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Direito Administrativo

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CURSO: PROCURADORIAS (2018/2019)
DIREITO ADMINISTRATIVO
Professor: Celso Spitscovsky
O único objetivo que a Administração pode perseguir quando atua é a preservação dos interesses da coletividade (ou interesse público primário).
O particular, quando atua, o faz em nome próprio, preservando os seus próprios interesses. O administrador, no entanto, jamais poderá atuar desta forma. 
O administrador que, em sua atuação, se afastar do interesse da coletividade, incorrerá em desvio de finalidade, que é uma forma de ilegalidade, podendo ser objeto de apreciação pelo Poder Judiciário.
A Administração, por conta destes aspectos, recebe do ordenamento jurídico, prerrogativas de um lado, e deveres do outro. Prerrogativas e Obrigações não se estendem aos particulares.
Exemplos de Prerrogativas:
· Atos com presunção de legitimidade; 
· Atos dotados de autoexecutoriedade, sem a necessidade de qualquer autorização; 
· Imprescritibilidade dos bens públicos, que não podem ser adquiridos por usucapião; 
· Nos contratos celebrados, a Administração sempre estará em posição de superioridade (em razão das cláusulas exorbitantes)
Regime Jurídico Administrativo: Conjunto de regras que incidem sobre a Administração, envolvendo Prerrogativas e Obrigações para a preservação dos interesses da coletividade.
Princípios da Administração
Quanto às Espécies
- Princípios Expressos: Positivados na CF, presentes basicamente no artigo 37 – “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)”. Este elenco é meramente exemplificativo.
a) LEGALIDADE: A Administração somente poderá fazer o que a lei autorizar. Sem lei anterior, o ato será ilegal. Em termos de hierarquia, os atos administrativos são atos infralegais, ou seja, localizados abaixo da lei. 
* SV nº 44 do STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.
Assim, o edital de concurso público não poderá fazer exigências a candidatos sem que haja anterior previsão em lei.
*Exigência constitucional de 03 anos de atividade jurídica somente se aplica para as carreiras da Magistratura, Ministério Público e Defensoria Pública. Desta forma, fora estas carreiras, o edital de concurso somente poderá realizar essa exigência se houver previsão na lei que disciplina a carreira.
b) IMPESSOALIDADE: O administrador deve manter uma postura neutra, impessoal, em relação aos administrados, só promovendo discriminações que se justifiquem para a preservação do interesse público. 
Ex. Impessoalidade para a contratação de pessoas (concurso público); Impessoalidade para a contratação de serviços (licitação); Impessoalidade na propaganda dos atos de governo (proibição de indicação de nomes, imagens e símbolos que representem promoção pessoal do administrador); Impessoalidade no pagamento de credores (CF, artigo 100 – pagamentos na ordem cronológica de precatórios).
c) MORALIDADE: O administrador é obrigado a exercer um governo ético, probo, leal. Sempre que o administrador não assim o fizer, ele praticará desvio de finalidade. A moralidade tratada na CF é a moralidade administrativa, aquela intimamente ligada à preservação do interesse público. 
Súmula Vinculante nº 13 STF: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. (Súmula anti-nepotismo)
E nomeação de parentes para mandato (cargo político)? STF já alertou que somente se o familiar tiver currículo na área que justifique a nomeação. Ademais, não se admite a nomeação de parentes que tenham sofrido condenações anteriores. Vide caso Cristiane Brasil, indicada por seu pai, Roberto Jeferson, para o cargo de Ministra do Trabalho, mas impedida por ter sofrido condenações na seara trabalhista.
Improbidade Administrativa: Espécie qualificada de Imoralidade potencializada pelo dolo. Improbidade é sinônimo de desonestidade administrativa. Em regra, a Improbidade é caracterizada pela presença do dolo (intenção do agente de praticar o ato desonesto).
d) PUBLICIDADE: A Administração é obrigada a dar transparência em relação a todos os seus atos e a todas as informações armazenadas em seus bancos de dados. 
CF, artigo 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso a Informações Públicas):
- Legitimidade: Art. 10.  Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1o desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e a especificação da informação requerida.
- Prazo: Art. 11.  O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível. 
§ 1o  Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: 
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; 
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou 
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação. 
§ 2o  O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente. 
- Sanções aplicáveis ao servidor que se negar a oferecer as informações: Art. 33.  A pessoa física ou entidade privada que detiver informações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes sanções: 
I - advertência; 
II - multa; 
III - rescisão do vínculo com o poder público; 
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de contratar com a administração pública por prazo não superior a 2 (dois) anos; e 
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública, até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade. 
§ 1o  As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias. 
§ 2o  A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso IV. 
§ 3o  A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista.
 - Informações sigilosas: Art. 24.  A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada. 
§ 1o  Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigorama partir da data de sua produção e são os seguintes: 
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; 
II - secreta: 15 (quinze) anos; e 
III - reservada: 05 (cinco) anos. 
Informações sobre a remuneração de servidores: STF já decidiu que é dever do poder público dar publicidade. A origem da remuneração é pública.
Se a informação for pedida e indevidamente negada, poderá ser assegurada judicialmente através de qual garantia constitucional? Depende da natureza da informação solicitada.
-> Se a informação solicitada for de natureza personalizada (ou seja, a meu respeito): 
CF, artigo 5º, LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
-> Se a informação solicitada não for de natureza personalizada: 
CF, artigo 5º, LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
e) EFICIÊNCIA: O administrador está obrigado a manter ou ampliar a qualidade dos serviços que presta e das obras que executa, sob pena de responsabilidade. 
- Princípios Implícitos
a) SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PARTICULAR: Princípio que comanda toda a atividade administrativa. Exemplo clássico de sua aplicação ocorre na questão da Desapropriação para construção de escola, hospital.
b) MOTIVAÇÃO: A Administração, a cada ato que edita, é obrigada a informar as razões que deram origem a ele. É requisito de validade de qualquer ato administrativo.
Súmula 684, STF: É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público.
c) FINALIDADE: Ao editar atos, a Administração somente poderá buscar uma só finalidade, que é o interesse público.
d) AUTOTUTELA: A Administração está autorizada a rever os seus próprios atos, anulando quando ilegais ou revogando por razões de conveniência ou oportunidade.
Súmula 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
e) RAZOABILIDADE: A Administração está proibida de fazer qualquer exigência ou de aplicar qualquer sanção em medida superior àquela necessária para a preservação do interesse público.
Em 2015, o STF entendeu que está proibida a eliminação de candidato de concurso público pelo simples fato de ser tatuado. A eliminação somente será admitida caso a tatuagem seja incompatível com as atribuições do cargo (ex. candidato a juiz tatua no braço: “Eu amo o PCC”).
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
Definição: São instrumentos, ferramentas que o ordenamento jurídico confere à Administração para a preservação dos interesses da coletividade.
Sempre que a Administração lançar mão desses poderes para objetivo distinto da preservação dos interesses da coletividade, ela praticará Abuso de Poder, que se apresenta como uma espécie de ilegalidade.
Espécies:
1. Poder Hierárquico: 
Poder conferido à Administração para fixar os campos de atuação de todas as figuras que se encontram dentro da sua estrutura. Estabelece relações de hierarquia e subordinação entre os servidores.
Deverão os subordinados cumprir todas as ordens emanadas por seus superiores, exceto as ordens manifestamente ilegais.
2. Poder Disciplinar:
Poder conferido à Administração para a aplicação de sanções aos seus servidores, pela prática de irregularidades a nível administrativo. 
Obs. Por uma mesma irregularidade praticada, pode ser responsabilizado o agente, simultaneamente, em três esferas: civil, penal e administrativa.
Instrumentos de responsabilização a nível administrativo: Sindicância ou Processo Administrativo Disciplinar. 
