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11652_OABTRI_14042016 (2)

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Direito Tributário
Obra organizada pelo Instituto IOB – São Paulo: Editora IOB, 2014. ISBN 978-85-63625-20-5
Informamos que é de inteira responsabilidade do autor a emissão dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a 
prévia autorização do Instituto IOB. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na 
Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal.
Tradição + Inovação
Duas grandes instituições de ensino, o IOB Concursos e 
o Marcato, se juntaram no final de 2013 dando origem ao 
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Sumário
Capítulo 1 Conceito de Tributo e 
 Competência Tributária, 7
1. Função do Código Tributário Nacional e Conceito de 
Tributo, 7
2. Conceito de Tributo, 8
3. Conceito de Competência Tributária, 9
4. Características da Competência Tributária, 10
5. Competência e Capacidade Tributária, 11
6. Espécies de Competência Tributária, 12
Capítulo 2 Espécies Tributárias, 13
1. Conceito de Imposto, 13
2. Impostos da União: Imposto sobre 
a Importação – Imposto sobre a Exportação – 
Imposto sobre a Renda – Imposto sobre Produtos 
Industrializados – Imposto sobre Operações de 
Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou 
Valores Mobiliários – Imposto sobre a Propriedade 
Territorial Rural – Imposto sobre Grandes Fortunas – 
Impostos no Território Federal, 14
3. Impostos da União – Imposto Residual – 
Art. 154, I, da CF, 15
4. Impostos da União – Imposto Extraordinário de Guerra 
– Art. 154, II, da CF, 16
5. Impostos dos Estados e do Distrito Federal – Imposto 
sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de 
Quaisquer Bens ou Direitos e Imposto sobre a 
Propriedade de Veículos Automotores, 17
6. Impostos dos Estados e do Distrito Federal 
– Imposto Operações Relativas à Circulação de 
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de 
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicação, 18
7. Impostos dos Municípios e do Distrito Federal – 
Imposto Predial Territorial Urbano e Imposto sobre a 
Transmissão de Bens Imóveis, 19
8. Impostos dos Municípios e do Distrito Federal – 
Imposto Sobre Serviços, 20
9. Conceito de Taxa, 21
10. Taxa – Prestação de Serviço Público, 22
11. Taxa – Exercício do Poder de Polícia, 23
12. Contribuição de Melhoria, 23
13. Empréstimo Compulsório, 24
14. Contribuições Especiais – Contribuição Social e 
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, 
25
15. Contribuições Especiais – Contribuição Corporativa e 
Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação 
Pública, 26
Capítulo 3 Limitações ao Poder de Tributar, 28
1. Princípio da Legalidade, 28
2. Lei Complementar x Lei Ordinária, 29
3. Exceções ao Princípio da Legalidade, 30
4. Princípio da Legalidade e Medida Provisória, 31
5. Princípio da Irretroatividade, 32
6. Retroatividade da Lei Tributária, 33
7. Princípio da Anterioridade, 34
8. Exceções ao Princípio da Anterioridade, 34
9. Princípios Relacionados à Isonomia, 35
10. Princípio da Capacidade Contributiva, 36
11. Princípio do Não Confisco, 37
12. Princípios Específicos, 38
13. Conceito de Imunidade – Imunidade Recíproca – 
Entidades Imunes – Abrangência, 39
14. Imunidade Condicionada – Autarquias e Fundações 
Públicas, 40
15. Imunidade Religiosa, 41
16. Imunidade das Entidades – Imunidade Condicional, 43
17. Imunidade Cultural – Abrangência, 44
18. Imunidades Específicas, 45
Capítulo 4 Obrigação Tributária, 46
1. Obrigação Tributária Principal, 46
2. Obrigação Tributária Acessória, 47
3. Fato Gerador e Momento de Ocorrência – Atos Ilícitos 
e Ineficazes, 48
4. Sujeito Ativo, 49
5. Sujeito Passivo – Contribuinte e Responsável, 50
6. Sujeito Passivo – Convenções Particulares x Fisco, 51
Capítulo 5 Responsabilidade Tributária, 52
1. Responsabilidade Solidária, 52
2. Responsabilidade Tributária dos Sucessores e 
Adquirente de Bem Imóvel, 53
3. Responsabilidade Tributária dos Sucessores das 
Pessoas Naturais e das Pessoas Jurídicas, 54
4. Responsabilidade da Pessoa Jurídica Sucessora, 55
5. Responsabilidade de Terceiros, 56
6. Responsabilidade por Infrações, 57
7. Denúncia Espontânea, 58
1. Conceito de Crédito Tributário, 59
Capítulo 6 Crédito Tributário, 59
2. Lançamento – Conceito e Lei Aplicável, 60
3. Modalidades de Lançamento, 61
4. Hipóteses de Suspensão – Moratória, 61
5. Hipóteses de Suspensão – Depósito do Montante 
Integral – Reclamações e Recurso Administrativo, 63
6. Hipóteses de Suspensão – Concessão de Liminar 
em Mandado de Segurança – Tutela Antecipada – 
Parcelamento, 63
7. Hipóteses de Extinção – Pagamento, 64
8. Hipóteses de Extinção – Compensação – Transação – 
Remissão, 66
9. Hipóteses de Extinção – Prescrição e Decadência, 67
10. Hipóteses de Extinção – Conversão de Depósito em 
Renda – Lançamento – Consignação em Pagamento – 
Decisão Administrativa Irreformável – Decisão Judicial 
– Dação em Pagamento, 68
11. Hipóteses de Exclusão – Isenção, 69
12. Hipóteses de Exclusão – Anistia, 70
13. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário – Fraude à 
Execução e Inscrição em Dívida Ativa, 71
14. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário – Penhora 
On-line – Exigência de Prova de Regularidade Fiscal, 
72
15. Preferências, 73
16. Administração Tributária – Fiscalização – Sigilo do 
Fisco – Exceções, 74
17. Administração Tributária – Dívida Ativa Tributária – 
Certidão Negativa de Débito Tributário, 75
18. Repetição do Indébito, 76
Gabarito, 81
Capítulo 1
Conceito de Tributo e 
Competência Tributária
1. Função do Código Tributário Nacional e 
Conceito de Tributo
O Estado desempenha uma série de atividades para obtenção de recursos públi-
cos a fim de canalizar esses recursos para a satisfação das necessidades públicas. 
Dentre essas fontes de receita, destaca-se a fonte advinda da atividade tributária.
O Código Tributário Nacional é formalmente lei ordinária e, materialmente, 
lei complementar de normas gerais em matéria de legislação tributária, de obser-
vância obrigatória para a União, Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 146, 
III, “a”, da CF/1988).
Então, o Código Tributário Nacional foi recepcionado naquilo em que não 
entra em conflito com a CF, como lei complementar de norma geral.
O conceito de tributo está no art. 3º do Código Tributário:
“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor 
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
Tributo é toda prestação: o instituto que reunir as características previstas no art. 
3º do CTN é tributo, independentemente da sua denominação (art. 4º, I, do CTN).
Tributo é prestação: ocorrido o fato gerador surge uma relação jurídica (obri-
gação tributária) envolvendo o sujeito ativo (credor) e o sujeito passivo (devedor), 
tendo por objeto uma prestação.
Exercício 
1. (OAB – RJ – 2006) Normas gerais em matéria tributária são fixadas através de:
a) Lei ordinária.
b) Emenda à Constituição.
Direito Tributário 8
c) Medida provisória com força de lei.
d) Lei complementar federal.
2. Conceito de Tributo
Seguindo com a análise do art. 3º do Código Tributário, tributo é uma prestação 
compulsória, eis que surge em decorrência de imposição legal (independente da 
vontade das partes).
Ainda, tributo é prestação pecuniária,em moeda, ou cujo valor nela se possa 
exprimir: a obrigação tributária principal nasce tendo como objeto a entrega de 
dinheiro aos cofres públicos.
Tributo é prestação que não se constitui em sanção de ato ilícito: o fato gera-
dor do tributo é sempre lícito, diferenciando-se assim das multas.
O entendimento do STF a respeito dessa característica do tributo é de que se 
houver um ato ilícito, como a venda de drogas, não será tributável. O fato ilícito 
em si não será tributável, mas seus rendimentos sim, com base no Princípio do 
Pecunia non Olet, ou seja, há uma interpretação objetiva do fato gerador, que é 
obter renda, e, portanto, sempre será passível de tributação.
Tributo é a prestação instituída (compulsória, não nasce da vontade das par-
tes) em lei: esse conceito, ou seja, o Princípio da Legalidade está expressamente 
consignado no art. 150, I, da CF/1988 e no art. 97 do CTN.
Tributo é prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vin-
culada: a administração fazendária exerce a atividade de arrecadação e fiscalização 
dos tributos de maneira vinculada à lei (exemplo: art. 142, parágrafo único – atividade 
de lançamento vinculada e obrigatória sob pena de responsabilidade funcional).
Exercício 
2. Em procedimento de fiscalização, a Secretaria da Receita Federal do Bra-
sil identificou lucro não declarado por três sociedades empresárias, que o 
obtiveram em conluio, fruto do tráfico de entorpecentes. Sobre a hipótese 
sugerida, assinale a afirmativa correta:
a) O Imposto sobre a Renda é devido face ao Princípio da Interpretação 
Objetiva do Fato Gerador, também conhecido como Princípio do Pecu-
nia non Olet.
b) Não caberá tributação e sim confisco da renda.
c) Não caberá tributo, uma vez que o tributo não é sanção de ato ilícito.
d) Caberá a aplicação de multa fiscal pela não declaração do lucro.
Direito Tributário 9
3. Conceito de Competência Tributária
Além de prever a atividade tributária, a Constituição Federal reparte o poder de 
legislar sobre tributos entre as pessoas políticas que compõem a Federação.
