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Unidade III
ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL
Prof. Me. Luís Gustavo
Direito do Trabalho
 Para o autor e jurista Amauri Mascaro Nascimento (2009), 
“Direito do Trabalho é o ramo da ciência do direito que tem 
por objeto as normas, as instituições jurídicas e os princípios 
que disciplinam as relações de trabalho subordinado, 
determinam os seus sujeitos e as organizações destinadas 
à proteção desse trabalho em sua estrutura e atividade”.
 Sempre houve divergências entre “empregadores (capital) x 
empregados (trabalho)”. 
 A CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, da década de 
1940, procurou reunir e normatizar as relações trabalhistas em 
todo o Brasil. 
Direito do Trabalho
 Sendo uma legislação muito antiga e com o surgimento das 
novas tecnologias e a consequente criação de novos 
empregos surgem também as lides judiciais 
(conflitos trabalhistas). 
 Nesse sentido, o Direito do Trabalho está sempre em 
constantes mutações.
 Assim, em 2017, houve uma importante Reforma da CLT 
(Reforma Trabalhista) que não alterou “direitos” já 
conquistados, mas “flexibilizou” alguns direitos 
(Lei 13.467 de 2017). 
Direito do Trabalho
 Portanto, não serão possíveis negociar, alterar ou flexibilizar: 
direitos decorrentes do pagamento de FGTS, o recebimento 
do salário-mínimo e 13o salário, seguro-desemprego, repouso 
semanal remunerado e as normas de saúde, higiene e 
segurança do trabalho previstos em lei ou em normas 
regulamentadoras. 
 Também as regras sobre a aposentadoria, salário-família, 
licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte 
dias e licença-paternidade.
Relação entre o Direito do Trabalho e outros ramos do Direito
 Há vários exemplos bons para o empregado de 
“flexibilização” de direitos na jornada de trabalho. 
 Com a nova reforma da CLT, o funcionário poderá 
“negociar/flexibilizar” o intervalo para descanso (por exemplo, 
o horário de almoço), “negociando” que almoçará em 30 
minutos e os outros 30 minutos (ao todo 1 hora de almoço) 
serão compensados no início ou no término do expediente do 
dia, ou seja, ele poderá entrar 30 minutos mais tarde ou sair 30 
minutos mais cedo. 
Relação entre o Direito do Trabalho e outros ramos do Direito
 O Direito do Trabalho, embora ramo jurídico especializado, 
mantém relações permanentes com outros campos do Direito, 
com destaque para o Direito Constitucional.
 Importante destacar também a relação do Direito 
do Trabalho com os Princípios Gerais de Direito 
e de outros ramos jurídicos.
 Os Princípios Gerais de Direito são valores (standards) que se 
irradiam por todos os segmentos da ordem jurídica, cumprindo 
o relevante papel de assegurar organicidade e coerência 
integradas à totalidade do universo normativo de uma 
sociedade política.
Direito Coletivo do Trabalho
 O Direito Coletivo do Trabalho é o segmento do Direito do 
Trabalho encarregado de tratar da organização sindical, da 
negociação coletiva, dos contratos coletivos, da representação 
dos empregados e da greve.
 O Direito Coletivo do Trabalho nasceu com o reconhecimento 
do direito de associação dos empregados, ocorrido após a 
Revolução Industrial. Assim como o berço da Revolução 
Industrial foi a Inglaterra, ali também tiveram início os 
sindicatos, que consistiam na reunião de trabalhadores na luta 
por melhores salários, jornada de trabalho reduzida 
e melhores condições de trabalho.
Direito Coletivo do Trabalho
 Como sabemos, o berço da Revolução Industrial foi a 
Inglaterra. 
 E com as condições desumanas que existiam nas fábricas 
inglesas, também tiveram início os sindicatos, que consistiam 
na reunião de empregados na luta por melhores salários, 
jornadas de trabalho reduzidas e melhores condições 
de trabalho.
Sindicalização
 Na Inglaterra, a legalização da criação dos sindicatos deu-se 
somente em 1875.
 Na França, apenas em 1884, com a Lei Waldeck-Rousseau.
 Na Alemanha, ainda mais tarde, em 1919, com a 
implementação da Constituição de Weimar. 
