina, a glicose consegue entrar nas células mas em menor quantidade. Quando a glicose é utilizada por todo o organismo, e o restante é depositado, a glicemia abaixa, e essa diminuição é que vai estimular a secreção do glucagon pelas células α, e essa baixa de glicose também irá inibir as células β, parando a secreção de insulina; é o glucagon que irá então fazer o papel de estimular a glicemia novamente, seja pela ingestão de alimento ou pela busca de quebras de origem hepática ou do glicogênio para suprir as demandas do animal, ou então busca nos outros tecidos, realizando a gliconeogênese. DM tipo 1 – é insulino-dependente, sendo a forma mais comum em cães, caracterizada por hiperglicemia; e muitas vezes o tutor demora a perceber que o animal tem uma deficiência na secreção de insulina, iniciando uma destruição das células β pancreáticas. DM tipo 2 – é não insulino-dependente, promovendo uma resistência, comum de ocorrer em gatos devido ao tecido adiposo em animais obesos, onde os adipócitos acabam impedindo a sinalização da insulina, expressando menor quantidade dos receptores da insulina mesmo o pâncreas produzindo normalmente, dificultando sua ação nas células e fazer a entrada de glicose. Mudando a alimentação do animal já é possível controlar a glicemia. DM secundária – a causa da diabetes não é o pâncreas, mas sim, algo que está interferindo na função pancreática, por exemplo – fêmeas no cio, durante o estro ou diestro quando ocorre aumento da progesterona, que acaba estimulando liberação do hormônio do crescimento, e o hormônio é antagonista à insulina, não sendo secretada e gerando o pico de glicemia; Hiperadrenocorticismo (aumento de cortisol que é antagônico da insulina), pancreatite (inflamação do pâncreas podendo levar a destruição das células) e medicamentos (sobrecarga e bloqueio da insulina). Cetoacidose diabética – como o animal não consegue fazer com a glicose entre na célula, o sistema fisiológico entende que não tem glicose e irá demandar do restante do organismo para produzir a glicose, seja ela vinda do glicogênio hepático ou vinda dos triglicerídeos que estão no tecido adiposo; os ácidos graxos quando são metabolizados no fígado, eles viram corpos cetônicos que acabam diminuindo o pH sanguíneo e gerando vários sintomas de intoxicação no animal, justamente pelo excesso dos corpos cetônicos que o animal não consegue eliminar. SINAIS CLÍNICOS – poliúria (relacionada ao aumento de glicose, onde o rim tenta eliminar excedendo a taxa de filtração e não consegue fazer com que a glicose retorne e ela acaba sendo eliminada, provocando uma diurese osmótica, ou seja, leva água juntamente com a eliminação da glicose), polidipsia (com a alta taxa de filtração o animal desidrata, e perdendo água acaba desencadeando o centro da sede no hipotálamo, que aumenta a concentração plasmática e fazer com que o animal beba água), polifagia (o animal tem muita fome, decorrente da baixa glicose que entra na célula – como o organismo não consegue utilizar a glicose circulante, ele entende que está faltando alimentoe então não bloqueia o centro de saciedade), perda de peso (decorrente do catabolismo, pois se o animal não consegue utilizar a glicose nas células, ele busca primeiro nas células de depósito, lá nos adipócitos quebrando a gordura, e posteriormente quebra proteína; além disso, como não está ocorrendo a entrada de glicose nas células, a células não conseguem fazer seu metabolismo normal de reconstrução de tecidos, e então acaba emagrecendo), catarata nos cães (glicose em excesso que não consegue penetrar o cristalino, mas ela é quebrada em sorbitol e frutose, e então ela entra no cristalino; quando ela penetra, promove o aumento desses constituintes no interior o cristalino que promovem o desequilíbrio