Competência é o poder de legislar sobre tributo atribuído pela Constituição 
Federal aos entes da Federação. Atribui a eles o poder de criar, aumentar, reduzir, 
extinguir tributos e conceder benefícios fiscais, como isenção e remissão.
Competência é matéria constitucional. O Código Tributário Nacional é de 
1966, portanto, anterior à Constituição atual e, em vários dispositivos, trata 
sobre competência tributária. Tais dispositivos não foram recepcionados pela 
Constituição.
Por ser matéria constitucional, qualquer alteração de competência tributária 
somente pode ocorrer por emenda à Constituição Federal, desde que não seja 
rompido o Princípio Federativo.
A competência está diretamente vinculada ao Princípio Federativo. Por não 
sermos um Estado unitário, existe a necessidade de se partilhar a competência 
entre entes da Federação, pois eles precisam ter autonomia financeira.
Desta forma, não pode, por exemplo, uma emenda constitucional visar a su-
primir competência de algum dos entes, por violação ao Princípio Federativo, e 
evidente abalo à autonomia do ente.
A Constituição Federal prevê a competência de cada ente. Apesar dessa pre-
visão, podem ocorrer conflitos de competência entre os entes, estando a solução 
prevista na própria Constituição em seu art. 146, I, que determina caber à lei 
complementar dispor sobre conflito de competência entre os entes políticos em 
matéria tributária.
Exercício 
3. (FGV – OAB – 2010) Conforme a Constituição Federal, o veículo legislativo 
adequado para dispor sobre conflitos de competência entre os entes políti-
cos em matéria tributária é a:
a) Medida provisória.
b) Lei complementar.
c) Emenda constitucional.
d) Lei ordinária.
Direito Tributário 10
4. Características da Competência Tributária
A competência tributária possui as seguintes características:
– facultatividade: a competência tributária é facultativa. A Constituição Fe-
deral não obriga os entes a legislarem sobre tributos. A Constituição não 
defere, no entanto, a transferência da competência de legislar sobre de-
terminado tributo de um ente a outro. Ainda que um ente participe da re-
ceita de tributo de competência de outro ente, não há como se transferir a 
ela a competência tributária, mesmo que o ente competente se mantenha 
inerte. Isso porque a competência é facultativa;
– incaducabilidade: não há prazo para que o ente possa legislar sobre deter-
minado tributo. Por exemplo, a União até hoje não instituiu Imposto sobre 
Grandes Fortunas, porém, poderá instituí-lo a qualquer tempo;
– irrenunciabilidade: o ente que recebeu a competência pela Constituição 
Federal não poderá por lei própria renunciar à competência recebida pela 
Constituição. Não há que se falar em renúncia tácita da competência por 
seu não exercício.
O poder de legislar é indelegável. Já a capacidade tributária, ou seja, o poder 
de cobrar e fiscalizar tributo, poderá ser delegado.
Exercício 
4. (OAB – DF – 2005) Assinale a alternativa CORRETA:
a) A competência tributária é matéria constitucional, ou seja, definida pela 
Constituição Federal do Brasil, sendo possível a sua delegação, exclu-
sivamente nos casos da existência de Territórios, onde a União poderá 
delegar ao Território, o poder de legislar sobre os tributos que lhe com-
petiam.
b) Em tributos que haja repartição do valor arrecadado, como o IPVA, no 
qual parte do produto da arrecadação é destinado ao município de cir-
culação do veículo, caso o Estado não exerça sua competência e institua 
o tributo, poderá o ente prejudicado, fazê-lo em substituição ao ente 
originariamente competente.
c) Compete a União legislar sobre o Imposto sobre a Propriedade Terri-
torial Rural, contudo, a critério do Município, este poderá fiscalizar e 
cobrar o referido tributo, cabendo-lhe neste caso 100% do produto da 
arrecadação do ITR.
Direito Tributário 11
d) A capacidade tributária (poder de arrecadar e fiscalizar tributos) pode 
ser delegada pelo ente detentor da competência tributária, a uma pes-
soa jurídica de direito público, sendo que uma vez outorgada a referida 
capacidade, a sua supressão somente pode ocorrer com autorização da 
pessoa jurídica delegada.
5. Competência e Capacidade Tributária
Competência é o poder de legislar sobre tributo, atribuído ao ente público pela 
Constituição Federal, não podendo ser delegado a outro ente, ainda que este 
participe do produto da tributação.
Capacidade tributária é a capacidade de ser sujeito ativo da atividade tributá-
ria. É o poder de cobrar, arrecadar e fiscalizar a atividade tributária. A capacidade 
ativa pode ser delegada, ou seja, pode ser transferida de um ente a outro, nos 
termos do art. 7º do Código Tributário Nacional. A capacidade tributária pode 
ser delegada de uma pessoa jurídica de direito público a outra pessoa jurídica de 
direito público.
Por exemplo, a União é competente pelo ITR, podendo, assim, exercer a com-
petência e capacidade ativa sobre o tributo. No entanto, a União pode transferir 
o poder de cobrar, arrecadar e fiscalizar o ITR ao Município.
A pessoa jurídica de direito privado pode até ter alguma participação no arre-
cadamento do tributo, sem isso significar que possui capacidade ativa. Há discus-
são doutrinária, pendente de julgamento pelo STF quanto à possibilidade de se 
delegar a capacidade à pessoa jurídica de direito privado.
Exercício 
5. (Cespe – 2009) Assinale a opção correta acerca da competência tributária:
a) É lícita a delegação da competência tributária de uma pessoa jurídica de 
direito público interno a outra.
b) A União, os estados e o DF têm competência para instituir impostos não 
previstos expressamente na CF, desde que sejam não cumulativos e não 
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos já discriminados 
no texto constitucional.
c) O ente político poderá transferir a terceiros as atribuições de arrecada-
ção e fiscalização de tributos.
d) Os estados,na forma das respectivas leis, têm competência para insti-
tuir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública.
Direito Tributário 12
6. Espécies de Competência Tributária
As espécies de competência tributária estão previstas no texto constitucional. 
São elas:
– competência privativa ou exclusiva: no direito tributário, os termos “pri-
vativo” e “exclusivo” são sinônimos. Isso porque a competência tributária 
é indelegável. Alguns tributos são da competência privativa de um ente 
público e somente ele pode legislar sobre ele. Exemplo: o empréstimo 
compulsório, previsto no art. 148 da Constituição, é de competência ex-
clusiva da União. Da mesma forma, a Constituição enumera quais são os 
impostos de competência de cada ente, atribuindo-os de forma privativa;
– competência comum: não significa que todos os entes possam legislar ao 
mesmo tempo sobre os mesmo tributos. Competência comum significa 
que taxas e contribuições de melhoria são espécies de tributo que todos 
os entes podem instituir. Exemplos: taxas de limpeza pública, de expedição 
de passaporte, etc. O fato gerador deve ser vinculado à atividade estatal, 
por isso, a competência comum é aquela de cada ente dentro das suas 
atribuições administrativas;
– competência residual: somente a União possui competência residual de 
acordo com a Constituição Federal. A União pode criar novos impostos 
ou contribuições além dos que já previstos na Constituição, nos termos do 
art. 154, I;
– competência extraordinária de guerra: trata-se de competência também 
exclusiva da União. É a competência para instituir impostos na hipótese de 
guerra, nos termos do art. 154, II, da Constituição;
– competência cumulativa ou múltipla: está prevista no art. 147 da Consti-
tuição. É a competência da União, em território nacional, de acumular a 
competência sobre impostos federais, estaduais e municipais. Assim como 
é a competência do Distrito Federal acumular a competência sobre impos-
tos estaduais e municipais;
– competência concorrente: não há competência concorrente para criar tri-
butos. No entanto, como competência não se resume a instituir tributo, 
nos termos do art. 24 da Constituição Federal, há concorrência da União, 
dos Estados e do Distrito Federal na elaboração de normas tributárias. A 
União tem competência para estabelecer norma geral, por exemplo, o 
Código Tributário Nacional, e os Estados e Distrito Federal podem suple-
mentar referidas normas, suprindo suas lacunas. Se a União não elaborar 
a norma geral os Estados e Distrito Federal terão competência plena. Caso 
seja instituída norma geral pela União, haverá a suspensão da eficácia da 
de lei dos Estados e do Distrito Federal no que for contrário à norma geral.
Capítulo 2
Espécies Tributárias
1. Conceito de Imposto
O art. 5º do CTN dispõe sobre três tipos de tributos: impostos, taxas e contribui-
ção de melhoria.
Conceito de imposto está disposto no art. 16 do CTN e também o art. 145, I, 
da CF. É uma espécie de tributo cujo fato gerador (fato previsto na lei) faz surgir 
a obrigação tributária, ou seja, a relação entre credor e devedor. Este fato é des-
vinculado da atividade estatal, que não descreve nenhuma atuação específica do 
Poder Público, por isso, que o fato gerador não é vinculado.
A competência dos entes para a instituição de impostos é descrita pela Cons-
tituição Federal, enumerando quais são os impostos privativos de cada ente da 
Federação.
Lembra-se que o Distrito Federal tem competência múltipla ou cumulativa, ou 
seja, acumula a competência dos Estados e dos Municípios.
Exercício 
6. (OAB – 2006 – MG) Em relação ao imposto, considerando o que dispõem 
a Constituição Federal de 1988 e o Código Tributário Nacional, é correto 
afirmar:
a) Ser ele uma espécie de tributo, cuja obrigação tem por fato gerador 
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa 
ao contribuinte.
b) Ser ele uma espécie de tributo, cuja receita, como regra geral, deve ser 
vinculada a órgão, fundo ou despesa.