Sindicância somente pode ser utilizada para apurar irregularidades que comportem, no máximo, a pena de suspensão por 30 dias.
Processo Administrativo Disciplinar pode ser utilizado para apurar qualquer tipo de responsabilidade, desde as mais brandas até as mais graves.
Para que seja possível a aplicação de qualquer sanção, deverão ser garantidos sempre ao agente o contraditório e a ampla defesa.
3. Poder Normativo (ou Regulamentar)
Poder conferido à Administração para a edição de decretos e regulamentos. 
a) Decretos ou Regulamentos Autônomos: Podem ser editados independentemente da existência de lei anterior disciplinando a matéria. Eles se encontram no mesmo patamar hierárquico das leis e, portanto, a exemplo das leis, estão imediatamente abaixo da CF. Possuem base no artigo 84, VI, da CF.
CF, Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, mediante decreto, sobre:  
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;  
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
Se houver a extinção de um cargo ocupado por Decreto Autônomo, este Decreto será inconstitucional. 
b) Decretos ou Regulamentos de Execução: Dependem da existência de lei anterior para serem editados. Eles se encontram no patamar hierárquico abaixo das leis, são atos infralegais. São elaborados para regulamentar a fiel execução da lei. Sem lei anterior, este Decreto será ilegal (e não inconstitucional). 
CF, artigo 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
Estes Decretos também serão ilegais quando, ainda que exista lei anterior, eles extrapolarem os limites da lei (ex. inovarem).
Obs. Somente o Chefe do Poder Executivo poderá editar esses Decretos ou Regulamentos (Presidente da República, Governador ou Prefeito).
4. Poder de Polícia
Poder conferido à Administração para limitar, restringir, disciplinar, o exercício de direitos e atividades dos particulares para a preservação dos interesses da coletividade. Os seus fundamentos básicos são a supremacia do interesse público sobre o do particular e a legalidade.
Este poder tem uma característica básica: Ele é Indelegável, não pode ser transferido para particulares. Ademais, ele é dotado de alguns atributos que não aparecem nos atos editados pelos particulares:
1. Discricionariedade: Administração poderá fazer um juízo de valores, conveniência e oportunidade. Há algumas exceções, a exemplo da Licença para construir (é um ato vinculado; se presentes todos os requisitos legais, a licença deverá ser concedida).
2. Coercibilidade: Administração poderá aplicar sanções quando o administrado praticar irregularidades.
3. Autoexecutoriedade: Ao editar atos no exercício desse poder, a Administração poderá fazê-lo sozinha, sem a anuência do Poder Judiciário.
O exercício do poder de polícia poderá ser realizado em razão da prática de ilegalidades por particulares. Ex. fechamento de casa de espetáculos em virtude de falta de segurança do local. 
Obs. As sanções que resultam do poder de polícia não se confundem com as que resultam do poder disciplinar (direcionadas a servidores).
Súmula Vinculante 38, STF: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.
Súmula Vinculante 49, STF: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
Súmula 323, STF: É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos.
Súmula 19, STJ: A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União.
Remuneração do Poder de Polícia: 
CF, artigo 145, II: 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal eos Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Obs. Polícia Administrativa x Polícia Judicial
Ambas atuam em caráter preventivo e repressivo. A diferença está no campo de atuação. 
A Polícia Administrativa atua no setor administrativo, enquanto a Judicial atua na seara penal e processual penal.
ATOS ADMINISTRATIVOS
Atos Administrativos são aqueles editados pela Administração, debaixo de regras de direito público, para a preservação dos interesses da coletividade. 
Regras de direito público conferem a estes Atos Administrativos atributos que não se estendem aos particulares, para a preservação dos interesses da coletividade.
1. Presunção de Legitimidade
Até que se prove o contrário, os atos praticados pela Administração são legítimos (presunção iuris tantum). 
2. Imperatividade
Atos Administrativos são de cumprimento obrigatório, devendo ser cumpridos por todos os administrados, inclusive por aqueles que, em regra, não tenham cometido qualquer irregularidade, em razão da supremacia do interesse público sobre o particular (ex. observância da imposição de rodízio de veículos).
3. Coercibilidade
Possibilidade de aplicação de sanções, pela Administração, em razão do descumprimento dos Atos Administrativos.
4. Autoexecutoriedade
A Administração poderá, sozinha, executar os seus atos, não dependendo de autorização judicial. Ex. Fiscal que lavra auto de infração após visitar estabelecimento e constatar irregularidades.
5. Tipicidade 
Para cada situação concreta enfrentada pelo administrador, deverá corresponder um ato típico, específico.
O ordenamento jurídico estabelece requisitos de validade que a Administração deverá preencher para cada Ato Administrativo que venha a editar. (COMFIFOMOOB)
1. Competência
Não se presume, resulta sempre de expressa previsão legal. Ato editado por agente incompetente é ato inválido.
2. Objeto
O objeto do Ato sempre deverá ser lícito, ou seja, ter expressa previsão em lei e preservar o interesse público.
3. Forma
Em regra, a forma autorizada por lei é a escrita. Porém, existem algumas variantes (ex. apitos e gestos de guardas de trânsito são atos administrativos). 
4. Finalidade
A única finalidade do Ato Administrativo é o interesse público. Não sendo esta a finalidade, ocorrerá o desvio de finalidade, caracterizando uma ilegalidade.
5. Motivação
Todo ato emanado pela Administração deverá vir acompanhado das razões que deram origem a ele. Através da motivação é que se faz o controle de legalidade dos Atos Administrativos. Sem motivação, o ato será inválido.
 Teoria dos Motivos Determinantes-> A Administração deverá motivar os seus atos. Apresentados os necessários motivos, eles passam a determinar a conduta que será seguida pelo administrador. Como regra geral, deles não poderá se afastar, sob pena de configuração de um desvio de finalidade. Contudo, existirá uma exceção: Quando, em que pese o afastamento dos motivos iniciais, o interesse público continuar preservado. Ex. Construção de uma delegacia, ao invés de um hospital, tendo em vista que a criminalidade na região aumentou, prevalecendo assim a preservação da segurança pública.
Convalidação de Atos Administrativos-> Convalidação significa tornar válido o ato que nasceu viciado. Ela será possível, por força da Lei 9.784/99, artigo 55, se preenchidas duas exigências:
1. Se o ato não tiver causado prejuízos ao Poder Público e nem a terceiros.
2. Se o vício apresentado puder se corrigido.
Quando o vício estiver radicado no objeto do ato (porque ilícito) ou na finalidade do ato (porque não era de interesse público), não será possível a convalidação. Serão atos nulos.
Se o vício estiver radicado na competência ou na forma, ele poderá ser convalidado. Assim, o ato poderá ser reeditado pelo agente competente, bem como na forma correta.
Se faltar motivação ao ato, a doutrina majoritária entende que não será possível convalidar o ato, pois sem ela não poderá se apurar se o interesse público foi observado.
Classificação dos Atos Administrativos
Critérios de Classificação
1. Critério quanto aos destinatários
a) Atos Gerais: Editados sem que tenha um destinatário específico. Ex. publicação de um edital de concurso público, edital de licitação, portaria estabelecendo regras de conduta dentro da Administração.
b) Atos Individuais: Editados com um destinatário específico. Ex. interdição de estabelecimento comercial; licença para construir.
2. Critério quanto ao objeto
a) Ato de Império: A Administração edita debaixo de regras de direito público, lançando mão das suas prerrogativas. Ex. interdição de estabelecimento; licença para construir; aplicação de uma sanção.
b) Ato de Gestão: Excepcionalmente, é editado debaixo de regras de direito privado, em que a Administração abre mão das suas prerrogativas. Ex. contrato de locação. 
