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Unidade III ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL Prof. Me. Luís Gustavo Direito do Trabalho Para o autor e jurista Amauri Mascaro Nascimento (2009), “Direito do Trabalho é o ramo da ciência do direito que tem por objeto as normas, as instituições jurídicas e os princípios que disciplinam as relações de trabalho subordinado, determinam os seus sujeitos e as organizações destinadas à proteção desse trabalho em sua estrutura e atividade”. Sempre houve divergências entre “empregadores (capital) x empregados (trabalho)”. A CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, da década de 1940, procurou reunir e normatizar as relações trabalhistas em todo o Brasil. Direito do Trabalho Sendo uma legislação muito antiga e com o surgimento das novas tecnologias e a consequente criação de novos empregos surgem também as lides judiciais (conflitos trabalhistas). Nesse sentido, o Direito do Trabalho está sempre em constantes mutações. Assim, em 2017, houve uma importante Reforma da CLT (Reforma Trabalhista) que não alterou “direitos” já conquistados, mas “flexibilizou” alguns direitos (Lei 13.467 de 2017). Direito do Trabalho Portanto, não serão possíveis negociar, alterar ou flexibilizar: direitos decorrentes do pagamento de FGTS, o recebimento do salário-mínimo e 13o salário, seguro-desemprego, repouso semanal remunerado e as normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstos em lei ou em normas regulamentadoras. Também as regras sobre a aposentadoria, salário-família, licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte dias e licença-paternidade. Relação entre o Direito do Trabalho e outros ramos do Direito Há vários exemplos bons para o empregado de “flexibilização” de direitos na jornada de trabalho. Com a nova reforma da CLT, o funcionário poderá “negociar/flexibilizar” o intervalo para descanso (por exemplo, o horário de almoço), “negociando” que almoçará em 30 minutos e os outros 30 minutos (ao todo 1 hora de almoço) serão compensados no início ou no término do expediente do dia, ou seja, ele poderá entrar 30 minutos mais tarde ou sair 30 minutos mais cedo. Relação entre o Direito do Trabalho e outros ramos do Direito O Direito do Trabalho, embora ramo jurídico especializado, mantém relações permanentes com outros campos do Direito, com destaque para o Direito Constitucional. Importante destacar também a relação do Direito do Trabalho com os Princípios Gerais de Direito e de outros ramos jurídicos. Os Princípios Gerais de Direito são valores (standards) que se irradiam por todos os segmentos da ordem jurídica, cumprindo o relevante papel de assegurar organicidade e coerência integradas à totalidade do universo normativo de uma sociedade política. Direito Coletivo do Trabalho O Direito Coletivo do Trabalho é o segmento do Direito do Trabalho encarregado de tratar da organização sindical, da negociação coletiva, dos contratos coletivos, da representação dos empregados e da greve. O Direito Coletivo do Trabalho nasceu com o reconhecimento do direito de associação dos empregados, ocorrido após a Revolução Industrial. Assim como o berço da Revolução Industrial foi a Inglaterra, ali também tiveram início os sindicatos, que consistiam na reunião de trabalhadores na luta por melhores salários, jornada de trabalho reduzida e melhores condições de trabalho. Direito Coletivo do Trabalho Como sabemos, o berço da Revolução Industrial foi a Inglaterra. E com as condições desumanas que existiam nas fábricas inglesas, também tiveram início os sindicatos, que consistiam na reunião de empregados na luta por melhores salários, jornadas de trabalho reduzidas e melhores condições de trabalho. Sindicalização Na Inglaterra, a legalização da criação dos sindicatos deu-se somente em 1875. Na França, apenas em 1884, com a Lei Waldeck-Rousseau. Na Alemanha, ainda mais tarde, em 1919, com a implementação da Constituição de Weimar. Assim, podemos concluir que a legalização das associações de trabalhadores foi um processo que durou, pelo menos, dois séculos. Sindicalização Com o passar dos anos, os sindicatos foram espalhando-se pelos demais países e, aos poucos, os ordenamentos jurídicos foram reconhecendo sua legitimidade – o que, no começo, não era uma realidade. Temos, atualmente, dois importantes documentos internacionais que regulamentam tal assunto: a Declaração Universal dos Direitos do Homem, que determina que todo homem tem direito a ingressar em um sindicato; bem como a Convenção no 87, da OIT, que passou