osmótico, trazendo água de fora para dentro; esse excesso de água dentro do cristalino provoca o rompimento da lente e fica em formato de “y”), neuropatia periférica em gatos (animal fica em posição plantígrada, ou seja, ele apoia a pata sobre a região do carpo), cistite (aumento de glicose presente na urina que acaba servindo de substrato para as bactérias), prostração, vômitos e coma. FISIOPATOLOGIA – diante da deficiência de insulina, o organismo irá buscar no primeiro depósito que é o tecido adiposo, fazendo lipólise (quebra da gordura) em ácidos graxos livres; esses AGV serão metabolizados no fígado em corpos cetônicos. Esses corpos cetônicos, quando o animal está em cetoacidose diabética, serão eliminados na urina, sendo um método diagnóstico, ele vai promover uma acidose metabólica pois baixa o pH e o animal entra em acidemia. Além disso, promove a glicogenólise (quebra de glicogênio hepático) para aumentar a glicemia, mas acaba causando uma hiperglicemia pois não tem insulina; tendo a hiperglicemia, provoca a diurese osmótica que leva a desidratação. ACHADOS LABORATORIAIS – hemograma, bioquímica: glicose aumentada, porém, a glicose é liberada também em momentos de luta ou fuga, então se o animal estiver em ambiente de estresse, ocorrera um pico de hiperglicemia mas não é decorrente da diabetes; se tem uma opção, que se chama frutosamina (glicoproteína), que independe de insulina sendo mais fidedigna. Ocorre também aumento de triglicerídeos e colesterol, devido a demanda que o animal tem de substrato, então, saindo do tecido adiposo cai na circulação e acabam sendo precursores e aumentando; e amilase e lipase são enzimas produzidas pelo suco pancreático e que podem estar aumentadas diante de lesão pancreática. Na urinálise, encontra-se glicosúria e presença de corpos cetônicos, ambos que não deveriam estar na urina. OBJETIVOS DE TRATAMENTO – reduzir a poliúria e polidipsia, impedir o emagrecimento, controlar o nível glicêmico sem induzir hipoglicemia (achar a quantidade certa de insulina para ser administrada), reduzir a cetoacidose (é uma emergência e o animal pode chegar a óbito) e a neuropatia diabética. TRATAMENTO – primeiramente deve-se identificar se o animal está em CETOACIDOSE, verificando os sinais clínicos – o animal apresenta vômito, hiperventilação pela taquicardia; se faz exame de urina e terá presença de corpos cetônicos; o animal tem desidratação e a glicemia estará muito elevada, classificando o animal num estado de cetoacidose. Se utiliza então a fluidoterapia com solução salina 0,9% + suplementação de potássio; e se faz administração de insulina por via IM ou IV, sendo de ação rápida, e posteriormente, para fase de manutenção com tratamento em casa se usa insulina de ação intermediaria; e se faz a estabilização da glicemia em 250mg/dL (quando os animais estão em cetoacidose, a glicemia está acima de 500mg/dL, então é necessário que esse valor de glicose seja diminuído, pois o animal pode entrar em convulsão); além disso, é preciso fazer suplementação hídrica pois o animal está desidratado, então se monitora o paciente até chegar nas 250mg/dL da glicemia e então se troca a solução salina para ringer ou ringer lactato. INSULINOTERAPIA – existem vários tipos de insulina: Insulina regular ou rápida: atinge o pico dentro de uma hora, e quando se quer o monitoramento do animal, não podemos provocar picos de glicose, pois senão o animal terá todo sistema fisiológico alterado para tentar compensar esse pico e sobrecarrega os rins, pâncreas e fígado através desses picos de insulina. Então, somente nos momentos de emergência se faz a utilização da insulina rápida, pois ela irá fazer rapidamente com que a glicose circulante entre nas células, e o monitoramento se faz a cada hora. (Novolin R, Humulin