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139 Coleção SENAR ADMINISTRAÇÃO DA EMPRESA RURAL Ambiente externo Presidente do Conselho Deliberativo João Martins da Silva Júnior Entidades Integrantes do Conselho Deliberativo Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA Confederação dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG Ministério do Trabalho e Emprego - MTE Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA Ministério da Educação - MEC Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB Agroindústrias / indicação da Confederação Nacional da Indústria - CNI Secretário Executivo Daniel Klüppel Carrara Chefe do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social Andréa Barbosa Alves Coleção SENAR TRABALHADOR NA ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS AGROSSILVIPASTORIS 139 ADMINISTRAÇÃO DA EMPRESA RURAL Ambiente externo IMPRESSO NO BRASIL © 2009, SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Coleção SENAR - 139 ADMINISTRAÇÃO DA EMPRESA RURAL Ambiente externo FOTOGRAFIA Banco de imagens público Rodrigo Farhat Valéria Gedanken Senar - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Administração da empresa rural: ambiente externo / Serviço Nacional de Aprendiza- gem Rural. -- 4. ed. Brasília: SENAR, 2015. 40 p. : il. ; 21 cm -- (Coleção SENAR; 139) ISBN 978-85-7664-051-6 1. Administração agrícola. 2. Administração rural. I. Título. II. Série. CDU 631.1 Sumário Apresentação 5 Introdução 7 Administração da empresa rural: ambiente externo 8 I - Conhecer a importância das atividades agrossilvipastoris e da administração rural no agronegócio 9 1 - Conheça a importância das atividades agrossilvipastoris no agronegócio 10 2 - Conheça a importância da administração rural no agronegócio 18 II - Conhecer o mercado de fatores e de produtos 19 1 - Analise o mercado de fatores 19 2 - Analise o mercado de produtos 19 III - Conhecer a política agrícola e os principais instrumentos de apoio ao produtor rural 21 1 - Conheça o crédito rural 22 2 - Conheça a garantia de renda dos produtores 23 3 - Conheça o seguro rural 24 4 - Conheça as instituições de pesquisa 25 5 - Conheça o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR 26 6 - Conheça os órgãos de assistência técnica e extensão rural 28 7 - Conheça o sistema de armazenamento e abastecimento 29 IV - Conhecer a legislação relativa à segurança do trabalhador rural 30 V - Conhecer a legislação relativa ao meio ambiente 32 1 - Utilize corretamente os agrotóxicos 33 2 - Conheça o instituto nacional de processamento de embalagens vazias- inpEV 34 VI - Conhecer a defesa sanitária 35 VII - Conhecer as principais formas de associativismo 36 1 - Conheça as associações 36 2 - Conheça os sindicatos 37 3 - Conheça as cooperativas 37 Referências 39 Apresentação Os produtores rurais brasileiros mostram diariamente sua competência na produção de alimentos e na preservação ambiental. Com a eficiência da nossa agropecuária, o Brasil colhe sucessivos bons resultados na economia. O setor é responsável por um terço do Produto Interno Bruto (PIB), um terço dos empregos gerados no país e por um terço das receitas das nossas exportações. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) contribui para a pujança do campo brasileiro. Nossos cursos de Formação Profissional e Promoção Social, voltados para 300 ocupações do campo, aperfeiçoam conhecimentos, habilidades e atitudes de homens e mulheres do Brasil rural. As cartilhas da coleção SENAR são o complemento fundamental para fixação da aprendizagem construída nesses processos e representam fonte permanente de consulta e referência. São elaboradas pensando exclusivamente em você, que trabalha no campo. Seu conteúdo, fotos e ilustrações traduzem todo o conhecimento acadêmico e prático em soluções para os desafios que enfrenta diariamente na lida do campo. Desde que foi criado, o SENAR vem mobilizando esforços e reunindo experiências para oferecer serviços educacionais de qualidade. Capacitamos quem trabalha na produção rural para que alcance cada vez maior eficiência, gerenciando com competência suas atividades, com tecnologia adequada, segurança e respeito ao meio ambiente. Desejamos que sua participação neste treinamento e o conteúdo desta cartilha possam contribuir para o seu desenvolvimento social, profissional e humano! Ótima aprendizagem. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – www.senar.org.br – Co le çã o | S EN AR 7 Introdução Esta cartilha procura mostrar a importância das atividades agrossilvi- pastoris e da administração rural no agronegócio. Trata também das vari- áveis que afetam a administração da empresa rural, a política agrícola e os principais instrumentos de apoio ao produtor. Aborda ainda, a legislação relativa à segurança do trabalhador rural e do meio ambiente e refere-se à defesa sanitária e as principais formas de associativismo. Co le çã o | S EN AR 8 Administração da empresa rural: ambiente externo Para que o produtor possa acompanhar as mudanças que estão ocor- rendo na economia mundial, a eficiência na área tecnológica e da gestão das atividades agrícolas é cada vez mais exigida dele. Assim, além de pro- duzir de forma economicamente viável, ambientalmente correta, social- mente justa e conforme as determinações da defesa sanitária e se possí- vel, de modo associativista, ou seja, além do ambiente interno (produção) é imprescindível o conhecimento do ambiente externo à propriedade. Conhecer a importância das atividades agrossilvipastoris e da administração rural no agronegócio O agronegócio exerce função econômica e social muito importante. As riquezas geradas fortalecem a economia brasileira e proporcionam condi- ções para melhoria da qualidade de vida, no meio rural e, principalmente, nas pequenas e médias cidades. O agronegócio é a soma de todas as cadeias produtivas compreen- dendo desde a produção e distribuição de insumos, a produção agrossil- vipastoril até a comercialização de alimentos, fibras e energia, ou seja, é o propulsor da economia do Brasil sendo responsável por cerca de 30% do PIB, 36% das exportações e 37% dos empregos. I Co le çã o | S EN AR 10 1 - Conheça a importância das atividades agrossilvipastoris no agronegócio 1.1 - Entenda o agronegócio A participação do produtor no agronegócio se dá através das diferen- tes cadeias produtivas e em todas elas prevalece a visão do todo, onde as providências em relação aos insumos, à produção, ao armazenamento, à industrialização, à distribuição e ao consumo da matéria prima, não podem ser consideradas de forma separada. Atualmente, na linguagem usual, a cadeia produtiva agrícola divide-se em: • O que vem antes da porteira das fazendas; • O que se passa dentro das fazendas; • O que ocorre depois da porteira. Co le çã o | S EN AR 11 O que vem antes da porteira das fazendas (ambiente externo) Caracteriza-se pelos insumos e pelos serviços indispensáveis à pro- dução rural: a pesquisa cientifica, a extensão rural, os fertilizantes, os defensivos, os corretivos, as sementes, as máquinas e equipamentos, o crédito, o seguro rural. Co le çã o | S EN AR 12 O que acontece dentro das fazendas (ambiente interno) Tanto o que ocorre antes como depois da porteira depende do que se passa dentro das fazendas, ou seja, do plantio, dos tratos culturais, da colheita sob gestão enérgica de recursos gerenciais e humanos, da área comercial, ambiental, fiscal, tributária, trabalhista, técnica e outras ações. Uma cadeia produtiva só será eficiente e seu produto final somente será competitivo em termos de preço e qualidade, se a distribuição da renda no seu interior for equilibrada, de modo que todos os elos sejam remunerados adequadamente. Seja qual for a cadeia produtiva na qual o produtor está inserido, ele sempre será o elemento principal, independente de seu tamanho, familiar ou empresarial. Ambiente e relação entre os componentes do agronegócio Co le çã o | S EN AR 13 Oque ocorre depois da porteira (ambiente externo) Contém o transporte da produção, sua armazenagem, a industrializa- ção, a distribuição e o comércio interno ou externo. Co