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ASSOCIAÇÃO FACULDADE DE RIBEIRÃO PRETO GRUPO UNIESP EMERSON IVAN ALVES DE SANTANA RAMIRO DONIZETI DOS SANTOS PAULINO A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA NA GESTÃO DE PESSOAS COM ÊNFASE NA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO RIBEIRÃO PRETO 2016 Emerson Ivan Alves de Santana Ramiro Donizeti dos Santos Paulino A Importância da Liderança na Gestão de Pessoas com Ênfase na Engenharia de Produção Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Associação Faculdade de Ribeirão Preto AFARP Prof.ª Esp.ª Renata Trivelato Felício Cenedesi Ribeirão Preto 2016 Resumo Com a necessidade de identificar a figura de um gestor líder nas organizações, profissionais da área de psicologia e RH buscaram se aprofundar em estudos que deram origem a vários conceitos de “liderança” de modo que representassem a figura de um “líder”. E com o desenvolvimento das organizações desde a Revolução Industrial até atualmente, os gerentes são cada vez mais requisitados para organizar pessoas, delegar funções e tarefas rumo ao alcance das metas e objetivos dessas organizações. Mais precisamente as empresas passaram a requisitar profissionais que possuam visão do futuro, assim como os “engenheiros de produção” que além de terem base para administrar a produção em termos de matéria-prima e outros recursos, são capazes de administrar máquinas e principalmente “pessoas”. Com o aumento do volume de produção de produtos e de serviços, as organizações modernas apresentaram grandes dificuldades não mais relacionadas à tecnologia ou a falta de recursos, mas sim em lidar com pessoas. Assim através dessa dificuldade, os engenheiros de produção que trabalham nas organizações modernas precisam liderar mais do que gerenciar pessoas, de modo que orientem, motivem, ajudem, pratiquem o feedback constante e que transmitam todas as metas e objetivos da organização de maneira clara, mostrando todas as ferramentas possíveis para o alcance das mesmas, trabalhando para que as pessoas de sua equipe possam reconhece-lo como “líder” e que possam trabalhar para o desenvolvimento e crescimento da organização com prazer e espontaneamente. Palavras-chave: Liderança; Gestão de pessoas; Engenheiro líder; Liderar pessoas. Abstract With the need to identify the figure of a leading manager in organizations, psychology professionals and HR sought to delve into studies that gave rise to various concepts of "leadership" so that represented the figure of a "leader." And with the development of organizations since the Industrial Revolution until now, managers are increasingly required to organize people, delegate tasks and work towards achieving the goals and objectives of these organizations. More precisely companies started to request professionals who possess vision of the future, as well as the "production engineers" which besides having basis to manage the production in terms of raw materials and other resources, are able to manage machines and especially "people ". With the increased volume of production of goods and services, modern organizations presented great difficulties not related to technology or lack of resources, but in dealing with people. So through this difficulty, production engineers working in modern organizations need to lead more than managing people in order to guide, motivate, help, practice constant feedback and supply all the goals and objectives clearly organization, showing all possible tools to achieve the same, working for the people of your team can recognize it as a "leader" and that can work for the development and organization of the growth with pleasure and spontaneously. Keywords: Leadership; People management; leading engineer; Lead people. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 6 1.1 Justificativa ........................................................................................................ 8 1.2 Objetivos ............................................................................................................. 9 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 9 1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 9 1.3 Metodologia ...................................................................................................... 19 2 LIDERANÇA ....................................................................................................... 11 2.1 Conceito de Liderança ...................................................................................... 19 2.1.1 Teorias de Liderança ...................................................................................... 19 2.1.1.1 Teoria dos Traços ........................................................................................ 19 2.1.1.2 Teoria Comportamental ............................................................................... 19 2.1.2 Estilos de Liderança ....................................................................................... 19 2.1.2.1 Autocrático ................................................................................................... 19 2.1.2.2 Democrático ................................................................................................ 19 2.1.2.3 Laissez-Faire ............................................................................................... 19 2.2 O surgimento e a evolução da liderança com o passar do tempo .................... 17 2.3 Liderança .......................................................................................................... 19 2.4 O Papel da Liderança na Motivação Humana .................................................. 19 2.5 A Influência da Liderança para os Liderados .................................................... 22 2.6 O Papel de um Líder ......................................................................................... 24 2.7 A Liderança nas Organizações Modernas ........................................................ 25 3 GESTÃO DE PESSOAS ..................................................................................... 30 3.1 A Liderança e a Gestão de Pessoas .................................................................. 32 4 A LIDERANÇA NA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO .......................................... 33 5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 38 6 1 INTRODUÇÃO Desde o surgimento e desenvolvimento das sociedades, é observada a grande necessidade de se ter um líder que administre os passos das pessoas que estão inseridas nas mesmas. Ou seja, os indivíduos praticam o ato de liderança através da convivência de um para com o outro (BERGAMINI, 2009). E a partir desse conceito, em 825 d.C. surge o conceito de “líder” que se origina da palavra “liderar”, que vem como significado de conduzir um grupo de pessoas a algo, chefiar um grupo de forma a guia-lo e de nortear o grupo mostrando a direção correta. Sendo um indivíduo com capacidade de guiar um grupo de pessoas rumo à sobrevivência ou a um objetivo em comum, de forma a se respeitarem e cooperarem entre si para o alcance do mesmo (MUELLER; MAYER, 2007). Devido às altas taxas de produção originadas da Revolução Industrial da época, as organizações começaram a buscar pessoas capacitadas a liderarem um grupo de pessoas, de forma que fossem comandadas e programadas a realizaremsuas funções para que a organização atendesse as necessidades das pessoas e também as suas próprias necessidades em termos de lucro financeiro. Esse líder deve ser capaz de administrar seus liderados apenas como máquinas a fim de realizarem o que lhes foi determinado, restringindo o conhecimento para o grupo e o guardando apenas para si mesmo (CHIAVENATO, 1999). Através da Revolução Industrial na Inglaterra, os trabalhadores começaram a observar tanto o ambiente interno da organização como também o externo. Nesta nova etapa, os trabalhadores que antes apenas executavam ordens sem mesmo questiona-las e que não podiam propor soluções ou melhorias, passaram a reivindicar seus direitos sociais dentro da organização. Com tudo isso ocorrendo, surgiram as “associações sindicais” que começaram a buscar alternativas que promovessem melhorias no ambiente de trabalho, onde apenas a máquina era valorizada, passassem a valorizar o homem nesta primeira etapa da mão de obra do início do período industrial (MOTTA, 2002). 