R) Insulina NPH: se utiliza para manutenção, de ação intermediaria, sendo administrada uma ou duas vezes ou dia, dependendo de cada animal. DOSES: sempre se começa utilizando a dose mais baixa para não promover uma hipoglicemia – cães 0,25 a 0,5UI/kg, via SC, bid ou sid; gatos 1 a 2UI/gato, bid. (Novolin N, Humulin N). Insulina glargina: de longa duração, também usada para manutenção e com menor risco de desenvolver hipoglicemia nos animais, pois não faz picos. CURVA GLICÊMICA: após a estabilização do paciente, se mantem o tratamento com a insulina intermediária e é necessário saber qual a dose de insulina adequada para o animal através da curva glicêmica, que é feita após, pelo menos, quatro dias da estabilização da glicemia. O animal será levado em jejum para clínica pela manhã, feita durante 24 horas e realizar a glicemia a cada 2 horas. Quando se tiver o pico da atividade de insulina, a glicose deve ficar entre 80 e 120mg/dL, e a taxa mais alta deve ficar entre 250mg/dL, e o paciente deve ser reavaliado a dose a cada 4 meses. A curva glicêmica serve para auxiliar no cálculo da quantidade de quanta insulina deve ser administrado. COMPLICAÇÕES DA INSULINOTERAPIA – pelo excesso da utilização da insulina pode causar hipoglicemia, onde a alta dose de insulina promove a entrada de toda glicose circulante nas células e o cérebro fica em falta e o animal fica letárgico, com fraqueza, inclinação da cabeça, ataxia, convulsão e evoluir para coma; pode ocorrer a recidiva dos sinais clínicos a partir do momento em que a insulina é conservada de maneira errada (na geladeira), cuidar com a validade (30 dias após aberta) e cuidar a forma que o tutor administra a dose. Pode ocorrer ainda a resistência à insulina, pois o sistema imunológico reconhece a insulina como um corpo estranho e os anticorpos se ligam a ela, impedindo que seja identificada pelos receptores das células, e devemos suspeitar quando a dose de insulina for maior que 1,5UI/kg e a glicemia continuar em 300mg/dL. E também ocorre um problema de efeito Somogyi, que ocorre quando se administra alta quantidade de insulina no animal, fazendo com que toda glicose circulante entre nas células, fazendo uma diminuição da glicemia, e o glucagon será secretado, fazendo então com que aumente a glicemia. DIETAS ESPECIAIS – a ideia é para corrigir a obesidade, sendo rica em fibras, mas não são palatáveis; pode-se começar com administração de pequenas quantidades diversas vezes ao dia, e o cálculo é das necessidades essenciais metabolizáveis: 70kcal x (peso ideal) 0,75. Em gatos se faz a redução de 45% da energia metabolizável pois eles não aceitam fibras. Hiperadrenocorticismo – também chamado de Síndrome de Cushing, está relacionado com a secreção exagerada do cortisol (produção endógena causada por um tumor na hipófise ou na adrenal) e esse hiperadrenocorticismo também pode ocorrer de forma iatrogênica pela administração excessiva de medicamentos corticoides. RETOMANDO A FISIOLOGIA: a glândula adrenal (2) fica acima do rim, na região abdominal, sendo formada por duas constituições histológicas – medula e córtex. O córtex produz três hormônios, os glicocorticoides, os mineralocorticoides e os andrógenos, enquanto a medula produz as catecolaminas (nor e epinefrina). PRODUÇÃO DE CORTISOL: o eixo endócrino é regulado pelo sistema nervoso, e quandoo animal estiver em estresse ou ocorrer uma baixa de glicemia (cortisol é relacionado ao metabolismo da glicose), ocorre o estímulo ao hipotálamo que irá sintetizar o hormônio liberador das corticotropinas, e esse hormônio vai através do sistema porta hipofisário chegar a região a região da hipófise e estimular a secreção do ACTH. O ACTH cai na circulação e vai até a glândula adrenal e estimula o córtex a produzir o