3. Critério quanto ao grau de liberdade conferido ao administrador
a) Atos Vinculados: Atos em que o administrador se depara com situações que comportam solução única, anteriormente prevista em lei. Não há espaço para o administrador realizar juízo de valores de conveniência e oportunidade. Ex. aposentadoria compulsória dos servidores; licença para serviço militar obrigatório.
b) Atos Discricionários: Aqueles em que o administrador não se depara com situações que comportam solução única. Há espaço para o administrador realizar juízo de valores de conveniência e oportunidade. Ex. licença para tratar de assuntos particulares. 
4. Critério quanto à formação do ato
a) Ato Simples: Para se aperfeiçoar, exige uma única manifestação de vontade. Ex. licença para construir.
b) Ato Composto: Para se aperfeiçoar, depende de mais de uma manifestação de vontade, produzidas no mesmo órgão. Ex. multa de trânsito exarada pelo DETRAN.
c) Ato Complexo: Para se aperfeiçoar, depende de mais de uma manifestação de vontade, produzidas em órgãos diferentes. Ex. titularização de um cargo no STF (depende de indicação do Presidente da República e ratificação do Senado Federal); celebração de tratados internacionais (feita pelo Chefe do Executivo, mas depende de ratificação pelo Congresso Nacional).
5. Critério quanto aos efeitos produzidos
a) Atos Perfeitos: Atos que cumpriram todas as etapas previstas para o seu ciclo de formação.
b) Atos Válidos: Atos que preencheram todos os requisitos de validade.
c) Atos Eficazes: Atos que se encontram aptos a produzirem todos os efeitos para os quais ele foi editado.
Formas de Extinção dos Atos Administrativos
1. ANULAÇÃO: Leva à extinção do ato por razões de ilegalidade.
2. REVOGAÇÃO: Implica na extinção do ato por razões de conveniência e oportunidade.
3. CASSAÇÃO: Implica na extinção do ato por motivo de descumprimento de obrigações pelo destinatário. 
4. CADUCIDADE: Leva à extinção do ato em razão da edição de outra lei em sentido oposto ao primeiro ato.
5. CONTRAPOSIÇÃO: O ato é extinto pela edição de um ato posterior em sentido oposto. Ex. servidor é empossado, e posteriormente exonerado em virtude de demissão.
6. RENÚNCIA: Leva à extinção do ato em razão de o destinatário ter renunciado a ele.
Controle dos Atos Administrativos
Poderá ser um controle: 
a) INTERNO: Realizado pela própria administração, exercendo a autotutela. Poderá ser feito de ofício ou por provocação de terceiros, este através do Direito de Petição, exercido de forma gratuita (denúncia de irregularidades, abuso de poder ou defesa de direitos). Instrumentos que poderão ser utilizados para denunciar irregularidades (variantes do Direito de Petição):
- Representação-> Através dela, poderão ser denunciadas irregularidades e abusos de direitos.
-Reclamação-> Através dela, peticiona-se ao Poder Público para que ele reconheça um direito que esteja sendo impedido.
-Pedido de Reconsideração-> Peticiona-se aoPoder Público pedindo um reexame de determinada questão, um juízo de retratação. 
-Recurso Hierárquico-> Peticiona-se ao Poder Público pedindo-se a reconsideração da decisão por uma autoridade superior.
-Revisão-> Pedido de revisão da decisão anterior, que poderá ser apresentado quando, após a decisão, surgir um fato novo ou ainda quando a decisão anterior tenha se apresentado como inadequada.
O controle INTERNO poderá ser:
- Controle de Legalidade-> A Administração revê os seus atos por razões de ilegalidade.
- Controle de Mérito-> A Administração revê os seus atos por razões de conveniência e oportunidade.
	ANULAÇÃO
	REVOGAÇÃO
	*Quanto ao fundamento
Anula-se o ato por razões de ilegalidade
*Quanto à legitimidade
Administração (autotutela)- controle interno
Judiciário (apenas quando provocado) – único controle que ele poderá realizar.
*Quanto aos efeitos da decisão
Efeitos Ex Tunc (decisão retroage até o momento em que o ato foi editado, para eliminar todos os efeitos até então por ele produzidos).
Obs. Ninguém pode se beneficiar de atos ilegais (logo, não se pode invocar direito adquirido)
*Quanto ao prazo
Prazo de 05 anos, com natureza decadencial.
Lei 9.784/99, Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
Prazo aplica-se quando atingir terceiros de boa-fé. A lei, no entanto, não fala quanto aos terceiros de má-fé (dando a entender que o prazo seria maior, neste caso).
	*Quanto ao fundamento
Revoga-se por razões de conveniência e oportunidade.
*Quanto à legitimidade
Somente a Administração
*Quanto aos efeitos da decisão
Efeitos Ex Nunc (decisão não retroage, porque o passado do ato não condena).
Logo, admite-se invocar direito adquirido.
*Quanto ao prazo
Não há prazo.
Obs. Há algumas situações em que não poderá ocorrer Revogação:
1. Situações envolvendo Atos Vinculados (assim, somente se revoga Atos Discricionários).
2. Atos que já produziram todos os efeitos para os quais eles foram gerados. Ex. Cidadão obtém licença para construir, e já finalizou a construção.
3. Atos Declaratórios (aqueles que atestam uma dada situação).
Súmula 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos (de ilegalidade), a apreciação judicial.
b) EXTERNO: Controle realizado pelo Judiciário e pelo Legislativo. Este controle é apenas de legalidade, em respeito ao princípio da separação entre os poderes.
CF, 5º, XXXV: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. (Princípio da Jurisdição una).
Em regra, não há necessidade de esgotamento das vias administrativas para que a questão seja levada à apreciação do Judiciário, exceto em duas situações:
- CF, artigo 217, parágrafo 1º: Justiça Desportiva (esta justiça é administrativa; não integra o Judiciário).
- Habeas Data – Súmula Nº 02 do STJ: NÃO CABE O HABEAS DATA (CF, ART. 5., LXXII, LETRA “A”) SE NÃO HOUVE RECUSA DE INFORMAÇÕES POR PARTE DA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA.
Quanto ao controle legislativo, a questão encontra base no artigo 49 da CF:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais (ratificar) que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
Quando o legislativo realiza esse controle de legalidade, ele é auxiliado pelos TRIBUNAIS DE CONTAS. Mas, atenção! TRIBUNAL DE CONTAS não integra o Poder Judiciário, ele é órgão auxiliar do Poder Legislativo.
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
CF, Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)
· Estrutura da Administração Direta-> Composta por ÓRGÃOS, centros de competência não dotados de personalidade jurídica e sem capacidade processual (não são sujeitos de direitos de obrigações, não respondem pelos atos que editam, nem pelos danos que causam, e não possuem capacidade para estar em juízo). Quem responde pelos atos dos ÓRGÃOS é a esfera de governo onde eles se encontram. 
Ex. Na esfera federal: Ministérios (Educação, Transportes, etc) – Quem responde por eles é a UNIÃO.
Ex. Na esfera estadual: Secretarias (da Saúde, Educação, etc). – Quem responde por eles é o ESTADO ou o MUNICÍPIO.
Teoria do Órgão: A responsabilidade por decisões de um órgão será atribuída à esfera de governo onde ele se encontra.
Excepcionalmente, há alguns ÓRGÃOS que, mesmo sem personalidade jurídica, terão capacidade processual para atuar em juízo:
1. Ministério Público: Ele não é pessoa, não possuindo personalidade jurídica de direito público e nem privado. MP é órgão que integra a Administração Direta federal e estadual. Excepcionalmente, terá capacidade processual para estar em juízo, na defesa dos interesses da coletividade.
2. Defensoria Pública: Ele não é pessoa, não possuindo personalidade jurídica de direito público e nem privado. Excepcionalmente, terá capacidade processual para estar em juízo.