 Assim, podemos concluir que a legalização das associações 
de trabalhadores foi um processo que durou, pelo menos, 
dois séculos.
Sindicalização
 Com o passar dos anos, os sindicatos foram espalhando-se 
pelos demais países e, aos poucos, os ordenamentos 
jurídicos foram reconhecendo sua legitimidade – o que, no 
começo, não era uma realidade.
 Temos, atualmente, dois importantes documentos 
internacionais que regulamentam tal assunto: a Declaração 
Universal dos Direitos do Homem, que determina que todo 
homem tem direito a ingressar em um sindicato; bem como a 
Convenção no 87, da OIT, que passou a descrever o direito de 
livre sindicalização.
Interatividade
Assinale a alternativa correta:
a) A CLT foi redigida logo após a Constituição de 1988.
b) Os sindicatos surgiram nos EUA.
c) Em 2017, houve uma importante reforma da CLT que 
não alterou “direitos”, mas flexibilizou direitos 
já conquistados.
d) Os sindicatos não são reconhecidos pela Declaração 
Universal dos Direitos dos Homens.
e) Os sindicatos sofrem certa ingerência do Estado brasileiro.
Resposta
Assinale a alternativa correta:
a) A CLT foi redigida logo após a Constituição de 1988.
b) Os sindicatos surgiram nos EUA.
c) Em 2017, houve uma importante reforma da CLT que 
não alterou “direitos”, mas flexibilizou direitos 
já conquistados.
d) Os sindicatos não são reconhecidos pela Declaração 
Universal dos Direitos dos Homens.
e) Os sindicatos sofrem certa ingerência do Estado brasileiro.
Relações coletivas de trabalho
 São o fruto da necessidade dos empregados de defenderem, 
em conjunto, suas reivindicações perante o poder econômico 
(proveniente, em regra, dos empregadores). 
 Denomina-se liberdade sindical o direito dos empregados e 
dos empregadores de se organizarem e constituírem 
livremente seus sindicatos, sem qualquer interferência do 
Estado.
 Unicidade sindical x liberdade sindical.
Liberdade e organização sindical no mundo
 A liberdade sindical é o direito que o empregado, ou o 
empregador, tem de se organizar e constituir livremente as 
agremiações que desejarem, no número por eles idealizado, 
visando à promoção de seus interesses ou dos grupos que 
irão representar, sem que sofram qualquer interferência 
do Estado. 
 A liberdade sindical também compreende o direito de ingresso 
e de retirada do sindicato respectivo.
Liberdade e organização sindical, previstas no artigo 
8o, da Constituição Federal de 1988
O inciso II, do artigo 8o, da Constituição Federal de 1988, 
determina que:
 “[...] fica vedada a criação de mais de uma organização 
sindical, em qualquer grau, representativa da categoria 
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que 
será definida pelos trabalhadores ou empregadores 
interessados, não podendo ser inferior à área 
de um município.” 
 Pelo inciso citado, podemos dizer que não há liberdade total 
para se criar sindicatos.
Sindicatos e a organização sindical
 Os sindicatos têm autonomia no sentido de terem liberdade 
de organização interna, redigindo seus próprios estatutos 
e podendo eleger livremente seus representantes, que devem 
regular apenas temas ligados aos interesses profissionais 
ou econômicos da categoria, não devendo defender/regular 
assuntos políticos.
 Já a organização sindical se refere ao fato de os sindicatos 
serem entidades privadas, formadas por pessoas físicas 
(empregados) ou pessoas jurídicas (empresas) que têm 
atividades profissionais ou econômicas, visando à defesa dos 
interesses coletivos ou individuais de seus membros ou 
da categoria.
Sindicatos e a organização sindical
 Os sindicatos têm funções de representação, negociação, 
arrecadação, assistência e postulação judicial no que se 
refere aos interesses gerais da categoria ou aos interesses 
individuais dos associados, relativas à atividade 
ou profissão exercida.
 Apenas cabem aos interessadosa criação e a organização 
dos sindicatos, com o compromisso de respeitar as bases 
territoriais e o registro em órgão competente.
A Convenção no 87 da OIT (Organização Internacional 
do Trabalho)
 Determina que os sindicatos podem ser constituídos 
independentemente de autorização do Poder Público. 