cortisol. Fisiologicamente, o cortisol tem a função de aumentar a quebra da gordura e da proteína, justamente para aumentar a glicose circulante, então através dos substratos o fígado faz metabolização e aumenta a glicose sanguínea; além disso os glicocorticoides tem função anti-inflamatória. A secreção de cortisol a uma quantidade suficiente, faz feedback negativo na hipófise e no hipotálamo, fazendo com que o hipotálamo não libera mais o CRH (hormônio liberador de corticotropina), que não estimula mais a hipófise a liberar o ACTH e o eixo é bloqueado. Em 80 a 85% dos casos ocorre uma hiperplasia bilateral da hipófise; outro tipo de alteração que pode ocorrer é na adrenal, podendo ser uni ou bilateral, ocorrendo a produção de cortisol independente de estimulação da hipófise e do hipotálamo, então esse cortisol que é sintetizado na adrenal faz feedback negativo na hipófise e no hipotálamo, então esses hormônios não são produzidos pois a adrenal não responde. EFEITOS DOS GLICOCORTICOIDES: exerce efeito sobre o fígado estimulando a gliconeogênese (formação de glicose a partir de proteína ou gordura) e a glicose sanguínea; facilita a lipólise no tecido adiposo para gerar substrato para formar glicose; vai no musculo e fígado realizar catabolismo (utiliza o glicogênio hepático e posteriormente, a proteína vinda do musculo); no rim auxilia na excreção de agua, juntamente com os mineralocorticoides; bloqueia a resposta inflamatória; suprime a resposta imune, diminuindo a liberação de macrófagos e linfócitos tendo efeito imunossupressor, e no estomago estimula a secreção do ácido gástrico. SINAIS CLINICOS: poliúria e polidipsia (pela diminuição do ADH que faria a regulação da diurese), em cães ocorre polifagia e obesidade, aumento de volume abdominal (deposito de gordura entre as vísceras), hepatomegalia (sobrecarga na metabolização de glicose), alopecia simétrica e hiperpigmentação, fraqueza e atrofia muscular. ACHADOS LABORATORIAIS: hemograma de estresse ou nenhuma alteração, no bioquímico ocorre aumento de FA e ALT (enzimas que indicam lesão hepática), aumento de colesterol e lipemia (aumento de lipídeos). Na urinálise mostra baixa densidade da urina, pode ocorre ainda ITU (infecção do trato urinário) e glicosúria. Para identificar o hiperadrenocorticismo, deve realizar dosagens hormonais através do teste de supressão com dexametasona em baixa e alta dose, além do teste de estimulação com ACTH (somente feito quando se tem o diagnóstico positivo, mas se quer saber qual a origem da doença – hipotálamo ou adrenal). TRATAMENTO Mitotano, mas tem efeitos citotóxicos sobre as células do córtex (mata as células que produzem o cortisol). É utilizado em duas fases – fase de indução 25mg/kg de 12 em 12 horas por 7 a 10 dias; na fase de manutenção, se utiliza 50mg/kg semanalmente, sendo essa dose dividida em 2 ou 3 vezes na semana, e se faz o monitoramento para ajuste de dose. Trilostano mais utilizado pois inibe a produção de cortisol. A dose utilizada é 2 a 6mg/kg, a cada 24 horas, ou 0,21 a 1,7mg/kg a cada 12 horas, e o monitoramento do animal para o resto de sua vida. Cetoconazol na fase de manutenção, que atua no citocromo p 450 que faz com que ocorra a quebra do colesterol chegando até o cortisol, bloqueando de forma reversível. A dose recomendada é de até 20mg/kg a cada 12 horas. Adrenalectomia (retirada da adrenal) – indicada quando os casos são decorrentes de tumor na adrenal, mas há um problema em que o animal será induzido a uma baixa de cortisol no momento da cirurgia, então se faz administração de dexametasona na dose de 0,1 a 0,2mg/kg na forma de infusão continua. Após isso, se administra a prednisona na dose 0,25 a 0,5mg/kg de 12 em 12 horas, e quando o animal começar a ingerir agua novamente, aumenta-se o intervalo para 