3. Procuradorias
4. Casas Legislativas (Congresso Nacional, Assembleia Legislativa, Câmara de Vereadores)
5. Tribunais de Contas
· Estrutura da Administração Indireta-> Composta por PESSOAS, com personalidade jurídica e capacidade processual, respondendo elas mesmas por todos os seus atos. Ex. Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. Tais pessoas jurídicas existem em todas as esferas de governo.
	
	DEFINIÇÃO
	CRIAÇÃO
	FINALIDADE
	CARACTERÍSTICAS
	CONSEQUÊNCIA IMEDIATA
	AUTARQUIAS
	Pessoas Jurídicas de Direito Público de Base Associativa
	Criadas por lei, não sendo necessária nenhuma outra etapa.
	-Prestação de serviços públicos (não estarão em regime de competição com a iniciativa privada).
	Dotadas de Autonomia administrativa, financeira e orçamentária, com liberdade para tomarem as suas decisões (não dependem de autorização prévia do Poder Executivo).
Entre elas e quem as criou não existe hierarquia e subordinação.
Somente se admite o controle de legalidade de seus atos (Tutela).
	Respondem por seus próprios atos.
Admite-se apenas a Responsabilidade Subsidiária (a Administração que as criou poderá ser acionada, após esgotadas as forças da pessoa jurídica criada).
	FUNDAÇÕES
	Pessoas Jurídicas que podem ser de Direito Público ou de Direito Privado.
	A lei ora autoriza, ora promove a própria criação.
	-Prestação de serviços públicos (não estarão em regime de competição com a iniciativa privada).
	Dotadas de Autonomia administrativa, financeira e orçamentária, com liberdade para tomarem as suas decisões (não dependem de autorização prévia do Poder Executivo).
Entre elas e quem as criou não existe hierarquia e subordinação.
Somente se admite o controle de legalidade de seus atos (Tutela).
	Respondem por seus próprios atos.
Admite-se apenas a Responsabilidade Subsidiária (a Administração que as criou poderá ser acionada, após esgotadas as forças da pessoa jurídica criada).
	EMPRESAS PÚBLICAS
	Pessoas Jurídicas de Direito Privado
	A lei autoriza a sua criação, sendo necessárias ainda aprovação e registro de estatutos sociais.
	-Prestação de serviços públicos (não estarão em regime de competição com a iniciativa privada). Ex. EBCT.
-Exploração de atividades econômicas (em regime de competição com a iniciativa privada).Ex. CEF.
	Dotadas de Autonomia administrativa, financeira e orçamentária, com liberdade para tomarem as suas decisões (não dependem de autorização prévia do Poder Executivo).
Entre elas e quem as criou não existe hierarquia e subordinação.
Somente se admite o controle de legalidade de seus atos (Tutela).
Capital inteiramente público, e poderá este capital originar-se de uma esfera do governo (capital unipessoal) ou de diversas esferas do governo (capital pluripessoal).
As suas ações não são veiculadas em Bolsas de Valores.
Ex. CEF.
Podem ser constituídas por qualquer modalidade empresarial.
	Respondem por seus próprios atos.
Admite-se apenas a Responsabilidade Subsidiária (a Administração que as criou poderá ser acionada, após esgotadas as forças da pessoa jurídica criada).
	SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
	Pessoas Jurídicas de Direito Privado
	A lei autoriza a sua criação, sendo necessárias ainda aprovação e registro de estatutos sociais.
	-Prestação de serviços públicos (não estarão em regime de competição com a iniciativa privada).
-Exploração de atividades econômicas (em regime de competição com a iniciativa privada). Ex. Banco do Brasil.
	Dotadas de Autonomia administrativa, financeira e orçamentária, com liberdade para tomarem as suas decisões (não dependem de autorização prévia do Poder Executivo).
Entre elas e quem as criou não existe hierarquia e subordinação.
Somente se admite o controle de legalidade de seus atos (Tutela).
Capital social é misto (público e particular).
As suas ações podem ser veiculadas em Bolsas de Valores.
Ex. Banco do Brasil; Petrobrás.
Somente poderão ser constituídas sob a forma de Sociedade Anônima (S/A).
	Respondem por seus próprios atos.
Admite-se apenas a Responsabilidade Subsidiária (a Administração que as criou poderá ser acionada, após esgotadas as forças da pessoa jurídica criada).
CF, artigo 37, XIX – somente por lei (ordinária) específica (de iniciativa do Chefe do Poder Executivo) poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Para criar-se uma PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO, basta a criação da LEI. Não é necessária qualquer aprovação e nem registro de estatuto, pois este não existe.
Para criar-se uma PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO na Administração Indireta, a aprovação da lei apenas AUTORIZA a sua criação. Pois, duas outras etapas têm que se alcançadas: a aprovação e o registro de estatutos sociais.
CF, Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:  
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; 
Agências Reguladoras
São chamadas de AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL. Assim, são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei, criadas apenas para a prestação de serviços públicos.
São dotadas de autonomia, portanto, entre elas e o Poder Executivo, não existe hierarquia e subordinação. Elas respondem pelos atos que editam e pelas obrigações que contraem, respondendo o Executivo em caráter subsidiário.
Possuem regime especial, o que as diferencia das demais autarquias – Lei 9.986/20000.
-São dotadas de um poder normativo que as outras agências não possuem (poder para a edição de normas para regular a execução de serviços públicos, em especial quando transferida para particulares). Assim, através dessas normas, estas agências poderão fiscalizar e aplicar sanções pelo seu descumprimento. Exemplo:
ANATEL fiscaliza Claro, Vivo, TIIM, OI; 
ANP (Agência Nacional de Petróleo) fiscaliza empresas que trabalham nesse setor, inclusive para impedir a criação de cartéis; 
ANS fiscaliza todas as seguradoras do país, sendo que somente esta agência poderá autorizar o aumento de mensalidades de planos de saúde.
ANAC fiscaliza todas as empresas aéreas.
-Dirigentes são dotados de estabilidade atípica, pois conferida para pessoas que não foram aprovadas por concurso público. Tais pessoas foram indicadas. Essa estabilidade é por prazo determinado, pelo prazo de duração dos mandatos. O prazo dos mandatos será encontrado na lei que cria a agência reguladora. Dirigentes somente perderão o mandato nas seguintes hipóteses:
· Renúncia
· Se houver condenação judicial transitada em julgado ou
· Se resultante de processo disciplinar, no qual tenha sido assegurada ampla defesa. 
Os mandatos dos dirigentes das agências reguladoras não coincidem com os mandatos daqueles que os indicaram. Isto para ampliar ainda mais a autonomia, e a credibilidade perante os investidores.
TERCEIRO SETOR
O PRIMEIRO SETOR é composto pelas pessoas que estão dentro da Administração. 
O SEGUNDO SETOR é composto por pessoas que estão fora da Administração (particulares), mas com finalidade lucrativa. Ex. concessionários.
O TERCEIRO SETOR é composto por pessoas que estão fora da Administração, e que não tem finalidade lucrativa.
Integrantes do TERCEIRO SETOR:
1. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
2. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS
3. OSCIP (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público)
Pontos em comum entre as três organizações citadas acima:
As três se encontram fora da Administração, são entidades particulares, e sem finalidade lucrativa.
Diferenças básicas entre as três organizações citadas acima:
	ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
	SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS
	OSCIP (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público)
	Realiza-se a transferência da execução de serviços públicos não privativos do Estado.
Desempenham uma atividade privada de interesse público e, para tanto, contam com o incentivo do Estado.
Não se permite a cobrança da população pelos serviços prestados, haja vista que não há finalidade lucrativa.
Somente se permite a transferência da execução de serviços públicos definidos em lei (Lei 9.637/1998).
Transferência da execução de serviços públicos se dará com a celebração de um Contrato de Gestão.