Direito Tributário 14
c) Ser ele uma espécie tributária, cuja finalidade é fixada diretamente na 
CF, se destinando, precipuamente, a custear as despesas do Poder Pú-
blico com a prestação de serviços públicos não específicos e indivisíveis.
d) Não ser ele uma espécie tributária, porque a competência para sua ins-
tituição é comum entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
2. Impostos da União: Imposto sobre 
a Importação – Imposto sobre a Exportação 
– Imposto sobre a Renda – Imposto sobre 
Produtos Industrializados – Imposto sobre 
Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou 
relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – 
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural 
– Imposto sobre Grandes Fortunas – Impostos 
no Território Federal
Os impostos da União estão no art. 153 da CF, a saber:
a) Impostos sobre Importação de produtos estrangeiros (II);
b) Imposto sobre Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou naciona-
lizados (IE). Esses tributos são chamados impostos aduaneiros, regulando o comércio 
exterior, e são utilizados principalmente com caráter extrafiscal, ou seja, a finalidade 
principal da tributação é fornecer recursos para o Poder Público (finalidade fiscal), 
porém, há alguns tributos que são utilizados com outra finalidade, a extrafiscal (o 
Poder Público utiliza o tributo para estimular ou desestimular comportamentos);
c) Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR);
d) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
e) Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títu-
los ou Valores Mobiliários (IOF);
f) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). A União não pode, por lei 
infraconstitucional, pretender tributar quem não é proprietário do imóvel;
g) Imposto sobre Grandes Fortunas, nos termos de lei complementar (IGF). 
Tem uma particularidade importante, pois a CF diz que a União pode instituí-lo 
nos termos de lei complementar. Não sendo possível utilizar lei ordinária, pois são 
distintas em relação ao quórum de aprovação. Também não é possível utilizar 
medida provisória nem lei delegada.
Direito Tributário 15
Exercício 
7. (OAB – 2006 – RJ) Pode o Presidente da República instituir o Imposto sobre 
Grandes Fortunas através de Medida Provisória?
a) Não, porque tal imposto não se encontra na competência tributária da 
União.
b) Sim, porque a CF lhe confere poder para editar MP com força de lei.
c) Não, porque a CF veda a edição de MP em matéria reservada à Lei 
Complementar.
d) Sim, porque compete ao Presidente o poder regulamentar das leis.
3. Impostos da União – Imposto Residual – 
Art. 154, I, da CF
O art. 154, I, da CF, dispõe sobre os impostos residuais, ou seja, aqueles novos im-
postos que podem ser criados pela União, a qual, para exercer essa competência 
residual (privativa da União), precisa cumprir alguns requisitos:
a) utilização somente mediante lei complementar;
b) inovação no fato gerador e na base de cálculo;
c) incidência não cumulativa: poder compensar, na operação seguinte, o im-
posto que já incidiu na operação anterior. Ex.: IPI e ICMS.
A Constituição Federal permite a compensação na operação seguinte com o 
imposto que já incidiu na operação anterior, pois vai ser embutido dentro do pre-
ço e repercutir no consumidor final, por isso, são chamados de tributos indiretos.
Exercício 
8. (FGV – 2013 – X Exame da OAB) A União criou um novo importo não pre-
visto na CRFB mediante lei complementar sobre a propriedade de veículos 
de duas rodas não motorizados, que adota fato gerador e base de cálculo 
diferente dos demais discriminados na Constituição. Nessa situação, a União 
terá feito uso de competência:
a) Comum.
b) Residual.
c) Cumulativa.
d) Extraordinária.
Direito Tributário 16
4. Impostos da União – Imposto Extraordinário 
de Guerra – Art. 154, II, da CF
Os requisitos que a União deve ter para instituir esse imposto são estão previstos 
no art. 154, II, da CF. São eles:a) utilização de lei ordinária ou de medida provisória (art. 62, § 2º, da CF);
b) as causas de instituição estão na CF (guerra externa ou sua iminência);
c) a CF não estabeleceu o fato gerador do Imposto Extraordinário de Guer-
ra, sendo esse fato disposto na lei ordinária ou na medida provisória que o 
instituir;
d) a União pode se valer de fatos gerados já previstos na Constituição, com-
preendidos ou não em sua competência (bis in idem) ou a União pode se utilizar 
de um fato já previsto na competência dos Estados, Distrito ou Municípios, nesse 
caso ocorrerá bitributação;
e) é um tributo temporário, pois deve ser suprimido gradativamente.
Exercício 
9. (FGV – OAB – 2012 – VI Exame) A competência tributária não se confunde 
com a capacidade tributária ativa. Aquela se traduz na aptidão para instituir 
tributos, enquanto esta é o exercício da competência, ou seja, a aptidão para 
cobrar tributos. Nesse sentido é correto afirmar:
a) Compete à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios instituir impos-
tos, taxas, contribuições de melhoria, assim como as contribuições para 
o custeio do serviço de iluminação pública.
b) Em virtude do princípio federativo, que, entre outras consequências, 
delimita entre os entes políticos o poder de tributar, ao DF compete 
apenas instituir espécies tributárias próprias dos Estados-membros da 
federação.
c) A União pode instituir, via lei ordinária, impostos além dos previstos 
na CF, mediante dois requisitos: que eles sejam não cumulativos e 
que não tenham fato gerador próprio dos impostos já previstos cons-
titucionalmente.
d) Em território Federal, os impostos estaduais são de competência da 
União. Caso o Território não seja dividido em Municípios, cumulativa-
mente, os impostos Municipais também são de competência da União.
Direito Tributário 17
5. Impostos dos Estados e do Distrito Federal 
– Imposto sobre Transmissão Causa Mortis 
e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos e 
Imposto sobre a Propriedade de Veículos 
Automotores
Os impostos dos Estados e do Distrito Federal estão dispostos no art. 155 da CF. 
São eles:
a) Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de quaisquer bens ou 
direitos (ITCD ou ITCMD). O Senado tem a função por meio de resolução, em 
relação aos três impostos estaduais, de estabelecer norma geral, ou seja, norma 
obrigatória para todos os Estados e Distrito Federal. Não só lei complementar 
veicula matéria tributária, mas também resoluções do Senado.
Fixação de alíquota máxima pelo Senado (art. 155, § 1º, IV, da CF). Compete 
à resolução do Senado fixar a alíquota máxima do ITCD, isso significa que cada 
Estado vai estabelecer a sua alíquota própria, porém, sem ultrapassar a alíquota 
máxima fixada por resolução do Senado;
c) Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores terrestres (IPVA). 
A CF dá competência para tributarem a propriedade de veículo automotor, não 
sendo possível alterar essa competência por lei infraconstitucional. A função da 
resolução do Senado está disposta no art. 155, § 6º, da CF, tendo que estabelecer 
a alíquota mínima.
A CF diz que a receita deste imposto será repartida com o Município onde 
estiver licenciado o veículo automotor.
Exercício 
10. (FGV – 2013 – OAB – XII Exame) Em relação ao Imposto sobre a Propriedade 
de Veículos Automotores (IPVA), assinale a única opção incompatível com o 
previsto na CF:
a) Poderão ser estabelecidas alíquotas diferenciadas do IPVA em função 
da procedência do veículo, se nacional ou estrangeira.
b) O PIVA é um imposto de competência dos Estados e do Distrito Federal.
c) Podem ser estabelecidas alíquotas diferenciadas do IPVA em função do 
tipo e da utilização do veículo.
d) Pertencente aos Municípios parte do produto da arrecadação do IPVA 
relativamente aos veículos automotores licenciados em seus territórios.
Direito Tributário 18
6. Impostos dos Estados e do Distrito Federal 
– Imposto Operações Relativas à Circulação de 
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de 
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicação
O ICMS diz respeito a Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre 
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comuni-
cação, ainda que as operações se iniciem no exterior.
A circulação de mercadorias ocorre quando um bem que foi produzido ou 
adquirido pode ser revendido, como energia elétrica, minerais e combustíveis.
A Súmula Vinculante nº 32 diz que o ICMS não incide sobre alienação de sal-
vados de sinistro pelas seguradoras, ou seja, se a seguradora conseguir vender o 
veículo sucateado, não se configura em fato gerador do ICMS, pois esse bem não 
foi produzido pela seguradora, que se tornou proprietária em virtude do contrato 
de seguro, não sendo produzido com essa finalidade.
A Súmula nº 334 do STJ diz que o ICMS não incide no serviço dos provedores 
de acesso à Internet (não pode ser considerado serviço de comunicação) e a Súmula 
nº 350 diz que o ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular.
O serviço de transporte tributável pelo ICMS é aquele entre Estados e entre 
Municípios.
A literalidade da CF no art. 155, § 2º, IX, “a”, vai dispor sobre a incidência do 
ICMS na importação e sobre a imunidade na exportação (art. 155, § 2º, X, “a”, 
da CF), ou seja, serão desoneradas, para que nossos produtos e serviços cheguem 
mais acessíveis ao mercado externo.
Sobre a importação, cabe observar a Súmula Vinculante nº 42: “É inconstitu-
cional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou muni-
cipais a índices federais de correção monetária.”
A função da resolução do Senado é estabelecer as alíquotas interestaduais. 
Nas operações mistas, onde há um serviço e uma circulação de mercadoria, se o 
serviço não estiver na competência dos municípios, competirá aos estados tribu-
tar o valor total via ICMS.
Lembrar, ainda, que o ICMS é imposto não cumulativo, ou seja, quem realiza 
operação de circulação de mercadoria ou presta serviços de transporte pode en-
tre estado e de comunicação compensar na operação seguinte o imposto que já 
incidiu anteriormente. É o mesmo que dizer que o ICMS não incide em cascata.