24 horas, e reduzir a dose gradualmente. Hipoadrenocorticismo ou Síndrome de Cushing – é a falta de cortisol, podendo ser pela deficiência de cortisol ou de mineralocorticoides, como também de ambos. Ocorre em cães jovens e de meia idade, 2x mais em fêmeas, e raro em gatos. Começa se observar alterações pela falta de cortisol e do mineralocorticoide, como anorexia, vomito, letargia, fraqueza, diarreia e perda de peso, bradicardia e pulso fraco; o leucograma apresenta leucocitose e os exames bioquímicos mostram Na, K e Cl baixos. TRATAMENTO: fluidoterapia com solução salina de 30 a 80mL/kg 1 ou 2 horas; suplementação com glicocorticoides, usando prednisona 0,2mg/kg, sid ou bid, e posteriormente tenta-se reduzir a dose até reverter os sinais clínicos. Hipertireoidismo – comum em gatos, e normalmente relacionado ao excesso de iodo na alimentação dos animais ou excesso de minerais; acomete animais idosos com média de 12 anos, provocando o aumento da taxa metabólica do animal, deixando-o super agitado, agressivo, animal magro, pelagem diferente. A glândula tireoide localiza-se caudalmente a traqueia e é composta por 2 lobos, sendo muito importante pois faz a regulação metabólica do organismo, principalmente o metabolismo basal das células, porém, ela possui dois formatos histológicos – possui células que irão produzir a tireoglobulina, e também produz o hormônio calcitonina (metabolismo de cálcio e fosforo). A tireoglobulina é o único hormônio que é produzido e armazenado, pois se liga com o iodo. O hipotálamo é sinalizado em situações de frio e estresse, o TRH será secretado chegando a hipófise que vai liberar o TSH (hormônio estimulante da tireoide); chegando a tireoide, ocorre a secreção do T4, que perde um iodo e libera o T3, que irão fazer feedback negativo na hipófise, impedindo a secreção do TSH. Então, o T4 é produzido e armazenado, sendo quebrado no momento de necessidade, liberando o T3 que tem função de atuar nas células. SINAIS CLINICOS: perda de peso apesar da polifagia, desnutrição, caquexia, poliúria e polidipsia, vômitos, regurgitação, maior frequência de defecação, diarreia, hiperatividade, difícil de manipular, tremores musculares, pelagem feia, taquicardia e taquipneia, sobrecarga do coração em felinos que podem desenvolver a cardiomiopatia hipertrófica. LABORATORIAL: hemograma com eritrocitose, na bioquímica tem aumento de ALT e FA, ureia e creatinina; aumento de T4 total e T3. TRATAMENTO: é realizada remoção cirúrgica, se for possível realizar o acesso pois os gatos possuem tecidos ectópicos sobre a tireoide; existe a opção de radioterapia com iodo radioativo; mas a forma mais utilizada é a medicamentosa, usando o metimazol, que vai impedir que o iodo se ligue a tireoglobulina, na dose de 2,5mg/gato, VO, a cada 12 horas por 2 semanas. O paciente deve ser monitorado através de exame físico, realização de hemograma, avaliação de função hepática e renal e mensurar o T4 total a cada 15 dias. Hipotireoidismo – é mais comum em cães do que gatos, e em 95% dos casos ocorre por perda de função da tireoide (primário); o hipotireoidismo secundário ocorre por neoplasias, infecções, hemorragias. SINAIS CLINICOS: animal letárgico, ganho de peso, intolerância ao exercício, bradicardia, fraqueza, intolerância ao frio, galactorreia e hiperplasia mamaria; e os sinais mais comum que percebemos são os dermatológicos, como alopecia bilateral simétrica, afinamento da pelagem, cauda de rato, hiperpigmentação, seborreia seca, hiperqueratose. LABORATORIAL: anemia normocitica normocromica, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, T4 total baixo. TRATAMENTO: levotiroxina 0,02mg/kg,sendo o máximo de 0,8mg por cão, a cada 12 horas sendo oferecido em jejum.
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