7 Ao observarem as decorrentes transformações dos trabalhadores no ambiente de trabalho, os estudiosos da área de Recursos Humanos (RH) começaram a estudar as relações do homem com o seu trabalho. Esses estudos propunham características que levavam o indivíduo a trabalhar. Como por exemplo: realização de necessidades para sobreviver; o trabalho realizado que dava sentido a sua própria existência; autodesenvolvimento e realização com a sua participação na organização (MOTTA, 2002). Depois de todo esse processo, os profissionais do RH começaram a se adaptar ao novo modelo de trabalhadores que foram desenvolvidos pela “Gestão de Pessoas”. Essa nova etapa trouxe um novo desafio para os profissionais de Recursos Humanos, pois com a evolução do trabalhador, que antes era visto apenas como uma máquina, agora passou a ser uma ferramenta capaz de propor melhorias e soluções para a organização, de forma que os profissionais de RH começaram a buscar “líderes”, ou seja, pessoas capazes de administrar um grupo de pessoas ao alcance de metas e objetivos, tanto pessoais como profissionais estabelecidos pela organização (CHIAVENATO, 1999). O presente trabalho busca mostrar o surgimento da liderança através do surgimento da gestão de pessoas, de forma a caracterizar as modificações dos conceitos ao longo dos anos, exigindo cada vez mais das organizações e dos administradores de Recursos Humanos, buscarem profissionais como Engenheiros de Produção e entre outros, que não tenham apenas conhecimentos em exatas, mas que sejam capazes de administrar pessoas rumo ao alcance de metas e objetivos, através de seus conhecimentos abrangentes em administração de empresas, capazes de trabalhar em equipe, com o objetivo de descobrir novos talentos capazes de ajudar a organização a alcançarem sucesso no mercado e aos liderados sucesso nas suas vidas pessoais e profissionais. 8 1.1 Justificativa As organizações sofrem com a baixa motivação de seus colaboradores. Nesse conceito entra o papel do novo líder. A nova maneira de liderar pessoas envolve experiência e estudo como componentes primordiais de gestão. As empresas buscam os profissionais eficientes e capacitados na resolução de problemas, não apenas visando o lucro, mas também visando a harmonia e a motivação das pessoas. A liderança é algo que pode ser desenvolvida com o passar dos anos, através de esforço, estudo e experiência. Existem pessoas que já nascem líderes, desde cedo mostram sua personalidade e não se escondem diante das adversidades. É importante destacar que existem diversos estilos de liderança e que cada tipo se enquadra em seu devido ambiente, na própria história vimos que pessoas são influenciadas sempre existindo a figura de um líder. Dessa forma o presente trabalho explica como o estilo de liderar modifica o desenvolvimento das empresas, a importância que as empresas se envolvam no crescimento dos seus líderes e liderados, a importância do ambiente saudável e do estilo gerencial para que haja uma adaptação rápida em cada momento e local onde a empresa se localiza e o grande desenvolvimento com o passar dos anos do engenheiro de produção, que cada dia mais está ligado ao processo decisório das empresas e liderando equipes. 9 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Fazer um estudo sobre as principais características de uma liderança eficaz e seus desdobramentos. 1.2.2 Objetivos Específicos Entender como surgiu a liderança e como auxilia os colaboradores na melhoria do ambiente de trabalho; Mostrar como a liderança melhora diretamente nos lucros, interfere na gestão de pessoas e auxilia o engenheiro a ser um melhor profissional. 10 1.3 Metodologia O trabalho foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica, sendo uma intervenção realizada com pesquisas em livros, artigos e por meios eletrônicos, tem o objetivo de buscar referências bibliográficas específicas no assunto de liderança dentro do trabalho de um engenheiro de produção e sobre os temas que envolvem a ela (FARIA; PERICÃO, 2008). 11 2 LIDERANÇA 2.1 Conceito de Liderança A autora Bergamini (2009, p.4) diz que “conceituar liderança é uma tarefa até certo ponto traiçoeira e ao mesmo tempo delicada. Trata-se de conduzir uma investigação que exige o exame cuidadoso de inúmeras facetas [...]”. Bergamini (2009) cita que a liderança é algo desejado pelo homem, pois o indivíduo encontra uma maneira eficiente de se melhorar, buscar a automotivação e ainda ser líder de um grupo de pessoas fazendo com que as mesmas estejam motivadas para fazer uma determinada função é algo que realmente meche com o psicológico de cada um. O conceito de liderança traduz-se na habilidade de influenciar pessoas para que realizem determinadas ações para conseguir um objetivo (DECZEGE, 1993 apud FERREIRA, 2007). Para Outhwait e Bottomore (1996) a liderança é uma percepção de qualidade que permite que um indivíduo ordene, mande em grupo de pessoas a fim de estabelecer uma relação entre líder e liderados. Para Yukl (1998 apud Ferreira, 2007) a liderança é um processo na qual o integrante de um grupo ou organização influencia os demais membros na escolha de seus objetivos e estratégias, na organização do trabalho, de forma a fazer com que o mesmo alcance seus objetivos, desenvolvam suas competências, com o objetivo de obter a confiança dos membros internos e externos a organização, em termos de manutenção das relações de apoio e cooperação entre si. Yukl(1998 apud Ferreira, 2007) enxerga a liderança sobre dois vetores, sendo “líderes’ e “seguidores”“. Ou seja, o líder influencia direta e indiretamente os membros de forma a compreenderem a suas ações e a interpreta-las, para que se possa garantir o apoio e a confiança dos mesmos. A liderança também pode ser explicada com um processo de formação social em que o líder interage com os seus liderados (SMIRCICH; MORGAN, 1982 apud BENEVIDES, 2010). Esta relação de líder e liderados nem sempre é harmoniosa, podendo causar perdas tanto para os colaboradores como para a organização. Por 12 isso fazer com que grupos e pessoas sigam estratégias, normas, políticas e procedimentos, é de extrema importância para alcançar os resultados esperados pela organização. 2.1.1 Teorias de Liderança 2.1.1.1 Teoria dos Traços A autora Faccioli (2008) fala que a teoria dos traços serviu como uma primeira aproximação nos estudos da liderança, principalmente na parte do seu enfoque: as características pessoais de personalidade. Essa teoria fala que o líder já nasce líder, não podendo desenvolver a liderança ou aprende-la durante a existência. O autor Marques (2012) explica que essa teoria foi uma das pioneiras na explicação do estudo da liderança, todavia não durou muito tempo, justamente pelo fatode representar um líder não apenas nos traços de sua personalidade, mas também em seu físico aparente. Contudo, as características que se faziam presentes nesses líderes natos, eram reconhecidas em pessoas designadas como não líderes, ou seja, pessoas comuns, confundindo e descartando essa teoria como confiável. De certa forma essa teoria ajudou na imagem de um líder, pois é notório em um grupo de pessoas ou no dia a dia, líderes serem reconhecidos pela sua postura diante aos outros, pessoas que chamam a responsabilidade ou que aparecem em momentos difíceis, indivíduos que possuem competências diferenciadas, inteligência e uma grande capacidade de influência sobre as outras, traços que já fazem parte da sua essência. (MARQUES, 2012). Sobre essa teoria, a autora Bergamini (1994) destaca que foi a primeira sistematização dos estudos sobre liderança, onde o líder deve possuir características específicas que atuem como facilitadoras de forma a contribuir em sua personalidade de maneira positiva, para que possam liderar um grupo de pessoas, onde seus traços de personalidade são diferentes dos demais integrantes, atuando como fatores principais por manterem os líderes em seu devido papel. 