a descrever o direito de livre sindicalização. Interatividade Assinale a alternativa correta: a) A CLT foi redigida logo após a Constituição de 1988. b) Os sindicatos surgiram nos EUA. c) Em 2017, houve uma importante reforma da CLT que não alterou “direitos”, mas flexibilizou direitos já conquistados. d) Os sindicatos não são reconhecidos pela Declaração Universal dos Direitos dos Homens. e) Os sindicatos sofrem certa ingerência do Estado brasileiro. Resposta Assinale a alternativa correta: a) A CLT foi redigida logo após a Constituição de 1988. b) Os sindicatos surgiram nos EUA. c) Em 2017, houve uma importante reforma da CLT que não alterou “direitos”, mas flexibilizou direitos já conquistados. d) Os sindicatos não são reconhecidos pela Declaração Universal dos Direitos dos Homens. e) Os sindicatos sofrem certa ingerência do Estado brasileiro. Relações coletivas de trabalho São o fruto da necessidade dos empregados de defenderem, em conjunto, suas reivindicações perante o poder econômico (proveniente, em regra, dos empregadores). Denomina-se liberdade sindical o direito dos empregados e dos empregadores de se organizarem e constituírem livremente seus sindicatos, sem qualquer interferência do Estado. Unicidade sindical x liberdade sindical. Liberdade e organização sindical no mundo A liberdade sindical é o direito que o empregado, ou o empregador, tem de se organizar e constituir livremente as agremiações que desejarem, no número por eles idealizado, visando à promoção de seus interesses ou dos grupos que irão representar, sem que sofram qualquer interferência do Estado. A liberdade sindical também compreende o direito de ingresso e de retirada do sindicato respectivo. Liberdade e organização sindical, previstas no artigo 8o, da Constituição Federal de 1988 O inciso II, do artigo 8o, da Constituição Federal de 1988, determina que: “[...] fica vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa da categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um município.” Pelo inciso citado, podemos dizer que não há liberdade total para se criar sindicatos. Sindicatos e a organização sindical Os sindicatos têm autonomia no sentido de terem liberdade de organização interna, redigindo seus próprios estatutos e podendo eleger livremente seus representantes, que devem regular apenas temas ligados aos interesses profissionais ou econômicos da categoria, não devendo defender/regular assuntos políticos. Já a organização sindical se refere ao fato de os sindicatos serem entidades privadas, formadas por pessoas físicas (empregados) ou pessoas jurídicas (empresas) que têm atividades profissionais ou econômicas, visando à defesa dos interesses coletivos ou individuais de seus membros ou da categoria. Sindicatos e a organização sindical Os sindicatos têm funções de representação, negociação, arrecadação, assistência e postulação judicial no que se refere aos interesses gerais da categoria ou aos interesses individuais dos associados, relativas à atividade ou profissão exercida. Apenas cabem aos interessadosa criação e a organização dos sindicatos, com o compromisso de respeitar as bases territoriais e o registro em órgão competente. A Convenção no 87 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) Determina que os sindicatos podem ser constituídos independentemente de autorização do Poder Público. Tal determinação tem por objetivo garantir a autonomia dos sindicatos. Com base na convenção descrita, temos o artigo 8o, inciso I, da Constituição Federal, reconhecendo que “a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação do sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical”. Entidades sindicais de grau superior Federações: de acordo com o artigo 534, da CLT, são entidades sindicais de grau superior organizadas nos estados-membros da União. As federações têm âmbito estadual e, para serem formadas, necessitam congregar, no mínimo, cinco sindicatos de categorias idênticas. Confederações: de acordo com o artigo 535, da CLT, são organizações sindicais de âmbito nacional que, para serem formadas, necessitam congregar, pelo menos, mais de 2 federações. Exemplos de entidades sindicais de grau superior CUT – Central Única dos Trabalhadores. CGT – Comando Geral dos Trabalhadores. Força sindical. Todas essas são entidades sem previsão legal. Podem atuar na sociedade, mas sem poder de representação judicial. Imposto sindical/contribuição sindical O imposto sindical, com a nova Reforma da CLT, passou a ser facultativo e o funcionário somente pagará se quiser, mediante