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Questão referente à UNIDADE 1 - Leitura e Produção Textual e. as contradições da sociedade capitalista. 2- Compras de Natal A cidade deseja ser diferente, escapar às suas fatalidades. Enche-se de brilhos e cores; sinos que não tocam balões que não sobem anjos e santos que não se movem estrelas que jamais estiveram no céu. As lojas querem ser diferente, fugir à realidade do ano inteiro: enfeitam-se com fitas e flores, neve de algodão de vidro, fios de ouro e prata, cetins, luzes, todas as coisas que possam representar beleza e excelência. Tudo isso para celebrar um Meninozinho envolto em pobres panos, deitado numas palhas, há cerca de dois mil anos, num abrigo de animais, em Belém. Todos vamos comprar presentes para os amigos e parentes, grandes e pequenos, e gastaremos, nessa dedicação sublime, até o último centavo, o que hoje em dia quer dizer a última nota de cem cruzeiros, pois, na loucura do regozijo unânime, nem um prendedor de roupa na corda pode custar menos do que isso. Grandes e pequenos, parentes e amigos são todos de gosto bizarro e extremamente suscetíveis. Também eles conhecem todas as lojas e seus preços — e, nestes dias, a arte de comprar se reveste de exigências particularmente difíceis. Não poderemos adquirir a primeira coisa que se ofereça à nossa vista: seria uma vulgaridade. Teremos de descobrir o imprevisto, o incognoscível, o transcendente. Não devemos também oferecer nada de essencialmente necessário ou útil, pois a graça destes presentes parece consistir na sua desnecessidade e inutilidade. Ninguém oferecerá, por exemplo, um quilo (ou mesmo um saco) de arroz ou feijão para a insidiosa fome que se alastra por estes nossos campos de batalha; ninguém ousará comprar uma boa caixa de sabonetes desodorantes para o suor da testa com que — especialmente neste verão — teremos de conquistar o pão de cada dia. Não: presente é presente, isto é, um objeto extremamente raro e caro, que não sirva a bem dizer para coisa alguma. Por isso é que os lojistas, num louvável esforço de imaginação, organizam suas sugestões para os compradores, valendo-se de recursos que são a própria imagem da ilusão. Numa grande caixa de plástico transparente (que não serve para nada), repleta de fitas de papel celofane (que para nada servem), coloca-se um sabonete em forma de flor (que nem se possa guardar como flor nem usar como sabonete), e cobra-se pelo adorável conjunto o preço de uma cesta de rosas. Todos ficamos extremamente felizes! São as cestinhas forradas de seda, as caixas transparentes os estojos, os papéis de embrulho com desenhos inesperados, os barbantes, atilhos, fitas, o que na verdade oferecemos aos parentes e amigos. Pagamos por essa graça delicada da ilusão. E logo tudo se esvai, por entre sorrisos e alegrias. Durável — apenas o Meninozinho nas suas palhas, a olhar para este mundo. Texto extraído do livro "Quatro Vozes", Editora Record - Rio de Janeiro, 1998, pág80. Da leitura do texto constatamos posicionamentos diferentes: R- Das pessoas, e do sujeito produtor. 3- O Ministério do Meio Ambiente, em junho de 2009, lançou campanha para o consumo consciente de sacolas plásticas, que já atingem, aproximadamente, o número alarmante de 12 bilhões por ano no Brasil Veja o slogan dessa campanha: . R: Deixaram de ser empregados, na confecção de sacolas plásticas, materiais oxibiodegradáveis e os chamados bioplásticos que, sob certas condições de luz e de calor, se fragmentam; Houve redução tanto no quantitativo de sacolas plásticas descartadas indiscriminadamente no ambiente, como também no tempo de decomposição de resíduos acumulados em lixões e aterros sanitários. 4- Uma mesma empresa pode ter sua sede administrativa onde os impostos são menores, as unidades de produção onde os salários são os mais baixos, os capitais onde os juros são os mais altos e seus executivos vivendo onde a qualidade de vida é mais elevada.(SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da montanha russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001 - adaptado). No texto estão apresentadas estratégias empresariais no contexto da globalização. Uma consequência social derivada dessas estratégias tem sido: R: o aumento da mobilidade ocupacional 5 - Quando o homem não trata bem a natureza, a natureza não trata bem o homem. Essa afirmativa reitera a necessária interação das diferentes espécies, representadas na imagem a seguir. R- Depreende-se dessa imagem a responsabilidade do homem na manutenção da biodiversidade. 