Direito Tributário 19
Se, em uma mesma operação, ocorrer circulação de mercadorias e prestação 
de serviços, o ICMS incide sobre o valor total da operação se o serviço não estiver 
listado como serviço tributável por ISS pelo município
Exercício 
11. (FGV – 2011 – OAB – V Exame) A respeito do ICMS, é correto afirmar que
a) é não cumulativo, significando que, em qualquer hipótese, deverá ser 
assegurado o crédito para compensação com o montante devido nas 
operações ou prestações seguintes.
b) incide sobre prestação de serviços de transporte interestadual e inter-
municipal e de comunicação, assim como sobre o valor total da opera-
ção, quando as mercadorias forem fornecidas com serviços não com-
preendidos na competência impositiva municipal.
c) sendo de competência tributária do Estado-Membro, somente a legis-
lação estadual pode excluir da incidência do imposto, nas exportações 
para o exterior, serviços e produtos determinados.
d) tem as suas alíquotas estabelecidas pelo Senado Federal, aplicáveis às 
operações e prestações internas, interestaduais e de exportação.
7. Impostos dos Municípios e do Distrito Federal 
– Imposto Predial Territorial Urbano e Imposto 
sobre a Transmissão de Bens Imóveis
O art. 147 da CF dispõe sobre a competência cumulativa ou múltipla do Distrito 
Federal no sentido de que pode legislar sobre os impostos dos Estados e dos 
Municípios.
Os impostos que podem ser instituídos estão dispostos no art. 156 da CF, a 
saber:
a) IPTU – Imposto Predial Territorial Urbano: não realiza fato gerador do IPTU 
quem não exerce a posse em ânimo definitivo, então, quem tem a mera posse, 
em virtude contrato de locação, não pratica fato gerador de IPTU.
A Lei Orgânica do Município é que define sua zona urbana para fins de in-
cidência do IPTU. Estabelecendoparâmetros o CTN, em seu art. 32, dispõe que 
para uma zona ser considerada urbana é preciso preencher os seguintes requisi-
tos: calçamento com canalização de águas pluviais, rede de iluminação pública, 
Direito Tributário 20
escola primária ou posto de saúde a 3 km, etc.
b) ITBI – Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis por ato inter vivos a 
título oneroso e cessão de direitos a eles relativos. A CF diz que esse imposto 
não excede sobre os direitos reais de garantia, ou seja, é caso de imunidade 
tributária.
Exercício 
12. (FGV – 2010 – OAB) Semprônio dos Santos é proprietário de um sítio de re-
creio, local destinado a lazer, na área de expansão urbana, na região serrana 
de Paraíso do Alto. A Área é dotada de rede de abastecimento de água, rede 
de iluminação pública e esgotamento mantidas pelo Município, embora não 
existam próximos, escolas nem hospitais públicos. Neste caso Semprônio 
deve pagar o seguinte imposto:
a) O IPTU, por ser área de expansão urbana, dotada de melhoramento.
b) O ITR, por ser sítio de recreio, não inserido em área urbana.
c) O PITU, por ser sítio, explorado para fins empresariais.
d) O ITR, por não haver escola ou hospital próximos a menos de 3 km do 
imóvel.
8. Impostos dos Municípios e do Distrito Federal 
– Imposto Sobre Serviços
O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza não pode incidir sobre os serviços 
de competência dos Estados e do Distrito Federal, somente podendo incidir sobre 
os serviços definidos em lei complementar (rol taxativo).
A lei complementar traz uma lista de serviços que podem ser tributáveis via 
ISS, sendo o rol taxativo.
O STF editou a Súmula Vinculante nº 31 dizendo que é inconstitucional a 
incidência do ISS sobre operações de locação de bens móveis.
A função da lei complementar em matéria de ISS é fixar as alíquotas máxima e 
mínima, ou seja, cada Município ao legislar sobre o INSS estabelece sua alíquota 
(art. 156, § 3º, I, da CF).
A lei complementar no art. 156, § 3º, II, concede isenção do ISS na exporta-
ção, emanada do Congresso Nacional para padronizar a matéria. Essa é a isenção 
Direito Tributário 21
heterônoma (norma que vem de fora).
Exercício 
13. (FGV – 2012 – OAB) A respeito dos impostos, assinale a afirmativa correta:
a) O Imposto ITCMD de quaisquer bens e direitos terá suas alíquotas má-
ximas fixadas pelos Estados competentes para a sua instituição.
b) As alíquotas máximas e mínimas do ISS deverão ser fixadas por lei com-
plementar nacional.
c) O ICMS incidirá sobre as operações que destinem mercadorias e servi-
ços ao exterior.
d) A União Federal deverá instituir, mediante lei complementar, na iminên-
cia ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreen-
didos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, 
gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
9. Conceito de Taxa
É uma espécie de tributo prevista nos arts. 5º, 77 e 80, do CTN e art. 145, II, da CF.
O conceito de taxa diz é que o fato gerador vinculado à atividade estatal. Há 
um vínculo entre o Estado e aquele que está sujeito ao pagamento da taxa (ca-
ráter retributivo, sinalagmático ou contraprestacional). A CF diz que a taxa pode 
ser cobrada em razão da prestação de serviços públicos específicos e divisíveis, 
prestados de forma efetiva ou potencial e pela realização do poder de polícia.
O uso de bem público não é fato gerador de taxa, porque não está previsto 
na CF como fato gerador deste tributo. O STF editou a Súmula Vinculante nº 12 
que diz que a cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o 
disposto no art. 206, IV, da CF.
A competência para legislar sobre taxas é comum da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, no sentido de que todos podem instituí-las, 
porque podem prestar serviços públicos ou exercer o poder de polícia dentro das 
suas atribuições administrativas.
A Súmula Vinculante nº 29 diz que é constitucional a adoção, no cálculo do 
valor de taxas, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determi-
nado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e a outra.
Direito Tributário 22
Exercício 
14. (OAB – DF – 2005) Julgue o item a seguir em certo ou errado:
 “As taxas somente podem ser cobradas diante de uma atividade relacionada 
ao contribuinte, seja esta atividade, uma prestação de serviço ou exercício do 
poder de polícia.”
10. Taxa – Prestação de Serviço Público
O serviço público para gerar a cobrança de taxa deve ser específico e divisível, pois 
a sua utilização pode ser efetiva ou potencial. Estes conceitos estão presentes no 
art. 79 do CTN.
Serviço específico: é aquele que pode ser destacado e individualizado em uni-
dades autônomas de intervenção e comodidade para o usuário, dentre os demais 
serviços prestados pelo poder público.
Serviço divisível: é aquele que permite a identificação do usuário, por isso, 
é um serviço prestado de maneira uti singuli (identificação do usuário), não po-
dendo ser prestado de maneira uti universi (a toda coletividade, indistintamente). 
É um exemplo de serviço indivisível a iluminação pública. Inclusive, sobre este 
ponto, importa verificarmos a Súmula Vinculante 41: “O serviço de iluminação 
pública não pode ser remunerado mediante taxa.” 
É exemplo de serviço divisível a coleta de lixo. A Súmula Vinculante nº 19 do 
STF dispõe que a taxa cobrada, exclusivamente em razão dos serviços públicos de 
coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de 
imóveis são serviços divisíveis.
O serviço público utilizado efetivamente é a cobrança da taxa quando o usuá-
rio realmente usufrui e utiliza concretamente o serviço.
Serviço público utilizado potencialmente é quando o usuário deve pagar a 
taxa somente porque há disponibilidade do serviço. Isto ocorre quando o interes-
se da coletividade prevalece sobre o do particular.
Há uma diferença entre taxa e tarifa (preço público): a taxa tem natureza 
tributária, então, é imposta por lei; a tarifa é um contrato que tem natureza 
contratual e, por isso, não pode ser exigida na utilização potencial do serviço. Por 
isso, a tarifa não se submete aos princípios constitucionais tributários. A base é 
contratual, de modo que não é possível a exigência de pagamento de tarifa por 
serviços de utilização potencial.
Direito Tributário 23
Exercício 
15. (OAB – DF – 2005) Julgue o item a seguir em certo ou errado:
 “A atividade policial, de prevenção ou repressão, seja policial civil ou militar, 
deve ser custeada por taxa paga por toda sociedade, sendo de competência 
dos Estados a sua instituição e cobrança.”
11. Taxa – Exercício do Poder de Polícia
O fato gerador pelo exercício do poder de polícia ocorre quando a atividade da 
administração pública limita ou condiciona o exercício e o gozo dos direitos e 
das liberdades individuais, em razão da proteção do interesse público – art. 78 
do CTN.
O exercício do poder de polícia deve ser regular e, para o STF, basta a exis-
tência do órgão fiscalizatório dotado da estrutura competente para exercer a 
fiscalização.
A existência do órgão fiscalizatório protege os interesses da coletividade, ain-
da que essa fiscalização não ocorra porta a porta.
O STF entende que o que pode ser potencial é a prestação de serviço, pois o 
exercício do poder de polícia deve ser efetivo.
Exercício 
16. (OAB – DF – 2005) Quanto às taxas, julgue o item a seguir em certo ou errado:
 “Constituem fatos geradores das taxas o exercício do Poder de Polícia e a 
utilização, efetiva ou potencial, de serviço específico e divisível, prestado ou 
posto a disposição pelo ente tributante.”
12. Contribuição de Melhoria
A contribuição de melhoria está disposta nos arts. 5º, 81 e 82, do CTN e art. 145, 
III, da CF.
O fato gerador está vinculado à atividade estatal, ou seja, decorre de obra 
pública da qual acarrete valorização pecuniária ao imóvel beneficiado.
É de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
DireitoTributário 24
Municípios a instituição de contribuição de melhoria (art. 145, III, da CF).
Se não ocorrer valorização do imóvel, mesmo após a obra pública, não ocorre-
rá o fato gerador da contribuição de melhoria, pois há necessidade de preencher 
os dois requisitos acima descritos.
Quando o imóvel se desvalorizar, não haverá cobrança também de contribuição.