autorização. Se for pago, será devido a favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão. É descontado dos empregados uma vez por ano, no mês de março e equivale a 1 dia de salário. Lembrando que, com a Reforma da CLT, passou a ser facultativo. Negociação coletiva A negociação coletiva é um procedimento que visa a superar as divergências entre as partes. O resultado desse procedimento é o “acordo” ou a “convenção” coletiva. Caso a negociação não seja concluída, não haverá a elaboração da norma coletiva. Não havendo o “acordo” ou a “convenção” coletiva, é facultado às partes ajuizar o “dissídio coletivo” que dar-se-á no âmbito da Justiça do Trabalho. Cabe aos sindicatos realizar a negociação coletiva. Negociação coletiva Entretanto, antes da Reforma da CLT, todos os trabalhadores eram obrigatoriamente assistidos pelo respectivo sindicato nas negociações. Com a Reforma da CLT (Lei 13.467/2017), funcionários que possuem o nível superior e recebem valor acima do dobro do teto dos benefícios do INSS (Regime Geral da Previdência Social), isto é, R$ 11.062,62 (em dezembro 2017), podem negociar individualmente suas relações contratuais, sem a necessidade de interveniência do sindicato da categoria. Representação dos trabalhadores nas empresas A representação dos empregados é um conjunto de meios destinados a promover os interesses dos empregados com os empregadores sobre as condições de trabalho. A Reforma da CLT especifica que haverá a eleição de uma comissão de representantes dos empregados nas empresas que possuem mais de 200 empregados, com o objetivo de resolver e solucionar conflitos, ter uma boa relação entre empregador e empregado e fiscalizar as normas que afetem os empregados (por exemplo, segurança, condições insalubres, medicina do trabalho etc.). Representação dos trabalhadores nas empresas Conforme o artigo 510-D, § 3o, da Reforma da CLT (Lei 13.467/2017), o representante tem direito à estabilidade no emprego: “Desde o registro da candidatura até um ano após o fim do mandato, o membro da comissão de representantes dos empregados não poderá sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.” Distinção entre o representante dos trabalhadores e o representante sindical O representante sindical é a pessoa escolhida mediante eleição no âmbito do sindicato para representar a categoria e ser seu dirigente. Também possui estabilidade no emprego. O representante dos empregados é eleito no âmbito de sua empresa e irá defender os interesses apenas de seus colegas de trabalho, diferentemente do dirigente sindical, que representa toda categoria. Além disso, o representante dos empregados não precisa ser sindicalizado. Interatividade Assinale a alternativa correta: a) Denomina-se liberdade sindical o direito dos empregados e dos empregadores de se organizarem e constituírem livremente seus sindicatos, com a interferência do Estado. b) A liberdade sindical impede o direito de ingresso e de retirada do sindicato respectivo. c) Federações e Confederações de Sindicatos são a mesma coisa. d) O imposto sindical é um pagamento facultativo depois da “Reforma da CLT”. e) O valor do imposto sindical corresponde a 1% do valor do salário do funcionário. Resposta Assinale a alternativa correta: a) Denomina-se liberdade sindical o direito dos empregados e dos empregadores de se organizarem e constituírem livremente seus sindicatos, com a interferência do Estado. b) A liberdade sindical impede o direito de ingresso e de retirada do sindicato respectivo. c) Federações e Confederações de Sindicatos são a mesma coisa. d) O imposto sindical é um pagamento facultativo depois da “Reforma da CLT”. e) O valor do imposto sindical corresponde a 1% do valor do salário do funcionário. Direito Individual do Trabalho Relação de trabalho É um gênero que engloba todas as relações em que se tem prestação de serviço por pessoa física para outro tomador. Exemplos: trabalho voluntário, autônomo, eventual, doméstico, rural, avulso e empregado. Relação de emprego É uma das espécies da relação de trabalho e forma-se sempre que o trabalho for prestado por um empregado para um empregador. Elementos caracterizadores da relação de emprego e de empregado Os elementos constam no artigo 3o, da CLT: “considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob dependência deste e mediante salário” (Princípio da Primazia da Realidade). a) Subordinação hierárquica (dependência dele); b) Dependência econômica (mediante salário). Elementos caracterizadores da relação de emprego e de empregado pessoa física (pessoa