Tal determinação tem por objetivo garantir a autonomia 
dos sindicatos. 
 Com base na convenção descrita, temos o artigo 8o, inciso I, 
da Constituição Federal, reconhecendo que “a lei não poderá 
exigir autorização do Estado para a fundação do sindicato, 
ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder 
Público a interferência e a intervenção na organização sindical”.
Entidades sindicais de grau superior
 Federações: de acordo com o artigo 534, da CLT, são 
entidades sindicais de grau superior organizadas nos 
estados-membros da União. As federações têm âmbito 
estadual e, para serem formadas, necessitam congregar, no 
mínimo, cinco sindicatos de categorias idênticas.
 Confederações: de acordo com o artigo 535, da CLT, são 
organizações sindicais de âmbito nacional que, para serem 
formadas, necessitam congregar, pelo menos, mais 
de 2 federações.
Exemplos de entidades sindicais de grau superior
 CUT – Central Única dos Trabalhadores. 
 CGT – Comando Geral dos Trabalhadores. 
 Força sindical.
 Todas essas são entidades sem previsão legal. 
 Podem atuar na sociedade, mas sem poder 
de representação judicial.
Imposto sindical/contribuição sindical
 O imposto sindical, com a nova Reforma da CLT, passou a ser 
facultativo e o funcionário somente pagará se quiser, 
mediante autorização. Se for pago, será devido a favor do 
sindicato representativo da mesma categoria ou profissão. 
 É descontado dos empregados uma vez por ano, no mês de 
março e equivale a 1 dia de salário. Lembrando que, com a 
Reforma da CLT, passou a ser facultativo.
Negociação coletiva
 A negociação coletiva é um procedimento que visa a superar 
as divergências entre as partes. O resultado desse 
procedimento é o “acordo” ou a “convenção” coletiva. Caso 
a negociação não seja concluída, não haverá a elaboração da 
norma coletiva.
 Não havendo o “acordo” ou a “convenção” coletiva, é 
facultado às partes ajuizar o “dissídio coletivo” que dar-se-á no 
âmbito da Justiça do Trabalho. 
 Cabe aos sindicatos realizar a negociação coletiva.
Negociação coletiva
 Entretanto, antes da Reforma da CLT, todos os trabalhadores 
eram obrigatoriamente assistidos pelo respectivo sindicato 
nas negociações. 
 Com a Reforma da CLT (Lei 13.467/2017), funcionários que 
possuem o nível superior e recebem valor acima do dobro do 
teto dos benefícios do INSS (Regime Geral da Previdência 
Social), isto é, R$ 11.062,62 (em dezembro 2017), podem 
negociar individualmente suas relações contratuais, sem a 
necessidade de interveniência do sindicato da categoria. 
Representação dos trabalhadores nas empresas
 A representação dos empregados é um conjunto de meios 
destinados a promover os interesses dos empregados com os 
empregadores sobre as condições de trabalho. 
 A Reforma da CLT especifica que haverá a eleição de uma 
comissão de representantes dos empregados nas empresas 
que possuem mais de 200 empregados, com o objetivo de 
resolver e solucionar conflitos, ter uma boa relação entre 
empregador e empregado e fiscalizar as normas que afetem 
os empregados (por exemplo, segurança, condições 
insalubres, medicina do trabalho etc.).
Representação dos trabalhadores nas empresas
Conforme o artigo 510-D, § 3o, da Reforma da CLT (Lei 13.467/2017), 
o representante tem direito à estabilidade no emprego: 
 “Desde o registro da candidatura até um ano após o fim do 
mandato, o membro da comissão de representantes dos 
empregados não poderá sofrer despedida arbitrária, 
entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo 
disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.”
Distinção entre o representante dos trabalhadores e o 
representante sindical
 O representante sindical é a pessoa escolhida mediante 
eleição no âmbito do sindicato para representar a categoria e 
ser seu dirigente. Também possui estabilidade no emprego.
 O representante dos empregados é eleito no âmbito de sua 
empresa e irá defender os interesses apenas de seus colegas 
de trabalho, diferentemente do dirigente sindical, que 
representa toda categoria. 
 Além disso, o representante dos empregados não precisa 
ser sindicalizado.