13 Ainda segundo a autora Bergamini (1994), levam-se em consideração todas as qualidades pessoais do líder, ou seja, o mesmo nasce com as características de liderar, não sendo desenvolvidas por técnicas de desenvolvimento pessoal. Com isso se define três grandes tipos de traços: 1. Fatores Físicos: Altura, peso, aparência, idade, etc. 2. Habilidades Características: Inteligência, fluência verbal, escolaridade, etc. 3. Aspectos da Personalidade: extroversão, moderação, autoconfiança, controle emocional. A autora Faccioli (2008, p. 1) também fala que essa teoria foi benéfica para desenvolver um conceito de liderança, pois: “identificou traços constantemente associados à liderança, que podem proporcionar sucesso por diferenciarem os líderes dos não líderes, tal como, desejo de liderar, honestidade e integridade, autoconfiança e ambição”. Nunes (2016) resume a teoria dos traços como um modelo de liderança que diversifica os líderes dos não líderes. Ainda segundo o autor Nunes (2016),como a própria palavra diz, são os traços que estão presentes em cada ser humano, onde através de testes são apresentadas as aptidões e características que já nasceram com o indivíduo, mas, como uma pessoa possui diversos tipos de pensamentos e diversas formas de avaliação sobre um fato, era muito complicado isolar um número fixo de traços e características existentes para que depois se pudesse comparar com os não líderes e com essa série de análises complicadas, essa teoria durou até a década de 50, com a justificativa de que os traços da personalidade não eram suficientes para explicar o que é a liderança. Onde surge a busca pela teoria comportamental. 2.1.1.2 Teoria Comportamental Outra forma de analisar a influência de um indivíduo sobre os outros é através do seu comportamento e não através das suas características pessoais, assim sendo, com essa nova maneira de se pensar, surge a teoria comportamental (KUBO, 2001). 14 A década de 50 marcou a descoberta de padrões estáveis que influenciaram pesquisadores a estudarem o comportamento dos gerentes dentro de uma organização, ou seja, os tipos de esforços que eles concentram no seu trabalho em relação ao tipo de seu comportamento (KUBO, 2001). Um fato também marcado após a queda da teoria dos traços, onde não ficou claro todas as características presentes em um líder, foi o de pesquisadores resolverem estudar outra forma de avaliar um líder, assim sendo, estudaram a sua forma de agir e não como tinham nascido (FACCIOLI, 2008). A abordagem comportamental se desloca das características pessoais do líder (o que elas são) para dar foco ao que elas fazem, logo para analisar esse estudo é preciso compreender que as outras características de liderança devem ser incluídas ao analisar o comportamento de um líder, pois mesmo com a mudança no foco de análise o papel do líder continua o mesmo, ou seja, tomadas de decisão e metas para atingir os objetivos da organização são o principal foco da liderança. Sendo assim, dentro da característica comportamental, é observada de qual forma os líderes delegam tarefas, como eles se comunicam e quais são as técnicas que eles utilizam para motivarem seus subordinados (FARIA; MENEGHETTI, 2011). Para fortalecer a abordagem comportamental é preciso entender as seguintes técnicas que desenvolver os estilos de liderança segundo Schermerhorn (1999, p. 226): a. Liderança orientada para a tarefa: O líder procura estabelecer padrões de trabalho para atender da melhor maneira possível os objetivos da organização monitorando os subordinados em termos de cumprimento de prazos, controle de qualidade, redução de custos e entre outros. b. Liderança orientada para as pessoas: O líder acompanha e apoia os subordinados na execução das tarefas, agindo de forma amistosa de maneira a se preocupar com o seu bem-estar, sendo sensíveis e respeitando as necessidades dos mesmos. De acordo com Maximiano (2000, p. 409) existe um terceiro estilo de liderança: c. Liderança Bidimensional: Segundo estudos constatou que os estilos de liderança orientada para tarefas e para pessoas não caminham em 15 sentidos opostos, mas que podem ser combinadas a fim de se obter um estilo com as duas características. Segundo Faria e Meneghetti (2011) a teoria comportamental explica que as características de um líder como empatia, afeto e confiança não podem ser aprendidas como simples ferramentas, pois estão em um plano inconsciente em que cada pessoa possuí em seu interior e o principal fundamento dessa teoria é estudar os comportamentos que são manifestos pelo indivíduo. Continuando essa linha de raciocínio, define que o comportamento do líder nem sempre está ligado a maneira de como realmente ele é, ou seja, procura agir de maneira amistosa para ganhar a confiança e o respeito de seus seguidores, não necessariamente expressando o que realmente é, mas apenas para alcançar os objetivos da organização. Dentro desse contexto, também é explícito que a chance de um seguidor se decepcionar com um líder que demonstra ser uma pessoa que não é, pode ser grande. Nesta abordagem, as características do líder são demonstradas de maneira que através do seu comportamento é possível fazer com que os seguidores ajudem a organização alcançar seu objetivo e que esses mesmos seguidores podem aprender o comportamento do líder para realizarem tal finalidade (FARIA; MENEGHETTI, 2011). 2.1.2 Estilos de Liderança 2.1.2.1 Autocrático Nesse estilo de liderança, a líder pensa muito em si, colocando sua forma de pensar acima da equipe, residindo a liderança no próprio líder (MCCORMICK, 1975). Segundo Davis e Newstrom (2004) esse estilo de liderar quer o poder em suas mãos, deixando-se responsável por todas as tomas de decisões e querendo ser o centro de tudo, sendo assim, passa tarefas para os seus subordinados e espera que os mesmos façam com competência aquilo que lhes foi repassado. Esse líder também assume toda a responsabilidade por suas decisões mesmo sendo bons ou maus resultados. 16 Ainda segundo Davis e Newstrom (2004) esse tipo de liderança tem suas vantagens, pois esse líder possui rápida tomada de decisão, sabe utilizar aqueles funcionários que não são de toda competência tirando o melhor de cada um e lhes dando segurança, todavia, a maior desvantagem está sobre o fato da maioria dos funcionários não gostar desse estilo de liderança quando utilizado de maneira intensa, resultando, muitas vezes, em temor e insatisfação. 2.1.2.2 Democrático O autor McCormick (1975) fala que esse estilo de liderança está ligado diretamente ao grupo, pois o líder trabalhajuntamente com a equipe. Segundo Davis e Newstrom (2004) esse líder não centraliza a sua superioridade, pois todas as tomadas de decisão são participativas e não tendenciosas ou unitárias, assim sendo, os colaboradores são influenciados a participar das decisões e se sentem cada vez mais membros da organização, sendo informados e instigados a darem idéias e conselhos para melhoras na organização. A propensão ao todo é de ampliar a participação do funcionário, pois eles estão situados no dia a dia com o trabalho, os processos, as técnicas e os relacionamentos interpessoais, fazendo com que a opinião deles seja de suma importância para o crescimento da empresa (DAVIS; NEWSTROM, 2004). 2.1.2.3 Laissez - Faire “É a ausência da atuação como líder, gerando sentimento de abandono.” (CASTRO, 2016, p. 25). Esse líder também é conhecido como o que se esquiva da responsabilidade e autoridade (rédeas soltas), dependendo muito da motivação própria do grupo, não exercendo um papel que lhe foi concebido, tendo um papel secundário dentro de uma equipe (DAVIS; NEWSTROM, 2004). 17 Segundo os autores Davis e Newstrom (2004) esse estilo de liderança é complicado pelo fato do líder deixar com que os funcionários tracem objetivos atravessados, fazendo com que se choquem e podendo resultar em uma grande desordem, sendo essa a razão pela qual não se é muito utilizado dentro das organizações, porém pode ser utilizável em condições onde o líder deixa a definição total por parte da equipe. 