Existem limites à cobrança da contribuição de melhoria. São eles (art. 81 
do CTN):
a) individual: individualmente, cada proprietário de imóvel, que foi valorizado 
pela obra pública, não pode pagar um valor superior à valorização do seu imóvel;
b) total: a soma da arrecadação não pode ultrapassar o custo da obra;
c) Decreto-lei nº 195/67: esse decreto é uma norma geral e traz regras proce-
dimentais sobre a cobrança do tributo.
Exercício 
17. (OAB – 2006 – RJ) Qual tributo cuja imposição decorre de valorização imobi-
liária em função da realização de obra pública:
a) Contribuição de intervenção no domínio econômico.
b) Contribuição de melhoria.
c) Taxa de serviço.
d) Imposto de renda.
13. Empréstimo Compulsório
O empréstimo compulsório possui previsão no art. 148 da CF/1988 e art. 15, I e 
II, parágrafo único, do Código Tribunal Nacional.
A competência para legislar sobre empréstimo compulsório é privativa da 
União, não existindo delegação de competência em matéria tributária.
A União legislará a respeito de empréstimo compulsório por meio de lei com-
plementar, sendo vedadas a medida provisória e a lei delegada.
As hipóteses que autorizam a União a instituir este tipo de tributo estão pre-
vistas de forma taxativa no art. 148 da Constituição Federal.
As despesas extraordinárias são as decorrentes de calamidade pública, de 
guerra externa ou em sua iminência.
Outra causa autorizadora desse tipo de tributo é o investimento público de 
Direito Tributário 25
caráter urgente e de relevante interesse nacional.
Vale frisar que o art. 15, III, do CTN (Lei nº 5.172/1966) não foi recepcionado 
pela Constituição Federal de 1988.
O fato gerador do empréstimo compulsório deve ser previsto na lei comple-
mentar que o instituir, visto que a Constituição não o prevê em seu ordenamento.
As causas que autorizam a criação do tributo não se confundem com o fato 
gerador do tributo, ou seja, aquela situação prevista por meio de lei que originará 
a obrigatoriedade do pagamento.
Exercício 
18. (FGV – 2012 – VII Exame de Ordem) No que se refere aos empréstimos com-
pulsórios, não é correto afirmar que:
a) São restituíveis.
b) Podem ser instituídos por medida provisória, desde que haja relevância 
e urgência.
c) A competência para sua instituição é exclusiva da União Federal.
d) Podem ser instituídos em caso de guerra externa ou sua iminência e, 
neste caso, não respeitam o princípio da anterioridade.
14. Contribuições Especiais – Contribuição Social 
e Contribuição de Intervenção no Domínio 
Econômico
A Constituição Federal e o Código Tributário Nacional não trazem de forma ex-
pressa a nomenclatura de contribuição especial.
O rol das contribuições especiais está catalogado nos arts. 149 e 149-A da 
Constituição Federal, não havendo previsão no CTN.
Sobre a teoria geral das contribuições especiais, vale destacar sua natureza de 
tributo finalístico, ou seja, a destinação da receita já está vinculada à despesa nos 
termos da CF/1988.
Conforme o art. 149, caput, da CF, a competência é privativa da União para 
instituir a contribuição social, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econô-
mico e a contribuição de custeio de atividade representativa de categoria profis-
sional e econômica (custear sua atuação nessas áreas).
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios possuem competência para ins-
tituir contribuições para custear o Regime Previdenciário dos seus servidores, nos 
termos do art. 149, § 1º, da CF.
Direito Tributário 26
Aos Municípios e Distrito Federal, compete instituir contribuição para o 
custeio de serviços de iluminação pública.
Importa destacar que o art. 4º, II, do CTN, que dispunha ser irrelevante o des-
tino da receita, não foi recepcionado pela Constituição.
As contribuições especiais se subdividem em: social, Cide, corporativa e ilu-
minação pública.
Exercício 
19. (Cespe – 2010 – Exame de Ordem) Contribuição cobrada de servidor público 
estadual e destinada ao custeio de seu plano de aposentadoria público deve 
ser recolhida:
a) À União, independentemente de qualquer situação e do ente com o 
qual o servidor mantenha o vínculo empregatício.
b) Ao estado, se o servidor for mero detentor de cargo efetivo estadual e 
se o estado não tiver regime previdenciário próprio.
c) À União, se o servidor for mero detentor de cargo em comissão esta-
dual (declarado em lei de livre nomeação e exoneração), independente-
mente de o estado ter, ou não, regime previdenciário próprio.
d) Ao Estado, se o servidor for mero detentor de cargo temporário esta-
dual, no caso de o estado possuir regime previdenciário próprio.
15. Contribuições Especiais – Contribuição 
Corporativa e Contribuição para o Custeio do 
Serviço de Iluminação Pública
As contribuições especiais correspondem à contribuição corporativa e à contribui-
ção de iluminação pública.
É característica que permeia essas contribuições o caráter finalístico: o que 
for arrecadado com estas contribuições deverá ser canalizado para custear aquilo 
que está descrito na Constituição. Assim, o art. 4º, II, do CTN, que determina que 
a natureza jurídica é dada pelo fato gerador, não se aplica a estas contribuições. 
Pode-se afirmar, portanto, que, para estes tributos, o artigo em comento não foi 
recepcionado.
O destino da receita dessas contribuições compõe o regime jurídico dessas 
Direito Tributário 27
contribuições.
A contribuição corporativa é aquela que faz o custeio de entidade representa-
tiva de categoria profissional ou econômica. A competência destas contribuições 
é exclusiva da União, que exerce esta competência por meio de lei ordinária.
Obviamente, por ser tributo, elas se submetem à lei complementar de norma 
geral, mas podem ser instituídas por lei ordinária, porque a CF não determina que 
seja por lei complementar.
Elas se submetem ao Princípio da Anterioridade: instituição ou majoração 
só pode ser exigida no ano seguinte, com prazo mínimo de 90 dias. Exemplo: 
contribuição sindical, contribuições do Crea, CRM, CRO, etc. Lembre-se que a 
contribuição da OAB não é tributo, bem como não o é a contribuição do sistema 
confederativo (Súmula nº 666 do STF).
Outra contribuição desta espécie é a contribuição sindical prevista na CLT.
Não se pode confundir esta contribuição com a contribuição para custeio do 
sistema confederativo de que trata o art. 5º, IV, da CF. Esta não tem caráter tribu-
tário, porque só é exigível de quem é sindicalizado. É o que determina a súmula 
vinculante 40.
Sobre a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, ela é de 
competência do município e do Distrito Federal, e deve instituída por lei ordinária, 
com observância do Princípio da Anterioridade. Pode ser cobrada juntamente na 
fatura do consumo de energia elétrica.
Exercício 
20. (Exame de Ordem - 2006 - Norte e Nordeste) Além dos imposos, a Cons-
tituição Federal permite à União cobrar as chamadas contribuições sociais. 
entretanto, não é permitido à União cobrar contribuição:
a) sobre o lucro das empresas;
b) destinado à iluminação pública;
c) dobre o faturamento das empresas;
d) sobre a receita de concursos de prognósticos.
1. Princípio da Legalidade
A Constituição Federal impõe limitações condicionantes ao exercício do poder 
em benefício da manutenção de direitos fundamentais do sujeito passivo, direitos 
tais como: a segurança, a liberdade, a igualdade, a proteção da propriedade, etc.
Nesse sentido, os princípios surgem como verdadeiros freios, limitando a ativi-
dade estatal, daí a importância dos princípios constitucionais tributários.
O Princípio da Legalidade tem previsão legal no art. 150, I, da ConstituiçãoFederal. Por este princípio, a criação do tributo ou seu aumento deve ser feito na 
forma da lei, exceto nos casos expressos no ordenamento constitucional.
No tocante ao seu aspecto formal, lei significa ato do Poder Legislativo, do 
ente competente para o tributo, que seja adequada à regulação da matéria e que 
tenha sido elaborada com observância do processo legislativo.
Quanto ao seu aspecto material, a lei deve descrever os traços fundamentais 
para a identificação do fato gerador e da obrigação tributária dele decorrente, 
conforme art. 97 do Código Tributário Nacional.
Exercício 
21. (Cespe – 2010 – Exame de Ordem) Consoante o princípio tributário da re-
serva legal, é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios exigir ou 
aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Todavia, admite-se, constitucio-
nalmente, que:
a) A União e os Estados criem ou aumentem tributo por meio de decreto.
b) A União aumente determinados tributos por meio de decreto.
c) A União crie ou aumente tributo por meio de decreto.
d) Os Estados aumentem tributo por meio de decreto.
Capítulo 3
Limitações ao Poder de 
Tributar
Direito Tributário 29
2. Lei Complementar x Lei Ordinária
Os tributos são criados, extintos, reduzidos ou majorados por lei ordinária, exce-
tuando os casos de lei complementar.
A lei ordinária será um instrumento por excelência para regulação dos tribu-
tos, como a redução do tributo ou a isenção de alguma dívida.
No entanto, é fundamental a observância de alguns impostos em que a Cons-
tituição Federal exige a lei complementar para a instituição do tributo. Entre eles: 
o empréstimo compulsório (art. 148 da CF) e o Imposto sobre Grandes Fortunas 
(art. 153, VII, da CF).
Ainda, exige-se lei complementar para instituir novos impostos, sendo a com-
petência residual da União (art. 154, I, da CF) e, para as novas contribuições 
sociais de custeio da seguridade social, este também é de competência residual 
reservada à União (art. 195, § 4º, da CF).
Dessa forma, para a instituição dos tributos ora destacados, não será pos-
sível a utilização de medida provisória, lei ordinária, lei delegada e decreto (ato 
do Poder Executivo), lembrando que o Princípio da Legalidade exige ato do 
legislativo.