le çã o | S EN AR 14 Representação Genérica de Cadeias Produtivas Indentificação dos principais insumos e produtos agropecuários da sua região Depois de observar o quadro da representação genérica de cadeias produtivas faça os exercícios de acordo com sua realidade: • Verifique se na sua região existe alguma cadeia produtiva consolida- da ou com potencial de desenvolvimento que você possa se inserir • Que tipos de insumos você compra? • Esquematize a cadeia produtiva de seu interesse ANTES DA PORTEIRA DENTRO DA FAZENDA DEPOIS DA PORTEIRA Indústria de insumos, máquinas e equipamentos Produtores de Compradores e processadores Distribuição Fertilizantes Sementes Calcário Produtos veterinários Inseminação artificial Ordenha mecânica Rações Tanque de resfriamento Utensílios Tratores, máquinas e implementos Serviços técnicos Leite Carne Ovos Frutas Hortaliças Café Cana Outros Serviços técnicos Feirantes Pequenos varejos Cooperativas Mini usinas Agroindústrias nacionais e multinacionais Exportadores Serviços técnicos Padarias Mercearias Supermercado Feiras livres Varejões Sacolões Outros: bares, restaurantes, atacadistas Serviços técnicos Co le çã o | S EN AR 15 1.2 - Conheça os principais produtos do agronegócio brasileiro A geração de pesquisas para a agricultura e pecuária tropical, as condições climáticas favoráveis, terras disponíveis e áreas de pastagens degradadas a serem recuperadas e a visão empresarial associada ao es- pírito empreendedor dos produtores rurais fazem com que o Brasil se destaque na produção de alimentos e agricultura energética com ênfase em etanol e biodiesel. Como exemplo de alimentos, produzimos arroz, café, frutas, hortaliças, leite, soja, milho, carnes (ave, suína e bovina), suco de laranja, entre ou- tros. Como exemplo de agricultura energética produzimos cana-de-açúcar, mamona, gergelim, algodão, girassol, amendoim, dendê e diversas outras. O quadro a seguir, mostra matéria-prima proveniente de alguns produ- tos agrossilvipastoris e sua respectiva utilização. Co le çã o | S EN AR 16 Matéria-prima proveniente de produtos agrossilvipastoris MATÉRIA PRIMA UTILIZAÇÃO Algodão Têxtil Farmacológico Madeira Papel e celulose Indústria moveleira Soja Óleo, biodiesel, torta para ração, composição de massas, biscoitos e outros Mandioca Farinhas e polvilho Trigo Farinhas, panificação Pimentas Indústria de condimentos Ervas Medicamentos, chás Frutas em geral Sucos, doces, cosméticos Castanhas Alimentação e cosméticos Leite Produtos Lácteos (iogurte, requeijão, queijos, e outros) Mel, própolis, geleia real, ceras, pólen Indústria apícola Cana-de-açúcar Açúcar e álcool Fabricação de cachaça, açúcar mascavo e rapadura Co le çã o | S EN AR 17 1.3 - Conheça a importância dos principais produtos agropecuários exportados pelo Brasil As exportações de produtos agropecuários contribuem positivamente para o aumento do saldo da balança comercial (diferença do valor dos produtos exportados e dos importados), o fortalecimento das cadeias produtivas e a geração de empregos diretos e indiretos no campo. As vendas de produtos básicos, especialmente agrícolas, continuam sendo a principal fonte do superávit comercial brasileiro. Assim, a solidez das contas externas brasileiras continua dependendo fundamentalmente dos produtos originários do campo. Co le çã o | S EN AR 18 Principais produtos agrossilvipastoris e destinos 2 - Conheça a importância da administração rural no agronegócio Com a globalização da economia e a formação de acordos comerciais entre os países, a empresa rural está diante do desafio de produzir com maior eficiência técnica e econômica, para oferecer produtos de qualidade a preços competitivos. Nesse sentido, é importante a capacitação do em- presário rural nas variáveis que afetam a gestão de seu negócio como o mercado de fatores e de produtos, política agrícola, legislações trabalhis- tas, ambiental, sanitária e outras, bem como o desenvolvimento do espírito associativista para unir esforços e distribuir benefícios. Conhecer o mercado de fatores e de produtos 1 - Analise o mercado de fatores O mercado de fatores envolve a identificação e descrição dos insumos e serviços necessários a serem adquiridos para a execução da produção. Para a análise completa do mercado de fatores o produtor deve saber responder: • De quem é possível comprar? • Por quanto é possível comprar? • Quanto é possível comprar? 