2.2 O surgimento e a evolução da liderança com o passar do tempo Segundo Bergamini (2009) a liderança já se faz presente a partir do encontro de duas pessoas e, principalmente, no convívio delas. Logo percebe - se que a liderança foi iniciada a partir do nascimento dos seres humanos. Com esses fatos, nota-se que o homem criou a liderança para a sua própria sobrevivência e o estudo da mesma se torna essencial para a evolução humana. Com a formação das diversas sociedades, o papel de liderança foi determinado, ou seja, cada grupo que se formava sentia a necessidade de ser liderado por algum indivíduo que expressava maior força e capacidade a fim de determinar as atividades a serem executadas (BERGAMINI, 2009). Em 825 d.C. foi registrado o significado da palavra “liderar”. Sendo caracterizada uma palavra do inglês que significa “chefiar”, ou também conhecida como orientar, conduzir e nortear. Também há conceitos que mostram que a palavra liderar se originou da palavra vinda do latim “ducere”, que por sua vez trouxe o significado “conduzir”, sendo um ponto marcante para o surgimento de novos significados (MUELLER; MAYER, 2007). O autor Stogdill (1974 apud Bergamini, 1994) acredita que o termo liderança vem sendo usado há 200 anos, na língua inglesa acreditam que o termo tenha aparecido em 1300 na era cristã. Um bom exemplo que demonstra o começo da liderança se refere à república de Platão, que tinha como característica treinar e formar líderes filósofos políticos em razão de uma educação adequada (FIEDLER, 1967). O autor Fiedler (1967) ainda destaca que ao longo da história sobre a liderança, a teoria dos traços gerou muitos conceitos entre 1904-1948, que 18 caracterizou vários traços que definem bons líderes. Na década de 50 caracteriza-se como um líder deve agir, de acordo com o enfoque dos diferentes estilos de liderança. Entre 1900 e 1950, as pessoas eram tratadas como mão-de-obra, apenas fornecedoras de seus esforços físicos e musculares. E com o desenvolvimento do setor industrial, denominou-se a etapa da industrialização neoclássica, caracterizada por um período em que as pessoas eram vistas como recursos humanos. Sendo que no período à frente, as atividades do RH foram ampliadas para além do comum, como cuidando do recrutamento da seleção, higiene e segurança do trabalho (CHIAVENATO, 1994). Assim com o desenvolvimento do RH, a liderança deslanchou de forma eficaz, ou seja, expandiu seus campos a fim de valorizar o homem não apenas como uma ferramenta de trabalho, mas sim como peça fundamental para o constante crescimento da empresa e de seus colaboradores. Nos anos 30 e 40, o vocábulo lead e seus derivados, adaptaram-se a língua portuguesa como “líder, liderança, liderar” (MUELLER; MAYER, 2007). A partir da revolução industrial, com o desenvolvimento dos meios de produção de produtos, bens e serviços, as organizações da época começaram a transformar a sociedade de modo que criaram novas formas de administrar o trabalho, desempenhado papel fundamental para o desenvolvimento do homem em relação ao “conhecimento”, ou seja, de qual forma o homem lida com o seu trabalho. (CHIAVENATO, 1994). Mesmo sendo um tema de muito interesse de estudiosos desde a antiguidade, estudos sobre o processo de liderança só tiveram inicio nas ciências sociais a partir de 1930 (HOUSE; ADITYA, 1997 apud FERREIRA, 2007). O autor Guiot (1987 apud Bergamini, 1994) descreve que a segunda etapa da liderança foi no período pós-guerra, mais precisamente nos Estados unidos. Sendo que vários conceitos foram obtidos nesse período. Para reforçar essa divisão, Guiot (1987 apud Bergamini, 1994) ainda destaca as relações de comportamento do líder com a eficiência de sua liderança, sendo que o sucesso do desempenho atingido pelo grupo depende do estilo de liderança adotado pelo líder em questão. Bergamini (2009) também destaca que nesse período de pós Segunda Guerra Mundial a liderança foi oficializada como primordial nos EUA. Com a necessidade de reconstruir o parque industrial americano, o país teve que adquirir mão de obra, mas o número de pessoas contratadas foi muito alto e havia a necessidade da contratação de algumas pessoas que pudessem conduzir e dirigir 19 aquele grande contingente, logo, diversos líderes foram contratados e passados por vários testes, entrevistas e avaliados pela forma como superavam as dificuldades e possíveis situações adversas (BERGAMINI, 2009). Estudos realizados durante esse período nas disciplinas de psicologia, sociologia, administração e ciências políticas acarretaram no aprofundamento da liderança (YUKL; FLEET, 1992 apud BENEVIDES, 2010). Muitos autores caracterizam o início desse estudo com o comportamento do líder universal, na qual tem origem na teoria dos "grandes homens", ou seja, aqueles que expressam uma imagem de poder, invencibilidade e autoridade, como comandantes de exércitos, portadores de qualidades extraordinárias que outros homens não possuíam, capazes de realizarem grandes marcos históricos através da sua forte personalidade. Como por exemplo, figuras históricas que atuaram ao longo de toda a história (e.g. Alexandre o Grande, Napoleão, Abraham Lincoln, Hitler, Churchill, Mandela) (FERREIRA, 2007). Com tudo isso surge à liderança como estratégia fundamental para a gestão de pessoas, de maneira que os líderes surgem com o objetivo de conduzir e organizar os seus seguidores, rumo a alcançarem as metas e objetivos da organização, de maneira que os mesmos se encontrem entusiasmados e motivados por seu líder, a fim de que o mesmo os una, mobilizando-os e capacitando-os para o alcance dos resultados esperados (BALDUCCI; KANAANE, 2007). 2.3 Liderança e Gerência As diferenças entre o gerente e o líder são estudadas há anos, em relação ao modo de como cada um vê a realidade e sobre o contexto em que estão inseridos na sociedade. Sendo que o gerente se apoia em normas, regras e procedimentos, e o líder nas suas capacitações, habilidades e na sua equipe de liderados. Para o gerente, uma crise ou um obstáculo, é algo a ser vencido diariamente; enquanto para o líder é uma oportunidade para aprender e crescer em meio à dificuldade presente. Por isso para o gerente, as crises são vistas como problemas que desgastam e que aborrecem ao longo do ciclo de trabalho. Em meio a essa20 situação, há maior necessidade de liderança do que gerenciamento (BOTELHO, 1992). O autor Covey (1994) fala que mesmo com esse conceito, ainda questiona- se: Qual a diferença entre gerenciamento e liderança? O gerenciamento busca realizar e cumprir as suas tarefas de maneira eficiente. A liderança realiza suas tarefas, porém questiona uma forma de aperfeiçoa-las. O gerenciamento olha através do horizonte e a liderança examina e estuda o que caracteriza esse horizonte e o que está além dele? A liderança trabalha com o desenvolvimento de pessoas, através da visão, objetivo, princípios, direção e valor, visando enriquece- las emocionalmente e fortalece-las ao longo do tempo. Visto que a liderança trabalha para estar acima de simples resultados, e o gerenciamento apenas com resultados. Covey (1994) ainda cita que o líder deve ter profundo conhecimento da organização em que está inserido. Seu pensamento sobre a organização tem um ar filosófico, pois é caracterizado por pensar em constantes mudanças e inovações que beneficiam a empresa e seus liderados em termos de desenvolvimento e crescimento. Através da sua experiência durante anos, é capaz de influenciar seus liderados rumo ao alcance dos objetivos da organização, conhecendo as habilidades de cada um, direcionando como o trabalho será realizado e obtido, e além de determinar quais recursos serão utilizados. A liderança e a gerência são princípios muito diferentes, porém os dois são muito importantes para o bom andamento da organização. O que acontece é que pessoas de alta posição estão se destacando por agirem errado, pois as organizações estão sendo muito mais gerenciadas do que lideradas (BENNIS, 1996). O autor Gomes (1998) ressalta que diante da nova realidade, é importante que a empresa tenha líderes e não apenas gerentes. Pois um colaborador por mais motivado que esteja, não está ligado diretamente a empresa, ele está ligado aos outros colaboradores com quem compartilha sonhos, desejos e a sua visão sobre a organização, apresentando os pontos positivos e negativos, com isso, mesmo que esse colaborador seja criativo, dedicado e competente, se ele não tiver quem valorize isso, automaticamente irá à procura dessa valorização. Ou seja, esse deveria ser o papel de um líder, interagir com os seus liderados. Se o liderado tende a buscar uma nova organização, a organização em que está inserido também tende 21 a sofrer consequências, uma vez que se encontra em um mercado totalmente globalizado, suas ações definem sobreviver ou perecer em meio a concorrência (GOMES, 1998). As habilidades e capacidades de um líder influenciam o modo de interação com seus seguidores, sendo pelo fato de criarem laços afetivos de tal forma que os mesmos aceitam correções e demonstram uma obediência involuntária não forçada (MUCHINSKY, 2004). Os líderes se destacam por serem inovadores na organização em que se encontram. Para melhorar o entendimento, destaca-se a distinção entre líder e gestor. Pois o líder sabe agir sobre uma situação, problema ou dificuldade; questiona o quê e o porquê de diferentes situações; têm perspectivas em longo prazo, pois trabalham para isso; são originais ao solucionarem problemas, ao promoverem novas ideias e ao desenvolverem novas técnicas de trabalho; as suas competências são definidas como algo que não pode ser ensinado e aprendido (PINA et al.,2005). 