natural): o trabalho deve ser prestado sempre por uma pessoa física; continuidade: o empregado presta serviços com regularidade, constantemente, de forma não eventual. Há uma relação sucessiva entre as partes, que perdura no tempo; Elementos caracterizadores da relação de emprego e de empregado pessoalidade: o contrato de trabalho é celebrado intuitu personae, nos casos em que o serviço seja executado sempre por uma mesma pessoa; onerosidade: o empregado recebe salário por seu labor (trabalho) prestado ao empregador. O empregado tem o dever de prestar serviços e o empregador, por sua vez, deve pagar salários ao serviço realizado; Elementos caracterizadores da relação de emprego e de empregado subordinação: é uma situação em que se encontra o trabalhador decorrente da limitação da autonomia de sua vontade. Assim, o empregado exerce sua atividade com dependência ao empregador, sendo dirigido por ele; alteridade: significa que o empregado presta serviços por conta alheia. É requisito do contrato do trabalho o empregado prestar serviços por conta alheia e não por sua conta. Alterações no contrato de trabalho Contratos são ajustes de vontades e podem ser alterados, conforme o artigo 468, da CLT: “[...] nos contratos individuais só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos aos empregados, sob pena de nulidadeda cláusula infringente desta garantia.” São requisitos de validade para alteração contratual: o consentimento do empregado; a garantia de que não resultará em prejuízo ao empregado. Suspensão e interrupção do contrato de trabalho Suspensão: é o fenômeno passageiro pelo qual o contrato de trabalho e seus principais efeitos ficam totalmente paralisados. Durante a suspensão do contrato, o empregado não presta serviços, o empregador não está obrigado a pagar os salários e não se conta o tempo de afastamento como tempo de serviço. Há a cessação passageira e total dos efeitos do contrato. Exemplos: aborto criminoso, auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, empregado eleito para cargo de diretor etc. Suspensão e interrupção do contrato de trabalho Interrupção: haverá interrupção quando o empregado, embora não preste serviço, for remunerado normalmente, contando-se também tempo de serviço. Essa é, portanto, uma cessação passageira e parcial dos efeitos do contrato. Exemplos: afastamento do funcionário por motivo de doença durante os 15 primeiros dias (auxílio-doença), licença à gestante, aborto não criminoso, falecimento em família, casamento, doação de sangue etc. Intervalo/descanso O artigo 71, da CLT, determina que o trabalho cuja jornada exceda 6 horas diárias deverá ter um intervalo para alimentação de, no mínimo, 1 hora, salvo acordo ou convenção coletiva, não podendo exceder a 2 horas. O parágrafo 1o desse artigo regula que, nos casos em que a jornada não exceder 6 horas diárias, o intervalo obrigatório será de 15 minutos para jornada não inferior a 4 horas diárias. Intervalo/descanso Com a nova “Reforma da CLT”, o funcionário poderá “negociar/flexibilizar” o intervalo para descanso (por exemplo, o horário de almoço), “negociando” que almoçará em 30 minutos e, os outros 30 minutos (ao todo 1 hora de almoço), serão compensados no início ou no término do expediente do dia, ou seja, ele poderá entrar 30 minutos mais tarde ou sair 30 minutos mais cedo. Por outro lado, com essa reforma, o tempo dispendido pelo funcionário no caminho para se chegar ao local do serviço (ou no retorno para casa) não é considerado como parte da jornada de trabalho, independentemente do meio de locomoção usado, mesmo o local de trabalho sendo de difícil acesso. Férias A Inglaterra foi a primeira a promulgar uma lei concedendo férias aos empregados industriais. O segundo país foi o Brasil, em que esse direito foi primeiramente concedido somente a algumas profissões e, em 1925, estendido a todas as categorias. Com a “Reforma da CLT”, que entrou em vigor em 11/11/2017, as férias foram “flexibilizadas”, mas o direito a elas não foi alterado porque as férias continuam sendo de 30 dias anuais, com a possibilidade de um acordo entre empregados e empregadores para que sejam divididas em até três vezes, desde que um dos períodos seja de 14 dias corridos e, os demais, cinco dias corridos. Aquisição do direito de férias Período aquisitivo, que vai do início do contrato de trabalho até que esse complete 12 meses de vigência. Após cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: 30 dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 vezes; 24 dias, quando houver tido entre 6 e 14 