6- Observe a capa de um livro reproduzida abaixo: R: O título desse livro ilustra um caso de intertextualidade estabelecida por meio de um procedimento paródico 7- Nós, brasileiros, estamos acostumados a ver juras de amor, feitas diante de Deus, serem quebradas por traição, interesses financeiros e sexuais. Casais se separam como inimigos, quando poderiam ser bons amigos, sem traumas. Bastante interessante a reportagem sobre separação. Mas acho que os advogados consultados, por sua competência, estão acostumados a tratar de grandes separações. Será que a maioria dos leitores da revista tem obras de arte que precisam ser fotografadas antes da separação? Não seria mais útil dar conselhos mais básicos? Não seria interessante mostrar que a separação amigável não interfere no modo de partilha dos bens? Que, seja qual for o tipo de separação, ela não vai prejudicar o direito à pensão dos filhos? Que acordo amigável deve ser assinado com atenção, pois é bastante complicado mudar suas cláusulas? Acho que essas são dicas que podem interessar ao leitor médio. (http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 26 fev. 2012 - adaptado). O texto foi publicado em uma revista de grande circulação na seção de carta do leitor. Nele, um dos leitores manifesta-se acerca de uma reportagem publicada na edição anterior. Ao fazer sua argumentação, o autor do texto: R: rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem, lançando novas idéias. 8- Buscando a excelência - Lya Luft Estamos carentes de excelência. A mediocridade reina, assustadora, implacável e persistentemente. Autoridades, altos cargos, líderes, em boa parte desinformados, desinteressados, incultos, lamentáveis. Alunos que saem do ensino médio semianalfabetos e assim entram nas universidades, que aos poucos – refiro-me às públicas – vão se tornando reduto de pobreza intelectual. As infelizes cotas, contras as quais tenho escrito e às quais me oponho desde sempre, servem magnificamente para alcançarmos este objetivo: a mediocrização também do ensino superior. Alunos que não conseguem raciocinar porque não lhes foi ensinado, numa educação de brincadeirinha. E, porque não sabem ler nem escrever direito e com naturalidade, não conseguem expor em letra ou fala seu pensamento truncado e pobre. [...] E as cotas roubam a dignidade daqueles que deveriam ter acesso ao ensino superior por mérito [...] Meu conceito serve para cotas raciais também: não é pela raça ou cor, sobretudo autodeclarada, que um jovem deve conseguir diploma superior, mas por seu esforço e capacidade. [...] Em suma, parece que trabalhamos para facilitar as coisas aos jovens, em lugar de educá-los com e para o trabalho, zelo, esforço, busca de mérito, uso da própria capacidade e talento, já entre as crianças. O ensino nas últimas décadas aprimorou-se em fazer os pequenos aprender brincando. Isso pode ser bom para os bem pequenos, mas já na escola elementar, em seus primeiros anos, é bom alertar, com afeto e alegria, para o fato de que a vida não é só brincadeira, que lazer e divertimento são necessários até à saúde, mas que a escola é também preparação para uma vida profissional futura, na qual haverá disciplina e limites – que aliás deveriam existir em casa, ainda que amorosos. Muitos dirão que não estou sendo simpática. Não escrevo para ser agradável, mas para partilhar com meus leitores preocupações sobre este país com suas maravilhas e suas mazelas, num momento fundamental em que, em meio a greves, justas ou desatinadas, [...] se delineia com grande inteligência e precisão a possibilidade de serempunidos aqueles que não apenas prejudicaram monetariamente o país, mas corroeram sua moral, e a dignidade de milhões de brasileiros. Está sendo um momento de excelência que nos devolve ânimo e esperança. O texto apresentado é um artigo de opinião, que se insere no conjunto dos textos de tipo R: dissertativo-argumentativo com porções descritivas 9- Morreu na esteirinha rota, abandonada de todos, como um gato sem dono. Jamais, entretanto, ninguém morreu com maior beleza. O delírio rodeou-a de bonecas, todas louras, de olhos azuis.E de anjos... E bonecas e anjos remoinhavam-lhe em torno, numa farândola do céu.Sentia-se agarrada por aquelas mãozinhas de louça – abraçada, rodopiada.Nesse trecho narra-se, o momento da morte da personagem Negrinha. Nele o narrador: R: apresenta possibilidades de situações felizes para a personagem, em contraste com a vida sofrida que tive. 10- O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua autoestima e no seu modo de agir. O corpo indicará onde você falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica se ressentirá. O que ficou guardado virá à tona, pois este novo ciclo exige uma “desintoxicação”. Seja comedida em suas ações, já que precisará de energia para se recompor. Há preocupação com a família, e a comunicação entre os irmãos trava. Lembre-se: palavra preciosa é palavra dita na hora certa. Isso ajuda também na vida amorosa, que será testada. Melhor conter as expectativas e ter calma, avaliando as próprias carências de modo maduro. Sentirá vontade de olhar além das questões materiais – sua confiança virá da intimidade com os assuntos da alma. O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de uso, sua função específica, seu objetivo comunicativo e seu formato mais comum relacionam-se aos conhecimentos construídos socioculturalmente. A análise dos elementos constitutivos desse texto demonstra que sua função é: R: Aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho. 11- Silêncio na Construção Na última laje de cimento armado os trabalhadores cantavam a nostalgia da terra ressecada. De um lado era a cidade grande; de outro, o mar sem jangadas.O mensageiro subiu e gritou: Verdejou, pessoal! Num átimo os trabalhadores largaram-se das redes, desceram em