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FLUXOS OPERACIONAIS EM COMÉRCIO EXTERIOR AULA 1 Prof.a Melina Hidalgo 2 CONVERSA INICIAL O processo de exportação deve ser analisado e verificado sempre de acordo com as necessidades do importador e com a legislação tanto do Brasil quanto do país de destino da mercadoria. Muitos problemas que envolvem o processo de exportação podem ser evitados se seguirmos um cronograma com a devida verificação dos documentos e procedimentos entre exportador, despachante no Brasil, importador e despachante no destino. CONTEXTUALIZANDO Sempre temos de lidar com o binômio “melhor prazo de entrega” e “melhor preço” para que os processos de exportação possam ocorrer. Portanto, quando há o fechamento de uma venda, o setor de exportação precisa trabalhar de forma rápida para a entrega do material ao importador. Muitas vezes, o prazo faz com que os erros aconteçam, tendo em vista a necessidade de agilizar o processo para o desembaraço. É neste ponto que cometemos erros, os quais poderiam ser evitados se o cronograma fosse seguido. Devemos lembrar que o cliente estará sempre com pressa e que o setor de vendas estará nos pressionando para que a mercadoria seja entregue. Então, cabe a nós, do setor de exportação, realizar o procedimento da melhor e mais segura forma, a fim de evitar estes problemas, como, principalmente, falta de documentos ou documentos incorretos para que o processo seja bem-sucedido, não gerando atrasos e nem mesmo custos extras ao importador. Desta forma, seu setor conseguirá um ótimo resultado para os processos de exportação. Um pequeno problema pode lhe causar a perda do cliente. Vamos entender quais dificuldades podemos evitar nos nossos processos. TEMA 1 - IDENTIFICANDO O PROBLEMA NO DESTINO COM O IMPORTADOR A maior parte das empresas acredita que tanto o processo de exportação quanto qualquer chance de problemas com o mesmo acabaram quando a mercadoria foi exportada. Entretanto, quando a mercadoria chega ao país de destino, podem ocorrer tantos problemas mais quanto no processo de 3 exportação, tendo em vista que, neste momento, haverá também a necessidade de verificação dos documentos e da mercadoria. Logo, todos os documentos, embalagens e produtos devem estar de acordo e, ainda, em conformidade com a legislação do país de destino e de despacho. Neste caso, há necessidade de o setor de exportação acompanhar, com o comprador no destino, todos os trâmites, para que possa auxiliar e entender se o processo se deu da melhor forma possível. Muitas vezes, ocorrem problemas com a documentação da mercadoria, e desembaraço aduaneiro e exportador acabam tendo esta ciência somente quando o processo é finalizado e o importador cobra as multas, indica os problemas e não compra mais da empresa. É de extrema importância acompanhar o processo junto ao importador para que as dificuldades possam ser sanadas de imediato, principalmente quando não se fez toda a verificação dos documentos e da legislação pertinente junto ao despachante e também ao importador. Portanto, quando o importador iniciar o processo de desembaraço, entenderá que você estará dando toda a assistência necessária a ele, pois vender o produto não é o bastante. É preciso acompanhar e entender a satisfação do seu cliente com o procedimento, o produto e com todo o atendimento prestado. Desta forma, você demonstra profissionalismo para com este cliente, que é o maior motivo para a manutenção do comprador. Portanto, mediante a existência de uma dificuldade deste nível, é necessário entender qual a falha ocorrida e, primeiramente, resolvê-la, em lugar de apontar os culpados. Se o problema se deu por conta de documentação, devemos rápida e eficazmente fazer a troca desta, a fim de que a mercadoria possa ser liberada; depois, precisamos verificar com o importador quais os custos para assumir as despesas extras, tendo em vista que o problema teve origem em erros nos documentos. Caso o problema tenha surgido com mercadoria, etiquetas ou licenças, não conseguiremos, muitas vezes, resolver, e o cliente pagará multa, além da armazenagem e de demais despesas que possam incidir. Quando o entrave não pode ser resolvido com a nossa intervenção, devemos aguardar a finalização do processo e demonstrar ao cliente toda a nossa disposição para ajudá-lo a qualquer momento. Ao finalizar, deveremos 4 verificar quais foram os problemas, o que deu causa aos mesmos, quais os custos extras, além do procedimento para evitá-los no futuro. Como vimos, várias situações podem ocorrer com o desembaraço da mercadoria no país de destino; elas podem ser relacionadas aos documentos, à classificação