Quais serviços públicos poderão ter a sua execução transferida para a OS?
-educação
-saúde
-cultura
-meio ambiente
-pesquisa científica
Podem receber do Estado patrimônio, recursos, servidores.
	Estado incentiva a execução de serviços de interesse público, que, via de regra, acabam por promover a geração de empregos. O Estado nada transfere.
Ex. SESC, SENAC, SENAI, SEBRAE – entidades que integram o Sistema “S”.
Grande incentivo previsto na CF:
CF, Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.
	Exercem serviços de interesse público ligados à área de assistência social.
Regidas pela Lei 9.790/1999.
Relacionamento com o Estado é viabilizado através da celebração de um Termo de Parceria.
OSCIP não poderá ter o formato de:
->Sociedades Comerciais
->Sindicatos
->Associações de classe
-> Entidades de representação de categorias profissionais
->Escolas privadas
STF: Entidades do terceiro setor não são obrigadas a celebrar concurso público para a contratação de pessoas. Ademais, também não se obrigam a realizar licitação na contratação de serviços.
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS podem ser contratadas mediante Dispensa de Licitação (Lei 8.666/1993, artigo 24, XXIV).
Ainda que não integrem a estrutura da Administração, entidades paraestatais se submetem a um controle finalístico realizado pelos Tribunais de Contas.SERVIÇOS PÚBLICOS
Definição: É todo aquele prestado pela Administração debaixo de regras de Direito Público para a preservação dos interesses da coletividade.
Princípios:
1. Generalidade: O administrador é obrigado a levar este serviço à maior quantidade possível de usuários, ficando ele proibido de promover discriminações gratuitas. Desdobramento do princípio da Impessoalidade. Tratamentos diferenciados somente serão admitidos para a preservação do interesse público.
2. Mutabilidade do regime de execução do serviço: A Administração poderá, de forma unilateral e a qualquer momento, mudar a forma de execução do serviço, para a preservação dos interesses da coletividade.
3. Modicidade das tarifas: O valor das tarifas não poderá deixar de ser módico, acessível, ao usuário comum do serviço. 
4. Continuidade da prestação: A execução do serviço público não pode ser paralisada, em regra. 
Lei 8.987/1995 (Lei de Concessões), artigo 6º, parágrafo 3º, apresenta exceções a essa regra:
a) Urgência-> Situação imprevisível. A lei, nesse caso, não exige aviso prévio aos usuários. Ex. interrupção do serviço de energia elétrica com o objetivo de evitar um acidente em um prédio.
b) Para a realização de obras de manutenção-> Pressupõe essa hipótese uma situação previsível. Logo, a lei exige aviso prévio aos usuários, para que a paralisação seja legítima, também em jornais de grande circulação, com uma antecedência mínima.
c) Inadimplência do usuário-> Pressupõe essa hipótese uma situação previsível. Logo, a lei exige aviso prévio aos usuários, em caráter personalizado (envio de correspondência, de preferência com AR). 
Atenção! STJ entende que, quando a paralisação do serviço atingir a vida, a dignidade da vida humana, a opção sempre deve ser a preservação destes. Assim, não é razoável o corte de energia elétrica em um hospital, por exemplo.
Greve?
CF, artigo 37, VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.
Até a presente data, não foi editada a lei específica que regule o direito de greve no serviço público.
A greve no serviço público não poderá ser exercida nos mesmos moldes do setor privado.
Tribunais já consolidaram a tese de que a greve total no serviço público está rigorosamente proibida. Ademais, percentual do serviço deverá permanecer à disposição da população. Para cada caso, um percentual será fixado. 
Titularidade do serviço público pertence à Administração, e é intransferível. A CF ora atribui a titularidade à União, ora aos Estados, ora aos Municípios.
· Telecomunicações: União. CF, artigo 21, XI.
· Energia elétrica: União. CF, artigo 21, XII.
· Gás canalizado: Estados. CF, artigo 25, parágrafo 2º.
· Serviço funerário: Municípios. CF, artigo 30, I e V.
· Serviço de transporte coletivo: Todas as esferas de governo (União/Estados/DF/Municípios).
1. Ônibus: Municípios
2. Táxis: Municípios
3. Metrô: Estados. CF, artigo 25, parágrafo 1º.
4. Transporte aéreo: União
· Saúde: Todas as esferas de governo (União/Estados/DF/Municípios). CF, artigo 23, II.
Quem detém a titularidade do serviço tem competência para fixar, de forma unilateral, as regras para a sua execução e fiscalizar o cumprimento delas, além de competência para aplicar sanções em razão do descumprimento.
Formas de execução do serviço público:
1. A própria administração exerce o serviço, através de órgãos que integram a sua Administração Direta (Ministério, Secretaria de Estado, Prefeituras Regionais, etc.) – Administração Direta ou Centralizada.
Desconcentração: Instrumento que viabiliza a transferência da execução do serviço de um órgão para outro, sem sair da Administração Direta.
2. A própria administração exerce o serviço, através de uma das pessoas que integram a sua Administração Indireta (Autarquias, Fundações, SEM, EP) – Administração Indireta ou Descentralizada.
Descentralização para Autarquias ou Fundações-> Transfere-se a titularidade e a execução dos serviços-> Descentralização por Outorga.
Descentralização para SEM e EP-> Transfere-se apenas a execução dos serviços-> Descentralização por Delegação.
3. Administração transfere a execução (apenas) dos serviços para particulares – pessoas que se encontram fora da Administração, na iniciativa privada. Exige-se a abertura de licitação. 
Instrumentos através dos quais a Administração (titular) transfere, via licitação, a execução para particulares de serviços e obras públicas, para que alcancem lucro: 
a) Concessão
b) Permissão
c) Autorização 
d) Parcerias Público-Privadas
CF, Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Formas de remuneração do serviço público:
Os serviços públicos poderão ser DIVISÍVEIS ou INDIVISÍVEIS.
· DIVISÍVEIS-> É possível apurar quanto cada usuário dele se utiliza. Serviços remunerados através da cobrança de Taxas. Prestação “Uti Singuli”. Ex. Serviço de água, energia elétrica, telefonia, transporte coletivo. 
· INDIVISÍVEIS-> Não é possível apurar quanto cada usuário dele se utiliza. Serviços remunerados através da cobrança de Impostos (CF, artigo 145, I). Prestação “Uti Universi”. Ex. Serviço de iluminação pública, segurança, saúde, educação. 
Súmula Vinculante nº 41, STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado por taxas (pois é serviço indivisível – logo, deve ser remunerado por impostos).
Súmula Vinculante nº 19, STF: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
CONCESSÕES E PERMISSÕES DE SERVIÇOS PÚBLICOS (Lei 8.987/1995)
Lei 8.987/1995: Lei ordinária, de âmbito nacional, que traz normas gerais sobre concessões e permissões.
São instrumentos através dos quais a Administração (titular) transfere, via licitação, a execução para particulares de serviços e obras públicas.
Direitos e Deveres dos usuários de serviços públicos (artigo 7º da Lei 8.987/95):
Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990 (CDC), são direitos e obrigações dos usuários:
        I - receber serviço adequado;
        II - receber do poder concedente e da concessionária informações para a defesa de interesses individuais ou     coletivos;
        III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder concedente.                          
        IV - levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado;
        V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela concessionária na prestação do serviço;
        VI - contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através dos quais lhes são prestados os serviços.
Política Tarifária
A cobrança de Tarifa dos usuários se apresenta como a única fonte de arrecadação do concessionário ou permissionário.
Natureza jurídica da Tarifa: Não é tributo (pois não relacionada no rol da CF). Logo, não é alcançada pelos princípios constitucionais tributários (anterioridade, por exemplo). Trata-se de um Preço Público.