2.4 O Papel da Liderança na Motivação Humana Segundo Catanozi (2006, p. 105) “a motivação não fornece respostas, apenas indica caminhos para a solução dos problemas”. Para Chiavenato (1994) liderar é dirigir pessoas e ter um bom conhecimento sobre a motivação de pessoas. Deve-se ter uma boa comunicação para a conquista de das metas e objetivos. Ela é apresentada através da formação de grupos de pessoas e observada pela capacidade de influência do líder sobre os liderados. A motivação humana é um dos principais meios para gerir pessoas e se conseguir o êxito. O comportamento humano está totalmente relacionado à motivação, pois uma pessoa necessita estar com o seu psicológico motivado para que tudo flua naturalmente e o foco nos resultados seja visto nas atitudes de cada um. Chiavenato (1994) cita que a motivação está ligada na procura do indivíduo em satisfazer as suas necessidades, sendo que cada pessoa possui um modo de pensar e agir completamente diferente do outro, logo, as necessidades são diferentes para cada 22 colaborador e isso dificulta muito o trabalho do líder para que consiga motivar um grupo de pessoas. O autor ainda criou uma equação para tentar explicar o comportamento humano sendo, “C = f (P, M) onde o comportamento (C) é resultado ou função (f) da interação entre a pessoa (P) e o seu meio ambiente (M) ou situação. A pessoa (P) nesta equação é determinada pelas características de personalidade em interação com o meio (M)” (CHIAVENATO, 1994, p. 377). Chiavenato (1994) fala que apesar de cada indivíduo pensar e agir diferente existem meios que se assemelham no psicológico de cada pessoa. Segundo o autor, o comportamento humano pode ser causado, em outras palavras, pode ser influenciado pela genética, pelo meio ambiente e por excitações internas e externas; pode ser apenas motivado, sempre em busca de alguma finalidade; e, orientado a objetivos pessoais, sempre existindo uma necessidade pessoal, uma meta pessoal, não ligada totalmente à empresa ou organização. O clima organizacional também tem grande influência na motivação de um colaborador, pois, como vimos, o indivíduo é influenciado pelos meios internos e externos, se caso o clima organizacional não estiver bom, provavelmente a pessoa não estará motivada no ambiente de trabalho. “O clima organizacional refere-se ao ambiente interno que existe entre os participantes de uma empresa. Está intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes.” (Chiavenato, 1994, p. 391). A autora Bergamini (2009) finaliza o assunto confirmando que a liderança é algo desejado pelo homem, pois o indivíduo encontra uma maneira eficiente de se melhorar. Buscar a automotivação e ainda ser líder de um grupo de pessoas fazendo com que as mesmas estejam motivadas para fazer uma determinada função é algo que realmente meche com o psicológico dos líderes e faz com que seja um grande desafio. 2.5 A Influência da Liderança para os Liderados 23 “A influência é uma força psicológica e envolve conceitos como poder e autoridade, abrangendo todas as maneiras pelas quais se introduzem mudanças no comportamento de pessoas ou de grupo de pessoas.” (CHIAVENATO, 1994, p. 393). Liderança com base na influência é definida por Raven (1990, p. 495 apud Benevides, 2010) “como uma mudança de opinião, de atitude ou de comportamento de uma pessoa (o alvo da influência) que éresultado de uma ação ou da presença de outra pessoa (agente da influência)”. Carapeta e Porto (1996) caracterizam essa influência no próprio comportamento dos seguidores, exibindo a liderança como um processo de influenciar o comportamento humano a adaptar um tipo de comportamento que de outra forma não adaptaria. Como somos seres humanos, obviamente que somos dotados de consciência, sobretudo, o nosso psicológico é extremamente rico e os estudos e conceitos da psicologia cooperam para que um líder consiga influenciar de maneira adequada seus colaboradores (CHIAVENATO, 1994). Os objetivos da organização levam indivíduos de diferentes níveis hierárquicos a utilizar diferentes técnicas e estratégias a fim de conseguirem influenciar os demais indivíduos a agirem conforme lhes foi determinado, mesmo que inconscientemente, ou seja, de acordo com a vontade do líder. Assim a liderança pode ser relacionada ao pode, que segundo Etzioni (1968, p.98 apud Benevides, 2010) é “a habilidade de um ator de induzir o outro a seguir sua orientação”.Outra definição onde a influência tem o seu lugar de destaque é defendida por House e Aditya (1997 apud Ferreira, 2007), onde a liderança pode ser considerada como o esforço de atribuir significado ao esforço coletivo e de despertar a energia (força de vontade) necessária para alcançar um determinado resultado. É observada que o processo de um indivíduo influenciar os demais membros de uma organização se tornou a base para várias teorias de liderança. Bem como a teoria defendida por Yukl (2006 apud Ferreira, 2007), que se refere a um processo de influenciar indivíduos a aceitarem a maneira de como as necessidades devem ser saciadas e feitas, visando também o processo de facilitar os esforços individuais e coletivos para que se possam atingir objetivos comuns. 24 Essa definição do autor baseia-se na influência de valores de origem emocional para a realização excelente dos grupos e organizações. Onde os líderes inspiram os seguidores de tal forma a sacrificarem-se voluntariamente ou de livre e espontânea vontade por uma causa mais elevada e pelos interesses da organização em que estão inseridos. Yukl (2006 apud Ferreira, 2007) cita como exemplo, os militares que sacrificam a própria vida para cumprir a missão ou proteger os seus próprios seguidores. 2.6 O Papel de um Líder Mueller e Mayer (2007) explicam que com o desenvolvimento das sociedades e as transformações ocorridas nas mesmas devido à globalização, cada vez mais surgiram indivíduos com a qualidade que permite comandar outros indivíduos, ou seja, podendo ser um grupo, baseando-se na aceitação e não pela força, intimidação ou ameaça. Através desse entendimento complexo, o líder é estabelecido para que o sucesso da harmonia entre organização e colaboradores seja eficiente. De maneira a induzir pessoas a trabalharem motivadas visando atingir os objetivos identificados pela organização, em termos de liderança na gestão de pessoas (MUELLER; MAYER, 2007). Bergamini (2009) diz que um bom líder deve ser observador, deve saber reconhecer o trabalho de seus liderados, e, também, saber explorar o seu próprio potencial e utilizar da melhor forma possível todas as suas características que possam ajuda-lo no ambiente corporativo. O líder não deve se ocupar com as necessidades básicas dos colaboradores (segurança e conforto), isso deve ser um trabalho da empresa aplicando dentro da corporação uma série de normas e procedimentos. “[...] a organização preocupa-se com as necessidades extrínsecas e o líder com aquelas de natureza intrínseca.” (BERGAMINI, 2009, P.43). Para Maximiano (2002) as pessoas imaginam que um líder é uma pessoa diferenciada estando sempre um passo à frente, por isso o classificam como sobrenatural. Entretanto, um líder é um indivíduo normal que exerce um papel de direção dentro e fora de uma empresa. A liderança é importante em todas as organizações sejam elas esportivas, militares, empresariais, em nações, musicais, 25 etc. Por ter um papel tão respeitável dirigindo uma equipe de pessoas, um líder deve estar preparado para as vitórias e as derrotas sendo, na grande maioria dos casos, o foco quando os resultados são avaliados. Dessa maneira pode-se compreender que as organizações se desenvolveram junto das pessoas a da vida ao seu local de trabalho, possibilitando que a organização atinja seus objetivos (tais como sobrevivência, expansão, lucratividade, liquidez, novos mercados ou produtos, etc.) e cumprir sua missão (razão da existência da empresa). 