fiscal, licenças, etiquetas, embalagem ou até mesmo à mercadoria em si. O acompanhamento com o importador é de extrema importância. Quando não fazemos o acompanhamento anterior para o envio do processo, problemas podem ser gerados. Já com o acompanhamento, o cliente entende que está negociando com uma empresa que se responsabiliza pelos seus processos e também pelos seus erros. Desta forma, a fidelização do cliente fica mais fácil, já que o exportador não deixou o problema para o importador resolver e, principalmente, não o deixará desamparado com relação aos custos sofridos. TEMA 2 - ANÁLISE DOS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA O PAÍS IMPORTADOR Os erros mais ocorridos no processo de exportação consistem em: 1) falta de documentos necessários para o desembaraço da mercadoria, 2) envio de documentos em desconformidade com a legislação no país de destino ou, ainda, 3) documentos incorretos. Portanto, o que deve ser feito antes mesmo da venda do produto para um determinado país é a consulta da legislação deste, a fim de saber quais licenças e documentos são necessários, checando, de igual forma, se haverá necessidade de alguma homologação no Brasil por determinados órgãos para a recepção da mercadoria. Primeiramente, para que possamos saber quais são as necessidades para a importação em determinado país, podemos entrar em contato com o importador e seu despachante, solicitando as informações a respeito dos documentos necessários e das licenças e homologações, caso necessárias. Posteriormente, podemos verificar as informações com a embaixada deste país no Brasil e, ainda, checar se não há mais nenhuma necessidade para o desembaraço da mercadoria no país de destino. Também podemos entrar em 5 contato com a embaixada brasileira no país de destino, a fim de verificar as informações. Depois, também se faz necessário examinar quais as exigências daquele país para venda e distribuição da mercadoria no mercado interno, tendo em vista que poderão existir determinadas licenças e homologações que não são necessárias para a importação e desembaraço da mesma, mas que podem ser indispensáveis quando em relação à venda e à utilização no mercado interno. Como exemplo, podemos citar mercadorias que não necessitam de licenças para o desembaraço no Brasil, mas que, para sua venda no mercado interno, precisam de determinadas informações na embalagem, além de etiquetas e homologações. Isto significa que, no Brasil, é necessário saber quais os requisitos do Código de Defesa do Consumidor para a venda dos produtos no mercado interno. Não adianta desembaraçarmos a mercadoria e, depois, a mesma não poder ser comercializada por falta de informações para o mercado interno. Lembre-se de que esta consulta deverá sempre ser feita para novas exportações, ainda que seja o mesmo produto a ser exportado para o mesmo país, porque, assim como no Brasil a legislação é alterada rapidamente, isto também pode acontecer em outros países, não devendo a empresa adotar os documentos e licenças como padrão, a fim de que não tenha problemas com os documentos, licenças e homologações quando da chegada da cargano destino. Aqui, ressalta-se este como o momento de fazer um bom contrato de compra e venda entre importador e exportador, para que todas as formalidades necessárias estejam claras e sejam conhecidas por ambas as partes que negociam o produto. Também é de extrema importância a conversa entre os despachantes do importador e do exportador, tendo em vista que o procedimento entre as Aduanas é de conhecimento destes; eles serão aptos a esclarecer quais determinações poderão ou não ser cumpridas pelas empresas que fazem parte do contrato de compra e venda. Para o bom andamento do processo de exportação, o início deste é um dos atos mais importantes, quando serão acertados todos os detalhes a ser seguidos por cada uma das partes. Portanto, com a definição das responsabilidades de cada um, o processo fica mais fácil, ágil e tranquilo. Este processo tem início com a participação do setor jurídico, que elabora um contrato de compra e venda com os despachantes, a fim de definir: as 6 questões de Aduana e liberações pertinentes para o envio da mercadoria ao exterior; do importador, para que informe demais necessidades da empresa; do exportador, para que entenda estas necessidades e saiba se as mesmas poderão ser cumpridas; do setor jurídico do importador, com vistas a trazer todas as especificações para a venda no mercado interno daquela mercadoria. Uma outra questão que deve ser definida entre as empresas é o incoterm, que visa o envio correto do valor da mercadoria, para que, mais uma vez, as responsabilidades e