Interatividade
Assinale a alternativa correta:
a) Denomina-se liberdade sindical o direito dos empregados e 
dos empregadores de se organizarem e constituírem 
livremente seus sindicatos, com a interferência do Estado.
b) A liberdade sindical impede o direito de ingresso e de 
retirada do sindicato respectivo.
c) Federações e Confederações de Sindicatos 
são a mesma coisa.
d) O imposto sindical é um pagamento facultativo depois 
da “Reforma da CLT”.
e) O valor do imposto sindical corresponde a 1% do valor 
do salário do funcionário. 
Resposta
Assinale a alternativa correta:
a) Denomina-se liberdade sindical o direito dos empregados e 
dos empregadores de se organizarem e constituírem 
livremente seus sindicatos, com a interferência do Estado.
b) A liberdade sindical impede o direito de ingresso e de 
retirada do sindicato respectivo.
c) Federações e Confederações de Sindicatos 
são a mesma coisa.
d) O imposto sindical é um pagamento facultativo depois 
da “Reforma da CLT”.
e) O valor do imposto sindical corresponde a 1% do valor 
do salário do funcionário. 
Direito Individual do Trabalho
Relação de trabalho
 É um gênero que engloba todas as relações em que se tem 
prestação de serviço por pessoa física para outro tomador. 
Exemplos: trabalho voluntário, autônomo, eventual, 
doméstico, rural, avulso e empregado.
Relação de emprego
 É uma das espécies da relação de trabalho e forma-se sempre 
que o trabalho for prestado por um empregado para 
um empregador.
Elementos caracterizadores da relação de emprego e 
de empregado
 Os elementos constam no artigo 3o, da CLT: “considera-se 
empregado toda pessoa física que prestar serviços de 
natureza não eventual a empregador, sob dependência deste e 
mediante salário” (Princípio da Primazia da Realidade).
a) Subordinação hierárquica (dependência dele); 
b) Dependência econômica (mediante salário).
Elementos caracterizadores da relação de emprego e 
de empregado
 pessoa física (pessoa natural): o trabalho deve ser prestado 
sempre por uma pessoa física;
 continuidade: o empregado presta serviços com regularidade, 
constantemente, de forma não eventual. Há uma relação 
sucessiva entre as partes, que perdura no tempo;
Elementos caracterizadores da relação de emprego e 
de empregado
 pessoalidade: o contrato de trabalho é celebrado intuitu
personae, nos casos em que o serviço seja executado sempre 
por uma mesma pessoa;
 onerosidade: o empregado recebe salário por seu labor 
(trabalho) prestado ao empregador. O empregado tem o dever 
de prestar serviços e o empregador, por sua vez, deve pagar 
salários ao serviço realizado;
Elementos caracterizadores da relação de emprego e 
de empregado
 subordinação: é uma situação em que se encontra o 
trabalhador decorrente da limitação da autonomia de sua 
vontade. Assim, o empregado exerce sua atividade com 
dependência ao empregador, sendo dirigido por ele;
 alteridade: significa que o empregado presta serviços por 
conta alheia. É requisito do contrato do trabalho o empregado 
prestar serviços por conta alheia e não por sua conta.
Alterações no contrato de trabalho
Contratos são ajustes de vontades e podem ser alterados, 
conforme o artigo 468, da CLT: 
“[...] nos contratos individuais só é lícita a alteração das 
respectivas condições por mútuo consentimento e, ainda assim, 
desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos aos 
empregados, sob pena de nulidadeda cláusula infringente 
desta garantia.”
São requisitos de validade para alteração contratual:
 o consentimento do empregado;
 a garantia de que não resultará em prejuízo ao empregado.
Suspensão e interrupção do contrato de trabalho
 Suspensão: é o fenômeno passageiro pelo qual o contrato de 
trabalho e seus principais efeitos ficam totalmente 
paralisados. Durante a suspensão do contrato, o empregado 
não presta serviços, o empregador não está obrigado a pagar 
os salários e não se conta o tempo de afastamento como 
tempo de serviço. Há a cessação passageira e total dos 
efeitos do contrato.
Exemplos: aborto criminoso, auxílio-doença, aposentadoria por 
invalidez, empregado eleito para cargo de diretor etc.