faltas; 18 dias, quando houver tido entre 15 e 23 faltas; 12 dias, quando houver tido entre 24 e 32 faltas. Interatividade Assinale a alternativa verdadeira. a) A “pessoalidade” não é um dos elementos caracterizadores da relação de emprego e de empregado. b) A “dependência econômica” e a “subordinação hierárquica” não os 2 elementos do Princípio da Primazia da Realidade. c) É possível “flexibilizar” intervalo obrigatório para descanso, almoçando em ½ hora e saindo também ½ mais cedo. d) Podemos dizer que as férias não se constituem no repouso anual remunerado. e) O empregado terá direito às férias a cada 18 meses. Resposta Assinale a alternativa verdadeira. a) A “pessoalidade” não é um dos elementos caracterizadores da relação de emprego e de empregado. b) A “dependência econômica” e a “subordinação hierárquica” não os 2 elementos do Princípio da Primazia da Realidade. c) É possível “flexibilizar” intervalo obrigatório para descanso, almoçando em ½ hora e saindo também ½ mais cedo. d) Podemos dizer que as férias não se constituem no repouso anual remunerado. e) O empregado terá direito às férias a cada 18 meses. Remuneração de férias O empregado, conforme visto no artigo 142, da CLT, receberá no período de férias a remuneração que lhe for devida na data da concessão e acrescida de 1/3 constitucional, segundo o artigo 7o, XVII, da Constituição Federal. A CLT determina que sempre que as férias forem concedidas após o prazo concessivo, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. Note que somente a remuneração será paga em dobro. Férias coletivas Abono de férias Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de determinado setor da empresa, permitindo o fracionamento em até dois períodos no ano, desde que nenhum seja inferior a 10 dias. É a faculdade que o empregado tem de converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário. Férias coletivas Abono de férias Assim, aquele empregado que tem direito ao gozo de 30 dias de férias poderá vender 10 desses dias para o empregador. A Reforma da CLT (Lei 13.467/2017), também conhecida como a Lei da Reforma Trabalhista, não alterou os dispositivos que dispõem sobre as férias coletivas (artigos 139 a 141, da CLT). Conceitos de salário e de remuneração Salário é a contraprestação devida ao empregado, pela oferta/prestação de seus serviços ao empregador, em decorrência do contrato de trabalho existente entre as partes. O autor e jurista Nascimento (2007) conceitua salário como o conjunto de percepções econômicas devidas pelo empregador ao empregado não só como contraprestação do trabalho, mas também pelos períodos em que estiver à disposição daquele aguardando ordens, pelos descansos remunerados, pelas interrupções do contrato de trabalho ou por força de lei. 13o salário O décimo terceiro salário, também chamado de gratificação natalina, é uma gratificação compulsória por força de lei, com natureza salarial. Previsto na Lei 4.090 de 1962, consiste em uma gratificação natalina e é devido a todos os empregados, devendo ser pago até o dia 20 de dezembro. A lei obriga que a primeira metade deve ser paga entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano (costuma-se pagar 50% em novembro), e a segunda metade até o dia 20 de dezembro. FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço Criado por lei em 1966, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço é formado por depósitos mensais, feitos pelos empregadores em nome de seus empregados. Todo empregador é obrigado a efetuar mensalmente um depósito: para menor aprendiz é de 2% sobre a remuneração e para os demais empregados 8% sobre a remuneração. Esses depósitos são feitos na Caixa Econômica Federal e integram um fundo unificado de reservas, com contas individualizadas em nome dos trabalhadores. Situações que permitem levantar o FGTS demissão sem justa causa, incluindo a rescisão indireta e casos de culpa recíproca e força maior; demissão em comum acordo (nesse caso, o funcionário pode retirar 80% do FGTS) – Reforma da CLT de 2017; extinção (fechamento) da empresa; aquisição de casa própria; falecimento do trabalhador (nesse caso, os dependentes poderão levantar o fundo); tratamento de doenças como câncer ou Aids; aposentadoria concedida pela Previdência Social; empregado com mais de 70 anos. Rescisão por demissão – pedido de demissão Trata-se de ato unilateral, pelo qual o empregado comunicaao empregador que resolveu extinguir a relação de emprego, não podendo o empregador indeferir ou rejeitar o pedido. A praxe é que o pedido de demissão seja