2 - Analise o mercado de produtos O mercado de produtos representa tudo o que é produzido nas pro- priedades rurais em produtos (carne, grãos, frutas, etc.) ou serviços (alu- guel de pasto, uso de máquinas, etc.). A análise do mercado envolve a descrição genérica do produto ou ser- viço e do seu nicho de mercado com o objetivo de identificar o segmento onde o produto será comercializado, destacando inclusive o grupo de con- sumidores relevantes. II Co le çã o | S EN AR 20 Para a análise completa do mercado de produtos o produtor deve sa- ber responder: • Qual o produto que o mercado deseja adquirir? • Para quem é possível vender? • Por quanto é possível vender? • Quanto é possível vender? Atenção: É importante conhecer os períodos de safra e entressafra dos produtos no mercado interno e externo. Com esse conhecimento os produtores programam o plantio visando a colheita em épocas estra- tégicas de melhor preço. Conhecer a política agrícola e os principais instrumentos de apoio ao produtor rural O Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), define os programas de desenvolvimento e os ins- trumentos de política agrícola, procurando conciliar a busca do crescimen- to da agropecuária com os objetivos sociais e ambientais. Alguns instrumentos da política agrícola são apresentados a seguir: III Co le çã o | S EN AR 22 1 - Conheça o crédito rural O crédito rural é o instrumento de política agrícola que financia as atividades rurais. Existem três formas básicas de crédito rural: Crédito para custeio: destinado ao financiamento de determinada safra (capital de giro); Crédito para investimento: destinado a compra de máquinas, constru- ção de benfeitorias e aquisição de animais. Trata-se de financiamento que envolve mais de uma safra; o prazo de pagamento é mais longo e pode ter um período de carência antes do início da amortização da dívida. Crédito para a comercialização: está ligado à política de preços míni- mos. As três modalidades principais são os Empréstimos do Governo Fe- deral (EGF), as Aquisições do Governo Federal (AGF) e as compras diretas efetuadas pelo Governo Federal. Atenção: 1 - Diferentes linhas de crédito e as formas de acessá-los são encontrados em bancos oficiais, instituições privadas e cooperativas de crédito. Dentre elas, encontra-se uma linha especial destinada ao financiamento da agricultura familiar, o Programa Nacional de Forta- lecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). 2 - Existem empresas especializadas que são credenciadas pelas instituições financeiras com a finalidade de auxiliar o empresário rural a elaborar projetos para fins de obtenção de crédito rural. Co le çã o | S EN AR 23 2 - Conheça a garantia de renda dos produtores A garantia de renda aos produtores é o conjunto de instrumentos de apoio a preços e garantia de renda dos produtores e de abastecimento complementar, desenvolvido através da Política de Garantia de Preços Míni- mos (PGPM). Todo ano, o governo define os preços mínimos para os produtos con- templados por essa política. Quando os preços de mercado estão abaixo do preço mínimo oficial, o governo compra a produção agrícola para for- mar estoques reguladores do produto. Essesestoques são utilizados para abastecer o mercado em épocas de escassez. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é o órgão do governo responsável pela execução da política de preços mínimos. Os principais instrumentos utilizados são as linhas de crédito mencionadas anteriormente (EGF, AGF e Compra Dire- Sede do Banco Central - Brasília - DF Sede do Banco do Brasil - Brasília - DF Co le çã o | S EN AR 24 ta). No caso do EGF, o governo libera o empréstimo para que o produtor armazene seu produto e espere a melhor época de venda, em geral, na entressafra. A modalidade AGF ocorre quando o governo se compromete a comprar a produção ao preço mínimo estabelecido no início da safra. Para saber mais sobre a garantia de renda aos produtores consulte: www.conab.gov.br. Sede da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB - Brasília - DF 3 - Conheça o seguro rural As atividades agrossilvipastoris apresentam riscos e incertezas, decor- rentes tanto da instabilidade de origem climática e das ameaças sanitárias, quanto das oscilações do mercado. O seguro agrícola é um importante mecanismo de proteção da renda do produtor rural. Ele atua de forma a amenizar os riscos de perdas na atividade agropecuária e proporciona a recuperação de sua capacidade financeira na eventualidade de sinistros ocorridos por motivos naturais incontroláveis. Co le çã o | S EN AR 25 A força do seguro agrícola no Brasil depende da parceria entre gover- no, seguradoras, resseguradoras, agentes financeiros e produtores, em busca do modelo ideal de proteção às atividades agrícolas. 4 - Conheça as instituições de pesquisa Atualmente, o Brasil possui a melhor tecnologia agropecuária tropical no mundo e é competitivo em diversas cadeias produtivas, em grande parte devido aos trabalhos realizados em pesquisa, desenvolvimento e inovação. A tecnologia agrossilvipastoril é obtida através da pesquisa e é um processo dinâmico exigindo recursos constantes. Sem eles, a tecnologia não evolui e o Brasil perde competitividade, empregos e renda. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), universi- dades, organizações estaduais de pesquisa agropecuária entre outras, por meio da realização de pesquisas promovem avanços tecnológicos contribuindo para que os produtores aumentem sua renda e ofereça me- lhor produto ao consumidor em preço e qualidade. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Brasília - DF Co le çã o | S EN AR 26 5 - Conheça o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR, é uma instituição de direito privado, paraestatal, sem fins lucrativos, mantida pela classe pa- tronal rural, vinculado a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA e dirigida por um Conselho Deliberativo, composto por representantes do governo, da classe patronal e da classe trabalhadora. Atenção: A administração rural também é um tipo de tecnologia. Esteja atento às inovações nessa área, por exemplo, ao uso do microcom- putador como instrumento de trabalho. Sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA - Brasília - DF Co le çã o | S EN AR 27 O SENAR tem como principal fonte mantenedora de sua estrutura ope- rativa a contribuição compulsória dos produtores rurais sejam eles pes- soas físicas ou jurídicas. Sua missão é desenvolver ações de formação profissional rural - FPR, em atenção às demandas do mercado de traba- lho, e atividades da promoção social - PS, voltadas às pessoas do meio rural, contribuindo para sua profissionalização, integração na sociedade, melhoria da qualidade de vida e pleno exercício da cidadania. O SENAR, presente em todas as unidades da federação, segue as re- comendações da Organização Internacional do Trabalho - OIT, as políticas do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, e nas diretrizes emanadas da Con- federação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA e suas federações vinculadas. Atenção: Qualquer entidade que oferecer formação profissional deverá contar com estrutura adequada ao desenvolvimento dos programas de apren- dizagem, de forma a manter a qualidade no ensino. Sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA e do Serviço Nacional de Apren- dizagem Rural - SENAR - Brasília - DF Co le çã o | S EN AR 28 6 - Conheça os órgãos de assistência técnica e extensão rural As instituições públicas e privadas de assistência técnica e extensão rural atuam em todo o Brasil de diferentes formas. As ações de assistên- cia técnica podem ser realizadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) nos estados, por organizações não