Suspensão e interrupção do contrato de trabalho
 Interrupção: haverá interrupção quando o empregado, embora 
não preste serviço, for remunerado normalmente, contando-se 
também tempo de serviço. Essa é, portanto, uma cessação 
passageira e parcial dos efeitos do contrato. 
Exemplos: afastamento do funcionário por motivo de doença 
durante os 15 primeiros dias (auxílio-doença), licença à 
gestante, aborto não criminoso, falecimento em família, 
casamento, doação de sangue etc.
Intervalo/descanso
 O artigo 71, da CLT, determina que o trabalho cuja jornada 
exceda 6 horas diárias deverá ter um intervalo para 
alimentação de, no mínimo, 1 hora, salvo acordo ou 
convenção coletiva, não podendo exceder a 2 horas.
 O parágrafo 1o desse artigo regula que, nos casos em que a 
jornada não exceder 6 horas diárias, o intervalo obrigatório 
será de 15 minutos para jornada não inferior a 4 horas diárias.
Intervalo/descanso
 Com a nova “Reforma da CLT”, o funcionário poderá 
“negociar/flexibilizar” o intervalo para descanso (por exemplo, 
o horário de almoço), “negociando” que almoçará em 30 
minutos e, os outros 30 minutos (ao todo 1 hora de almoço), 
serão compensados no início ou no término do expediente do 
dia, ou seja, ele poderá entrar 30 minutos mais tarde ou sair 30 
minutos mais cedo. 
 Por outro lado, com essa reforma, o tempo dispendido pelo 
funcionário no caminho para se chegar ao local do serviço 
(ou no retorno para casa) não é considerado como parte 
da jornada de trabalho, independentemente do meio de 
locomoção usado, mesmo o local de trabalho sendo 
de difícil acesso.
Férias
 A Inglaterra foi a primeira a promulgar uma lei concedendo 
férias aos empregados industriais. O segundo país foi o Brasil, 
em que esse direito foi primeiramente concedido somente a 
algumas profissões e, em 1925, estendido a todas 
as categorias.
 Com a “Reforma da CLT”, que entrou em vigor em 11/11/2017, 
as férias foram “flexibilizadas”, mas o direito a elas não foi 
alterado porque as férias continuam sendo de 30 dias anuais, 
com a possibilidade de um acordo entre empregados e 
empregadores para que sejam divididas em até três vezes, 
desde que um dos períodos seja de 14 dias corridos e, 
os demais, cinco dias corridos. 
Aquisição do direito de férias
Período aquisitivo, que vai do início do contrato de trabalho até 
que esse complete 12 meses de vigência. Após cada período de 
12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá 
direito a férias, na seguinte proporção:
 30 dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais 
de 5 vezes;
 24 dias, quando houver tido entre 6 e 14 faltas;
 18 dias, quando houver tido entre 15 e 23 faltas;
 12 dias, quando houver tido entre 24 e 32 faltas.
Interatividade
Assinale a alternativa verdadeira.
a) A “pessoalidade” não é um dos elementos caracterizadores 
da relação de emprego e de empregado. 
b) A “dependência econômica” e a “subordinação hierárquica” 
não os 2 elementos do Princípio da Primazia da Realidade.
c) É possível “flexibilizar” intervalo obrigatório para descanso, 
almoçando em ½ hora e saindo também ½ mais cedo.
d) Podemos dizer que as férias não se constituem no repouso 
anual remunerado.
e) O empregado terá direito às férias a cada 18 meses.
Resposta
Assinale a alternativa verdadeira.
a) A “pessoalidade” não é um dos elementos caracterizadores 
da relação de emprego e de empregado. 
b) A “dependência econômica” e a “subordinação hierárquica” 
não os 2 elementos do Princípio da Primazia da Realidade.
c) É possível “flexibilizar” intervalo obrigatório para descanso, 
almoçando em ½ hora e saindo também ½ mais cedo.
d) Podemos dizer que as férias não se constituem no repouso 
anual remunerado.
e) O empregado terá direito às férias a cada 18 meses.
Remuneração de férias
 O empregado, conforme visto no artigo 142, da CLT, receberá 
no período de férias a remuneração que lhe for devida na data 
da concessão e acrescida de 1/3 constitucional, segundo o 
artigo 7o, XVII, da Constituição Federal. 