Legitimidade para a cobrança da Tarifa pertence ao titular do serviço (nunca a quem executa), logo, ao Poder Público. 
O limite do valor da tarifa é até o ponto em que ela se apresente módica, acessível ao usuário comum do serviço.
 Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei. 
Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste artigo serão obrigatoriamente consideradas para a aferiçãodo inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
Exemplo de fonte alternativa de arrecadação é a exploração de publicidade.
Responsabilidade por danos resultantes de uma Concessão ou Permissão 
Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade.
Assim, responde pelos prejuízos aquele que executar o serviço, ainda que o dano resulte de má fiscalização.
O Poder Público somente poderá responder em caráter subsidiário, ou seja, após esgotadas as forças do concessionário ou permissionário.
Responderá o concessionário ou permissionário pelos danos causados a:
1. Usuários
2. Terceiros
3. Poder concedente
Ex. Motorista de ônibus, percebendo que vai atropelar um ciclista, freia de forma busca e causa danos ao ciclista e a um passageiro, que se machucam. Neste caso, o passageiro e o ciclista poderão ir a juízo responsabilizar a empresa de ônibus. Caso este ônibus atinja uma parede de uma repartição pública, poderá também ser responsabilizado pelo ente público.
A responsabilidade será OBJETIVA, na variante do RISCO ADMINISTRATIVO, sempre que o dano resultar de serviço público. Sendo assim, independe da demonstração de dolo ou culpa. Basta a vítima comprovar que o dano sofrido teve como causa a prestação de um serviço público (nexo de causalidade).
Com a variante do RISCO ADMINISTRATIVO, acionados em juízo pela vítima, o concessionário ou permissionário poderão usar em sua defesa, para excluir a sua responsabilidade:
1. Caso fortuito – danos causados por terceiros
2. Força maior – danos causados pela natureza
3. Culpa da vítima (ex. cinto de segurança estava disponível no ônibus, mas o passageiro não quis utilizar)
Extinção das concessões
 Art. 35. Extingue-se a concessão por:
I. TERMO CONTRATUAL (Fato gerador é o término do prazo previsto. Única causa de extinção natural)
II. ENCAMPAÇÃO (Extinção por razões de interesse público, dando direito de recebimento de indenização pelo concessionário ou permissionário)
III. CADUCIDADE: Extinção da concessão por descumprimento de obrigações pelo concessionário, podendo ser realizada unilateralmente pela Administração. Logo, não há direito a indenização. Deverá ser aberto processo administrativo, assegurada a ampla defesa.
IV. RESCISÃO: Extinção da concessão por descumprimento de obrigações pelo Poder Público. Somente se opera através do Poder Judiciário.
V. ANULAÇÃO: Extinção por razões de ilegalidade.
VI. FALÊNCIA: Extinção por falta de condições financeiras do concessionário ou permissionário.
Conseqüências da extinção de uma concessão:
Artigo 35 e parágrafos 1º e 2º.
REASSUNÇÃO: Retomada da execução do serviço pelo poder público, uma vez extinta a concessão.
REVERSÃO: Transferência para o patrimônio público de bens considerados essenciais para a continuidade do serviço, uma vez extinta a concessão. 
§ 1o Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato.
§ 2o Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários.
Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder concedente, observados, no que couber, os critérios e as normas gerais da legislação própria sobre licitações e contratos e conterá, especialmente:
X - a indicação dos bens reversíveis;
Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas:
X - aos bens reversíveis;
Diferenças entre Concessões e Permissões:
	
	CONCESSÃO
	PERMISSÃO
	NATUREZA JURÍDICA
	Contrato
	Atos Precários
	PRAZO
	Determinado 
*Não poderá ser desfeita a qualquer momento, sem o pagamento de indenização.
	Não tem prazo determinado
*Pode ser desfeito a qualquer tempo, sem o pagamento de indenização.
	LICITAÇÃO
	Sim 
*Somente na modalidade de Concorrência Pública.
	Sim
*Admite-se qualquer modalidade de Licitação.
	DESTINATÁRIOS
	Pessoas Jurídicas (de forma isolada, ou através de consórcio).
	Pessoas Físicas ou Pessoas Jurídicas, mas somente de forma isolada.
	FONTES DE ARRECADAÇÃO
	Cobrança de Tarifas dos usuários.
	Cobrança de Tarifas dos usuários.
	RESPONSABILIDADE
	Será do concessionário.
Responsabilidade Objetiva.
	Será do permissionário.
Responsabilidade Objetiva.
A Concessão disciplinada pela Lei 8.987/1995, que tem por objeto a execução de serviços e obras públicas por particulares, que tem como única fonte de arrecadação a cobrança de tarifas dos usuários, recebe o nome de CONCESSÃO COMUM.
PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS (PPPS) – Lei 11.079/2004
Possuem natureza jurídica de Concessão (artigo 2º da Lei). Criadas com o objetivo de atrair a iniciativa privada para a execução de serviços e obras públicas de grande porte.
· Limites para as celebrações de PPPS:
Valor mínimo para celebração: 10 milhões de reais.
Valor máximo: Não há previsão. 
· Prazos para as celebrações de PPPS:
Prazo mínimo: 05 anos
Prazo máximo: 35 anos
É proibida a celebração de PPPS que tenham por objeto único (exclusivo):
1. Execução de obras públicas
2. Fornecimento de mão de obra
3. Fornecimento e instalação de equipamentos
Modalidades de PPPS:
1. PATROCINADA (Ou Concessão Patrocinada)
2. ADMINISTRATIVA (Ou Concessão Administrativa)
	CONCESSÃO COMUM
Legislação: Lei 8.987/1995
Objeto: Transferência da execução de serviços ou obras públicas para particulares.
Valor mínimo: Não há.
Fonte de arrecadação: Cobrança de Tarifa dos usuários.
	CONCESSÃO PATROCINADA (ou PPP PATROCINADA)
Legislação: Lei 11.079/2004.
Objeto: Transferência da execução de serviços ou obras públicas para particulares.
Valor mínimo: 10 milhões de reais.
Fonte de arrecadação: Tarifa + Remuneração proveniente da Administração.
	CONCESSÃO ADMINISTRATIVA
Legislação: Lei 11.079/2004
Objeto: Transferência da execução de serviços para particulares.
Valor mínimo: 10 milhões de reais.
Fonte de arrecadação: Remuneração proveniente da Administração (não poderá cobrar Tarifa dos usuários, pois a Administração será a usuária direta ou indireta dos serviços).
Ex. PPP Administrativa celebrada para a Administração de um presídio de Minas Gerais.
Licitação: PPPS, como toda concessão, deverão ser precedidas de Licitação, somente na modalidade de Concorrência Pública.
Requisitos para que a Licitação seja aberta para a contratação de PPP:
Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na modalidade de concorrência, estando a abertura do processo licitatório condicionada a:
        I – autorização da autoridade competente, fundamentada em estudo técnico que demonstre:
        a) a conveniência e a oportunidade da contratação, mediante identificação das razões que justifiquem a opção pela forma de parceria público-privada;
        b) que as despesas criadas ou aumentadas não afetarão as metas de resultados fiscais previstas no Anexo referido no § 1o do art. 4o da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa; e
        c) quando for o caso, conforme as normas editadas na forma do art. 25 desta Lei, a observância dos limites e condições decorrentes da aplicação dos arts. 29, 30 e 32 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, pelas obrigações contraídas pela Administração Pública relativas ao objeto do contrato;
        II – elaboração de estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos exercícios em que deva vigorar o contrato de parceria público-privada;
        III – declaração do ordenador da despesa de que as obrigações contraídas pela Administração Pública no decorrer do contrato são compatíveis com a lei de diretrizes orçamentárias e estão previstas na lei orçamentária anual;IV – estimativa do fluxo de recursos públicos suficientes para o cumprimento, durante a vigência do contrato e por exercício financeiro, das obrigações contraídas pela Administração Pública;
        V – seu objeto estar previsto no plano plurianual em vigor no âmbito onde o contrato será celebrado;
        VI – submissão da minuta de edital e de contrato à consulta pública, mediante publicação na imprensa oficial, em jornais de grande circulação e por meio eletrônico, que deverá informar a justificativa para a contratação, a identificação do objeto, o prazo de duração do contrato, seu valor estimado, fixando-se prazo mínimo de 30 (trinta) dias para recebimento de sugestões, cujo termo dar-se-á pelo menos 07 (sete) dias antes da data prevista para a publicação do edital; e
        VII – licença ambiental prévia ou expedição das diretrizes para o licenciamento ambiental do empreendimento, na forma do regulamento, sempre que o objeto do contrato exigir.