governamentais (ONGs), cooperativas, empresas privadas, profissionais liberais e instituições que fazem parceria com o SENAR, órgãos federais, estaduais e municipais. O SENAR por intermédio de suas administrações regionais oferece um modelo de assistência técnica associado à consultoria gerencial, em conso- nância com as ações de Formação Profissional Rural. Todas as instituições acima citadas têm como objetivo principal promo- ver o desenvolvimento rural sustentável, por meio da difusão de tecnolo- gias de produção agropecuária e gerenciais, em diferentes regiões do País, visando à melhoria da qualidade de vida do homem do campo. Sede da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER - Brasília - DF Co le çã o | S EN AR 29 7 - Conheça o sistema de armazenamento e abastecimento O órgão oficial responsável pelo armazenamento e abastecimento no Brasil é a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Instituições pri- vadas e cooperativas também exercem essas funções. Apenas cerca de 5% dos produtores brasileiros armazenam a sua pro- dução na própria fazenda, o que é pouco quando comparado aos produto- res dos EUA com 65%, Europa entre 50 e 55% e da Argentina com 25%. Sede da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB - Brasília - DF Conhecer a legislação relativa à segurança e saúde do trabalhador rural Está em vigor desde março de 2005 a Norma Reguladora de Seguran- ça e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura (NR-31) e a Norma Reguladora de Atividades e Operações Insalubres (NR-15) que tem por objetivo estabelecer os pre- ceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades acima citadas com a segurança e saúde e o meio ambiente do trabalho. IV Co le çã o | S EN AR 31 O trabalho no meio rural apresenta riscos ocupacionais com gravidade variável, classificados em: RISCOS FISÍCOS RISCOS QUÍMICOS RISCOS BIOLÓGICOS RISCOS ERGONÔMICOS RISCOS ACIDENTES Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e transporte manual de peso Máquinas e equipamentos sem proteção Radiações ionizantes Névoas Protozoários Exigência de postura inadequada Ferramentas inadequadas ou defeituosas Radiações não- ionizantes Neblinas Fungos Controle rígido de produtividade Iluminação inadequada Frio Gases Parasitas Imposição de ritmos excessivos Eletricidade Calor Vapores Bacilos Trabalho em turno e noturno Probabilidade de incêndio ou explosão Pressão anormal Substâncias compostas ou produtos químicos em geral Jornada de trabalho prolongada Armazenamento inadequado Umidade Monotonia e repetitividade. Outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico Animais peçonhentos. Outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes Fonte: portaria nº 25 de 29/12 / 1994, anexo IV da NR 05 A falta de um modelo de prevenção aos acidentes de trabalho e o descumprimento das normas (NR-31) causam um elevado gasto em bene- fíciosdecorrentes de acidentes de trabalho por parte do governo e perda da produtividade pelas empresas rurais devido aos custos dos acidentes. Para mais informações, consulte a página do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na internet: www.mte.gov.br Conhecer a legislação relativa ao meio ambiente O Código Florestal Brasileiro regulamenta as áreas de reserva legal e de preservação permanente, sejam elas de propriedade privada ou pública. Por exemplo, a lei “determina a proteção de florestas nativas e define como áreas de preservação permanente (onde a conservação da vegetação é obrigatória): uma faixa de 30 a 500 metros nas margens dos rios (dependendo da largura do curso d’água), a beira de lagos e de reservatórios de água, os topos de morro, encostas com declividade superior a 45° e locais acima de 1800 metros de altitude”. Na região da Amazônia Legal, as propriedades rurais têm que manter 80% de suas áreas nativas, como reserva legal exceto aquelas que estejam na região do bioma cerrado, onde este valor cai para 35%. No restante do País, o percentual é de 20%. Segundo o novo código florestal (lei no 12.651 de 25 de maio de 