Exercício 
22. (Cespe – 2006 – Exame de Ordem – MG) Tendo em vista a necessidade de 
investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, 
a União Federal, mediante decreto do Presidente da República, em 06 de 
junho de 2000, criou empréstimo compulsório, cujo fato gerador era impor-
tação de mercadoria, sendo, a base de cálculo, o valor da mercadoria impor-
tada, e a alíquota 10%. Quanto a esse empréstimo compulsório é correto 
afirmar que:
a) É legítimo, porque os empréstimos compulsórios podem ter fatos ge-
radores próprios de impostos ou taxas, sendo o investimento público a 
razão da instituição do tributo.
b) É legítimo, porque cumpriu com todos os requisitos constitucionais para 
sua exigência.
c) É ilegítimo, porque os empréstimos compulsórios só podem ser instituí-
dos por lei complementar.
d) É legítimo, porque o fato gerador dos empréstimos compulsórios pode 
ser próprio de imposto, como ocorreu no caso em tela.
Direito Tributário 30
3. Exceções ao Princípio da Legalidade
Conforme o Princípio da Legalidade, a regra estabelece a instituição, majoração 
por lei ordinária e em alguns casos especiais prevê o rol dos tributos regulamen-
tados por meio de lei complementar.
Importa agora o estudo das exceções ao Princípio da Legalidade. Os impostos 
federais possuem caráter extrafiscal. São impostos cuja função principal não é 
arrecadatória, mas, sim, de estimular ou desestimular determinado comporta-
mento.
Assim, o Poder Executivo encontra autorização para realizar alterações nas 
alíquotas desses impostos, de acordo com o objetivo em termos de economia 
nacional.
Conforme o art. 153, § 1º, da CF, poderão sofrer alteração da alíquota: o 
Imposto sobre a Importação, o Imposto sobre a Exportação, o Imposto sobre Pro-
dutos Industrializados e Imposto sobre Operações Financeiras.
Segundo art. 177, § 4º, I, “b”, da CF, o Poder Executivo poderá realizar alte-
ração da alíquota da Cide-combustível.
Ainda, sobre o ICMS de incidência monofásica sobre combustível, a alíquota 
será definida mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, por meio de 
convênio (arts. 155, § 4º, IV, “c”, e 155, § 2º, XII, “g” – ambos da Constituição 
Federal).
É de suma importância frisar que todas as exceções ao Princípio da Ante-
rioridade não são relacionadas aos aspectos do tributo correspondente ao fato 
gerador ou base de cálculo, mas, a sua alíquota.
A atualização monetária da base de cálculo do tributo não representa aumen-
to real do seu valor e pode ser feita mediante decreto, conforme disposição do 
art. 97, § 2º, do CTN.
Exercício 
23. (FGV – 2013 – XI Exame de Ordem) Assinale a alternativa que indica os 
impostos cujas alíquotas podem ser majoradas por Ato do Poder Executivo, 
observados os parâmetros legais:
a) Imposto de renda (IR), imposto sobre operações financeiras (IOF) e im-
posto sobre a propriedade territorial rural (ITR).
b) Imposto sobre a importação (II), imposto sobre a exportação (IE) e im-
posto sobre grandes fortunas (IGF).
c) Imposto de renda (IR), imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) 
Direito Tributário 31
e imposto sobre grandes fortunas (IGF).
d) Imposto sobre produtos industrializados (IPI), imposto sobre operações 
financeiras (IOF) e imposto sobre a importação (II).
4. Princípio da Legalidade e Medida Provisória
A medida provisória representa ato do Poder Executivo com força de lei e não 
pode ser utilizada em matéria reservada à lei complementar, conforme dispõe o 
art. 62, § 1º, da Constituição Federal.
Conforme disposto no ordenamento constitucional, a medida provisória que 
instituir ou aumentar impostos, com exceção dos arts. 153, I, II, IV, V e 154, II, 
da CF/1988, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido 
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
A medida provisória poderá instituir ou aumentar impostos, por força do art. 
62, § 2º, da Constituição. Quanto ao prazo inerente à anterioridade nonagesimal 
não será necessário aguardar esse período, exceto para o Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI).
O Supremo Tribunal Federal tem decidido que é possível a criação de outros 
tributos mediante medida provisória.
Exercício 
24. (FGV – 2013 – X Exame de Ordem) Suponha que determinada Medida Pro-
visória editada pela Presidente da República, em 29/09/2012, estabeleça, 
entre outras providências, o aumento para as diversas faixas de alíquotas 
previstas na legislação aplicável ao imposto de renda das pessoas físicas. 
Nesse caso, com base no sistema tributário nacional, tal Medida Provisória:
a) Não violaria o princípio da legalidade e produzirá efeitos a partir da data 
de sua publicação.
b) Violaria o princípio da legalidade, por ser incompatível com o processo 
legislativo previsto na Constituição Federal de 88.
c) Não violaria o princípio da legalidade e produzirá efeitos a partir de 90 
(noventa) dias contados a partir da data de sua publicação.
d) Não violaria o princípio da legalidade e só produzirá efeitos a partir do 
primeiro dia do exercício financeiro subsequente à data de sua conver-
são em lei.
5. Princípio da Irretroatividade
Direito Tributário 32
O Princípio da Irretroatividade tem previsão no art. 150, III, “a”, da Constituição 
Federal de 1988.
Tal qual o Princípio da Legalidade, o Princípio da Irretroatividade tem como 
escopo a segurança jurídica.
Segundo este princípio tributário, desde que um tributo tenha sido instituído 
ou tenha sido majorado, ele não alcançará o fato gerador passado.
Importa destacar que o Princípio da Irretroatividade não comporta nenhuma 
exceção.
Conforme determinação do art. 105 do Código Tributário Nacional, a lei que 
extingue ou reduz tributo será aplicada, via de regra,aos fatos futuros e aos fatos 
pendentes, ou seja, sujeitos à condição suspensiva.
Para que se possa alcançar fatos passados, necessariamente dependerá de 
previsão expressa nesse sentido.
Exercício 
25. (FGV – 2011 – V Exame de Ordem) Determinada Lei Municipal, publicada 
em 17/01/2011, fixou o aumento das multas e alíquotas relativo aos fatos 
jurídicos tributáveis e ilícitos pertinentes ao ISS daquele ente federativo. Con-
siderando que determinado contribuinte tenha sido autuado pela autorida-
de administrativa local em 23/12/2010, em razão da falta de pagamento do 
ISS dos meses de abril de 2010 a novembro de 2010, assinale a alternativa 
correta a respeito de como se procederia a aplicação da legislação tributária 
para a situação em tela:
a) Seriam mantidas as alíquotas e multas nos valores previstos na data do 
fato gerador.
b) Seriam aplicadas as alíquotas previstas na lei nova e as multas seriam 
aplicadas nos valores previstos na data do fato gerador.
c) Seriam mantidas as alíquotas nos valores previstos na data do fato ge-
rador e as multas seriam aplicadas nos valores previstos de acordo com 
a nova lei.
d) Seriam aplicadas as alíquotas e multas nos valores previstos de acordo 
com a nova lei.
6. Retroatividade da Lei Tributária
Segundo disposição do art. 106 do CTN, a lei tributária aplica-se retroativamente 
Direito Tributário 33
nos casos expressamente previstos em lei.
Nesse sentido, a retroatividade da lei tributária ocorrerá em se tratando de lei 
expressamente interpretativa e lei mais benéfica ao contribuinte quanto à aplica-
ção de penalidades. Vale lembrar que a lei meramente interpretativa não institui 
tributo ou majora impostos, podendo retroagir.
Fazendo uma comparação ao Direito Penal, a lei mais benéfica em matéria de 
infração, por ser favorável ao contribuinte, poderá retroagir favorecendo o sujeito 
passivo.
Também retroagirão os atos não definitivamente julgados quando a lei deixá
-los de definir como infração, como no caso de eventual prorrogação do prazo 
de licenciamento de veículo, não afetando então aqueles que não pagaram na 
data correta.
Outra previsão que traz a possibilidade da retroatividade recai nas obrigações 
acessórias (art. 106, II, “b”, do CTN). Nesse caso, a pessoa pagou seu tributo, 
não agiu com fraude, mas, por esquecimento, deixou de cumprir com obrigação 
acessória, como deixou de escriturar seus livros.
Quando a lei determinar uma penalidade menos gravosa ao indivíduo, do que 
aquela prevista em lei vigente ao tempo da sua prática, configurará mais uma 
hipótese de retroatividade da lei tributária.
Exercício 
26. (FGV – 2011 – V Exame de Ordem) No exercício de 1995, um contribuinte 
deixou de recolher determinado tributo. Na ocasião, a lei impunha a multa 
moratória de 30% do valor do débito. Em 1997, houve alteração legislati-
va, que reduziu a multa moratória para 20%. O contribuinte recebeu, em 
1998, notificação para pagamento do débito, acrescido da multa moratória 
de 30%. A exigência está:
a) Correta, pois aplica-se a lei vigente à época de ocorrência do fato gerador.
b) Errada, pois aplica-se retroativamente a lei que defina penalidade me-
nos severa ao contribuinte.
c) Correta, pois o princípio da irretroatividade veda a aplicação retroagen-
te da lei tributária.
d) Errada, pois a aplicação retroativa da lei é regra geral no direito tributário.
7. Princípio da Anterioridade
O Princípio da Anterioridade possui previsão no art. 150, III, “b” e “c”, da Cons-
Direito Tributário 34
tituição Federal e também é conhecido como Princípio da Não Surpresa.
Dessa forma, se um tributo for instituído ou for majorado, em regra, terá inci-
dência somente no exercício financeiro seguinte, observado um prazo mínimo de 
noventa dias a partir da publicação da lei.