Antes da celebração do contrato de PPP, a lei exige a criação de uma SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO (artigo 9º), cujo objetivo único é acompanhar a execução da PPP. Quando a PPP se extinguir, a sociedade também se extinguirá.
Art. 9o Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.
 § 4o Fica vedado à Administração Pública ser titular da maioria do capital votante desta sociedade.
Contrato de PPP:
 Art. 5o As cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão ao disposto no art. 23 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no que couber, devendo também prever:
        I – o prazo de vigência do contrato, compatível com a amortização dos investimentos realizados, não inferior a 05 (cinco), nem superior a 35 (trinta e cinco) anos, incluindo eventual prorrogação;
        II – as penalidades aplicáveis à Administração Pública e ao parceiro privado em caso de inadimplemento contratual, fixadas sempre de forma proporcional à gravidade da falta cometida, e às obrigações assumidas;
        III – a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso fortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica extraordinária;
        IV – as formas de remuneração e de atualização dos valores contratuais;
        V – os mecanismos para a preservação da atualidade da prestação dos serviços;
        VI – os fatos que caracterizem a inadimplência pecuniária do parceiro público, os modos e o prazo de regularização e, quando houver, a forma de acionamento da garantia;
        VII – os critérios objetivos de avaliação do desempenho do parceiro privado;
        VIII – a prestação, pelo parceiro privado, de garantias de execução suficientes e compatíveis com os ônus e riscos envolvidos, observados os limites dos §§ 3o e 5o do art. 56 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e, no que se refere às concessões patrocinadas, o disposto no inciso XV do art. 18 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995;
        IX – o compartilhamento com a Administração Pública de ganhos econômicos efetivos do parceiro privado decorrentes da redução do risco de crédito dos financiamentos utilizados pelo parceiro privado;
        X – a realização de vistoria dos bens reversíveis, podendo o parceiro público reter os pagamentos ao parceiro privado, no valor necessário para reparar as irregularidades eventualmente detectadas.
XI - o cronograma e os marcos para o repasse ao parceiro privado das parcelas do aporte de recursos, na fase de investimentos do projeto e/ou após a disponibilização dos serviços, sempre que verificada a hipótese do § 2o do art. 6o desta Lei.        
Teoria da Imprevisão: Fatos imprevisíveis que impedem o cumprimento do ajuste nas condições iniciais. A Lei de PPPS prevê divisão de riscos entre o parceiro privado e o parceiro público (há, assim, divisão de riscos, sendo um incentivo para que a iniciativa privada realize esses contratos).
CONSÓRCIOS PÚBLICOS
Acordos de vontade celebrados entre esferas de governo que tem como objetivo a execução de obras públicas ou serviços públicos de interesse comum. 
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.
Lei 11.107/2005 - Lei ordinária que traz normas gerais sobre os consórcios públicos:
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências.
Todas as esferas de governo poderão fazer parte de consórcios públicos.
Para que a União possa participar de consórcios celebrados entre Municípios, os Estados em que eles se encontram deverão estar presentes.
Art. 1º, § 2o A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.
Fases para a criação dos consórcios (artigos 3º a 5º):
1. Celebração de um Protocolo de Intenções-> É um acordo preliminar, no qual cada esfera de governo informa qual a sua intenção em participar do consórcio.
2. Ratificação do Protocolo de Intenções por lei de cada ente público participante.
3. Celebração de Contrato de Consórcio.
· Contrato de Programa
Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por contrato de programa, como condição de sua validade, as obrigações que um ente da Federação constituir para com outro ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito de gestão associada em que haja a prestação de serviços públicos ou a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou de bens necessários à continuidade dos serviços transferidos.
· Contrato Rateio
Definidas as responsabilidades pelo Contrato Programa, as entidades irão definir quanto contribuirão na execução do consórcio.
Art. 8o Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato de rateio.
§ 1o O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro e seu prazo de vigência não será superior ao das dotações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por objeto exclusivamente projetos consistentes em programas e ações contemplados em plano plurianual ou a gestão associada de serviços públicos custeados por tarifas ou outros preços públicos.
· Constituição de uma Pessoa Jurídica (com o objetivo de acompanhar a execução das obras e serviços consorciados)
Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
 I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções; (Associação Pública será espécie de Autarquia, integrando a esfera da Administração Indireta de cada esfera de governo)
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil. (Associações Privadas, que não irão integrar a Administração Indireta)
§ 1o O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.
§ 2o No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público observará as normas de direito público no que concerne à realização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
Os consórcios, por tratarem com verbas públicas, serão submetidos à fiscalização realizada pelos Tribunais de Contas. Lembrar que as decisões desses Tribunais de Contas não têm força de coisa julgada, podendo as suas decisões ser revistas pelo órgão do Poder Legislativo que eles auxiliam, ou pelo Poder Judiciário.
Retirada de uma das esferas do governo do consórcio: 
Não pressupõeuma irregularidade praticada pelo ente consorciado. A decisão pela retirada será tomada em sede de Assembleia Geral.
Art. 11. A retirada do ente da Federação do consórcio público dependerá de ato formal de seu representante na assembléia geral, na forma previamente disciplinada por lei.
Exclusão de uma das esferas do governo do consórcio:
Pressupõe uma irregularidade praticada pelo ente consorciado. Depende da abertura de processo administrativo, no qual se assegure o contraditório e ampla defesa.
Art. 8º, § 5o Poderá ser excluído do consórcio público, após prévia suspensão, o ente consorciado que não consignar, em sua lei orçamentária ou em créditos adicionais, as dotações suficientes para suportar as despesas assumidas por meio de contrato de rateio.
Lei 8.429/1992, Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
 XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;       
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
RESPONSABILIDADE DO ESTADO
Obrigação atribuída ao Poder Público de indenizar os danos causados a terceiros pelos seus agentes agindo nessa qualidade.
Requisitos:
1. Configuração de um dano indenizável-> Dano real, concreto, já configurado. Não se admitem danos presumidos ou virtuais. Danos Materiais e/ou Morais, admitindo-se a cumulação de ambos numa mesma ação (Súmula 37, STJ).
2. Seja o dano causado por um agente público
3. Que o agente público tenha causado o dano agindo nesta qualidade-> Ou seja, que o agente tenha agido lançando mão das prerrogativas do cargo, emprego, função ou mandato que titulariza.
Critério utilizado para que se apure o perfil da responsabilidade: Natureza da atividade que causou o dano.
1. Dano resulta da prestação de um serviço público (artigo 37, parágrafo 6º, CF)
Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
A vítima irá propor a ação em face da pessoa jurídica (nunca do agente). Isto porque a pessoa jurídica quem possui a capacidade processual.
Responsabilidade é Objetiva (ou seja, baseada no conceito de nexo de causalidade), e na variante do Risco Administrativo.
STF: Quando o dano resulta de serviço público, a responsabilidade será sempre objetiva, sendo irrelevante saber quem causou o dano (a própria Administração ou particulares – concessionários e permissionários) e quem sofreu (lembrar que não importa se a vítima era usuária ou não do serviço).