2012), todo imóvel rural fica obrigado a fazer o Cadastramento Ambiental Rural - CAR, de caráter declaratório, onde o proprietário deve deixar claro quais são as Áreas de Proteção Permanente - APP, reserva legal, áreas consolidadas e áreas para fins agropecuários dentro da propriedade. V Co le çã o | S EN AR 33 1 - Utilize corretamente os agrotóxicos A utilização de agrotóxicos muitas vezes é imprescindível. Nesses ca- sos, o uso inadequado pode acarretar sérias consequências sobre a qua- lidade e a segurança dos alimentos, os custos de produção e a saúde dos trabalhadores. Portanto, é necessário a precaução quanto ao seu impacto sobre os recursos naturais. Utilizado corretamente, pode proporcionar ganhos de produtividade com menores riscos à saúde dos trabalhadores, dos consumidores e com reduzidos danos ao meio ambiente. A Lei dos Agrotóxicos regulamenta a pesquisa, a fabricação, a comercializa- ção, a aplicação, o controle, a fiscalização e também o destino correto das em- balagens vazias, visando a preservação da saúde humana e do meio ambiente. Atenção: 1 - A lei dos crimes ambientais reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às infrações e punições. A partir dela, por meio de multas e embargos, além de responabilização criminal, auto- ra ou co-autora da infração ambiental, pode ser penalizada. Define, também, que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que causar, independentemente de culpa. 2 - Em relação à fauna silvestre, a lei classifica como crime o uso, perseguição, apanha de animais silvestres, a caça profissional, o co- mércio de espécimes da fauna silvestre e produtos derivados de sua caça, além de proibir a introdução de espécie exótica (importada) e a caça amadorística sem autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). 3 - Dependendo da atividade a ser desenvolvida, consulte o ór- gão municipal, estadual ou federal para obter informações sobre o licenciamento ambiental. Co le çã o | S EN AR 34 Essa lei impõe ainda, a obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao consumidor. Exige também registro dos produtos nos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério da Saúde e no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). 2 - Conheça o instituto nacional de processamento de embalagens vazias- inpEV O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias inpEV (www.inpev.org.br) também orienta como se deve proceder para descartar embalagens vazias de agrotóxicos, conforme Lei Federal nº 997/00. Sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA - Brasília - DF Conhecer a defesa sanitária A Política Agrícola Brasileira, definida pelo Ministério da Agricultura Pecu- ária e Abastecimento (MAPA), tem a defesa sanitária entre suas prioridades. Os objetivos da defesa sanitária são assegurar: a sanidade das populações vegetais; a saúde dos rebanhos; a idoneidade dos insumos e dos serviços utilizados na agropecuária; e a identidade e a segurança higiênico-sanitária e tecnológica dos produtos agropecuários finais destinados ao consumi- dor. O trabalho de vigilância e defesa sanitária, inspeção e classificação de produtos de origem vegetal e animal, é feito por meio de órgãos federais, estaduais e municipais ou através de convênios e parcerias com outras ins- tituições. A questão de defesa sanitária exige recursos financeiros públicos e apoio privado. Implica em atuação integrada e cuidadosa entre o governo federal e os governos estaduais e entre estes e os governos dos municípios, com a presença de órgãos de representação de produtores. Exige também a atuação conjunta com todos os governos dos países da América do Sul. VI Atenção: 1 - O cumprimento da legislação que trata da defesa agropecuária está de acordo com compromissos internacionais firmados pelo Brasil. 