Esse prazo mínimo de 90 dias é conhecido como Princípio da Noventena, 
Princípio Nonagintídeo, Princípio da Anterioridade Nonagesimal ou Princípio da 
Anterioridade Mitigada.
Se uma lei for publicada num determinado exercício financeiro, instituindo ou 
majorando tributo, o tributo só poderá ter aplicação no exercício seguinte, obser-
vado o mínimo de noventa dias, a partir da data da publicação da lei.
Temos como exemplo o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) que foi insti-
tuído por lei em 31 de março de 2012. Nesse caso, a sua incidência se dará a 
partir do exercício do ano seguinte, com o mínimo de noventa dias.
Nessa hipótese, é preciso conjugar o exercício do ano seguinte com o prazo de 
noventa dias inerente ao Princípio da Anterioridade Nonagesimal.
O Princípio da Anterioridade não se aplica à extinção e à redução do tributo. 
Também é importante pontuar a Súmula Vinculante 50: “Norma legal que 
altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio 
da anterioridade”.
Exercício 
27. (FGV – 2012 – VII Exame de Ordem) A Lei X, promulgada em 20 de outubro 
de 2008, determinou a majoração do ISS. Já a Lei Y, promulgada em 16 de 
novembro de 2009, reduziu o ICMS de serviços de telecomunicação. Por 
fim, o Decreto Z, de 8 de dezembro de 2007, elevou o IOF para compras no 
exterior. Julgue o item a seguir:
 Todos os impostos mencionados no enunciado somente poderão ser cobra-
dos no exercício financeiro seguinte à publicação do diploma legal que os 
alterou por força do princípio da anterioridade.
8. Exceções ao Princípio da Anterioridade
Cumpre destacar as exceções feitas ao Princípio da Anterioridade do exercício 
financeiro seguinte de que trata a nossa Constituição Federal.
São as exceções à anterioridade de exercício financeiro seguinte: o Imposto 
Direito Tributário 35
sobre a Importação, o Imposto sobre a Exportação, o Imposto sobre Produtos 
Industrializados, o Imposto sobre Operações Financeiras, o Imposto Extraordiná-
rio de Guerra, o empréstimo compulsório de guerra externa ou na sua iminência 
ou calamidade pública (art. 150, § 1º, da CF), reestabelecimento de alíquotas da 
Cide-combustível e de ICMS monofásico sobre combustível (art. 177, § 4º, I, “b”, 
da CF e art. 155, § 4º, IV, “c”, da CF) e, por fim, as contribuições de seguridade 
social (art. 195, § 6º, da CF).
Lembre-se: esta primeira exceção fiz respeito apenas à anterioridade de exer-
cício, ou seja, a que determina que o imposto criado ou majorado só pode ser 
exigido no ano seguinte.
Configuram exceções ao Princípio da Anterioridade Nonagesimal: o Imposto 
sobre a Importação, o Imposto sobre a Exportação, o Imposto sobre a Renda, o 
Imposto sobre Operações Financeiras, o Imposto Extraordinário de Guerra exter-
na/iminência ou calamidade pública e a fixação da base de cálculo do Imposto 
sobre a Propriedade de Veículos Automotores e do Imposto sobre a Propriedade 
Territorial Urbana (art. 150, § 1º, da CF).
Aqui a exceção diz respeito aos 90 dias: instituído ou majorado, estes impos-
tos não precisam aguardar 90 dias para ser exigido.
Por fim, temos ainda as exceções tanto ao Princípio da Anterioridade do exer-
cício seguinte quanto ao Princípio da Anterioridade Nonagesimal, o IE, o IOF, o 
Imposto Extraordinário de Guerra, o empréstimo compulsório de guerra externa/
iminência ou calamidade pública, nos termos do art. 150, § 1º, da CF.
Exercício 
28. (Cespe – 2009 – Exame de Ordem) De acordo com os princípios da anterio-
ridade e da noventena, previstos na CF, a cobrança de imposto:
a) Sobre a importação de produtos estrangeiros deve obedecer ao princí-
pio da anterioridade.
b) Sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionali-
zados não se sujeita ao princípio da anterioridade nem ao da noventena.
c) Sobre a renda e proventos de qualquer natureza deve obedecer ao prin-
cípio da noventena, mas não ao da anterioridade.
d) Sobre produtos industrializados deve obedecer ao princípio da anterio-
ridade, mas não ao da noventena.
9. Princípios Relacionados à Isonomia
O Princípio da Igualdade tem sua previsão no art. 150, II, da Constituição Federal. 
Direito Tributário 36
Seu objetivo é o de estabelecerigual tratamento às pessoas físicas e jurídicas que 
estejam em situação equivalente.
Dessa forma, é vedada à União, ao Distrito Federal, aos Estados e aos Mu-
nicípios oferecer tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em 
situações equânimes.
Um determinado Estado, por meio de uma lei, criou uma isenção fiscal para 
os membros do Poder Judiciário e para os membros da magistratura, em relação 
aos emolumentos pagos nos cartórios.
O STF julgou essa lei inconstitucional, pois a função exercida não podia servir 
como critério para estabelecer benefícios, isso viola de forma absoluta o Princípio 
da Igualdade.
Entre os critérios utilizados para caracterizar a igualdade, temos o Princípio da 
Igualdade Federativa (arts. 151 e 152 da CF). Por este princípio, todos os entes 
em território nacional possuem isonomia.
Nesse sentido, conforme o Princípio da Uniformidade Geográfica (art. 151, I 
e II, da CF), é vedado à União instituir um tributo que não seja uniforme em todo 
território nacional.
Por esse critério, admite-se a concessão de redução total ou parcial de IPI, em 
determinado local para promover a industrialização nessa área, ou seja, os desi-
guais serão tratados na medida de sua desigualdade.
O Princípio da Não Discriminação Tributária é voltado para os Estados, o Dis-
trito Federal e os Municípios, estabelecendo a paridade no âmbito federativo ve-
dando a discriminação de qualquer espécie, em razão da procedência ou destino 
dos bens e serviços, nos termos do art. 152 da CF.
Exercício 
29. (FGV – 2013 – XII Exame de Ordem) A respeito dos princípios tributários 
expressos e implícitos, à luz da Constituição da República de 1988, julgue o 
item a seguir:
 É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer dife-
rença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua 
procedência ou destino.
10. Princípio da Capacidade Contributiva
Estamos no art. 145, § 1º, da CF:
Direito Tributário 37
“Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados 
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tri-
butária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, res-
peitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos 
e as atividades econômicas do contribuinte.”
Pessoas que demonstrem possuir igual possibilidade de suportar os encargos 
tributários devem ser tratadas de maneira igual. Trata-se apenas de impostos, 
porque estes não são vinculados à atuação estatal, e o Estado deve, então, buscar 
manifestações de riquezas.
Observe que, mesmo havendo a menção expressa aos impostos, temos a apli-
cação deste princípio a outros tributos, como a taxa (ex.: gratuidade judiciária).
Este princípio relaciona-se com o Princípio da Seletividade.
Não é possível aplicar o Princípio da Capacidade Contributiva nos impostos 
embutidos no preço dos produtos. Assim, ao invés de graduarmos os impostos 
de acordo com as condições pessoais no ICMS e no IPI, adota-se a seletividade: 
quanto mais essencial o bem, menor o imposto.
A seletividade é obrigatória para o IPI e facultativa para o ICMS.
Exercício 
30. Quanto aos princípios constitucionais tributários, é CORRETO afirmar que:
a) De acordo com o Princípio da Capacidade Contributiva, o legislador 
ordinário, ao instituir impostos, deve dar preferência, sempre que pos-
sível, à instituição de impostos pessoais, que deverão ser graduados 
segundo a capacidade econômica do contribuinte.
b) De acordo com o Princípio da Seletividade, na medida em que a essen-
cialidade do produto aumenta, também deve aumentar a carga tributá-
ria incidente sobre a sua venda.
c) O Princípio da Igualdade não autoriza, em nenhuma hipótese, trata-
mento tributário diferenciado para os contribuintes.
d) As alíquotas do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) po-
dem ser alteradas por ato do Poder Executivo, não devendo aguardar o 
próximo exercício financeiro, em virtude de seu caráter extrafiscal.
11. Princípio do Não Confisco
Estamos agora no art. 150, IV:
“Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios utilizar tributo com efeito 
de confisco.”
Direito Tributário 38
Confisco é a perda da propriedade sem a devida indenização.
O tributo, por seu conceito, não é sanção de ato ilícito e, por isso, não poderá 
ter efeito de confisco. Deve ser resguardado o direito de propriedade, no sentido 
de que o tributo não pode ser elevado a ponto de, na prática, configurar confisco, 
anulando riqueza privada.
Não há um limite objetivo para este princípio: deve ser analisado caso a caso. 
A carga tributária é analisada separadamente, de cada ente científico, e não de 
maneira global. Mas observe que a tributação progressiva com fins extrafiscais 
pode não configurar confisco.
Exercício 
31. Sobre os princípios constitucionais tributários, assinale a alternativa incorreta:
a) O Princípio da Irretroatividade veda a aplicação, em qualquer caso, da lei 
nova mais favorável ao contribuinte em matéria de sanções tributárias.
b) Os impostos aduaneiros, o IPI e o IOF, quanto à variação de suas alíquo-
tas, constituem exceções ao Princípio da Legalidade.
c) A lei que majora o Imposto sobre a Renda, para vigorar em um ano, 
pode ser publicada até 31 de dezembro do ano anterior.
d) O Princípio do Não Confisco rege todas as espécies tributárias.
12. Princípios Específicos
Veremos agora princípios que não se aplicam a todas as espécies tributárias, mas 
apenas a algumas.
