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resenha crítica ibf

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HILNANDA LOPES FERREIRA (812488)
2020/1 - DOCÊNCIA NO ENSINO DE GEOGRAFIA 
Disciplina de Ética e Responsabilidade Social e Profissional
Descrição da obra: trata - se de uma resenha crítica do texto “Ética e Responsabilidade Social”, do autor Oswaldo Oliveira Santos Júnior.
O artigo discute sobre a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) relacionando – a a ética. O autor contextualiza a RSE ao marco histórico da década de 1990, período marcado pelos avanços neoliberais dentro de uma sociedade capitalista.
As relações de poder fomentam as disparidades sociais, nesse cenário a ética e a sua práxi são elementos de enfrentamento das contradições produzidas no seio social. O conceito de ética se apresenta como “a melhor forma de viver e conviver entre os seres humanos” e não como conjunto de normas, leis ou regras. Ela se efetiva no diálogo e na busca pela compreensão da forma mais correta ou menos desastrosa de se conviver socialmente e, por isso, como uma proposição para se atingir esse convívio social justo.
A RSE, nesse contexto, experimenta formas contraditórias de seu exercício: ora comprometida com o fortalecimento social e econômico do país reivindicando ajustes no modelo excludente numa proposta emancipatória, ora como elemento de agregação de valor a organização numa espécie de “moeda” dentro de uma estratégia de mercado.
Os selos de responsabilidade social que impulsionam o consumo podem gerar práticas assistencialistas porém, o autor também chama atenção para outras facetas dessas construções como o não questionamento das condicionantes estruturais da desigualdade e exploração, que legitimiza uma ordem social injusta. A RSE tem potencial latente para desvelar os mecanismos de exclusão e caminhar rumo a uma práxi social libertadora, mas, como toda atividade humana padece de desvios de interesse, pois, se edifica a partir de seus valores (o que se deseja ter). 
O autor aborda ainda algumas medidas de desempenho social, indicadores, prêmios e certificações que sinalizam práticas aceitas como éticas. A exemplo cita – se o Selo de Empresa Amiga, criado em 1995, o certificado Internacional SA 8000 de responsabilidade social dentre outros. Estes associam as atividades das corporações como compromissadas com a ética e a responsabilidade social.
A RSE visa normatizar a atuação das organizações, elo mais forte na relação comunidade e público interno.
Como elo mais forte dessa relação, às organizações, presente na sociedade capitalista, sobre pressão política (loby político) pode intervir no curso dos acontecimentos para construção de um cenário de favorecimento de grupos e acentuação no desequilíbrio nas relações sociais. Esse processo é exemplificado pelos historiadores na Ditadura de 1964 onde setores do empresariado forneceram apoio e articulação para implementação do movimento revolucionário.
Retomando o conceito inicial de ética (ciência sobre como conviver em sociedade) o autor estabelece que a ética não fornece um rol taxativa do que é certo ou errado pois, isto nasce do diálogo a partir da reflexão partilhada.
Se os valores são humanos não é a empresa que os produz mas, as pessoas que dirigem a organização. E, por sua vez, todo momento em que as pessoas que compõe a organização se distanciam dos valores consagrados pela sociedade eles incorrem na ausência de ética. É importante a reafirmação dos valores sob pena destes serem abandonados, relativizado ou substituídos.
O discurso sobre é ética é um processo reflexivo e contínuo sobre o que é bom e mal, onde se pensa e hierarquiza os desejos e valores presentes na sociedade.
 Os valores humanos são relativos e as empresas se alicerçam a partir destes. O ser humano considera valor aquilo que deseja. A atuação da RSE nesse cenário é de elo entre os valores da organização e a ética. As práticas responsáveis devem favorecer a vida em sociedade.
Visualizando o indivíduo, o sujeito imbuído de ética levará consigo os valores éticos que orientam suas ações independente do espaço em que esteja: em casa ou na empresa. Torna – se desnecessário então falar sobre ética profissional pois, valores éticos não são como roupas que se trocam de acordo com o ambiente em que se esteja, trata – se de um comprometimento com o bem estar social. 
A firmeza ética contribuirá para alicerçar os valores fundamentais da sociedade.
Conclusão:
Além de produtos e serviços cada vez mais é incentivado e aceito socialmente o consumo do “capital simbólico”. É crescente o grupo de indivíduos dispostos a consumirem de empresas que participam de ações relacionadas às causas humanitárias e ambientais. Para se inserirem nesse nicho, as empresas precisam se adaptar ao esse novo perfil de consumidor e a RSE são importantes ferramentas para isso.
Os programas de RSE serão de grande valia desde que não se use esse capital simbólico apenas como uma maquiagem para o alcance do lucro e projeção da imagem da organização para a sociedade.