2.7 A Liderança nas Organizações Modernas As organizações estão passando por constantes mudanças, tendo que alterar seus processos produtivos e seus modelos de gestão, de forma a adaptar-se aos novos conceitos e a novas filosofias de administrar o ambiente de trabalho, exigindo que seus líderes cada vez mais busquem o aperfeiçoamento em sua maneira de lidar com seus liderados, de forma que todos busquem fazer parte da empresa como se fosse sua própria família com uma atitude voluntaria, para que a mesma alcance os seus objetivos junto dos seus colaboradores (ARRUDA; CHRISÓSTOMO; RIOS, 2010). O líder possui papel fundamental para que a empresa se mantenha viva em meio a grande e crescente concorrência. O mesmo é dotado de qualidades que podem assegurar o desempenho da empresa como: identificador de novas oportunidades, objetivos e soluções; comunicador de novas formas e técnicas de trabalho que visam a coletividade; assegura recursos para as pessoas a sua volta; realiza constante feedback com seus liderados e os ouvem a maior parte do tempo; modela novas formas de trabalho e atua como defensor para preservar as culturas voltadas para o desempenho (ARRUDA; CHRISÓSTOMO; RIOS, 2010). Com a necessidade de alcançar os objetivos corporativos, as organizações se deparam com novas características de liderança, que foram desenvolvidas ao longo dos anos devido a constante modificação do mercado que é resultado de um mundo globalizado. Com a evolução da tecnologia e dos meios de comunicação, as 26 organizações buscam investir em seus negócios buscando um Market Share maior. E com isso surgem novos líderes, com habilidades mais sofisticadas para influenciarem pessoas a alcançarem os objetivos da organização, de maneira que se sintam motivadas e que se sintam parte da organização em que estão inseridas, e que possuam uma visão estratégica para o futuro de forma que consigam levar a organização a patamares elevados, através da participação das pessoas em que seu poder foi delegado para que possam criar e implementar essa visão. (ARRUDA; CHRISÓSTOMO; RIOS, 2010). Para entender o desenvolvimento da liderança nas organizações modernas, deve-se entender o conceito de organização. Organização pode ser definida como o uso de sistema de recursos para o alcance de objetivos uma vez estabelecidos (MAXIMIANO, 2000). Dentro desse contexto caracteriza-se que o objetivo da organização é administrar a sua sobrevivência em um mercado competitivo. O valor do seu produto definido pelos seus processos produtivos deve ser estratégico para que não venha a ser prejudicada pela concorrência. E para alcançar esse objetivo estratégico, a organização vê os indivíduos como instrumentos que poderão ser utilizados para o alcance desses objetivos. Com isso, o líder passar a ser o administrador desses instrumentos, mas lembrando de que ele também acaba se tornando um instrumento da organização. Consequentemente é necessário que o líder se auto avalie, de forma, a saber, se apenas é visto como uma mera ferramenta utilizada para organizar outras ferramentas, rumo ao alcance de um objetivo. Por isso o líder tem o papel de administrador, para mostrar aos demais indivíduos que todos estão a serviço da organização (FARIA,1997). Segundo Faria (1997) um segundo elemento marcante para dar inicio ao novo modo de pensar da organização, foi marcado pelo fato de que as pessoas eram vistas apenas como recursos humanos, sendo um termo que gerou graves consequências, pois equiparou os indivíduos com outras fontes de recursos como (matéria-prima, máquinas e instalações e etc.) da organização. Através dessa ocorrência, os líderes surgiram para administrar esses recursos humanos de forma a delegar e orientar as tarefas e as pessoas rumo ao alcance dos objetivos da organização, de forma que ambas possam realizar suas atividades de maneira eficiente, eficaz e com qualidade visando o desenvolvimento de ambos os lados. Dentro desse contexto, analisa-se que os indivíduos deveriam ser a própria razão de 27 existência da organização. Mas a interação entre esses dois elementos indicam ser outra realidade. O autor Faria (1997) ainda fala que o terceiro elemento pode ser identificado com a divisão do trabalho, ou seja, com o rápido desenvolvimento dos meios de produção, as organizações sentiram a necessidade deespecializar os seu ambiente de trabalho, impactando na necessidade de especializar os indivíduos em tarefas particulares, onde cada um é responsável por uma atividade do processo. Ainda segundo o autor essa divisão do trabalho torna o homem propriedade da organização. Porém em discordância a esse conceito, o homem perde conhecimento de todo o processo produtivo, uma vez que as atividades foram divididas e subdividas em várias atividades. Com essa evolução nos meios de produção da organização, o líder já não passa a ser apenas um administrador de pessoas para que as mesmas realizem suas atividades, mas sim que sirva de um veículo estratégico que alavanque as qualidades materiais em relação a produção de produtos. E também que seja capaz de se adaptar as inovações tecnológicas e capaz de usar dessas fontes para benefício da organização (FARIA, 1997). Devido ao novo cenário, as empresas decidiram modificar o seu ambiente organizacional, pois perceberam que os seus colaboradores são os fatores mais responsáveis pelo desenvolvimento dos seus negócios em meio ao mundo globalizado. E em meio a necessidade de se manterem competitivas no mercado, buscam criar e aperfeiçoar o seu clima organizacional, de maneira que o trabalho em equipe seja valorizado e se torne o responsável para o desenvolvimento de todos e para que os seus colaboradores desenvolvam cada vez mais as suas criatividades (MAGNANI, 2012). Ainda é possível observar que muitas empresas confundem o papel de líder com o de chefe. O líder caracteriza-se por ser desenvolvedor de talentos e o chefe inibidor de talentos. Mesmo ainda tendo muitos programas de preparação de líderes, tal tarefa pode ser tornar complexa, pois não é fácil modificar a maneira errada em que as organizações definem o conceito de líder. Visto que um chefe possuí características bem diferentes de um líder, onde muita das vezes o mesmo pode inibir o crescimento e desenvolvimento dos colaboradores (MAGNANI, 2012). O papel de líder evoluiu ao longo do tempo e hoje é preciso que esse profissional tenha novas características essenciais para que consiga administrar a 28 equipe de colaboradores para que se obtenha os melhores resultados favoráveis ao desenvolvimento da organização em que se encontra inserido. Como características essenciais se definem: administração de conflitos; manutenção da autoestima do grupo; e da atuação como agente motivacional (MAGNANI, 2012). Segundo Bennis (1996) o líder deve servir sua equipe de tal maneira que faça com que se sintam motivados dentro da organização. Através da sua imagem, deve demonstrar segurança e confiança para aqueles que estão a sua volta. Sendo como um conjunto de ética, normas e valores que estabelece para a sua equipe, para que os integrantes sintam-se seguros e confiantes sobre que será seu apoio e alicerce rumo ao desenvolvimento e crescimento, com o objetivo de ao mesmo tempo alcançarem a metas da organização. Em um ambiente de constantes mudanças que pode alterar estruturas, valores, normas, processos e sistemas das organizações, exercer autoridade é suficiente somente em épocas em que a situação no mercado se encontra estável. Para lidar com essas mudanças é