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Profa. Esp. Patrícia Costa patricia.silva@baraodemaua.br ELEMENTOS FUNDAMENTAIS “Uma avaliação requer um exame sistemá4co adequado e completo do paciente” “A finalidade da avaliação deve ser compreender total e claramente os problesmas do paciente, a par4r de seu ponto de vista e do médico, e da base fisica dos sintomas que o levaram a procura-lo” (Magee,2011) ANAMNESE aná= Trazer de volta, recordar mnesis= Memória HISTÓRIA CLÍNICA Busca na memória de todos os fatos relacionados á patologia e ao paciente. “Importante para o diagnós4co da doença (médico) ou das disfunções ( fisioterapeuta)”. EXAME SUBJETIVO OU ANAMNESE OU EXAME SUBJETIVO Ø É o relato do paciente a respeito de usa própria condição. Ø Oferece ao paciente uma oportunidade de descrever o problema e as limitação causadas por ele do modo como ele percebe. Ø Permite ao examinador determinar a personalidade do paciente, sua linguagem e capacidade de cogniTva, sua capacidade de arTculação, qualquer tratamento que tenha recebido e comportamento da lesão (doença). ANAMNESE OU EXAME SUBJETIVO Como falar com o paciente? • É importante permiTr que os pacientes expressem a história da doença/lesão com suas palavras. • Escutar sem interrupções é importante e requer certa habilidade. • O paciente deve ser objeTvo em suas respostas mas ele deve senTr que tem tempo para respondê- las e estar certo que a sua opinião sobre o problema é considerada importante. • A habilidade em obter a informação apropriada requer cuidado, paciência e aTtude críTca ANAMNESE OU EXAME SUBJETIVO Como falar com o paciente? • Requer comunicação efeTva e eficiente por parte do examinador. • Capacidade de desenvolver um bom relacionamento com o paciente (empaTa) • Falar de um modo e uTlizar termos que possam ser compreendidos pelo paciente ELEMENTOS DA ANAMNESE ü DADOS PESSOAIS (IdenTficação do paciente) ü Queixa Principal (QP) ü História da MolésTa (doença) Atual (HDA / HMA) ü Antecedentes pessoais ü Antecedentes familiares ü Patologias associadas ü Medicamentos ü Aspectos sociais, hábitos e psicológicos ELEMENTOS DA ANAMNESE DADOS PESSOAIS ü Data da avaliação ü Nome ü Idade ou data de nascimento ü Sexo ü Estado Civil [casado(a) / solteiro(a)] ü Endereços / contatos ü Escolaridade ü Profissão / ATvidade ocupacional ü Médico responsável (encaminhado por) ELEMENTOS DA ANAMNESE QUEIXA PRINCIPAL (QP) QUE MAIS TE INCOMODA? QUAL SUA PRINCIPAL QUEIXA? SINAIS: Alterações possíveis de ser mensuradas ou observadas pelo examinador. Reconhecidas por meio de palpação, inspeção, percussão e ausculta. Ex: Febre, edema, amplitude de movimento entre outros. SINTOMAS: Alterações subjeTvas, relato do paciente da sua percepção de como a doença, patologia ou lesão o afeta. E não é possível mensurar. Ex: Dor, mal estar entre outros ELEMENTOS DA ANAMNESE QUEIXA PRINCIPAL (QP) ü Dor ü Rigidez arTcular ü Falseios ü Instabilidade ü Fraqueza ü Dificuldades nas ATvidades Diárias (AVDs) ü Pós trauma: ex: Fratura, queda, cirurgias... SEGUNDO INFORMAÇÕES COLHIDAS (SIC) REGISTRAR EXATAMENTE COMO O PACIENTE DIZ ELEMENTOS DA ANAMNESE HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL (HMA) CASO O PACIENTE APRESENTE SINTOMAS Quando iniciou? Onde? (localização) Como se iniciou? ( súbita, aos poucos, espontânea, decorrente de trauma) REGISTRAR A HMA EXIGE HABILIDADE DO EXAMINADOR E É IMPORTANTE PARA ENTENDER O PROBLEMA DO PACIENTE, ALÉM DE DIRECIONAR O EXAMINADOR PARA OS PRINCIPAIS PONTOS DO EXAME FÍSICO (OBJETIVO) E POSTERIORMENTE INTERVENÇÃO. ELEMENTOS DA ANAMNESE HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL (HMA) ² Houve algum trauma desencadeante ( macrotrauma) ou alguma aTvidade repeTTva ( microtrauma)? Traumas : Sequência exata dos eventos Mecanismo de lesão e as suas implicações biomecânicas Há quanto tempo o problema existe? 