 A CLT determina que sempre que as férias forem concedidas 
após o prazo concessivo, o empregador pagará em dobro a 
respectiva remuneração. 
 Note que somente a remuneração será paga em dobro. 
Férias coletivas
Abono de férias
 Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os 
empregados de uma empresa ou de determinado setor da 
empresa, permitindo o fracionamento em até dois períodos no 
ano, desde que nenhum seja inferior a 10 dias. 
 É a faculdade que o empregado tem de converter 1/3 do 
período de férias a que tiver direito em abono pecuniário.
Férias coletivas
Abono de férias
 Assim, aquele empregado que tem direito ao gozo de 30 dias 
de férias poderá vender 10 desses dias para o empregador.
 A Reforma da CLT (Lei 13.467/2017), também conhecida como 
a Lei da Reforma Trabalhista, não alterou os dispositivos que 
dispõem sobre as férias coletivas (artigos 139 a 141, da CLT).
Conceitos de salário e de remuneração
 Salário é a contraprestação devida ao empregado, pela 
oferta/prestação de seus serviços ao empregador, em 
decorrência do contrato de trabalho existente entre as partes.
 O autor e jurista Nascimento (2007) conceitua salário como o 
conjunto de percepções econômicas devidas pelo empregador 
ao empregado não só como contraprestação do trabalho, mas 
também pelos períodos em que estiver à disposição daquele 
aguardando ordens, pelos descansos remunerados, pelas 
interrupções do contrato de trabalho ou por força de lei.
13o salário
 O décimo terceiro salário, também chamado de gratificação 
natalina, é uma gratificação compulsória por força de lei, com 
natureza salarial. Previsto na Lei 4.090 de 1962, consiste em 
uma gratificação natalina e é devido a todos os empregados, 
devendo ser pago até o dia 20 de dezembro.
 A lei obriga que a primeira metade deve ser paga entre os 
meses de fevereiro e novembro de cada ano (costuma-se 
pagar 50% em novembro), e a segunda metade até o dia 20 
de dezembro.
FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
 Criado por lei em 1966, o Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço é formado por depósitos mensais, feitos pelos 
empregadores em nome de seus empregados.
 Todo empregador é obrigado a efetuar mensalmente um 
depósito: para menor aprendiz é de 2% sobre a remuneração e 
para os demais empregados 8% sobre a remuneração. 
 Esses depósitos são feitos na Caixa Econômica Federal e 
integram um fundo unificado de reservas, com contas 
individualizadas em nome dos trabalhadores.
Situações que permitem levantar o FGTS
 demissão sem justa causa, incluindo a rescisão indireta e 
casos de culpa recíproca e força maior;
 demissão em comum acordo (nesse caso, o funcionário pode 
retirar 80% do FGTS) – Reforma da CLT de 2017; 
 extinção (fechamento) da empresa;
 aquisição de casa própria;
 falecimento do trabalhador (nesse caso, os dependentes 
poderão levantar o fundo);
 tratamento de doenças como câncer ou Aids;
 aposentadoria concedida pela Previdência Social; 
 empregado com mais de 70 anos.
Rescisão por demissão – pedido de demissão
Trata-se de ato unilateral, pelo qual o empregado comunicaao 
empregador que resolveu extinguir a relação de emprego, não 
podendo o empregador indeferir ou rejeitar o pedido. A praxe é 
que o pedido de demissão seja feito por escrito.
Verbas rescisórias que se têm direito a receber:
 saldo salarial (é número de dias trabalhados no mês 
de demissão);
 13o salário proporcional;
 férias vencidas (se houver) e 1/3 constitucional;
 férias proporcionais: aspecto já consolidado pela 
jurisprudência no caso do trabalhador ter menos 
de 12 meses no emprego. 
Rescisão por despedida sem justa causa
É o término da relação de trabalho, por iniciativa do 
empregador, sem que tenha sido cometida falta grave pelo 
empregado. Verbas rescisórias:
 saldo salarial;
 férias vencidas e proporcionais;
 1/3 constitucional de férias;
 13o salário proporcional;
 levantar os depósitos do FGTS e receber a indenização 
compensatória de 40% sobre o valor depositado;
 aviso prévio indenizado.
Demissão em comum acordo
 A “Reforma da CLT” (Lei 13.467) legalizou uma importante 
inovação que já era praticada no mercado entre empregador 
e empregado. 