preciso ter liderança. Por isso é importante que o líder seja autêntico ao definir suas estratégias, pois precisa determinar a seus colaboradores qual rumo ou direção a organização deve seguir para alcançar o seu objetivo, através da sua capacidade de demonstrar as metas que precisam ser alcançadas de maneira que os colabores sejam influenciados pela suas ideias e que a validem como principal fonte a ser seguida para ajudar a organização a se manter no mercado competitivo. Também é importante que esses líderes tenham entusiasmo e paixão por aquilo que fazem, pois devem usar o seu tempo para investirem em esforços necessários para criarem uma visão em que consigam transmiti-la de forma a inspirar as pessoas ao seu redor (BRAGA, 2002). Augusto (2012) salienta que a liderança nesse novo cenário deve ser vista como uma fonte inspiradora de auto desenvolvimento de conhecimentos e atitudes que levem os indivíduos a trabalharem em equipe definindo metas para alcançarem um objetivo comum, de forma que se tornem cada vez mais comprometidos com a missão e a meta da organização em que estão inseridos. Portanto o papel da liderança na nova economia não é administrar pessoas rumo a execução de uma dada tarefa, mas sim rumo a execução de uma missão. O autor Augusto (2012) ainda cita que as organizações atuais estão diante de novos desafios mais complexos, no qual é exigida uma liderança flexível e 29 inovadora, que seja capaz de influenciar pessoas, e que consiga adaptar a organização as mudanças constantes de mercado, de forma que também possa antecipa-las. A maneira de que o líder consegue influenciar sua equipe define o sucesso ou fracasso da organização em relação aos objetivos que uma vez foram traçados pela mesma. 30 3 GESTÃO DE PESSOAS A autora Fachi (2014, p. 1) resume essa parte dentro da empresa como essencial “ao se buscar uma análise referente à atuação e administração de recursos humanos, nota-se grande sensibilidade, por se tratar de uma área que é bastante específica e que influencia todo o restante da organização”. De acordo com Dutra (2002), a gestão de pessoas pode ser compreendida como um conjunto de políticas e práticas que conciliam objetivos entre organização e pessoas, de forma que possam alcança-los ao longo do tempo. O autor Motta (2002) cita que a Gestão de Pessoas teve seu início caracterizado na Revolução Industrial no final do século XVIII. Devido às evoluções dos processos fabris por causa do surgimento da máquina a vapor que alavancou os processos de produção das organizações da época, os trabalhadores que eram vistos apenas como ferramentas de trabalho (as máquinas eram mais valorizadas do que os homens), eram expostos a condições precárias no ambiente de trabalho em que estavam inseridos. Esses trabalhadores começaram a analisar o ambiente interno e externo a organização, e chagaram a conclusão que tanto as máquinas como as instalações da organização, eram as causas de seu sofrimento. Pelo fato de não pode contar com as normas trabalhistas que não eram regulamentadas, os trabalhadores sofriam humilhações, e desgastes tanto psicológicos como físicos. Estes desgastes eram relacionados a excessivas cargas horárias de trabalho e devido às condições de trabalho precárias. Com isso a máquina era o principal foco produtivo da época e através desse princípio, os trabalhadores reagiram de tal maneira que formaram as associações sindicais, onde buscavam mobilizar a organização de forma que a mesma promovesse melhorias no ambiente de trabalho em que os indivíduos estavam inseridos, parando de valorizar a máquina para valorizar o homem (MOTTA, 2002). A partir de 1930 o RH surgiu como departamento, para fazer tarefas significativamente simples (recrutamento e seleção). Todavia, em 1° de Maio de 1943 foi estipulada a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), Lei n° 5.462, assim sendo, os funcionários das empresas começaram a ter uma ótima lei ao seu favor, tendo direito a várias regalias, como a carteira de trabalho e o 13° salário, as organizações se viram em uma situação nova e complicada existindo a necessidade de ficar por dentro das novas regulamentações devido esse fato, com isso, as 31 empresas contrataram diversos advogados para trabalharem no RH para estarem ambientadas a nova lei e não sendo pegas de surpresa, logo esse novo departamento mudou de nome, sendo reconhecido como Departamento Pessoal. (ALMEIDA, 2012). Almeida (2012) salienta que com essa lei e o surgimento desse novo departamento, as organizações se viram tranquilizadas por estarem dentro das novas regras estabelecidas pelo governo, porém como as empresasse viam obedecendo as leis que visavam uma estabilidade no emprego do funcionário, deixaram de lado o bem-estar do mesmo, faltando saúde, higiene e segurança na hora do trabalho. Ainda segundo a autora Almeida (2012) somente a partir de 1970 que o cenário começou a mudar com a criação do sindicato que forçavam as empresas a disponibilizar melhores condições de trabalho aos funcionários, conseguindo melhorar os locais de trabalho. Tão logo, segundo a autora Almeida (2012), exatamente na década de 90 o Departamento Pessoal não deveria mais apenas estar pensando na contratação dos funcionários da empresa e assim não mais chamá-los, chamando-os de colaboradores, pensando em melhorias, satisfação e saúde dos empregados. Com essas grandes mudanças o nome do departamento foi passado para Gestão de Pessoas, mudando também o perfil do RH, sendo responsável por diversas tarefas dentro das empresas e estando ligado diretamente ao crescimento. Com as grandes crises mundiais dos últimos anos, as empresas perceberam que o melhor investimento é o investimento pessoal, ou seja, voltando todas as suas atenções para o corpo funcional faz com que cada colaborador cresça profissionalmente e intelectualmente, ajudando a empresa no alcance de objetivos maiores, novas formas de trabalho, novas formas de pensar e agir em um ambiente de mercado cada vez mais competitivo (ALMEIDA, 2012). “Neste cenário as organizações estão ampliando a sua visão de atuação estratégica, começando a perceber então a importância do papel do líder como desenvolvedor das competências individuais e coletivas das equipes formadas”. (ALMEIDA, 2012, p. 1). Os autores Motta e Vasconcelos (2006) concluem dizendo que o papel da gestão de pessoas é de treinamento dos empregados, melhoramento da higiene e 32 segurança do trabalho, deixar as informações visíveis, prestar atenção as relações sociais (as mesmas devem ser plenamente satisfatórias), melhor avaliar os cargos dos funcionários e atuar constantemente no projeto de carreira, influenciando os funcionários no auto desenvolvimento com promoções de cargos através de seleções por níveis satisfatórios. 3.1 A Liderança e a Gestão de Pessoas Dentre vários conceitos de liderança na gestão de pessoas, destaca-se o de que a liderança é a habilidade de influenciar pessoas de maneira que as mesmas trabalhem entusiasmadamente para alcançarem um objetivo comum. A definição caracteriza como alguém que possuí a habilidade para liderar pessoas, sendo aperfeiçoada com o tempo e também caracteriza como uma equipe ou grupo se envolve entusiasmadamente, a fim de alcançar os objetivos comuns, de forma a satisfazer tanto o seu líder como os demais integrantes (HUNTER, 2004). Assim, para que se compreenda a liderança deve-se compreender de que forma ela surgiu da gestão de pessoas. Para melhor entender esse processo, vale ressaltar que as pessoas exercem um papel fundamental nas organizações, cabendo às mesmas a responsabilidade de administrarem suas carreiras levando em conta aspectos internos e externos da organização, de forma que ambas as partes possam trabalhar da melhor maneira possível para se desenvolverem juntas para se mantiver firmes em meio a tanta concorrência no mercado de trabalho (BALDUCCI; KANAANE, 2007). 