debandada, acertaram as contas e partiram. Parada a obra. Ao dia seguinte, o vigia solitário recolocou a tabuleta: “Precisa-se de operários”, enquanto o construtor, de braços cruzados, amaldiçoava a chuva que devia estar caindo no nordeste... Assinale a alternativa correta sobre o texto acima: R: o texto pressupõe uma antítese, uma oposição entre dois espaços, sendo um deles o nordeste, sugerido anteriormente pelas expressões: “terra ressecada” e “jangadas” 12- Na noite lenta e morna, morta noite sem ruído, um menino chora. O choro atrás da parede, a luz atrás da vidraça perdem-se na sombra dos passos abafados, das vozes extenuadas. E no entanto se ouve até o rumor da gota de remédio caindo na colher. Um menino chora na noite, atrás da parede, atrás da rua, longe um menino chora, em outra cidade talvez, talvez em outro mundo. E vejo a mão que levanta a colher, enquanto a outra sustenta a cabeça e vejo o fio oleoso que escorre do queixo do menino, escorre pela rua, escorre pela cidade (um fio apenas). E não há ninguém mais no mundo a não ser esse menino chorando. O poema acima foi publicado durante a ditadura Vargas a Segunda Guerra Mundial. Levando em conta essas informações, assinale a alternativa incorreta: a. embora seja um texto literário, nele ocorrem penas temas, já que as palavras não podem ser tomadas no sentido conotativo ou figurado. 13- MASSA! Pô, Erundina, massa! Agora que o maneiro Cazuza virou nome num pedaço aqui na Sampa, quem sabe tu te anima e acha por aí um point pra botá o nome de Madalena Tagliafero, Cláudio Santoro, Jaques Klein, Edoardo de Guarniere.... Esses caras não foi cruner de banda a la "Trogloditas do Sucesso", mas se a tua moçada não manjar quem eles foi, dá um look aí na Enciclopédia Britânica ou no Groves Internacional e tu vai sacá que o astral do século 20 musical deve muito a eles. R: O emissor Julio Medaglia elabora um discurso no qual é possível identificar dois receptores: no plano explícito Luísa Erundina e num plano implícito o leitor, que é conduzido a concordar com ele. IIIA estratégia de argumentação adotada pelo emissor foi a escolha do código coloquial em um canal, que geralmente privilegia o formal, tendo como efeito o humor, a ironia no contexto de crítica 14- Descuidar do lixo é sujeira "Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão da prefeitura, a gerência de uma das filiais do McDonald`s deposita na calçada dezenas de sacos plásticos recheados de papelão, isopor, restos de sanduíches. Isso acaba propiciando um lamentável banquete de mendigos. Dezenas deles vão ali revirar o material e acabam deixando os restos espalhados pelo calçadão.”Leve em conta o texto acima e as seguintes afirmações sobre ele: R- Trata-se de um texto jornalístico, portanto nele predomina a função referencial; II – A objetividade típica da linguagem de jornais e revistas é quebrada por palavras ou expressões como “é sujeira” e “lamentável banquete” com sentido irônico, o que configura a função emotiva da linguagem. 15 Observe a imagem e os textos abaixo: As Meninas – Diego Velasquez Jornal Folha de São Paulo A lua engolirá o sol em 3 de novembro. Astrônomos de todo o mundo virão a cinco cidades do sul do Brasil para observar o último eclipse total do sol neste século. O sol ficará oculto por no máximo 4min04s. O próximo eclipse no Brasil só ocorrerá no ano 2046. Hélio Gurovitz – Folha de São Paulo Ocorre metalinguagem em: R: figura 1 e 2 16- Os Sinos “Sino de Belém, Sino da paixão... Sino de Belém, Sino da paixão... Sino do Bonfim!... Sino do Bonfim!... Sino de Belém, pelos que ainda vêm! Sino de Belém, bate bem-bem-bem. Sino da paixão, pelos que ainda vão! Sino da paixão, bate bão-bão-bão. Sino do Bonfim, por que chora assim?..(...). Sino do Bonfim, que vai ser de mim?...(...)” Obs: paixão = sofrimento Sobre o texto acima, assinale a alternativa correta: R: O plano sonoro do texto contribui para a construção do sentido, que vai além do som dos sinos, sendo também um questionamento existencial. 17- Texto A Tetexto B Reduit é leite puro e saboroso. Reduit é saudável, pois nele quase toda gordura é retirada, permanecendo todas as outras qualidades nutricionais. Reduit é bom para jovens, adultos e dietas de baixas calorias. (Texto em uma embalagem de leite em pó) R: No texto A, a gordura pode ser entendida também como uma qualidade nutricional. 18- Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. […].O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra. Atente para as seguintes afirmações obre o texto acima: R: É uma descrição dinâmica em que o ponto de vista coloca o homem numa condição vegetal e animal. 19- No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete: CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo da notícia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação: R: Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase. 20- A tirinha denota a postura assumidapor seu produtor frente ao uso social da tecnologia para fins de comunicação e de informação. Tal posicionamento é expresso, de forma argumentativa, por meio de uma atitude: .c. crítica, expressa pelas ironias. _1647776915.unknown _1647776916.unknown _1647776914.unknown