7 – 10 dias = Condições AGUDAS 10 dias – 7 semanas= Condições SUBAGUDAS > 3 meses= Condições CRÔNICAS NOTA: Quanto mais aguda, menor o estresse que o examinador pode aplicar sobre a arTculação ou tecido lesado durante a avaliação. FASES DA CICATRIZAÇÃO Dor lombar inespecífica ("causa desconhecida") é frequentemente classificada em aguda, subaguda ou crônica baseada na duração do episódio atual. É uma condição episódica. O estudo aponta que a dor é uma condição flutuante ou persistente de baixa ou moderada intensidade. ELEMENTOS DA ANAMNESE HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL (HMA) LOCAL DOS SINTOMAS (MAPA CORPORAL) ELEMENTOS DA ANAMNESE HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL (HMA) CaracterísTca dos sintomas Ex: - Como é sua dor? - A dor aparece durante o dia, noite ou o dia todo? ü Superficial ou Profunda ü Inflamatória ou Mecânica ü Constante ou Intermitente ü Localizada ou Difusa ELEMENTOS DA ANAMNESE HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL (HMA) TIPO DA DOR • Cãibra • Cansada • Aperto • Queimação • Choque • Fisgada • Vaga • Latejante • Pontada ELEMENTOS DA ANAMNESE HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL (HMA) TIPOS BASICOS DE DOR 1: Dor NicicepQva 2: Dor NeuropáQca 3: “outras dores" DOR NOCICEPTIVA: surge de vários Tpos de problemas nos tecidos, relatados ao cérebro pelo sistema nervoso. Este é o Tpo de dor com que todos estão mais familiarizados, como por exemplo, picadas de abelhas e queimaduras e lesões por esforço repeTTvo, náuseas, tumores , e artrite inflamatória. A dor nocicepTva GERALMENTE MUDA COM MOVIMENTO, POSIÇÃO E CARGA. DOR NEUROPÁTICA: surge do dano (lesão) ao próprio sistema nervoso, central ou periférico, seja por doença ou lesão. As caracterísTcas dos sintomas são pontada, choque ou queimação, mas é possível qualquer Tpo de qualidade. ELEMENTOS DA ANAMNESE HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL (HMA) Dor de origem nervosa: DOR MAIS DISTAL, em queimação e acompanha trajeto de nervos específicos Dor mecânica: dor localizada e piora com movimento, diminui durante a noite. DOR “Experiência sensiTva e emocional desagradável associada ou relacionada a lesão real ou potencial dos tecidos. Cada indivíduo aprende a uTlizar esse termo através das suas experiências anteriores ” (InternaTonal AssociaTon for the Study of Pain – IASP) DOR Trata-se de uma experiência complexa que envolve várias dimensões (MULTIDIMENSIONAL). (Magee,2011) DOR MODELO BIOPSICOSOCIAL IDENTIFICAR QUAL DIMENSÃO ESTÁ MAIS PRESENTE DIRECIONA AS INTERVENSÕES MAIS ADEQUADAS PARA O PACIENTE DOR INSTRUMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA DOR 1- Inventário breve de dor (BPI): Instrumento mulTdimensional, que faz uso de uma escala de 0-10 para graduar os seguintes itens: intensidade, interferência da dor na habilidade para caminhar, aTvidades diárias do paciente, no tra- balho, aTvidades sociais, humor e sono. A dor avaliada pelo paciente é aquela presenciada no momento do quesTonário e também a mais intensa, a menos intensa e a média da dor das úlTmas 24 horas. (Diponível em: h{p://pesquisaemdor.com.br/?page_id=118) DOR INSTRUMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA DOR 2 - QuesTonário McGill de Dor (MPQ): Instrumento mulTdimensional que avalia vários aspectos da dor por meio de palavras (descritores) que o paciente escolhe para expressar a sua dor. Os descritores são divididos em quatro grupos: sensorial discriminaTvo, afeTvo moTvacional, avaliaTvo cog- niTvo, e miscelânea. O índice numérico de descritores é o número de palavras escolhidas pelo paciente para caracterizar a sua