Princípio da Progressividade
– de caráter extrafiscal: tributo extrafiscal é aquele utilizado para estimular 
ou desestimular um comportamento do contribuinte. A progressividade, 
aqui, é utilizada para desestimular o comportamento de manutenção da 
propriedade em desacordo com a função social. Este princípio aplica-se, 
portanto, ao ITR (aplicação obrigatória) e ao IPTU (aplicação facultativa). 
No que tange ao ITR, quando a propriedade rural não for produtiva, o ITR 
será progressivo. Quanto ao IPTU, o Estatuto das Cidades autoriza que cada 
município institua a progressividade no imposto, que pode chegar a 15%;
– de caráter fiscal: em relação ao IPTU, temos outro tipo de progressividade. 
A CF permite que os municípios e o Distrito Federal estabeleçam alíquotas 
progressivas em razão do valor, utilização e localização do imóvel. Não 
se trata de descumprimento da função social, mas, sim, de presunção de 
riqueza. A finalidade, portanto, é arrecadatória.
Direito Tributário 39
Observar a Súmula nº 668 do STF:
“É inconstitucional lei municipal que estabeleceu alíquotas progressivas para 
o IPTU antes da EC 29, salvo de para assegurar o cumprimento da função social.”
– ITCD: o STF decidiu pela possibilidade de alíquotas progressivas para este 
imposto, embora não haja previsão na CF;
– ITBI: mantém-se a Súmula nº 656 do STF, que impossibilita a progressivida-
de do imposto com base no valor do imóvel;
– IR: há obrigação de progressividade com base em presunção de maior 
capacidade contributiva.
Princípio da Não Cumulatividade
Aplica-se ao ICMS e IPI. Pode-se compensar na operação seguinte o imposto 
que já incidiu na operação anterior.
Exercício 
32. No que se refere aos princípios gerais de tributação e às chamadas limitações 
do poder de tributar previstas na Constituição Federal, julgue o item a seguir:
 Pelo Princípio da Capacidade Contributiva, é vedada a adoção de alíquotas 
progressivas nos impostos de competência da União.
13. Conceito de Imunidade – Imunidade Recíproca 
– Entidades Imunes – Abrangência
Imunidade é uma exclusão parcial do poder de tributar. Em alguns casos, a CF 
retira uma parcela do poder de tributar dos entes tributantes.
Nas situações onde há imunidade, nem sequer ocorre o fato gerador.
Imunidade distingue-se de isenção pelo fato de que aquela é sempre prevista 
no plano constitucional enquanto esta é prevista no planoinfraconstitucional. 
Ademais, a isenção não limita o poder de tributar, mas apenas estabelece lei 
que isente algumas pessoas ou alguns fatos da tributação, mas sempre devendo 
respeito à Constituição.
As entidades imunes ficam sujeitas a uma fiscalização, porque as imunidades 
dizem respeito somente à obrigação principal (art. 194 do CTN).
Imunidade recíproca ou intergovernamental
Está prevista no art. 150, VI, “a”, §§ 2º e 3º. Fica vedada a instituição pela 
União, Estados, Municípios e Distrito Federal de impostos uns contra os outros (as 
demais espécies tributárias não estão alcançadas por esta imunidade).
Direito Tributário 40
Esta imunidade abrange os impostos sobre a renda, sobre o patrimônio e 
sobre serviços. O STF entende que se consideram abrangidos pela imunidade 
recíproca os impostos sobre transmissão de patrimônio. Não estão incluídos nesta 
imunidade o ICMS e o PIP embutidos no preço.
Exercício 
33. O procurador do município Gama decide contestar judicialmente a cobrança 
do ICMS discriminada na fatura da conta de luz do imóvel onde funciona 
a sede da prefeitura, alegando a condição de ente político para livrar-se da 
exação. A demanda da municipalidade deverá ser:
a) Acolhida, em razão da imunidade recíproca, que impede que os entes 
da Federação instituam impostos sobre bens e serviços uns dos outros.
b) Rejeitada, pois na situação apresentada o município se apresenta na 
condição de contribuinte de direito do ICMS.
c) Acolhida, pois a empresa concessionária prestadora do serviço de for-
necimento de energia não tem competência para cobrar ICMS.
d) Rejeitada, pois o município não goza de imunidade com relação a im-
posto que incide apenas indiretamente sobre seus bens e serviços.
14. Imunidade Condicionada – Autarquias e 
Fundações Públicas
Estamos agora no art. 150, VI, “a”, § 2º:
“A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações ins-
tituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda 
e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.”
A imunidade vista na unidade anterior se estende às pessoas citadas no dis-
positivo, mas é uma imunidade condicionada: só serão imunes o patrimônio, a 
renda e o serviço se estiverem vinculados às finalidades essenciais das autarquias 
e fundações públicas.
Importante verificar a Súmula Vinculante 52, que, apesar de não ter sido cria-
da para as autarquias e fundações, o STF tem entendido pela sua aplicação a 
essas entidades: “Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU 
o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da 
Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais 
de tais entidades.”
No art. 150, § 3º, da CF, temos as situações em que a imunidade não é 
Direito Tributário 41
aplicada:
– empresas públicas e sociedades de economia mista, quando exploradoras 
de atividade econômica regida pelas normas de direito privado (porque 
afrontaria o Princípio da Livre-concorrência);
– se houver pagamento de preço público ou tarifa (porque a base é contra-
tual). Portanto, incluem-se, aqui, as concessionárias ou permissionárias de 
serviço público.
Lembrar que o preço público ou tarifa não tem natureza tributária, porque a 
base dessa cobrança é um contrato.
A imunidade não desobriga o promitente comprador de pagar o devido 
imposto.
Exercício 
34. Uma autarquia federal, proprietária de veículos automotores adquiridos 
recentemente, foi surpreendida com a cobrança de IPVA pelo Estado res-
ponsável pelos respectivos licenciamentos, não obstante vincular a utilização 
desses veículos às suas finalidades essenciais.
 Com base na hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta:
a) A cobrança é constitucional, por se tratar de fato gerador do IPVA.
b) A cobrança é constitucional, por se aplicar o Princípio da Capacidade 
Contributiva.
c) A cobrança é inconstitucional, por se tratar de isenção fiscal.
d) A cobrança é inconstitucional, por se tratar de hipótese de imunidade 
tributária.
15. Imunidade Religiosa
Pela imunidade religiosa, fica vedado aos entes tributantes instituir impostos so-
bre os templos de qualquer culto.
Importa, inicialmente, observar que a imunidade restringe-se aos impostos so-
bre patrimônio, renda e serviços, desde que estejam vinculados aos fins essenciais 
dessas instituições.
Esta imunidade relaciona-se aos direitos fundamentais, porque protege os di-
reitos relativos à liberdade de crença e de culto. Sendo o Brasil um estado laico, 
qualquer entidade que se caracterize como tal receberá a imunidade, que não se 
refere somente ao templo, mas a toda a entidade religiosa.
Somente serão imunes o patrimônio, a renda e os serviços das entidades reli-
Direito Tributário 42
giosas quando vinculados aos seus fins essenciais.
Visando à proteção dessas atividades religiosas, o Estado reconhece esta prá-
tica como um direito fundamental, portanto, a elas também se aplica a Súmula 
Vinculante 52:
“Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel per-
tencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constitui-
ção, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais 
entidades.”
Maçonaria não é entidade religiosa para fins de imunidade.
Exercício 
35. A Igreja Céu Azul, que goza de imunidade quanto ao pagamento de certos 
tributos, é proprietária de vários imóveis, um deles alugado a terceiro, e 
outro, onde são celebrados os cultos, que possui uma casa pastoral, um 
cemitério e um amplo estacionamento. Considerando a situação hipotética 
apresentada e as normas atinentes à imunidade tributária, assinale a opção 
correta:
a) O imóvel alugado a terceiros goza de imunidade quanto ao pagamento 
do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana, desde que 
o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais da Igreja Céu 
Azul.
b) A imunidade tributária conferida à referida igreja dispensa-a do reco-
lhimento de impostos, taxas, contribuições de melhoria, bem como do 
cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
c) Apenas a União está autorizada a instituir impostos sobre o patrimônio, 
renda e serviços da Igreja Céu Azul.
d) A imunidade não abrange a casa pastoral, o cemitério e o estaciona-
mento da Igreja Céu Azul, pois a norma constitucional se refere apenas 
aos templos de cultos religiosos.
16. Imunidade das Entidades – Imunidade 
Condicional
Trataremos agora das imunidades dos partidos políticos, inclusive suas fundações, 
das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assis-
tência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.
Direito Tributário 43
As entidades destes dispositivos são imunes porque desempenham impor-
tante papel, auxiliando o Estado na proteção e efetivação de direitos funda-
mentais.
É vedada aos entes tributantes a instituição de impostos sobre estas entida-
des, mas as demais espécies tributárias podem incidir normalmente. E, quanto 
aos impostos, a imunidade abrange somente os sobre a renda, patrimônio e ser-
viços (e, segundo o STF, impostos sobre transmissão de patrimônio), desde que 
vinculados aos seus fins essenciais.
A mesma Súmula Vinculante 52, que vimos nas unidades anteriores, é tam-
bém aplicada a estas entidades.
Não podem, ainda, estas entidades possuir finalidades lucrativas (lembrando 
que não ter fins lucrativos não se confunde com gratuidade).
É necessário, ainda, que as entidades atendam aos requisitos estabelecidos 
em lei, e a lei deve ser complementar, porque o art. 146, II, determina que cabe à 
lei complementar regular as limitações ao poder de tributar.
A LC que estabelece estes requisitos é o CTN, em seu art. 14: não podem as 
entidades remeter dinheiros para o exterior, não podem distribuir parcela de pa-
trimônio e renda, devem cumprir obrigações acessórias, etc.
Importante ainda a análise da Súmula nº 730 do STF. Entidades

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