2. Dano resulta de uma omissão em relação à prestação de um serviço
Neste caso, o serviço não foi prestado ou foi prestado de forma deficiente, causando o dano. 
Alguns entendem que a responsabilidade é subjetiva, outros entendem ser a responsabilidade objetiva.
Os que entendem ser a responsabilidade subjetiva fazem isso com base na expressão “Faute Du Service” (Culpa do Serviço). Vejamos uma situação: Comunico à policia um assalto em andamento em minha residência, e ninguém aparece para apurar ou impedir a situação. 
Os que entendem ser a responsabilidade objetiva se fundamentam no artigo 37, parágrafo 6º da CF. Lá, está descrito que o Estado responderá pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Não diz a CF se os danos são resultantes de atos ou omissões. Como a CF não discriminou, e a responsabilidade objetiva com base no nexo causal favorece a vítima, parte mais fraca, entendem que a responsabilidade seria objetiva.
Em fevereiro de 2017, o Supremo analisou um Recurso Extraordinário da Defensoria Pública, em defesa dos interesses de um presidiário quanto à responsabilidade do Estado em razão das péssimas condições do presídio em que ele se encontrava. Supremo responsabilizou o Estado de forma OBJETIVA por OMISSÃO, com base no artigo 5º, XXXXIX da CF (O Estado tem o dever de zelar pela incolumidade física e moral dos presos). Repercussão geral reconhecida, sendo decisão precedente para todas as situações em que alguém sofre dano por omissão quando estava sob a tutela do Estado.
Quando a omissão resulta de serviço público sem que houvesse vínculo de tutela em relação ao Estado (ex. A informa à policia por telefone a ocorrência de assalto em sua residência, mas nenhum policial comparece ao local), a divergência permanece. Não há nenhuma súmula ou súmula vinculante a respeito.
3. Dano resulta de exploração de atividade econômica
Estado somente explora atividades econômicas em situações excepcionais, expressamente previstas pela CF (artigo 173, caput):
a) Preservação da segurança nacional ou 
b) Situações de relevante interesse coletivo
O Estado exercerá a exploração de atividade econômica somente através de EP ou SEM. Assim, Autarquias e Fundações somente poderão ser criadas para a prestação de serviços públicos.
Parágrafo 1º, II: § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços (...).
Dano causado pela INFRAERO-> Empresa Pública-> Serviço Público (cuida da infraestrutura dos aeroportos)-> Responderá com base no art. 37, parágrafo 6º (Responsabilidade Objetiva).
Dano causado pela EBCT-> Empresa Pública-> Serviço Público (atividade postal)-> Responderá com base no art. 37, parágrafo 6º (Responsabilidade Objetiva).
Dano causado pelo Metro-> SEM-> Responsabilidade Objetiva-> Responderá com base no art. 37, parágrafo 6º (Responsabilidade Objetiva).
Dano causado pela CEF-> EP-> Que explora atividade econômica-> Responderá com base no artigo 173, CF.
Regime jurídico das EP e SEM exploradoras de atividade econômica: 
Art. 173, parágrafo 1º, II - Sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
Assim, o regime trabalhista dos empregados será o celetista, por exemplo, como na iniciativa privada.
CC, Artigo 186: Regra geral – A iniciativa privada, pelos danos que causa, responde por culpa ou dolo (Responsabilidade Subjetiva). Assim, a EP e a SEM responderão da mesma maneira.
Exceções: CC, artigo 927, parágrafo único - Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem (por arrastamento, EP e SEM responderão da mesma forma).
Ora, se por força de disposição legal (CDC, artigo 14), o fornecedor dos serviços responde de forma Objetiva – e a atividade bancária está adstrita ao CDC – a responsabilidade dos bancos privados, pelos danos que causa a terceiros, é objetiva (Logo, a dos bancos públicos também será objetiva).
Em suma: O Estado responderá sempre como a iniciativa privada responderia. Ora de forma subjetiva, ora de forma objetiva; dependerá da previsão do CC e das características de cada caso concreto.
Observação: 
Única hipótese resultante de lei em que a responsabilidade do Estado se apresenta na variante do RISCO INTEGRAL (acionado em juízo pela vítima, o Estado não poderá usar em sua defesa caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima para atenuar a sua responsabilidade)-> Lei 10.744/2003 (responsabilidade por danos resultantes de atentados terroristas em aeronaves brasileiras).
Por orientação do STJ (através de recursos repetitivos), também se configurará a variante do RISCO INTEGRAL nos casos de:
· Danos resultantes deatividades nucleares-> Responsabilidade Objetiva da União. Lei nº 6.453/1977, artigo 4º, consigna que a responsabilidade é objetiva. E, no artigo 8º, expressa que a responsabilidade objetiva se encontra no âmbito do risco administrativo (ou seja, admite a exclusão ou atenuação de responsabilidade por força de conflitos armados ou eventos da natureza – caso fortuito ou força maior).
· Danos ambientais-> Resp. 1373788/SP. STJ entende que a responsabilidade se apresentaria na variante do risco integral. 
A Lei nº 6938/1981, artigo 14, parágrafo primeiro, expressa que a responsabilidade seria objetiva. Porém, nada diz em relação à variante do risco integral.
Imprescritibilidade dos danos ambientais: Em Junho de 2018, o STF, apreciando o recurso extraordinário 654833, determinou a repercussão geral da matéria, para saber se é prescritível ou imprescritível. A depender do que for observado quando do julgamento do mérito, aí o efeito multiplicador estará assegurado.
Responsabilidade dos Notários por danos causados a terceiros: Lei nº 13.286/2016. Responsabilidade Subjetiva. Prescrição em 03 anos, contados a partir da lavratura do ato registral ou notarial.
Responsabilidade do Estado em razão de danos causados a terceiros por atos judiciais: Responsabilidade pautada na CF, artigo 37, parágrafo 6º e no artigo 5º, LXXV (O Estado indenizará por erro judicial).
CF, artigo 5º, LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Improbidade é sinônimo de Desonestidade. Assim, a regra geral é o Dolo, elemento comum nas hipóteses de Improbidade. Improbidade é uma imoralidade qualificada pelo Dolo.
Lei nº 8.429/1992 rege a matéria. Nesta lei, as hipóteses configuradoras da Improbidade estão localizadas nos artigos 9, 10 e 11, sendo classificadas de acordo com a gravidade do ato.
Artigo 9º-> Atos que importem Enriquecimento Ilícito (atos mais graves)-> Somente admitem a modalidade DOLOSA. Ademais, deverá estar configurado, segundo o STJ, o dolo específico, ou seja, intimamente ligado à questão do enriquecimento ilícito.
Artigo 10-> Atos que importem Danos ao Erário (atos de gravidade intermediária)-> Admite as modalidades DOLOSA e CULPOSA. Dolo específico e Culpa grave.
Artigo 11-> Atos que atentam contra os Princípios da Administração Pública (atos de menor gravidade)-> Somente admitem a modalidade DOLOSA. Embora a lei silencie, aqui o dolo é genérico, e não específico.
	ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (ARTIGO 9º)
	PREJUÍZO AO ERÁRIO (ARTIGO 10)
	ATOS QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO (ARTIGO 11)
	ATOS DECORRENTES DE CONCESSÃO OU APLICAÇÃO INDEVIDA DE BENEFÍCIO FINANCEIRO OU TRIBUTÁRIO (Artigo 10-A)
	I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
II-perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
III-perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI- receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
VIII- aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;
IX- perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII- usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
	I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
 III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
 IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;
 V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
 VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;   
 VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;           
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público;
 XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
 XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
 XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;        
 XV – celebrar contrato de rateio

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