dor, sendo, no máximo, uma palavra de cada subgrupo com o valor máximo de 20. DOR INSTRUMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA DOR 3- Escala visual analógica (EVA) para dor (Visual Analogue Scale - VAS): Instrumento unidimensional para a avaliação da intensidade da dor. Trata-se de uma linha com asextremidades numeradas de 0-10. Em uma extremidade da linha é marcada “nenhuma dor” e na outra “pior dor imaginável”. ESCALA VISUAL ANALÓGICA (EVA) DOR TIPO DE DOR ESTRUTURA CÃIBRA, SURDA,INDISTINTA MÚSCULO AGUDA OU COM PONTADAS RAIZ NERVOSA LATEJANTE, DIFUSA VASCULAR PROFUNDA, PERSISTENTE, SURDA OSSO DESCRIÇÃO DE DOR E ESTRUTURAS RELACIONADAS *Natureza dos sintomas (MAGEE,2011) DOR DOR É SINÔNIMO DE LESÃO????? DOR DOR Um construtor de 29 anos chegou ao após um acidente chegou ao departamento de emergência saltando com um prego de 15 cm no SAPATO. Com o menor movimento da unha gritou de DOR, e então, ele foi sedado. DOR DOR É SINÔNIMO DE LESÃO????? DOR COMPORTAMENTO DOS SINTOMAS ² Importante saber quais são os movimentos dolorosos. ² Com a interrupção da aTvidade, a dor permanece a mesma? ² Quanto tempo ela demora para voltar ao nível precedente? ² Existe alguma aTvidade (movimento) que agrava ou ajuda a aliviar a dor? ² NOTA: Dor mecânica : Geralmente diminui a noite, dor aguda ou superficial, diminui com a interrupção da aTvidade COMPORTAMENTO DOS SINTOMAS ² Pior durante o dia, durante a noite ou o dia todo? ² Dores norturnas freqüentes levam a qualidade de sono ruim e os pacientes demontram-se cansados. Nestes casos é indicado aplicar um quesTonário para avaliação da qualidade de sono. ² Ex: Índice de Qualidade de Sono de Pi{sburg ANTECEDENTES PESSOAIS ² Por que o paciente procurou ajuda? ² A condição já havia ocorrido antes? ² Quais os tratamentos realizados anteriormente? -ExpectaTva do paciente em relação ao tratamento - O que faria você senTr que está obtendo progresso? - Qual é o seu (paciente) principal objeTvo? ² Cirurgia prévia? Local? Tempo? Quando? ANTECEDENTES PESSOAIS ² PERDA DE PESO RECENTE 4 KILOS ou mais em uma semana! Sem exercício ou Dieta? BANDEIRA AMARELA BANDEIRA VERMELHA • Sintomas bilaterais • Periferalização dos sintomas • Padrões anormais de sensibilidade ( não segue os padrões dos dermátomos ou dos nervos periféricos) • Anestesia em sela • Fraqueza progressiva • Distúrbio de marcha progressivos • MúlTplas arTculações inflamadas • Estresse psicossocial • Alterações circulatórias ou dermatológicas CÂNCER - Dor noturna, dor constante em qualquer localizacão do corpo, perda de peso inexplicável, Perda de apeTte CARDIOVASCULAR - Tontura, dificuldade respiratória, dor constante e intensa na perna (panturrilha) ou no membro superior NEUROLÓGICOS - Alterações audiTvas, fraqueza súbita, problemas de degluTcão, problemas de equilíbrio, coordenação ou queda ANTECEDENTES FAMILIARES IDENTIFICA DOENÇAS HEREDITÁRIAS (GENÉTICAS) Alguma doença presente na família como: - Diabetes - Anomalia congênita - CardiopaTas - Câncer (Tumores) - Alergias MEDICAMENTOS ü Qual Tpo ? Analgésico? AnTinflamatório? ü Qual a frequência ? ü Quando iniciou? quantos por dia? Tomou hoje? ü Quando tomou o úlTmo? ü Para que o médico receitou? ü Conhecer o Efeito do medicamento ACHADOS RADIOLÓGICOS ² O PACIENTE REALIZOU ALGUM EXAME RADIOLÓGICO OU OUTRO EXAME DE IMAGEM? - Verificar consolidação de fratura - Fazer leitura do laudo - Dor não é sinônimo de lesão e nem sempre necessita de exame de imagem ( ex: dor lombar) PATOLOGIAS ASSOCIADAS v OSTEOPOROSE v RESPIRATÓRIAS v VASCULARES v PSIQUIÁTRICAS v HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÓLICA v DIABETES v HIPERCOLESTERONEMIA v CARDIOPATIAS v METABÓLICAS QUESTÕES SOCIAIS, HÁBITO E LAZER HÁBITOS -Trabalho -ATvidade �sica -Lazer -Qualidade de sono SOCIAL -Nível econômico -Papel social PSCICOLÓGICO -ColaboraTvo -Não colaboraTvo -Depressivo -Nervoso EXAME FÍSICO “Essa parte da avaliação envolve tocar o paciente e, em alguns casos, pode lhe causar desconforto.” • Informar ao paciente os procedimentos que serão realizados. • Antes de tocar o corpo do paciente deve informa-lo onde e porque. • O paciente deve dar seu consenTmento para realização do exame, e deve ser legalmente competente para isso. EXAME FÍSICO • Exame é uTlizado para confirmar ou refutar a hipótese diagnósTca, que é baseada na anamnese e na observação. • O exame deve ser realizado de modo sistemáTco, com o examinador buscando padrão consistente de sinais e sintomas que leve a um diagnósTco diferencial. EXAME FÍSICO TÉCNICAS BASICAS PARA O EXAME FÍSICO INSPECÃO PALPACÃO PERCUSSÃO AUSCULTA EXAME FÍSICO POSIÇÕES DO PACIENTE DECÚBITO DORSAL OU SUPINO DECÚBITO VENTRAL OU PRONO EXAME FÍSICO POSIÇÕES DO PACIENTE DECÚBITO LATERAL DIREITA OU ESQUERDO ORTOSTÁTICA EXAME FÍSICO POSIÇÕES DO PACIENTE SENTADA EXAME FÍSICO INSPECÃO Ø É o processo de observação. Um exame visual das partes do corpo. Ex: Postura (inspeção estáTca), ritmo respiratório (inspeção dinâmica), condição da pele entre outros Ø Deve-se perceber os sinais precoces de anormalidade EXAME FÍSICO PALPAÇÃO TATO E PRESSÃO. ² Borda mão ² Pinça ² Dorso dos dedos e das mãos ² Digitopressão ² Fricção com algodão ² Mão espalmada OBSERVAR: alteração de textura, espessura, consistência, sensibilidade, volume, dureza, elasTcidade EXAME FÍSICO PERCUSSÃO ² Percussão direta ² Percussão dígito-digital * ² Punho-percussão ² Percussão com a borda da mão ² *A percussão deve ser realizada com a mão dominante, usando-se a falange distal (ponta do dedo) do terceiro dedo sobre o segundo ou terceiro dedo da outra mão, que deve estar inteiramente em contato com a pele e com os dedos bem separados. EXEMPLO SONS PRODUZIDOS DURANTE PERCUSSÃO NO TÓRAX: claro (normal), Tmpânico (oco), submaciço e maciço (denso) EXAME FÍSICO AUSCULTA Permite ouvir sons produzidos pela respiração (pulmão) e baQmento cardíaco ( coração). EXAME FÍSICO - INSTRUMENTOS A: Lápis dermográfico B: Esfigmomanômetro C: Martelo de deflexo D: Estetoscópio A B C D EXAME FÍSICO - INSTRUMENTOS E F G H E: Balança F: Fita métrica G: Goniômetro MENOR- Para dedos MAIOR- Demais segmentos H: Termômetro RACIOCÍNIO CLÍNICO Os dados coletados no exame subjeTvo (anamnese) e exame objeTvo (�sico) possibilita ao clínico traçar um diagnósTco da disfunção, prognósTco e intervesão a ser realizada. A avaliação do paciente não é feita apenas no primeiro contato e sim durante todo o tratamento para que se possa modificar e adequar a intervesão e desta forma oTmizar o tratamento. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA KONGTED et al, What have we learned from ten years of trajetory research in low back pain?. BMC Musculoskeletal Disorder. 2016; 24(1): 17-220. MAGEE D. Avaliação MusculoesqueléTca. 5.ed. São Paulo: Manole, 2011 MAITLAND, G.; Hengeveld, E.; Banks, K. Maitland’s Vertebral ManipulaTon. Elsevier,2006 PORTO, C.C.; PORTO, A.L. Exame clínico. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. MARTINEZ, J.E.; GRASSI, D.C.; MARQUES, L.G. Análise da aplicabilidade de três instrumentos de avaliação de dor em disTntas unidades de atendimento: ambulatório, enfermaria e urgência. Rev Bras Reumatol 2011;51(4):299-308. TIDSWELL M. Cash Ortopedia para Fisioterapeutas. São Paulo: Premier, 2001 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA MAGEE D. J; ZACHAZEWSKI, J.E; QUILLEN, W. S. PráTca da Reabilitação MusculoesqueléTca: Princípios e Fundamentos Cien�ficos, 1. Ed. Barueri: Manole, 2013
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