riscos sejam conhecidos por ambas as partes e cumpridos adequadamente. Outro ponto que deve ser verificado e que é de extrema importância é a existência de acordo para a emissão do certificado do país de origem para o país de destino, quando cabível, pois este pode ser o diferencial de venda do seu produto com relação aos demais exportadores da mesma área. Depois de todas estas verificações e adequações, dificilmente haverá algum problema de ordem documental com o envio da mercadoria ao exterior. TEMA 3 - ÓRGÃOS ANUENTES PARA O PRODUTO A SER EXPORTADO Além dos cuidados com a legislação do pais de destino, devemos ter muita atenção com relação à legislação brasileira e aos órgãos anuentes no Brasil, porque a falta de uma licença ou documento pode trazer demora no processo de desembaraço ou até mesmo o não desembaraço da mercadoria, o que acarreta custos excessivos. Para o bom andamento do processo de exportação, o setor responsável pelo envio da mercadoria ao exterior deve estar sempre em contato com o despachante aduaneiro; assim, ele saberá quais licenças e procedimentos devem ser seguidos para a liberação da mercadoria junto à Aduana brasileira. Antes de tudo, precisamos verificar se o despachante com quem estamos trabalhando tem conhecimento do procedimento e do processo de desembaraço com relação ao produto que iremos exportar. Isso minimiza as chances de erro durante a liberação alfandegária. Posteriormente, precisamos nos atentar ao tipo de produto que iremos exportar, verificando quais os órgãos que precisam estar envolvidos para a liberação da nossa mercadoria junto à Aduana. 7 Abaixo, alguns exemplos que poderão ajudar com relação às licenças e órgãos anuentes para determinados tipos de mercadorias. As menções aqui são meramente exemplificativas, não se tratando de rol taxativo, ou seja, os produtos mencionados podem ter demais órgãos anuentes e licenças envolvidas, os quais devem ser verificados em conjunto com exportador, despachante aduaneiro do mesmo ou até mesmo com empresa especializada neste tipo de consultoria. Alimentos: Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura; Grãos: Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura; Armas: Ministério do Exército; Medicamentos e produtos médicos: Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura; Explosivos: Ministério do Exército; Cabelo: Ministério da Saúde – mercadoria com tratamento de carga perigosa; Aparelhos odontológicos: Ministério da Saúde. Se a mercadoria seguir para a Aduana para liberação e estiver faltando alguma destas licenças, o que podemos fazer? Quando a mercadoria chega à Aduana e falta alguma liberação, será necessário fazer todo o procedimento para o seu desembaraço, como, por exemplo, verificação no Ministério da Saúde e/ou Agricultura e/ou Exército. E qual o grande problema desta situação? Como a mercadoria já se encontra no recinto alfandegado, o maior problema é o pagamento de armazenagem extra, o que pode acarretar a perda do lucro da empresa, dependendo do valor a ser pago e do valor inicialmente previsto para esta despesa. Quando tratamos de processos marítimos, temos o pagamento da detention, que é a sobrestadia pelo uso do container por prazo maior que o acordado com a cia marítima, o que pode onerar nossa exportação em valores exorbitantes. Portanto, para evitar estes tipos de problemas, temos sempre que verificar os órgãos envolvidos para a liberação daquele determinado produto, para que, quando da chegada da mercadoria à Aduana, as verificações dos órgãos 8 necessários estejam de acordo com o tempo estimado para a liberação da mesma. Toda esta verificação é muito importante, tendo em vista que o atraso com a resolução destes problemas irão custar, muitas vezes, a perda do navio ou do avião, sendo nossa mercadoria enviada somente no próximo navio ou avião disponíveis. Isto pode levar uma semana, quinze dias ou até mais tempo, dependendo do destino da carga e da disponibilidade de voos e espaço no navio. Mesmo com um navio ou aeronave próximos, pode ser que já não haja mais espaço, devido às reservas já efetuadas. Logo, sempre que enviamos uma carga ao exterior, estas análises são de vital importância, junto ao despachante, para que a mercadoria possa ter o seu processo de desembaraço o mais rápido possível, evitando atrasos e custos desnecessários. TEMA 4 - ANÁLISE DOS DOCUMENTOS PELO IMPORTADOR ANTES DO EMBARQUE DA CARGA Quando já verificados todos os documentos, legislação e órgãos anuentes no Brasil – e também no país de destino da mercadoria –, ainda precisamos ter o respaldo do importador e do seu despachante com relação à documentação que será emitida, para