2 - Por lei, o município é a unidade geográfica básica para a organização e funcionamento dos serviços oficiais de sanidade agropecuária. Conhecer as principais formas de associativismo A palavra associativismo é utilizada para indicar algumas formas de or- ganização de pessoas com objetivos comuns. O princípio básico do associa- tivismo é a ajuda mútua e o fortalecimento das ações individuais, permitindo a cada produtor, poder e representatividade para ajudar a mudar a realida- de de sua região. A formação de estruturas coletivas (associativismo) pode possibilitar aos médios e pequenos produtores como os da agricultura familiar, acesso aos mercados internos e externos. Devido às características do meio rural torna-se importante a união e a organização dos produtores rurais para que consigam promover ações bem articuladas com objetivos e metas claras. Como exemplo, isoladamente, cada um deles, é incapaz de influenciar os preços tanto dos insumos que compram quanto dos produtos que vendem. As formas mais comuns de associativismo são as associações, os sindi- catos e as cooperativas. 1 - Conheça as associações Associação é um grupo formal ou informal de pessoas com objetivos VII Co le çã o | S EN AR 37 comuns, sem fins lucrativos. Exemplos: Associações dos Apicultores, As- sociação de Produtores de Leite, Associação de Artesãs, Associação de Horticultores. 2 - Conheça os sindicatos Sindicato é a entidade representativa de classes profissionais (traba- lhadores e produtores) para a defesa de interesses coletivos e individuais. O conjunto de sindicatos de uma mesma categoria de um estado forma a federação estadual e o conjunto das federações estaduais forma a confede- ração. Exemplos: Exemplo 1: Sindicato Rural <nome do município>; Federação da Agricul- tura e da Pecuária do <nome do estado>; Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); Exemplo 2: Sindicato dos Trabalhadores Rurais <nome do município>; Federação dos Trabalhadores Rurais <nome do estado>; Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG). 3 - Conheça as cooperativas A cooperativa é uma sociedade de pessoas físicas, constituída por, no mínimo, 20 mem- bros de determinado grupo econômico ou social, com objetivo de desempenhar determi- nada atividade econômica. As cooperativas são um caminho de or- ganização e solidariedade. Difundem valores Co le çã o | S EN AR 38 como transparência ética, voluntariado, honestidade, igualdade, respon- sabilidade e justiça social. A cooperativa exige responsabilidade, comprometimento e participação de todos os cooperados dentro de uma estrutura de decisão democrática. Caso o resultado seja positivo, todos ganham, caso negativo, todos deixam de ganhar. Exemplo de cooperativas: Cooperativas de produção: reúnem grupos de produtores;Cooperativas de crédito: proporcionam, aos cooperados, acesso ao crédito e à moeda com juros reduzidos; Cooperativas de consumo: destinam-se ao repasse de gêne- ros aos associados; Cooperativas de trabalho: re- únem prestadores de serviços. Atenção: 1 - A lei 5.764/71 rege a criação e o funcionamento das coopera- tivas no Brasil. 2 - A interação entre associações, sindicatos e cooperativas forta- lece a representatividade e defesa dos interesses comuns. 3 - Em todas as formas associativistas, os membros devem exer- cer plenamente seus direitos e obrigações, visando alcançar os obje- tivos comuns. Co le çã o | S EN AR 39 Referências ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. São Paulo: Atlas, 2003. 147p. BACHA, Carlos J. Caetano. Economia e política agrícola no Brasil. São Pau- lo: Atlas, 2004. 226p. CALDAS, Ruy de Araújo (Org.); et al.. Agronegócio Brasileiro. Brasília: CNPq, 1988. 275p. NEVES, Marcos Fava. Agronegócios & desenvolvimento sustentável. São Paulo: Atlas, 2007. 172p. PERES, Fernando Curi; et al.. O Programa Empreendedor Rural. Curitiba: SEBRAE/PR e SENAR/PR, 2009. Co le çã o | S EN AR 40 SGAN Quadra 601, Módulo K Ed. Antônio Ernesto de Salvo - 1º andar Brasília-DF - CEP: 70830-021 Fone: + 55 61 2109.1300 - Fax: + 55 61 2109.1325 www.senar.org.br Acesse também o portal de educação à distância do SENAR: http://ead.senar.org.br/ 139 - CAPA ADMINISTRAÇÃO RURAL - EXTERNO.pdf 139_ADMINISTRAÇÃO DA EMPRESA RURAL - AMBIENTE EXTERNO.pdf 139 - CAPA ADMINISTRAÇÃO RURAL - EXTERNO