 Quando o funcionário queria se desligar da empresa por 
qualquer motivo (novo emprego, dedicar-se apenas aos 
estudos, cuidar de algum parente doente), ele não queria 
perder alguns “direitos” por pedir demissão. Em alguns 
casos, a empresa dispensava o empregado como se fosse 
uma demissão simples de iniciativa da empresa. 
Demissão em comum acordo
 Agora, com a Reforma da CLT, há uma nova figura: a 
“demissão em comum acordo”. 
 Assim, empresas e funcionários poderão optar por essa nova 
modalidade de demissão, em que a multa (da empresa) de 
40% do FGTS será reduzida para 20% e o aviso prévio ficará 
restrito a 15 dias. 
 Além disso, o trabalhador poderá sacar somente 80% do 
Fundo de Garantia, mas perderá o direito de receber 
o seguro-desemprego porque ele também tinha vontade 
de se desligar da empresa.
Demissão por justa causa
 Ocorre quando o empregador promove a rescisão do contrato 
de trabalho diante de uma falta grave. 
 Presente a justa causa, o trabalhador deixará de receber a 
parcela proporcional dos direitos ainda não adquiridos e de 
levantar os depósitos realizados pelo empregador em sua 
conta vinculada do FGTS. 
Quais são os motivos para justa causa?
Motivos da dispensa por justa causa
 ato de improbidade (ex.: desonestidade ou lesão ao patrimônio 
da empresa);
 incontinência de conduta (ex.: práticas de caráter sexual, ato 
obsceno, pornografia virtual etc.);
 negociação habitual por conta própria ou alheia, sem permissão 
do empregador, e quando constituir ato de concorrência à 
empresa para qual trabalha o empregado, ou for prejudicial 
ao serviço; 
 condenação criminal do empregado, transitado em julgado, 
caso não tenha havido suspensão da pena; 
 desídia no desempenho das respectivas funções (ex.: dormir 
no serviço, “corpo mole” para forçar demissão); 
Motivos da dispensa por justa causa
 embriaguez habitual ou em serviço (ex.: beber, chegar 
alcoolizado ou ficar alcoolizado no horário em que está à 
disposição da empresa);
 violação de segredo da empresa; 
 ato de indisciplina ou de insubordinação (ex.: não respeitar 
ordens legais de superior hierárquico); 
 abandono de emprego (ex.: superior a 30 dias ou não 
comparecer depois de notificado dentro do prazo fixado); 
 ato lesivo da honra ou boa fama, ou ofensas físicas praticados 
em serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas 
mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria 
ou de outrem;
 prática constante de jogos de azar.
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
 A CIPA é obrigatória em todas as empresas que possuam mais 
de 20 empregados. 
 Será composta por representantes dos empregados e do 
empregador. Conforme a CLT, o objetivo é tomar todas as 
precauções para evitar acidentes de trabalho.
 Estabilidade dos membros da CIPA: o item 5.8, da NR-05, 
dispõe que: “É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa 
causa do empregado eleito para cargo de direção de 
Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde 
o registro de sua candidatura até um ano após o final 
de seu mandato”.
Interatividade
Assinale a alternativa correta:
a) As férias do empregado são concedidas com um valor 
adicional chamado de 1/3 constitucional.
b) O empregado não pode converter 1/3 do período de férias a 
que tiver direito em abono pecuniário.
c) O 13o salário é pago em parcela única no mês de dezembro.
d) O valor do FGTS depositado pelo empregador na conta do 
empregado mantida na CEF é de 9%.
e) A CIPA é obrigatória em todas as empresas que possuam 
mais de 5 empregados. 
Resposta
Assinale a alternativa correta:
a) As férias do empregado são concedidas com um valor 
adicional chamado de 1/3 constitucional.
b) O empregado não pode converter 1/3 do período de férias a 
que tiver direito em abono pecuniário.
c) O 13o salário é pago em parcela única no mês de dezembro.
d) O valor do FGTS depositado pelo empregador na conta do 
empregado mantida na CEF é de 9%.
e) A CIPA é obrigatória em todas as empresas que possuam 
mais de 5 empregados. 
ATÉ A PRÓXIMA!

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