33 4 A LIDERANÇA NA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Segundo os autores Cunha (2001) e Dias (2014) com a crescente demanda de produtos e serviços na Revolução Industrial, surgiu a necessidade de encontrar um profissional que pudesse solucionar problemas em relação à alta taxa de produção das organizações da época. Na metade do século XX, surgem os cursos de Engenharia. E com o passar do tempo, surge a “Engenharia de Produção” que caracteriza o engenheiro de produção como sendo não apenas um profissional com sólida formação científica e com visão generalista para encarar os problemas relacionados à produção e administração de bens, produtos e serviços, mas especificamente apto a lidar com problemas relacionados à administração de pessoas, que caracteriza a nova atribuição desse profissional atualizado para o novo mercado, de forma a exercer uma liderança capaz de criar uma visão de trabalho que direcione a equipe com o objetivo de atingir metas e de proporcionar novos conhecimento e formas para o alcance dos objetivos (CUNHA, 2001; DIAS, 2014). Moraes (1999) ressalta que com a grande mudança no mercado, sendo hoje um mundo completamente globalizado, houve uma grande necessidade das empresas mudarem a forma de pensar. Elas deveriam ter profissionais melhor qualificados e o engenheiro se tornou a peça chave em um mundo tão competitivo, por ser um profissional altamente técnico, além de ter noção e conhecimentos nas vastas áreas empresariais e administrativas, mas as empresas viram que esse profissional tinha, geralmente, dificuldades em liderar equipes, o que era de suma importância, fazendo com que o engenheiro busca-se uma nova técnica, a liderança. "Os engenheiros líderes são profissionais que normalmente ocupam cargos em funções de engenharia do produto, processo, produção, além de funções administrativas normalmente ligadas à qualidade, controle da produção e logística” (FERREIRA, 2011, p. 1). Moraes (1999) afirma que as empresas buscam um profissional que queira sempre estudar e aprender, participando e interagindo com os funcionários e, também, um indivíduo realizado como pessoa e como profissional. Ainda, deve ser um ser humano com capacidade de se tornar uma pessoa consciente não apenas no local de trabalho, mas na sociedade, podendo discutir sobre qualquer assunto, 34 tendo posse de informações presentes no planeta que possam vir afetam o seu cotidiano. Segundo o autor Castro (2016, p. 23) “Para a eficácia na liderança de pessoas é preciso ampliar repertório de Estilos e o primeiro passo é investir no autoconhecimento e no melhor entendimento da dinâmica da empresa”. Longo e Telles (1998) dizem que o novo engenheiro deve possuir preparo para pensar e agir sem fronteiras, o que requer do próprio o conhecimento de diversas culturas, idiomas e locais de produção. Também devem possuir a competência de serem empreendedores e sempre estarem prontos para o trabalho em equipe, comandar grandes empreendimentos que envolvem várias equipes, mas, sobretudo, uma companhia de um só indivíduo: o próprio engenheiro. O engenheiro de produção deve manter a liderança, ser criativo, dinâmico, estar presente pessoalmente e mentalmente, estar preparado para ter trabalho e não um emprego, e ser autônomo. Deve ter clareza de que nunca terão toda a razão e estarão totalmente formados. Deve estar claro que o seu futuro profissional depende da capacidade de se atualizar, da busca pelos conhecimentos das novas tecnologias e as descobertas científicas (LONGO; TELLES, 1998). Na visão do autor Catanozi (2006) um engenheiro líder ganha espaço no mercado de trabalho e segue sendo um diferencial, pois além de ter um bom conhecimento sobre os procedimentos técnicos que são necessários, consegue lidar com a equipe e com cada membro mantendo uma boa relação interpessoal, interferindo diretamente no conhecimento de cada colaborador dentro da organização. Segundo Dias (2014) o engenheiro de produção como líder, deve primeiramente se auto avaliar, para que possa saber como está indo a sua carreira profissional, tanto com o chefe da organização quanto com o grupo liderados, a fim de saber se a sua liderança está influenciando ou impactando positivamente ou negativamente no modo como os liderados se comportam no ambiente de trabalho em relação a influências do líder. Por isso esse líder tem que ter grande responsabilidade ao avaliar o seu feedback, para saber se as informações passadas aos liderados estão sendo eficientes e produtivas ao ponto de gerar resultados para a organização e satisfaçãodos liderados. Com tudo isso, esse profissional tem que ter a perspicácia e valentia para junto de seus liderados, alcançarem sucessos em 35 suas vidas pessoais e profissionais, de maneira que todos tenham o mesmo contentamento, visando sempre se desenvolver junto de sua equipe, com o pensamento em que se a equipe perde o líder também perde e se a equipe ganha o líder também ganha, e além do mais, a organização alcança sucesso no mercado (DIAS, 2014). Catanozi (2006) volta a destacar o papel da liderança no cargo de engenheiro como fundamental, principalmente no fator de relação com equipe devido ao posto de responsabilidade que exerce, uma vez que o mesmo não possui a confiança de seus liderados, todos os processos podem ser comprometidos na empresa, porque tudo funciona como uma engrenagem, onde um depende do outro, logo os resultados obtidos por aquela equipe de um engenheiro que não possui a confiança de seus liderados será sentida nos resultados finais da organização em consequência, na alta cúpula da empresa. 36 5 CONCLUSÃO Com o avanço dos estudos baseados na liderança, surgiram algumas formas de se avaliar um líder e tentar diferencia-lo de um não líder. Baseando-se nas experiências com pessoas, surgiram teorias para designar e colocar um foco no assunto liderança, mas com a revolução industrial, onde o capitalismo evoluiu, empresas cresceram e o mundo mudou, o mercado necessitou de uma pessoa capaz de lidar com pessoas, não bastava apenas as experiências do dia a dia ou da capacidade de realização das tarefas, as empresas buscavam um profissional capaz de lidar com os funcionários de forma que os fizesse trabalhar motivados e de uma forma eficaz sem precisar utilizar métodos de autoridade referente ao cargo de chefia em que ocupava. Assim, com o passar dos anos, viu-se uma necessidade crescendo dentro das organizações, pois com o crescimento acelerado do mercado e da competitividade entre as empresas aumentando, o RH precisou desenvolver um novo modo de gerir pessoas, sendo caracterizado o surgimento e desenvolvimento da gestão de pessoas, que é essencial para controlar os processos de recrutamento, seleção e treinamento de pessoas, com o objetivo de administra- las de maneira a torna-las capazes de realizar diversas tarefas dentro das empresas. Nesse contexto o engenheiro de produção se encaixa perfeitamente com as necessidades encontradas pelas organizações, pois é um profissional com capacidade tecnológica e interpessoal, que conta com uma base de formação em gestão de pessoas que o torna capacitado a administrar pessoas de forma a mostra- las o porquê de serem importantes para o desenvolvimento e crescimento da organização em que estão inseridas, ressaltando todos os pontos fortes e fracos que cada uma apresenta, e atuando como uma peça fundamental para mostrar quais meios e métodos serão necessários para que a sua equipe ajude a organização a alcançar seus objetivos e principalmente excelência no mercado. Com esses acontecimentos ao longo da história e com a globalização estabelecida, esse profissional deve estar pronto para encarar as dificuldades que surgem no dia-a-dia da organização e que além do conhecimento técnico, é necessário que sempre busque conhecimento através de cursos e palestras, com o objetivo de aperfeiçoar a maneira adequada de lidar com pessoas, de forma que saiba respeitar os sentimentos e as limitações de cada uma, já que o maior 37 problema das empresas é administrar pessoas de maneira que sintam-se como importantes ferramentas para que a organização alcance seus objetivos e ao mesmo tempo motivadas a contribuírem para o crescimento da mesma. 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, V. A. Liderança: o desafio na gestão de pessoas. Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/administracao/artigos/11828/lideranca-o- desafio-na-gestao-de-pessoas%23!3%23ixzz31Au2JP80#!2>. Acesso em: 08 de jan. de 2016. ARRUDA, A. M. F.; CHRISÓSTOMO, E.; RIOS, S. S. 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