feito por escrito. Verbas rescisórias que se têm direito a receber: saldo salarial (é número de dias trabalhados no mês de demissão); 13o salário proporcional; férias vencidas (se houver) e 1/3 constitucional; férias proporcionais: aspecto já consolidado pela jurisprudência no caso do trabalhador ter menos de 12 meses no emprego. Rescisão por despedida sem justa causa É o término da relação de trabalho, por iniciativa do empregador, sem que tenha sido cometida falta grave pelo empregado. Verbas rescisórias: saldo salarial; férias vencidas e proporcionais; 1/3 constitucional de férias; 13o salário proporcional; levantar os depósitos do FGTS e receber a indenização compensatória de 40% sobre o valor depositado; aviso prévio indenizado. Demissão em comum acordo A “Reforma da CLT” (Lei 13.467) legalizou uma importante inovação que já era praticada no mercado entre empregador e empregado. Quando o funcionário queria se desligar da empresa por qualquer motivo (novo emprego, dedicar-se apenas aos estudos, cuidar de algum parente doente), ele não queria perder alguns “direitos” por pedir demissão. Em alguns casos, a empresa dispensava o empregado como se fosse uma demissão simples de iniciativa da empresa. Demissão em comum acordo Agora, com a Reforma da CLT, há uma nova figura: a “demissão em comum acordo”. Assim, empresas e funcionários poderão optar por essa nova modalidade de demissão, em que a multa (da empresa) de 40% do FGTS será reduzida para 20% e o aviso prévio ficará restrito a 15 dias. Além disso, o trabalhador poderá sacar somente 80% do Fundo de Garantia, mas perderá o direito de receber o seguro-desemprego porque ele também tinha vontade de se desligar da empresa. Demissão por justa causa Ocorre quando o empregador promove a rescisão do contrato de trabalho diante de uma falta grave. Presente a justa causa, o trabalhador deixará de receber a parcela proporcional dos direitos ainda não adquiridos e de levantar os depósitos realizados pelo empregador em sua conta vinculada do FGTS. Quais são os motivos para justa causa? Motivos da dispensa por justa causa ato de improbidade (ex.: desonestidade ou lesão ao patrimônio da empresa); incontinência de conduta (ex.: práticas de caráter sexual, ato obsceno, pornografia virtual etc.); negociação habitual por conta própria ou alheia, sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; condenação criminal do empregado, transitado em julgado, caso não tenha havido suspensão da pena; desídia no desempenho das respectivas funções (ex.: dormir no serviço, “corpo mole” para forçar demissão); Motivos da dispensa por justa causa embriaguez habitual ou em serviço (ex.: beber, chegar alcoolizado ou ficar alcoolizado no horário em que está à disposição da empresa); violação de segredo da empresa; ato de indisciplina ou de insubordinação (ex.: não respeitar ordens legais de superior hierárquico); abandono de emprego (ex.: superior a 30 dias ou não comparecer depois de notificado dentro do prazo fixado); ato lesivo da honra ou boa fama, ou ofensas físicas praticados em serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; prática constante de jogos de azar. CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes A CIPA é obrigatória em todas as empresas que possuam mais de 20 empregados. Será composta por representantes dos empregados e do empregador. Conforme a CLT, o objetivo é tomar todas as precauções para evitar acidentes de trabalho. Estabilidade dos membros da CIPA: o item 5.8, da NR-05, dispõe que: “É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato”. Interatividade Assinale a alternativa correta: a) As férias do empregado são concedidas com um valor adicional chamado de 1/3 constitucional. b) O empregado não pode converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário. c) O 13o salário é pago em parcela única no mês de dezembro. d) O valor do FGTS depositado pelo empregador na conta do empregado mantida na CEF é de 9%. e) A CIPA é obrigatória em todas as empresas que possuam mais de 5 empregados. Resposta Assinale a alternativa correta: a) As férias do empregado são concedidas com um valor adicional chamado de 1/3 constitucional. b) O empregado não pode converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário. c) O 13o salário é pago em parcela única no mês de dezembro. d) O valor do FGTS depositado pelo empregador na conta do empregado mantida na CEF é de 9%. e) A CIPA é obrigatória em todas as empresas que possuam mais de 5 empregados. ATÉ A PRÓXIMA!
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