evitar problemas da liberação da mercadoria no destino. Primeiramente, devemos verificar com o importador qual é a classificação fiscal do produto a ser exportado, porque, frequentemente, a utilizada no Brasil não é a mesma que a utilizada no país do importador. Porém, devemos lembrar que a classificação a ser utilizada no Brasil tem de ser a que a Aduana brasileira entende como correta para fins de liberação alfandegária. Caso haja diferença entre a Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM utilizada no Brasil e no país de destino, somente nos documentos que serão enviados ao importador é que deve constar a classificação fiscal indicada pelo mesmo. Desta forma, os documentos devem ser emitidos com base na classificação informada pelo importador: Fatura comercial; Packin List; Certificado de Origem; Demais certificados e licenças solicitadas pelo importador. 9 Mais uma vez, entendam que, mesmo que a classificação do importador seja diferente, precisamos manter, nos documentos abaixo, a utilizada no Brasil para o desembaraço aduaneiro: Nota Fiscal; Registro de Exportação; Demais documentos exigidos pela Aduana para a liberação da mercadoria. Depois de verificados os documentos solicitados pelo importador, devemos fazer um rascunho dos mesmos e enviá-los, para que tanto o importador quanto o seu despachante os analisem e aprovem, verificando se todos os dados estão de acordo com o solicitado e com o necessário para a liberação da mercadoria no destino. Se os documentos estiverem com erro, devemos efetuar as alterações e enviarnovamente para análise do importador e do despachante. Depois de recebida a confirmação de que os rascunhos enviados estão corretos, chega a hora de fazermos a emissão dos documentos. Com os documentos corrigidos pelo importador e pelo despachante do mesmo, caso haja algum problema com a liberação da mercadoria no destino por questões documentais, o exportador possui todo o histórico de que a documentação foi enviada para verificação, obtendo o aceite do importador. Isto evita desgastes e problemas com o cliente. Não significa dizer que o exportador não ajudará a resolver qualquer outro problema documental existente no processo, porém, a empresa importadora entenderá que o erro causado não foi consequência de falta de cuidado da empresa exportadora. Se o exportador tomar todas as precauções possíveis para minimizar este tipo de situação, o comprador entenderá que a empresa tem compromisso com o produto e com o serviço prestado. Desta forma, podemos manter uma relação mais fácil e aberta com o importador, pois este terá confiança em nosso trabalho. Ainda lembramos que o modelo aqui mencionado é delineado por formas de minimizar os problemas na emissão e verificação dos documentos para o processo de liberação da mercadoria no país de destino. Entretanto, poderão surgir outros problemas no caminho; estes deverão ser resolvidos com toda seriedade e eficiência que a empresa pode apresentar ao cliente. 10 Posteriormente, diante disto, precisamos criar procedimentos para corrigir estes problemas no futuro em nossa empresa. Problemas sempre existirão. O importante é aprender com os erros e tomar caminhos e procedimentos para minimizá-los no futuro, a fim de que a empresa tenha um procedimento cada vez mais simples e rápido para os clientes. TEMA 5: EMBARQUE DA MERCADORIA APÓS EMISSÃO DE TODOS OS DOCUMENTOS ANALISADOS E CONFIRMADOS PELO IMPORTADOR Outro grande problema encontrado nos processos de exportação é o binômio tempo x custo. Quando há o fechamento do processo pelo importador, o mesmo quer receber a mercadoria o mais rápido possível com o menor custo possível. Muitas vezes, há demora na análise dos documentos pelo importador para que possamos fazer a emissão dos documentos, o que gera demora no envio da mercadoria. Se a mercadoria for embarcada antes da análise e emissão dos documentos, podemos ter dois grandes problemas: que estes documentos estejam incorretos ou que ocorra a chegada da mercadoria sem os documentos originais para o desembaraço aduaneiro da mercadoria. Caso ocorra o envio da mercadoria sem a análise documental pelo importador e seu despachante, enfrentaremos diversos entraves, como custos extras, multa por documentos incorretos e até mesmo a perda do benefício com o imposto de importação. Estes problemas deverão ser resolvidos junto ao importador. Se a mercadoria chegar antes dos documentos, o importador estará sujeito ao pagamento da armazenagem – que não precisaria pagar, caso os documentos estivessem verificados e enviados para a liberação alfandegária da mercadoria. Ou seja, a pressa, nestes casos, estará trazendo diversos prejuízos ao importador, os quais poderão ser repassados ao exportador para pagamento, tendo em vista o erro ocorrido. 11 Dito isto, como poderemos nos precaver nestes casos e conscientizar o importador de que o correto é o envio da mercadoria somente após a análise dos documentos bem como a emissão correta dos mesmos? Devemos explicar ao importador e seu despachante que a melhor forma de evitar estes problemas é conferir a documentação antes da sua emissão, independentemente de para onde a mercadoria seja embarcada. Também, devemos alertar o importador de que, se o prazo para a chegada da mercadoria for pequeno, os documentos devem ser enviados antes do embarque, para que não tenhamos problemas com a chegada da carga antes dos documentos. Caso o transit time da mercadoria seja mais longo, a carga pode ser embarcada e a emissão dos documentos ocorrer posteriormente ao envio dos produtos, tendo em vista que haverá tempo hábil para a emissão dos mesmos e envio ao importador antes da chegada da mercadoria. Logo, nesta fase do processo, o mais difícil é convencer o nosso importador da seriedade da análise documental antes do embarque da mercadoria. Este ponto deverá ser demonstrado para o mesmo antes do fechamento do processo, para que o exportador tenha condições de manter a qualidade do serviço. Também, deverá o importador estar ciente do procedimento adotado pelo exportador para envio de mercadorias, pois a falta de cautela pode trazer prejuízos imensos. Esta análise pode começar com um contrato que descreva o procedimento adotado, assim, importador e despachante tomam ciência do funcionamento de tudo, antes mesmo do fechamento do processo, estando notificados de que os documentos são de fundamental importância e, por isto, a necessidade da sua análise antes do envio da mercadoria. O exportador pode demonstrar estes dois problemas mencionados, para que o importador entenda o destaque do que está sendo falado, e para que coopere com a análise dos documentos, visando a sua correta emissão. Havendo esta cooperação entre exportador e importador, o primeiro processo de venda será um pouco mais trabalhoso, porém, os demais serão simples, tendo em vista que o procedimento é conhecido por todos os players do processo. Não vamos esquecer de que devemos envolver o despachante do importador durante todo o procedimento de exportação, uma vez que este é 12 quem conhece a Aduana no país de destino, sendo o responsável pelas informações corretas a respeito do procedimento para o desembaraço da carga no exterior. NA PRÁTICA O setor comercial de sua empresa efetuou a primeira venda para a Argentina, referente a um produto que sempre foi exportado para o Paraguai. Como sempre houve a exportação deste produto, o setor de exportação utilizou o mesmo procedimento para o envio da mercadoria. A exportação ocorreu normalmente no Brasil; os documentos foram emitidos e enviados ao importador para o desembaraço na Argentina, contudo, quando da chegada da carga, o importador informou que foi multado pela Aduana argentina, e que não pode utilizar o certificado de origem, tendo que arcar com o imposto de importação. Quando verificado o motivo junto ao importador, percebeu-se a ausência de uma autorização para a entrada da mercadoria na Argentina; a classificação fiscal também estava incorreta, de acordo com a utilizada naquele país para a importação daquele produto. Neste caso, qual foi o problema ocorrido no Brasil? Resposta Como visto em aula, os procedimentos utilizados para o envio de uma mesma mercadoria para países diversos podem ser diferentes. Antes da elaboração dos documentos, precisamos verificar junto ao importador e seu despachante se os mesmos estão corretos, tendo em vista a diversidade de entendimento que pode ocorrer na Aduana. Se os documentos tivessem sido enviados para análise, o importador e seu despachante informariam sobre a classificação correta utilizada na Argentina. Assim, o problema teria sido evitado. SÍNTESE Verificamos alguns problemas que podem ocorrer com a exportação e checamos as formas de lidar com os mesmos. Foram destacados os principais problemas que podem ocorrer: 13 Falta de anuência do órgão competente no Brasil; Falta de anuência ou informações incorretas no país de destino com a chegada da mercadoria e dos documentos originais; Como identificar o problema ocorrido no país de destino, depois de finalizado o processo de exportação; Quais as implicações de a mercadoria ser embarcada antes da análise documental pelo importador; Deve ou não a empresa ceder às exigências do setor de compra da empresa importadora.
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